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Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
 
SEMINÁRIO VI - REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA – HIPÓTESE 
TRIBUTÁRIA 
 
Aluna: Thaís Cristine de Sousa 
Questões 
1. Que é regra-matriz de incidência tributária? Qual sua funcionalidade 
operacional no direito positivo? 
 
A regra-matriz de incidência tributária é um método utilizado para a compreensão do 
fenômeno jurídico tributário. Para o ilustre Paulo de Barros Carvalho1: 
 
“o esquema da regra-matriz é um desdobramento aplicativo do 
"constructivismo lógico-semântico" sugerido com tanta precisão na obra e no 
pensamento de Lourival Vilanova. 
 
(...) Além de oferecer ao analista um ponto de partida rigorosamen-te correto, 
sob o ângulo formal, favorece o trabalho subsequen-te de ingresso nos 
planos semântico e pragmático, tendo em vista a substituição de suas 
variáveis lógicas pelos conteúdos da linguagem do direito positivo.” 
 
A funcionalidade operacional da regra-matriz de incidência tributária, no direito positivo, 
é a disponibilização de um método com critério seguro, mediante a aplicabilidade da 
seguinte fórmula: Ht = Cm (v.c) . Ce . Ct; onde "Ht" é a hipótese tributária, "Cm" o critério 
material, "v" o verbo, "c" o complemento, "Ce" o critério espacial, "Cr o critério temporal 
e "." o símbolo do conjuntor2, de modo a validar a relação jurídico tributária prevista pelo 
direito positivo. 
 
Segundo Paulo de Barros Carvalho3: 
 
“O critério material é o núcleo do conceito mencionado na hipótese normativa 
(...) o critério espacial é o plexo de indicações, mesmo tácitas e latentes, que 
cumprem o objetivo de assinalar o lugar preciso em que a ação há de 
acontecer. O critério tem-poral, por fim, oferece elementos para saber, com 
exatidão, em que preciso instante ocorre o fato descrito. 
(...) o prescritor da regra-matriz de incidência contém dois critérios: o pessoal 
(sujeito ativo e passivo) e o quantitativo (base de cálculo e alíquota). Nada 
mais é necessário para que possamos iden-tificar uma obrigação tributária, 
espécie do gênero relação jurídica. Sua representação lógica poderia ser 
expressa com a seguinte notação simbólica: Csta"Cp(sa.sp).Cq(bc.al). Em 
 
1CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 
2018, páginas 146 e 147. 
2CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 
2018, p. 149. 
3CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário, linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 
2018, p. 149 e 150. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
que "Cst" é o consequente tributário; "Cp" é o critério pessoal; "sa" o sujeito 
ativo; "sp" o sujeito passivo; "Cq" o critério quantita-tivo; "bc" a base de 
cálculo; "al" a alíquota; e "." novamente o conjuntor ou multiplicador lógico” 
 
2. Que é hipótese de incidência tributária? Qual sua função na composição 
RMIT? Há necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT? 
Por quê? 
 
A hipótese de incidência tributária é uma linguagem prescritiva geral e abstrata4 e se dá 
quando ocorre a subsunção do fato a norma. 
 
A obrigação tributária nasce quando se dá a subsunção do fato com a norma, momento 
em que o fisco pode exigir o que está prescrito na legislação. 
 
A hipótese de incidência tributária é anterior ao RMIT, ou seja, ocorrendo a hipótese de 
tributária (Ht), nasce a consequente tributário (Cst). 
 
Há necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT, pois, caso contrário, 
a RMIT estaria incompleta, sem a indicação dos sujeitos envolvidos. Confira-se a 
explicação do Professor Paulo de Barros Carvalho5: 
 
“A designação do sujeito ativo é elemento necessário para a formação 
o critério pessoal. Compete a ele exigir a quantia devida pelo sujeito 
passivo, cabendo aí uma importante nota: ainda que muitas vezes a sujeição 
ativa recaia sobre a mesma pessoa que detém a competência para instituir 
o tributo, esta não é uma relação necessária e há um bom número de 
exemplos no direito brasileiro que permite ilustrar isso. Assim ocorre no 
pagamento que fazem os bacharéis inscritos na Ordem dos Advogados do 
Brasil a esta instituição. Daí porque capacidade tributária ativa – aptidão de 
figurar no polo ativo da obrigação tributária e cobrar o tributo – e competência 
tributária – condição que autoriza uma pessoa a instituir por meio de lei um 
tributo – embora sejam ideias que coincidam muitas vezes na extensão de 
seus termos, não são a mesma coisa. 
Já por sujeito passivo entende-se a pessoa de direito de quem se pode exigir 
a monta chamada tributo. Muito embora seja termo comumente associado à 
palavra contribuinte, nem sempre o será. Há situações jurídicas que 
impedem o sujeito de figurar no polo passivo de uma relação jurídica 
tributária, ainda que não o impeçam de praticar a situação descrita no 
antecedente como hipótese tributária. Em casos como esse, o contribuinte 
poderá dar lugar ao responsável tributário no polo passivo da obrigação e, 
quando assim não ocorra, simplesmente não haverá incidência 
tributária porque faltante um dos critérios da estrutura que, repita-se, é 
mínima e irredutível.” 
 
4CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 284. 
5BRITTO, Lucas Galvão de. O lugar e o tributo: ensaio sobre competência e definição do critério 
espacial na regra-matriz de incidência tributária. São Paulo: Noeses, 2014, p. 57. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
3. Que é incidência? Descrever, com suas palavras, a fenomenologia da 
incidência tributária, diferenciando, se possível, incidência de aplicação do 
direito. 
 
A incidência pressupõe a ocorrência do fato jurídico, ela se dá quando ocorre a 
subsunção do fato à noma, ou seja, quando o fato tiver identidade com a norma prevista. 
 
A fenomenologia da incidência tributária se dá quando a norma deixa o texto da lei 
(mundo abstrato) e passa a compor a realidade do sujeito passivo, de forma automática 
e infalível. 
 
A incidência ocorre de forma automática e infalível, já, a aplicação do direito, se dá 
mediante a interpretação do texto legal, mediante ato de vontade. 
 
4. Que é evento? E fato? E fato jurídico? Qual a relação entre fato jurídico e 
teoria das provas? 
 
O evento nada mais é do que o acontecimento que tem o condão de alterar o mundo 
fenoménico e, para ganhar significado jurídico, se faz necessária a utilização de 
linguagem correta, bem como por autoridade competente para tanto. 
 
Fato é o enunciado linguístico sobre os acontecimentos capazes de alterar o mundo 
fenoménico. 
 
Tércio Sampaio Ferraz Júnior6 realiza a seguinte distinção de evento e de fato: 
 
“É preciso distinguir entre fato e evento. A travessia do Rubicão por César é 
um evento. Todavia, ‘César atravessou o Rubicão’ é um fato. Quando, pois, 
dizermos que é um fato que César atravessou o Rubicão’, conferimos 
realidade ao evento. Fato não é, pois, algo concreto, sensível, mas um 
elemento linguístico capaz de organizar a situação existencial como 
realidade” 
 
E, fato jurídico, é o enunciado prolatado na linguagem do direito positivo, de forma 
competente, seguindo o procedimento e o meio competente. 
 
Por fim, a teoria das provas refere-se àquelas apreciadas para verificação da veracidade 
de determinado fato jurídico, influenciando a construção da norma. 
 
5. Por que a expressão “fato gerador” é equívoca? Analisar os arts. 4º; 16, 
105, 113, §1º, 114 e 144 do CTN e o AREsp 215273 (vide anexo I), explicando 
o sentido em que o termo “fato gerador” foi empregado em cada uma de 
suas aparições. 
 
6 FERRAZ JUNIO, Tércio Sampaio – Introdução ao estudo do direito – técnica, decisão, 
dominação – 4ª edição – São Paulo – Editora Atlas p. 274. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
A expressão “fato gerador” se revela equivocada, pois alude três realidades distintas, 
sendo (i) hipótese de incidência tributária, (ii) evento, e (iii)fato jurídico tributável. 
 
Extrai-se dos arts. 4 e 114, do CTN, o emprego da expressão “fato gerador” como 
hipótese de incidência: 
 
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato 
gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: 
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. 
 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei 
como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
 
No art. 16, do CTN, a expressão “fato gerador” é utilizada como fato jurídico tributável: 
 
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma 
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao 
contribuinte. 
 
Já nos arts. 113, 105 e 144, do CTN, a expressão “fato gerador” é utilizada como evento: 
 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos 
geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja 
ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 
116. 
 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por 
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se 
juntamente com o crédito dela decorrente. 
 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da 
obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada. 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência 
do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou 
processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das 
autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou 
privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir 
responsabilidade tributária a terceiros. 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos 
certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em 
que o fato gerador se considera ocorrido. 
 
6. Diferençar: a data do fato jurídico tributário da data no fato jurídico 
tributário (vide anexo II) e, os conceitos de erro de fato e erro de direito. 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
 
A data do fato jurídico tributário refere-se a ocorrência do próprio fato jurídico. Já a data 
no fato jurídico tributário refere-se a ocorrência do evento no mundo fenomênico, ou 
seja, aplica-se a obrigação tributária a norma vigente no tempo. 
 
Entendeu-se, no Resp. 215273 o STJ, que o fato gerador do tributo ocorre na data “no 
fato”. 
 
Para a Professora Aurora Tomazini de Carvalho7, erro de fato se relaciona a problema 
de prova e, erro de direito, ao problema de subsunção. 
 
 
7. Identifique nos acórdãos abaixo qual foi o critério da regra matriz de 
incidência tributária objeto da ação judicial: 
 
a) Recurso Extraordinário. Tributário. 2. Não incide Imposto de Propriedade de 
Veículos Automotores (IPVA) sobre embarcações (Art. 155, III, CF/88 e Art. 23, III 
e § 13, CF/67 conforme EC 01/69 e EC 27/85). Precedentes. 3. Recurso 
extraordinário conhecido e provido. (STF - RE: 379572 RJ, Relator: GILMAR 
MENDES, Data de Julgamento: 11/04/2007) 
 
O critério da regra matriz de incidência tributária utilizado, no RE: 379572 foi o critério 
material, vez que, embarcações não podem ser consideradas veículos automotores, pois 
no conceito no Código de Trânsito Brasileiro (anexo I), veículo automotor é todo veículo a 
motor de propulsão que circula por seus próprios meios, e que serve normalmente para o 
transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para 
transporte de pessoas e coisas. 
 
b) RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO 
ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE 
FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO 
CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS 
tomando-se cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adota-se o 
sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a 
mês, considerando-se o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de 
débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou 
escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado 
ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da 
República, cumprindo-se o princípio da não cumulatividade a cada operação. 3. O 
regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da 
parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de 
faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe 
a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. 3. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, 
in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições 
 
7Disponível em <https://pt.slideshare.net/BetniaCosta/aurora-tomzani-de-carvalho-tsj-aula-6>, 
acesso em 22 de junho de 2021, às 16:53. 
https://pt.slideshare.net/BetniaCosta/aurora-tomzani-de-carvalho-tsj-aula-6
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que 
não há como se excluir a transferência parcial decorrente do regime de não 
cumulatividade em determinado momento da dinâmica das operações. 4. Recurso 
provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. 
(STF – RE 574706 / PR, Relatora: Min. Carmem Lucia) 
 
O critério da regra matriz de incidência tributária objeto do RE 574706 é o critério material, 
pois a CRFB/88, elegeu como critério material das contribuições obter o faturamento ou a 
receita bruta. 
 
c) “EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS. 
ARRENDAMENTO MERCANTIL. OPERAÇÃO DE LEASING FINANCEIRO. 
ARTIGO 156, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O arrendamento mercantil 
compreende três modalidades, [i] o leasing operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] 
o chamado leaseback. No primeiro caso há locação, nos outros dois, serviço. A lei 
complementar não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso 
III do artigo 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é 
serviço para os efeitos do inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento 
mercantil (leasing financeiro), contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o 
financiamento, não uma prestação de dar. E financiamento é serviço, sobre o qual 
o ISS pode incidir, resultando irrelevante a existência de uma compra nas hipóteses 
do leasing financeiro e do leaseback. Recurso extraordinário a que se nega 
provimento.”(RE 592905, Relator Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 
02/12/2009 
 
O critério da regra matriz de incidência tributária objeto do RE 592905 é o critério material 
do ISS, que a prestação de serviços. 
 
d) PI – IMPORTAÇÃO – PESSOA NATURAL – AUTOMÓVEL – AUSÊNCIA DE 
ATIVIDADE EMPRESARIAL DE VENDA – AFASTAMENTO PELO JUÍZO – 
INCIDÊNCIA DO TRIBUTO RECONHECIDA NA ORIGEM – RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui 
repercussão geral a controvérsia acerca da incidência do Imposto Sobre Produtos 
Industrializados – IPI na importação de veículo automotor, quando o importador for 
pessoa natural e o fizer para uso próprio, considerados ainda os limites da lei 
complementar na definição do sujeito passivo. (STF - RE 723651 RG / PR, Relator: 
Min. Marco Aurélio) 
 
O critério da regra matriz de incidência tributária objeto do RE 723651 é o critério pessoal, 
vez que o sujeito passivo, no presente caso, é o importador. 
 
 e) TRIBUTÁRIO. FORNECIMENTO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR 
(SOFTWARE).CONTRATO DE CESSÃO DE USO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
PERSONALIZADOS.ISS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE QUALQUER UM 
DOSVÍCIOSELENCADOS NO ART. 535 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE 
EFEITOSINFRINGENTES. 1. O entendimento de que a jurisprudência desta Corte de 
Justiça firmou-se no sentido de que os programas de computador desenvolvidos para 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
clientes, de forma personalizada, geram incidência de tributo do ISS não conflita com o 
conteúdo da Súmula Vinculante 31 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “é 
inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre 
operações de locação de bens móveis.”2. A embargante, inconformada, busca, com a 
oposição destes embargos declaratórios, ver reexaminada e decidida a controvérsia de 
acordo com sua tese.3. A inteligência do art. 535 do CPC é no sentido de que a contradição, 
omissão ou obscuridade, porventura existentes, só ocorre entre os termos do próprio 
acórdão, ou seja, entre a ementa eo voto, entre o voto e o relatório etc, o que não ocorreu 
no presente caso. Embargos de declaração rejeitados. (STJ - EDcl no AgRg no AREsp: 
32547 PR 2011/0101397-7, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, 
 
O critério da regra matriz de incidência tributária neste caso é o critério material, pois o STJ 
entendeu que o serviço de “os programas de computador desenvolvidos para clientes, de 
forma personalizada” se enquadra no critério material do ISS (verbo + complemento). 
 
8. O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídi-cas no 
art. 25 da Lei nº 9.249/1995 é prescrição que atua sobre qual(is) critério(s) da 
regra-matriz de incidência tributária? Descreva, ainda, como o comando desse 
dispositivo se relaciona com o domínio espacial de vigência. 
 
O princípio da universalidade da renda prescrito para as pessoas jurídicas no art. 25 da 
Lei nº 9.249/1995, decorrente do princípio da isonomia, atua sobre o critério pessoal e 
sobre o critério material, diante da universalidade da renda (lucros, rendimentos e ganhos 
de capital auferidos no exterior). 
 
Considerando o princípio da tributação universal, que versa que o imposto incidirá em 
qualquer lugar do mundo, o comando do art. 25 da Lei nº 9.249/1995 se relaciona com o 
domínio espacial da vigência. 
 
9. A Lei nº 13.296/2008 do Estado de São Paulo prevê, em seu art. 4º, que o IPVA 
deverá incidir “no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo 
neste Estado”.8 Construa a regra-matriz de incidência tributária do IPVA e, 
 
8. Artigo 4º - O imposto será devido no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado. 
§ 1º - Para os efeitos desta lei, considerar-se-á domicílio: 
1 - se o proprietário for pessoa natural: 
a) a sua residência habitual; 
b) se a residência habitual for incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade onde o veículo esteja sendo utilizado; 
2 - se o proprietário for pessoa jurídica de direito privado: 
a) o estabelecimento situado no território deste Estado, quanto aos veículos automotores que a ele estejam vinculados na data 
da ocorrência do fato gerador; 
b) o estabelecimento onde o veículo estiver disponível para entrega ao locatário na data da ocorrência do fato gerador, na 
hipótese de contrato de locação avulsa; 
c) o local do domicílio do locatário ao qual estiver vinculado o veículo na data da ocorrência do fato gerador, na hipótese de 
locação de veículo para integrar sua frota; 
3 - qualquer de suas repartições no território deste Estado, se o proprietário ou locatário for pessoa jurídica de direito público. 
§ 2º - No caso de pessoa natural com múltiplas residências, presume-se como domicílio tributário para fins de pagamento do 
IPVA: 
1 - o local onde, cumulativamente, possua residência e exerça profissão; 
2 - caso possua residência e exerça profissão em mais de um local, o endereço constante da Declaração de Imposto de Renda. 
§ 3º - Na impossibilidade de se precisar o domicílio tributário da pessoa natural nos termos dos §§ 1º e 2º deste artigo, a 
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
considerando os comandos dos arts. 109 e 110 do CTN, examine a licitude da 
legislação paulista. 
 
RIMIT do IPVA: 
 
• Critério material: ser proprietário de veículo automotor (o art. 153, III, da 
Constituição Federal de 1988); 
• Critério temporal: o art. 3º, da Lei nº 13.296/20089: 
Artigo 3º - Considera-se ocorrido o fato gerador do imposto: 
I - no dia 1º de janeiro de cada ano, em se tratando de veículo usado; 
II - na data de sua primeira aquisição pelo consumidor, em se tratando 
de veículo novo; 
III - na data de seu desembaraço aduaneiro, em se tratando de veículo 
importado diretamente do exterior pelo consumidor; 
IV - na data da incorporação do veículo novo ao ativo permanente do 
fabricante, do revendedor ou do importador; 
V - na data em que deixar de ser preenchido requisito que tiver dado 
causa à imunidade, isenção ou dispensa de pagamento; 
VI - na data da arrematação, em se tratando de veículo novo adquirido 
em leilão; 
VII - na data em que estiver autorizada sua utilização, em se tratando de 
veículo não fabricado em série; 
VIII - na data de saída constante da Nota Fiscal de venda da carroceria, 
quando já acoplada ao chassi do veículo objeto de encarroçamento; 
IX - na data em que o proprietário ou o responsável pelo pagamento do 
imposto deveria ter fornecido os dados necessários à inscrição no 
Cadastro de Contribuintes do IPVA deste Estado, em se tratando de 
veículo procedente de outro Estado ou do Distrito Federal; 
X - relativamente a veículo de propriedade de empresa locadora: 
 
• Critério espacial: é o local do domicílio ou residência do proprietário do 
veículo no estado de São Paulo (art. 4º); 
• Critério pessoal: Sujeito ativo: estado de São Paulo; Sujeito passivo: o 
proprietário do veículo automotor, conforme prevê o art. 5º, da Lei nº 
13.296/2008, ou as pessoas previstas no art. 6º, da Lei nº 13.296/2008. 
 
autoridade administrativa poderá fixá-lo tomando por base o endereço que vier a ser apurado em órgãos públicos, nos cadastros 
de domicílio eleitoral e nos cadastros de empresa seguradora e concessionária de serviço público, dentre outros. 
§ 4º - No caso de pessoas jurídicas de direito privado, não sendo possível determinar a vinculação do veículo na data da 
ocorrência do fato gerador, nos termos do item 2 do § 1º deste artigo, presume-se como domicílio o local do estabelecimento 
onde haja indícios de utilização do veículo com predominância sobre os demais estabelecimentos da mesma pessoa jurídica. 
§ 5º - Presume-se domiciliado no Estado de São Paulo o proprietário cujo veículo estiver registrado no órgão competente deste 
Estado. 
§ 6º - Em se tratando de veículo de propriedade de empresa de arrendamento mercantil (leasing), o imposto será devido no 
local do domicílio ou residência do arrendatário, nos termos deste artigo. 
§ 7º - Para os efeitos da alínea “b” do item 2 do § 1º deste artigo, equipara-se a estabelecimento da empresa locadora neste 
Estado, o lugar de situação dos veículos mantidos ou colocados à disposição para locação. 
9Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2008/original-lei-13296-
23.12.2008.html, acesso em 25/06/2021, às 09:14 
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2008/original-lei-13296-23.12.2008.html
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/2008/original-lei-13296-23.12.2008.html
Módulo Tributo e Segurança Jurídica 
• Critério quantitativo: Base de Cálculo: arts. 7º e 8º, da Lei nº 
13.296/2008, Alíquota: art. 9º, da Lei nº 13.296/2008, 
 
Com base nos arts. 109 e 110 do CTN, a previsão contida no art. 4º, no sentido 
de que deve ser considerado como critério espacial do IPVA, o do local de 
domicílio do proprietário do referido bem dentro do Estado de São Paulo, trás 
graves vícios de ilicitude em seu bojo, especialmente no que tange as locadoras 
de automóveis e transportadoras atuantes no Estado de São Paulo, pois tais 
pessoas jurídicas devem se submeter ao IPVA vigente nolocal de seu 
domicílio, isto é, o imposto paulista. 
 
Deste modo, o art. 4º, da Legislação Paulista desvincula da hipótese de 
incidência do IPVA a simples propriedade do veículo, condicionando-a a 
circulação do veículo automotor, o que subverte o critério material, causando 
grave subsunção do fato à norma. 
 
Ademais, o art. 6º, inciso II, da Lei em estudo, prevê que são responsáveis pelo 
pagamento do IPVA o proprietário do veículo automotor que o alienar e não 
fornecer os dados necessários à alteração no Cadastro de Contribuintes do 
IPVA no prazo de 30 (trinta) dias, em relação aos fatos geradores ocorridos 
entre o momento da alienação e o do conhecimento desta pela autoridade 
responsável. A previsão de responsabilidade do antigo proprietário do 
automóvel em relação a débitos tributários relativos ao IPVA acaba por prever 
nova hipótese de incidência do imposto em questão, violando, portanto, os 
artigos 146, III, alínea “a”, 150, inciso IV, 155, inciso III, todos da Constituição 
Federal, ao art. 121, inciso II, do CTN, bem como ao art. 1.228, do Código Civil.

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