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Parada cardiorrespiratória

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Parada
cardiorrespiratória
Maximino Rocha Lorena
Parada Cardiorrespiratória (PCR)
Definida como uma condição súbita e inesperada de deficiência absoluta de
oxigênio tissular, seja por ineficácia circulatória, seja por cessação da função
respiratória. Em qualquer dessas situações, podem ocorrer danos celulares
irreparáveis em curto espaço de tempo. Lesões cerebrais graves e
potencialmente irreversíveis ocorrem logo após os primeiros cinco minutos de
PCR em normotermia.
(BORGES, D.L et al., 2017)
Em ambiente extra-hospitalar, a PCR decorre, principalmente, de alterações do
ritmo cardíaco, como fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular sem
pulso (TVSP). Em ambiente hospitalar, a atividade elétrica sem pulso (AESP) e a
assistolia correspondem à maioria dos casos. Essa diferença deve-se,
provavelmente, ao perfil do paciente internado, em que a PCR reflete uma
deterioração clínica progressiva, diferentemente do que acontece fora do
hospital, em que a maioria das PCRs é súbita.
(BORGES, D.L et al., 2017)
Algumas medidas, como diagnóstico rápido (definição do estado de PCR),
pronta instituição das manobras de RCP e retorno da circulação espontânea
(RCE) no menor tempo possível, são essenciais para recuperação global das
funções orgânicas do paciente, sobretudo a neurológica.
(BORGES, D.L et al., 2017)
PCR é um estado de isquemia global, e o cérebro é extremante suscetível a essa
condição. Em torno de 5 a 6 segundos após início da parada cardiorrespiratória, o
paciente perde a consciência. Se a isquemia persistir por tempo mais
prolongado, ocorrerá necrose de todo o cérebro. Com o RCE, a energia neuronal
é recuperada, mas não significa que a circulação cerebral será normalizada.
Dependendo da duração do período isquêmico, pode ocorrer desenvolvimento
de disfunção vascular cerebral, o que contribui para agravar o dano tecidual.
(BORGES, D.L et al., 2017)
Estima-se que, por ano, ocorram 200 mil eventos desse tipo no Brasil, sendo que
metade ocorre em ambiente hospitalar.
(BORGES, D.L et al., 2017)
(PINTON, F.A et al., 2013)
Principais causas reversíveis de PCR (5 Hs e 5 Ts)
Hipovolemia
Hipóxia
Hidrogênio (acidose)
Hipo ou hipercalemia
Hipotermia
Trombose coronária (SCA)
TEP
Tensão no tórax por pneumotórax
Tóxicos
Tamponamento cardíaco
Ritmos chocáveis
(BACHUR, C.K, 2012)
• Fibrilação ventricular
É a contração incoordenada do miocárdio em consequência da atividade
caótica de diferentes grupos de fibras miocárdicas, resultando na ineficiência
total do coração em manter um rendimento de volume sanguíneo adequado.
No ECG, ocorre a ausência de complexos ventriculares individualizados, os quais
são substituídos por ondas irregulares em zigue-zague, com amplitude e duração
variáveis.
Ritmos chocáveis
(BACHUR, C.K, 2012)
• Taquicardia ventricular
É a sucessão rápida de batimentos ectópicos ventriculares que pode levar à
acentuada deterioração hemodinâmica, chegando mesmo à ausência de pulso
arterial palpável, quando, então, é considerada uma modalidade de parada cardíaca,
devendo ser tratada com o mesmo vigor da Fv.
O ECg caracteriza-se pela repetição de complexos QRS alargados não precedidos de
ondas P e, se estas estiverem presentes, não guardam relação com os complexos
ventriculares. Podem ocorrer capturas isoladas de alguns complexos QRS. Em geral, os
ciclos ventriculares têm sucessão a intervalos irregulares
Ritmos não chováveis
• Assistolia
Assistolia é a cessação de qualquer atividade elétrica ou mecânica dos
ventrículos.
No eletrocardiograma (ECg), a assistolia caracteriza-se pela ausência de
qualquer atividade elétrica ventricular observada em, pelo menos, duas
derivações.
(BACHUR, C.K, 2012)
Ritmos não chováveis
(BACHUR, C.K, 2012)
• Atividade elétrica sem pulso
A atividade elétrica sem pulso é caracterizada pela ausência de pulso detectável na
presença de algum tipo de atividade elétrica, com exclusão de taquicardia ou Fv. A
atividade elétrica sem pulso incorpora a dissociação eletromecânica (DEM) e um grupo
heterogêneo de ritmos, que inclui pseudo-DEM, ritmo idioventricular, ritmo de escape
ventricular, ritmo idioventricular pós-desfibrilação e ritmos bradiassistólicos.
Ao ECg, a atividade elétrica sem pulso caracteriza-se pela presença de complexos QRS
largos e bizarros que não produzem resposta de contração miocárdica eficiente e
detectável.
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)
Definida como o conjunto de manobras realizadas após uma PCR com o
objetivo de manter artificialmente o fluxo arterial ao cérebro e a outros
órgãos vitais, até que ocorra o retorno da circulação espontânea (RCE).
(NACER, D.T; BARBIERI, A.R, 2015)
Avaliação primária do paciente
1. Avaliar a responsividade (chamar o paciente) e expansão torácica;
2. Avaliar permeabilidade de via aérea (VA) e corrigir situações de risco,
como: hiperextensão da cabeça e elevação do queixo, cânula
orofaríngea, aspiração e retirada de próteses, se necessário;
3. Avaliar ventilação;
4. Avaliar estado circulatório;
5. Avaliar estado neurológico.
(NACER, D.T; BARBIERI, A.R, 2015)
cadeias de sobrevivência da AHA para PCRIH
(AHA, 2020)
cadeias de sobrevivência da AHA para PCREH
(AHA, 2020)
RESUMO DOS COMPONENTES DA RCP PARA O SUPORTE BÁSICO DE VIDA EM ADULTOS
Componente Descrição
Segurança do local Verifique a segurança do local para o socorrista e o paciente
Reconhecimento da PCR Ausência de resposta e respiração ou apenas gasping (ou seja, sem respiração 
normal) 
A verificação do pulso e da respiração pode ser feita simultaneamente e em tempo 
inferior a 10 segundos
Acionamento do serviço de emergência Caso esteja sozinho, sem acesso a telefone, deixe o paciente, procure ajuda (serviço 
médico de emergência) e obtenha um DEA. Caso esteja acompanhado, peça que 
alguém acione o serviço e inicie a RCP imediatamente. Use o DEA assim que estiver 
disponível
Relação compressão:ventilação 30:2
Frequência da compressão 100 a 120/min
Profundidade das compressões No mínimo, 2 polegadas (5cm). Entretanto, não deve exceder 2,4 polegadas (6cm)
Posicionamento das mãos Duas mãos com dedos entrelaçados sobre a metade inferior do esterno
Retorno do tórax Espere o retorno total do tórax após cada compressão e não se apoie sobre ele
Minimizar interrupções Limite a interrupção das compressões torácicas a menos de 10 segundos
(BORGES, D.L et al., 2017)
Referências bibliográficas
NACER, D.T; BARBIERI, A.R. Sobrevivência a parada cardiorrespiratória intra-hospitalar: revisão 
integrativa da literatura. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 17, n. 3, 2015.
Borges D.L, Borges M.G.B, Leitão A.L, Lima R.O. Ressuscitação cardiopulmonar: atualidades e papel do 
fisioterapeuta. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia 
Intensiva; Martins JA, Reis LFF, Andrade FMD, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em 
Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto: Ciclo 7. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2017. p. 31–69. 
(Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 4).
PINTON, F.A. Manejo da Parada Cardiorrespiratória. In: SANTOS, E.C.L et al (Eds.). MANUAL DE 
CARDIOLOGIA Cardiopapers. São Paulo: Atheneu, 2013.
BACHUR, C.K; BRUNHEROTTI, M.A.A; DUARTE, M.S.Z. Ressuscitação cardiorrespiratória. PROFISIO. 
ESPORTIVA E TRAUMATO-ORTOPÉDICA. 2012;1(4):25-56
Referências bibliográficas
AMERICAN HEART ASSOCIATION. DESTAQUES DAS DIRETRIZES DE RCP E ACE. 2020. Disponível 
em: <https://cpr.heart.org/-/media/cpr-files/cpr-guidelines
files/highlights/hghlghts_2020eccguidelines_portuguese.pdf>. Acesso em: 7 maio 2021.
BERNOCHE, C. et al . Atualização da Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados 
Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2019. Arq. Bras. 
Cardiol., São Paulo , v. 113, n. 3, p. 449-663, Sept. 2019 . Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-
782X2019000900449&lng=en&nrm=iso>. access on 07 May 2021. Epub Oct 10, 2019.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida

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