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Diuréticos: Definição e Fisiologia Renal

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Marianna L. Deprá
DIURÉTICOS 
Definição 
Todas as substâncias que aumentam a eliminação de água e de sais, portanto, aumenta o fluxo urinário. 
*Não são todos os diuréticos que atuam para reduzir a pressão arterial; 
*todos os diuréticos que tem um enxofre em sua fórmula tendem a inibir a anidrase carbônica; 
Fisiologia do rim 
• O néfron se divide em capsula de bawman, túbulo contorcido proximal, alça de henle, túbulo contorcido distal e 
ducto coletor. 
• A classificação dos diuréticos é feita pela localização que eles atuam no néfron. 
• No túbulo contorcido proximal vai ter a reabsorção de 65% de Na e água. 
• No ramo descendente espesso da alça de henle temos uma maior reabsorção de sal do que de água. 
• No ramo descendente delgado da alça de henle temos mais reabsorção de água do que de sais. 
• 2/3 da alça de henle tem muita reabsorção de água. 
• Diuréticos osmóticos: atuam na alça de henle evitando a reabsorção e água e aumentando a eliminação dela na 
urina. (osmóticos inertes: não interferem nos sais). 
• TRANSPORTES ENTRE MEMBRANAS: No epitélio renal temos algumas bombas e elas vão funcionar de maneira 
complementar. p.ex.: A bomba número 1 é dependente de ATP para ser ativada, ao se tornar ativa, ela joga o 
sódio para fora e o potássio para dentro —> bomba de sódio potássio ATPase. A energia dessa bomba vai fornecer 
atividade das demais. As outras bombas não conseguem pegar o ATP direto, elas são secundariamente 
dependentes de ATP. Se a bomba número 1 for inibida, as outras não funcionam. 
*antiporte: uma substancia entrando e outra saindo 
*simporte: substâncias indo na mesma direção 
Inibidores de anidrase carbônica 
• Esses diuréticos atuam no túbulo contorcido proximal. 
ANIDRASE CARBÔNICA: 
• Quando o sangue bate na cápsula de bawman e é automaticamente filtrado. O que vamos ter é que na luz do 
túbulo vai ter uma quantidade muito grande de sódio e de bicarbonato (pois uma das funções do rim é a 
manutenção do tampão ácido-básico). A porção de células que está em contato com a luz é a porção apical e a 
que está em contato com o sangue é a basolateral. Na porção apical temos um canal antiporte sódio prótons, que 
vai pegar o sódio da luz do túbulo e jogar para a célula e pegar os prótons que estão na célula e jogar para a luz. 
Esses prótons vem do seguinte processo: 
- Na porção apical também temos a enzima anidrase carbônica, ela acelera a dissociação do ácido carbônico 
em CO2 + H2O. Esse CO2 entra na célula por difusão simples e o H2O entra por conta do aumento da 
concentração de Na. Dentro da célula o CO2 se associa novamente ao H2O e forma o H2CO3 novamente. 
Porém, no citoplasma, temos uma outra anidrase carbônica de isoforma 2, ela vai converter o ácido 
carbônico em prótons H+ e bicarbonato. 
• Na porção basolateral vai ter uma bomba antiporte de Na e K, vai colocar o Na que entrou para fora e o K para 
dentro. A energia dessa bomba empresa para a bomba sódio prótons funcionar e para outra bomba dessa porção 
Marianna L. Deprá
basolateral, que é de simporte potássio bicarbonato. O potássio e o bicarbonato vão sair, de maneira que, 
fisiologicamente, o rim consegue trazer para o sangue, o sódio e o bicarbonato. No túbulo contorcido proximal 
isso é responsável pela reabsorção de 65% do sódio. 
ACETAZOLAMIDA: 
• Em situações de edema, glaucoma, alcalose metabólica; 
• Ele atua no TCP e tem como mecanismo de ação a inibição da anidrase carbônica — > o ácido carbônico vai ser 
menos dissociado —> vou ter maior acumulo de acido carbônico na célula do TCP —> pH dentro da célula 
diminui —> para o funcionamento da bomba de Na K —> sem ela as outras bombas não funcionam —> não entra 
nem sai sódio e não sai bicarbonato —> Na e bicarbonato são mais facilmente eliminados na urina. 
• Menos bicarbonato no sangue vai causar acidose metabólica ou diminuir a alcalose. 
• Pode causar hipertensão compensatória: a mácula densa consegue detectar Na dentro e fora do túbulo. Quando 
ele percebe que tem muito Na no TCP e pouco no sangue ela aciona o SRAA, que vai fazer com que reabsorva o 
sódio no TCD, então vai ter uma reabsorção maior de Na nele. 
- pode ser ajustado através do ajuste da dose ou da associação a outro fármaco (diuréticos tiazidicos). 
• Muito utilizada no tratamento do glaucoma: 
- anatomia do olho: nosso olho tem a retina e a fóvea, que é uma depressão onde a imagem se forma. A 
retina é muito perfundida, na parte mais da frente tem a córnea e um pouco atrás dela temos a íris, e atrás 
da íris temos o cristalino. O cristalino está fixado no globo ocular graças a uma musculatura lisa. 
- fisiologia do olho: a gente enxerga pois nosso olho recebe a luz. Quando a imagem está muito longe, a 
musculatura contrai um pouco e o cristalino aumenta de tamanho e a imagem dessa luz acumula na fóvea 
(acomodação visual). Temos nessa musculatura uma estrutura que chamamos de trabécula, onde tem os 
tecidos e o epitélio prossui anidrase carbônica. Ela aumenta a concentração de bicarbonato e sódio entre o 
cristalino e a íris (camara anterior), aumentando essa concentração vem a agua e é formado um humor 
aquoso fundamental para enxergar. Pois, quando a luz sai de um meio para o outro a velocidade dela 
reduz sofre difração, batendo no cristalino para se acomodar na fóvea. 
- fisiopatologia: Algumas pessoas tem uma obstrução parcial (galucoma de angulo aberto) ou total 
(galucoma de angulo fechado) da trabécula que faz a drenagem do humor aquoso. Se o humor aquoso é 
porduzido mas a drenagem é diminuída, aumenta o humor aquoso e empurra o cristalino, comprimindo 
os vasos sangüíneos e causando uma isquemia. Leva à morte celular e a pessoa começa a perder a visão. 
- ação do fármaco: a acetazolamida inibe a anidrase carbônica reduzindo a produção do humor aquosa —> 
cai a pressão intraocular. 
Diuréticos de alça de alto limiar 
• Atuam na eliminação de sais na alça de henle; 
• As furosemidas são utilizadas para tratar edema, ICC, insuficiência renal etc. 
• As furosemidas são o único fármaco de alça de alto limiar que possui um enxofre, então ela também tem um 
efeito mínimo no TCP e pode levar a uma acidose metabólica. 
ALÇA DE HENLE - REABSORÇÃO DE SAIS E ÁGUA: 
• No filtrado renal vai ter Na, K, Cl, Ca e Mg. Na porção apical da alça de henle temos uma bomba simporte Na, K e 
2Cl. A energia para abrir esse canal vem da bomba de Na/K (basolateral), essa bomba fornece energia para captar 
esses sais e para outra bomba que está na porção basolateral chamada de simporte K/Cl. Portanto, o potássio e o 
cloro que entraram, saem por essa bomba. Ocorre um aumento de Cl no sangue e o Ca e Mg vão junto pois 
ocorre atração de cargas (Cl é negativo e Ca e Mg são positivos). Junto com esses íons vai a água. 
• Fisiologicamente, a alça de henle reabsorve Na, K, Cl, Ca, Mg e H2O. 
Marianna L. Deprá
FUROSEMIDA: 
• Em casos de edema: a furosemida inibe a bomba Na/K —>desativando as outras duas bombas —> não teremos 
Na, K nem Cl —> o sangue não vai ficar negativo —> Ca e Mg não saem e todos esse sais saem na urina e 
reduzem no sangue —> água não vai. 
• Efeitos colaterais: 
- acidose metabólica; 
- perda ponderal: pois a pessoa mais estar liberando muito líquido e sais na urina; 
- hiponatremia: perda acentuada de Na; 
- hipocalcemia: leva ao disbalanço do P, o rim percebe que o Ca está reduzido e libera PTH para tentar 
aumentar a quantidade de Ca. O PTH tira Ca do osso e pode induzir processos de osteoporose 
cronicamente; 
- aumento da glicemia por redução de Mg: a insulina se liga em seus receptores —> leva ao aumento de 
AMPk —> mobiliza o GLUT4 do citoplasma até a membrana plasmática —> capta glicoise. Só que essa 
função do GLUT4 até a membrana plasmática depende de uma enzima que tem um cofator a base de Mg. 
Portanto, a redução do Mg impossibilita a ligação do GLUT4 à membrana plasmática, aumentando a 
glicemia. 
• Insuficiência cardíaca congestiva: 
- Fisiologia: Na região simpática temos a liberação de noradrenalina, ela se liga em receptoresbeta1 que 
estão em célula do átrio direito. Ao se ligar nesses receptores, ela aumenta a FC a partir da abertura de 
canais de Ca e Na —> Primeiro entra o Na —> causa uma contração rápida e vai deixando as células 
cardíacas mais positivas —> Isso faz com que o retículo sarcoplasmático libere Ca para o citoplasma —> 
esse fenômeno vai abrir os canais lentos de Ca —> Ca extracelular entra muito mais que Na —> contração 
mais forte de duradoura —> bomba de Na/K ATPase é acionada —> o Na que entrou inicialmente sai e o K 
do sangue entra —> a energia que essa bomba usa abre outro canal de Ca —> o Ca que entrou sai —> 
repolarização=relaxamento. 
- fisiopatologia: quando a pessoa tem ICC o coração contrai de maneira mais fraca porque ele tem pouca 
quantidade de cálcio sendo movimentada. Quando o indivíduo chega nos estágios mais graves da doença, 
pode inibir a bomba de Na/K ATPase —> o Na não sai, o K não entra —> Ca não sai pois não vai ter energia 
para abrir o canal de Ca —> concentra Ca na fibra —> aumenta a força cardíaca. 
* Intoxicação digitálica: Esses compostos são chamados de glicosídeos digitálicos, representado pelo digoxina. Ele 
inibe a bomba de Na/K ATPase do coração, aumentando a força cardíaca. O problema é que o índice terapêutico 
dela é muito baixo, por isso a dose terapêutica e a tóxica é muito próxima, podendo causar arritmias caso ocorra 
um pequeno erro de dosagem. O que não deixa a digoxina matar o paciente por arritmia é aumentar a 
quantidade de K pois ele vai competir com a digoxina (inibição antagonista competitiva reversível). Portanto, o 
aumento do do K pode inibir os efeitos da digoxina. A furosemida diminui o K do sangue, essa redução vai fazer 
com que a combinação furosemida-digoxina mate o paciente por um processo de intoxicação digitálica pois a 
furosemida potencializa a ação da digoxina. 
Diuréticos tiasídicos 
• Atuam no túbulo contorcido distal (2/3 iniciais); 
• Não poupam potássio, ele vai estar sendo eliminado na urina; 
• podem ser voltados diretamente para o tratamento da hipertensão; 
• HIPERTENSÃO: ou ela está envolvendo uma vasoconstricção (situação motora que aumenta a resistência vascular 
periférica) ou o aumento da volemia (aumento do volume plasmático). 
Marianna L. Deprá
MECANISMO DE AÇÃO: 
• No TCD passa-se muito Na e Cl e existe uma bomba simporte Na/Cl de maneira que ambos são capturados pelas 
células. Além dela, tem uma bomba basolateral simporte de Cl/K se saída para o sangue. Também tem uma 
bomba Na/K ATPase que joga o Na que entrou pela simporte para o sangue e o K so sangue para dentro. A 
energia proveniente dessa bomba vai ser utilizada pelas outras. Por fim, no final do TCD, ele possui um canal 
espontâneo de potássio. Então uma parte pequena do potássio que entrou, consegue sair na urina. 
• Os diuréticos inibem a bomba Na/Cl —> sem Na entrando não tem substrato —> a enzima não funciona muito 
bem —> vai ter redução da reabsorção de Na e Cl e um pouco de K —> PA cai. 
HIDROCLOROTIAZIDA: 
• 1ª linha de tratamento para HAS; 
• efeitos colaterais: (não possui muitos) diminui a PA, é fator de desenvolvimento de tumor de pele, causa 
pequena hipopotassemia; 
• quando é dado esse fármaco, ele vai ser metabolizado no fígado —> gera metabólico capaz de fazer 
glicogenólise (quebra do glicogênio) —> aumento da glicemia, portanto, o uso crônico desse fármaco pode levar 
a uma condição de hiperglicemia. 
CLORTALIDONA: 
• Pode causar hiperglicemia; 
INDAPAMIDA: 
• Tem metabolismo neutro, ou seja, não afeta a glicemia; 
• Quando metabolizada já é excretada; 
Diuréticos poupadores de potássio 
• 2ª linha de tratamento para HAS; 
• atuam no 1/3 final do TCD; 
• causam mais efeitos colaterais; 
• são muito bons se associados a digitálicos, diminuindo os efeitos colaterais; 
• AMILORIDA e TRIANTERENO —> causam hiponatremia; 
MECANISMOS DE AÇÃO: 
• No 1/3 final do TCD temos um canal de Na independente de ATP, a energia dele é proveniente de uma bomba 
basolateral Na/K. Então o Na que entrou vai para fora e o K entra na célula o no sangue, ele não vai ser eliminado 
na urina. 
• Os fármacos bloqueiam o canal de Na e impedem a entrada dele, dessa forma não vai ter Na para a bomba 
basolateral e vai aumentar a eliminação do Na, e o K se mantém no sangue, poupando-o. 
ESPIRINOLACTONA: 
• atuam no TCD e no duto coletor; 
• poupam muito K, a ponto de aumentar a quantidade de K no sangue; 
• na cascata do SRAA ocorre a liberação de aldosterona, ela é muito lipossolúvel e por isso atravessa facilmente a 
membrana e vai se ligar a um receptor no citoplasma das células do TCD. Este complexo receptor aldosterona vai 
até o núcleo e lá ele vai ativar promotores gênios, quando ativos levam ao aumento de “pordução” de canais de 
Na e de bombas de Na/K ATPase no néfron. Consequentemente, mais Na é reabsorvido e a água vai junto por 
osmose. 
• Em uma condição de tumor na suprarrenal (feocromacitoma) a suprarrenal libera muita aldosterona no sangue —
> hiperaldosteronismo primário —> aumento da PA; 
Marianna L. Deprá
• A espirinolactona vai no citoplasma e bloqueia a ligação aldosterona-receptor —> diminui o efeito da aldostorena 
—> não tema ativação dos promotores gênicos —> não tem aumento de canais e bombas —> abaixa a PA e 
mantém o potássio muito concentrado no sangue. 
• problema: quando é dado esse fármaco, ela tem na sua forma a lactona, ela é metabolizada e forma a 
pregnolona, que é metabolizada para aumentar o estrogênio —> nos homens levam a um problema colateral 
chamado ginecomastia. E nas mulheres causa dor nas mamas. 
• É possível associar furosemida com espirinolactona. A primeira vai depletar e a segunda vai segurar potássio, 
mantendo ele no nível basal. 
	DIURÉTICOS

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