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Doença� autoimune� d� cavidad� buca� Lesões relacionadas com processos autoimunes, imunologicamente mediados Nossas células de defesa atacam mucosa, órgãos Normalmente doenças autoimunes apresenta lesões brancas ou ulceradas (mais comuns) Maioria ulceradas Nossas próprias células de defesa podem produzir citocinas, substâncias que podem causar lesões Um exemplo é o líquen plano PÊNFIGO VULGAR Definição: Doença vesico bolhosa (manifestação e a lesão fundamental é primeiramente uma vesícula ou bolhas intra epiteliais que vão ulcerar ou seja vão romper) imune que afeta a mucosa bucal, caracterizada pelo surgimento de lesões que ulceram e tem significado clínico importante pois o paciente acometido não consegue se alimentar por se tratar de ulcerações dolorosas e em lugares como gengiva, lábio, orofaringe. Dermatologista atua junto com o dentista. Geralmente manifesta na boca primeiro logo indicando a manifestação de uma doença autoimune Necessitam de tratamento e geralmente as lesões bucais são o primeiro sinal da doença “as primeiras a surgirem e as últimas a desaparecerem”. Mecanismo da doença : Produção excessiva de autoanticorpos contra proteínas de desmossomos – desmogleínas 1 e 3 (proteínas que participam do mecanismo de adesão das células epiteliais). Explicação da figura = Estrutura entre as células em azul representa os desmossomos ou seja, estrutura em forma de botão em que apresenta furo e tem proteínas que ancoram “semelhante a costura” No caso do pênfigo ocorre a produção de anticorpos contra as proteínas desse desmossomo, que são as desmogleínas 1 e 3 Patogênese: A perda da aderência entre as células epiteliais da mucosa leva ao acúmulo de líquido intersticial e o surgimento de bolhas intraepiteliais ou seja dentro do epitélio Características clínicas: Bolhas são tão superficiais, que rapidamente se ulceram, dessa forma não são as características mais importantes. No momento do diagnóstico oral, o que se observam são ulcerações dolorosas . Pode haver lesões na pele posteriormente – Sinal de Nikolsky positivo (aperta e comprime e ao soltar ocorre o aparecimento de uma bolha sendo induzido a formação desse acúmulo de liquido) → Segunda imagem, mucosa no limite da úlcera que na verdade eram várias que se juntaram ou seja áreas de mucosa preservadas mas também áreas com úlceras extremamente dolorosas Sítios anatômicos dessa lesão é variador uma vez que pode acometer a boca inteira - mucosa jugal podendo ser bilateral, assoalho, língua, palato, gengiva Segunda imagem = Gengivite descamativa, na qual a margem gengival está todo ulcerado e descamado neste caso induzido por doença sistêmica Características histopatológicas: Biópsia perilesional - Ou seja na periferia da lesão (parte da biopsia deve vir com epitélio da mucosa) Característica mais importante = Formação de uma fenda ou uma bolha intraepitelial. - Camada basal íntegra pois não são os desmossomos que fazem essa união e sim os hemidesmossomos. Além disso células dessa camada ficam enfileiradas semelhante a lápides de sepulturas - Parte branca = Imagem negativa, anteriormente ocupada por líquido - Infiltrado inflamatorio no conjuntivo de leve a moderado - Devido a perda de aderência algumas células assumem um formato arredondado e se chamam de células de tzanck e sofrem uma espécie de degeneração hidrópica Tratamento: Corticosteroides sistêmicos – Prednisona 20mg ou doses mais altas no início, para depois realizar o “desmame” Encaminhar para o dermato para que ele verifique se essa dose é suficiente para a pele Atenção para efeitos colaterais do uso prolongado com esses medicamentos e outras drogas imunossupressoras. Períodos de remissão/exacerbação por se tratar de uma doença autoimune. Dessa forma é difícil de tratar PENFIGÓIDE DAS MEMBRANAS MUCOSAS Diferenças → Mais comum entretanto na clínica o pênfigo aparece mais devido a faixa etária Definição: Doença bolhosa imune, imunologicamente mediada, crônica, mucocutânea, mais comum que o pênfigo. Afetam pessoas entre a 5 e 6ª décadas. Mulheres 2:1 homens. Patogênese: Produção de autoanticorpos contra proteínas da membrana basal, na interface epitélio-conjuntivo. Semelhante ao pênfigo contudo as proteínas neste caso são da membrana basal ou seja, dos hemidesmossomos prejudicando a aderência da células da camada basal com o conjuntivo Patogênese: A perda da aderência entre as células da camada basal e o tecido conjuntivo leva ao acúmulo de líquido intersticial e o surgimento de bolhas sub-epiteliais SUBEPITELIAIS Produção de autoanticorpos contra proteínas de hemidesmossomos ou da membrana basal. Vai formar uma bolha subepiteliais (acúmulo de líquido dos interstício e vai surgir a lesão) Neste quadro bolhas intactas já são mais possíveis de serem encontradas na cavidade bucal por se tratar de uma região mais profunda em que o teto da bolha é a espessura inteira daquele epitélio Características clínicas: Bolhas já são mais possíveis de serem encontradas na cavidade bucal, isso se deve à localização sub-epitelial, que produz um “teto” mais espesso do que o pênfigo. Contudo chega um momento que a mesma rompe e úlcera devido renovação das células Podem acometer qualquer região da cavidade bucal - palato, gengiva, mucosa jugal, língua Imagem - Paciente com ulcerações Características clínicas: Envolvimento ocular por isso também chamado de penfigóide das membranas mucosas – devido processo crônico de inflamação e cicatrizar a todo momento simbléfaro (aderência da pálpebra com globo ocular, a medida que a doença avança pode causar aderência das duas pálpebras) , secura, cegueira, junção das pálpebras superior e inferior. Características histopatológicas: - Biópsia perilesional por ser semelhante ao pênfigo Diferente do pênfigo onde tinha a camada basal, no penfigóide a camada basal soltou ou seja se desprendeu do conjuntivo, e ocorre uma fenda DiAGNÓSTICO FEITO POR MEIO DA BIÓPSIA Tratamento: Corticosteroides tópicos para lesões orais ou sistêmicas→ Antes do resultado da biópsia pode usar o elixir por exemplo valendo também para o pênfigo Encaminhamento ao oftalmologista para prevenção das complicações das lesões oculares → Neste é obrigatório Imunossupressores (Ciclofosfamida) → Alguns precisam LESÕES IMUNOLÓGICAS - ULCERAÇÕES AFTOSAS OU AFTAS Etiopatogenia: processo patológico desencadeado por desequilíbrio na imunidade da mucosa – mediado por linfócitos T. Agentes causais possíveis: Alergias Predisposição genética Anormalidades hematológicas como a anemia por exemplo que compromete a imunidade da mucosa Influências hormonais Fatores imunológicos Agentes infecciosos Deficiências nutricionais e vitamínicas Suspensão do fumo Estresse Trauma Características clínicas: extremamente dolorosa, única ou múltiplas, mucosa livre, não-ceratinizada. Incompatível o tamanho com o desconforto que causa Demora de 7 a 14 dias Existem três tipos de aftas, sendo a mais comum a “ulceração aftosa menor” - Menor, menos de 1 cm - ulceração aftosa menor - Maior - Ulceração aftosa maior ou sutton pois se trata de uma úlcera gigante - Herpetiforme - Ulceração aftosa herpetiforme ou seja parece com herpes devido a quantidade, contudo não tem vírus na lesão. Com uma citologia esfoliativa é possível perceber a ausência de lesões causadas por vírus Ulcerações aftosas recorrentes menore Segunda imagem = Lesões herpetiforme na língua Lesão da afta e herpes são clinicamente parecidas. Para diferenciar, no caso da lesão de herpes - Herpes geralmente são lesões múltiplas, além de afetar mucosa ceratinizada como gengiva inserida, lábio, comissura bucal, no palato duro. A Afta por outro lado ocorre na mucosa livre, não-ceratinizada como essa mucosa de fundo de vestíbulo. - Herpetiforme – não são precedidas por vesículas e não contém o vírus da herpes. Primeira imagem = Lesão de afta única, ulceração aftosa maior ou Sutton, uma única lesão Segunda imagem = Forma herpetiforme da afta, a lesão não é precedida por bolha ou vesícula diferente da herpes (sem as fases prodrômicas). Geralmente acometem pacientes imunossuprimidos Segunda imagem = Quadro de ulceração aftosa herpetiforme com múltiplas em mucosa não ceratinizada Terceira imagem = Ulceração de Sutton - Lesão ulcerada de limites definidos, bordas eritematosa, com centro recoberto por pseudo membrana fibrinopurulenta Diagnóstico: presuntivo ou seja o profissional supõe que é afta após excluir as outras ulcerações,da mucosa bucal. Testes sorológicos para casos complexos. ✓Ferro ✓Ferritina ✓Ácido fólico ✓Vitaminas B2, B6, B12 Paciente com afta recorrente se realiza levantamento sorológico pois se relaciona com a integridade da mucosa Além disso a língua pode ficar com aspecto liso, brilhante e avermelhado, no qual as papilas praticamente desapareceram Caso clinico = Paciente do sexo feminino, 71 anos, com ardencia na lingua se apresentou no hospital das clinicas Exame clínico = Língua com aspecto avermelhada, despapilada, lisa, brilhante com algumas lesões no terço anterior. Mucosa jugal apresentava lesões de maneira bilateral, na língua também apresentava outras. Sendo assim caso possível de deficiência vitamínica Dessa forma foi requisitado a dosagem sérica e um hemograma (Acusou um valor de hemácias abaixo do de referência = Anêmica) - Nível de vitamina B12 - Carência Tratamento = Com vitamina B12, devido a internação foi intramuscular (Rubranova 5000 mil unidades) Voltou sem a presença de áreas eritematosas, e as lesões - Paciente se recuperou Tratamento: geralmente são cuidados paliativos na tentativa de amenizar o desconforto com corticosteróides tópicos. Propionato de Clobetasol Omcilon a orabase - Pomada local e em 3-4 dias seguidos contribui para cicatrização mais rápidas dependendo do tamanho da lesão Dexametasona 0,5% elixir Gel de própolis Xylestesin 10% Spray como a lidocaína - Contudo o uso exagerado tem seus efeitos deletérios Tratamento → LASERTERAPIA Herpes ou afta pode ser tratado pelo laser Em uma única sessão o paciente não apresenta dor É escolhido em relação ao tamanho da lesão, quantos pnts e de acordo com a literatura a dose Geralmente 1 aplicação já soluciona a dor mas para cicatrização geralmente são necessárias 2, 3 aplicações na semana Laser é uma luz com determinado comprimento de onda, o qual vai ser absorvido pelas células da mucosa causando uma mudança intracelular está relacionado a dor e reparo e ainda modulação da inflamação - 3 mecanismos básicos do laser = Anti Inflamatório, antiálgico (dor), acelera cicatrização Para escolher o tipo levar em conta o alcance (laser vermelho e infravermelho) ERITEMA MULTIFORME - Etiopatogenia: reação de hipersensibilidade aguda, curso autolimitante, mas ameaçadora. causando um efeito de cascata em que células imunes interagindo uma com as outras havendo uma inflamação com presença de úlceras na boca ou outras mucosas - Pode ser desencadeada pelo herpesvírus simples (HHV-1 e HHV-2) - Pode estar associada ou desencadeada pela síndrome de Stevens Johnson (síndrome relacionada à reação autoimune geralmente disparada pelo uso de medicamento, no qual desenvolve úlceras que vão aumentando devido evento de hipersensibilidade aguda). - Diagnóstico diferencial difícil dessa síndrome com o eritema multiforme pois ambos podem ser desencadeados por infecções, medicamentos ou idiopáticas ou seja não relacionados com nenhuma causa conhecida - Pode ser desencadeada por infecções, uso de medicamentos ou idiopática Características clínicas: ulcerações múltiplas, dolorosas que coalescem (ou seja se unem em uma área mais extensa) e formam crostas (no lábio), pode haver lesões em pele em forma de alvo. Primeira imagem = Área mais enegrecidas são as crostas Laser aplicados em pacientes promove melhora Segunda imagem = Lesão se assemelha a um alvo o que contribui para diferenciar com a síndrome de Stevens Johnson Características clínicas: ulcerações múltiplas, dolorosas que coalescem e formam crostas (no lábio), pode haverlesões em pele em forma de alvo. Lesões vermelhas em forma de alvo Segunda imagem = Lesão em alvo vermelhas, borda avermelhada → Regiões mais brancas Intraoral = Pode ter lesão em língua, mucosa jugal, lábio, gengiva Tratamento: Primeira intenção é o tratamento sintomático, focado no alívio do desconforto oral, cuidados com higiene oral (Stevens Jonhson). Laserterapia de baixa intensidade tem mostrado efeitos benéficos. → Tabela mostrando uma comparação do eritema com uma infecção primária do herpes Tradução ERITEMA HERPES LÍQUEN PLANO ORAL ❖ Doença dermatológica crônica comum, mediada imunologicamente, que afeta a mucosa oral Mucocutânea (pele e unhas) Imagem - Na pele pápulas, com estrias de ceratina bem delicadas semelhante a renda ❖ Etiologia desconhecida, mas estresse emocional tem sido associado. ❖ Mulheres brancas, meia idade. APARÊNCIA Lesões no lábio, bem grandes Lesões menores e peribucais SINTOMAS Lesões em forma de alvo com a dor média a severa Lesões que podem acometer a pele com dor moderada a severa SÍTIOS ANATÔMICOS Mucosa jugal, língua, lábio, palato e extremidades Comissura, gengiva, lábio e pele IDADE Adultos Crianças CAUSA Hipersensibilidade Infecção pelo HSV TRATAMENTO Esteróides e corticosteróides Aciclovir RETICULAR Lesões brancas, geralmente acomete mucosa jugal com presença de ambos os lados, com aspecto rendilhado Períodos de melhora e piora das lesões Primeira imagem - Lesão em forma de renda Segunda imagem - Placas brancas distribuídas de maneira aleatória LÍQUEN PLANO EROSIVO Em algumas se observa as estrias na borda das ulcerações ❖ Características histopatológicas: → Fragmento de mucosa, epitélio espesso, camada de ceratina espessa (por isso a coloração branca). Áreas de epitélio mais atrofiados e outras áreas espessas Infiltrado inflamatório disposto em banda - “faixa” Basicamente linfócitos ❖ Perda de nitidez da camada basal (degeneração/desorganização) devido a irritação causada pelo infiltrado . ❖ Exocitose e o infiltrado inflamatório predominantemente linfocitário, disposto em banda. subjacente ao epitélio. ❖ Hiperceratinização. Geralmente assintomáticos EROSIVA Mais agressivo, com ulcerações, tem dor, maior taxa de transformação maligna (menos de 1%) ❖ Cristas epiteliais ficam pontiagudas ou em “dentes de serra”. ❖ Corpos de Civatte. ❖ Espessamento da membrana basal. Células inflamatórias que se dispõem abaixo do epitélio e se organiza em uma faixa Hialinização semelhante a degeneração ou seja o espessamento da membrana basal Áreas em que a membrana basal está mais espessa Pequenos depósitos eosinofílicos = células de Civatte Células que estão acumulando imunoglobulinas dentro do seu citoplasma Tratamento = Após a biópsia se confirmar o diagnóstico, tratar apenas os casos sintomáticos ❖ Em geral, não há necessidade de tratamento específico para as lesões. A administração de corticosteróides tópicos é indicada para os casos sintomáticos. ❖ Risco de transformação é muito baixo, e geralmente associada à forma erosiva. Dexametasona, 0,5%, Elixir
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