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Neuro - Aula 3 - Pares cranianos

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Neurologia – Aula 3 
Introdução 
Considerando que os nervos cranianos têm funções 
específicas, é possível localizar e topografar as 
lesões a partir do acometimento dessas 
funcionalidades. 
São 12 pares numa distribuição craniocaudal de 1 
→ 12, com nomes específicos e funções das mais 
diversas possíveis: aferentes → sensibilidade; 
eferentes → motora somáticas e viscerais; funções 
eferentes gerais e especiais e aferentes especiais. 
Nervo craniano Função 
I – Olfatório Sensitiva Percepção do olfato 
II - Óptico Sensitiva Percepção visual 
III – Oculomotor Motora Controle da movimentação 
do globo ocular, da pupila e 
do cristalino 
IV – Troclear Motora Controle da movimentação 
do globo ocular 
V – Trigêmeo Mista Controle dos movimentos da 
mastigação (ramo motor); 
Percepções sensoriais da 
face, seios da face e os 
dentes (ramo sensorial) 
VI – Abducente Motora Controle da movimentação 
do globo ocular 
VII – Facial Mista Controle dos músculos 
faciais – mímica facial (ramo 
motor); Percepção gustativa 
no terço anterior da língua 
(ramo sensorial) 
VIII – Vestibulo-
coclear 
Sensitiva Percepção postural 
originária do labirinto (ramo 
vestibular); Percepção 
auditiva (ramo coclear) 
IX – 
Glossofaríngea 
Mista Percepção gustativa no 
terço posterior da língua, 
percepções sensoriais da 
faringe, laringe e palato 
X – Vago Mista Percepções sensoriais da 
orelha, faringe, laringe, 
tórax e vísceras. Inervação 
das vísceras torácicas e 
abdominais 
XI – Acessório Motora Controle motor da faringe, 
laringe, palato, dos músculos 
esternocleidomastoideos e 
trapézio 
XII - Hipoglosso Motora Controle dos músculos da 
faringe, da laringe, da língua 
 
Localizações 
• Olfatório (I) → telencéfalo; 
• Óptico (II) → diencéfalo; 
• Oculomotor (III) e troclear (IV) → 
mesencéfalo; 
• Trigêmeo (V), abducente (VI), facial (VII) e 
vestibulococlear (VIII) → ponte; 
• Glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório (XI) e 
hipoglosso (XII) → bulbo. 
Funções que os nervos realizam e as principais 
ligações funcionais que esses nervos estabelecem. 
 
Nervo craniano I – olfatório 
• Localizado no telencéfalo; 
• Nervo mais recente, evolutivamente falando; 
• Exclusivamente SENSITIVO; 
• Sua única função é o OLFATO; 
• Fibras amielínicas (fibras lentas) conduzem 
impulsos olfatórios denominados aferentes 
viscerais especiais, a partir dos receptores 
olfatórios; 
• É o único nervo que não tem nenhuma relação 
tronco-encefálica – é diretamente 
telencefálico; 
Pares cranianos 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Neurologia – Aula 3 
• As informações olfatórias são processadas em 
áreas primitivas do cérebro. 
Ligação de moléculas 
odoríferas aos 
receptores olfatórios 
localizados no epitélio 
olfatório. 
OBS.: O ar aspirado 
tem maior probabilidade de gerar olfação do que o 
ar respirado. 
OBS.: O SISTEMA NERVOSO SERVE COMO 
TRANSDUTOR DE ENERGIA – ele traduz energias 
para formas eletroquímicas. 
O nervo fica localizado na concha nasal superior. 
As vesículas olfatórias com receptores ficam 
localizados na extremidade distal do nervo e têm 
relação com substâncias específicas. 
Supostamente existem 46 tipos de vesículas 
diferentes que conseguem perceber 46 tipos de 
substâncias químicas odoríferas específicas. Essas 
substâncias representam energia química. Então, o 
receptor transdução a energia química para fazer a 
despolarização de um grupo de neurônios 
relacionados com a especificidade daquela 
substância. 
Estímulo de células 
bipolares localizadas 
no epitélio olfatório 
O nervo atravessa a 
lâmina cribiforme do osso etmoide (tem grande 
relação com a base do crânio) até chegar ao 
bulbo olfatório onde se dará o neurônio de 
segunda ordem, que é o neurônio que vai levar 
essa informação para o telencéfalo. 
OBS.: Uma das queixas mais comuns entre os 
pacientes com COVID-19 tem a ver com 
incapacidade olfatória, então, a lesão causada 
pelo Sars-Cov-2 se dá no bulbo olfatório, na 
comunicação entre percepção odorífera e a 
capacidade de reconhecimento que se dá no 
telencéfalo. 
Os axônios dos neurônios de segunda ordem 
seguem pelos tratos olfatórios situados nos 
sulcos olfatórios sob os lobos frontais no 
assoalho da fossa anterior do crânio. 
 
Molécula odorífera → nervo 
olfatório → lâmina crivosa → 
bulbo olfatório → telencéfalo. 
Ao chegar no bulbo olfatório, existem dois caminhos 
possíveis para informação olfatória: 
• Estria olfatória medial para o telencéfalo (área 
pré-frontal bastante antiga), área responsável, 
supostamente, pelo reconhecimento dos cheiros. 
• Estria olfatória lateral e vai se comunicar com a 
região do hipocampo – para-hipocampal, 
responsável pela memória relacionada a tal 
cheiro. 
O nervo olfatório é tipicamente lateral, então as 
informações que seguem através da esquerda e 
direita nos bulbos olfatórios (que são bilateralmente 
localizados), atravessam bilateralmente e 
dificilmente a informação olfatória é perdida 
completamente. 
Exame clínico 
Existem vários kits com diversas substâncias 
odoríferas não irritativas e capazes de serem 
utilizados nos testes, porém, quase não era utilizado. 
No contexto da COVID, esse exame ganhou uma 
relativa importância. 
As narinas são testadas individualmente, em que se 
faz a oclusão de uma e a oferta da substância 
odorífera a outra. Testa-se a capacidade de 
reconhecer o odor de uma substância facilmente 
reconhecida no contexto do dia a dia humano normal. 
 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Neurologia – Aula 3 
As queixas mais comuns relacionadas à dificuldade de 
perceber os cheiros estão relacionadas com anosmia 
e hiposmia, que é a diminuição ou ausência do olfato. 
Hiperosmia, que é o exagero, é a mais comum e é uma 
questão mais psiquiátrica do que neurológica, mas a 
parosmia é uma questão praticamente neurológica, 
que é quando você percebe odores diferentes dos 
quais a substância gera. Tem mais a ver com lesão 
cerebral, crises epilépticas... 
Quando a queixa é unilateral, a questão mais 
relacionada vai ser impossibilidade de ar chegar até 
os receptores, então rinossinosopatias e desvio de 
septo vão ser responsáveis pela anosmia ou hiposmia 
unilateral que é a principal queixa. Quando a queixa 
é bilateral, é mais com a parte central, ou seja, bulbo 
ou cérebro bilateralmente. 
No caso da anosmia ou hiposmia bilateral, lembrar 
sempre da relação do nervo olfatório com a base 
do crânio e a possibilidade de lesões da base do 
crânio, TCEs. 
Nervo craniano II - óptico 
• Responsável pela acuidade visual, campo visual, 
visão de cores; 
• Única função de interesse do neurologista é a 
CAMPIMETRIA VISUAL; 
O nervo óptico é o 
prolongamento de 
uma estrutura que foi 
desenvolvida para 
traduzir energia 
luminosa em energia 
eletroquímica. Existe 
uma série de camadas 
na retina, na qual as principais são: camada de 
células fotorreceptores, onde estão localizados os 
cones e bastonetes (que são os receptores luminosos 
e principais estruturas capazes de fazer essa 
transdução do sinal). Eles recebem a luminosidade, 
traduzem em informação eletroquímica, segue a 
informação através da camada de células bipolares 
até chegar na camada de células ganglionares e os 
prolongamentos/axônios dessas células formam o 
nervo óptico. 
Os bastonetes são para visão em baixa luminosidade, 
visão mais noturna e mais periférica. Os cones são 
para visão de altíssima luminosidade, mais do dia e 
são capazes de gerar as cores a partir de uma 
estruturação basal. 
Cones e bastonetes → células bipolares → células 
ganglionares → nervo óptico → quiasma óptico → 
trato óptico → corpo geniculado lateral → radiações 
ópticas → lobo occipital 
Então, depois que os axônios das células 
ganglionares saem do globo ocular pela região da 
fóvea, eles se dividem em: 
• Retina nasal: a luz incide vindado campo visual 
temporal. As fibras cruzam para o lado 
contralateral no quiasma óptico. Então, p. ex. a 
informação da retina nasal do olho esquerdo e 
a da retina temporal do olho direito, seguem 
juntas para que haja a percepção luminosa do 
olho direito no hemisfério cerebral direito. 
• Retina temporal: incide a luz vinda do campo 
visual nasal. 
Então segue esse entrecruzamento como trato óptico 
até a chegada na região do colículo superior no 
mesencéfalo, depois vai haver as radiações ópticas 
que levarão a informação visual até o lobo occipital, 
que é a área visual primária. 
OBS.: lesão do nervo óptico é uma neuropatia óptica. 
• Heterônima: quando há lesão nas retinas nasais 
ou nas retinas temporais de ambos os olhos. 
Elas estão captando informações do campo 
visual que são divergentes, um capta informação 
do campo visual esquerdo e outro do direito (os 
dois campos de fora (lateral) estão 
comprometidos ou os dois de dentro (medial)). 
Ex.: quando a lesão se dá na retina temporal do 
olho direito e na retina temporal do olho 
esquerdo, há um comprometimento dos campos 
visuais binasais. Quando houver o 
comprometimento das retinas nasais de ambos 
os olhos, o problema é necessariamente no 
quiasma. 
• Homônima: quando há o comprometimento do 
campo nasal de um olho com o campo temporal 
do outro olho. Ou seja, captam informação visual 
de um campo visual completo, direito ou 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Neurologia – Aula 3 
esquerdo, se darão a partir do quiasma, serão 
lesões pós-quiasmáticas. 
Quando for pós-quiasmática pode ser trato, 
radiações ou lobo occipital. 
 
a) Uma lesão nesse ponto corta tanto fibras da 
retina nasal como temporal de um olho. Isso faz 
com que toda a visão desse olho seja perdida, 
causando cegueira completa, amaurose. 
OBS.: quando a queixa do paciente é uma 
dificuldade de enxergar do ponto de vista 
monocular, a lesão vai ser obrigatoriamente pré-
quiasmática, seja do nervo óptico ou do globo ocular. 
b) Lesão central no quiasma. Como no quiasma tem o 
cruzamento, essa lesão pega apenas as fibras nasais 
de cada olho. A retina nasal vê lateral, então nesse 
caso, vai ocorrer uma alteração visual no campo 
lateral, fica só a percepção medial da visão, porque 
as retinas temporais vão ficar preservadas. 
Chamado de hemianopsia heterônima. Essas lesões 
são representadas, p. ex., por tumores da hipófise 
(já que o quiasma repousa na sela túrcica do osso 
esfenoide, onde se localiza a hipófise). 
c) Perde o campo medial da visão. 
d) Tem a nasal de um lado com a temporal de outro 
lado. A nasal do olho esquerdo, vê a parte lateral 
da visão deste olho e a temporal do olho direito, vê 
o lado medial deste olho. Então, há uma perda do 
campo visual esquerdo dos dois olhos, chamado de 
hemianopsia homônima. (campos iguais atingidos). 
e) Nesse local, onde já tem as fibras mais separadas 
e pode ocorrer uma lesão parcial, ou seja, algumas 
fibras passam e outras lesam. Então fica apenas o 
quadrante daquela região que estava sendo vista 
por aquelas fibras. Chamado de quadrantopsia. 
f) É uma lesão mais extensa, porque pega todas as 
fibras que vieram da retina nasal e temporal. Igual d. 
Diferencia-se D de F, a partir do comprometimento 
fotomotor! Em D há o comprometimento do reflexo 
fotomotor, pois as fibras retinotectais param no 
mesencéfalo levando a um acometimento pupilar. Em 
F a lesão do lobo occipital não tem esse 
comprometimento do reflexo fotomotor, não tem 
acometimento pupilar. Dessas informações, 
consegue-se topografar a origem da lesão, sem a 
necessidade de exames de imagem. 
Boa parte das fibras que saem da retina e chegam 
ao colículo superior do mesencéfalo, são fibras 
retinotectais, que levam informação a ser 
trabalhada no reflexo fotomotor, já que o nervo 
oculomotor está localizado no mesencéfalo, então 
essas fibras que são retinotectais que vão gerar o 
reflexo fotomotor direto e consensual, acabam no 
mesencéfalo, daí, quando a lesão é no trato óptico 
de uma queixa homônima, se dará através da 
representação que gerará um déficit pupilar. A 
lesão pós-quiasmática e occipital não gerará um 
déficit pupilar, então não se consegue topografar 
clinicamente. 
Quando houver dúvida, no caso de uma lesão pré-
quiasmática, se o problema é do globo ocular ou 
apenas neuropática, deve-se realizar a fundoscopia. 
Fundoscopia 
A fundoscopia consegue dizer se o problema é do 
globo ocular ou se é exclusivamente neuropático, daí, 
consegue-se, com o oftalmoscópio, topografar toda 
e qualquer lesão da via óptica, com qualquer déficit 
de campo visual. 
Acuidade visual 
LESÕES 
• Nervo óptico; 
• Maculares extensas; 
• Quiasma óptico; 
• Occipitais; 
• Retroquiasmáticas. 
A acuidade visual é dada, principalmente, através do 
cartão de Snellen, é uma função exclusiva da 
oftalmologia. 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Neurologia – Aula 3 
Percepção da cor 
• Lesões pré-quiasmáticas; 
• Lesões do nervo óptico; 
• Lesões coriorretinianas; 
Neuropatia isquêmica 
Neurite óptica 
• A cor é importante na alteração da função 
visual de causa neurológica. 
• Para o teste da percepção das cores é utilizado o 
Cartão de Ishihara. 
A percepção das cores, representada pelos déficits 
possíveis das cores primárias dos cones, o que 
existe, por exemplo, no daltonismo, é um percentual 
de não existência de algum tipo especifico de cone 
(não ter alguma porcentagem de uma das cores 
primárias), ou seja, são percentuais de 
comprometimento na formação desses cones que 
geram o daltonismo, e os testes de Ishihara são 
muito úteis para identificar. A acromatopsia, quando 
o paciente não enxerga nenhuma cor, é raríssima. 
Nervo III, IV e VI – oculomotor, 
troclear e abducente 
• Diplopia; 
• Motilidade extrínseca; 
• Motilidade intrínseca; 
• Pupilas. 
Os seres humanos não divergem a movimentação 
ocular, os olhos sempre se seguem para que a 
imagem formada na retina seja a máxima possível. 
Essa acuidade só existe por causa da movimentação 
conjugada dos músculos inervados pelos nervos 
oculomotor, troclear e abducente, por isso, a lesão 
de algum desses nervos cursa com diplopia 
(formação de duas imagens), que é a NÃO formação 
correta da imagem em ambas as retinas. Então, 
esses nervos são responsáveis pela motilidade 
extrínseca da musculatura (voluntária), pela 
motilidade intrínseca, da pupila, “guiada” pelo SNA, 
responsável pelo complexo oculomotor. 
Oculomotor 
Representa um complexo, uma série de núcleos que 
são motores, como o núcleo de Edinger-Westphal, 
que é autonômico, e que gera uma capacidade de 
inervar 4 dos principais músculos responsáveis pela 
motilidade ocular extrínseca, o reto medial, reto 
superior, reto inferior e oblíquo inferior. Além 
disso, o oculomotor inerva o constritor da pupila, ou 
seja, é responsável pelo reflexo fotomotor e o 
elevador da pálpebra por conta do seu núcleo de 
Edinger-Westphal, do SNA parassimpático. 
• Núcleos oculomotores; 
• Núcleos viscerais; 
• Subnúcleos; 
Abaixo temos algumas patologias que podem cursar 
com lesões no oculomotor: 
• Aneurisma (artéria comunicante posterior); 
• Herniação transtentorial (herniação temporal); 
• Meningite; 
• Isquemia do III nervo craniano (DM); 
• Isquemia do mesencéfalo. 
As lesões do oculomotor, quando completas, gerarão 
diplopia, ptose ou semi-ptose palpebral (por conta 
da contribuição com o elevador da pálpebra) e 
midríase pupilar, juntamente com um estrabismo 
divergente, por conta da ação tônica do reto lateral 
não contrabalançada pelo reto medial que estará 
lesionado. 
Troclear 
É o único nervo que sai posteriormente do tronco 
encefálico, lembrando que 3º e 4º NC são do 
mesencéfalo e inerva o oblíquo superior, que é o 
músculo relacionado com a leitura e com descer 
escadas, sua lesão representa uma posição muito 
específica da posição do olho que quandolesionado 
fica virado ou torcido mais 
inferiormente e para 
corrigir essa situação a 
pessoa precisa olhar 
inclinado, meio de lado. 
A patologia do troclear é 
exclusivamente a diplopia em algumas posições, 
raramente ocorre a lesão do troclear. 
Abducente 
O nervo abducente, sai da ponte, do sulco 
bulbopontino, e inerva o reto lateral, que realiza a 
abdução do olhar. 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Neurologia – Aula 3 
As consequências de lesões do abducente são o 
estrabismo convergente e consequentemente, 
diplopia. 
Representando as lesões do oculomotor, do troclear 
e do abducente, essas são as consequências, 
particularmente a diplopia e cada um terá sua 
especificidade de avaliação. Lembrando sempre que 
no oculomotor é o estrabismo divergente e no 
abducente é o estrabismo convergente. 
Apresentando sempre diplopia, e quando for avaliado 
a movimentação ocular extrínseca ou intrínseca é 
quando será visto essas consequências de lesão. 
Fascículo longitudinal Medial 
Mirada conjugante 
 
O abducente é o nervo que percorre o maior 
caminho neurológico possível. Ele sai da ponte e vai 
para a fissura orbital superior para inervar o 
músculo reto lateral. Esse caminho é necessário por 
conta da movimentação conjugada dos olhos. Só é 
possível movimentar um olho se o outro olho 
também for movimentado. 
Processo de movimentação conjugada: existe uma 
região na ponte, que é chamada de região 
paramediana pontina, que está localizada ao lado do 
nervo abducente que é responsável pelo movimento 
horizontal dos olhos. Então, para isso é necessária 
uma estrutura que movimente os olhos 
horizontalmente a partir da ponte, por isso é 
necessário o nervo abducente. 
Se for olhar para o lado direito, ou seja, abduzir o 
olho direito, o cérebro do lado esquerdo chega até 
o lado abducente, na formação paramediana pontina 
do lado direito e passa a informação que precisa 
movimentar o abducente para a direita. A formação 
paramediana pontina informa ao abducente que 
precisa abduzir o olho direito. Automaticamente, sai 
o fascículo longitudinal medial do olho direito, que 
informa ao oculomotor do lado esquerdo que ele 
precisa ir junto. Quando abduz o olho direito, aduz 
também o olho esquerdo e ambos andam juntos 
nesse processo, por isso que precisa do abducente na 
ponte para poder chegar a essa conjugação perfeita 
da movimentação ocular. 
Nervo V – trigêmeo 
• Anatomia; 
• Sensibilidade superficial; 
• Motricidade; 
• Reflexos; 
• Neuralgia. 
Tem uma função motora que é a mastigação, mas é 
uma função mais relacionada ao sistema nervoso 
autônomo, é o eferente visceral a mastigação. 
Trata-se de uma função pouco importante porque ela 
é bilateral, então é raramente comprometida. 
A função mais importante do nervo trigêmeo é a 
sensibilidade superficial da face. A sensibilidade 
tátil, térmica, dolorosa, vibratória, de pressão é 
toda relacionada ao aferente sensitivo do nervo 
trigêmeo, que representa a face em três porções: o 
ramo oftálmico, o ramo maxilar e o ramo mandibular. 
É possível testar se existe uma ou mais vias 
comprometidas nesse processo. 
Normalmente a doença que mais compromete o nervo 
trigêmeo é a nevralgia do trigêmeo, que é uma 
doença idiopática que gera muita dor relacionada a 
um ou mais territórios do nervo trigêmeo, 
particularmente o V1 e o V2, a síndrome oftálmico-
maxilar. Caracterizada por extremos ataques 
dolorosos relacionados a ponto de gatilho, que pode 
ser o consumo de substâncias geladas, a mastigação, 
até mesmo o simples ar de maneira intensa 
chocando a face. 
Felizmente é bem controlada atualmente, a maioria 
dessa doença é idiopática, mas existem algumas 
causas secundárias de neuralgia representadas 
particularmente pela alça vascular. Uma das artérias 
cerebelares pode repousar sobre um ou mais ramos 
do nervo trigêmeo e causar uma nevralgia 
tipicamente pulsátil. Uma outra doença que pode 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Neurologia – Aula 3 
causar nevralgia secundariamente é a esclerose 
múltipla. 
O reflexo corneano ou córneo-palpebral, tem como 
via de entrada o nervo trigêmeo e de saída é o 
facial. Isso é mais exemplificado no exame do coma, 
não vai realizar em pessoas acordadas, a não ser 
situações muito específicas. 
Nervo craniano VII – facial 
• Funções motoras (corda do tímpano); 
• Anatomia; 
• Exame das funções motoras; 
• Gustação; 
• Paralisia facial. 
O nervo facial tem função de sensibilidade 
superficial da percepção sensorial do ouvido 
externo, motora da mímica facial, gustativa dos 2/3 
anteriores da língua. Lembrar que 50% da gustação 
é da olfação, portanto, se não tiver olfato vai 
prejudicar a gustação. 
• A grande questão relacionada ao nervo facial é 
o comprometimento da mímica facial, 
representado pela paralisia facial: 
• Periférica: quando há o comprometimento de 
toda hemiface; 
• Central: quando há o comprometimento de 
apenas uma hemiface inferior, representada 
pelo fascículo cortico-nuclear do nervo facial, 
que vai gerar essa apresentação. 
 
O nervo facial que está localizado na ponte e possui 
dois subnúcleos: subnúcleos superiores e inferiores 
direito e esquerdo. Os superiores movimentam as 
hemifaces superiores, a região do olho e os 
inferiores representam a movimentação das 
hemifaces inferiores, a região da boca. 
Quando um nervo sai, ele é um tronco único que junta 
as duas metades e movimenta a hemiface por 
completo, daí que a lesão do nervo é facilmente 
entendida como uma lesão que gerará a perda da 
capacidade de movimentação da hemiface por 
completo. A lesão do nervo compromete o 
movimento de uma hemiface por completo. 
Na lesão do cortico-nuclear, que vem de cima, da 
região motora da face, quando o hemisfério 
cerebral esquerdo quer movimentar a hemiface 
direita, ela vai a partir do cortico-nuclear e lança 
a informação para o subnúcleo superior e para o 
subnúcleo inferior. Só que para preservar o 
movimento do olho e o ser o humano precisa 
preservar o olho, porque 60% das funções 
neurológicas são visuais, ele manda um ramo que 
inerva a metade superior ipsilateral (desenho 
verde). O contrário é verdadeiro quando o hemisfério 
direito quer movimentar a hemiface esquerda 
(desenho vermelho), ela manda um ramo para 
hemiface superior ipsilateral. 
Quando tem uma lesão a esquerda, perde-se a 
capacidade de movimentação do lado direito, mas 
não perde a capacidade de movimentação da 
hemiface superior direita. Esta é preservada por um 
contexto evolutivo de preservação do movimento do 
olho e, a paralisia facial central, gera a perda de 
movimentação apenas de uma hemiface superior. 
Quando a paralisia facial periférica do nervo gera 
perda de movimentação de toda uma hemiface. 
Por isso se tem paralisia facial central e paralisia 
facial periférica em contextos diferentes, por conta 
dessa peculiaridade de sempre se tentar preservar 
o movimento do olho. O olho é importantíssimo para 
o ser humano, e por conta disso, ele vai sempre 
tentar preservar do ponto de vista evolutivo. E 
quando tiver uma lesão no cérebro, não perde o 
movimento do olho, só perde o movimento do olho 
se lesionar o nervo. 
A doença mais relacionada com paralisia facial, 
principalmente a periférica, é a paralisia de Bell. 
Sendo uma doença idiopática, que apresenta uma 
reativação, supostamente de uma infecção 
herpética, que vai fazer o comprometimento do 
nervo facial e então, a paralisia facial periférica 
naquele contexto. 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Neurologia – Aula 3 
Nervo craniano VIII – 
vestibulococlear 
• Anatomia; 
• Teste de Rinne e Weber; 
• Perda auditiva; 
• Exame do equilíbrio. 
Os nervos vestíbulo coclear representam função 
diferentes no mesmo nervo. Acontece que eles são 
representantes da função auditiva e da função do 
equilíbrio, a função vestibular. 
A função vestibular é consequênciada presença de 
um sáculo, utrículo e canais semi circulares, assim 
chamados aparelho vestibular, localizados no ouvido 
interno. São responsáveis principalmente pela 
coordenação do movimento da cabeça em relação 
ao corpo. Essa informação é captada 
perifericamente, a partir de mudanças 
gravitacionais, por isso ela tem essa configuração 
tão translocada, leva informação até a ponte e da 
ponte sai o fascículo vestíbulo-espinhal que vai 
coordenar o centro gravitacional humano com relação 
aos movimentos da cabeça. Por isso que a principal 
queixa do paciente com disfunção vestibular é o 
desequilíbrio na posição estática, ou seja, ele não 
consegue manter o centro de gravidade, por isso a 
prova de Romberg é útil nesse sentido. O paciente 
não consegue manter o equilíbrio estático, não 
consegue coordenar o equilíbrio e, vai ser 
responsável por essa tomada de postura adequada 
num paciente com não comprometimento do 
aparelho vestibular. Ou seja, quando movimenta a 
cabeça não perde a noção do centro gravitacional 
e o equilíbrio. 
Já a cóclea é o representante auditivo, a 
transformação de energia sonora em energia 
elétrica. A partir de uma membrana timpânica e da 
presença dos ossículos martelo, bigorna e estribo, 
essa informação sonora é amplificada em 100 vezes e 
transduzida para a cóclea, através inicialmente da 
endolinfa, e ela é captada. A cóclea traz através do 
nervo vestíbulo-coclear a informação de novo até 
a ponte, onde se faz o processamento da informação. 
Sons de alta frequência estão lateralmente 
localizados na ponte enquanto sons de baixa 
frequência estão medialmente localizados na ponte. 
A informação auditiva é bilateral dentro do sistema 
nervoso central, então uma lesão central, um tumor, 
vai dificilmente fazer o paciente perder a audição 
por completo. O que faz perder a audição por 
completo é tipicamente uma lesão periférica do 
aparelho auditivo. 
 
Sendo assim, o teste de Rinne (duas primeiras 
imagens) e Weber (terceira imagem), são úteis na 
capacitação de perceber a perda auditiva. E o 
grande objetivo é diferenciar a perda auditiva 
condutiva da perda auditiva sensorioneural. Esses 
testes devem ser realizados na prática clínica 
porque a presente explicação é muito pouco eficaz. 
Mas de maneira geral, os testes de Rinne e Weber 
alterados ou não, eles são consequência da 
percepção que a perda auditiva pode ser condutiva, 
ou seja, é de todo aparelho coclear, ou ela é do 
nervo. Essa é a grande diferenciação que os testes de 
Rinne e Weber fazem. Eles não diferenciam lesão 
central, porque no sistema nervoso central, a 
audição é bilateral. Eles vão sim diferenciar se o 
problema é do nervo ou se o problema é condutivo, 
do aparelho coclear. Raciocínio através da junção 
de alterações dos testes de Rinne e Weber. 
Dúvida: A VPPB tem associação com alguma neurite? 
A VPPB é uma doença dos otólitos que passa a 
informação errônea para o aparelho vestibular, e 
acaba gerando um desequilíbrio crônico relacionado 
com essa disfunção otólitica. Não é bem uma neurite, 
é uma vestibulopatia, não é uma lesão do nervo, é 
uma lesão do aparelho vestibular. 
Nervo IX – glossofaríngeo 
• Anatomia; 
• Exame; 
• Alterações autonômicas; 
• Neuralgia do glossofaríngeo. 
O nervo glossofaríngeo é um nervo sensorial, 
particularmente relacionado com uma função de 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Neurologia – Aula 3 
gustação do terço posterior da língua e deglutição. 
É um nervo quase que exclusivamente, junto com o 
vago, autonômico. 
Nervo craniano X – vago 
• Nervo visceral; 
• Anatomia; 
• Exame e alterações; 
• Lesão do laríngeo recorrente. 
O vago é responsável 
pela sensibilidade 
gustativa da faringe. 
E particularmente é 
autonômico, a função 
cardíaca, de frequência cardíaca, de função vesical, 
de função intestinal. 
A única importância clínica fundamental de 
avaliação desses nervos é observar o movimento da 
úvula quando no teste clínico desses nervos. O teste 
é feito pedindo para o paciente abrir a boca. Se ao 
abrir a boca a úvula estiver modificada da sua 
posição de repouso, existe a lesão do nervo 
glossofaríngeo. Se a úvula só se deslocar quando o 
paciente fizer a expressão “E” ou “A” (o paciente 
abre a boca e o médico solicita que ele fale E ou A), 
ou seja, a expressão vocal com a boca aberta, se a 
úvula desvia nesse momento, a lesão é do vago. 
Resumindo: se a úvula estiver deslocalizada no 
repouso, a lesão é do glossofaríngeo. Se a úvula 
estiver deslocalizada na posição de fonação, a lesão 
é do vago. 
Nervo XI – acessório 
• Raízes craniana e espinhal; 
• Exame de nervo; 
• Lesão do nervo; 
• Causa de lesão. 
Os nervos IX, X, XI e XII estão localizados no 
bulbo. O nervo acessório tem uma raiz craniana e 
espinhal, cuja única função é o movimento dos 
músculos esternocleidomastóideo e trapézio. A 
consequência da lesão do acessório é escápula 
alada. Tem pouca utilidade do ponto de vista prático 
neurológico, mas os testes dos músculos 
esternocleidomastóideo, que é realizado através do 
movimento da face contralateral ou elevação do 
ombro pelo trapézio, são os testes que podem ser 
observados se existe lesão ou não do nervo acessório. 
É um nervo exclusivamente motor. 
Nervo craniano XII – hipoglosso 
• Anatomia; 
• Exame do hipoglosso; 
• Alterações no exame; 
• Lesões. 
Nervo também exclusivamente motor, e é 
responsável pela motricidade intrínseca e 
extrínseca, e motricidade voluntária e involuntária 
da língua. A língua tem movimentos importantes e é 
uma representação cortical importantíssima, porque 
a partir dela tem a linguagem, a deglutição, a fonação, 
portanto, uma série de questões que dependem da 
funcionalidade da língua. Tem um nervo específico 
para movimentá-la, que é o nervo hipoglosso. 
O nervo hipoglosso sai da 
região anterior do bulbo e 
vai fazer os movimentos da 
língua. O que importa do 
ponto de vista clínico é que 
quando o paciente coloca a 
língua para fora e a língua cai para um lado, o 
hipoglosso daquele lado está lesionado. No caso da 
imagem, o hipoglosso do lado esquerdo da paciente 
está lesionado e por isso a língua desvia para o lado 
esquerdo. 
Outras queixas ocorrerão: dificuldade de deglutição, 
dificuldade de expressão da linguagem, dificuldade 
na fonação, ou seja, questões que a língua gerará 
dentro de um contexto de lesão do hipoglosso. 
Do ponto de vista clínico, a língua cai para o lado 
lesionado. 
Material baseado na aula de Dr. Augusto – 
Medicina UniFTC – 7º semestre

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