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Desfrutando o Manancial_ Uma co - Mara Cleia B de Farias Silveri

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Copyright © 2018 by Mara Cléia Barbosa de Farias Silvério e Anderson Silvério Bento de
Farias
 
S587d Mara Cléia B. Farias Silvério e Anderson Silvério B. Farias
Desfrutando o Manancial – Uma cosmovisão da vida cristã/ Mara Cléia
Barbosa de Farias Silvério e Anderson Silvério Bento de Farias. 1ed ampliada
– Paraíso do Norte, PR.
ISBN:978-85-93661-59-4
Copyright [2018] by Mara Cléia Barbosa de Farias Silvério e Anderson
Silvério Bento de Farias
Todos os direitos desta edição reservados aos autores da obra.
1. Cristianismo 2. Devocional
Índice para catálogo sistemático:
1. Cristianismo e teologia cristã CDD230
2. Moral Cristã e teologia devocional CDD240
“[...] Obrigado, minha doçura, minha honra e minha segurança, meu Deus. Obrigado pelos teus
dons [...]” (HIPONA, 2017).
A ti, Senhor, seja tributada toda honra e louvor possíveis, pois Tu és o grande responsável por
esta obra.
Diagramação Mara Cléia B. Farias Silvério
Capa Mara Cléia B. Farias Silvério
Aos
nossos pais,
Maria Barbosa,
Lindinalva
Silvério e
Estevo Bento.
A todos
os pastores que
passaram por
nossa jornada,
em especial
pastor
Vanderley
Pereira e
missionária
Angélica
Silvério.
 
 
 
 
 
 
 
 
INDÍCE
PREFÁCIO
Revisão Gilberto ZambotiINTRODUÇÃO
É CHEGADO O TEMPO
DA RECONSTRUÇÃO
DEUS É O SENHOR
O AMOR A DEUS REQUER OBRAS
OLHANDO PARA JESUS
OS FRUTOS E AS COBRANÇAS
O ESPÍRITO SANTO NÃO É UM APETRECHO
PERSEVERANDO NO DIA MAU
NÃO SEJA INDIFERENTE A DOR DO OUTRO
O AMOR SEM PENEIRA
O QUE VOCÊ FAZ NÃO ME DEIXA OUVIR O QUE VOCÊ FALA
DEUS QUER QUE VOCÊ SOFRA
VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO
A DISPUTA: O VELHO HOMEM QUER SURGIR
E QUANDO A FOME CESSAR?
DEUS NÃO QUEBRA ALIANÇAS
AINDA HÁ ESPERANÇA
NÃO SUBESTIME O OUTRO
SER DISCÍPULO DE JESUS
COLHENDO PELA GRAÇA
EVANGELHO SIMPLES E ACESSÍVEL
TRANSFORMANDO O LUGAR ONDE ESTAMOS
SOMOS APENAS INSTRUMENTOS
SENDO CANETA
O CHAMADO
O CHAMADO NÃO SE CUMPRE SOZINHO
EXPECTATIVAS FRUSTRADAS
CHAMADO CUMPRIDO — CADÊ A PROMESSA?
MIRANDO O CÉU
CERCADOS COMO JERUSALÉM
DESFRUTANDO O MANANCIAL
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
 
 
N
PREFÁCIO
Ao examinar as páginas deste livro, surpreendi-me com o que encontrei: um devocional
riquíssimo com ensinamentos que ao mesmo tempo são simples e óbvios, mas também profundos. Só
quem tem vida com Deus ou já saciou sua sede nEle pode expor pensamentos como esses!
Caro leitor, você encontrará alimento para sua alma nestas páginas! Embora seja um devocional
diário o que sugere ler um capítulo por dia, tenho certeza que em alguns momentos a leitura o prenderá
de tal forma que não conseguirá parar.
Sinceramente espero que os temas abordados aqui lhe façam pensar no cristianismo que
vivemos, pois vejo nesta geração cristãos perdidos sem um alvo ou com alvos errados, contudo percebi
nas palavras aqui como Deus usou os autores para dar um foco, quem sabe redirecionar alguns e
iluminar outros a fim de que possamos entender, viver e desfrutar da boa, perfeita e agradável vontade
de Deus, sendo tudo aquilo que Ele nos chamou para ser!
Que este “manancial” seja ferramenta nas mãos de Deus para sua vida, assim como foi para a
minha!
GILBERTO ZAMBOTI
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
 
a vida, passamos por muitos altos e baixos. Em alguns dias experimentamos uma felicidade
incontestável, noutros, porém, enfrentamos as mais densas trevas que parecem nos sucumbir. “Depois
de confessarmos a Cristo tudo mudará para melhor”, essa é uma promessa feita por muitos e alguns,
fatalmente, creem nela. Claro que Cristo disse “Vinde a mim todos os que estão cansados e
sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mt 11.28),seguramente Ele proferiu essas palavras, no entanto,
veja bem, não asseverou que nos daria descanso imediato ou resolveria angústias e problemas
instantaneamente, mas sim que nos aliviaria.Ao analisarmos a definição fornecida pelo Dicionário do
Aurélio, notamos que alívio é diferente de descanso por vários motivos, enquanto o primeiro refere-se
ao ato de livrar-nos do que incomoda, o último pressupõe apenas uma diminuição da carga. Estamos
caminhando sob um sol escaldante e com muita sede, mas ainda há muito por andar, alguém nos 
oferece um copo d’água gelada, bebemos, matamos a sede momentaneamente, todavia o caminho é 
longo e mais a frente voltaremos a sentir sede. Percebe? Não era um descanso, já que não chegamos ao
destino final, e sim um abrandamento para o calor. Nesse sentido, este livro tem a função de fornecer
um rápido desafogo para sua alma enquanto os dias vêm e vão, e um pouco de refrigério que tanto
procuramos em meio às nossas dores interiores que somente Deus é capaz de conhecer. Faremos isso
através de uma cosmovisão cristã a respeito dos acontecimentos que permeiam a vida. Oramos para que
Deus opere em você, leitor, o alívio que nós experimentamos durante esta dura jornada que é servir a
Cristo frente a uma sociedade conturbada e apóstata.
Nas próximas páginas você irá se deparar com verdades singelas, usualmente amarrotadas e
esquecidas no guarda-roupa do coração ansioso e ofegante que dia após dia tende a desviar-se do
Senhor. Trata-se, portanto, de uma cosmovisão acerca da vida cristã. Nestes 30 devocionais esperamos
que você consiga desfrutar o manancial de águas vivas!
“Aquele que beber da água que eu der jamais voltará a ter sede”.
(João 4.14)
É
CHEGADO
O TEMPO
DA RECONSTRUÇÃO
“A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar
darei a paz, diz o Senhor dos exércitos.” (Ag 2.9)
 Durante 70 anos o povo de Israel permaneceu em cativeiro babilônico,
assim se cumpriram algumas profecias acerca do exílio e tanto da derribada
como da reconstrução do templo de Jerusalém. O rei Davi, conhecido como
“o homem segundo o coração de Deus” (At 13.22), anelou construir uma
casa de dedicação total ao Senhor, contudo foi seu filho, rei Salomão, que
pode executar tal desejo (1 Cr 22.7-10). O templo era suntuoso e rico,
empenhou-se o melhor de tudo para sua construção (1 Cr 22.1-4). Todavia
não foi o suficiente, pois quando nossos corações e motivações estão voltados
para o sustento do ego, nada pode surtir efeito positivo em Deus(Tg 4.6).
Segundo John MacArthur, na obra Chaves Para o Crescimento Espiritual: A
retirada da glória de Deus ocorreu em estágios progressivos, quase como se
Deus saísse com relutância e grande tristeza. Ezequiel relata como a glória
se retirou, passo a passo. A glória ergueu-se do querubim esculpido e pairou
sobre a porta. Depois, saiu do portal e descansou sobre as asas dos
querubins vivos da visão de Ezequiel. Então a glória de Deus subiu do meio
de Jerusalém e ficou sobre o monte, a leste. E finalmente a manifestação da
glória não era mais visível, pois voltara ao céu. Deus retirou Sua glória do
Templo e levou-a de volta ao Seu trono.
O Senhor havia se afastado dali, uma vez que o povo preferiu voltar-se
para si e para os deuses pagãos, corrompendo assim a maravilhosa — e até
então tida como — habitação do Deus Altíssimo. A invasão à Jerusalém
sobreveio. Utensílios do templo foram roubados, incontáveis homens,
mulheres e crianças foram assassinadas. Sobraram apenas destroços (2 Re 25;
2 Cr 36. 15-23; Jr 39; Jr 52).
Alguns Israelitas, chamados de remanescentes, foram levados à
Babilônia — inimiga de Israel — e lá permaneceram até que a ordem de
Deus mudou. No contexto do versículo citado, o profeta Ageu levanta-se com
grande autoridade diante de um povo que não possuía perspectivas de
reconstrução daquele local, mesmo entendendo o caráter probo de Deus.
Porventura Ele falaria e não cumpriria? (Nm 23.19) A nação estava
desacreditada e não conseguia vislumbrara possibilidade daquela promessa
ser realizada, no entanto Deus decide usar alguém para reafirmar seu
compromisso e exortar seu povo, pois esse novamente estava prestes a
corromper-se (V 2-6). Faça-se uma breve analogia: imagine que o primeiro
templo representa o nosso primeiro patamar com Deus, isto é, nosso primeiro
contato com Ele. Este templo original — relacionamento— é extasiante,
repleto de intimidade e consagração, ao confiarmos tanto nesse quesito
intimidade–consagração deixamos de olhar para Deus e passamos a confiar
no nosso próprio mérito.
Esquecemos que o véu foi rasgado mediante o sacrifício de Jesus (Mt
27.51). É por meio dEle, o Cristo, que temos paz com Deus (Rm 5.1). A
partir daí ruímos, caímos e ficamos cativos de nós mesmos. Parece que não
mais poderemos regressar e tal qual o filho pródigo imaginava parece ser esse
o nosso fim. Entretanto, Deus não nos abandonará à própria sorte sem ter
com isso algo a nos ensinar (Ezequiel 16.60-63).Retome o caminho! A bíblia
faz um alerta: aquele que caiu, volte de onde caiu, e recomece (Ap 2.5).Volte
a praticar as obras antigas que lhe acresciam a amizade com Deus, mas agora
com o conhecimento melhor acerca de quem Ele é e principalmente de quem
você é, da sua função nessa relação — de servo, não senhor.
Ao tomarmos consciência da nossa pequenez diante de um Deus que
projetou e deu vida a todas as coisas, passamos a receber dEle a paz que
buscamos, pois podemos repousar na certeza de que não depende absoluta e
unicamente do que fazemos, mas do que Ele deseja fazer.
Após tudo isso a paz que excede todo entendimento andará
continuamente com você, basta apenas dar o primeiro passo.
 
Corrija sua rota e corra para Deus!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEUS É O
SENHOR
 
“Mas quem é você, ó homem, para questionar a Deus? Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o
formou: ‘Por que me fizeste assim? ’” (Rm 9.20)
 
No devocional anterior, vimos a respeito da correção a que o povo de
Deus foi submetido, aprendemos que nossa atitude deve ser de
arrependimento frente à nossa conduta diante de Deus, devendo voltar atrás e
recomeçar nosso relacionamento compreendendo nosso papel nessa relação.
Nesse contexto, queremos trazer à luz a pergunta do escritor aos romanos:
quem somos para questionarmos a vontade dAquele que nos formou? A
resposta é objetiva: nada somos. Nada sequer podemos fazer. É tudo por
meio dEle (Fp 2.13). O problema é que nosso ego possui gritos
ensurdecedores, e isso prejudica nossa percepção de que Deus tem o domínio
de tudo.
Quando as adversidades chegam a tendência é ficarmos ansiosos e
preocupados. No entanto, tudo isso acontece porque sabemos que o controle
da situação não está em nossas mãos. A notícia boa é que certamente está nas
mãos de alguém que sabe utilizá-lo melhor. Como John Stott proferiu que “A
dolorosa tesoura de podar está em mãos seguras”, portanto não devemos nos
preocupar.
Talvez a circunstância que você está enfrentando não é favorável como
você desejava que fosse, e tudo fugiu do seu comando. Deus trabalha assim.
Quando as coisas escapam do nosso controle é porque estão sob o domínio
dEle, com isso nosso orgulho e egocentrismo são completamente moídos.
Esses dois não suportam a ideia de que algo esteja fora do seu governo. Para
o ego é tal coisa inadmissível, e por isso nos desesperamos sem ao menos
entender o porquê. Deus está trabalhando através dessa situação para nos
transformar em pessoas melhores. Deus está forjando o nosso caráter! (Hb
12.7; 2 Co 4.17; Ap 21.4).
Tal como o vaso que não questiona se está pronto ou não e que não
possui qualidades cujo dono não lhes deu, assim devemos ser. Sabemos que
tudo cooperará para o nosso bem — se verdadeiramente amamos a Deus—
(Rm 8.28), portanto não se desespere e não queira fazer o Seu trabalho! Ele é
o Senhor, nós somos os servos. Ele é o oleiro, nós talvez nem sejamos vaso,
— pode ser que ainda estejamos na condição de barro — e por isso sofremos
no processo de transformação, e dói, é normal. Precisamos compreender que
Deus sabe o que faz, nossa visão falha, limitada e humana é que não
consegue discernir isso.
Acima de tudo, peçamos ajuda ao Espírito Santo para que assim como
Jó obedeceu em meio a tantas crises, também consigamos obedecer em meio
a tantas lágrimas, dores e dificuldades. Deus é nosso bom amigo e ajudador
fiel. Você pode clamar, e Ele pode te ouvir! Não se esqueça desta verdade:
Deus é o Senhor, e a Ele devemos confiar todas as esferas de nossas vidas
(Salmos 54.4), isso pressupõe uma entrega não somente parcial, mas
absoluta.
 
 
 
 
 
Quando entregamos tudo a Deus podemos ter em nossos corações a plena
convicção de que verdadeiramente Ele trabalha ao nosso favor.
 
 
 
 
 
O AMOR A
DEUS
REQUER
OBRAS
“Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos
não são pesados.” (I Jo 5.3)
 
Amor sem obediência, não é amor! Essa é, para muitos, uma afirmação
rude, e a fim de explicá-la utilizaremos o cotidiano das famílias de modo que
tal declaração fique nítida em nossa mente. Hoje, não há um núcleo familiar
definido e coeso: é impossível afirmar que existe um pai, uma mãe, e um
casal de filhos em toda casa, isso é certo, mas independentemente do núcleo
familiar, sabemos que os netos quando criados pelos avôs os consideram pais,
bem como sobrinhos criados pelos tios consideram os mesmos de tal
maneira, e assim por diante.
Dito isso, prossigamos. É possível demonstrar amor por nossos pais
desobedecendo a suas ordens e petições, e em seguida presenteá-los? Será
que, em sã consciência, nossos pais aceitariam isso como prova de amor?
Você aceitaria? Provavelmente não. Nós vivemos na era do “quem ama
demonstra com atitudes”, pois com Deus funciona basicamente dessa
maneira. Deixe-nos explicar com outro exemplo: quando você está amando o
coração acelera ao vislumbrar até mesmo a sombra da pessoa querida.
Quando você está amando, o desejo de estar perto é contínuo e sente-se
plenamente satisfeito com a presença do ser amado. Por fim, fará o que
estiver em seu alcance para manter essa presença constante, agindo de modo
que não magoe ou machuque os sentimentos e valores dessa pessoa. E por
que com Deus acreditamos ser diferente? Por qual motivo nós O adoramos na
igreja e vamos beber cerveja depois? Por qual razão rendemos culto a Ele,
mas assim que o culto acaba prostituímos nossos corpos desfrutando do sexo
ilícito? Por que, então, separamos dias específicos da semana para O louvar e,
no entanto, no restante dos nossos dias dizemos com todas as atitudes que Ele
não é o Senhor de nossas vidas?
 
Queremos com isso não apontar defeitos e erros por mero prazer, mas
exortá-lo a rever atitudes que pode por equívoco, desconhecimento ou mesmo
fraqueza estar tomando. Usualmente podemos até não cometer pecados
grotescos como os expostos há pouco, portanto desejamos alertá-lo para o
fato de que existem ações que violam o padrão de Deus, mas mesmo assim
são consideradas apenas “impuras” aos olhos de alguns, como exemplo,
temos as “mentiras necessárias”, ou mesmo o consumo de músicas seculares
que exaltam todos os itens especificados no início do texto e em nada
glorificam a Deus. Nossa visão é de que tanto a impureza quanto a violação
dos mandamentos de Deus são considerados pecados e devem ser evitados (1
Co 10.31).
Vários homens e mulheres que tinham o coração voltado para Deus
erraram, mas se arrependeram. Paulo por muitos anos perseguiu os cristãos
(At 8. 1–3); Davi matou um homem inocente por ter se interessado pela
esposa do mesmo e ter praticado adultério com ela (2 Sm 11.15); Abraão
cometeu erros incitados por Sara, sua esposa, que era afligida por não ter
filhos (Gn 16). Todavia, Paulo tornou-se um grande apóstolo (At 9.21), Davi
ficou conhecido como “o homem segundo o coração de Deus” (At 13.22), e
Abraão juntamente com Sara são pais das nações (Gn 17; Rm 4.17). Isso não
significa, no entanto, que Deus faz vista grossa ao pecado. Todos eles
cometeram erros, e as consequências vieram, apesar disso, suas falhas não
apagaram a linda história que o Senhor havia preparado para os tais.
Nota-se que Deus é fiel para perdoar os nossos pecados e nos ajudar (1
Jo 1.9). Ele nos ama e se nós o amamos devemos fazer nossa parte, cuidando
de cumprir Sua Lei, que longe de nos matar, é para nosso bem e nossa
integridade física,moral e espiritual.
Deus nos ama, e provou isso com obras (João 3.16). Nós o amamos, e
devemos provar da mesma maneira!
 
OLHANDO
PARA
JESUS
“(...) tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé.” (Hb 12.2)
 
No devocional anterior, apresentamos um rápido ensinamento sobre a
necessidade de aplicarmos os mandamentos de Deus à nossa vida a fim de
demonstrar nosso amor. Uma pergunta, no entanto, poderia surgir: de que
modo conseguirei isso? Será por minhas próprias forças? Hoje, resolveremos
essas questões.
Veja bem, o autor aos Hebreus explica como podemos suportar as
provações e tentações aqui na Terra. No capítulo 12, no versículo 2, enfatiza:
olhando para Jesus. Essa é uma recomendação que deve ser encarada como
uma ordem para que dentro de nós isso seja cada vez mais real. Incube-nos
manter os olhos em Jesus, pois Ele é o “autor e consumador da fé”! Ele é o
autor da nossa fé como meio de salvação. Sabendo disso, temos uma
consolação ainda maior em Jesus.
Os grandes heróis da fé (Hb 11) não tinham Jesus como hoje temos.
Embora servissem ao mesmo Deus, eles não possuíam as palavras de Jesus
para lhes dar maior garantia de seu bom destino. Serviram a Deus com
integridade de testemunho e esta é a maior certeza deles: a fé, pois pela fé
mesmo não alcançando as promessas, viram-nas de longe (Hb 11.13). Seus
testemunhos foram aprovados, mesmo sem terem visto a Cristo ou sequer
ouvido falar dEle, nem mesmo uma palavra proferida por Jesus chegou aos
ouvidos dos tais, todavia apesar de todos esses pormenores, foram espelho de
Cristo, “(...)E Deus não se envergonha de ser chamado de o Deus deles,
porque ele mesmo preparou uma cidade para eles” (Hb 11.16b).
Hoje, nós temos Jesus! Temos, na realidade, mais do que o citado
acima: o que os heróis da fé não possuíam. Nós desfrutamos de mais do que
Suas palavras descritas na bíblia. Possuímos o Seu testemunho, as escrituras e
o mais sublime: contamos com Sua gloriosa e constante presença, essa que é
garantida por Ele mesmo (2 Co 1.20–22). Se quisermos, verdadeiramente,
obedecer aos mandamentos de Deus, podemos fazê-lo olhando para Ele,
Jesus, o verbo que se fez carne, é a maior prova de obediência a Deus! E Ele
mesmo disse que voltaria ao Pai, contudo rogaria a Deus que enviasse o
Espírito Santo que iria, entre várias funções, auxiliar-nos nas nossas
dificuldades, lembrando-nos constantemente das palavras de Cristo, dos Seus
ensinamentos e vontade (Jo 14.26).
O autor e consumador da nossa fé garantiu-nos Sua presença e por isso
podemos ter esperança! Então, olhe para aquele que “suportou tamanha
oposição dos nossos pecados contra si mesmo” (Hb 12.3).
Olhe para Jesus toda vez que o orgulho, ódio, a insatisfação, a dor,
oposição, incredulidade, o abandono, medo, cansaço, tristeza, desprezo, a
traição e o pecado vierem te assolar. Quando pensarem desanimar ou se sentir
frustrado: Olhe para Jesus! Vislumbre o testemunho que Ele nos deixou
“para que não vos fatigueis, desfalecendo em vosso ânimo” (Hb 12.3).
Jesus venceu todas as coisas e está com você. A nossa fé posta em nós
por Ele (V.2) é que nos garante a vitória sobre o mundo (1 Jo 5.4), assim
como Ele venceu (Jo 16.33).
Não esqueça jamais de olhar para Jesus, o autor e consumador da nossa fé!
OS
FRUTOS E
AS COBRANÇAS
“Cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.” (Fp 1.11)
 Sabemos que depois de confessarmos a Cristo, recebermos seu perdão
e seguirmos os seus mandamentos, experimentamos uma doce e, ao mesmo
tempo, dura consequência: a produção de frutos!
Quando pensamos em frutificação logo nos vem à memória o dever da
mesma e, para alguns, dificilmente a lembrança sobre o tema vem livre de
pressão e cobranças, pois recordamos das palavras de Jesus: “Todo ramo que,
estando em mim, não der bom fruto, ele o corta” (Jo 15.2). Jesus não disse
apenas: todo o ramo que não der fruto, ele o corta, mas enfatizou o fato de
não dar bons frutos e essa é, para muitos, uma afirmação que causa terror.
Veja bem, vamos nos recordar do ocorrido com Abel e Caim. Ambos
ofertaram para Deus. Abel, do seu rebanho, já que era pastor. Caim, da sua
colheita, já que era lavrador (Gn 4.2–5). Todavia, de uma, Deus se agradou,
ao passo que a outra abominou. Deus preferia carne a vegetais? A resposta
obviamente é negativa! Acontece que Abel ofertou de suas primícias, Caim,
não. Não bastaram apenas os “frutos”, sim a qualidade desses. Sempre é
muito fácil doar aquilo que está sobejando ou com defeito, no entanto é
penoso ao homem oferecer o que mais lhe agrada. A dura cobrança quanto 
aos frutos reside em não apenas frutificar, mas frutificar com qualidade, e
para tanto o objetivo final deve ser alcançado: a glória e louvor de Deus.
Caso esse resultado não seja atingido, nossos frutos são desprezíveis.
Se você que está lendo é um cristão autêntico e não um joio ou árvore
que Deus não plantou, assim como nos é explicado no livro de Mateus,
capítulo 15 e versículo 13, “toda planta que meu Pai celestial não plantou,
será arrancada”, não há razão para temer o seu destino. Jesus Cristo
sentenciou que “Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não
permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não
permanecerdes em mim” (Mt 24.14). Foi Jesus quem assegurou os
resultados.
A melhor notícia é que podemos participar desse feito, pois mesmo
sendo Jesus o maior responsável, nós somos como seus cooperadores! O livro
de Romanos é enérgico: oh, quão formosos são os pés dos que anunciam as
boas novas! (Rm 10.15b), e claro que há muitas outras maneiras de frutificar,
sendo essa, talvez, a principal.
Acima de tudo, que seus frutos sejam bons, não somente à vista, aos
olhos humanos, mas ao paladar. Deus provará nossos frutos (obras), se for de
palha, madeira ou feno o fogo as consumirá!
Como árvore semeada por Deus e como feitura dEle, você certamente
atenderá o chamado do Senhor em tudo (Ef 2.10). A obra que Deus tem a
fazer por meio de você é dEle e com certeza Ele é o maior interessado na
concretização da mesma. Deus outorga a nós a responsabilidade de produzir
bons frutos, no entanto, se já estamos agindo conforme Sua vontade,
podemos repousar nEle, compreendendo que O mesmo é quem garante, por
meio do Espírito Santo, o resultado final.
 
Frutificamos com qualidade quando estamos enraizados em Cristo!
 
 
 
 
 
 
O ESPÍRITO
SANTO NÃO
É UM APETRECHO
“Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em
Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra.” (At 1.8)
 Depois de entendermos que confessando a Cristo Ele mesmo começa a
operar em nós coisas grandiosas através da ação do Espírito Santo,
precisamos saber como é esse agir do Grande Auxiliador, bem como a
maneira pela qual se manifesta em nossas vidas. Num primeiro momento,
devemos enfatizar o que o Espírito Santo não é. Ele não é um apetrecho
podendo ser usado por poucos minutos e depois descartado, muito embora
alguns ajam como se assim fosse.
O Espírito Santo é manifesto, em poucas palavras, num modo de vida.
Jesus Cristo antes de partir disse que rogaria ao Pai para que enviasse o
Espírito Santo, esse viria para nos consolar e nos convencer, sendo também
nosso intercessor diante do Pai e nosso conselheiro (João 15.26–27). Tal
Espírito testificaria acerca de Jesus, e ora, é ele mesmo quem vive em nós se
nascemos novamente com Cristo e se com Ele fomos crucificados (Gl 5.20).
Logo, cabe a nós tão somente o dever de testemunhar a respeito de Cristo,
mas de que modo? Frutificando! Em Gálatas, no capitulo 5 e no versículo 22,
são relatados os frutos do Espírito Santo, tais como amor, longanimidade,
mansidão, temperança e alguns outros, tudo isso testifica que temos um
Senhor, um dono, alguém que vive em nós e age por meio de nós. 
Portanto, o Espírito Santo não é evidenciado somente por línguas
estranhas ou qualquer outro movimento passageiro, ele é, antes de tudo, um
viver que notoriamente glorificaa Deus. O nome limpo na praça, um bom
vocabulário — ausência de palavras ásperas que possam denegrir o
Evangelho e escandalizar outras pessoas —, é ajudar ao próximo, manter a
paz familiar. 
Certa vez, o pastor Paul Washer, proeminente evangelizador da
atualidade, proferiu a frase “Qualquer um que diz que Deus o salvou e
continua a viver como vivia antes, eu pergunto: Deus o salvou de quê?” Se
formos pensar no sentido profundo disso, chegaremos à mesma conclusão.
O Espírito Santo é quem nos convence de todo engano, conforme já
citamos aqui. Se Ele realmente habita em nós, conseguintemente
abandonaremos as velhas práticas e com isso Deus será glorificado (Mt 3.8;
Ef 4.22-24; Gl 2.20; 2Co 5.17).
Talvez você precise de ajuda porque não tem forças para honrar a Deus
com suas atitudes e sente-se em falta com Ele. Existe uma forma de conseguir
graça para ser fiel, graça essa dada por Deus por causa da sua misericórdia (1
Co 7.25), o Espírito Santo pode suprir sua fraqueza (Rm 8.26a), porém a
oração deve ter lugar primordial em sua vida, pois o Espírito nos ajuda em
nossas orações e não no nosso silêncio(V. 26b). Gostamos de dizer que a
oração é o espelho que o crente, firmado em Deus, usa para se olhar por
dentro. Através dela ficamos cientes das nossas fraquezas e necessidades,
assim o Espírito Santo auxilia-nos com maior eficácia, transformando
exatamente aquilo que precisa ser transformado.
O Espírito Santo não é um apetrecho, ele é Deus! E desde a criação até
a consumação da nossa salvação tem nos fornecido meios para sermos fiéis
ao Senhor, portanto que sua vida possa evidenciar os frutos dEle a fim de
propagar o nome de Deus. Certamente há enorme regozijo nisso!
 
Deixe o Espírito Santo evidenciar Cristo através da sua vida!
 
 
 
PERSEVERANDO NO DIA MAU
“Pois o homem não conhece a sua hora. Como os peixes que se apanham com
a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se
enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando este lhes
sobrevém de repente.” (Ec 9.12)
 Compreendemos através dos devocionais anteriores a necessidade de
estarmos ligados a Jesus Cristo, e termos o auxílio do Espírito Santo para que
nossas atitudes possam glorificar a Deus. Agora, queremos expor uma
realidade permanente na vida de todos os cristãos: o dia mau. Oh! Quão
trágico é para o homem que não detém o pleno conhecimento da verdade! (1
Re 10.8; Sl 51.6; Pv 1.7; 3.13), “porque o Senhor dá a sabedoria, da sua
boca procedem o conhecimento e o entendimento” (Pv 2.6). Homens e
mulheres sábios com certeza buscam a direção em Deus para conseguir
resistir ao dia mau (Rm 13.14; Ef 6.13), outros, infelizmente, sequer se
preparam para ver este dia chegar. Quem conheceu a mente do Senhor? (Jó
11.7; Rm 11.34; 1 Co 2.16a) ou quem foi seu conselheiro? (Rm 11.34), os
pensamentos de Deus ao nosso respeito são muito mais altos e elevados do
que os nossos (Jó 11.8; Jó 37.5; Sl 139.6), assim não sabemos como ou
quando este dia mau chega (Ec 3:11), mas sem dúvida se fará presente em
algum momento. Isso é garantido pelo próprio Cristo, “no mundo tereis
aflições” (Jo 16.33a).
Certo dia, Jesus disse ao Seu discípulo: O que eu faço hoje tu não
entendes agora, mas mais tarde compreenderás (Jo 13.7). A Palavra do
Senhor é clara: de Gênesis a Apocalipse Deus se mantém soberano. Ele
detém o conhecimento de tudo (Sl 147.5; 139.1–5), Ele está em todo lugar (Sl
139.7–8), e sem sombra de dúvidas sabe o que está fazendo em nossas vidas,
pois sempre está no controle (Jó 12.12; Fp 2.13; Lm 3.37), nós não
entendemos no primeiro momento, todavia após sucessivas crises ou
acontecimentos, o próprio Deus nos revelará não necessariamente o que está
por acontecer (embora Ele também possa fazer isso), mas o motivo de tudo o
que se passou. Não há falha nos planos do Senhor dos Exércitos, nunca houve
(Js 21.45, 23.14; 1 Re 8.56). Como o discípulo da narrativa, nós também não
compreendemos os porquês de Deus.
O dia da grande angústia chega para todos! Ezequiel, em um dado
momento de sua vida, perdeu “a delícia de seus olhos” (Ez 24.16), sua
esposa, por desígnio de Deus, para demonstrar ao povo de Israel o que lhe
estava sucedendo: Deus está ensinando alguém através da sua vida, portanto
a sua conduta diante do dia mau é determinante para que outras pessoas
sigam firmes até Ele (Ezequiel 24.15–27). O próprio Senhor, conhecendo
nossos corações (Pv 15.11) e sabendo das nossas limitações irá liberar o
escape, e não mandará cargas maiores do que nossos ombros possam suportar
(1 Co 10.13), pois nenhum dia mau nos sobrevém para nossa desgraça. Deus
não tem prazer na morte do ímpio (Ez 18.32; Ez 33.11) dirá então que um
filho seu padeça qualquer sofrimento sem ter um propósito para tanto. Veja
bem: Deus “quer” que você sofra, mas não sem um objetivo (1 Pe 2.20–21;
Dt 8.2).
A Palavra de Deus nos garante que nossa morada não é aqui (2 Co 5.1–
5). Como o escritor aos Hebreus nos ordenou: olhe para Jesus (Hb 12:2). O
lugar para qual iremos não permite entrada de pecado ou qualquer resquício
mundano, e por isso estamos sendo forjados, aqui, para um dia estarmos lá. O
dia mau certamente é usado por Deus como o fogo que purifica o ouro,
mostrando-nos quem somos e como Deus quer que sejamos.
Deus deseja que você esteja com Ele, mas não de qualquer maneira.
Um dia o apóstolo Paulo nos disse que o sofrimento e as tribulações que aqui
passamos não se podem comparar com a glória que há de ser revelada em nós
(Rm 8.18), por isso permita que Deus te molde para que você possa alcançar
essa promessa! Logo estaremos juntos com Jesus, e assim veremos que tudo
valeu à pena, pois reinaremos ao lado do nosso Salvador, Aquele que
padeceu dores muito maiores (Rm 8.28).
 
Destarte, “Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas
coisas terrenas” (Cl 3.2), isso ajudará você a conseguir vencer o dia mau e
perseverar mantendo-se firmemente aliançado com Deus!
 
Persevere no dia mau!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÃO SEJA
INDIFERENTE
A DOR DO OUTRO
“Lembrai-vos dos encarcerados, como se preso com eles; dos que sofrem maus tratos, como se, com
efeito, vós mesmos em pessoa fosseis os maltratados.” (Hb 13.3)
 
 Anteriormente, fizemos uma breve exposição sobre o dia mau que
advém sobre todos, apresentamos lições de como encará-lo e vencê-lo.
Agora, porém, devemos recordar uma singela verdade: todos nós temos um
dia mau, e isso indica que o dia mau de alguém próximo a você pode ser
hoje.
O escritor aos Hebreus, no citado capítulo, faz algumas exortações, no
entanto um ensinamento que se destaca nesses primeiros versículos é em
relação ao altruísmo, e não é qualquer um, é o genuíno, enraizado em Jesus.
O escritor não pede apenas que nos compadeçamos dos encarcerados,
suplica que sintamos as suas dores, também. Você já orou por alguém como
se os problemas dele fossem seus?Como se a dor desse alguém fosse sua? É
isso o que o autor requer de nós. Não basta somente orar, é preciso se doar às
causas do outro. Uma mãe certamente sentiria na pele algum maltrato que sua
filha sofresse, e nós? Estamos sendo capazes de sentir em nós os maus tratos
e dificuldades que permeiam a vida do nosso próximo e estamos conseguindo
reagir a isso com amor maternal? É exatamente este sentimento, compaixão,
o solicitado pelo autor. É pedir em nome do meu próximo com a mesma
intensidade que eu rogaria para mim mesmo, afinal, somos um só corpo em
Cristo.
 
Cuide de alguém nesta semana: em oração, com palavras, carinho,
abraços...
O modo pouco interessa, é necessário apenas que cuidemos uns dos outros!
 
O AMOR
SEM
PENEIRA
 
“Vá reunir todos os judeus que estão em Susã, e jejuem em meu favor. Não comam nem bebam durante
três dias e três noites. Eu e minhas criadas jejuaremos como vocês. Depois disso irei ao rei, ainda que
seja contra a lei. Se eu tiver que morrer, morrerei”. (Et 4.16)
 Obtemos há pouco lições preciosas a respeito da compaixão pelo
próximo. O altruísmo que tem comofonte Jesus é o autêntico, pois nos leva a
ajudar não através de nossa natureza bondosa, e sim por meio da ação do
Espírito Santo em nós. Todavia, quando alguém nos machuca e nos fere,
torna-se tão difícil sermos abnegados, não é? Vamos relembrar novas
verdades a partir deste momento.
Nesses escritos acerca da rainha Ester, percebemos claramente o amor
que ela demonstra não somente pela sua vida, mas por toda a nação judaica.
Hamã, um servo destaque do rei Assuero, rei da Pérsia, planejou um grande
acontecimento a fim de se vingar de Mardoqueu, homem de bom coração que
cuidou de Ester após ela ficar órfã. Mardoqueu, ao contrário dos demais
naquele reino, não se curvava frente à autoridade de Hamã, e isso o deixava
furioso! (Et 3.5) Este, então, decidiu que exterminaria todos os judeus para se
vingar daquele. Quão triste destino de quem atenta contra a vida do seu
próximo inocente! A palavra de Deus garante que o Senhor não toma o
culpado por inocente (Na 1.3b), obviamente, nem o oposto. Os olhos do
Senhor, segundo o livro de Provérbios, estão contemplando tanto o mau
como o bom (Pv 15.3) e lhe dará a recompensa segundo suas obras (Jr 17.10).
Hamã havia preparado, além do decreto que ordenava a matança do povo
judeu — e que o rei assinou —, uma forca para assassinar Mardoqueu. Mas
Ester, sendo avisada por seu pai adotivo, se assim podemos chamá-lo, tomou
uma atitude de cristã sem sequer ter ouvido falar em Cristo! Voltou-se para
Deus com jejuns, orações, e grande clamor.
A nação inteira movimentou-se a favor das petições dela para que o
povo fosse liberto de uma condenação tão injusta. Entre aquelas pessoas que
estavam destinadas à morte, com certeza havia ladrões, estelionatários, filhos
que agrediam seus pais, mulheres que eram espancadas por seus maridos e
abandonadas sem ao menos o direito à carta de divórcio, no entanto Ester não
fez distinção por quem sacrificaria. Ela não escolheu se jejuaria somente
pelos bons ou pelos maus, com isso nos ensinou que devemos amar, também,
quem “não merece”. O amor não tem peneira!
 Jesus Cristo nos deixou essa ordem muito explícita ao longo do Novo
Testamento, sendo um grande pregador do amor ao próximo, deu, Ele
mesmo, uma prova tão grande do mais sublime sentimento. Entregou-Se por
nós quando merecíamos nada menos que a ira de Deus (Ef 2.1–5) para que
hoje pudéssemos ter livre acesso ao Pai (Rm 5.1–2). Lembre-se sempre do
que Jesus fez, já ressaltamos neste breve tempo que passamos juntos: quando
olhamos para Jesus tudo se torna mais fácil.
Ame quem não merece! Fazendo isso você cumprirá o mandamento de
Cristo (Mt 5.47– 48).
 
 
Sobretudo, recorde-se, você também não merecia, e mesmo assim Deus te
amou!(Ef 2.3; Cl 1.21–23)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O QUE VOCÊ
FAZ NÃO ME
DEIXA
OUVIR O QUE VOCÊ FALA
“Fiel é esta palavra, e quero que você afirme categoricamente essas coisas, para que os que creem em
Deus se empenhem na prática de boas obras. Tais coisas são excelentes e úteis aos homens.” (Tt 3.8)
 
Agora que já compreendemos a urgência de nos firmarem Deus para
auxiliar a nós mesmos e aos outros, passamos para uma próxima fase:
devemos estar sempre atentos à nossa conduta, pois muitas vezes as pessoas
deixam de nos dar crédito por não enxergar coerência entre o que falamos e
fazemos. Quando se trata do Evangelho, não podemos seguir o ditado “faça o
que eu falo, mas não faça o que eu faço”.
Na passagem citada, o escritor expõe uma série de “afazeres” que
precisamos, enquanto cristãos, praticar. Dentre eles, encontram-se ações
permeadas pela mansidão e o sempre proceder de modo a revelar o nome de
Deus aos homens. O escritor também alerta o fato de precisarmos submeter-
nos com obediência às autoridades superiores (Rm 13.1–2), e isso o apóstolo
Pedro também nos exorta (1Pe 2.17–18).
O autor continua dizendo que, outrora, nós estávamos cegos, vivendo
influenciados pelo poder do pecado, e hoje, não pelas nossas próprias forças,
mas pela misericórdia de Deus, fomos trazidos para sua maravilhosa luz,
portanto como nascidos de novo pelo Espírito devemos testificar Aquele que
agora habita em nós, fazendo isso por meio de nossas obras, pois como os
escritos no livro de Tiago enfatizam: a fé sem obras está morta (Tg 2.17).
Entretanto, é comum alguns pensarem que por sermos salvos pela graça
não precisamos de obras. Nós diríamos que tais pessoas estão corretas e ao
mesmo tempo equivocadas, pois a bíblia assevera que somos salvos pela
graça (Ef 2.8), a questão é que as obras estão intimamente ligadas à natureza
daquele que é nascido de novo e no mesmo texto no versículo 10 é enfatizado
o fato de sermos “criados em Cristo para boas obras”, assim vemos que essa
propensão às boas obras é nata do crente, uma vez que também é exposto:
“Deus antes preparou para que andássemos nelas”— as boas obras (Ef 2.10).
Deus fez a mim e a você para boas obras que glorifiquem a Ele e testifiquem
Sua santidade.
Mostre sua fé aos outros, mostre Aquele que se move em você, mostre
que você é cheio do Espírito Santo!Pulando? Gritando? Não necessariamente,
visto que já expomos aqui o real significado de ser cheio do Espírito, isso se
faz com uma vida santa e íntegra diante de todos, principalmente diante de
Deus. Apenas com a prática das boas obras, teremos êxito em nossa
caminhada cristã, onde o respeito tanto da comunidade, quanto da sociedade
é adquirido pelo exemplo.
 Sabemos que Jesus Cristo já fez todo o necessário e podemos nos
apegar a isso, Ele nos possibilitou um novo encontro com Deus através da
graça derramada em nós por seu intermédio. Desfrute disso de modo
coerente.
 
 
 
 
 
 
 
 
Que suas atitudes passem a gritar quão bom e fiel Deus tem sido. Dia após
dia fale com ações quão grande é o Deus a quem você tem dedicado sua
vida!
 
 
 
 
 
 
DEUS QUER QUE VOCÊ SOFRA
“Porque isto é
agradável, que
alguém, por causa da
consciência para com
Deus, suporte tristezas, padecendo injustamente.” (I Pe 2.19) 
 
Depois do exposto, não podemos afirmar que ao agir de modo coerente
teremos apenas respostas positivas, pois na prática não é o que ocorre. Isso
não quer dizer, todavia, que falhamos.
Em tantas feitas desprezamos os conselhos do Senhor explícitos em sua
Palavra (Jr 2.21). Em variadas ocasiões nos deparamos com oportunidades
para honrar o nome de Deus e acabamos por envergonhá-lo. Nós, como seres
humanos, estamos sujeitos o tempo todo ao engano e ilusões. O mundo
cristão vive, hoje, uma máxima falha e inverídica: venha para Deus e todos os
seus problemas terminarão! Apresentam-No como se fosse uma fórmula
mágica quando nada mais funciona. Na verdade, na prática não é bem assim,
pois entregar nossos caminhos a Ele não nos garante uma vida sem
sofrimento.
Salientamos que existem, pelo menos, dois tipos de sofrimento: aquele
que é consequência das atitudes errôneas tomadas por parte do indivíduo, e
aquele que é “injusto”, esse vem para nos moldar e nos fazer cristãos
melhores. É desse último que trataremos aqui. A palavra de Deus no livro de
1 Pedro, no capítulo 2 e no versículo 18, afirma que Deus tem prazer em que
experimentemos injustiça e nos submetamos a autoridades que não nos
favorece, por amor a Ele, pois isso O glorifica. Não fosse assim, todos os
santos que viveram integralmente para o Evangelho teriam passado nesta
Terra por uma vida cheia de gozo e tranquilidade.
No versículo 20, o apóstolo interroga: que glória há em sofrermos
quando fizermos por merecer? Mas há glória em que padeçamos injustamente
e nos portemos com paciência, demonstrando que Deus é quem dirige nossos
passos e vida por inteiro (Gl 5.22; Sl 17.5). Arthur Schopenhauer, filósofo
alemão do século XIX, em sua obra intitulada Dores do Mundo, escreveu o
seguinte: “(...) Em todo o tempo, cada um precisa ter um certo número de
cuidados, de dores ou de miséria, do mesmo modo que o navio carece de
lastro para se manter em equilíbrio e andar direito”, e não faz sentido?
Precisamos o tempo todo ser lembrados por Deus que dependemos dEle, pois
em meioa tantos acontecimentos essa verdade escapa com grande facilidade.
No evangelho de Mateus (5.41), Jesus, o Cristo, dá-nos uma ordem: se
alguém pedir que vá com ele uma milha, ande duas. Por que isso? No livro
“Estudos no Sermão do Monte”, D. Martyn Lloyd-Jones, expõe uma questão
histórica, ele afirma que na antiguidade quando um povo conquistava outro,
mantinha-o sob seu domínio, e tendo as autoridades necessidade de
transportar algo, fazia-o através do povo subjugado. Na época de Jesus, Israel
vivia sob domínio romano, e caso a situação descrita fosse necessária, o
judeu que estivesse trabalhando em seus afazeres deveria abandonar tudo,
mesmo que isso lhe custasse o dia todo de trabalho, para obedecer às ordens
dos soldados. Quão difícil deveria ser isso, não?Todavia, além de nos exortar
a seguir as ordens de um governo tirano, Jesus pede que façamos mais do que
nos foi solicitado!
Sofrimentos com a vida nos alinham com nossa realidade, ou seja,
nossa incapacidade de resolver todas as coisas — mesmo possuindo todo o
dinheiro do mundo —leva-nos a Deus. Os sofrimentos injustos, além de
moldar nossa paciência, longanimidade, bondade e fé, mostram como sermos
ou não sermos para agradar a Deus. Isto enaltece o Senhor: reagir de modo
diferente de pessoas que não O conhece. Confie que o Senhor tem um
propósito muito maior do que você é capaz de imaginar, pois os seus
pensamentos não são os nossos (Is 55.8).
Qualquer sofrimento que passemos aqui não é em vão se verdadeiramente
estamos alicerçados em Deus!
 
VOCÊ NÃO
ESTÁ
SOZINHO
 
“O Senhor lhe disse: ‘Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois o Senhor vai passar’. Então
veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o
Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no
terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve
o murmúrio de uma brisa suave. ”(I Re 19.11-12)
 Certa feita um profeta de Deus conhecido por Elias, viu-se envolto em
grande angústia e solidão. Segundo os capítulos que se seguem, Elias
acreditava que somente ele havia guardado os mandamentos do Senhor, e que
somente ele estava, de fato, “defendendo a causa de Deus”. Este, por sua vez,
manifesta-se para lembrá-lo de que não é bem dessa maneira. Em grande
parte das situações de nossas vidas ministeriais, familiares, conjugais e afins,
podemos pensar que estamos sozinhos. Isto é, aliás, algo bem corriqueiro.
Anteriormente, expomos o fato de sermos atingidos por injustiças e o
modo como devemos nos portar quando as mesmas baterem em nossa porta.
Pavorosa mistura de sentimentos aflora em nossos corações que lutam para
serem limpos. O velho homem — falaremos dele nas próximas páginas —
quer, a todo custo, retornar ao posto perdido. Nesses momentos é comum
pensarmos que estamos abandonados, que Deus nos esqueceu e que somos os
únicos a fazer a vontade dEle sem receber nada em troca.
No entanto, queremos afirmar que não é bem assim: Deus “preservou
os seus sete mil que não se renderam a Baal” (1 Re 19.18). Fique tranquilo,
ainda há pessoas para combater ao seu lado!
Pensando apenas no contexto dos versículos citados, outra observação
interessante é que Deus disse passar naquele local. Veio o vento forte, mas o
Senhor não estava nele. Depois houve um terremoto, porém do mesmo modo,
Deus não estava ali. Logo após o terremoto cessar, chegou o fogo, e
novamente o Senhor não se manifestou nele, todavia, após tudo isso, veio
uma suave brisa e ali Deus estava. Depreendemos disso que talvez Deus não
se manifeste em nossas vidas ou ministérios enquanto o forte vento estiver
soprando, enquanto o terremoto se aproximar ou o fogo ameaçar tudo
consumir. Certamente Ele nos livrará em todas essas situações (Jó 5.19-20),
assim como fez com inúmeros servos — os três jovens na fornalha, Paulo e
Silas na prisão, e o caso dos discípulos no barco, são boas demonstrações (Dn
2.19-28; At 16.19-26; Mt 8.23-27). Entretanto, queremos que você saiba de
uma verdade: Deus com certeza estará manifestado em sua vida, e nisso será
glorificado, quando a suave brisa pairar.
Mais uma vez o nosso devocional pende para uma mensagem de ânimo
ao seu coração: Vale à pena!
O vento passará, o terremoto também, o fogo queimará, e vai parecer
que Deus não está contigo, mas tenha calma, quando tudo isso cessar a suave
brisa chegará e você poderá ver com clareza as grandes coisas que o Senhor
tem feito ao seu favor!
 
Permita que Deus fale ao seu coração mesmo em meio ao apavorante
desespero!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A DISPUTA:
O VELHO
HOMEM
QUER SURGIR
“Antes, quando vocês não conheciam a Deus, eram escravos daqueles que, por natureza, não são
deuses. Mas agora, conhecendo a Deus, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão
voltando àqueles mesmos princípios elementares, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por
eles outra vez?” (Gl 4.8–9)
 A essa altura o velho homem já tentou destruir o novo homem por
muitas vezes. Depois de passarmos por todas essas etapas, é bem
compreensível que nosso antigo eu queira ressurgir a qualquer momento a
fim de usurpar o direito de Nova Criatura que somos (2 Co 5.17). Nosso ego,
sempre voltado para a necessidade de se sobressair em qualquer situação, não
suporta a ideia de perder o controle. E agora iniciamos mais uma etapa: a
disputa!
Há uma doutrina muito conhecida no meio evangélico a respeito da
conversão e do batismo de alguém. Segundo muitos, no ato do batismo morre
um homem — cheio de pecados e vindo de uma separação quase total de
Deus — e nasce um novo homem, esse viverá para Cristo, uma vez que por
meio dEle foi reconciliado com Deus (Cl 2.12; Rm 6.3–4).O grande
problema reside no fato de que o velho homem não morre de uma só vez. Ele
morre aos poucos. Lembra-se do apóstolo Paulo? Há uma frase conhecida,
porém sem autoria definida que atesta: a maior luta de Paulo era não voltar
a ser Saulo, pois Saulo foi um grande perseguidor da igreja, judeu legítimo
que conhecia a Lei e vivia por ela, até que certo dia Deus o encontrou e Saulo
experimentou a real libertação, tornando-se Paulo, excelente ministro do
Evangelho. Agora, imagine quão difícil para Paulo não seria conviver, de
início, com a graça se ele aprendeu que a salvação estava condicionada a
Lei? 
O velho homem morre um pouco a cada dia, um pouco a cada
abdicação, um pouco a cada embate com a depressão, o vício, a pornografia,
a fofoca, etc. O velho homem está constantemente tentando se sobressair em
detrimento do novo homem. Este é um entrave dificultoso e contínuo, mas
queremos que você compreenda que outrora nós estávamos como ovelhas
perdidas, desgarradas do Grande Pastor; estávamos escravizados pelo pecado
sob influência do maligno e por causa dessas coisas estávamos condenados,
hoje, porém, se confessamos a Cristo perante todos e se em nossos corações
reina a certeza de que um dia Ele voltará, estamos livres dessa acusação que
muitas vezes os poderes das trevas impunham sobre nossa consciência (Mt
10.32; Rm 10.9).
Deus nos libertou de uma vez para toda a eternidade. Através de
qualquer coisa que tenhamos feito? Não, e sim por meio do sacrifício de um
Jesus santo e sem mácula. Foi através do Cordeiro Perfeito! E é esse mesmo
cordeiro com o qual você poderá contar para vencer a agilidade que o velho
homem tem de querer aparecer e sobrepor o seu novo eu.
Ao fim desses versículos, o escritor questiona: querem ser escravizados
outra vez? É bem verdade o que estamos falando. Existe uma luta linear entre
o velho e o novo homem, e é você quem decide qual dos dois vencerá. Prova
disso é que o povo de Israel tantas vezes se voltou para Deus e em seguida
para outros deuses, porém, o resultado era desastroso.
Batalhe contra essa tendência da carne de optar por coisas sem
relevância enquanto deixa Deus de lado. “Ah, amanhã eu oro”, “amanhã eu
vou à igreja”, “depois eu ajudo meu pastor”, “amanhã eu deixo a
pornografia”, “outrodia irei ao ensaio”. Sempre o “amanhã” ou o “depois”...
Guerreie contra isso! Mortifique sua carne, seus desejos e suas vontades que
te afastam dos projetos de Deus. A receita para isso é muito simples e você já
a conhece!
 
Sobretudo, não pare nunca. Continue tentando, brevemente a luta finda
e você sairá como vencedor!O embate é constante e só será vencido no
Grande Dia de Jesus Cristo.
 
E QUANDO
A FOME
CESSAR?
“E disse Esaú: Eis que estou a ponto de morrer; para que me servirá a primogenitura?” (Gn 25.32)
 
 Outrora discorríamos sobre a persistência do velho homem em
sobrepujar a nova criatura que somos em Cristo Jesus. Mas, inevitavelmente,
em algum momento de nossa vida sucumbimos ao antigo eu. O que fazer
diante disso? Se você está se questionando, a partir deste texto obterá a
resposta.
Essa passagem bíblica é muito conhecida entre nós, cristãos, de todas
as denominações. A maioria conhece bem quem foi Esaú e quem foi Jacó. A
história alcançou até mesmo parâmetros extra bíblicos dando corpo a obras
de muitos autores, dentre eles, Machado de Assis na obra “Esaú e Jacó”,
onde notamos similaridades muito enfáticas entre os escritos de Machado e
do autor bíblico. Também podemos notar semelhanças entre o discurso que a
bíblia nos traz e o apresentado por Milton Hatoum, na obra “Dois Irmãos”.
Como notamos, tal acontecimento rendeu muita discussão.
Entretanto, tencionamos direcionar o assunto para outro viés. De início
deixamos um sábio conselho: cuidado com o desespero e a pressa! Esaú
desperdiçou toda uma vida por causa de um simples prato de sopa de lentilha.
Nos momentos de desespero e ansiedade é assim que grande parte das
pessoas age.
Movidas por emoções que são baseadas na fome de algo acontecer
rapidamente, muitas vezes as pessoas acabam envolvidas em inúmeras
enrascadas. É assim na nossa vida sentimental e profissional, especialmente
quando estamos desempregados. Do mesmo modo na vida financeira,
principalmente quando o dinheiro se torna escasso, e na vida espiritual
quando Deus não quer fazer aquilo que queremos que Ele faça.
Todo ser vivo passa por várias fases, e conosco não é diferente. Assim
como borboleta não nasce borboleta e flor não nasce flor, nós também não
nascemos “prontos”, o caminho e as situações nos forjam. Toda borboleta já
foi uma lagarta, e já imaginou como ela poderia se encantar com o resultado?
Toda flor já foi semente algum dia! Nossa consciência em relação às etapas
da vida pode nos ajudar a lidarmos com os sentimentos que nos levam a
praticar atitudes impensadas, como a que Esaú praticou.
A ansiedade e a pressa são grandes males presentes no cotidiano das
pessoas. Estamos, todos os dias, com muita pressa. Nunca temos tempo, a
vida é muito corrida até mesmo para fazermos coisas simples, como tomar
um café tranquilamente. Nessa correria não conseguimos nos atentar aos
detalhes que são necessários. Quantos de nós nunca cometemos equívocos
em decorrência da desatenção? Aqueles que já prestaram concurso ou
participaram de seletivas e vestibulares compreendem bem como isso custa
caro. Portanto, é o momento de olharmos para dentro de nós com cautela,
enxergarmos as situações que têm nos afligido e analisar qual tem sido nossa
atitude frente a elas.
Nosso intuito não é torná-lo culpado por ter agido por impulso e ter
arriscado sua vida com Deus, mas sim demonstrar que se a rota não estiver
sendo corrigida a todo tempo durante o caminho, há grandes chances de
ocorrer uma ruptura com Ele. Esaú arriscou muito e constantemente temos
feito da mesma maneira. Depois que a fome cessar, valerá à pena? A resposta
é fatal e ecoa dentro de nós.
Volte-se para dentro neste momento, reveja ações e planos. Corrija o
que for necessário e retorne para o centro da vontade de Deus, Ele te quer
lá!
 
 
 
 
 DEUS NÃO
QUEBRA
ALIANÇAS
“Contudo, eu me lembrarei da aliança que fiz com você nos dias da sua infância, e com você
estabelecerei uma aliança eterna.” (Ez 16.60)
 Evidentemente, é compreensível o fato de errarmos e não aceitarmos
ajuda ou mesmo o perdão de Deus. Sentimo-nos desesperados, pois além de
errarmos contra nossos próprios princípios, pecamos, principalmente, contra
Deus. E pensando nisso, buscamos alertá-lo para um fato outro: Ele não
quebra alianças. Ainda há chances!
O capítulo 16 do livro de Ezequiel é uma pequena narração para
exemplificar a história de traições e transgressões que Israel cometeu contra
Deus. Logo no início do texto, o Senhor começa falando sobre uma mocinha
que nasceu e fora abandonada pelos pais sem ter qualquer preparação ou
cuidado de higienização—característica de crianças que eram indesejadas,
pois, do contrário, ela receberia todos os cuidados necessários —. Deus então
continua expondo que a tomou, fez toda a preparação que era regra, limpou-a,
lavou, vestiu, adornou, mas infelizmente como grande parte do Antigo
Testamento relata, ela virou as costas para o Pai e praticou pecados terríveis,
assim como Israel fizera. A sequência do capítulo citado será apenas a
descrição das transgressões cometidas pela moça órfã — figura de Israel. 
No versículo 60, Deus dá a ela mais uma chance, por meio de seu único
filho, e não pelos méritos de Israel, Ele redimiria tal nação, lembrando-se da
aliança que outrora fizera com o povo, ainda por meio de Abraão (Gn 12).
Aliança essa que não foi quebrada por Deus. Ele não quebra alianças! Ele não
quebra seus princípios! 
Foi o homem, e exclusivamente ele, quem sempre quebrou o pacto feito
com o Senhor. Foi assim na ida para Canaã (Ex 32); Foi assim no período de
juízes (Vide livro de Juízes); Do mesmo modo na volta de Noemi para Belém
de Judá — no que se refere à Orfa (Rt 1.14) —, foi desta maneira na escolha
de Saul como rei e sucessivamente (Sm 8. 1-22).
Todavia, Deus é compassivo e abundante em misericórdia, e isso nada
tem a ver com o que somos, mas com quem Ele é. Nada tem a ver com o que
podemos fazer, mas com o que Ele já fez por nós!
Aceite o perdão de Deus e restabeleça hoje a aliança que um dia foi
quebrada. Não se conforme com seu estado caído como se Deus tivesse te
rejeitado, pois Ele deu seu único filho justamente para reconciliar os homens
excluídos de Sua glória a fim de que tenham comunhão com Ele e até hoje
usa Seus servos, conforme coríntios 5.18–20, para que seus filhos se
apropriem dessa verdade.
 
A aliança precisa ser refeita e você pode dar o primeiro passo acreditando
que Jesus já fez tudo o que era necessário!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AINDA HÁ
ESPERANÇA
“Quem está entre os vivos tem esperança; até um cachorro vivo é melhor do que um leão morto.” (Ec
9.4)
 
 Temos vivido dias nublados e turbulentos. Uma grande névoa se
aproximou de nossas vidas e parece não querer ir embora. Vivemos uma crise
política e humanitária. Estamos imersos numa ausência de valores reais.
Nossa moral e ética estão entrando em colapso. No entanto, diante de tudo
isso, queremos te recordar das sábias palavras de Salomão, provável escritor
de Eclesiastes: ainda existe esperança!
Em sua divina sabedoria ele garante que é melhor um cão vivo do que
um leão morto. Em algumas culturas o cão é considerado um animal impuro,
portanto desprezado. O leão, por sua vez, é tido como sinônimo de grande
força, destreza, agilidade e realeza. No entanto, alguma destas suas
características tem relevância se o animal estiver morto?
Queremos que você compreenda: se ainda há vontade de lutar, existe
esperança. Se os médicos dizem que não há possibilidade de cura, mas ainda
há vida, existe esperança. Queremos que saiba que Deus tem em suas mãos o
dom da vida, o dom da cura, o dom da felicidade, a libertação plena da
depressão. Há vida? Há órgãos palpitando? Então há esperança! Ora, se
mesmo quando esses requisitos não são cumpridos ela ainda existe, dirá então
com todos eles! Não desanime e não enfraqueça!
Deus abriu o mar para toda uma nação ser liberta (Ex 14). Deus fez
Gideão dispensar 30 mil homens para lutar apenas com 300, a fim de mostrar
que quemvence nossas guerras é Ele e não nós! Deus fez mortos ressuscitar,
libertou homens e mulheres das garras demoníacas, transformou corvo em
garçom para mostrar que é Ele quem cuida! Deus faz o que for necessário
para que Seus filhos — andando em obediência — obtenham vitória quando
Ele assim deseja. Lembre-se que a bíblia toda dá provas lindas de que houve
esperança para aqueles que estavam vivos, contudo o agir de Deus vai muito
além disso, pois Lázaro jazia morto. Deus não está restrito às nossas
expectativas ou à nossa crença, todavia, você tem a opção de continuar
acreditando que Ele pode agir ao seu favor ou não.
Sabendo nós que ainda existe esperança aguardamos firmemente a
promessa que Jesus nos fez. Brevemente estaremos em seu reino de justiça e
paz, onde não há choro, lamento, dor ou qualquer mísero sofrimento terreno.
Portanto não se deixe levar pelos diagnósticos do momento, sejam por parte
dos médicos, psiquiatras, ou mesmo pelas circunstâncias, ainda que sua fé
pareça insignificante ela pode transformar diagnósticos de morte em
sentenças de vida!
Porque para Deus todas as coisas são possíveis e a oração de um justo
pode muito em seus efeitos! (Lc 1.37; Tg 5.16).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NÃO
SUBESTIME O OUTRO
“(...) Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim.”
(Ex 19.4) 
 
O cuidado de Deus é excelente! Israel estava vivendo um período
difícil de passar. A vida toda estivera cativo como escravo, sem liberdade de
expressão e mesmo de escolha, no entanto desde que a fiel promessa fora
dada através de Deus as perspectivas mudaram e parece que tudo havia se
feito novo, a esperança estava reinando. Porém, constantemente esquecemos
as verdades ditas e promessas feitas pelo Senhor. O desânimo, medo, e a
aparente impossibilidade lançam sobre o homem muitos sentimentos
controversos.
É neste contexto que essa frase é pronunciada, Deus estava lembrando
o povo dEle de que como águia Ele mesmo havia cuidado de cada israelita. A
águia, além de ser um animal veloz, tem também uma visão aguçada, pode
ver muito longe. Deus vê o que somos hoje, e vê também o que podemos ser
daqui a algum tempo. Não se preocupe com sua situação de agora, é Ele
quem te colocará nos projetos que Ele mesmo preparou para sua vida.
Contudo, não é sobre os olhos da águia que o Senhor fala, mas sobre as
asas. Podemos notar com isso a proteção de Deus para com o seu povo. As
asas das águias possuem um tipo de articulação que ajuda a enfrentar a
turbulência enquanto voam. Como águia, Deus não queria dizer que não
existiriam as turbulências, mas afirmou que enquanto elas ocorressem, Ele
estaria nos firmando em suas asas para as vencermos. Não somente isso, uma
afirmação nessa passagem chama a nossa atenção: “o que fiz aos egípcios”,
essa consideração revela não somente o cuidado de Deus para com o seu
povo, mas demonstra também uma virada na história israelita e egípcia, pois
quando nós escolhemos alguma coisa, automaticamente não escolhemos
outras, e contra todas as expectativas o Senhor escolheu Israel, uma nação
que nem estava formada, e teria muitas batalhas a enfrentar.
O Egito possuía já uma cultura sólida, avanços nas mais diversas áreas,
desde a educação, ciência, arquitetura, engenharia. Israel ainda caminhava a
passos lentos, pois estava cativo do governo egípcio. Tudo o que o povo
israelita tinha era uma promessa de que um dia todo aquele pesadelo
escravocrata teria fim para eles. Após ocorrências maravilhosas e miraculosas
da parte de Deus, Israel experimentou a liberdade sob as cuidadosas asas do
Senhor. Por isso, deixamos uma lição: Faraó muito subestimou o Deus que
Moisés servia, mas também subestimou ao próprio Moisés (Ex 7.23), e em
diversas vezes chamava seus magos e feiticeiros na tentativa de provar que
seus deuses eram tão poderosos quanto o Deus de Moisés, faraó jamais
poderia ter como verdadeiras as palavras daquele (Ex 7.11; 7.22; 8.7). No
entanto, mesmo que Faraó agisse com tamanho desdém pelo povo, quem
determina as escolhas é o próprio Senhor, não nós. E Deus escolheu Israel!
 
Se você está pensando que Deus não o escolheu ou que frente a tantos
“egípcios” você nada é ou nada pode, recorde-se dos feitos gloriosos que
Deus tem realizado na sua vida, assim como o salmista, traga à memória tudo
o que lhe traz esperança. Deus está cuidando de você, você está protegido
nEle!
 
Lance-se debaixo das asas da Grande Águia, e receberá o cuidado e
confiança que você precisa, sobretudo jamais subestime o outro, pois ainda
que não sejam nossos escolhidos, são os de Deus. Antes, apresente a todos o
Senhor que lhe salvou, pois é Ele mesmo quem completa toda boa obra!
 
 
 
SER
DISCÍPULO
DE JESUS
 
“Então, Jesus aproximou-se deles e disse: ‘Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na Terra. Portanto,
vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos
tempos”’. (Mt 28. 18–20)
 
 Se existisse uma frase que pudéssemos elencar como “a alma da
grande comissão”, certamente seria a parte A do versículo 20. Mas, veja bem,
o versículo 19 também explicita muito bem isto: o peso do discipulado.
Infelizmente é onde mais se tem errado ou falhado, pois aí, no ensinar, reside
uma enorme dificuldade. Podemos afirmar que há dois tipos de
discipuladores: o indireto e o que gera discípulos diretamente. Como assim?
O discipulador indireto consegue chegar acerto grau de independência, no
entanto sempre será discipulador indireto. Como? Por meio das suas obras,
do seu testemunho e do seu caráter cristão. Você já ouviu falar, com certeza,
em algum cristão totalmente íntegro e de boa índole, e certamente se espelha
nele como exemplo ou conhece alguém que assim o faz.
Existe, ainda, o que chamamos de discipulador direto. Sobretudo, ele
ensina pessoas a guardarem os mandamentos de Deus, conforme nos é
ordenado no último versículo, ou seja, ele cumpre a ordem direta e
efetivamente, em termos coloquiais, ele dá a cara à tapa. Assim, enfrenta de
modo direto as consequências disto. E você? Tem discipulado indireta ou
diretamente? Que tipo de discípulos você tem ajudado a gerar? Quer de uma
maneira ou quer de outra saiba que Deus pode usá-lo como instrumento a fim
de alcançar muitas vidas.
É discipulador direto? Estude, dedique-se à leitura bíblica diária. É
discipulador indireto? Continue sendo exemplo, continue desenvolvendo e
aperfeiçoando cada vez mais o seu caráter cristão. Você é os dois em um só?
Continue exercendo seu papel com firmeza e constância!
COLHENDO
PELA
GRAÇA
“E Rute, a moabita, disse a Noemi: Deixa-me ir ao campo, e apanharei espigas atrás daquele em cujos
olhos eu achar graça. E ela disse: Vai, minha filha.” (Rt 2.2)
 Ao iniciarmos o discipulado quer seja ele direta ou indiretamente
alguns encargos — aquela cobrança a respeito dos frutos já citada aqui,
recorda-se? — começam a surgir. Eles se evidenciam em incontáveis
situações. Se antes falávamos e depois pensávamos, agora pensamos muitas
vezes antes de falar sabendo exatamente o preço que cada palavra custará, e
esse é apenas um simples exemplo. Todavia, quando nós entendemos que até
mesmo a colheita de todo esse trabalho enfadonho se dá por meio da graça,
tudo se torna mais fácil.
O livro de Rute é um dos mais encantadores da bíblia. De caráter
ímpar, narra história de uma senhora por nome de Noemi e sua jornada entre
Belém e Moabe, depois entre Moabe e Belém. Como boa parte das pessoas
sabe, Rute é dona daquela famosa frase “O teu povo é o meu povo, o teu
Deus é o meu Deus” (Rt 1.16).
De alma grandiosa e verdadeiramente convertida, Rute, mesmo após a
morte do seu esposo e estando desobrigada de cuidar da sua sogra, preferiu
assim o fazer. Abandonou todos os deuses a quem servira outrora, e foi para
uma terra desconhecida, que apresentava usos e costumes completamente
diferentes dos seus, fezisso a fim de honrar aquela que tanto depositou em si
(Rt 2.11-12). 
Rute e Noemi não tinham perspectiva alguma de vida, principalmente
essa última que já se encontrava em idade avançada. Sendo mais nova e cheia
de vigor, Rute se dispôs a ir até algum campo colher espigas, pois já era
época de ceifar. Ela, porém, faz uma observação que nos deixa maravilhados:
atrás daquele em cujos olhos eu achar graça. Em outras palavras, ela só
segaria se alguém o permitisse. Sabe a nossa vida e sucesso com Deus? É
mais ou menos dessa forma, também. Só colhemos se Ele quiser que
colhamos, e só colhemos porque Ele nos dá as condições para isso.
Entendamos algo: nada do que temos é, de fato, nosso. Sabendo que só
colhemos se Ele permitir, compreendemos que não precisamos de modo
algum nos afobar ou ficarmos ansiosos. Ele é bom, e verá seu esforço e
empenho, assim como Boaz o viu em Rute que trabalhou o dia inteiro sem
parar (Rt 2.9; 2.14-16). Rute não queria visibilidade, ela queria honrar sua
sogra porque a amava.
Honrando a Deus por amor, a recompensa será consequência inevitável.
Sobretudo, compreendamos que a maior recompensa já foi garantida,
uma vida plena e eterna ao lado do nosso Salvador, porventura existe algo
melhor que isto?
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EVANGELHO SIMPLES E ACESSÍVEL
“Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente, nem com muita
sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus
Cristo, e este, crucificado.” (I Co 2.1–2)
 
 Comumente ao grande chamado que Deus faz às nossas vidas, surgem
dúvidas difíceis de serem sanadas em curto prazo. Uma delas é: será mesmo 
que eu sou capaz de cumprir tal desejo de Deus? Muitas pessoas imaginam 
que para ser um discipulador é necessário um vasto estudo teológico,
 conhecimento sobre várias áreas, e na verdade tudo o que precisamos é da
Palavra de Deus. Obviamente, como estudantes de Teologia, prezamos pelo
comprometimento com os estudos e a dedicação em combater ensinos falsos
que surgem da ausência daqueles.
Nesta parte da primeira carta direcionada à igreja de Corinto, o apóstolo
Paulo remete aos seus seguidores que estavam entrando em dissensões por
causa dos grandes homens de Deus que estavam sendo usados como
ministros naquela época. Acontece que, conforme o próprio apóstolo relata,
uns se diziam de Apolo, outros de Paulo, isso se refere ao fato de que uns se
diziam seguidores dos tais (1 Co 1.12; 3.4–5). Paulo então indaga se,
porventura, foi ele mesmo quem morreu na cruz por todas essas pessoas (1
Co 1.13). Certamente a resposta é negativa, e cada um deles sabia disso. No
capítulo subsequente, o apóstolo afirma que mesmo sendo Corinto uma
cidade de muitos filósofos e entendidos da sabedoria humana, ele estava ali
para proclamar o Cristo que foi crucificado e ressuscitou, todavia isso não
precisava ser feito de maneira culta ou letrada. Paulo, judeu legítimo e
totalmente conhecedor da Lei, desfez-se de toda sua capa de sabedoria e não
entrou em discussões a respeito dos assuntos debatidos na época, mais do que
isso: o apóstolo afirmou que não somente ensinar sobre Jesus, ele estava
disposto a ouvir sobre Jesus. Não interessava a ele nada mais do que o
evangelho puro e simples. Talvez você imagine que em meio a tantos
doutores e mestres não possa falar sobre o amor de Deus, e esse é um grave
equívoco!
Jesus Cristo selecionou não apenas doutores na Lei, mas homens
comuns, como pescadores e cobradores de impostos para fazer parte da
grande comissão (Lc 5.9–11; Mt 9.9–12), ou seja, daquele grupo de homens
que serviriam a Ele. Você pode e deve! O próprio apóstolo Paulo em outros
escritos nos diz que uns foram dados a apóstolos, outros a mestres, outros a
diáconos e assim por diante (Ef 4.11). Seja um evangelista! Todos nós
devemos ser (Mt 16.15). Fale de Deus, sim, mesmo que você não seja
eloquente, mesmo na sua simplicidade. Porém queremos te deixar um alerta:
não tome isso como desculpa para não se dedicar ao estudo das escrituras.
Seja simples, contudo atenha-se, sempre e em qualquer circunstância, ao que
Deus fala em sua Palavra, e certamente muitas pessoas darão crédito à sua
pregação convertendo-se ao Senhor, pois, conforme já dito aqui, Ele mesmo é
quem garante os resultados.
 
Jesus conta com você para que o Evangelho seja anunciado!
 
 
 
 
 
TRANSFORMANDO O LUGAR ONDE
ESTAMOS
“Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Para
nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens.” (Mt 5.13)
 Segundo alguns historiadores, havia em Israel certo acontecimento:
quando o sal era retirado do Mar Morto parte dele ficava imprópria para o
consumo, e no inverno era usada nas ruas e calçadas em decorrência do chão
muito liso e escorregadio, ou seja, era utilizada como antiderrapante, com
isso muitos homens e mulheres pisoteavam o sal. Logo, Jesus faz menção ao
sal que se tornou sem valor. Assim somos nós quando perdemos nossa
essência diante de Deus ou dos homens.
Nas páginas anteriores falávamos a respeito da importância de
discipularmos as pessoas, quer direta ou indiretamente, sempre tendo em
mente que o maior interessado nisso é o próprio Deus. Expomos que quem
escolhe é somente Ele e por isso não devemos rotular as pessoas. No entanto,
em meio a tantos obstáculos ao percorrermos essa estrada, pensamos em 
ceder e acabamos desistindo. Agora, porém, queremos trazer à memória algo 
que boa parte de nós esquece no caminho: o sal e a luz. 
Comecemos pelo primeiro. Entre suas funções está a de fornecer sabor,
mas as propriedades do sal não se reduzem a apenas isso, uma vez que ele
também tarda a podridão. Caso o sal perca sua qualidade primordial —
capacidade de salgar, tornar ácido e afins —, os alimentos estarão sujeitos a
mais bactérias por mais tempo. Nós somos sal. Se você chega a um local
onde as pessoas estão se valendo de palavras de baixo calão e o vocabulário
muda completamente: você está sendo sal! Se as pessoas passam a respeitar
sua presença e mudam de comportamento para tanto, você está sendo sal. São
apenas alguns exemplos tolos para entendermos que por mais insignificantes
que pareçam ser essas atitudes cotidianas, acabam por demonstrar que
estamos cumprindo a ordem dada por Jesus. Você sofre por ser sal? Temos
um leve consolo: o sal não se engole, o sal se cospe!O mundo desejará te
cuspir a qualquer custo. Outra breve realidade é a respeito da luz. Certa
ocasião, Jesus disse que ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo da
cama (Mt 5.15; Lc 11.33). Nos breves ensinamentos dEle há tanta glória e 
consolo! Obviamente Deus não nos fez luz para estarmos apenas em 
ambientes iluminados, esta, definitivamente, não é a função da lâmpada. Ela
foi feita para irradiar luz, iluminar! Em outras palavras, não podemos ser luz
apenas onde há claridade, seria desperdiçar energia, não é assim em nossas
casas? Mas uma lâmpada bem colocada em locais escuros é capaz de dissipar
as mais temerosas trevas.
Anelamos, com todo o nosso coração, que você consiga compreender a
magnitude disso. Discorremos várias vezes acerca dos nossos sofrimentos
que agradam a Deus, e por mais que não queiramos estar em meio a pessoas
que nos desprezam — O ego surge aqui, mais uma vez — devemos ter em
mente que Jesus nos deu várias missões e aparatos suficientes para cumpri-
las. Deus nos fez luz e sal e como os tais devemos desempenhar nosso papel.
 
Irradie o brilho e o sabor do Espírito Santo por onde você passar.
Faça as pessoas desejarem a amizade dEle, também!
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOMOS
APENAS
INSTRUMENTOS
“Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. De modo que, nem o que planta é alguma
coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.” (I Co 3.6-7)
 No momento passado, compreendemos nossa função como sal da
terra e luz do mundo. Hoje, retornaremos a falar sobre frutos e recompensas.
No meio da caminhadaé comum pensarmos que, por fazer muito — nada
mais do que nossa obrigação, é bom deixarmos claro —, somos os
responsáveis pela frutificação e sucesso posteriores. No entanto,
constantemente Deus usa meios para nos fazer voltar — ou para nos fazer ir
— ao propósito.
Existe uma escola a qual chamamos carinhosamente de “A escola de
Deus”, onde seu povo é preparado, forjado, posto em ensinamentos e provas
a fim de receber a aprovação para determinada obra ou propósito que o
próprio Senhor tem em relação aos seus filhos. Vejamos Arão, por exemplo,
que durante bastante tempo trabalhou ao lado daquele que foi escolhido para
intermediar a libertação do povo de Israel, Moisés. Em alguns momentos
Deus usou o caráter mais comunicativo de Arão para falar ao seu povo e
também a faraó (Ex 7.1–2). Com Arão aprendemos preciosas lições: Deus
nos usa como instrumentos e é nessa escola dEle que somos afinados e
preparados para cumprir seus planos!
Arão fazia o papel de intermediário entre Moisés que recebia as ordens
diretamente de Deus, e faraó. Em Êxodo 28, no entanto, Arão passa a
intermediar a relação de Deus com o povo, recebendo então um ministério
magnífico de sacerdote.
Talvez, neste momento, você esteja passando pela escola de Deus e não
está compreendendo o processo. Saiba que o Senhor tem preparado para nós,
seus filhos, bênçãos grandiosas as quais olho humano nenhum viu, ouvido
nenhum ouviu e nem chegou ao coração do homem (1 Co 2.9), e na escola
dEle conseguimos compreender coisas que longe dela seriam inalcançáveis
para nós. Arão entendia que ele era apenas um instrumento nas mãos de
Deus, e talvez sem o aprendizado anterior isso não seria possível. Através da
escola, ele aprendeu a enfrentar situações medonhas. Como um simples
escravo falaria à autoridade máxima do Egito com a propriedade com que
Arão falou?Certamente não foi fácil para ele, assim como não tem sido fácil
para muitos de nós sermos usados como instrumentos por Deus.
Assim, entendemos ser um sentimento único estarmos fazendo a
vontade de Deus. “Se alguém escreve um grande poema, as pessoas não vão
ficar aplaudindo a caneta dizendo — Oh que grande caneta! Eu sou uma
caneta nas mãos de Deus”, tal dizer atribuído a Keith Greene ilustra de modo
exato nossa intenção ao expor o texto bíblico citado de início. Deixe-nos
exemplificar de outra maneira... Pensemos agora em um instrumento musical
qualquer: levemos em consideração que sem o devido manuseio por parte do
músico, para nada servirá além de embelezar certos ambientes, e isso muito
depende também do tipo de objeto a qual nos referimos, uma vez que um
pandeiro jamais terá a formosura de um piano ou violino. O que queremos
dizer é que sem a intervenção daquele que nos criou, não poderemos ser nada
mais do que mera aparência, ainda que estejamos trabalhando e dando
“frutos”. Jesus disse que “Pelos frutos conhecereis a árvore” (Mt 7.16),
muitas plantas produzem frutos que não possuem qualidade, mas podem
produzir em quantidade razoável. Jesus não afirmou que pela quantidade de
frutos conheceríamos quem os produz. A Palavra De Deus também diz que
todo o que não produzir bom fruto será lançado fora — já explicamos isso
aqui, não é? — note que novamente não é mencionada a quantidade, mas a
qualidade daquilo que se está produzindo (Mt 3.10; Mt 7.17–20), não
bastasse isso, Cristo ainda ordena que esses mesmos frutos sejam
permanentes, ou seja, além de serem bons, devem também durar, permanecer
(Jo 15.16).
De qualquer modo, toda obra que desempenharmos só poderá crescer
— e não inchar, deixando bem clara a diferença — se Deus assim o quiser, e
assim o fizer. A obra é de Deus e é Ele quem tudo realiza. Sem que tenhamos
que trabalhar para isso? Não! Ele mesmo coloca em nossos corações o desejo
de trabalhar para a glória dEle. Em Atos dos Apóstolos, é relatado que pouco
a pouco Deus acrescentava as almas que havia de ser salvas (Atos 2.47), isto
é, nunca veio da vontade de qualquer homem, mas do querer e efetuar do
próprio Senhor, dono de tudo e de todos (Fp 2.13). Em outras palavras, se
uma pessoa deseja engordar, ela tem dois caminhos: o bom, mas demorado.
O ruim, porém imediato. Seguindo a primeira opção, deverá fazer uma dieta
balanceada, provavelmente com a ajuda de um nutricionista. Caso opte pelo
segundo caminho, poderá comer alimentos gordurosos e que lhe darão ganho
rápido de peso. No primeiro caso ela cresce saudavelmente, com longa
demora e com custo um tanto elevado. No segundo, incha e o preço é
relativamente baixo, porém isso lhe causará dano e, possivelmente, a
qualquer filho — pensemos aqui nos frutos — que vier a ter em caso de
desenvolvimento de alguma doença. Percebe? Há muitas pessoas e muitas
igrejas que pensam estar crescendo, no entanto estão apenas inchando.
Quando crescemos é porque estamos agindo de acordo com a vontade de
Deus. Devemos saber, portanto, que Deus é o agricultor, nós somos somente
sua plantação. Ele é quem faz, nós somos usados segundo o seu propósito.
Somos canetas em suas mãos!
Oremos ao Senhor para que Ele nos ensine a obedecê-Lo com
fidelidade em tudo, especialmente nas qualidades dos frutos que estamos
produzindo. Que sejamos instrumentos usados para a manifestação da justiça
de Deus. No fim, tudo será pesado na balança: Ele dará a cada um segundo as
suas obras, mas o fará sondando todas as intenções (Mt 7.21–23).
A questão que resta é: faço para meu ego ser suprido ou desejo
verdadeiramente glorificar ao Senhor?
 
A resposta sincera pode dar um novo rumo às nossas vidas e ao nosso
relacionamento com Deus.
SENDO CANETA
“Semearam trigo,
mas segaram espinhos;
cansaram-se, mas de nada se
aproveitaram; haveis de ser
envergonhados das vossas
colheitas, por causa do ardor da ira do Senhor.”
(Jr 12.13)
 
 Depois do que foi dito até aqui, outra dúvida pode ter surgido: por que
farei isso? E quase sempre a resposta vem em seguida: Deus é bondoso e não
poderá me castigar por não fazer sua vontade. Além disso, não vejo
consequência grave alguma. Jesus já fez tudo. Pois bem, nas próximas linhas 
discutiremos sobre esse assunto.
Jeremias, profeta escolhido desde muito novo pelo Senhor, foi usado
para profetizar num contexto bem difícil sobre o qual já falamos ao longo
deste livro (Jr 1). Israel estava voltada para a idolatria e práticas que eram
abomináveis aos olhos de Deus, incluímos nisso os sacrifícios de crianças ao
deus Moloque, um deus pagão. Jeremias é conhecido como profeta chorão,
pois ele anunciou acontecimentos terríveis que sobreviriam a Israel, e muito
se lamentou por isso. Ele predisse a derrubada e destruição de Jerusalém, e
pela “boca” do próprio Deus ouviu a proibição de que não poderia orar a esse
respeito, pois Deus não o atenderia (Jr 7.16). Era chegado o tempo da
primeira parte da ira do Senhor se fazer revelada.
Neste versículo em especial, Deus enfatiza o fato de o povo ter
plantado uma semente e ter colhido frutos diferentes. Para a nação seu cultivo
era bom, assim como para nós, nossas ações também são. Os israelitas
adoravam outros deuses, faziam para si imagens de pau e pedra e
sacrificavam suas crianças. Em suma, prostituíam-se com as nações vizinhas.
Porém, aos olhos deles, isso era bom e favorável, até porque “Deus só quer o
nosso coração”, não é? Veja o modo tão tremendo como Deus estava vendo
Seu povo escolhido: Ele mesmo o assemelha a uma jumenta selvagem, cujos
machos não precisam nem procurá-la, uma vez que ela própria vai ao
encontro deles (Jr 2.24). Oh, amados, que palavra horrenda!
 O povo de Deus estava desperdiçando o manancial de águas vivas para
se deleitar nas fontes secas do deserto, cavou para si cisternas rotas que não
retêm água (Jr 2.13). Isso não nos parece tão atual? Frequentemente vemos
pessoas tão iludidas com os prazeres momentâneos que este mundo oferece.
A idolatria não é só às imagens, mas às pessoas, dinheiro, fama, festas. Estão
desprezando, todos os dias, o manancial de águas vivas, a única fonte capaz
de matar toda a sede; A única fonte capaz de nos dar

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