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1 A hemostasia é o processo pelo qual o sangue se mantém fluido e restrito aos vasos sanguíneos. Tem como finalidade evitar perdas sanguíneas, bem como a perda de fluidez do sangue. Mantém o equilíbrio através de: Fatores de coagulação – produzidos em sua grande maioria pelo fígado. pacientes com doenças hepáticas tem problemas de coagulação Inibidores fisiológicos da coagulação Vasos Sistema fibrinolítico = quebra de coágulo Célula endotelial Plaquetas EQUILÍBRIO HEMOSTÁTICO PLAQUETAS As plaquetas são produzidas na medula óssea por fragmentação do citoplasma dos megacariócitos. Pequenos discos redondos; Medula óssea – megacariócitos – plaquetas; Trombopoetina (TPO) é o principal regulador da produção de plaquetas, sendo sintetizada pelo fígado. ao contrário da eritropoetina (regulador da produção de hemácias) que é produzido pelos rins. Não possuem núcleo e não podem se reproduzir. TROMBOPOESE A trombopoese é o processo no qual ocorre a geração das plaquetas que promovem a coagulação para impedir a perda de sangue em caso de uma lesão vascular. MEGACARIÓCITO O megacariócito se destaca por seu grande tamanho e por aspectos particulares do citoplasma e do núcleo. MECANISMOS PROCOAGULANTES MECANISMOS ANTICOAGULANTES HEMORRAGIA TROMBOSE hemostasia e coagulação sanguinea AULA 18 – HEMATOLOGIA BÁSICA hemostasia 2 PLAQUETAS Replicação endomitótica sincrônica = replicação do DNA sem haver divisão citoplasmática → aumenta o tamanho da célula. 1 megacariócito = 1.000 a 5.000 plaquetas Contagem normal: 150 a 400 mil SUBSTÂNCIAS IMPORTANTES NAS PLAQUETAS Actina e miosina; Resíduos de Retículo Endoplasmático e Golgi → produção de enzimas e cálcio; Mitocôndrias → ATP e ADP; Prostaglandinas → reações vasculares e teciduais; Fator estabilizador da fibrina; Fator de crescimento (multiplicação das células endoteliais); Grânulos (antagonista da heparina, fibrinogênio, vWF, fator de crescimento) Glicoproteínas (aderência só ao endotélio lesado). COMO ACONTECE A PRODUÇÃO DE PLAQUETAS? O megacariócito começa a lobular o núcleo, produzindo as plaquetas e depois emitindo os pseudópodes. Os pseudópodes se deslocam e vão se transformando em pró-plaquetas e depois plaquetas. ESTRUTURA PLAQUETÁRIA Glicoproteínas responsáveis pela adesão e agregação GPIa = adesão ao colágeno GPIb e GPIIb/IIIa = ligação ao fator de von Willebrand (a “cola” que liga a plaqueta ao endotélio), consequentemente ao endotélio vascular e ligação plaqueta- plaqueta. 3 As plaquetas são ativadas no sítio de lesão vascular para formar um tampão que contenha sangramentos. FUNÇÕES DAS PLAQUETAS A principal função das plaquetas é a formação do tampão mecânico durante a reposta hemostática normal à lesão vascular. Na ausência de plaquetas, costuma ocorrer vazamentos espontâneo de sangue de pequenos vasos. Adesão (plaqueta-parede vascular); Agregação (plaqueta-plaqueta); Atividade secretória (liberação dos grânulos – estabilização dos agregados e feedback positivo para plaquetas); Atividade pró-coagulante – ativação da cascata pela exposição do fator plaquetário 3; Fator de crescimento – PDGF estimula a multiplicação de células musculares lisas dos vasos, acelerando a cicatrização. FASES DA HEMOSTASIA Hemostasia primária formação do tampão plaquetário Hemostasia secundária consolidação do tampão pela fibrina Fibrinólise “limpeza” – quebra do coágulo INTERAÇÃO Para que tenhamos o sangue fluido nos vasos é necessário que ocorra uma interação entre o endotélio vascular, plaquetas e fatores de coagulação. Endotélio vascular Plaquetas Fatores de coagulação ENDOTÉLIO VASCULAR Anti-plaquetárias (óxido nítrico e prostaciclinas) evita que as plaquetas se agreguem Anti-coagulantes (antitrombina e trombomodulina) Fibrinolíticas (t-pA) LESÃO VASCULAR Se ocorrer uma lesão vascular, o organismo irá responder da seguinte maneira: ETAPAS DA HEMOSTASIA Lesão endotelial (exposição do colágeno e Fator de Von Willebrand); Vasoconstrição reflexa; o vaso diminui o calibre na tentativa de sanar o sangramento primeira etapa da hemostasia primária Adesão plaquetária (GPIb + FVW) e ativação (ADP, colágeno); a plaqueta fica aderida ao vaso Agregação plaquetária (GP IIIb IIIa + fibrinogênio) e degranulação do trombo plaquetário (vasoconstrição induzida); o trombo plaquetário também é chamado de coágulo instável porque pode voltar a sangrar Ativação da cascata de coagulação sanguínea (F3plaq); plaquetas ativadas 4 primeira etapa da hemostasia secundária Formação de fibrina – coágulo estável; Reparação do vaso sanguíneo lesado; primeira etapa da fibrinólise Ativação do sistema fibrinolítico; Restauração e recanalização do vaso sanguíneo. FATORES DE COAGULAÇÃO Via intrínseca: Contact system Via extrínseca: Cellular injury FATOR VON WILLEBRAND (VWF) O VWF está envolvido na adesão dependente das condições de fluxo das plaquetas à parede vascular e na adesão a outras plaquetas (agregação). Transporta o fator VIII da coagulação; Sintetizado por células endoteliais e megacariócitos; FORMAÇÃO DO COÁGULO SANGUÍNEO Lesão pequena = tampão plaquetário basta; Lesão grande = tampão plaquetário + coágulo sanguíneo; FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO Ruptura pequena → tampão plaquetário; Contato com endotélio vascular lesado, fibras de colágeno → mudanças nas plaquetas; Aumento de volume Forma irregular com pseudópodos Proteínas contráteis contraem e liberam grânulos de fatores ativos Aderem ao colágeno e à proteína “fator de Von Willebrand” Secretam ADP e enzimas, produzem tromboxano A2 ADP e tromboxano ativam mais plaquetas CASCATA DE COAGULAÇÃO Fatores de coagulação: enzimas proteolíticas na forma inativa. Quando convertidas a suas formas ativadas desencadeiam a cascata de coagulação. MECANISMO BIOQUÍMICO DE COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Anticoagulantes – inibem a coagulação predomínio na corrente sanguínea trombina, proteína c e heparina Pró-coagulantes – promovem a coagulação ativados em caso de lesão VIA EXTRÍNSECA Liberação de fator tecidual (tromboplastina tecidual) VIA EXTRÍNSECA • Começa com o traumatismo do vaso e tecidos • Mais rápida VIA INTRÍNSECA • Começa no próprio sangue • Mais lenta 5 FT + Fator VII + Ca ++ ativam Fator X em Fator Xa Fator Xa + Fator V + Ca++ = formação de complexo ativador da protrombina VIA INTRÍNSECA Traumatismo na parede do vaso e exposição de colágeno (cargas negativas) pré calicreína (PK) (HMWK) Ativação de Fator XII e liberação de fosfolipídios plaquetários com fator plaquetário III (fator tecidual) Fator XIIa + calicreína = Fator XIa Fator XIa ativa Fator IX Fator IXa + Fator VIII + cálcio = Fator Xa Fator Xa + Fator V + fosfolipídios plaquetários = formação complexo ativador da protrombina PAPEL DO CÁLCIO Necessário para promover ou acelerar a maioria das reações da coagulação; Sem cálcio não existe coagulação; CONVERSÃO DO FIBRINOGÊNIO EM FIBRINA – FORMAÇÃO DO COÁGULO Fibrinogênio Sintetizado no fígado – hepatopatia pessoas com problemas hepáticos tem níveis reduzidos de fibrinogênio, assim podendo desenvolver hemorragias. Peso molecular alto – pouco extravasa para líquidos intersticiais, apenas quando a permeabilidade dos capilares aumenta patologicamente. O fibrinogênio pode ser usado como proteína de fase aguda. COÁGULO SANGUÍNEO LISE DO COÁGULO – FIBRINÓLISE A fibrinólise (assim como a coagulação) é uma resposta hemostáticanormal à lesão vascular. O plasminogênio é convertido na serina-protease plasmina por ativadores da parede vascular (ativação intrínseca) ou dos tecidos (ativação extrínseca). A plasmina é capaz de digerir fibrinogênio, fibrina, fatores V e VIII e muitas outras proteínas. Desse processo de degradação do coágulo são liberados na corrente sanguínea alguns fragmentos, entre eles, o D-Dímero. IMPORTANTE: Limita a extensão do trombo em formação durante o processo de coagulação. Após a degradação do coágulo, os PDF (fatores dependentes de plaquetas) são removidos por COÁGULO Dissolução (remoção dos coágulos de pequenos vasos) Organização fibrosa (restauração tecidual) Tecido e endotélio lesado Ativador do plasminogênio tecidual (t-PA) Plasminogênio (profibrinolisina) Plasmina (fibrinolisina) Lise do coágulo 6 macrófagos e outras células do sistema reticuloendotelial; ANTICOAGULANTES INTRAVASCULARES Fatores endoteliais superficiais Trombomodulina – ativa proteína C Proteína C (APC) – inativa fator Va e VIIIa Proteína S – amplifica a ação da proteína C Inibidores dos fatores de coagulação TFPI (Inibidor plaquetário do fator tecidual) Antitrombina (AT) Heparina – baixa concentração fisiológica Produzida pelos mastócitos no tecido e basófilos no sangue Usado para evitar coagulação intravascular junto com a antitrombina III FATORES DEPENDENTES DA VITAMINA K II VII IX X Proteína C Proteína S ANTICOAGULANTES INTRAVASCULARES Quando solicitar? Pré-operatório; Doenças hematológicas; Pessoas que utilizam anticoagulante oral; Uso de medicamentos. como anticoncepcionais e roacutan COAGULOGRAMA Tempo de sangramento (método de Duke e método de Ivy); avalia a hemostasia primária realizado in vivo Tempo de coagulação; avalia a hemostasia secundária realizado in vitro Prova do laço; Retração do coágulo; Tempo de protrombina; Tempo de tromboplastina parcial ativado; Plaquetograma; TEMPO DE SANGRAMENTO Também denominado Tempo de sangria ou sangramento (TS). O TS mede a integridade da função plaquetária e da parede vascular; Incisão com auxílio de agulha ou lanceta no lobo da orelha ou dedo; Contar o tempo desde a incisão até a cessão do sangramento. MÉTODO DUKE Utilizar lanceta descartável; Realizar uma pequena lesão no lóbulo da orelha; Secar o local da lesão a cada 15 segundos com papel de filtro; Medir o tempo até parar o sangramento; Valor de referência: 1 – 3 minutos; Não é mais utilizado na rotina clínica. MÉTODO IVY Função vascular e plaquetária; Pressão: 40 mmHg; Local: face anterior do antebraço; Lanceta 1 cm/1mm de profundidade; Papel de filtro a cada 30 segundos, evitando as bordas do corte; Duas incisões: divergência acima de 1 minuto devemos investigar a causa; Valores normais: 7 a 9 minutos. TEMPO DE COAGULAÇÃO Avaliação da via intrínseca pode estar prolongado em diversas coagulopatias como: deficiência de fibrinogênio, hemofilia A, hemofilia B, doença de Von Willebrand, hepatopatia severa, deficiência de vitamina K, trombocitopenia, estágios testes de função hemostática 7 avançados de CID, uremia e na presença de anticoagulantes circulantes. Método: Lee White. Princípio: reflete o tempo de coagulação do sangue total quando em contato com a superfície do vidro. Interpretação: Avalia os fatores dos mecanismos intrínseco e comum da coagulação. É um teste pouco sensível. Resultados poderão ser normais em pacientes com deficiência leve a moderada dos fatores de coagulação. Deve ser substituído pelo PTTA. PROVA DO LAÇO A prova do laço é um exame rápido que deve ser feito obrigatoriamente em todos os casos de suspeita de dengue, já que permite identificar a fragilidade dos vasos sanguíneos, comum da infecção pelo vírus da dengue. Se usar esfigmomanômetro, ajusta-lo em 80 mmHg; Após os 5 minutos observar a formação de pequenas manchas avermelhadas; Valores de referência: < 4 petéqueas normal > 4 petéqueas resistência vascular diminuída Bastante solicitado em casos de dengue. RETRAÇÃO DO COÁGULO Interpretação: A retração do coágulo é usada como índice indireto de avaliação do número e da atividade plaquetária. Está diminuída quando o número de plaquetas for inferior a 100.000/mm nas alterações qualitativas das plaquetas (alteração da adesividade e/ou do mecanismo contrátil), e nível diminuído do fibrinogênio. TEMPO DE PROTROMBINA - TP Tromboplastina tecidual (extrato de cérebro) e cálcio são adicionados ao plasma citratado (sangue colhido com anticoagulante); INR: Índice Internacional Normalizado. Valor de referência: 10 – 14 segundos. TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVA – TPPA Valor de referência: 30 a 40 segundos. 8 CONTAGEM DE PLAQUETAS PATOLOGIAS ASSOCIADAS A HEMOSTASIA Trombocitose; excesso de plaquetas em relação aos padrões considerados normais. Trombocitopenia (heparina, medicamentos e outros); Síndrome de Bernard-Soulier; Trombastenia de Glansmann; Doença de von Willebrand; CIVD: coagulação intravascular disseminada; Púrpura; Deficiência de fatores de coagulação. SÍNDROME BERNARD SOULIER É considerada uma doença de adesão porque temos a deficiência de glicoproteínas que promove adesão. SÍNDROME GLANZMANN É considerada doença de agregação porque temos a deficiência de glicoproteínas que promove agregação. No entanto, alguns autores consideram essa síndrome como também doença de adesão.
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