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Mariana Marques – T29 INTRODUÇÃO • Consiste no estudo dos efeitos bioquímicos e fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de ação. • Os efeitos da maioria dos fármacos são atribuídos à sua interação com os componentes macromoleculares do organismo. CONCEITOS DA FARMACODINÂMICA: • Receptor ou alvo: localizam-se na superfície das células, em compartimentos intracelulares específicos (núcleo) ou em compartimentos extracelulares (mediadores inflamatórios), tem como função a descrição da macromolécula ou do complexo macromolecular da célula com o qual o fármaco interage para desencadear uma reação celular ou sistêmica. Quanto maior a concentração do fármaco no seu sítio de ação, maior o efeito que ele produz. • Aceptores: compostos que não causam nenhuma reação bioquímica ou fisiológica de forma direta, mas que podem alterar a farmacocinética de suas ações (ex: albumina). • Receptores fisiológicos: são proteínas, que normalmente atuam como receptores de ligantes reguladores endógenos e, os fármacos que se ligam a esses receptores são chamados de agonistas. • Afinidade ligante-receptor (K): capacidade de um fármaco se ligar a um receptor. IMPORTANTE Teoria da ocupação dos receptores: a intensidade do efeito biológico é proporcional à fração de receptores ocupados e será máxima quando todos os receptores estiverem ocupados. CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS: AGONISTAS x ANTAGONISTAS AGONISTA PRIMÁRIO • Quando o fármaco se liga à mesma região de reconhecimento que o agonista endógeno. AGONISTAS ALOSTÉRICOS (OU ALOTÓPICOS) • Ligam-se a uma região diferente do receptor, que também é conhecida como região alostérica ou alotópica. → Os agonistas são divididos em diferentes tipos: ▪ Agonista pleno (alfa = 1): consegue atingir uma resposta muito semelhante ao endógeno. ▪ Agonista parcial (alfa entre 0 e 1): não conseguem produzir o mesmo Emax que o total, mesmo ocupando todos os receptores. ▪ Agonistas inversos (alfa indefinido): é agonista por ter atividade no receptor e inverso por fazer o contrário do que o endógeno faz. ▪ Agonista indireto: aumenta a ação do endógeno, mas sem atuar no mesmo receptor. ANTAGONISTA • Fármacos que bloqueiam ou reduzem a ação de um agonista. • Os antagonistas podem ser divididos em duas classes: ▪ De receptores: reversíveis (competitivos) e irreversíveis (não competitivos). ▪ Sem receptores: antagonistas fisiológico, químico, farmacocinético e indireto. → Os antagonistas são divididos em diferentes tipos: ▪ Antagonista competitivo ou reversíveis: compete com o agonista pelo mesmo sítio de ligação. ▪ Antagonista não competitivo ou irreversíveis: se liga a um sítio diferente do agonista, modificando a conformação do sítio e bloqueando a ligação do agonista. ▪ Antagonistas químicos: consiste na interação entre duas substâncias, que produzem a inativação do fármaco. ▪ Antagonistas farmacocinéticos: quando duas ou mais substâncias que interagem e diminuem a concentração da droga ativa. ▪ Antagonistas fisiológicos: quando dois agentes com efeitos biológicos contrários atuam em receptores diferentes. ▪ Antagonistas indiretos: não age no receptor, mas, reduz a disponibilidade de um agonista. OBSERVAÇÃO Na presença muito grande de um antagonista competitivo, é necessário aumentar a quantidade de agonista para que ele possa ter seu efeito normal. Farmacodinâmica ---- Mariana Marques – T29 ESPECIFICIDADE DAS RESPOSTAS AOS FÁRMACOS – AFINIDADE, EFICÁCIA E POTÊNCIA • Para produzir um efeito biológico o fármaco tem que possuir afinidade pelo receptor, possibilitando a formação do complexo fármaco-receptor e da atividade intrínseca (alfa), que consiste na capacidade de ativar o receptor depois de ligado e seu valor varia de 0 a 1. • Constante de dissociação: força da interação entre um fármaco e seu receptor (afinidade). • A afinidade de um fármaco por seu receptor e sua atividade intrínseca são determinadas pela estrutura química da substância. • A administração prolongada de um fármaco pode causar hiporregulação dos receptores ou dessensibilização da resposta, sendo necessário ajustes das doses para manter a eficácia do tratamento. • Eficácia do fármaco: consiste na capacidade de um fármaco interagir com seu alvo e disparar uma resposta biológica, essa eficácia vai depender de sua afinidade pelo receptor e de sua atividade intrínseca. • Potência: é a comparação da eficácia de dois ou mais fármacos que agem por meio do mesmo receptor ou mesmo mecanismo de ação. MODULAÇÃO ALOSTÉRICA DE RECEPTORES • São fármacos que se ligam em um sítio de ligação diferente (alostérico) que o sítio de ligação do agonista (ortostérico) e causam uma modificação conformacional do receptor. • Pode causar: ▪ Aumento da afinidade do agonista ou a diminuição da atividade do receptor ALVOS FARMACOCINÉTICOS • São os locais alvos das ações dos fármacos, podendo ser se vários tipos. RECEPTORES: ▪ Ionotrópicos: são canais iônicos que se abrem quando se ligam a um neurotransmissor e deixam passar íons para dentro ou para fora do neurônio pós-sináptico (faz uma resposta rápida e pouco elaborada). ▪ Metabotrópicos: não são canais iônicos. A ligação do neurotransmissor ativa uma via de sinalização, que pode indiretamente abrir ou fechar canais (resposta lenta e elaborada que leva a produção de novos mensageiros). ▪ Ligados à quinase: se autofosforilam, medeiam às ações de uma ampla variedade de mediadores proteicos, incluindo fatores de crescimento e citocinas, bem como hormônios. ▪ Nucleares: uma classe de proteínas encontradas no interior das células que atuam como fator de transcrição e são responsáveis por sentir a presença de hormônios e outras moléculas. CANAIS IÔNICOS: ▪ Bloqueadores: bloqueiam a permeabilidade do canal iônico (antagonista/inibidor). ▪ Moduladores: aumentam ou diminuem o tempo de abertura ou fechamento de um canal (agonista/substrato normal) Mariana Marques – T29 ENZIMAS: ▪ Inibidor: inibição da reação enzimática normal ▪ Substrato falso: produz um metabólito anormal que vai interromper uma cascata ou uma síntese enzimática. (produto anormal + agonista/ substrato normal). ▪ Pró-fármaco: produção da substância ativa por meio de enzimas endógenas (pró-fármaco + agonista/substrato normal). MOLÉCULAS TRANSPORTADORAS: ▪ Transporte normal: agonista ▪ Inibidor: bloqueio do transporte (antagonista) ▪ Substrato falso: acúmulo de composto anormal VARIÁVEIS QUE AFETAM AS AÇÕES DOS FÁRMACOS • Relacionadas aos Fármacos: ▪ Posologia; ▪ Via de Administração; ▪ Interações entre Fármacos e Alimentos, ▪ Interações entre Fármacos. • Relacionadas ao Paciente: ▪ Idade; ▪ Peso Corporal; ▪ Características Genéticas e Étnicas; ▪ Sexo; ▪ Doença, ▪ Considerações Psicológicas. PERDA DO EFEITO • Ocorre devido à dessensibilização/taquifilaxia, a refratariedade, a tolerância ou a resistência. ▪ Taquifilaxia: diminuição do efeito de um fármaco em poucos minutos após administração repetida. ▪ Tolerância: diminuição do efeito do fármaco após administração repetida que ocorrerá de forma gradual. • Mecanismos de diminuição do efeito: ▪ Alteração nos receptores: fosforilação; ▪ Perda de receptores: endocitose; ▪ Exaustão de mediadores: anfetamina, depleção das reservas de monoaminas; ▪ Aumento da degradação metabólica: etanol (concentrações plasmáticas cada vez mais baixas, decorrente do uso contínuo – tolerância); ▪ Adaptação fisiológica: redução do efeito do fármaco devido à sua anulação por uma resposta homeostática. MARGEM DE SEGURANÇA OU JANELA TERAPÊUTICA • Consiste na distância entre o que é terapêutico e o que é tóxico durante o tratamento com um fármaco. ▪ DE50: dose em que 50% dos indivíduos apresentamuma resposta terapêutica a um fármaco. ▪ CE50: é a dose em que um fármaco produz metade do efeito máximo em um indivíduo. ▪ DT50: dose em que 50% dos indivíduos exibem uma resposta tóxica. ▪ DL50: dose em que 50% dos indivíduos morrem. OBSERVAÇÃO O Índice terapêutico é definido como uma comparação entre a quantidade de um agente terapêutico necessária para causar um efeito terapêutico desejado e a quantidade que causa efeitos tóxicos. Para calculá-lo deve-se fazer o DT50 dividido pelo DE50. • Fármacos com janelas terapêuticas estreitas: teofilina, varfarina, valproato, lítio, digoxina, carbamazepina, fenitoína, gentamicina. REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS • Pode estar relacionada a dose utilizada, ao tempo de uso, à abstinência ou a alguma falha não esperada durante o tratamento farmacológico REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman – Seção 1 – Capítulo 3: Farmacodinâmica: Mecanismos Moleculares de Ação dos Fármacos
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