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1 Aline David – ATM 2025/B DIAGNÓSTICO POR IMAGEM – AULA 03 e 04 ESPAÇO ALVEOLAR X INTERSTÍCIO ❖ Lóbulo pulmonar secundário (LPS) → é uma unidade funcional contendo vários ácinos pulmonares e ramos dos brônquios terminais e da artéria pulmonar. Esse LBS tem cerca de 1 cm, sendo importante nas alterações radiológicas. DOENÇA ALVEOLAR ❖ Ocupação do espaço aéreo pulmonar dentro dos alvéolos → ocupam os ácinos (região mais periférica). ACHADOS RADIOLÓGICOS ❖ É diferente do diagnóstico. CONSOLIDAÇÃO ❖ Acomete mais a doença alveolar; ❖ Ocupação do espaço aéreo pulmonar por: - Água; - Pus; - Sangue; - Células neoplásicas (adenocarcinoma e linfoma) → mais raramente. - Material externo (óleo, por exemplo) → crianças com paralisia cerebral podem ter problemas para evacuar. As mães como medida administravam óleo mineral para essas crianças. No entanto, algumas delas apresentavam problemas de deglutição e o óleo ia parar no pulmão, ocasionando o achado radiológico de consolidação. Exemplo de doenças consolidativas: PNEUMONIA LOBAR ❖ Geralmente infecciosa do parênquima pulmonar. ❖ Costuma ser bacteriana (mas não é regra); ❖ Germe mais comum: pneumococo (S. pneumoniae). ❖ Modo de progressão: - Congestão → Hiperemia (processo inflamatório), edema alveolar e proliferação bacteriana. - Hepatização vermelha → exsudato alveolar inflamatório hemorrágico (derrubam células para dentro dos alvéolos. Onde tinha ar, agora tem material inflamatório); - Hepatização cinzenta → exsudato alveolar fibrinopurulento (leucócitos se proliferam e o exsudato inflamatório se transforma mais fibrinulento → pus); - Resolução → limpeza alveolar progressiva com ou sem resíduo (a defesa celular faz uma limpeza progressiva dos nossos alvéolos, retirando o exsudato fibrinolento. Essa fase é lenta, portanto, demora para isso diminuir no exame radiológico, mas o antibiótico utilizado está sim fazendo efeito); ❖ Resolução radiológica: 4-6 semanas (demora mais do que a resolução clínica). ❖ Canais de comunicação lobares: ocasionam ganho (conseguem ventilar a partir de um brônquio terminal); perda (facilitam a transmissão da infecção para os demais alvéolos). 2 Aline David – ATM 2025/B - Canal de Martin → comunicam dois bronquíolos terminais. - Canal de Lambert → comunicam um lóbulo pulmonar secundário com um bronquíolo terminal. - Poros de Kohn → ligam a parede de um lóbulo secundário com outro lóbulo pulmonar secundário. - Tem uma área mais branca (mais densa) → nuvem cobrindo a região do tórax. - Delimitação bem precisa com consolidação. Descobrir em que lobo está a pneumonia. Nesse raio-x, está no lobo médio. - Entre as fissuras pulmonares não existem comunicação, logo, não tem poros que comuniquem uma fissura com outra, por isso a pneumonia lobar tem bordas bem definidas. - Preenchidas com pus. Os brônquios dentro do compartimento geralmente ficam poupados na pneumonia lobar, logo, ficam com ar → BRONCOGRAMA AÉREO (existe uma consolidação, mas dentro da consolidação tem brônquios com ar preservados). SINAL DA SILHUETA: ❖ Serve para localizar uma opacidade pulmonar. ❖ Quando a gente tem uma consolidação aérea que está próxima de estruturas, ela vai borrar. - Borda cardíaca esquerda borrada: consolidação na região da língula. - Borda do diafragma esquerdo borrada: consolidação no lobo inferior esquerdo. - Borda cardíaca direita borrada: consolidação do lobo médio. 3 Aline David – ATM 2025/B - Borda do diafragma direito: consolidação no lobo inferior direito. Opacidade Lingular → borra o contorno cardíaco esquerdo. Opacidade no lóbulo inferior esquerdo → preserva o contorno cardíaco esquerdo. BRONCOPNEUMONIA ❖ Geralmente é complicação bacteriana de doença viral; ❖ Germes mais comuns: S. aureus e H. influenzae; ❖ Acometimento do bronquíolo antes do alvéolo → diferencia da pneumonia lobar. ❖ Doença multifocal com áreas poupadas de parênquima pulmonar entre eles. O covid é uma consolidação de broncopneumonia. ❖ Padrão de resolução similar ao da pneumonia lobar. - O bronquíolo infla e a infecção passa para os alvéolos. - Áreas mais escuras → parênquima pulmonar poupado. HEMORRAGIA ALVEOLAR ❖ Sangue dentro dos alvéolos. Pode ser secundária a traumas, infecções ou câncer pulmonar. - Consolidação importante do pulmão direito. EDEMA PULMONAR ALVEOLAR ❖ Acúmulo de água para dentro do alvéolo. Parede brônquica normal Parede brônquica espessada Á re as m u lt if o ca is 4 Aline David – ATM 2025/B - Consolidação pulmonar acometendo o terço médio e o terço inferior do pulmão direito. - Sem história clínica não tem como diferenciar do que é essa consolidação. NEOPLASIA - CONSOLIDAÇÃO ❖ A maior parte se manifesta como nódulos. ❖ Como diferenciar de pneumonia: - Ausência de sintomas; - Persistência após 4-6 semanas; - Progressão lenta; - Pacientes de alto risco, como fumantes, deve-se ficar mais atento as consolidações. - Não é densa suficiente para ser um nódulo. Deve-se tratar o paciente com antibiótico e repetir o raio-x entre 4 à 6 semanas. Deve-se estar atento a neoplasia pulmonar. ATELECTASIA ❖ Redução de volume do parênquima pulmonar determinada por cicatriz pulmonar, obstrução brônquica ou alguma coisa de fora empurrando para dentro do pulmão. Não vai ser com o ar dentro. TIPOS DE ATELECTASIA: ❖ Atelectasia Obstrutiva: - Mais comum. - Os alvéolos esvaziam por obstrução da via aérea proximal. - Mais comum em crianças (ausência de vias colaterais) → o ar não vai ter outro lugar para ir em casos de obstrução → atelectasia distal. - Atelectasia com bordas bem determinadas. - Sinais de perda volumétrica. - Pode deslocar as cissuras. - O sinal da silhueta também serve para as atelectasias → não está sendo observado o contorno diafragmático direito → atelectasia do lobo inferior direito. - Como saber o que é? • Tubo endotraqueal se direcionando para o brônquio principal direito → entubação seletiva → exclui o pulmão esquerdo de ser ventilado. - Pulmão branco → Atelectasia x Derrame Pleural: • Como saber se é atelectasia? 5 Aline David – ATM 2025/B - Avaliar as estruturas do mediastino. Reduz e puxa as estruturas para o mesmo lado do pulmão afetado. - Traqueia bem desviada para a esquerda → lado do pulmão afetado. SERVE PARA ATELECTASIA OBSTRUTIVA • Como saber se é derrame pleural? - Parte de fora do pulmão preenchido por líquido. - A pressão toma o mediastino mais proeminente para o lado contralateral do pulmão branco. ❖ Atelectasia Passiva: - Ocorre por perda da pressão negativa intratorácica. - Pneumotórax ou derrame pleural → em vez de ter ar, tem líquido. - Em um estado de repouso, nosso pulmão está colabado e sem ar dentro. Se tiver uma perda da pressão negativa entre as duas pleuras. A pessoa puxa o ar, mas não faz vácuo. - O pulmão murcha pela perda de vácuo dentro da cavidade torácica. - Derrame pleural esquerdo → líquido dentro do espaço pleural. ❖ Atelectasia Cicatricial: - Representa uma cicatriz pulmonar com perda volumétrica focal. - Por exemplo, em casos de pneumonia extensa com casos grandes de consolidação pulmonar → vai ocorrer necrose → cicatriz → alvéolos morrem → atelectasia fina e alongada. - Se manifestam geralmente nas bases pulmonares – linhas densas (estrias) na região do parênquima pulmonar. - Processos inflamatórios antigos. - Normalidade de aspecto sequelar. - No parênquima pulmonar na covid, é comum, mas não são persistentes → 5 a 6 meses. 6 Aline David – ATM 2025/B NÓDULOS ❖ Nomenclatura: - Micronódulos: até 7 mm; - Nódulos: de 7 – 30 mm; - Massa: > 30 mm; ❖ Padrões: - Nódulopulmonar solitário; - Múltiplos pequenos nódulos; - Múltiplos pequenos nódulos; - Massas pulmonares; NÓDULO PULMONAR SOLITÁRIO ❖ Cerca de 40% são malignos; ❖ Critérios de benignidade; - Presença de gordura - Calcificações - Estabilidade → lesão que não se altera com o tempo. - Ausência de fatores de risco, especialmente tabagismo e neoplasia prévia. - Lesão arredondada do parênquima pulmonar. - Pode ter as margens definidas ou mal definidas. - Quanto mais o nódulo for redondinho e denso, mais a gente pode afirmar que ele é benigno. Nódulos mais estrelados possuem uma maior chance de malignidade. MÚLTIPLOS PEQUENOS NÓDULOS ❖ Geralmente associados a doenças benignas, principalmente com disseminação hemática. ❖ Exemplos: - TB miliar → mais comum no Brasil → o bacilo da tuberculose entra na corrente sanguínea e se dissemina por via hematogênica → comum em pacientes imunodeprimidos. - Histoplasmose - Pneumoconiose → pacientes que mexem com pedras, carvão. MÚLTIPLOS GRANDES NÓDULOS ❖ Geralmente associado a doenças malignas. ❖ A causa mais comum são metástases. ❖ Podem ocorrer em doenças inflamatórias → bem mais raro. MASSAS PULMONARES ❖ A lógica da etiologia é a mesma dos nódulos, porém o risco de malignidade é maior. 7 Aline David – ATM 2025/B ESCAVAÇÃO PULMONAR ❖ Pode ocorrer no interior de nódulos ou de consolidações. ❖ Representam necrose pulmonar ou do tecido nodular comunicando com a via aérea. - Um nódulo sólido no parênquima pulmonar que sofre necrose e vai virando um líquido, que comunica com a via aérea de novo, o paciente expele esse líquido necrótico. - Onde tinha líquido no parênquima pulmonar começa a aparecer ar. - Pode acontecer como consequência de uma consolidação muito grave. DOENÇA INTERSTICIAL ❖ Ocupação das estruturas de sustentação e nutrição do LPS: região dos vasos, septos interlobulares e vasos linfáticos do LPS. ❖ Ocupação do interstício pulmonar por: - Água (edema); - Infiltrado inflamatório (pneumonia → causa alérgica ou autoimune) – doenças inflamatórias. - Fibrose → (doença autoimune → espessamento do tecido conjuntivo → fibrose). - Doenças de depósito: proteínas amiloides → amiloidose pulmonar. ❖ ACHADOS RADIOLÓGICOS INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA ❖ Manifestações pulmonares (leva ao edema pulmonar). - Problema no átrio e ventrículo esquerdos. - Quando tiver problema do coração esquerdo, as consequências se manifestarão no pulmão. - Insuficiência cardíaca → por algum motivo o coração não tem capacidade de bombear o sangue adiante. Fluxo Normal: Progressão da Insuficiência Cardíaca: ar líquido 8 Aline David – ATM 2025/B - Coração esquerdo está com problemas. - Por algum motivo, a bomba do átrio esquerdo parou de funcionar → as veias pulmonares vão começar a ficar mais calibrosas porque o sangue vai começar a ser represado. - Essa pressão vai ser transferida para os capilares venosos, que também começam a aumentar → aumento da parede do interstício pulmonar. - A pressão hidrostática começa a aumentar, mas a pressão oncótica permanece inalterada → começa a vazar líquido para dentro do nosso espaço alveolar → isso se manifesta como consolidação. - O líquido pode extravasar para a pleura, dando início a um derrame pleural. ❖ Acometimento pulmonar na IC esquerda: - Congestão venosa pulmonar central; - Aumento da área cardíaca; - Sinais de edema intersticial pulmonar; - Pode ter consolidação associada → não é só porque tem consolidação que a doença vai ser exclusivamente alveolar. - Derrame pleural (unilateral - inicia à direita) → um derrame pleural a esquerda fala de outras coisas que não é insuficiência cardíaca. ❖ Redistribuição dos vasos: aumento do calibre dos vasos mais superiores do pulmão, os vasos inferiores diminuem o calibre. ❖ Alargamento do mediastino superior: ❖ Cardiomegalia: fazer o índice cardiotorácico para definir. 9 Aline David – ATM 2025/B ❖ Linhas “B” de Kerley: pequenas linhas horizontais na base do pulmão. Geralmente perpendiculares à pleura. - O interstício espessado começa a ficar pouco visível. ❖ Consolidação algodonosa: mais na região central dos pulmões → asa de borboleta. ❖ Derrame pleural: - Falta o “biquinho”. FIBROSE PULMONAR ❖ Acometimento do interstício por fibrose; ❖ Causas: - Drogas lícitas e ilícitas → mecações cardiológicas, heroína. - Radiação → pacientes que fazem radioterapia para câncer de mama. - Doenças de depósito pulmonar → acometem geralmente crianças. - Doenças reumatológicas e imunológicas. 10 Aline David – ATM 2025/B ❖ Achados de imagem: - Pulmão pouco expandido → tenta expandir o pulmão e praticamente não expande. - Acometimento intersticial difuso, geralmente iniciando nas bases. ❖ Local da doença: ❖ Interstício espessado → infiltrado intersticial. - Aspecto de rede sobre o pulmão. ❖ Pulmões pouco expandidos: - No exemplo, está no nono arco. DERRAME PLEURAL ❖ Presença de líquido no espaço pleural, com mudança da nomenclatura de acordo com o tipo de fluído: - Derrame pleural: geralmente para material seroso → + comum. - Hemotórax: sangue. - Quilotórax: fluído quiloso/linfático → raro. - Piotórax: empiema (pús). ❖ Normalmente o espaço entre as duas pleuras apresenta apenas mínima quantidade de líquido no seu interior, para permitir o deslizamento dos folhetos. ❖ Consolidação no lobo superior → inflamação → joga líquido para fora da pleura → se acumula na base dos pulmões. ❖ O pulmão não se expande até lá embaixo, restringindo ainda mais a expansão do parênquima pulmonar. ❖ Conforme ele for ocupando todo o espaço da caixa torácica → pulmão branco preenchido por derrame pleural. 11 Aline David – ATM 2025/B - Recesso costofrênico lateral sem biquinho, está arredondado em direção à pleura. Sinal do Menisco: ❖ Pré e Pós-tratamento: TUMOR FANTASMA – DERRAME INTRACISSURAL - Tumor entre as cissuras → ele some de um dia para o outro. DERRAME LOCULADO - Pela pleura estar inflamada, o líquido não consegue descer até lá embaixo, logo, pode aparecer como se fosse um nódulo. - Geralmente não se resolvem sozinhos → devem ser drenados – comum pós-pneumonia. ENFISEMA PULMONAR ❖ O pulmão perde a capacidade de voltar ao tamanho normal após a sua inflação e começa a acumular ar dentro do parênquima. ❖ Destruição das paredes alveolares; ❖ “Acúmulo de ar” no parênquima pulmonar (hiperinsuflação) → ar que te e com vários produtos químicos destrói as paredes alveolares. ❖ Fatores de risco: - Tabagismo (principal) - Deficiência de alfa-1-antitripsina; - Utilização de ritalina injetável; 12 Aline David – ATM 2025/B - Paredes alveolares: são pequenos quartinhos dentro da casa do LPS. - LPS começa a perder a parede dos quartinhos. - O pulmão fica mais preto, mais escuro. ❖ Enfisema centrolobular: mais associado ao tabagismo → começa a comer no centro do LBS (só dá para ver em tomo). ❖ Enfisema parasseptal: também associado ao tabagismo (maconha). Começa da periferia para o centro. ❖ Radiografia sempre em inspiração: - Medida do ar retroesternal: região posterior do esterno até a parte anterior do mediastino. A medida tem que ser menor que 2,5 cm. Se tiver aumentada tem muito ar por causa do enfisema pulmonar. 13 Aline David – ATM 2025/B - Diafragma rebaixado, porque o pulmão não consegue voltar ao tamanho normal, faz uma curva. Quando tiver menor que 1,55 está alterado. PNEUMOTÓRAX ❖ Presença de gás na cavidade pleural: - Trauma (mais comum) - Doenças pulmonares (enfisema, por exemplo) → bolhas podem estourar e ficar ar dentro do pulmão. - Primário(espontâneo): homens jovens mais longilíneos → jovens magros e altos (possuem sensação de como se estivessem tomado um soco nas costas com falta de ar meio súbita. Precisa drenar). ❖ Pneumotórax hipertensivo → emergência médica → pegar uma agulha e furar o 2º espaço intercostal para realizar o esvaziamento de ar → paciente pode ter uma parada cardíaca se não for feito. - O ar faz pressão dentro do tórax, empurrando o mediastino para o outro lado. - O ar faz pressão dentro do tórax, empurrando o mediastino para o outro lado. 14 Aline David – ATM 2025/B PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO ❖ É hipertensivo porque desvia o mediastino para o outro lado. LINFONODOMEGALIAS ❖ Causas: - Sarcoidose → doença de depósito de proteínas nos linfonods, fazendo com que eles aumentem de tamanho. - Infecções (especialmente tuberculose). - Tumores (linfoma ou neoplasias pulmonar/esofágica). - Pneumoconioses ❖ Mediastino normal: ❖ Linfonodomegalia paratraqueal direita: ❖ Linfonodomegalias hilares: associadas aa doenças como a sarcoidose → principalmente quando for bilateral. - Perfil → aumenta a densidade na região central do tórax.
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