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ADOLESCENTES Encorajando pais de adolescentes | Nívia Tironi Pinto ................04 A profecia divina: o que você fala é mais importante do que você pensa! | Rosa Maria Mendonça Juraci ............................................11 A importância do vínculo na relação com o filho adolescente | Ana Paula Syqueira ............................................................................16 Pais e filhos adolescentes: conflitos e caminhos possíveis | Andréia L. Rafael Quintelia ...............................................................21 Comunicação entre pais e filhos | Cristiane Nogueira Nunes .....27 A CONFIANÇA como fio condutor na conexão de adolescentes e pais | Marcia Mattos Santos Vieira .................................................31 Adolescência etapa de transformação | Janete de Almeida Pacheco ...............................................................................................35 Ansiedade do ensino médio e contribuição parental na transição para a vida adulta | Tarita Mistral Bomfim ...................................42 ÍNDICE Regulação emocional na parentalidade com adolescentes | Sônia Pinheiro ...............................................................................................48 Dialogando com os adolescentes | Regina Barreto .......................54 A sobrevivência dos pais ao adolescer dos filhos | Daniele Fambelio Gomes Mariano .................................................................59 A adolescência e a importância do encorajamento e pertencimento no núcleo familiar | Lilian R. Ávila Messias .........64 A importância de escutar com o coração | Mary Caixeta ............68 Considerações sobre sexualidade do adolescente: Uma orientação aos pais | Rita Nunes Cardoso .....................................74 Automutilação na adolescência: O que está acontecendo? | Maria Rosiane Silva de Lima ........................................................................79 Como ajudar nas escolhas e decisões dos adolescentes de uma maneira gentil e firme | Alexandra Toledo ....................................85 Disciplina Positiva: aquecendo a psicoeducação e a comunicação com a “Reunião de família” | Bethânia Miranda Ferreira ............91 Adolescência: convivendo com os desafios dessa linda fase do adolescer | Maria Elisa Tagliarini ....................................................97 Compreendendo a adolescência | Silvana Moscoso ...................102 Encorajando pais de adolescentes A adolescência é uma fase de grandes transformações. O adolescente vivencia alguns lutos: o luto pela perda do seu corpo infantil, luto pela perda do seu lugar na família e na sociedade, e o luto pela perda dos pais da infância. Essas transformações são sentidas como um grande desamparo. É um processo ameaçador e ao mesmo tempo excitante. Como compreender as mudanças no corpo e no lugar social com um psiquismo que ainda é imaturo? A família então se torna imprescindível. Se nesse processo de adolescer, o adolescente contar com o apoio de seus pais ou cuidadores, mais facilmente ele conseguirá vivenciar melhor toda essa experiência. Nívia Tironi Pinto | CRP: 04/36611 04 Quando uma criança chega na família, é comum uma preparação através do pré-natal, cursos de grávidos, de festas que marcam a passagem dos anos. Os pais na sua maioria se envolvem na educação, na escolha das amizades, nas programações dos finais de semana. A criança então tem sua vida controlada pelo mundo adulto. Claro que isso não significa que não possui suas vontades e formas de manifestá-las, mas espera-se que os adultos conduzam seus caminhos. 05 Mas quando chega a adolescência as coisas mudam. A principal tarefa do adolescente é responder à questão: quem sou eu? Para tanto, precisa se diferenciar dos seus pais ou cuidadores, questionar seus valores, encontrar seus próprios caminhos. É o processo de individuação e isso é um grande desafio também para os pais. Para muitos, eles aprenderam o caminho de serem pais de crianças. Escolher roupas, dizer o que é certo ou errado, ajudar nas tarefas de casa, mas como ser pais de adolescente? Como afirma Dantas (2020, p.21), “é preciso que os pais aprendam a lidar com a sensação de impotência diante de muitas situações em que até pouco tempo tinham (ou pelo menos achavam que tinham) controle e poder”. 06 Um misto de sentimentos invade o coração dos pais nessa hora. Aos poucos eles percebem que aquele menino, aquela menina já não são os mesmos. Seu corpinho infantil ganha novas formas, os amigos antigos são substituídos pelas primeiras turmas, os interesses são outros, preferem o quarto do que brincarem pelo chão da sala, já não querem estar sempre juntos dos pais e familiares. Se por um lado se enchem de orgulho e alegria em verem todo aquele crescimento, “meu filho já é um rapazinho, minha filha já é uma mocinha”, o que fazer com suas angústias e incertezas diante dessa autonomia toda que os filhos começam a adquirir? Namorar? Sair com os amigos? Estudar longe de casa? Nesse momento é preciso encorajar os pais para que possam também encorajar os filhos a adolescerem. Encorajar vem de coragem: cor = coração + agem = agir, “agir com o coração”. Encorajar, portanto, significa incentivar alguém a agir com o coração. Quando se fala assim, pode parecer que os pais não amam seus filhos. Na verdade, o que nem sempre sabemos é fazer com que a nossa mensagem de amor seja compreendida por nossos filhos. 07 Às vezes, transparece mais as nossas dores, angústias, nossos medos e incertezas, do que o nosso amor. Deste modo, ao nos encorajarmos, também podemos encorajar nossas crianças e adolescentes. Ou seja, o encorajamento contribui para o desenvolvimento de habilidades para enfrentarmos os desafios da vida: desafio de ser adolescente, desafio de ser pais de adolescentes. 08 E para demonstrar essa mensagem de amor e encorajamento é importante que façamos primeiro um mergulho em nós mesmos. Como foi a nossa adolescência? De que sentimos falta? Como foram as nossas experiências com o mundo a nossa volta? Com os amigos? Amores? Família? Ao perceber o adolescente que eu fui um dia, meus sonhos e medos, posso então me conectar com meu filho que vivencia esse mesmo processo. Acredite e incentive a autonomia e a independência dos seus filhos: permita-os crescer e descobrir seus próprios caminhos. Você pode ser um co-piloto, aquele que está ao lado do seu filho enquanto ele lança seus próprios voos! Dedique tempo de qualidade, conte suas histórias. Nesses momentos de trocas de experiências, de compartilhar seus sentimentos e desafios, vocês podem juntos construir memórias afetivas e de conexão. Contato | E-mail: nivia.tironi@gmail.com WhatsApp: (31) 99975-1741 09 Esse é um caminho novo para pais e filhos. Haverá muitos acertos e erros. Aproveite os erros como oportunidades de aprendizado. Não se julgue tanto. Mas busque ajuda quando achar necessário. Livros, sites, amigos e profissionais podem colaborar com o seu crescimento pessoal e parental. Encorajar é agir com o coração. Então acredite no amor que tem pelo seu filho. Ele é a chave para a conexão de vocês, aposte em relações saudáveis e construtivas. E aproveite o potencial criativo da adolescência, para com amor e criatividade construir um jardim para você e seu adolescente florescerem! @niviatironi.psi 10 Muitos de nós herdamos um conceito de valor e força sobre a educação dos filhos, ligado às crenças equivocadas de que para tornar os adolescentes melhores, primeiro temos que fazê-los se sentir pior. E é assim que, em muitos lares, adolescentes são rotulados, ridicularizados e sua autoimagem acaba sendo associada a uma característica negativa, como: João “bobo”, Miguel “cabeça de vento”, Lúcia “calada”, Rodrigo “gordo”, Maria “preguiçosa”. Certa vez li sobre uma história de um homem queguardava um caixote de madeira no seu guarda-roupa. O motivo era que, quando criança, seu pai havia lhe dito que se ele conseguisse fazer uma caixa em esquadro, ele poderia fazer qualquer coisa. E ele fez, porém sua caixa saiu torta. Hoje a lembrança que ele traz é a expressão do pai torcendo o nariz, em sinal de reprovação e um olhar de censura. A profecia divina: o que você fala é mais importante do que você pensa! Rosa Maria Mendonça Juraci | CRP: 03/04141 11 O que acontece na infância, não fica na infância! Se queremos verdadeiramente cuidar da autoestima e favorecer uma educação melhor para nossos filhos, precisamos estudar para educar. Entendemos que essa busca da educação, cooperação e colaboração dos adolescentes significa um desejo que está por trás destes pais tentando ajudar. Porém, muitas vezes, acabam desencorajando os filhos e desse modo, não contribuem para desenvolver habilidades de vida, competências sobre a inteligência emocional, social e a capacidade de tomar decisões. 12 Expressar compreensão pelos sentimentos do adolescente; Mostrar empatia, mesmo que não concorde, apenas compreenda a percepção de seu filho e seja verdadeiro; Compartilhe seu sentimento e percepção de maneira respeitosa; Convide ao adolescente a pensar em uma solução, uma ideia sobre o que fazer da próxima vez. Há grande diferença entre o adulto resolver e o adolescente participar da decisão, relacionando as sugestões para buscar soluções; Seremos muito melhores para nossos filhos quando almejarmos o desejo de mudança, nos conscientizando e aceitando que a escolha adequada para ocupar o lugar da função dos pais na vida do filho é conseguindo sua cooperação. Para isso precisamos reconhecer quatro passos importantes: Contato | E-mail: rosamendoncalima@hotmail.com WhatsApp:(79) 99133-5935 13 Lembre-se que os pais são os líderes dos filhos. A maturidade, habilidade, orientação e experiência são capazes de transformar um mero colecionador de “momentos”, em um mix de engajamento, relacionamento, emoções positivas, significado e realização. Envolva-se não só em uma confecção de um caixote torto de madeira ou um objeto escondido nas quinquilharias, mas também no pertencer do dia a dia, vendo, nas imperfeições, possibilidades. 14 Quero te convidar a ser parte efetiva da construção de um colar de pérolas, onde as diversidades, as vulnerabilidades possam te encorajar a reconhecer que seu filho lhe dará sempre uma nova chance para acertar. Os adolescentes querem a intimidade e o carinho dos pais e farão qualquer coisa para conseguir isso, até mesmo abrir mão de seus próprios desejos e sentimentos. Reflita sobre seus pensamentos, sentimentos e ações e, quando estiver preparado para ser respeitoso, gentil e firme, lance sua profecia e que seja divina porque seu filho, o mundo, você e todos nós precisamos disso. @rosalimapsi 15 A passagem pela adolescência é um momento crucial na vida do ser humano. É nesta fase que o jovem constrói seu mundo interno e forma sua identidade aprendendo, assim, a criar novas relações com o mundo. As mudanças corporais e psicológicas são inúmeras e levam a grandes transformações na relação consigo e com o outro. Há um luto pelo corpo e pela identidade infantil, bem como, pelos pais da infância. Nesta passagem, ao se deparar com tantos desafios, é natural que este jovem se sinta inseguro e desencorajado, afinal, quem não estaria ao passar por tantas mudanças ao mesmo tempo? A importância do vínculo na relação com o filho adolescente Ana Paula Syqueira | CRP: : 06/80891 16 O adolescente revoluciona o seu meio, principalmente o familiar, trazendo com isso um desconforto muito grande, conhecido e famoso, “conflito de gerações”, quase sempre mal resolvido. Em contrapartida, pais também têm dificuldade em lidar com essa nova etapa. Muitas famílias questionam quando essa fase irá passar, ou como dialogar com os filhos durante um período em que as relações ficam muito complicadas. Por medo de errar, presos na autoexigência e na fantasia da cobrança social em relação ao controle e educação de seus filhos, os pais muitas vezes ficam presos aos seus valores, olhando apenas para a educação que receberam, numa busca incessante de acertos. Fecham-se muitas vezes numa atitude autoritária e inflexível, ou são muito permissivos, perdendo o total controle da situação. Percebe-se então, que os pais também se sentem inseguros e vulneráveis com isso, o que impossibilita a manutenção de uma relação saudável, de diálogo e de respeito, entre pais e filhos. 17 Construir uma relação parental com os filhos, desde a primeira infância, baseada na compreensão, empatia, diálogo e muito amor, pode prevenir muitos conflitos, pois estes ingredientes são importantíssimos para a construção de um bom vínculo, uma vez que regula, de forma significativa, as relações entre pais e filhos. Para a psicanálise, o vínculo afetivo é uma forma que o adulto pode desenvolver para se relacionar com o filho, na perspectiva de se manter ligado emocional e/ou comportamentalmente com ele. Assim, é possível proporcionar a ele um ambiente como um meio de subsistência e manutenção, adequado para o desenvolvimento maturacional da criança. Adolescentes que possuem boas imagens parentais, com lembranças primárias amorosas, tendem a construir melhores vínculos com seus pais e possivelmente serão mais confiantes e seguros, o que permitirá resultar num melhor afastamento dos mesmos, ao contrário daqueles que possuem em suas lembranças, imagens hostis e pouco estáveis. Estes, por sua vez, não se sentirão seguros em confiar ou não vão se identificar com estas figuras e, portanto, irão buscar personalidades mais consistentes e firmes. 18 Jovens gostam de defender suas próprias ideologias e buscam figuras ideais que possam, não só apoiá-los, mas também debater e estabelecer trocas. Por isso, são tão apaixonados por seus ídolos, enxergando neles tudo aquilo que acreditam fazer sentido. Quando não se sentem respeitados e acolhidos pelos pais e/ou sociedade, passam a se comportar de forma oponente, por se sentirem julgados e ameaçados, principalmente quando estes insistem no reforço da autoridade. Adolescentes passam por momentos de muita ambivalência, ao passo que querem toda nossa atenção. Quando se negam a fazer algo pedido, ou tiram muitas notas vermelhas nos estudos, também buscam, na mesma medida, uma independência, com um sentimento forte de que podem dar conta de tudo. Um posicionamento muito útil para os pais é a de espectadores ativos, ouvindo e observando quando eles querem falar e argumentar, tentando compreender o ponto de vista deles. Intervenções são mais positivas quando se constata que eles estão se colocando numa situação de risco, por exemplo. Ao contrário, é importante permitir que eles experimentem e sintam os desafios da vida. 19 Permita que seu filho explore mais suas necessidades, tentando enxergar pela perspectiva dele e não naquilo que você acredita ser melhor para ele. Oferecer uma liberdade com limites e firmeza, que incluem, muita cautela, observação diária, diálogo e contato afetivo permanente, sempre usando o sentir como termômetro. O relacionamento entre pais e filhos adolescentes, que está pautado em confiança e diálogo, proporciona uma melhora significativa na autoestima dos jovens, bem como maiores índices de felicidade e de satisfação com a vida. Embora haja muitos conflitos durante essa fase, os adolescentes ainda contam com seus familiares para fornecer apoio emocional e ajudá-los na compreensão de limites. Contato | WhatsApp: (11) 98371-6235 20 Pais e filhos adolescentes: conflitos e caminhos possíveis Eu não sei como está a sua relação com seu filho adolescente, mas, é possível que, como boa parte dos pais que atendo, você esteja sentindo que os desafios aumentaram com a adolescência. Nessa fase, os pais costumam me relatarque seu filho, que na maioria das vezes, se mostrava carinhoso e receptivo, agora, se recolhe em seu quarto, arredio ou calado, voltando-se aos jogos eletrônicos, redes sociais, evitando os programas com a família ou parecendo nem ouvir o que os pais falam. Teoricamente, todos sabemos que a adolescência é uma fase do desenvolvimento humano, que faz conexão da infância com a vida adulta e que é marcada por mudanças importantes, que, de modo geral, se revelam no corpo e no modo de nos relacionarmos com o mundo à nossa volta. Na prática, costuma ser uma fase que gera conflitos e questionamentos. Andréia L. Rafael Quintelia | CRP: 06/55415-2 21 E, os pais costumam perguntar: Afinal, quem é esse novo ser? Como lidar com suas dúvidas e inseguranças? Como desenvolver uma boa comunicação, quando nada do que digo parece ser compreendido ou aceito por ele? Eu costumo lembrar aos pais, algo que parece tão óbvio: “nós somos pessoas!” Sim, e, como humanos, todos nós temos nossas vulnerabilidades, uma série de “questões mal resolvidas”, atitudes que se repetem e dores de nossa própria relação com nossos pais. E, muitas vezes, o que os filhos fazem é sacudir a “velha poeira, que estava escondida.” 22 Assim, se aceitamos olhar para nós mesmos como humanos, podemos enxergar nos desafios que os filhos trazem, oportunidades de revisitarmos nossa própria adolescência e o que nela experimentamos e, dessa forma, nos permitirmos aprender na relação com nossos filhos. Minha vivência como mãe e profissional, me faz confiar no que diz Jane Nelsen (2016) sobre uma relação de respeito ser construída na fé em nossas habilidades e nas de nossos filhos. Dessa forma, sinto que, quando nós pais, acreditamos que nossos erros podem nos levar a aprender, que somos capazes de encontrar novos jeitos de resolver um problema, é possível acreditar, também, que nossos filhos não estão prontos e que podem, com nosso apoio, desenvolver novas habilidades de se comunicarem, de se relacionarem em família, de assumirem responsabilidades. 23 Assim, quando os pais procuram meu suporte para lidar com os conflitos na relação com seus filhos adolescentes, eu costumo incentivá-los a pensar em sua própria adolescência e em como através de sua história foram desenvolvendo habilidades de se comunicar e se relacionar com o mundo e, uma das principais estratégias, para exercitar esses aspectos com seus filhos é a Reunião de Família, proposta pela Disciplina Positiva. Para mim, a Reunião de Família tem se mostrado um espaço importante para o exercício de ouvir e ser ouvido, para encontrar caminhos possíveis para os problemas; dividir conquistas e angústias; aprender com os erros; organizar tarefas do dia a dia, diversão, dentre muitas outras oportunidades que as famílias podem criar. 24 Os filhos adolescentes podem resistir à ideia da reunião, é importante deixar claro os motivos pelos quais ela está sendo proposta. Na reunião não há um “chefe”, todos têm direito à vez e voz! Combinar um dia e horário e tempo de duração da reunião, que atenda às necessidades da família. Começar a reunião com reconhecimentos e agradecimentos. Ter uma pauta, construída ao longo da semana e que contemple itens que não foram conversados. Caso algum tema seja complexo ou polêmico, pode-se fazer um levantamento de ideias para resolvê-lo. Se o assunto não tiver consenso, sugerir deixá-lo para a próxima reunião. Abrir espaço para diversão, realização de alguma atividade que seja prazerosa. De acordo com a doutora Jane Nelsen, a Reunião de Família pode ser tão importante para as famílias, quanto as reuniões de equipe são para as empresas bem administradas. E elas precisam seguir algumas orientações para se tornarem significativas: Contato | WhatsApp: (11) 97182-3324 25 E, então, se você viu sentido no que apresentei aqui, o que falta para iniciar os passos na direção de uma relação mais respeitosa e próxima de seu filho? Que tal iniciar suas reuniões em família? @andreiaquintelia 26 A fase da adolescência é marcada por muitas dificuldades e uma delas é a comunicação entre pais e filhos. Escutamos muito isso no consultório, pais que não sabem lidar com os comportamentos dos filhos e suas ações acabam gerando distanciamento e dificultando a comunicação. Mas o que vem a ser comunicação? Em dicionários podemos encontrar comunicação como uma palavra derivada do latim "communicare", que significa "partilhar, participar algo, tornar comum". É entendida como uma forma de transmissão de mensagens, onde deve haver o transmissor e o receptor. Tá bom, mas vamos refletir um pouco... Será que não está faltando nada? É possível haver uma boa comunicação sem a escuta? Bem, são muitos os tipos de mensagens que podemos transmitir, mas quando o foco é a relação entre pais e filhos, entendemos que a escuta é o principal ingrediente da comunicação. Comunicação entre pais e filhos Cristiane Nogueira Nunes | CRP:05/61569 27 A escuta ativa trata da compreensão do que é dito com o cuidado de não avaliar ou julgar, pois só assim será possível entrar em contato genuíno com o outro e contribuir para a mudança que se busca. Só que não estamos acostumados a escutar ativamente, pois muitas coisas interferem nesse processo, assim como levar para o lado pessoal. Os pais costumam levar para o lado pessoal quase tudo o que os filhos fazem ou dizem de “errado”, detectamos isso em falas como as que seguem: “Meu filho faz isso para me irritar”, “Minha filha quer que eu fique maluca”... Mas nem tudo está perdido, a boa notícia é que existem ferramentas que se colocadas em prática podem contribuir para a melhora significativa dessas relações e da comunicação. 28 Não dê sermões. Fale objetivamente e com gentileza. Não fale com tom de superioridade. Escute-nos em vez de falar sobre o que fizemos. Não se repita. Se tivermos a coragem de lhe dizer o que fizemos de errado, não fique bravo e não reaja de forma exagerada. Não se intrometa ou nos interrogue. Não grite de outro cômodo e espere que venhamos correndo atendê-lo. Não tente fazer-nos sentir culpados dizendo coisa como: Eu fiz isso porque você não conseguiu arranjar tempo". Não faça promessas que não pode cumprir. Não nos compare com irmãos ou amigos. Não fale com nossos amigos sobre nós. Jane Nelsen, em seu livro Disciplina Positiva para adolescentes, nos apresenta uma lista com conselhos dos adolescentes aos pais sobre como melhorar a comunicação: Contato | E-mail: contato@conexaoadolescente.com.br WhatsApp: (21) 96884-2426 29 Que tal colocar essas dicas em prática e depois contar para a gente como está se saindo? Não é uma tarefa fácil, mas é um desafio que se aceito pode trazer muitos benefícios para você, seu filho e sua família. Lembre-se sempre de que errar faz parte do processo e está tudo bem, nosso foco deve ser a melhoria contínua e não a perfeição porque essa não existe! @conexaoadolescente 30 A CONFIANÇA como fio condutor na conexão de adolescentes e pais Pensar na CONFIANÇA como um espaço de escuta empático pode trazer uma estranheza para alguns, mas quando você começa a se orientar e se conduzir por uma postura positiva, você percebe que está se transformando e transformando o comportamento. Ser mãe ou pai de adolescente, mais do que tudo é ser colocado diante de inúmeros desafios. Em um estalar de dedos tenho a minha frente um adolescente, com sua singularidade e comportamento bem diferente de dois anos atrás, quando era uma criança. Então o que fazer? Perceber que já não existia uma criança em casa, mas sim um ser em um período onde mudanças fisiológicas e hormonais estavam presentes, me trouxe um desconforto e medo, pois estava diante do novo, diferente dos meus atendimentos, pois era o meu filho adolescente. Marcia Mattos Santos Vieira | CRP: 05/27298Contato | E-mail: marciamattos.psicobem@gmail.com WhatsApp: (21) 97343-1616 31 Conhecer e estudar a Disciplina Positiva foi um divisor encorajador, pois percebi que poderia me apropriar desse saber como profissional e também como mãe de adolescente, partindo disso fui cultivando um espaço com o meu adolescente onde a empatia e a escuta são exercidas de maneira acolhedora e gentil, nesse espaço, um dos pilares é o exercício da CONFIANÇA mútua. Pensar que a CONFIANÇA que estabelecemos é na verdade uma via de mão dupla, ou seja, eu CONFIO nesse adolescente e ele CONFIA em mim, como mãe e amiga, para compartilharmos medos, inseguranças, momentos de incerteza e grandes alegrias. 32 Com a CONFIANÇA estabelecida em nossa relação, os combinados ficaram muito mais fáceis de serem negociados e quando há conflito são colocados em pauta e conversados em reuniões de família, que também é um instrumento dentro da Disciplina Positiva. Pautado nesse espaço de CONFIANÇA colocamos nossa angústia, tristeza, medo e tantas outras emoções que nos envolvem e discutimos os limites e possibilidades desse momento adolescer. Nesse processo de CONFIAR – CONFIANÇA, conseguimos estabelecer uma conexão, com aquisição e exercício de habilidades que gostaria que o meu adolescente levasse para a vida toda. Com o exercício da postura positiva a comunicação ficou mais suave, menos estática a relação que mantenho com o meu adolescente. Ter um espaço de CONFIANÇA é apostar em uma postura mais amigável, encorajadora, amorosa, gentil e firme ao mesmo tempo, para formar conexão com os nossos adolescentes, lembrando sempre que devemos honrar, validar e celebrar esse espaço. @marciamattos.psicobem | /Marcia Mattos 33 Posso dizer que essa postura vai ser levada por todos, para além desse espaço, pois esse encontro com a Disciplina Positiva possibilitou reflexões e ressignificações para além dessa relação, para a vida de uma maneira geral, ultrapassando as paredes do meu espaço de atendimento e da minha casa. 34 É muito fácil nos dias de hoje nos deparamos com pais desesperados, inseguros, estressados e até mesmo culpabilizados pelo fato de não saberem manejar certas situações do cotidiano dos seus filhos. Todos desejam o melhor para seus filhos, um futuro bom, uma educação, que sejam honestos, trabalhadores, boa pessoa e quando chegam na adolescência estas preocupações e sentimentos tendem a aumentar. Surgem medos, indecisões entre dar liberdade ou não, aceitar a personalidade que vem se manifestando no adolescente ou tentar que não vá por este ou aquele caminho. Buscam respostas, temem se equivocar e perder o controle da situação. Normalmente, fazem uso do aprendido na sua própria família, levam em cada célula, seus progenitores, valores e crenças e a tendência é repetir o padrão. O período da adolescência, para muitos pais é considerado um momento caótico, difícil, onde muitos deles desistem por sentirem que não podem controlar a situação e não sabem como fazer. Adolescência etapa de transformação Janete de Almeida Pacheco | CRP: 07/04870 35 Não se desesperem, temos boas ferramentas para ajudá-los a encontrar formas onde todos desfrutem de liberdade, respeito, afeto, empatia e compreensão, mas devemos lembrar que adolescência é uma fase onde a criança começa a revisar todo o aprendido, vai testar seus limites e de seus pais, vai confrontar, desafiar, vai em busca da sua identidade. Seus ídolos serão extrafamiliares, já buscam seus grupos de amigos com interesses compartilhados e lhes fazem mais caso, o tipo de música que escutam, tipo de roupa que usam, dentre outros. As etapas prévias a adolescência, têm muita influência neste novo período, portanto creio ser necessário e importante fomentar os vínculos afetivos desde cedo, compartilhar tarefas, fazer algo juntos como por exemplo: lavar os pratos, pôr a mesa, tarefas que além de fortalecer o vínculo afetivo fará com que a criança se sinta importante, levada em conta. Estar plenamente com seu filho, abandonar suas próprias preocupações e sua mente por alguns momentos e conectar com ele, dedicar-lhe um espaço especial onde estejam desfrutando com seu filho/a de uma experiência juntos. 36 Para que os pais não entorpeçam o processo de transformação de seus filhos na adolescência e lhes ajude a atravessar esta etapa, necessita ter uma boa comunicação com eles, uma comunicação consciente e não com silêncios que podem ser muito mal interpretados pelo adolescente, conversar sobre coisas interessantes também, não somente perguntar como foi na escola hoje, ou porque não estuda mais. Falar de coisas que lhes interesse ou importa é uma boa forma de comunicação. 37 Conheça teu filho, seja curioso, faça perguntas do tipo: Como está? Como se sente? Quais são as coisas que gosta e que desfruta fazendo? Outra coisa importante que os pais encontram dificuldades é a questão da aceitação, se questionam em como aceitar algo com o que não estão de acordo, algo que pensam não ser bom, adequado ou correto para seu filho/a. Podem confundir aceitar com permitir. Quando falamos em aceitar nos referimos a compreender, empatizar, por outro lado, permitir está relacionado a não dar sua autorização para tal comportamento. Por exemplo: se manifestam o desejo de fazer uma tatuagem, os pais podem perguntar que figura desejam, que sentido tem para ele ou ela essa tatuagem e depois de escutá-lo/a, dizer que o entende e aceita seus argumentos, mas não concorda que faça algo permanente e que possa arrepender-se em um futuro, portanto, não pode permitir neste momento. Seguramente, este adolescente não estará conforme mas acabará por acatar os argumentos dos seus pais, afinal, foi conversado, foi compreendido e escutado, a mensagem recebida é totalmente distinta. Somos rebeldes com aqueles que não nos escutam e não nos aceitam! 38 O nível de maturidade e responsabilidade dos filhos pode contribuir para ajudar os pais a estabelecerem os limites e liberdades nesta etapa. A madurez marcará a diferença, adolescentes que dependem totalmente dos pais necessitam mais de limites e aqueles que demonstram ser responsáveis, poderão desfrutar de maior liberdade - (respeito com as outras pessoas, controle dos seus gastos, bom estudante, colabora nas tarefas de casa). Pode haver muitas razões para que um adolescente tenha algumas condutas inadequadas, mas sem julgar nem aos pais e muito menos a este futuro adulto, se faz necessário uma compreensão maior sobre as possíveis causas e o que ainda pode ser feito. Se a criança não recebeu em etapas anteriores, limites e regras, não podemos agora na adolescência pretender que as saiba. 39 Ter recebido uma educação exageradamente rígida, sem considerar suas preferências, lares onde houve pobreza de afeto também influenciarão sua conduta consideravelmente. Outra causa da má conduta pode se dar por conflitos pessoais, o adolescente tem problemas ou dificuldade para encontrar sua identidade. Necessitam saber que os problemas fazem parte da vida, que é normal tê-los, mas isto não lhes dá direito de fazer o que queiram, uma vez mais é imprescindível escutar, compreender e não julgar. Como pais, ajudaremos que se expressem, que se conectem com suas emoções e lhes prestaremos atenção plena. Os pais também podem crescer emocionalmente, conjuntamente com seus filhos, identificando suas crenças, seus valores, pensando e repensando sua própria infância, como se sentia quando seus pais eram amorosos, respeitosos, quando lhes escutavam com o coração ou por outro lado, se receberam uma formação rígida, com agressões verbais ou mesmo físicas. Contato | WhatsApp: (51) 98527-0656 40 Depois de identificar essas crenças e valores podem finalmente abandoná-las, pois já não servem. Libertem- se, abram seus corações e mentes para uma educação mais amorosa, conscientee responsável, dando lugar a relacionamentos respeitosos onde o limite, regras e amor possam estar presentes visando contribuir para que este futuro adulto enfrente sua vida com ferramentas saudáveis e corajosas e não seja mais uma vítima de crenças limitantes das muitas que recebemos. 41 Ansiedade do ensino médio e contribuição parental na transição para a vida adulta Adolescência! Quem de nós adultos, não lembra das vivências pelas quais passou? É um momento de muitas mudanças e carecemos de experiência. Estamos em desenvolvimento, e em transição para um momento que pede por atuações completamente novas, diferentes do que estávamos habituados. No atendimento de adolescentes, observo com frequência que os pais muitas vezes não entendem por que os filhos ficam ansiosos, pois, “não trabalham” e “o único compromisso é estudar”. Muitas vezes para iniciar o diálogo sobre o tema, trago a experiência adulta para reflexão: quando estamos preocupados ou tristes, será que conseguimos desenvolver as atividades de trabalho da mesma forma de quando não estamos nos sentindo assim? E a resposta frequente é não. Tarita Mistral Bomfim | CRP: 03/7324 42 Na história do desenvolvimento social, para alguns grupos, não existia o longo tempo entre as atividades infantis e a plena integração do sujeito ao grupo produtivo e reprodutivo, sendo caracterizada a entrada no mundo adulto, com a chegada da puberdade. A sociedade gradativamente adaptou-se aos novos conceitos sobre o desenvolvimento humano, passando a incluir a adolescência nas fases do desenvolvimento. 43 É um período da vida que se relaciona com as experiências da infância e as expectativas e solicitações da vida adulta. Sua expressão resulta da relação que estabelece com fatores indissociáveis, como a hereditariedade, crescimento orgânico, maturação neurofisiológica. Além disso, a dimensão sócio-histórica e cultural, que determinam em boa medida as características do adolescente. Podemos considerar o ensino médio como a adolescência educacional. Não estamos no início, nem temos a experiência de um profissional com larga experiência. Estamos às portas de uma escolha profissional que nos acompanhará ao longo de toda a vida. E o que isso pode causar? Podemos ter atitudes proativas diante da escolha profissional ou podemos potencializar o pensamento na direção dos resultados esperados, como uma corrida contra o tempo, em detrimento do que é nosso potencial, identidade e propósito. E é aí que surge a ansiedade. Então, a ansiedade embora traga prejuízos escolares, em medidas diferentes para cada indivíduo, ela é uma importante comunicadora. Traz aspectos não-verbais que revelam o acontecimento de um fluxo interno de reações às demandas externas. 44 Com a percepção desse acontecimento, cabe a importante ação do cuidado, frente ao momento atual, e de prevenção no que se refere a vida futura (adulta), com mais saúde, qualidade nas relações e sucesso profissional. E o que os pais podem fazer no hoje, para contribuir qualitativamente com o desenvolvimento pessoal e profissional dos filhos? Todos nós percebemos e interagimos com o mundo, até mesmo, antes de nascer. E desde lá, vamos constituindo um projeto de vida considerando as necessidades que se apresentam; esses projetos vão sofrendo alterações a partir do que vivenciamos e experimentamos. O adolescente, como dito antes, transita entre as experiências da infância e as solicitações da vida adulta. Essas solicitações ele experimenta no espaço escolar, na vida social e em família, geralmente se referem a definição profissional. Embora na adolescência o ser humano seja convocado a assumir decisões para a vida, ainda está em processo de desenvolvimento neurofisiológico e sociocultural, o que significa dizer que nem sempre apresentará a resposta adequada, esperada. 45 Esse é o momento em que sua filha ou seu filho está desenvolvendo o projeto de vida dela ou dele, que pode ser diferente do seu. Mas a diferença pode trazer uma importante riqueza para o desenvolvimento de ambos. É um momento em que permitir-se conhecer, apresentar curiosidade e disponibilizar suporte, além de fortalecer o vínculo, contribui encorajando de forma importante, os filhos para a vida adulta. Visitar em reflexão à própria adolescência é um importante exercício para facilitar o manejo da situação atual. Experimente refletir sobre: Contato | E-mail: taritamistral.contprofissional@gmail.com WhatsApp: (71) 99696-1591 46 Lembrar como foram suas experiências; Quais eram seus desejos, necessidades; Quais eram suas expectativas; Como foram recebidos por seus pais e como você se sentiu; Qual ou quais atitudes positivas dos seus pais contribuíram para sua vida pessoal e profissional; Considerando as contribuições que você recebeu e com a experiência que tem hoje, quais contribuições positivas você ofertará para a experiência da sua filha ou do seu filho, nas construções para a vida adulta? Lembre-se: projetos de vida podem ser ajustados ou reprogramados e estilos de vida podem seguir um novo curso. Ambos precisam servir ao propósito de vida. @caminhos.de.temperanca / @lotuscdh 47 A vida que vivemos na contemporaneidade é de muitas demandas na família. Os pais tem as cobranças do trabalho, dentro de suas profissões, a educação dos filhos, as questões financeiras e tudo isso se não for bem administrado pode gerar estresse no relacionamento familiar, especialmente na relação parental com os filhos adolescentes. A regulação emocional é a capacidade que alguns indivíduos possuem de compreender seus sentimentos e emoções, desde sua origem e conseguir agir de forma racional e sensata, sem se deixar levar por impulsos e pensamentos negativos. Regulação emocional na parentalidade com adolescentes Sônia Pinheiro | CRP: 11/15484 48 Segundo Jane Nelsen e Lynn Lott é necessário honestidade e coragem para entrar em contato com seus próprios sentimentos, a raiz desses sentimentos e o que você pretende fazer com eles. A adolescência é uma fase de transição da infância para a idade adulta e de mudanças físicas, psicológicas e sociais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a adolescência começa aos 10 anos e termina aos 20 anos; para a Organização das Nações Unidas (ONU) acontece entre 15 e 24 anos; para o Ministério da Saúde, no Brasil, é entre 10 e 24 anos; para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é dos 12 aos 18 anos, podendo ir até 21 anos em casos específicos; para a Neurociência é até 24 e 25 anos. 49 Daniel Siegel, médico psiquiatra, explica o cérebro relatando que o córtex pré-frontal, na parte dianteira do lobo frontal, o principal centro de controle do cérebro, ainda está em desenvolvimento e continuará até a maturação completa aos 24 anos. Esse conhecimento do cérebro do adolescente é essencial para os pais de adolescentes. Ele usa o cérebro na palma da mão para ensinar aos pais como o nosso cérebro funciona. O braço e o punho são a coluna vertebral. Entrando no crânio temos o sistema límbico, onde se encontra a amígdala (representada pelo polegar dobrado no meio da palma da mão aberta) que trabalha junto com o tronco cerebral regulando a ansiedade e as emoções. O córtex cerebral fica na parte superior (representado por sua mão fechada em cima do polegar) e nos ajuda a pensar e raciocinar e as unhas (representam o córtex pré-frontal), na frente da testa que regula o nosso raciocínio. 50 Manter o bom humor: evitar levar o que o adolescente fala para o seu lado pessoal, busque mais leveza e diversão no relacionamento familiar. Quando estamos estressados não conseguimos acessar o cérebro racional, nossa mão fica aberta e somente a amígdala que está dentro do sistema límbico age no movimento de lutar, fugir ou paralisar. Quando nos acalmamos acionamos o córtex pré-frontal, a nossa palma da mão fecha e acionamos a parte racional do cérebro para solucionaro problema. Os pais de adolescentes tem mais condições de se autorregular no momento de conflitos com seus filhos, porque o cérebro já está maduro e o cérebro do adolescente só vai amadurecer plenamente por volta dos 24 a 25 anos. Diante deste conhecimento seguem algumas dicas práticas para a relação parental com os adolescentes: 51 Praticar a pausa positiva: quando estiverem estressados dar um tempo para você e seu filho(a) se acalmarem. Pode ser bebendo água, contando até 10 ou mais, fazer uma caminhada e quando estiverem calmos voltar a conversar para encontrar uma solução juntos e unidos. Se o pai ou a mãe errou com o filho(a), praticar os 4 R´s da reparação dos erros: reconhecimento (reconheça seu erro, tendo consciência do erro cometido, sem culpa); responsabilidade (ser auto responsável identificando a sua parte na situação); reconciliação (peça desculpas, perdão, pois as crianças e adolescentes sabem perdoar); resolução (solucionem o problema buscando juntos uma solução adequada para ambos). Seja empático e escute o adolescente: compreenda a forma do adolescente ver o mundo e escute com paciência. Contato | E-mail: terezasonia@hotmail.com WhatsApp: (85) 98124-6895 52 Ame seu filho(a) adolescente pelo que ele é e não pelo que ele faz: expresse o amor com gratidão evitando críticas e humilhações. Os pais são os primeiros que precisam se alfabetizar emocionalmente, isto é, serem os líderes de si mesmos, gerenciando suas emoções e desfrutando de um relacionamento saudável, de conexão com o coração de seus filhos. @soniapinheiropsi 53 Dialogando com os adolescentes Na adolescência inicia-se o processo de desenvolvimento da autorresponsabilidade na medida que os pais possibilitam aos seus filhos a demonstração de sua capacidade e competência. Para filhos que estão acostumados com pais que fazem tudo por eles, a probabilidade de haver uma migração para a fase da liberdade e autonomia será bem menor, e ao mesmo tempo poderá haver rebeldia por parte dos adolescentes em perceberem que estão sendo cuidados como se ainda fossem crianças. Em cada família será necessária uma adequação da comunicação ao seu padrão de funcionamento, de modo que se invista numa forma eficaz de interação entre pais e filhos. Regina Barreto | CRP: 11/08479 54 Um manual como guia para conduzir a educação dos filhos quando chega a adolescência seria muito bom para todos os pais, pois é nessa fase que a incerteza desperta a vulnerabilidade gerando sentimentos de frustração e medo. Criar filhos que se relacionam com o mundo sentindo-se valorizados, autênticos, cheios de coragem e que sabem responder aos desafios e tensões de maneira assertiva, requer dos pais uma autoavaliação do relacionamento com seus filhos. Os adolescentes estão migrando para uma fase de autonomia e eles necessitam sentirem o respeito e a confiança. Quanto mais controladores e desconfiados forem os pais, maior será a possibilidade de seus filhos os desafiarem. Quando sentem-se apoiados, sem medo de punições, contestações e reprovações, os adolescentes entendem que estão em ambiente seguro e abrem-se para compartilhar seus sentimentos, pensamentos e decisões. 55 Uma palavra de acolhimento, um gesto de carinho, atenção, interesse no compartilhar do outro e a capacidade de ouvir são atitudes essenciais para o estabelecimento de um diálogo e a vivência de uma comunhão familiar. Os adultos da relação devem dar o primeiro passo, evitando o vazio, o distanciamento e uma relação meramente de perguntas e respostas, sem vínculos emocionais, pois geralmente os adolescentes, apesar de serem os que mais desejam e necessitam do diálogo devido a tantas dúvidas, frustrações, transformações vividas nesse período de suas vidas, muitas vezes não conseguem buscar proximidade e auxílio dos pais. Pais, busquem olhar sob a ótica do seu filho, sendo empático e curioso o suficiente para que estabeleçam um vínculo. Aprendam a se comunicar com o coração, não deixando a razão invadir e dominar todo o diálogo. Invistam em gentileza e firmeza como a base norteadora de sua educação. Apresentem a honestidade de seus sentimentos sobre a percepção das diferenças existentes entre vocês. Fale menos, escute mais. Viva mais tempo juntos de forma despretensiosa. Evitem o julgamento prévio de alguma situação desconhecida, buscando sempre ouvir e acolher primeiramente os sentimentos de seu filho. Contato | E-mail: maia-barreto@uol.com.br WhatsApp: (85) 98878-6518 / (85) 98165-6518 56 A migração da adolescência para a fase adulta de modo saudável se dá através da interdependência, quando há um distanciamento dos pais e uma aproximação de outros grupos por identificação e o sentimento de fazer parte. Nesse momento de intensidade emocional e social os vínculos estabelecidos na infância serão considerados como o alicerce para os próximos anos. Migrar para a adolescência em muitas famílias é sinônimo de isolamento, o que deveria ser um movimento de amplitude nos canais de comunicação, considerando os desafios que serão enfrentados nessa etapa da vida e as demandas da idade. Contato | E-mail: maia-barreto@uol.com.br WhatsApp: (85) 98878-6518 / (85) 98165-6518 57 Nesse período os pais devem incansavelmente interagir, investir em diálogo, conversas afetivas e reflexivas, tempo compartilhado, buscar maior proximidade e relacionamento com seus filhos. Famílias que demonstram amor e disciplina geralmente terão adolescentes mais respeitosos e responsáveis. O relacionamento é a base e ele determinará o nível de envolvimento, respeito e afetividade, entre pais e filhos. Menos críticas, questionamentos e desconfianças, mais palavras de afeto, encorajamento e amor. Pais, seus filhos adolescentes não migraram para a fase adulta ainda e precisam de vocês para dar esse passo de maneira mais assertiva e segura. @psireginabarreto | /Psireginabarreto 58 Conviver com adolescentes poderia ser comparado a andar em uma montanha russa. O percurso inicia com uma grande e lenta subida, seguida de uma enorme descida, dá vontade de desistir, a velocidade é tanta que parece que não vai parar, eis que surge um enorme “loopping” e achamos que não conseguiremos aguentar. Aos poucos a velocidade é reduzida, voltamos a respirar, é uma mistura de medo com as mais diversas emoções e sentimentos, quando tudo passa respiramos fundo e pensamos “ufa, sobrevivemos”. A boa notícia é que a adolescência também passa e os adultos sobrevivem. A sobrevivência dos pais ao adolescer dos filhos Daniele Fambelio Gomes Mariano | CRP: 06/121336 A única coisa a fazer é dar tempo ao tempo e sobreviver à turbulência. (Dias, 2003) 59 Para o pediatra e psicanalista inglês, Donald W. Winnicott, a adolescência é um período de retorno aos estágios iniciais da vida, em que o indivíduo se torna dependente dos adultos e de um ambiente facilitador para sentir-se real e construir sua identidade, da mesma forma que o bebê depende dos cuidados da mãe e de um ambiente seguro para existir. Segundo sua teoria sobre o desenvolvimento emocional, os cuidados da mãe – ou de quem exerce a função materna – proporcionam ao bebê o contorno, noção de integração e pertencimento, o sentir- se real. Na adolescência esse estágio é revivido, porém acompanhado de força física e com a necessidade de confronto. É um período de luta pelo sentir-se real, uma busca constante de identidade, de “quem eu sou”, um ensaio para o amadurecimento. 60 O confronto adolescente não é vingança, não é retaliação, é uma manifestação turbulenta que, em parte, é resultado dos cuidados suficientemente bons dispensados ao bebê. “Os adultos são necessários para que os adolescentes tenham vida e vivacidade.” (D.W. Winnicott, 1968). A adolescência é um ensaio necessário, o jovem não “é”, e sim está em processo de “vir a ser”, por isso deve- lhe ser permitido experimentar, errar, expressar, “quebrar a cara”, agir por impulsoe viver, mas sem abandoná-lo no caos. Não é saudável, nem justo exigir do adolescente uma maturidade falsa, nem seu cérebro está pronto para isso. Pesquisas mostram que as regiões do córtex órbito-frontal amadurecem ao final da adolescência, ou seja, só então pode-se esperar um comportamento sensato, sociabilidade, empatia e diminuição da impulsividade (Suzana Herculano, 2005). Contato | E-mail: psi.danielemariano@gmail.com WhatsApp: (11) 97674-4514 61 O isolamento também é necessário para a construção da identidade do adolescente, o desenvolvimento da criatividade e do processo de descoberta do eu, está neste afastamento dos pais e na busca por outras referências e grupos. Porém, como uma mãe atenta ao bebê, os pais precisam demonstrar que não o abandonaram, que é um ambiente seguro e ele não está só. Um ambiente facilitador permite o isolamento saudável, que é a capacidade de estar só na presença, afinal “esconder-se é um prazer, mas não ser encontrado é uma catástrofe” (D.W. Winnicott). O adolescente precisa ser encontrado pelos pais e adultos que os cercam (família, escola). O conselho à sociedade poderia ser: por amor aos adolescentes e a sua imaturidade, não lhes permitam crescer e atingir uma falsa maturidade, transferindo-lhes uma responsabilidade que ainda não é deles, mesmo que possam lutar por elas. (D.W. Winnicott, 1968). @psi.danielemariano 62 Na prática, isso significa criar conexão com o adolescente, reconhecer a intenção por trás do comportamento, confiar e gerar confiança, permitir que se frustrem e que mesmo assim estejam seguros e sejam amados. Os pais precisam reconhecer as próprias emoções, sentimentos e necessidades para que possam se conectar e reconhecer, escutar com empatia e acolher as emoções do adolescente. O que precisa ser controlado é a situação, o comportamento e não o adolescente; com gentileza e firmeza, com motivação e encorajamento é possível alcançar a melhora no comportamento e estabelecer a boa convivência, para assim sobreviver a esta montanha russa que é o adolescer. Mantenha os olhos abertos e esteja pronto para agir quando o adolescente precisar de sua sabedoria e ajuda adultas para descobrir o que é importante para ele ou ela. (Jane Nelsen e Lynn Lott). 63 A adolescência e a importância do encorajamento e pertencimento no núcleo familiar A adolescência é um período muito importante na vida do indivíduo, pois é a transição da infância para a fase adulta, trazendo consigo mudanças relevantes que transformarão o psicológico, o físico, o cognitivo e o social. É uma fase de grandes descobertas, desafios, fantasias, crises religiosas e também de escolhas importantes que influenciarão a vida adulta, como por exemplo, a escolha da profissão. Fase que virá acompanhada de intensos conflitos que farão com o que o adolescente venha a se distanciar, buscando ter a sua privacidade, fazendo com que os passeios em família percam a graça e as conversas na mesa não faça mais sentido para eles. Lilian Rodrigues Ávila Messias | CRP: 05/62318 64 É um momento em que um turbilhão de pensamentos permeará a sua mente ocasionando tantas ideias que poderão fazer com que o adolescente se sinta angustiado, perdido e sozinho. Então a tendência é se isolar da família e buscar mais pelos grupos de amigos, onde eles se sentem pertencentes e aceitos e tem mais facilidade de se expor, de falar o que pensam sem muitas restrições. 65 O poder frequentar as festas sem a companhia dos pais, irem ao shopping, cinema e pegar o ônibus sozinho são situações novas que causam motivação, trazendo a sensação de liberdade que o adolescente tanto almeja. Diante de tantas transformações e novas ideias, a identidade vai se formando, o senso crítico é evidenciado e o desempenho para alcançar os seus sonhos e objetivos já faz parte do seu dia a dia, ou em alguns casos esses sonhos não existem, dando lugar a um sentimento de frustração e vazio. Então, é importante que a família busque uma proximidade criando uma conexão com esse adolescente, observando o que está dentro da normalidade ou fora de controle, e se necessário, é importante a busca por um profissional para que possa estar orientando e acompanhando tanto os pais quanto o adolescente. 66 Uma ideia para os pais é que eles desenvolvam a gentileza e firmeza, que é a base da disciplina positiva, sabendo ouvir o adolescente com empatia e sem julgamento, buscando entender os seus pensamentos e sentimentos e validando-os de forma com que eles se sintam pertencentes, acolhidos e seguros, tornando esse momento mais tranquilo e harmonioso. Se sentir pertencente e encorajado fará com que o adolescente tenha confiança e desenvolva um autoconhecimento e tenha habilidade para regular suas emoções, facilitando assim as suas escolhas e tornando-o um adulto resiliente, empático e corajoso, pronto para conquistar os seus sonhos e apto para lidar com as frustrações que aparecerão durante a caminhada da vida. Contato | E-mail: lilian.rodrigues.avila@gmail.com WhatsApp: (24) 9992-8982 67 Um dos grandes desafios da atualidade é a comunicação, ainda que tenhamos as mais modernas ferramentas de comunicação disponíveis a qualquer momento. No contexto familiar a tecnologia nem sempre aproxima e, por vezes, até causa distanciamento. A grande variedade de estímulos e opções de conexão com o mundo externo pode gerar prejuízos à comunicação entre aqueles que estão mais próximos, vivendo sob o mesmo teto. A boa notícia é que essa realidade pode ser mudada a partir do resgate da comunicação efetiva em família. Afinal, a harmonia familiar beneficia a todos e certamente é almejada por todos. A importância de escutar com o coração Mary Caixeta | CRP: 01/6479 68 A comunicação entre pais e filhos, sobretudo quando estes se tornam adolescentes, envolve alguns desafios; muitos deles, decorrentes do estilo de personalidade de cada um e do seu jeito de ser no mundo. Interessante observar que, quando os filhos são bebês, às vezes é difícil decifrar suas necessidades e compreender sua linguagem. Aos poucos, pais e mães vão descobrindo quais sinais indicam cada uma dessas necessidades e vão aprendendo a atendê-las com os recursos que têm disponíveis. Muitas vezes até se diz: “ah será tão mais fácil quando eles aprenderem a falar...” Aí eles crescem, aprendem a falar, as necessidades mudam e a forma de expressá-las também. Começam a ser diretos e a manifestar suas próprias vontades e os pais, mães e cuidadores novamente se veem precisando reaprender a linguagem deles. 69 Na adolescência os filhos sentem necessidade de ter autonomia, de se perceberem donos de si, capazes de fazer as próprias escolhas. Muitas vezes questionam e até desafiam as normas e convenções familiares com as quais conviveram bem até então. Isso faz parte do processo de desenvolvimento. Estão entrando na chamada idade da razão e conseguem pensar de maneira lógica e ver as consequências de cada atitude que adotarem. Começam a exercitar os questionamentos como parte desse processo de desenvolvimento de suas habilidades mentais. Quando os pais entendem isso podem ter conversas produtivas e com total conexão com os filhos. Nesse contexto, um diálogo sincero faz toda a diferença para superação de conflitos. Exercitar a escuta é fundamental para criar conexão. 70 Essa escuta requer que se percebam algumas necessidades básicas dos filhos adolescentes, como o desejo de ser ligado aos pais, de ser aceito, de ser cuidado e de ser amado. O desejo de se sentir ligado aos pais pode ser suprido com tempo de qualidade juntos, de presença efetiva, que gera sensação de segurança por sentir-se amado. E essa ligação emocional requer comunicação. Conversas corriqueiras à mesa das refeições costumam ser geradoras de conexão. A necessidade de sentir-se aceito como pessoa,em sua individualidade, sem comparações, por exemplo, com outros irmãos, alimenta o “tanque emocional” de amor que cada um carrega consigo. É importante que os filhos entendam que são aceitos, ainda que os pais não aprovem alguns de seus comportamentos. O sentimento de ser cuidado é experimentado quando os filhos são valorizados e reconhecidos por seus esforços e encorajados pelos pais a seguirem buscando o desenvolvimento suas capacidades. 71 A necessidade mais básica experimentada por todo ser humano e que se evidencia na adolescência é sentir- se amado, sobretudo pelos pais, que lhes são tão importantes. Sentir-se amado gera na pessoa humana um sentimento de pertença e de sentido para a vida. Além de perceber tais necessidades é necessário entender que cada filho tem uma linguagem própria para expressar amor e com a qual interpreta o amor recebido dos pais. Contato | E-mail: mary.caixeta.psi@gmail.com 72 Dialogar com os filhos requer disposição e autoconhecimento, considerando que entender o mundo externo passa primeiro por entender a nós mesmos. Assim, os pais devem ter em mente que educação é um processo contínuo e que os erros de ambas as partes são excelentes oportunidades para o aprendizado. Portanto, pais, tenham compaixão e tolerância consigo mesmos. O importante é perseverar nos seus propósitos, pois o caminho se constrói ao caminhar. @caixetamary | /Mary Caixeta 73 Considerações sobre sexualidade do adolescente: Uma orientação aos pais Um dos assuntos mais complicados que tenho observado no decorrer de meus atendimentos clínicos a adolescentes e seus pais é a comunicação aberta e eficaz entre eles, notadamente os relacionados à sexualidade, afetividade amorosa e romântica entre pares, definição de identidades e assuntos relacionados a esse campo. Muitos pais, possivelmente por suas vivências e orientações não recebidas, em seus processos educativos, encontram dificuldades para tratar com seus filhos do assunto sexualidade. Para muitos, esse tema é um tabu levado de geração a geração, embora seja encontrado largamente na internet, redes sociais e outros meios de comunicação. Apesar dessa grande publicidade, a comunicação entre pais e filhos ainda é difícil nessa matéria, obrigando o adolescente a encontrar estratégias frente a pressão de amigos, da sociedade, da família e de si próprio na busca do equilíbrio emocional. Rita Nunes Cardoso | CRP: 01/8904 74 Frente ao turbilhão de sentimentos desencadeados pelas mudanças físicas e hormonais, na adolescência, cabe aos pais se acercarem de orientação precisa, aberta e segura que lhes possam proporcionar a confiança necessária para transpor esse período de maior dificuldade em suas vidas. 75 conhecer as fases de desenvolvimento de cada idade e situar o seu filho nelas. Lembrar que cada adolescente é diferente em grau de amadurecimento; jamais desqualificar o sentimento do adolescente por mais infantil que ele pareça ser; abrir a escuta, sem reservas, para esse e para outros assuntos; certificar-se de que não possuem amarras e tabus acerca do tema ao abordá-lo sem constrangimento; antes de emitir qualquer ponto de vista, acercar-se de conhecimentos atuais sobre o assunto. Seus filhos estão vivendo a adolescência numa época diferente da sua, embora os sentimentos sejam os mesmos; começar a conversar com os filhos o mais cedo possível, conforme sua necessidade e grau de evolução. Isso evitará que ele seja guiado por informações deturpadas recebidas de terceiros e fiquem suscetíveis a experiências traumáticas. Com o intuito de ajudar os pais nessa tarefa, seguem algumas considerações sobre o assunto: 76 Algumas situações de risco podem acontecer tais como: gravidez indesejada e contaminação por doenças sexualmente transmissíveis. Diante desses fatos, embora os pais estejam tomados pela emoção, reações insensatas devem ser evitadas tais como: explosão de raiva, virar as costas ao adolescente, acusá-lo por ter sido “burro”, ameaçá-lo ou expulsá-lo de casa, dentre outras. Ao invés disso os pais devem procurar manter o autocontrole e oferecer uma atitude de ajuda para avaliar todas as alternativas e possíveis soluções naquele momento. O acolhimento, torna-se fundamental deixando claro aos jovens que eles não estão sozinhos e que não serão abandonados. Se o jovem ainda não compreendeu ou definiu sua sexualidade, é importante que os pais se coloquem numa situação de entendimento e busca de conhecimento sobre o assunto. A angústia frente ao desconhecimento de suas emoções, as desqualificações dos amigos com acusações, rótulos grosseiros e bullying faz com que o adolescente se torne inseguro e se veja sem saída partindo para condutas autodestrutivas, sentimentos de menos valia, depressão e até tentativas de suicídio. 77 É importante que os pais tenham uma visão clara e atualizada dos conceitos vigentes sobre sexualidade, para serem capazes de orientar os filhos em suas dificuldades. A leitura de livros, procura de profissionais especializados no assunto e acima de tudo a posição receptiva e de acolhimento, demonstrações de afeto, validação de sentimentos são atitudes importantes diante dos jovens. O amor, carinho e o respeito são os maiores aliados nessa caminhada. Contato | E-mail: ritancardoso@gmail.com @ritancardoso 78 Automutilação na adolescência: O que está acontecendo? A adolescência é marcada por diversas mudanças físicas e psicossociais, tais como: conflito com o inicio das relações sexuais, momentos de incertezas, ansiedade, insegurança, isolamento, o fortalecimento da autoimagem e autoestima, amadurecimento emocional e mental; é uma fase onde ocorrem muitos questionamentos sobre imposições, regras, valores, identidade, conflitos familiares e uma preocupação quanto à formação de grupos de amigos. Maria Rosiane Silva de Lima | CRP: 06/130185 79 Os comportamentos autolesivos na adolescência podem começar a aparecer por volta dos 13 anos de idade com a passagem para adolescência, onde estão em pleno vapor, a construção de identidade e os sentimentos de inadequação. Infligir lesões contra o próprio corpo pode ser compreendido como um desvio do desenvolvimento positivo ou sinal de uma adolescência patológica, evidenciando um intenso sofrimento que não deve se ignorado. Estudos mostram que comportamentos autolesivos revelam dificuldades nas esferas individual, familiar e social, resultante de uma tentativa desesperada de mudar uma situação insustentável. No âmbito individual o adolescente que pratica a automutilação apresenta, com frequência, baixa autoestima, depressão, frustração e ou ansiedade, insegurança, tristeza e pouco contato social. 80 Mudanças no sono;- Alterações no apetite, incluindo mudança no peso; Falas que remetem a intenções suicidas; Isolamento social, jovens que se distanciam do convívio com as demais pessoas, não desenvolvem amizades importantes; Surgimento de algum transtorno de personalidade, como por exemplo o transtorno de personalidade borderline. As famílias, em grande parte, apresentam conflitos frequentes e redes de sociabilidade deficitárias, com dificuldades de exercer uma parentalidade que possam transmitir segurança e encorajamento para os adolescentes. Os jovens por sua vez costumam não estar inseridos em grupos juvenis ou em estruturas da comunidade. Como mencionado acima, a automutilação está muitas vezes ligada à depressão, porém é importante frisar que não são todos os adolescentes que estejam passando por um quadro depressivo que recorrem a comportamentos autolesivos. É importante ter atenção para alguns sintomas que podem indicar que algo está disfuncional, tais como: 81 Importante se atentar se o adolescente estiver usando com frequência roupas mais longas, mesmo em períodos quentes, esse comportamento pode indicar que esteja escondendo as lesões. Procurar cicatrizes como: arranhões, escoriações, que tenham sido feitasde forma intencional em outras partes do corpo, como nas pernas ou abdômen. Alguns adolescentes podem tentar cobrir as autolesões com curativos. É extremamente importante desenvolver uma conexão com o adolescente de modo que ele se sinta aceito, oferecendo escuta empática, sem julgamentos, com atenção ao que ele esteja trazendo, que seja algo genuíno. Interessando-se em saber como está sendo a sua rotina, como tem se sentido nos últimos dias, se tem pensado em morte ou em se machucar. Cabe ressaltar que falar sobre a automutilação é essencial para que possa abrir um caminho para que o adolescente peça ajuda. Não gerará incentivo a comportamentos autolesivos, como algumas pessoas consideram. 82 Momentos nos quais há algum tipo de conflito de ordem psíquica, no qual tenha pensamentos intrusivos e emoções difíceis. A autolesão pode dar uma sensação de concentração em algo real e concreto que esteja acontecendo naquele momento. Outro objetivo seria o de aliviar uma dor emocional com uma dor física, pois quando há algum tipo de corte, o corpo libera substâncias opióides, encontradas por vezes em psicofármacos, possuem efeitos analgésicos que, de fato, aliviam temporariamente a dor emocional. Entretanto, geram depois sentimentos de culpa, ocasionando, assim, novas crises. Os comportamentos autolesivos podem ter três objetivos principais: Contato | E-mail: rosianelimapsique@gmail.com WhatsApp: (11) 98097-3275 83 Por último, é um pedido de ajuda. Quando ocorre a automutilação, provavelmente, a pessoa já apresentou outros sintomas que transpareciam que não estava bem, mas pode não ter sido vista com a devida atenção. Nunca ignore um pedido de ajuda. Auxilie o jovem a buscar ajuda especializada de psicólogos e psiquiatras. Será de extrema importância para compreensão dos motivos e construir novas habilidades para lidar com os desafios emocionais que a pessoa não esteja tendo recursos emocionais para lidar com eles. @_rose.lima_ 84 Como ajudar nas escolhas e decisões dos adolescentes de uma maneira gentil e firme Alexandra Toledo | CRP: 06/67793 Meu interesse maior pela temática da adolescência surge durante os atendimentos clínicos e vivência com projetos nas escolas, ouvindo muitas queixas dos pais e educadores dizendo que não compreendem os adolescentes, que ora eles estão de um jeito, ora de outro, escolhe uma coisa, ora outra, são tantas escolhas e decisões que não sabem como acessar o mundo deles para ajudá-los. Primeiro, devemos entrar neste mundo dos adolescentes, compreender como acontece este processo de transformação que envolve estresse e instabilidade para todos (pais, educadores). 85 Segundo Daniel Siegel (2016, p.7), a adolescência é um período da vida que pode ser ao mesmo tempo desconcertante e maravilhoso. Com uma duração que vai aproximadamente dos doze aos vinte e quatro anos de idade (sim até meados dos vintes anos!), a adolescência é conhecida em várias culturas como a época de grandes desafios, tanto para os adolescentes quanto para os adultos que os rodeiam. Claro que a adolescência é uma fase do processo de crescimento, com mudanças psicológicas e corporais, e uma relação nova com os pais e o mundo, que cabe aos pais e educadores compreender este período e vivenciar junto com os adolescentes. Estas mudanças podem oferecer riscos e oportunidades: as primeiras mudanças cerebrais que ocorrem na adolescência começam em experimentar alterações físicas e emocionais, e afastamento dos pais. 86 As alterações cerebrais durante os primeiros anos da adolescência estabelecem quatro qualidades da mente durante esse período: a busca por novidade, o engajamento social, o aumento da intensidade emocional e a exploração criativa. Há mudanças nos circuitos básicos do cérebro que tornam o período da adolescência diferente do da infância. Essas mudanças afetam a forma de os jovens buscarem recompensas ao tentar coisas novas, ao se relacionarem com amigos e ao se rebelarem contra modos habituais de fazer as coisas, criando novas maneiras de ser no mundo (SIEGEL, p.12). É positivo para os adolescentes receberem incentivos dos pais para seguirem seus próprios desejos. Contudo, não é tarefa fácil para os pais/educadores que pensam em um futuro próspero para seus filhos/alunos, visto que a prosperidade está muitas vezes relacionada a reconhecimento e valorização vista pela sociedade. Uma experiência inesquecível, quando pais e educadores praticam o autoconhecimento e o reconhecimento interior, vivenciam fatos do passado, que facilitam o comportamento exterior, podendo ter atitudes adequadas com os adolescentes. 87 Coloque-se no lugar do seu filho e seja empático, procurar saber o que o adolescente sente, ao invés de julgá-lo. Ouça e seja curioso, mesmo não concordando com as atitudes e falas do adolescente, mantenha uma escuta ativa. Pare de se preocupar com o que os outros pensam – faça o que é melhor para seu filho adolescente. A Disciplina Positiva proporciona este momento de liberdade com ordem, escolhas limitadas e escolher dentro dos limites que demonstram respeito por todos. Rudolf Dreikurs ensinou a importância de ser gentil e firme em nossas relações com os adolescentes. Gentileza é importante para mostrar respeito pelo adolescente. Firmeza é importante para mostrar respeito por nós mesmos e conforme a necessidade da situação. Com isto, algumas dicas de acordo com a Disciplina Positiva, ajudam aos pais e educadores a compreenderem as escolhas e decisões dos adolescentes, podendo ajudar de uma maneira gentil e firme. Contato | E-mail: psi.alexandratoledo@gmail.com WhatsApp: (11) 99691-0778 88 Substitua humilhação por encorajamento, palavras que incentivam e reforçam um comportamento a longo prazo. Certifique-se de que a mensagem do amor seja compreendida, demonstre claramente para o adolescente que ele é importante, amado e respeitado. Encoraje seu filho adolescente a se concentrar em soluções. Faça acordos respeitosos, que sejam pensados em conjunto. Atenção, para adquirir novas habilidades de conexão com os adolescentes têm que ser passo a passo, não vai ser de um dia para o outro. Aos poucos, até surtir efeito e perceber que as suas atitudes estão influenciando de forma positiva na vida do adolescente. Quando os adolescentes são criados com escolhas, responsabilidades e consistência têm maior probabilidade de desenvolver as habilidades sociais e de vida que lhes ajudarão muito ao longo de suas vidas. @aletoledopsi | /ale.toledo.712 89 Ser pai ou educador desperta emoções desconfortáveis, mas ao invés de se deixarem sentir essas emoções, muitos estão mudando seus hábitos na hora de educar. A forma como navegamos nas águas da adolescência – se como indivíduos jovens na jornada ou como adultos ao lado deles – pode ajudar a levar o navio que é a nossa vida a águas traiçoeiras ou a aventuras excitantes. A decisão é nossa. (SIEGEL, 2016, p.15). 90 Olá famílias! Desde 1996, trabalho com grupo de adolescentes e percebo que a comunicação entre as famílias é bem deficiente, para não dizer precária. Encontro, hoje, ao estudar a Disciplina Positiva, material contemporâneo no qual poderemos auxiliar as famílias, de forma mais pontual e direta devido às ferramentas e estratégias simples e eficazes da mesma. Vamos bater um papo, e este material desejo que chegue a todos: pais/mães, pais solteiros, mães solos. Onde temos mais de um membro já é uma comunidade, e nossa família é uma comunidade. A qual encontra suas soluções, e poder pensar/sentir e decidir dentro da mesma. Disciplina Positiva: aquecendo a psicoeducação e a comunicação com a “Reunião de família” Bethânia Miranda Ferreira | CRP: 05/22562 91 Afinal, como é sua família? Neste capítulo, quero ativar sua criatividade/curiosidade, abordando a “Reunião de Família”, uma das ferramentas com o foco na solução desenvolvida por Jane Nelsen, onde partiuda própria vivência, com seus filhos, esposo e dia a dia. A Disciplina Positiva nos coloca 5 pilares: 1. Ajuda no desenvolvimento da autoestima das crianças e adolescentes; 2. Estimula o respeito e o encorajamento; 3. É eficaz em longo prazo; 4. Ensina habilidades sociais e de vida; 5. Convida as crianças a descobrir o quão capaz elas são. Todos são importantes, contudo, os pilares 04 e 05, a meu ver, tocam diretamente na “Reunião de Família”, abordando aspectos fundamentais para desenvolver habilidades sociais ativando a psicoeducação que visa à ação sobre como adquirir novos hábitos, e a comunicação respeitosa entre os membros, auxiliando e iniciando a dinâmica da Reunião de Família. A Reunião de Família acontece em algumas etapas e tem algumas características importantes que devem ser seguidas para que seja mais efetiva: 92 Reconhecer e apreciar: sempre iniciar as reuniões reconhecendo e apreciando as atitudes uns dos outros; Avaliar as soluções: façam um levantamento do que foi conversado na reunião passada e se as soluções encontradas foram úteis ou precisam ser revistas; O tempo indicado de duração da reunião é de 20 a 30 minutos e deve ser estipulado fora de seus compromissos, para que não aconteçam sabotagens; Quanto à pauta, podem escolher entre: compartilhar sentimentos, discutir assuntos e elaborar soluções e que nada fique pesado ou de responsabilidade de um único membro, Planejamento: a reunião também pode ser realizada para planejar eventos, atividades em família, todos devem participar de forma divertida. Frequência: é indicado que as reuniões aconteçam toda semana, para que possam acompanhar as soluções e criarem um momento de diálogo. 93 Para que a reunião seja realmente efetiva, ela envolve treinamento e prática. São estratégias que estreitam os vínculos pessoais, familiares e sociais. Teremos crianças, adolescentes e adultos saudáveis e cultivando uma comunicação respeitosa. A comunicação é ativada com a Reunião de Família, os membros desenvolvem o saber falar, a usar regras, e não acusar, por exemplo: “os brinquedos fora do lugar, quem foi?”. O modelo novo (reunião de família): “o que devemos fazer quando os brinquedos estão fora do lugar?”. Contato | E-mail: psitc.miranda@gmail.com WhatsApp: (22) 99837-7260 94 Alfred Adler pontuava que o comportamento humano é motivado pelo desejo de pertencimento. Assim, com os estudos e práticas passamos a compreender que ao aplicar a Disciplina Positiva e utilizando a ferramenta “Reunião de Família”, é uma das formas gentis e firmes para comunicar, ensinar, encorajar, psicoeducar, fazer com que as famílias compreendam e não se punam. ENCORAJAR – “dar ou tomar coragem, ânimo, incentivo, estímulo”. Se entenderem a importância da “Reunião de Família” terão uma ótima e valiosa ferramenta que irá favorecer a todos, validando as emoções a cada encontro. A sugestão deste material é “Estudar para Educar”, que os pais aprendam a usar de maneira gentil e firme e se tornem companheiros de seus filhos, sendo capazes de orientá-los, sem reprimir ou tornarem rebeldes. @bethaniamiranda.psi | /bethaniamiranda.psi 95 No meu Instagram @bethaniamiranda.psi desenvolvi um material que poderá ajudar a cada encontro estreitando os vínculos – “O Diário das Emoções”. Peça o seu e deixe seu comentário. Faça sua “Reunião de Família” ter mais um recurso para uma Comunicação Respeitosa. 96 Adolescência: convivendo com os desafios dessa linda fase do adolescer Maria Elisa Tagliarini | CRP: 06/22226-3 “O desafio da criação dos filhos consiste em encontrar um equilíbrio entre nutrir, proteger e guiar, por um lado, e permitir que seu filho explore, experimente e se torne uma pessoa independente e única, por outro.” (Jane Nelsen) Você já parou para pensar que o seu filho ou filha que há pouco tempo era um bebê, dependendo de todos os seus cuidados, cresceu e que hoje é um adolescente? E que você sempre presente, estava ao seu lado, encorajando-o nos momentos em que mais precisou de você? Seja quando começou a andar, quando começou a falar, quando tirou as fraldas e quando foi à escola pela primeira vez. Não foi fácil não é mesmo? Quantos desafios, muitas vezes você pensou que não iria conseguir, mas você conseguiu. 97 E a temida fase por alguns pais enfim chegou: a adolescência. Fase muito importante neste lindo processo do adolescer que vem do Latim e significa crescimento. Fase da contestação, mas também a fase da construção. Durante essa fase o que todos os adolescentes estão tentando descobrir é “Quem sou eu, e será que sou bom o suficiente?”. 98 Você lembra de quando ele começou a andar e caiu várias vezes e que em algumas delas, ele até se machucou? Mas você sempre por perto animava-o e incentivava-o a continuar. Nesta fase da adolescência ele não está aprendendo a andar, dando seus primeiros passinhos, mas está aprendendo a ser um adulto. Da mesma forma que você teve que soltá-lo para aprender a andar, também terá que soltá-lo para torná-lo um adulto. Você sabe que quando o deixar ir, ele tropeçará e cairá, cometerá erros, mas você entenderá que isso é apenas parte do processo de crescimento. Lembra da sua adolescência? Você também tropeçou, caiu e cometeu erros, não é mesmo? O que o seu filho ou filha adolescente precisa é que você o encoraje, anime-o e mostre que você acredita que ele conseguirá. 99 A adolescência é uma fase importante no processo de crescimento. Durante essa fase, os adolescentes tentam descobrir quem são e tentam afastar-se de seus pais na busca da sua autonomia, que muitas vezes é entendida por alguns pais de forma errônea. Muitos pais querem continuar no controle da vida de seus filhos adolescentes, como fizeram até hoje. Eles têm medo de que, se entregarem o controle aos filhos adolescentes, estes se envolvam em problemas, se magoem, fracassem ou talvez até morram. Com esse medo em mente, muitas vezes se tornam pais ineficazes, causando mais rebeldia com seu jeitos super controladores. É claro que, como mãe ou pai, você está ao lado de seus filhos, mas muitas vezes eles não percebem que você está ao lado deles. Em nome dos melhores interesses de seus filhos, muitos pais perdem de vista o significado de estar do lado deles e o que realmente ajudará seus filhos a desenvolver o caráter e as habilidades de vida de que precisam para ter sucesso na vida. Contato | E-mail: metagliarini@hotmail.com WhatsApp: (19) 99790-1211 100 Hoje há um foco em tornar os filhos felizes e ajudá- los a desenvolver uma autoestima saudável. No entanto, os pais ainda usam os velhos métodos de supercontrolar ou superproteger, o que torna difícil para os filhos se sentirem bem consigo mesmos. Seu desafio como pai ou mãe é evoluir e mudar tão rápido quanto os tempos e tão rápido quanto seus filhos adolescentes. Mudar não é fácil, mas é claro que você pode conseguir se souber que vale a pena. O primeiro passo é parar de tratar seus filhos como bebês, especialmente seus filhos adolescentes. Você precisa tratá-los como pessoas dignas de respeito e capazes de aprender, contribuir e amadurecer. Pode ser muito difícil soltar seus filhos, mas é fundamental acreditar na capacidade básica que eles tem de aprender sem serem controlados ou superprotegidos por você. @psicologa_maria_elisa | /Psicologa - Maria Elisa Tagliarini 101 A adolescência é uma fase de descobertas e experimentação. Com uma duração que vai de aproximadamente 12 aos 24 anos. Por volta dessa fase há uma explosão no crescimento e maturidade, com alterações físicas e emocionais (Siegel, 2016). Ser adolescente é muito angustiante, pois eles estão em formação, alternando no ser infantil e ser adulto, não é tão novo pra ter certas atitudes, nem tão velho para agir como adultos. É um jogo de aproximação e distanciamento, onde a identidade vai sendo formada. Ainda precisam do olhar aprovador dos pais pra
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