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Direito Comercial II 2020 (1)

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DIREITO COMERCIAL II
TÍTULOS DE CRÉDITO
Professor: Moacir Gomes Ribeiro
UNIFEBE - 2020
1. Missão do Curso:
 Atuar no campo da Ciência Jurídica, por meio do ensino, pesquisa e extensão e pelo desenvolvimento de atividades de cooperação com diferentes setores da comunidade, para a formação de profissionais críticos e cidadãos responsáveis, capazes de interagir nos diferentes ambientes sociais, visando a resolução de problemas sócios-jurídicos.
2. Bibliografia Básica:
 2.1. BERTOLDI, Marcelo M.; RIBEIRO, Marcia Carla Pereira. Curso avançado de direito comercial. 10.ed., revi., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016. 862 p. ISBN 9788520368589. 
 2.2. COELHO, Fábio Ulhoa, Curso de direito comercial. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 601 p. ISBN 9788502189386 (v. 1). Número de Chamada: 346.07 C672c 17. Ed. 
 2.3. NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 733 p. ISBN 9788502198692 (v. 3). Número de Chamada: 346.07 N385m 8. Ed. 
3. Bibliografia Complementar 
3.1. ALMEIDA, Amador Paes de. Teoria e prática dos títulos de crédito. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 564 p. ISBN 9788502126596. Número de Chamada: 346 A447t 29. Ed.
3.2. MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 37. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 451 p. ISBN 9788530952228.
3.3. MARTINS, Fran. Títulos de crédito. 16. ed., atual. Rio de Janeiro: Forense, 2013. 570 p. ISBN 9788530947408.
 
3. Bibliografia Complementar 
3.4. RIZZARDO, Arnaldo. Títulos de crédito. 3. ed., rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2011. 288 p. ISBN 9788530934644.
3.5. THEODORO JÚNIOR, Humberto, 1938-. Curso de direito processual civil. 58. ed., rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017. 1256 p. ISBN 9788530973223 (v. 1).
4 – Leituras Complementares
BULGARELLI, Waldirio. Títulos de crédito. 11. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 553 p. ISBN 8522412766X. (Livro).
GLICÉRIO FILHO, João. Direito empresarial iii : títulos de crédito e contratos empresariais. São Paulo Saraiva 2012 1 recurso online (Saberes do direito 29). ISBN
 9788502176980. (E-book)
MORAES, Emanoel Macabu. Protesto notarial : títulos de crédito e documentos de dívida. 3. São Paulo Saraiva 2013 1 recurso online ISBN 9788502220508. (E-book);
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial, v.2 : títulos de crédito. 8. Rio de Janeiro Atlas 2017 1 recurso online ISBN 9788597011241. (E-book).
5 - Cronograma das aulas
Cronograma das Aulas: Sexta-feira – Noturno: 
1ª aula - 07/02 - Apresentação do Plano de Ensino e início do conteúdo programático;
2ª aula - 14/02 - Conteúdo programático;
3ª aula - 21/02 - Conteúdo programático;
4ª aula – 28/02 – Conteúdo programático;
5ª aula - 06/03 - 1ª Avaliação (A1);
6ª aula - 13/03 – Conteúdo programático;
7ª aula – 20/03 – Conteúdo programático;
8ª aula - 27/03 - Conteúdo programático;
9ª aula - 03/04 - 2ª Avaliação (A2) e final das aulas. 
6 – Metodologia das aulas
II - Este Plano de Ensino poderá ser objeto de adequações ao longo do curso, sempre de acordo com a necessidade e desde que garanta maior qualidade de aprendizagem, garantida a prévia discussão das mudanças com o corpo discente.
III - As aulas serão ministradas de acordo com a Constituição Federal.
IV - Instrução Normativa PROENG nº 4/2015: Art. 4º. A média final será calculada considerando o peso de 80% (oitenta por cento) das avaliações regulares da disciplina e mais 20% (vinte por cento) da Avaliação Multidisciplinar.
V - O aluno que não realizar alguma das avaliações na data programada, deverá seguir os procedimentos regulares da UNIFEBE através de requerimento junto à Secretaria Acadêmica.
 
6 – Metodologia das aulas
VI - O aluno que permanecer com celular, computadores ou similares em sala de aula, deverá deixá-los, obrigatoriamente, no modo silencioso e/ou sem som. Não sendo permitido o seu uso para fins estranhos ao conteúdo desenvolvido em sala de aula;
VII - É proibida a utilização de qualquer equipamento eletrônico (inclusive celulares e similares) durante a realização das avaliações, sob pena de ser aplicada a nota 0 (zero) á respectiva avaliação.
VIII - Receberá presença somente o aluno que estiver em sala na hora da chamada e a responder.
IX - Não serão aceitos trabalhos/avaliações fora do prazo/horário estipulado.
X - Atestado Médico ou afins servem somente para justificar a falta, mas não para aboná-las. Haverá abono de faltas somente nos casos autorizados pelo Regimento da UNIFEBE, por meio da Secretaria Acadêmica. 
7- Objetivo Específico da Disciplina
Reconhecer os títulos de crédito e seus princípios gerais.
Identificar os títulos de crédito, assim como, seus conceitos, características, sua natureza jurídica e classificação.
Operar o Direito Comercial sob a égide da legislação em relação ao sistema escritural. 
8 - Conteúdo 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito.
1.1. Princípios Gerais dos Títulos de Crédito.
1.2. características.
1.3. natureza jurídica.
1.4. classificação dos títulos de crédito.
1.5. Atos cambiais.
1.5.1. Saque.
1.5.2. Aceite.
1.5.3. Endosso.
1.5.4. Aval. 
8 - Conteúdo 
Títulos Cambiais e cambialiformes.
2.1. Letra de câmbio: Características e legislação aplicável.
2.2. Nota promissória: Requisitos e regime jurídico.
2.3. Cheques: modalidades de cheque, pagamento do cheque, cheque sem fundo e decadência.
2.4. Duplicata mercantil: causalidade, aceite, exigibilidade do crédito representado por duplicata, títulos de crédito por prestação de serviços.
2.5. Títulos de créditos comerciais, industriais, rurais e à exportação: modalidades de créditos comerciais, industriais, rurais e de exportação.
2.6. Conhecimento de transportes e de depósito, “warrant” e outros títulos. 
2.7. Cartões de crédito; conceito e características.
8 - Conteúdo 
Sistema escritural.
3.1. Títulos de crédito escriturais e eletrônicos.
9 - Metodologia
1 a 9. Serão utilizadas aulas expositivas e dialogadas com o uso do projetor multimídia, com estudo na legislação e doutrina pertinentes ao tema. 
1 a 9. Utilização de recursos paradidáticos (revistas, artigos de divulgação científica e vídeos), com uso de slides; estudo de casos; grupo de verbalização e observação com debates e posições divergentes (atividades em grupo).
10 - Instrumentos de Avaliação
1. A 1ª Avaliação (A1) será uma apresentação de trabalho em equipe, sendo os temas e a formação das equipes realizados no primeiro dia de aula, cujo peso da nota será 10. 
2. A 2ª Avaliação (A1) será realizada com questões de múltiplas escolhas, individuais e sem consulta, cujo peso da nota será 10. 
3. Ao final de cada capítulo serão realizados exercícios escritos para revisão do conteúdo através da aplicação dos conceitos estudados.
4. A sistemática de avaliação proposta poderá ser alterada durante o semestre. 
11 - Critérios de Avaliação
1. Para a parte objetiva das avaliações: domínio e/ou identificação de conceitos científicos; capacidade de relacionar os conceitos; capacidade de aplicar os conceitos científicos em situações concretas.
2. Capacidade de aplicação dos principais conceitos estudados e participação e conceitos científicos; raciocínio lógico na descrição de ideias; capacidade de aplicar conceitos científicos estudados; argumentação e concisão nas respostas.
3. A sistemática de avaliação proposta poderá ser alterada durante o semestre. 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito
Atividade empresarial = direito empresarial.
3 pilares fundamentais = rapidez, segurança e crédito.
O crédito representa, em uma ideia geral, a confiança no cumprimento das obrigações, o que facilita extremamente as transações comerciais, que nem sempre representam trocas imediatas de valores. Foi ele que permitiu a expansão e o desenvolvimento das principais atividades econômicas existentes no mundo moderno.
Crédito
A palavra crédito deriva do latim CREDITUM, que por sua vez advém de CREDERE, que significa confiar, ter fé.Assim sendo, o crédito representaria a confiança que alguém deposita em outrem. 
Acepção moral. 
Crédito
Conceitos econômicos:
Crédito é a troca no tempo e no espaço; 
É a permissão de usar capital alheio;
É o saque contra o futuro;
Confere o poder da compra a quem não dispõe de recursos para realizá-lo;
É a troca de uma prestação atual por prestação futura.
A ideia essencial de todas essas acepções é a da troca de um bem atual por um bem futuro.
Crédito representa a outorga do poder de compra a quem não tem recursos para fazê-lo. 
Crédito
Acepção jurídica:
 Representa o direito a uma prestação do devedor, quando se fala do crédito, refere-se a um direito do credor de uma relação obrigacional. 
 Crédito – é a transação entre duas partes, na qual uma delas (o credor) entrega a outra (o devedor) determinada quantidade de dinheiro, bens ou serviços, em troca de uma promessa de pagamento. (Maria Bernadete Miranda)
Direito Cambiário
Chama-se de direito cambiário ou direito cambial o sub-ramo do direito empresarial que disciplina todo o regime jurídico aplicável aos títulos de crédito
Elementos do Crédito:
elementos primordiais: 
 - a confiança (subjetivo);
 - o prazo (tempo) - a própria prestação (objetivo);
 - o interesse – juros;
 - o risco. 
 crédito = confiança + tempo. 
 O crédito só pode desenvolver seu papel apresentando 3 características básicas: - a certeza; - a segurança e a facilidade na sua circulação. (Sérgio Carlos Covelho) 
Teoria Geral dos Títulos de Crédito
 “... título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo, nele mencionado”. (César Vivante)
 “Os títulos de créditos são documentos representativos de obrigações pecuniárias”. 
 (Fábio U. Coelho)
1.1. Princípios Gerais dos Títulos de Crédito 
Coexistem no Direito Cambiário brasileiro as leis nacionais e a Convenção de Genebra para a uniformização das letras de câmbio e notas promissórias.
Os títulos de créditos são regidos, em geral pelo Código Civil Brasileiro de 2002 (arts. 887 a 926), ressalvadas as disposições contidas em legislação especial, que regula cada um deles, como por exemplo, a legislação que dispõe sobre a Letra de Câmbio e a Nota Promissória (Decreto n. 2.044/1908), a Duplicata Mercantil e de Serviço (Lei n. 5.474/1968), o Cheque (Lei n. 7.357/1985), o Conhecimento de Depósito e “Warrant” (Decreto n. 1.102/1903), dentre outros. 
1.1. Princípios Gerais dos Títulos de Crédito 
Três são os princípios que informam o regime jurídicocambial: cartularidade, literalidade e autonomia.
Cartularidade – baseia- se no fato de que um título de crédito existe enquanto existir a sua cártula, ou seja, enquanto existir o próprio título impresso, que tem por finalidade a representação de um direito de crédito preexistente, devendo todas as informações relativas ao crédito cambiário, que é o crédito representado pelo título, estarem inseridas na cártula.
A cartularidade ou incorporação corresponde à necessidade de apresentar o título afim de que se exerça seu direito de troca (cambial), sendo fundamental que o documento seja apresentado ou ser confirmada sua existência.
 Ver Esquema 2.
1.1. Princípios Gerais dos Títulos de Crédito 
 Os Títulos de Crédito correspondem a documentos que são necessários para que se exerça um direito literal e autônomo, que esteja neles contido. 
 Apresentou-se como documentos uma vez que o título representa um direito, necessário visto que é obrigatória sua apresentação para o direito ser exercido; tem literalidade uma vez que tem que estar declarado no documento a que se refere; é autônomo – não sendo vinculado a outro – tendo em seu corpo as obrigações independentes entre si.
Literalidade – atende ao que eles expressam e diretamente mencionam. O que está escrito é exatamente a quantidade do crédito do portador e a extensão da obrigação do devedor. 
Assim, a literalidade corresponde à subordinação do Direito face ao teor específico do título, devendo o valor estar expresso em moeda corrente nacional, a exceção são de ter sido originado por uma negociação oriunda de exportação.
Literalidade 
Positiva – o que está no TC obriga.
Negativa – O que não está no TC não obriga.
Em branco ou com omissões – obrigará por aquilo que o portador lançar no título.
Literalidade: Formalismo 
Reserva legal;
Documento formal;
Somente a lei pode criar;
Tem que preencher todos os requisitos.
Autonomia – cada obrigação que se estabelece é autônoma com relação às demais. 
Uma obrigação que se origina de um título de crédito (obrigação cambial) é autônoma em relação às demais obrigações decorrentes do mesmo direito de crédito (obrigações civis e comerciais) que deram causa ao título em questão, sendo que tal obrigação, por assim dizer autônoma, gera direitos autônomos no campo processual. 
Código Civil
Art. 887 – O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
 Art. 888 – A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a validade do negócio jurídico que lhe deu origem. 
Princípios e características dos títulos de crédito:
Ver apontamento
Noções dos Títulos de Crédito
Ver Esquema 1
1.2. Características: 
A classificação dos títulos de crédito ocorre, a partir de princípios relacionados ao seu modelo, estrutura, hipóteses de emissão e forma de circulação, conforme explicado a seguir.
 
Modelo: 
  – os títulos podem ser: livres ou vinculados, sendo os livres os que em sua forma não precisem observar padrões normativamente estabelecidos. Os vinculados são os que têm padrão definido pelo direito e têm de cumprir os requisitos específicos para serem válidos.
 - Como exemplos desses últimos, temos as duplicatas mercantis (que são originadas de transações de compra e venda a prazo ou de prestações de serviços) e os conhecidos cheques (que têm forma definida pelo Banco Central do Brasil e atendem às normas de formatação definidas).
Estrutura:
  Os títulos podem ser: “ordens de pagamento” (que preveem situações de confecção da ordem (dá a ordem), a quem se destina a ordem (quem irá pagar) e ao beneficiário dela (quem irá receber); e “promessas de pagamento”, das quais decorrem as situações jurídicas de saque cambial (quem promete pagar) e o beneficiário da promessa (quem irá receber), tendo como exemplo desse a nota promissória.
Hipóteses de emissão:
  – mais especificamente à natureza dos direitos
que são incorporados nos títulos, esses podem ser causais ou não causais(abstratos). 
 - Os causais são aqueles que apresentam as causas necessárias, ou seja, existem em função de determinados negócios sendo influenciados pela sua existência. 
 - Os não causais (ou abstratos) correspondem àqueles cujos direitos incorporados ao título não se interligam e, assim, independem dos negócios que deram lugar à emissão do título.
Forma de Circulação dos títulos de crédito:
 Em relação aos atos jurídicos que podem operar a transferência de titularidade dos créditos representados pela “cártula”, os títulos podem ser:
 
ao portador:
  – quando, no título, não é expressamente mencionado
qual seria o nome do beneficiário da prestação. Dessa forma, é considerado como titular do direito incorporado ao documento a pessoa que estiver de posse desse título no momento de sua apresentação, sendo por isso transmissível por mera tradição;
Forma de Circulação dos títulos de crédito:
Nominativos: 
 – correspondem aos títulos que circulam mediante termo de transferência ou cessão. Dessa forma, esse tipo de título sempre traz o nome da pessoa indicada como beneficiária da prestação a ser realizada;
Forma de Circulação dos títulos de crédito:
à ordem: nesses,além de constar o nome de seu beneficiário,
apresentam uma cláusula que esclarece que o direito à prestação pode ser transferido pelo beneficiário para outra pessoa;.
 
não à ordem: constando a cláusula “não à ordem”, essa retira do título a livre circulação, uma vez que faz com que o crédito não seja facilmente utilizado para circulação por meio de endosso. Contudo, os títulos que contém essa cláusula também podem circular por meio de cessão, o que irá requerer termo de transferência. Esse precisa ser devidamente assinado pelo cedente e pelo cessionário e, nesse caso, o cedente estará obrigado apenas ao cessionário, e não a posteriores que possam ser possuidores do título, circulando acompanhados das cessões civis de crédito.
Atributos dos TC
Negociabilidade:
 - O título de crédito pode circular por endosso ou tradição.
Executividade:
 - execução imediata da obrigação.
1.3. Natureza Jurídica
Leis uniformes e leis nacionais:
 
Coexistem no Direito Cambiário brasileiro as leis nacionais e a Convenção de Genebra para a uniformização das letras de câmbio e notas promissórias. 
Em regra, a lei posterior (Lei Uniforme de Genebra) prevalece. Entretanto, quando ocorre colidência entre a LUG e as leis nacionais, deve-se verificar a existência de reserva do legislador pátrio. 
1.3. Natureza Jurídica
Uma determinada obrigação pode ser representada por diferentes instrumentos jurídicos: cheque, nota promissória ou letra de câmbio. 
A natureza do título de crédito é sua essencialidade de instrumento representativo de obrigação. 
1.4. Classificação dos Títulos de Crédito
1.1) Circulação:
ao portador: 
 é aquele que não possui expresso na cártula (títulos) o nome do beneficiário do crédito, razão pela qual, qualquer pessoa que esteja portando o título será considerada seu legitimo possuidor. Portanto, os títulos ao portador circularão pela simples tradição (entrega do título). Existe somente um exemplo: o cheque, sendo que a partir de R$ 100,00, será nominativo.
b) nominativos: 
 é aquele que possui expresso na cártula o nome do beneficiário do crédito, acrescido da cláusula a ordem, hipótese em que circulará pelo endosso(exemplo de endosso: assinatura no verso do título, quando especifica o nome é um endosso em preto), ou da cláusula não a ordem, hipótese em que circulará pela cessão de créditos.
c) á ordem:
 Se emitidos em benefício da pessoa indicada ou daquela a que esta determinar (ordenar) e transferíveis por meio do endosso, neles lançado. 
d) mistos:
 Títulos nominativos munidos de cupões ao portador.
 
 1.2) Quanto à natureza:
 títulos de crédito causais e títulos de crédito abstratos (não-causais). 
a) Títulos de crédito causais – são títulos cuja emissão depende da ocorrência de determinada hipótese ou “causa” específica, prevista na respectiva norma que os regule, constituindo tal causa requisito indispensável à sua emissão. Exemplo: Duplicata Mercantil. 
b) Títulos de crédito abstrato – são títulos cuja emissão não dependem da ocorrência de determinada hipótese ou “causa” específica. Pode ser criado por qualquer causa, para representar obrigação de qualquer natureza no momento do saque. Exemplo: Cheque, Nota Promissória. 
1.4. Classificação dos Títulos de Crédito
1.3) Quanto ao modo de circulação: 
 podem ser ao portador ou nominativos.
Títulos ao portador – são títulos que circulam por intermédio de quem os portar. São aqueles que, por não identificarem o seu credor, são transmissíveis por mera tradição. 
 Código Civil :
 Art. 904 – A transferência de título ao portador se faz por simples tradição.
 Art. 905 – O possuidor de título ao portador tem direito à prestação nele indicada mediante a sua simples apresentação ao devedor.
 Parágrafo único – A prestação é devida ainda que o título tenha entrado em circulação contra a vontade do emitente. 
 Art 907 – É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial. 
B) Títulos nominativos – são os que identificam o seu credor e, portanto, a sua transferência pressupõe, além da tradição, a prática de um outro ato jurídico.
 Os títulos de crédito nominativos ou são “à ordem” ou “não à ordem”. 
Os títulos nominativos com a cláusula “à ordem” circulam mediante tradição acompanhada de endosso, e os com a cláusula “não à ordem” circulam com a tradição acompanhada de cessão civil de crédito. 
O endosso é efetuado mediante assinatura do credor beneficiário (endossante) no verso ou anverso do próprio título e transfere a sua propriedade a terceiro designado endossatário, visto que a legislação em vigor admite apenas o endosso “em preto”, com a expressa indicação do nome do endossatário. 
Na cessão de crédito o cedente precisa comunicar ao devedor a cessão do crédito contra ele existente, a fim de que o referido devedor possa, se for o caso, opor eventuais exceções à cessão efetuada, sob pena de não ter eficácia em relação ao devedor. 
Código Civil:
 Art. 910 – O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título. §1º - Pode o endossante designar o endossatário, e para a validade do endosso, dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante. 
§2º - A transferência por endosso completa-se com a tradição do título. 
§3º - Considera-se não escrito o endosso cancelado, total ou parcialmente. 
 Art. 921 – É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente. 
Art. 922 – Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente.
 Art. 923 – O título nominativo também pode ser transferido por endosso que contenha o nome do endossatário.
 § 1º - A transferência mediante endosso só tem eficácia perante o emitente, uma vez feita a competente averbação em seu registro, podendo o emitente exigir do endossatário que o comprove a autenticidade da assinatura do endossante.
1.4) Quanto a sua estrutura:
 - Ordens de pagamento ou promessa de pagamento. 
 a) Ordens de pagamento – há títulos que estão estruturados na forma de ordens de pagamento. Esses títulos comportam três posições jurídicas distintas: 
 a) o sacador ou emitente (aquele que emite o título pelo saque cambial); 
 b) o sacado (obrigado cambiário) contra quem é emitida a ordem de pagamento;
 c) o beneficiário, aquele em favor de quem deve ser efetuado o pagamento por parte do sacado, em cumprimento à ordem em questão. Exemplos: a letra de câmbio, o cheque e a duplicata. 
B) Promessas de Pagamento – há títulos que estão estruturados juridicamente na forma de promessas de pagamento. Nesses títulos existem apenas duas posições jurídicas distintas: a) o promitente ou devedor; 
 b) o promissário ou credor (destinatário da promessa). Exemplo: nota promissória. 
1.5) Quanto ao conteúdo dos títulos:
a) títulos de crédito propriamente ditos: letras de câmbio, livrança (nota promissória), extratos de fatura (duplicatas), obrigações (debêntures), papel comercial, certificados de depósito e títulos de participação (que, em Portugal, pelo Decreto-Lei n. 321/85, conferem remuneração pecuniária, que inclui participação nos lucros da empresa – no Brasil são chamados partes beneficiárias); 
b) títulos representativos: são os que incorporam direitos sobre determinadas coisas: conhecimento de depósito e warrant, guia de transporte, conhecimento de carga ou de embarque, guia de transporte aéreo; c) títulos de participação social: as ações.
Exercícios
1. O que é crédito?
2. O que é título de crédito?
3. Quais as características do título de crédito?
4. Qual a classificação do título de crédito?
 5. Cite as espécies dos títulos de créditos. 
1.5. Atos Cambiais 
Saque ou emissão – ato que cria o título.
Aval – obrigação de garantia pessoal.
Aceite – assunção da obrigação de pagar.
Endosso – meio de transferência do título.
Protesto – prova da mora do devedordo título.
1.5.1. Saque
A letra de câmbio é uma ordem de pagamento.
São três diferentes complexos de direitos e obrigações que nascem juntamente com o título:
tem-se a situação jurídica daquele que dá a ordem de pagamento, que determina que certa quantia seja paga por uma pessoa a outra. Quem se encontra nesta situação é chamado de sacador. 
Há a situação jurídica daquele para quem a ordem é dirigida, o destinatário da ordem, que deverá, dentro de condições estabelecidas, realizar o pagamento ordenado. A pessoa nesta situação é denominada sacado.
1.5.1. Saque
3) Existe a situação jurídica do beneficiário da ordem de pagamento, aquele em favor de quem se fez dita a ordem, e que, por isso, é o credor da quantia mencionada no título. Quem se encontra nesta situação jurídica é conhecido como tomador. 
 São três situações jurídicas distintas, que surgem com a prática de um ato cambial chamado saque. 
1.5.1. Saque
Saque – é o ato de criação, de emissão da letra de câmbio. Após este ato cambial, o tomador estará autorizado a procurar o sacado para, dadas certas condições, poder receber dele a quantia referida no título.
Mas o saque produz um outro efeito, também: o de vincular o sacador ao pagamento da letra de câmbio. 
Características:
É uma ordem de pagamento;
É o ato que cria o TC;
O sacador é coobrigado nos títulos, exceto o cheque;
No cheque, o sacador é o devedor principal.
1.5.2. Aceite
 Aceite é o ato de vontade materializado pela aposição de assinatura no título, mediante a qual o sacado concorda com a ordem do sacador, tornando-se o principal responsável pelo pagamento da quantia expressa na letra de câmbio na data de seu vencimento. 
1.5.2. Aceite
Recusa do aceite: pode ser tácita, pela simples devolução do título ao portador, ou expressa, por manifestação escrita do sacado lançada no título e acarreta alguns efeitos: 1) a necessidade de o portador protestar o título no prazo legal para comprovar a falta de aceite (LUG, art. 44), sem o que perderá o direito de ação contra os endossantes e outros coobrigados (LUG, art. 53); 2) o vencimento antecipado do título, permitindo ao portador exercer seus direitos de ação antes do vencimento ordinário do título, mesmo se a recusa for apenas parcial (LUG, art. 43). 
1.5.2. Aceite
Aceite limitado é a anuência do sacado em pagar tão só parcialmente a quantia mencionada na cambial, vinculando-se, nesses limites, à obrigação cambial.
1.5.2. Aceite
Efeitos da não apresentação para o aceite: se o portador perder o prazo para a apresentação para o aceite do título na modalidade em que ele é obrigatório – vencimento a certo termo da vista – perderá o direito de regresso contra todos os coobrigados ao título, salvo se comprovar a existência de motivo suficiente à prorrogação (LUG, arts. 53 e 54). 
Motivo insuperável é o decorrente de força maior, diverso de causa ligada ao interesse puramente pessoal do portador ou da pessoa encarregada da apresentação. O portador deve apresentar o título sem demora tão logo cesse a força maior. Se a circunstância impeditiva prolongar-se por mais de trinta dias, ocorrerá vencimento antecipado, dispensando-se tanto a apresentação como o protesto. 
1.5.2. Aceite
Letra não aceitável: é a que traz cláusula de proibição de aceite. Pode ocorrer tão somente nas modalidades de apresentação facultativa, uma vez que a apresentação é indisputável nos casos de letra vencível a certo termo da vista e nas letras pagáveis em localidade diversa do domicílio do sacado.
Ver esquema 3
1.5.3. Endosso 
A letra de câmbio comporta três figuras: 
- o sacador – emitente da ordem; 
- o sacado – pessoa indicada a realizar o pagamento; 
- e o tomador - beneficiário do título, portador originário que o recebe das mãos do sacador. 
 A este último cabe dar início à circulação do título, tornando-se o primeiro endossante. O endossatário é a pessoa que passa a ser o beneficiário do título, seu portador. 
1.5.3. Endosso 
 É o ato cambial pelo qual o credor (endossante) de um título nominativo a ordem o transfere a terceiro (endossatário), vinculando-se ao seu pagamento como co-obrigado (se o devedor principal não pagar, poderá ele, o endossante, ser cobrado).
 A letra de câmbio é emitida à ordem, independentemente de cláusula expressa. É possível, entretanto, a inserção de cláusula não à ordem, tornando o título intransmissível por endosso. 
1.5.3. Endosso 
Efeitos do endosso: - transfere o título e o respectivo crédito do endossante para o endossatário.
 - vincula o endossante ao pagamento do título como co-obrigado (co-devedor).
 O protesto do título por falta de pagamento dentro do prazo legal é ato indispensável /necessário para que o endossatário, titular o crédito, possa exigir do endossante (co-obrigado) o seu pagamento.
 O endosso parcial no Brasil é vedado (considerado nulo).
1.5.3. Endosso
Modalidades de endosso: 
 - em branco: é a modalidade de endosso no qual o endossatário não é identificado no título. 
 Em regra, o endosso em branco se dá pela simples assinatura do endossante no verso da cártula.
 - em preto: é aquele em que o endossatário tem o seu nome expressamente identificado pelo endossante no título. O endosso em preto poderá se dar no verso ou anverso do título (face).
Ver esquema 4 
1.5.4.Aval
À falta de outro termo, denomina-se aval tanto o instituto jurídico como o ato de vontade, a obrigação (perante o credor) e a garantia (a favor de um dos devedores) resultantes dessa declaração.
aval é instituto jurídico tipicamente cambiário por meio do qual alguém, signatário ou não da letra, promete o cumprimento de obrigação de pagamento de importância em dinheiro, no todo ou em parte e de forma autônoma, em posição equivalente à obrigação de um ou mais devedores integrantes do título de crédito. 
1.5.4. Aval
Para distinguir de outros institutos cambiários, a assinatura para o aval deve ser acompanhada de expressões “bom para aval” ou fórmula equivalente, salvo se a assinatura for lançada no anverso do título, que dispensa qualquer qualificação. 
Desse modo, identificadas as assinaturas do sacador e do aceitante, todas as demais lançadas no anverso, sem expressão qualificadora, serão necessariamente de avalistas. 
1.5.4. Aval
Em preto: é aquele que indica o avalizado e pode ser lançado em qualquer lugar do título; 
Em branco: não indica o avalizado, contudo presume-se que foi realizado em favor do sacador, na letra de câmbio; do emitente na nota promissória ou no cheque e do sacado na duplicata. É a assinatura não identificada na face do título, no seu anverso, frontal, portanto. 
1.5.4. Aval
Diferenças entre aval e fiança:
	Aval 	Fiança 
	1) cambiário.	1) contratual.
	2) Deve ser escrito no próprio título. 	2) Pode ser escrito em qualquer documento.
	3) A obrigação do avalista é substancialmente autônoma em relação à obrigação do avalizado (art. 32 da LUG).	3) A obrigação do fiador é acessória e, por isso, segue a sorte da obrigação principal.
	4) Ato unilateral.	4) Ato bilateral.
	5) solidariedade.	5) Benefício de ordem – art. 827 do CC.
Semelhanças entre aval e endosso 
São figuras jurídicas próprias e exclusivas do direito cambiário;
Só podem ser lançadas no titulo de crédito;
Devem corresponder a um negócio jurídico puro e simples, não podendo estar subordinados a condição; 
Constituem declarações cambiárias sucessivas e eventuais;
Consubstanciam obrigações de natureza autônoma e solidária.
Diferenças entre aval e endosso 
	Aval 	Endosso 
	Função de reforçar as garantias existentes no título.	Função de operar a transferência do título.
	Pode ser lançado por qualquer pessoa, mesmo que estranha à relação cartular.	Somente pode ser feito pelo beneficiário ou portador do título.
	Pode ser parcial.	Não pode ser parcial.
	Pode ser lançado ainda que o título não tenha circulado. 	Pressupõe a circulação do título (ressalvado o endosso impróprio)Principais características do aval
Ver Esquema 5.
Exercícios
Cite 3 atos cambiais.
Quais os elementos com direitos e obrigações do saque?
O que é saque?
Cite 2 características do saque.
O que é aceite?
Como acontece a recusa do aceite?
O que é aceite limitado?
Quais as três figuras do endosso em uma letra de câmbio?
 O que é endosso?
Quais os efeitos do endosso?
Quais as modalidades do endosso?
O que é aval?

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