Buscar

IBET_Módulo_I_Seminário_VI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

IBET – INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS
Módulo: Tributo e Segurança Jurídica
Seminário VI: Regra-Matriz De Incidência – Hipótese Tributária 
Aluna: Muryelle Reguengo Leite e Silva
1. Que é regra-matriz de incidência tributária? Qual sua funcionalidade operacional no direito positivo?
R: Paulo de Barros, com inspiração em Geraldo Ataliba e Alfredo Augusto Becker, constatou que as regras instituidoras de tributos trazem alguns elementos repetidos em suas hipóteses e nos consequentes. Com base neste estudo, apresentou a regra-matriz de incidência tributária (ou norma-padrão, ou norma tributária em sentido estrito). 
Trata-se de um esquema padronizado que se reproduz em todas as normas jurídicas, sendo elas tributárias ou não, considerando que o legislador, ao construir uma norma, carece, minimamente, desses elementos significativos; é a partir dela que se estabelece o campo de incidência de um tributo. 
“Agora, é importante dizer que não se dará a incidência se não houver um ser humano fazendo a subsunção e promovendo a implicação que o preceito normativo determina.” (CARVALHO, 2015, p. 35). Logo, há uma interpretação erigida no momento da leitura do texto legislado. Após interpretá-lo, o intérprete atribuirá uma significação a estes textos de direito positivo, compondo normas jurídicas. 
Fundamentada na lógica, a RMIT traz um antecedente, que é prescritor, com sua hipótese (de conteúdo econômico), e um consequente, que é descritor, com a relação jurídica entre as partes, uma delas (sujeito ativo) com direito subjetivo a exigir algo da outra parte (sujeito passivo), que é o tributo, e este, por sua vez, é obrigado a prestar esse dever (pagamento em pecúnia). É com base nesse juízo hipotético-condicional que é possível atingir o significado das palavras do texto do direito positivo, extraindo-se as normas jurídicas. Assim, a regra-matriz de incidência tributária foi elaborada por meio da Ciência do Direito a partir do Direito Positivo. Enquanto este último prescreve condutas juridicamente relevantes, a primeira é a interpretação da linguagem do texto jurídico. 
O antecedente da RMIT é composto por: a) critério material, que traz um verbo (conduta humana), cuja atividade fará nascer o tributo (o que); b) critério temporal, que evidencia o momento em que surge a relação jurídica em que o sujeito passivo tem o dever jurídico de cumprir a obrigação tributária e o sujeito ativo tem o direito subjetivo de receber a prestação pecuniária (quando); e c) critério espacial, que determina onde ocorrerá a incidência tributária (onde). Por sua vez, o consequente da RMIT determina a relação jurídica tributária, a obrigação tributária, apontando quem são os sujeitos passivo e ativo (quem); e o critério quantitativo, que é o valor devido pelo sujeito passivo ao sujeito ativo (quanto). 
A funcionalidade operacional da RMIT no direito positivo é, conforme evidenciado acima, a extração de várias normas de direito positivo.
Vale destacar que a regra-matriz de incidência tributária, para existir, deve ser analisada como um todo, com seu antecedente e o consequente, porque ela é una e irredutível. É mínima e irredutível porque, faltando algum de seus elementos, não se conhecerá do comando prescrito em sua totalidade. 
2. Que é hipótese de incidência tributária? Qual sua função na composição RMIT? Há necessidade de um critério pessoal compor a hipótese da RMIT? Por quê?
R: A hipótese de incidência tributária é um conceito alcançado pelo legislador ao efetuar a abstração de um fato concreto. É a descrição hipotética de uma conduta que se concretizada acarretará uma obrigação tributária. 
A função da hipótese de incidência tributária na composição da RMIT é a de aplicar o direito, de subsumir o fato jurídico à norma jurídica tributária, fazendo com que surja a obrigação tributária. É por meio da hipótese de incidência tributária que o fato se adequa a uma norma tributária que foi extraída pela interpretação da lei. 
Nos termos já evidenciado na questão anterior, há valoração nesse processo. Assim, é necessária a participação do intérprete ao conjugar o antecedente (hipótese da regra-matriz de incidência tributária), que é descritor, com o consequente da regra-matriz de incidência tributária, que é prescritor, permitindo adequar o evento ao previsto na lei, formando-se uma norma individual e concreta a esse caso específico. 
A hipótese da regra-matriz de incidência tributária é o antecedente da RMIT e, portanto, o critério pessoal não é necessário para sua composição, mas somente os critérios temporal, material e espacial. 
O critério pessoal é o conjunto de elementos, colhidos no prescritor da norma, e que nos aponta quem são os sujeitos da relação jurídica – sujeito ativo, credor ou pretensor, de um lado, e sujeito passivo ou devedor, do outro. (CARVALHO, 2013, p. 284).
Cabe ressaltar, todavia, que este critério é imprescindível ao consequente da RMIT, pois, por meio dos elementos colhidos neste, permite-se apontar quem são os sujeitos da relação jurídica que faz nascer a obrigação tributária nesta modalidade de norma. 
3. Que é incidência? Descrever, com suas palavras, a fenomenologia da incidência tributária, diferenciando, se possível, incidência de aplicação do direito.
R: A incidência é a subsunção do fato a uma hipótese legal. É possível definir como a adequação do fato a uma norma jurídica ou norma-tipo. Um tributo incide automaticamente quando ocorre um fato previsto na hipótese legal. 
Portanto, o intérprete extrairá de uma norma jurídica em sentido estrito, ou seja, a regra-matriz de incidência tributária, que é abstrata e geral, um juízo hipotético-condicional. O intérprete criará uma norma individual e concreta. 
Ao ocorrer no mundo fático esta regra-matriz que fará incidir o tributo automaticamente por meio da obrigação tributária. Assim, a incidência tributária e sua aplicação (aplicação do direito) ocorrem num mesmo instante: têm aplicação coincidente com sua incidência.
A fenomenologia da incidência tributária caracteriza-se pelo efeito de jurisdicizar o fato descrito no antecedente da norma jurídica. Desta forma, constatada a ocorrência fática da hipótese tributária, a norma incide.
Difere a incidência tributária da incidência de aplicação do direito pois há uma interpretação do texto legal por ato de vontade e a partir de então forma-se a norma.
4. Que é evento? E fato? E fato jurídico? Qual a relação entre fato jurídico e teoria das provas?
R: Evento é uma ocorrência que prescinde de linguagem competente, ou seja, prescinde de linguagem das provas. Portanto, evento não é fato típico da linguagem jurídica. 
Fato é uma construção de linguagem, é a representação metafórica do próprio evento, de acordo com Paulo de Barros Carvalho, e depende do universo linguístico em que se insere, como, por exemplo, o fato contábil, entre outros. 
O fato jurídico é um fato que exprime uma linguagem competente, nos termos do direito positivo. É um tipo de fato ou evento socialmente relevante que apresenta uma linguagem de direito positivo. Logo, é expresso por meio de juízos valorativos do direito positivo. 
A relação entre fato jurídico e teoria das provas é que fato jurídico é fato típico, que descreve um fato considerado juridicamente relevante para dizer o direito. E no direito, as provas é que conduzem ao juízo de valor de um magistrado para aplicação do direito. Sendo fato típico, ele se adequa a uma conduta típica que o indivíduo efetua. Isto porque, o fato jurídico é uma representação do evento jurídico em linguagem competente adequando-se à teoria das provas por meio de sua tipicidade.
5. Por que a expressão “fato gerador” é equívoca? Analisar os arts. 4º; 16, 105, 113, §1º, 114 e 144 do CTN e o AREsp 215273 (vide anexo I), explicando o sentido em que o termo “fato gerador” foi empregado em cada uma de suas aparições.
R: A expressão fato gerador é equivoca por fazer referência a três realidades distintas. Assim, deveria haver mais de uma expressão para explicar as diferentes realidades.
O fato geradorpode ser entendido como (a) hipótese de incidência tributária, (b) evento e (c) fato jurídico tributário. No contexto de cada artigo, observar-se-á os sentidos empregados:
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
No artigo 4º, a palavra fato gerador mais se adequa à interpretação de hipótese de incidência.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Já no artigo 16, o sentido se adequa à expressão fato jurídico tributário.
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
O artigo 105 apresenta o sentido de evento.
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
No parágrafo 1º do artigo 113, está adequado ao sentido de evento.
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.
Por sua vez, o Artigo 114 traz o sentido de hipótese de incidência.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
§1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido.
Por fim, no artigo 144 a palavra fato gerador mais se adequa à expressão evento.
6. Diferençar: a data do fato jurídico tributário da data no fato jurídico tributário (vide anexo II) e, os conceitos de erro de fato e erro de direito.
R: A data no fato jurídico tributário está relacionada à ocorrência do evento no mundo fenomênico; refere-se ao tempo do acontecimento eventual real. Logo, está diretamente ligado ao conteúdo aplicando-se a obrigação tributária a norma vigente a esse tempo.
Já a data do fato com a ocorrência do fato jurídico propriamente dito, refere-se ao direito material aplicável, ao relato do fato jurídico. A distinção é relevante no que tange ao tempo do fato jurídico para reportar exata aplicação da norma vigente no instante de ocorrência do fato.
Por sua vez, erro de fato está relacionado à prova; quando o aplicador possui provas e as aplica à norma individual e concreta transformando o fato jurídico em relação jurídica.
Enquanto que o erro de direito é uma questão de subsunção do fato à norma, onde o aplicador do enunciado-enunciado, verifica a norma geral abstrata e concreta para aplica-la à hipótese.
7.	Identifique nos acórdãos abaixo qual foi o critério da regra matriz de incidência tributária objeto da ação judicial:
	a) Recurso Extraordinário. Tributário. 2. Não incide Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) sobre embarcações (Art. 155, III, CF/88 e Art. 23, III e § 13, CF/67 conforme EC 01/69 e EC 27/85). Precedentes. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido. (STF - RE: 379572 RJ, Relator: GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 11/04/2007)
R: Critério Material (o que).
	b) RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL. EXCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO. APURAÇÃO ESCRITURAL DO ICMS E REGIME DE NÃO CUMULATIVIDADE. RECURSO PROVIDO. 1. Inviável a apuração do ICMS tomando-se cada mercadoria ou serviço e a correspondente cadeia, adota-se o sistema de apuração contábil. O montante de ICMS a recolher é apurado mês a mês, considerando-se o total de créditos decorrentes de aquisições e o total de débitos gerados nas saídas de mercadorias ou serviços: análise contábil ou escritural do ICMS. 2. A análise jurídica do princípio da não cumulatividade aplicado ao ICMS há de atentar ao disposto no art. 155, § 2º, inc. I, da Constituição da República, cumprindo-se o princípio da não cumulatividade a cada operação. 3. O regime da não cumulatividade impõe concluir, conquanto se tenha a escrituração da parcela ainda a se compensar do ICMS, não se incluir todo ele na definição de faturamento aproveitado por este Supremo Tribunal Federal. O ICMS não compõe a base de cálculo para incidência do PIS e da COFINS. 3. Se o art. 3º, § 2º, inc. I, in fine, da Lei n. 9.718/1998 excluiu da base de cálculo daquelas contribuições sociais o ICMS transferido integralmente para os Estados, deve ser enfatizado que não há como se excluir a transferência parcial decorrente do regime de não cumulatividade em determinado momento da dinâmica das operações. 4. Recurso provido para excluir o ICMS da base de cálculo da contribuição ao PIS e da COFINS. (STF – RE 574706 / PR, Relatora: Min. Carmem Lucia)
	R: Critério quantitativo (quanto) – base de cálculo.
	c) “EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS. ARRENDAMENTO MERCANTIL. OPERAÇÃO DE LEASING FINANCEIRO. ARTIGO 156, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. O arrendamento mercantil compreende três modalidades, [i] o leasing operacional, [ii] o leasing financeiro e [iii] o chamado leaseback. No primeiro caso há locação, nos outros dois, serviço. A lei complementar não define o que é serviço, apenas o declara, para os fins do inciso III do artigo 156 da Constituição. Não o inventa, simplesmente descobre o que é serviço para os efeitos do inciso III do artigo 156 da Constituição. No arrendamento mercantil (leasing financeiro), contrato autônomo que não é misto, o núcleo é o financiamento, não uma prestação de dar. E financiamento é serviço, sobre o qual o ISS pode incidir, resultando irrelevante a existência de uma compra nas hipóteses do leasing financeiro e do leaseback. Recurso extraordinário a que se nega provimento.”(RE 592905, Relator Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 02/12/2009
	R: Critério material (o que).
	d) PI – IMPORTAÇÃO – PESSOA NATURAL – AUTOMÓVEL – AUSÊNCIA DE ATIVIDADE EMPRESARIAL DE VENDA – AFASTAMENTO PELO JUÍZO – INCIDÊNCIA DO TRIBUTO RECONHECIDA NA ORIGEM – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – REPERCUSSÃO GERAL CONFIGURADA. Possui repercussão geral a controvérsia acerca da incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI na importação de veículo automotor, quando o importador for pessoa natural e o fizer para uso próprio, considerados ainda os limites da lei complementar na definição do sujeito passivo. (STF - RE 723651 RG / PR, Relator: Min. Marco Aurélio)
	R: Critério Pessoal (quem) – Sujeito Passivo.
	e) TRIBUTÁRIO. FORNECIMENTO DE PROGRAMAS DE COMPUTADOR (SOFTWARE).CONTRATO DE CESSÃO DE USO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PERSONALIZADOS. ISS. INCIDÊNCIA. PRECEDENTES. AUSÊNCIA DE QUALQUER UM DOS VÍCIOS ELENCADOS NO ART. 535 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE EFEITOSINFRINGENTES. 1. O entendimento de que a jurisprudência desta Corte de Justiça firmou-se no sentido de que os programas de computador desenvolvidos para clientes, de forma personalizada, geram incidência de tributo do ISS não conflita com o conteúdo da Súmula Vinculante 31 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “é inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISS sobre operações de locação de bens móveis.”2. A embargante, inconformada, busca, com a oposição destes embargos declaratórios, ver reexaminada e decidida a controvérsia de acordocom sua tese.3. A inteligência do art. 535 do CPC é no sentido de que a contradição, omissão ou obscuridade, porventura existentes, só ocorre entre os termos do próprio acórdão, ou seja, entre a ementa eo voto, entre o voto e o relatório etc, o que não ocorreu no presente caso. Embargos de declaração rejeitados. (STJ - EDcl no AgRg no AREsp: 32547 PR 2011/0101397-7, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, 
	R: Critério material (o que).
8. O “princípio da universalidade da renda”, prescrito para as pessoas jurídicas no art. 25 da Lei nº 9.249/1995 é prescrição que atua sobre qual(is) critério(s) da regra-matriz de incidência tributária? Descreva, ainda, como o comando desse dispositivo se relaciona com o domínio espacial de vigência.
R: O príncipio da universalidade da renda no sistema tributário nacional está associado às determinações do principio da isonomia entre os contribuintes que possuem renda unicamente no Brasil e os que também auferem renda no exterior. A previsão do artigo 25 aponta que os lucros apurados no exterior ao final do ano-calendário deveriam ser tributados no momento do levantamento do balanço abrangendo também as companhias coligadas, controladas, sucursais e filiais estabelecidas no exterior. 
Relaciona-se, por conseguinte, aos critérios temporal (ao estabelecer o último dia de cada exercício fiscal brasileiro), pessoal (ao abranger os lucros de empresas coligadas, controladas, sucursais e filiais estabelecidas no exterior) e espacial (ampliar o território ao qual se aplica a norma). 
Por fim, o domínio espacial de vigência está associado à dicotomia lugar do fato e lugar no fato.
9. A Lei nº 13.296/2008 do Estado de São Paulo prevê, em seu art. 4º, que o IPVA deverá incidir “no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado”.[footnoteRef:1] Construa a regra-matriz de incidência tributária do IPVA e, considerando os comandos dos arts. 109 e 110 do CTN, examine a licitude da legislação paulista. [1: . Artigo 4º - O imposto será devido no local do domicílio ou da residência do proprietário do veículo neste Estado.
§ 1º - Para os efeitos desta lei, considerar-se-á domicílio:
1 - se o proprietário for pessoa natural:
a) a sua residência habitual;
b) se a residência habitual for incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade onde o veículo esteja sendo utilizado;
2 - se o proprietário for pessoa jurídica de direito privado:
a) o estabelecimento situado no território deste Estado, quanto aos veículos automotores que a ele estejam vinculados na data da ocorrência do fato gerador;
b) o estabelecimento onde o veículo estiver disponível para entrega ao locatário na data da ocorrência do fato gerador, na hipótese de contrato de locação avulsa;
c) o local do domicílio do locatário ao qual estiver vinculado o veículo na data da ocorrência do fato gerador, na hipótese de locação de veículo para integrar sua frota;
3 - qualquer de suas repartições no território deste Estado, se o proprietário ou locatário for pessoa jurídica de direito público.
§ 2º - No caso de pessoa natural com múltiplas residências, presume-se como domicílio tributário para fins de pagamento do IPVA:
1 - o local onde, cumulativamente, possua residência e exerça profissão;
2 - caso possua residência e exerça profissão em mais de um local, o endereço constante da Declaração de Imposto de Renda.
§ 3º - Na impossibilidade de se precisar o domicílio tributário da pessoa natural nos termos dos §§ 1º e 2º deste artigo, a autoridade administrativa poderá fixá-lo tomando por base o endereço que vier a ser apurado em órgãos públicos, nos cadastros de domicílio eleitoral e nos cadastros de empresa seguradora e concessionária de serviço público, dentre outros.
§ 4º - No caso de pessoas jurídicas de direito privado, não sendo possível determinar a vinculação do veículo na data da ocorrência do fato gerador, nos termos do item 2 do § 1º deste artigo, presume-se como domicílio o local do estabelecimento onde haja indícios de utilização do veículo com predominância sobre os demais estabelecimentos da mesma pessoa jurídica.
§ 5º - Presume-se domiciliado no Estado de São Paulo o proprietário cujo veículo estiver registrado no órgão competente deste Estado.
§ 6º - Em se tratando de veículo de propriedade de empresa de arrendamento mercantil (leasing), o imposto será devido no local do domicílio ou residência do arrendatário, nos termos deste artigo.
§ 7º - Para os efeitos da alínea “b” do item 2 do § 1º deste artigo, equipara-se a estabelecimento da empresa locadora neste Estado, o lugar de situação dos veículos mantidos ou colocados à disposição para locação.] 
É passível de questionamento o caput do artigo 4º da mencionada lei ao indicar que o IPVA será devido ao local de domicílio ou residência do proprietário no Estado de São Paulo. A redação do dispositivo ignora a possibilidade da coexistência de domicílios, por parte de proprietários de veículos automotores situados neste Estado e em outras unidades da Federação ou no Distrito Federal. 
Tal orientação é incompatível com o disposto no Código Civil e no Código Tributário Nacional, tendo em vista que tais diplomas legais admitem de forma inequívoca a pluralidade de domicílios, independentemente da Unidade Federada em que se encontrem.
Cabe mencionar, também, a disposição da alínea “b”, do item 1, do parágrafo 1º, do artigo 4º, que, na hipótese de incerteza quanto ao domicílio, o considera o centro habitual de atividade do proprietário onde o veículo estiver sendo utilizado. 
Além disso, a solução trazida pela lei extrapola o estabelecido pelo Código Civil e pelo Código Tributário Nacional. Isto porque, no caso de incerteza quanto à residência habitual, tais diplomas legais consideram como domicílio o lugar da atividade da pessoa física. 
Assim, não seria possível associar tal local ao uso do veículo automotor. Neste caso, basta que seja exercida a atividade com habitualidade. São também indevidas as disposições da lei paulista no que toca às pessoas jurídicas, principalmente no que tange às locadoras de veículos (alíneas “a”, “b” e “c”, do item 2, do parágrafo 1º e parágrafo 4º, todos do artigo 4º, da Lei nº 13.296/2008). 
A presunção legal de se considerar domicílio da pessoa jurídica apenas o local do estabelecimento situado no território do Estado de São Paulo, quanto aos veículos automotores que a ele estejam vinculados, exclui a possibilidade de que existam outros domicílios da pessoa jurídica em outros Estados e no Distrito Federal. 
Nessa hipótese, há uma incompatibilidade entre a lei paulista e o Código Civil, bem como com o Código Tributário Nacional, na medida em que tais diplomas legais, como se viu, atribuem expressamente a qualidade de domicílio aos locais em que se situem outros estabelecimentos da pessoa jurídica.
Ademais, a vinculação de veículos automotores a determinado estabelecimento da pessoa jurídica, além de não ser uma imposição legal, nem mesmo contábil, vai de encontro com o fato de que a propriedade de qualquer bem é inerente à pessoa jurídica como um todo e não apenas a um de seus estabelecimentos. Logo, admitir como possível a vinculação a que se refere a lei paulista é o mesmo que aceitar que a propriedade é exercida apenas por um determinado estabelecimento, em detrimento da unidade da pessoa jurídica.

Outros materiais