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Seminario VI - Regra Matriz de Incidência Hipótese Tributária

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IBET – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS
Nome: Carlos Renato Silva de Oliveira
Módulo: Tributo e Segurança Jurídica
Seminário nº 6 – Regra Matriz de Incidência – Hipótese Tributária
Questões
1.	Que é regra-matriz de incidência tributária? Qual sua funcionalidade operacional no direito positivo?
R: A regra matriz de incidência tributária é uma fórmula utilizada para construção de um tipo de norma, entretanto não é fenômeno de incidência tributária, sendo apenas um método utilizado para se encontrar a estrutura das normas.
Conforme ensina o Professor Paulo de Barros a regra matriz de incidência tributária é a expressão mínima e irredutível de manifestação do deôntico, com o sentido completo.
Ademais, nesse mesmo sentido, Lucas Galvão[footnoteRef:1] nos ensina que “a regra-matriz de incidência tributária é uma fórmula empregada para a compreensão das normas envolvidas no fenômeno jurídico de incidência. Sendo um esquema que exibe a estrutura das normas, é uma descrição delas que privilegia o seu aspecto sintático, exibindo a sua estrutura que é justamente o traço comum a toda e qualquer norma tributária”. [1: LUCAS, Galvão de Brito. Notas Sobre a Regra-Matriz de Incidência Tributária, fls. 94] 
Quanto à funcionalidade operacional da regra-matriz de incidência tributária no direito positivo, entendo que ela serve para nos auxiliar a compreender os tributos e a conhecer melhor as diversas variáveis envolvidas nas relações e na incidência tributária, permitindo que verifiquemos com maior facilidade a presença dos requisitos de tributo e eventual ilegalidade ou inconstitucionalidade no próprio direito positivo.
Segundo o Professor Paulo de Barros de Carvalho ela nos permite aprofundar a análise das proposições normativas, pois ela traz os componentes da hipótese e do consequente das normas jurídicas.
Aurora Tomazini[footnoteRef:2] afirma que “Basicamente, duas são as funções operacionais do esquema lógico da regra-matriz: (i) delimitar o âmbito da incidência normativa; e (ii) controlar a constitucionalidade e legalidade normativa.” [2: Teoria Geral do Direito, p. 311] 
A regra-matriz de incidência tributária é dividida em antecedente (Hipótese) e consequente, as quais possuem subdivisões, vejamos:
-HIPÓTESE (H):
· Critério Material (Como? Verbo+complemente)
· Critério Temporal (Quando? Data do fato)
· Critério Espacial (Onde? Local do fato)
-CONSEQUENTE:
· Critério Pessoal (Sujeito Ativo e Passivo)
· Critério Quantitativo (Base de Cálculo e Alíquota)
2.	Que é hipótese de incidência tributária? Qual sua função na composição RMIT? Há necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT? Por quê?
R: De acordo com o Professor Paulo de Barros Carvalho, a hipótese de incidência tributário é “a descrição normativa de um evento que, concretizando no nível das realidades materiais e relatado no antecedente de norma individual e concreta, fará irromper o vínculo abstrato que o legislador estipulou na consequência”.
Ou seja, podemos definir como hipótese de incidência tributária um fato descrito pelo direito positivo apto a gerar uma obrigação tributária futura, na qual estará presente a descrição do aspecto material, temporal e espacial para incidência da norma. Desse modo, constatada a ocorrência do fato descrito na hipótese tributária, a norma incidirá, nascendo uma obrigação tributária.
Nesse sentido, a ilustre Professora Aurora Tomazini afirma que a hipótese de incidência da RMIT delimita um conceito abstrato, que comporta um número finito, mas não determinado de denotações. A hipótese não contém o evento, nem o fato jurídico, ela descreve uma situação futura, estabelecendo critérios que identificam sua ocorrência no tempo e espaço.
Em última análise, entendo que a principal função da hipótese de incidência da RMIT é estabelecer os critérios a serem observados numa determinada situação objetiva, oferecendo informações necessárias para que se identifique a ocorrência do fato, que acarretará a incidência do tributo, sendo essas informações/critérios, aquelas referente a ação, tempo e lugar, que são critérios denominados por Paulo de Barros como material, espacial e temporal.
3.	Que é incidência? Descrever, com suas palavras, a fenomenologia da incidência tributária, diferenciando, se possível, incidência de aplicação do direito.
R: A incidência nada mais é do que a realização no “mundo real” dos fatos jurídicos previstos em lei objetivamente. Ou seja, é o acontecimento efetivo de determinado evento hipotético previsto na norma jurídica. 
A fenomenologia da incidência tributária, de forma direta, está ligada intrinsecamente aos elementos de maior importância para a ocorrência do fato jurídico que são os critérios: material, territorial e espacial.
4.	Que é evento? E fato? E fato jurídico? Qual a relação entre fato jurídico e teoria das provas?
R: evento, segundo os ensinamentos de Paulo de Barros consiste nos acontecimentos no mundo fenomênico. O fato, para o autor, é relato do evento. Enquanto o fato jurídico é o relato do evento em linguagem jurídica. A relação advém da necessidade do fato estar calcado em provas que demonstrem sua veracidade, a fim de ser considerado fato jurídico válido. Não se consegue transformar o fato social em linguagem jurídica se não houver as provas, porque este é o meio que o direito descreve para que isso ocorra.
Sendo mais extenso, o fato jurídico trata de um fato relevante para o direito, sendo um fato decorrente de uma conduta tipificada e positivada que o indivíduo efetua, representado em linguagem competente.
Por sua vez, a teoria das provas se refere aquelas apreciadas para verificação da veracidade de determinado fato jurídico, influenciando a construção da norma.
Assim sendo, concluo que o fato jurídico é aquele que pode ser expresso em linguagem competente, em conformidade às normas do direito positivo mediante linguagem das provas. Nas palavras do professor Eurico Marcos Diniz de Santi: “toda verdade no direito é uma ficção jurídica. O direito reconstrói a verdade através de sua forma de conhecimento que é a prova. O Direito não incide sobre fatos, incide sobre a prova dos fatos, ou dizendo de outra forma: fato jurídico é fato juridicamente provado.”
5.	Por que a expressão “fato gerador” é equivocada? Analisar os arts. 4º; 16, 105, 113, §1º, 114 e 144 do CTN e o AREsp 215273 (vide anexo I), explicando o sentido em que o termo “fato gerador” foi empregado em cada uma de suas aparições.
R: Paulo de Barros entende equivocada a expressão “fato gerador” porque no seu entendimento, a expressão fato gerador comporta 3 (três) realidades diferentes, quais sejam: evento, hipótese de incidência e fato jurídico tributário. Nos artigos em questão a expressão “fato gerador” foi empregada como: Art.4º Fato Gerador como hipótese de incidência; Art. 16º Fato Gerador como fato jurídico tributário; Art.105.º Fato Gerador como evento; Art. 113, §1º Fato Gerador como evento; Art. 114 Fato Gerador como hipótese de incidência; e Art. 144 Fato gerador com evento, tanto no caput, quanto no §1º e 2º.
6.	Diferençar: a data do fato jurídico tributário da data no fato jurídico tributário (vide anexo II) e, os conceitos de erro de fato e erro de direito.
R: Em análise ao anexo II, temos como a data do fato jurídico tributário o momento em que é elaborado efetivamente o Registro de Exportação no sistema do SISCOMEX. E temos como a data no fato jurídico tributário, quando da realização no mundo real, ou seja, no acontecimento efetivo da exportação do bem e não apenas a elaboração do Registro de Exportação.
No Resp. 964.151/PR o STJ entendeu-se que o fato gerador do tributo ocorre na data “no fato”, ou seja, com o registro da exportação (RE) no Siscomex e não com obtenção do registro de venta (evento). Não há como afirmar que o momento correto seria o embarque da mercadoria no exterior, uma vez que esta hipótese não corresponde nem ao evento, nem ao fato, portanto, está completamente fora do mundo do direito, sob este contexto.
Tratando sobre o errode fato e o erro de direito, temos como erro de direito no exemplo trazido no anexo II, o fato de já existir anteriormente uma outra resolução que estipulava alíquota de 40% na data do registro de exportação, data esta que estabelece o fato jurídico. Sendo assim, a Autoridade Fazendária incorre em equívoco na valoração jurídica dos fatos, pois a legislação tributária não admite que o lançamento seja modificado, em respeito às garantias constitucionais do ato jurídico perfeito, não surpresa e segurança jurídica.
Já sobre o “erro de fato”, fica estabelecido quando os fatos consistem no ocorrido de forma efetiva no mundo fenomênico estando em desacordo com as provas identificadas e levantadas. Logo, por “erro de fato”, tem-se aquele que independe de interpretação normativa para sua verificação. Pressupõe o desconhecimento de sua existência ou a impossibilidade de ser comprovado à época do lançamento, daí porque se permite que a fiscalização reveja o lançamento efetuado, à luz dos novos fatos de que tomou conhecimento somente após a constituição do crédito tributário.
Nesse sentido, leciona Leandro Paulsen[footnoteRef:3] que “O art. 146/CTN determina que os critérios jurídicos adotados pela autoridade no lançamento não poderão ser modificados. Já o art. 149/CTN estipula os casos em que o lançamento será revisto de ofício, e somente nesses é que poderá um mesmo fato ser refiscalizado. A fiscalização, nos demais casos, não poderá ser alterada, sob pena de violar o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. (...) a imutabilidade do ato contém dupla proteção. Uma, ao contribuinte que tem a garantia de não ser perseguido pelo fisco, e, duas, ao funcionário que terá a validade de seu trabalho respeitada.” [3: Leandro Paulsen, Direito Tributário, 4ª ed., Livraria do Advogado Editora, Porto Alegre, 2002, p. 700] 
Em ato conclusivo, a Súmula 227/TFR consolidou o entendimento de que a mudança de critério jurídico adotado pelo Fisco não autoriza a revisão de lançamento.
7.	Identifique nos acórdãos abaixo qual foi o critério da regra matriz de incidência tributária objeto da ação judicial:
a) Recurso Extraordinário. Tributário. 2. Não incide Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) sobre embarcações (Art. 155, III, CF/88 e Art. 23, III e § 13, CF/67 conforme EC 01/69 e EC 27/85). Precedentes. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido. (STF - RE: 379572 RJ, Relator: GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 11/04/2007)
R: De acordo com o artigo 158, III, da CF, serão repassados aos municípios 50% do produto da arrecadação do imposto do estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios, e, por isso, somente vale para veículos terrestres, vez que o registro de embarcações não é de competência municipal ou estadual.
b) RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS tomando-se cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adota-se o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerando-se o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da República, cumprindo-se o princípio da não cumulatividade a cada operação. 3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. 3. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não há como se excluir a transferência parcial decorrente do regime de não cumulatividade em determinado momento da dinâmica das operações. 4. Recurso provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. (STF – RE 574706 / PR, Relatora: Min. Carmem Lucia)
R: O critério utilizado pela RMIT, nesse caso, trata da inexistência de critério quantitativo na base de cálculo, vez que o ICMS não compõe a base de cálculo para incidência de PIS/COFINS.
c) “EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS. ARRENDAMENTO MERCANTIL. OPERAÇÃO DE LEASING FINANCEIRO. ARTIGO 156, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O arrendamento mercantil compreende três modalidades, [i] o leasing operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] o chamado leaseback. No primeiro caso há locação, nos outros dois, serviço. A lei complementar não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso III do artigo 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos do inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento mercantil (leasing financeiro), contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de dar. E financiamento é serviço, sobre o qual o ISS pode incidir, resultando irrelevante a existência de uma compra nas hipóteses do leasing financeiro e do leaseback. Recurso extraordinário a que se nega provimento.”(RE 592905, Relator Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 02/12/2009
R: O caso em tela trata da utilização do critério material, que é a prestação de serviços – ISS.
d) PI – IMPORTAÇÃO – PESSOA NATURAL – AUTOMÓVEL – AUSÊNCIA DE ATIVIDADE EMPRESARIAL DE VENDA – AFASTAMENTO PELO JUÍZO – INCIDÊNCIA DO TRIBUTO RECONHECIDA NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI na importação de veículo automotor, quando o importador for pessoa natural e o fizer para uso próprio, considerados ainda os limites da lei complementar na definição do sujeito passivo. (STF - RE 723651 RG / PR, Relator: Min. Marco Aurélio)
R: O critério da RMIT desta ação é o critério pessoal, sendo o sujeito passivo da RMIT, o importador.
e) TRIBUTÁRIO. FORNECIMENTO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARE).CONTRATO DE CESSÃO DE USO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PERSONALIZADOS.ISS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE QUALQUER UM DOS VÍCIOSELENCADOS NO ART. 535 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE EFEITOSINFRINGENTES. 1. O entendimento de que a jurisprudência desta Corte de Justiça firmou-se no sentido de que os programas de computador desenvolvidos para clientes, de forma personalizada, geram incidência de tributo do ISS não conflita com o conteúdo da Súmula Vinculante 31 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “é inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis.”2. A embargante, inconformada, busca, com a oposição destes embargos declaratórios, ver reexaminada e decidida a controvérsia de acordo com sua tese.3. A inteligência do art. 535 do CPC é no sentido de que a contradição, omissão ou obscuridade, porventura existentes, só ocorre entre os termos do próprio acórdão, ou seja, entre a ementa e o voto, entre o voto e o relatório etc, o que não ocorreu no presente caso. Embargos de declaração rejeitados. (STJ - EDcl no AgRg no AREsp: 32547 PR 2011/0101397-7, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, 
R: Nesta ação, utilizou-se o critério material, com a definição do que seja um serviço e o por que se incide ISS nesse tipo de contrato.
8.	O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídicas no art. 25 da Lei nº 9.249/1995 é prescrição que atua sobre qual(is) critério(s) da regra-matriz de incidência tributária? Descreva, ainda, como o comando desse dispositivo se relaciona com o domínio espacial de vigência.
R: Entendo que o princípio da universalidadeda renda, previsto no artigo 153, §2º, I, da CF, decorre do princípio da isonomia correlaciona-se com o critério pessoal – designando que o IR deve incidir e ser cobrado, tanto quanto possível, de todas as pessoas; e com o critério material da RMIT do IR - vez que universaliza o que é renda, como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior serão computados na determinação do lucro real das pessoas jurídicas correspondente ao balanço levantado em 31 de dezembro de cada ano (artigo 25, da Lei 9249/95). 
E, ainda, tal comando conversa com o domínio espacial de vigência, vez que incidirá o imposto em qualquer lugar do mundo, devido ao princípio da tributação universal.
9. 	A Lei nº 13.296/2008 do Estado de São Paulo prevê, em seu art. 4º, que o IPVA deverá incidir “no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado”.[footnoteRef:4] Construa a regra-matriz de incidência tributária do IPVA e, considerando os comandos dos arts. 109 e 110 do CTN, examine a licitude da legislação paulista. [4: . Artigo 4º - O imposto será devido no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado.
§ 1º - Para os efeitos desta lei, considerar-se-á domicílio:
1 - se o proprietário for pessoa natural:
a) a sua residência habitual;
b) se a residência habitual for incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade onde o veículo esteja sendo utilizado;
2 - se o proprietário for pessoa jurídica de direito privado:
a) o estabelecimento situado no território deste Estado, quanto aos veículos automotores que a ele estejam vinculados na data da ocorrência do fato gerador;
b) o estabelecimento onde o veículo estiver disponível para entrega ao locatário na data da ocorrência do fato gerador, na hipótese de contrato de locação avulsa;
c) o local do domicílio do locatário ao qual estiver vinculado o veículo na data da ocorrência do fato gerador, na hipótese de locação de veículo para integrar sua frota;
3 - qualquer de suas repartições no território deste Estado, se o proprietário ou locatário for pessoa jurídica de direito público.
§ 2º - No caso de pessoa natural com múltiplas residências, presume-se como domicílio tributário para fins de pagamento do IPVA:
1 - o local onde, cumulativamente, possua residência e exerça profissão;
2 - caso possua residência e exerça profissão em mais de um local, o endereço constante da Declaração de Imposto de Renda.
§ 3º - Na impossibilidade de se precisar o domicílio tributário da pessoa natural nos termos dos §§ 1º e 2º deste artigo, a autoridade administrativa poderá fixá-lo tomando por base o endereço que vier a ser apurado em órgãos públicos, nos cadastros de domicílio eleitoral e nos cadastros de empresa seguradora e concessionária de serviço público, dentre outros.
§ 4º - No caso de pessoas jurídicas de direito privado, não sendo possível determinar a vinculação do veículo na data da ocorrência do fato gerador, nos termos do item 2 do § 1º deste artigo, presume-se como domicílio o local do estabelecimento onde haja indícios de utilização do veículo com predominância sobre os demais estabelecimentos da mesma pessoa jurídica.
§ 5º - Presume-se domiciliado no Estado de São Paulo o proprietário cujo veículo estiver registrado no órgão competente deste Estado.
§ 6º - Em se tratando de veículo de propriedade de empresa de arrendamento mercantil (leasing), o imposto será devido no local do domicílio ou residência do arrendatário, nos termos deste artigo.
§ 7º - Para os efeitos da alínea “b” do item 2 do § 1º deste artigo, equipara-se a estabelecimento da empresa locadora neste Estado, o lugar de situação dos veículos mantidos ou colocados à disposição para locação.] 
R: RMIT - Lei nº 13.296/2008 do Estado de São Paulo:
· Critério material: ser proprietário de veículo automotor
· Critério temporal: o artigo 3º da Lei 13.296 e seu caráter temporal.
· Critério espacial: artigo 4º, sendo o local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado.
· Critério pessoal: Sujeito ativo - Estado de SP / Sujeito passivo – o proprietário do veículo automotor, conforme prevê o artigo 5º, ou ainda, aqueles previstos no artigo 6º.
· Critério quantitativo: Base de cálculo – observar os artigos 7º e 8º / Alíquota – observar o artigo 9º.
considerando os comandos dos arts. 109 e 110 do CTN, entendo que o art. 6, II é inconstitucional, isso porque, existe a responsabilidade do antigo proprietário do automóvel em relação aos débitos tributários relativos ao Imposto de Propriedade de Veículo Automotor – IPVA, quando não houver a comunicação ao órgão executivo de trânsito acerca da transferência de propriedade do veículo alienado.
Nesse sentido, a norma viola o artigos146, inciso III, “a”, porque somente poderia ter sido criada por lei complementar, visto que cabe à este veículo legislativo estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados na Constituição, a dos respectivos fatos geradores bases de cálculo e contribuintes.
Além disso, diante da falta de vínculo jurídico entre o ex-proprietário e o veículo na data da ocorrência do fato gerador do tributo, a exigência se consubstanciaria em confisco, em violação ao artigo 150, inciso IV, da Constituição Federal.
A norma estadual também viola os princípios constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade, pois preceitua que o descumprimento de mera obrigação acessória acarreta a obrigação ao pagamento do IPVA.
O artigo 6º, inciso II, da Lei Estadual nº 13.296/2008 viola o princípio da segurança jurídica, ao criar responsabilidade tributária, sem qualquer ligação do responsável com o fato gerador, visto que o vendedor não é mais proprietário do veículo.
Por outro lado, o artigo 115, do Código Tributário Nacional estabelece que o fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação distinta da que configura a obrigação principal.
E mais, a jurisprudência do E. Superior Tribunal de Justiça, em especial a Súmula nº 585 estabelece: “a responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no artigo 134, do Código de Trânsito Brasileiro CTB, não abrange o IPVA”.
E por fim, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do TJSP, ao analisar a arguição de inconstitucionalidade suscitada, declarou a inconstitucionalidade do artigo 6º, inciso II, da Lei Estadual n. 13.296/08, afastando a exigência do IPVA alienante do veículo.
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