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As perguntas devem ser respondidas apenas ao final do estudo de cada uma das partes, Ex: parte 1, parte 2, parte 3...
QUARTA PARTE: Gênese da escolástica/idade média
CAP – 7: A ESCOLÁSTICA, AS ESCOLAS E AS UNIVERSIDADES
I - Questões sobre o quadro cronológico da filosofia medieval pg. 119 - 120
1. Qual é a fase das origens e primeiros desenvolvimentos do pensamento cristão? Diferencie a primeira fase da segunda.
Muitos estudiosos desse período da filosofia costumam englobar o pensamento patrístico na ótica medieval devido aos seus fundamentos precisos, porém, é costume colcoar a patrística apenas como primeiro desenvolvimento do pensamento cristão, colocando-a em sua origem conjuntamente com a filosofia antiga e o paganismo. Entretanto, há uma distinção entre filosofia patrística e medival ou escolástica, e tal distinção é feita pelo fato da patrística ser justamente essa fase de origens e desenvolvimentos do pensamento cristão que se mostra majoritariamente influenciada pelo platonismo, ao passo que a característica principal do período medieval ou escolástico é a infuluência majoritária de Aristóteles.
2. Quanto tempo durou a era medieval?
De uma maneira total e geral, juntando-e a patrística e a escolástica, ou seja, ignorando a distinção existente entre patrística e escolástica que costumeiramente se faz, o período total da filosofia cristã dura 900 anos, 9 séculos, quase um milênio de filosofia cristã vigente como mainstream
3. Mostre as datas de início e do fim do pensamento proto-cristão na área cultural de língua grega e na área cultural de língua latina, assim como os autores pioneiros e últimos
A filosofia proto-cristã em área cultural de língua grega surge no século I a.c, em 30 a.c, que corresponde à data de nascimento de Fílon de Alexandria, este, realiza uma síntese de filosofia antiga com teologia mosaica que ele dá o nome de filosofia mosaica. Já o último filósofo patrístico-proto-cristão em área cultural de língua grega é o máximo o confessor em VII a.c, não podendo ser levado em conta Joao Damasceno no século VIII d.c porque este se utilizava de Aristóteles e impulsiona a própria escolástica.
Já a patrística na área cultural de língua latina se inicia no século II a.c com o filósofo Minúcio Félix e o seu diálogo chamado ‘’Otávio’’; e a patrística, ou, pensamento proto-cristão, vai encerrar-se em Agostinho no século V d.c. Ou seja, no total, a patrística grego-latina inicia-se em I a.c e encerra-se em VII a.c, Latina = II d.c – V d.c; Grega = I a.c – VII d.c.
4. Deixe claro e explícita a diferença conceitual que existe entre ‘’era medieval’’, ‘’patrística’’ e ‘’escolástica’’.
A era patrística diz respeito a um pensamento considerado proto-cristão, isto é, ‘’quase cristão’’. Isso porque tal filosofia desenvolve-se paralelamente às filosofias tardo-pagãs de maneira que são influenciadas por elas e adotam Platão como ponto de referência para as suas sínteses teóricas, tal corrente vai de I a.c até VII d.c. Já a escolástica, que é considerada o período medieval propriamente dito, portanto, o pensamento cristão por excelência, tem como principal característica a adoção de Aristóteles como síntese da bíblia e tal período vai de V d.c com Boécio até XIV d.c com Ockham.
5. Quais são as fases em que o período medieval é dividido? Cite o número, nomes, datas, e figuras de destaque. Se preciso, reproduza um quadro cronológico com tais informações.
A era medieval, ou, período escolástico, possui 4 diferentes subfases, são elas:
1. V – IX – Obscurantismo medieval: seus nomes são Boécio e Escoto Eriúgena
2. X – XI – Investiduras e Cruzadas: Anselmo Aosta, Pedro Abelardo, Escola de Chartres e escola de São Vítor
3. XII – XII – Era de ouro da escolástica: Santo Tomás de Aquino, surgimento das universidades, Duns Escoto e São Boaventura
4. XIV – Crise da ireja e do império: Guilherme de Ockham, o divórcio entre razão e fé e a conclusão da escolástica
PARTE 5 - A escolástica nos séc XI e XII
CAP – 9: ANSELMO DE AOSTA
I – Sobre Sto Anselmo, suas obras e sua presença na escolástica pg. 148
1. Qual é o período medieval que antecede Sto Anselmo Aosta e no qual ele está inserido? Cite o nome desse período, suas datas de início e término. Mais importante ainda, cite o status intelectual-cultural vigente na era medieval nos períodos pré e durante o surgimento de Sto Anselmo e o que este representou para os anseios da fé nesses períodos.
Anselmo Aosta está inserido na era medieval da escolástica identificada nos séculos XI e XII na qual costuma ser chamada de lutas pelas investiduras e as grandes cruzadas. O período que antecede Sto Anselmo é o bscurantismo medieval que ocorre nos séculos V ao IX cujos grandes nomes desse período são Boécio e Escoto Eriúgena, ao passo que no período das cruzadas e investiduras é Sto Anselmo Aosta, Pedro Abelardo, escola de chartres e de São vitor.
O período dos séculos IX e X, período que é anterior ao de Sto Anselmo, foi um período de estagnação da cultura e extrema fragmentação cultural (donde o nome obscurantismo medieval) e isso se explica pelo fato das condições políticas e econômicas estarem demasiado fluídas. Porém, no século XI, período das investiduras e cruzadas, tempo de Sto Anselmo, a igreja começa a se mover e dá vida a uma reforma radical de suas instituições eclesiásticas justamente com o sucesso de tais ‘’guerras’’ e surge um reflorescimento de vida em vários níveis. Nesse momento, surge Sto Anselmo apresentando a fé em um novo e mais articulado contexto de vida, surgindo a teologia centrada no instrumento da razão.
2. Cite a data de nascimento e morte de Sto Anselmo, assim como quantos anos no total este viveu. Cite também sua cidade natal, sua formação/local de formação e estudos e os países em que mais atuou.
1033 – 1109 d.c; XI-XII; 76 anos de idade.
Nasceu em Aosta. De início, peregrinou de mosteiro em mosteiro pela França até que por fim fixou-se no mosteiro beneditino de Bec, na Normandia.
3. Quais foram as obras escritas por Anselmo? Dentre essas, quais são as principais e de maior influência na história da filosofia?
1. Aos 43 anos de idade escreveu as suas obras mais famosas que são: Monologion(solilóquios) e Proslogion (colóquio)
2. De grammatico (o gramatico)
3. De veritate (a verdade)
4. De libertate arbitri (o livre arbítrio)
5. De casu diaboli (a queda do diabo)
6. Liber de fide trinitatis
7. De incarnationi verbi (a encarnação do verbo)
8. A concordância da presciência, da predestinação e da graça de Deus com o livre-arbítrio
9. A processão do espírito santo
II – A filosofia de Sto Anselmo Aosta p.g 149-155+excertos
 - Deus - 
4. O que é que unifica e no que se baseia toda a investigação e todos os interesses de Sto. Anselmo? 
Todo o pensamento de Sto Anselmo é dominado pela ideia de Deus. Essa é a questão que baseia e unifica suas investigações.
5. Qual era a distinção fundamental que Anselmo fazia questão de fazer ao tratar de seu principal assunto?
Ao falar de Deus, Anselmo fazia questão de fazer a seguinte distinção: uma coisa é falar da exitencia de Deus, outra, é falar da natureza de Deus, existência x natureza. Uma coisa é perguntar se algo existe outra coisa é perguntar o que é esse algo que existe.
6. De que maneira essa distinção fundamental que Anselmo faz a respeito de Deus está relacionada com as provas de Deus?
Essa distinção feita entre existência de Deus e natureza de Deus Sto Anselmo faz em seu livro ‘’Monologion’’. Nele, ele apresenta a sua prova ‘’a posteriori’’ e quer provar a existência deixando clara a diferença desta com o conceito de natureza de Deus.
7. O que significa ‘’a priori’’ e ‘’a posteriori’’ na filosofia de Sto. Anselmo? E em quais dos seus livros ele se ocupa detalhadamente de cada um desses conceitos?
Prova a priori ou ontológica, ou simultâneo, é uma prova que se pretende demonstrar a existência de Deus apenas pela existência da ideia mental de Deus. Ou seja, ela parte da própria ideia de Deus.
Prova a posteriori é aquela que parte da natureza das coisas como efeitos que nos remetem à causadivina, Deus.
8. Quantas são as provas ‘’a posteriori’’ de Anselmo sobre a existência de Deus? 
As provas ‘’a posteriori’’ são quatro
9. Qual é a primeira prova? Explique-a
A primeira prova deriva da consideração de que cada qual tende a se apoderar das coisas que julga boas. Mas os bens são múltiplos. Então, como sera o seu principio: múltiplo ou unico? A bondade em virtude da qual as coisas são boas so pode ser uma, assim, se as coisas são boas, existe a bondade absoluta.
10. Qual é a segunda prova? Explique-a
A segunda prova deriva da ideia de grandeza, não espacial mas qualitativa. Avariedade dessa grandeza, por nós constatada, exige a suma grandeza, da qual todas as outras são participação gradual.
11. Qual é a terceira prova? Explique-a
A terceira prova não deriva de um aspecto particular da realidade como bondade ou grandeza, mas do ser. Tudo aquilo que existe, existe em virtude de alguma coisa ou em virtude de nada. Mas nada existe em virtude de nada, do nada não provem nada. Assim, ou se admite a existência do ser em virtude do qual as coisas existem ou nada existe. Mas, como existe algo, existe o ser supremo.
12. Qual é a quarta prova? Explique-a
A quarta prova deriva da constatação dos graus de perfeição, apoia-se sobre a hierarquia dos seres e exige que existauma perfeição primeira e absoluta.
13. Sintetize em algumas poucas palavras as quatro provas ‘’a posteriori’’ da existência de Deus de Sto Anselmo Aosta
1. Dos múltiplos bens existentes no mundo remete-se ao sumo-bem
2. Podemos constatar diferentes grandezas qualitativas, logo, deve existir uma suma-grandeza qualitativa da qual todas as outras participam
3. Tudo existe em virtude de algo, logo, deve-se admitir a existência de um sumo-ser que possibilite a existência de tudo que há, pois, nada existe em virtude de nada como bem sabemos
4. A partir dos diferentes graus de perfeição existentes nos seres exige-se que exista uma suma-perfeição
14. Por que Anselmo resolveu deixar de lado o argumento a posteriori da existência de Deus, o que o levou a elaboração de um outro tipo de argumento? Qual dos dois tipos de argumento da existência de Deus surgiu primeiro e em quais livros respectivamente?
O argumento a posteriori surgiu primeiro no livro monologion, e o a priori surgiu posteriormente no livro proslogion.
Sto Anselmo deixou de lado a prova a posteriori de Deus porque percebeu que essa sua prova submeteria a dura prova a mente dos leitores por serem demasiado complexas. Logo, ele procurou um outro caminho que permitisse uma prova rápida e imediata, quase que instantânea. Daí a necessidade de um argumento simples, persuasivo e autossuficiente, destinado a gerar imediata e invencível convicção da existência de Deus.
15. Qual é a paráfrase fundamental do argumento ‘’a priori’’ da existência de Deus? (consultar tbm os excertos)
‘’Deus é aquilo do qual nada de maior se pode pensar’’
16. Qual é o ‘’absurdo’’ em que caem aqueles que negam o argumento a priori da existência de Deus de Anselmo? (consultar tbm os excertos)
O absurdo em que caem é o que segue: Ao negar que Deus existe, o ateu quer dizer que Deus não existe fora do seu intelecto, isto é, na realidade. Se ele pensa que Deus é o ser do qual nada de maior se pode pensar e, ao mesmo tempo, nega que Deus exista fora do seu pensamento, então é induzido a admitir que é possível algo maior do que Deus, algo que, além de existir no pensamento, exista também na realidade. O que é contraditório, pois afirma e nega que Deus seja o ser do qual nada pode ser maior.
17. Quais são os outros nomes com os quais frequentemente chamamos tal argumento? E por que se adota tais nomes para designa-los, qual o sentido? (consultar tbm os excertos)
Ontológico: porque, a partir da análise da ideia de Deus, que está na mente, se deduz a sua existência fora da mente.
Simultâneo: porque sustenta que na ideia de Deus está incluída, ao mesmo tempo, a existência.
18. Sintetize o argumento a priori da existência de Deus de Sto. Anselmo Aosta em suas diferentes nuances conceituais. (consultar tbm os excertos)
Argumento ontológico; simultâneo; à priori: é obtido a partir da própria ideia de Deus, se Deus é o ser que por definição possui todas as perfeições, deve necessariamente também possuir a existência. Não se pode pensar Deus como não-existente, porque de outro modo não pensaríamos Deus, mas um ser inferior.
19. Cite, em ordem cronológica, quais são os filósofos que criticaram o argumento ontológico de Sto. Anselmo e quais são os filósofos que consentiram com o mesmo.
1. Gaunilon 2. Sato Tomás 3. Kant
20. Qual foi o contra-argumento apresentado por Gaunilon ao argumento de seu mestre? Qual foi a resposta de Sto. Anselmo dada a tais objeções? E em quais livros tudo isso aconteceu?
Gaunilon refuta o argumemento ontológico de Sto Anselmo em seu livro ‘’Liber pro insipiente’’. Nele, Gaunilon observa que, a propósito do termo ‘’Deus’’, é bem difícil ter dele um conhecimento substancial, isto é, que vá além do puro significado verbal. Gaunilon diz que não é suficiente ter uma ideia dele para que se possa afirmar a sua realidade objetiva. Se assim fosse, então bastaria pensar uma coisa, como, por exemplo, uma ilha cheia de delícias, a mais perfeita, para que estivéssemos autorizados a admitir sua existência.
Anselmo responde dizendo que o exemplo da ilha perfeita não é adequado, porque não representa o ser do qual não se pode pensar nada de maior, pois esse argumento vale apenas para ele. A ilha pode ser a maior, mas somente em relação às outras ilhas (dotada, portanto, de uma grandeza relativa), mas não a realidade maior em absoluto, como é o caso de Deus.
21. Qual a posição de Tomás de Aquino?
Tomas de Aquino retoma e aprofunda a objeção de Gaunilon: mesmo admitindo que todos saibam que Deus é ‘’aquele do qual nada de maior se possa pensar’’ não se seguiria que, de fato, deva existir na natureza, porque, para tanto, é necessário que tanto a coisa como o seu conceito (ratio) sejam admitidos do mesmo modo.
22. Qual a citação que sintetiza a ideia da reformulação do argumento de Anselmo realizada posteriormente por Leibniz?
Leibniz o reformulou do seguinte modo: ‘’O ser necessário, se é possível, existe; mas é possível, logo existe’’.
23. Qual é a posição de Kant? E qual é o estatuto atual-contemporâneo do argumento ontológico de Santo Anselmo?
Kant rejeitou o argumento a priori de Sto Anselmo em nome da distinção radical que é necessário admitir entre a existência pensada e a existência real.
Porém, o argumento ontológico continuou sendo contínua preocupação não apenas de filósofos e teólogos, mas, hoje em dia, também dos lógicos e dos filósofos da linguagem.
- Conhecimento – Liberdade - Razão e fé - 
24. Quais são as distinções que Anselmo faz acerca das ‘’palavras’’ ?
Sto Anselmo Aosta distingue três tipos de palavras:
1. Uma palavra que é um ‘’sinal físico’’, externo a nós;
2. Uma palavra que é ‘’ puramente pensada’’, dentro de nós; 
3. Palavra que é ‘’expressão interior’’, intelecção da realidade por meio do nosso intelecto.
Dentre esses três diferentes tipos de palavras, Sto Anselmo tem maior interesse no terceiro tipo de palavra, isto é, a palavra como expressão ou intelecção da realidade, pois ela pode ter veracidade ou falsidade.
25. O que permite a verdade de uma ‘’palavra’’ ?
O que permite a verdade de uma palavra vai depender de dois tipos de ‘’variáveis’’ para Sto Anselmo:
1. Se essa palavra mental ou conceito mental é mais ou menos semelhante com a coisa que ela designa, ou seja, o conhecimento humano ou veracidade é medida a partir das coisas próprias;
2. Já as coisas são medidas pela própria palavra divina. A palavra dos homens é medida segundo as coisas e as coisas são modelos da palavra de Deus
Em suma, a verdade de uma palavra vai depender de um comportamento, que é a retidão. 
26. O que significa retidão?
Retidão, grosso modo, pode ser definida como o comportamento de ‘’bem-agir’’
A retidão no intelecto é a verdade
A retidão na vontade é a justiça e a verdade
27. O que é a liberdade paraAnselmo?
A liberdade para Sto Anselmo é a ‘’capacidade de agir retamente’’ , ou seja, identifica-se com a ‘’vontade de fazer o bem’’, ou, ‘’a boa bontade’’. Só podemos ser livres quando conservamos a retidão da vontade apenas por amor à retidão.
28. O que é a justiça e o bem para Anselmo?
A justiça e o bem, para Sto Anselmo, nada mais é que a retidão da vontade. Ou seja, quando possuímos uma ‘’vontade reta’’ é que agimos justamente e retamente.
29. Para Anselmo, a retidão é um conceito sintético. Qual é o valor que Sto Anselmo dá para esse conceito em sua filosofia?
Para Sto Anselmo Aosta a retidão pode realizar-se na vontade, ou, no intelecto, mas, quando ela se realiza em uma deve também realizar-se na outra, sem o qual não pode acontecer somente a justiça e o bem sem a verdade ou vice-versa, ou seja, o bem e a verdade não podem acontecer separadamente como retidão apenas no intelecto ou retidão apenas na vontade. Mas tal vontade torna-se plenamente realizada apenas com a graça divina que ajuda a reanimar o instinto de retidão presente na alma.
O valor do conceito de retidão na filosofia de Sto Anselmo é sumo, pois, tal retidão é o que nos permite alcançar a verdade e a justiça-bem. Verdade que está nas coisas que são medidas da palavra de deus que é o próprio bem.
30. Qual o entendimento de Sto. Anselmo acerca do clássico problema medieval: ‘’Como entender o livre-arbítrio na predestinação e na presciência divina? ’’
Sto Anselmo explicita que é possível a previsão da necessidade da verificação de um acontecimento futuro e livre, porque tal previsão divina se dá na eternidade, onde não há mutação, ao passo que o acontecimento livre ocorre no tempo.
Já a liberdade se identifica com a vontade e, portanto, com a retidão. Ora, Deus não pode retirar ou conceder tal retidão ou eliminar a liberdade sem, com isso, suprimir a própria vontade.
31. Qual é o pedido que os monges fizeram a Anselmo?
Os monges pediram a Sto Anselmo para que ele pudesse esclarecer com a razão aquilo que já se possui com a fé. Aquilo que é revelado não fosse apenas imposto com a autoridade da escritura, mas também que pudesse resplandecer com a luminosidade do raciocínio.
32. Qual é o projeto que Sto. Anselmo visa após o significativo pedido de seus colegas monges?
Após o pedido de seus colegas monges para tornar familiares à razão as verdades da fé cristã, Sto Anselmo vão objetivar: provas da existência de deus, tentativas de compreender por que o verbo de Deus se encarnou, por que Deus é uno e trino e como são copossíveis a predestinação e a liberdade humana.
33. Qual foi o resultado do projeto traçado por Anselmo?
O resultado do projeto de Sto Anselmo Aosta foi a tentativa de iluminar as verdades de fé com seus instrumentos racionais dos quais ele acreditara chegar a uma concordância entre fé e razão como todo bom medieval escolástico.
- Universais - 
34. Qual é a concepção dos universais defendida por Sto. Anselmo Aosta? E o que é essa concepção?
Sto Anselmo defendia uma ‘’concepção realista dos univerais’’: que nada mais é do que a perfeita correspondência entre linguagem, pensamento e realidade ou mútua remitência entre lógica e mundo ou entre res e vocês. A realidade corresponde aos conceitos, e a remitência dos conceitos a realidade é fruto de um movimento objetivo.
35. Qual é a relação entre essa concepção dos universais adotada por Sto. Anselmo e os demais temas e conceitos de sua filosofia?
Devido a Sto Anselmo adotar uma concepção realista dos universais ele entende que conceitos como bondade, sabedoria, ser e natureza correspondem a uma realidade ontológico-teológica, da qual depende toda a atividade cognoscitiva do intelecto relativamente às coisas que, precisamente, participam daquela bondade, daquele ser e daquela natureza, ou seja, as próprias coisas são boas e sábias, os universais existem nas coisas.
36. Como Sto Anselmo Aosta utilizava essa sua concepção dos universais em sua filosofia?
As coisas boas, grandes etc, não seriam concebíveis se não houvesse o pressuposto da bondade, do ser etc, que são ideias universais e arquetípicas, situadas na mente divina sobre as quais se moldou o criado. Ou seja, a bondade, grandeza, sabedoria etc só existem universalmente verdadeiramente na realidade porque a mente divina é medida da realidade como arquétipo.
37. Qual a diferença de entendimento dos universais na concepção platônica de realismo da concepção Anselmiana de realismo?
A única diferença entre o realismo universal dos platônicos para o realismo universal dos cristãos como o de Sto Anselmo é o fato da subordinação da razão às ‘’verdades da fé’’. Ou seja, a posse das verdades reveladas por meio da fé faz com que a razão seja constantemente vinculada ao seu conteúdo e sua investigação siga o movimento lógico que parte da fé para explicar seu conteúdo e iluminar as suas relações.
38. Que são ‘’universais’’ ?
O termo ‘’universal’’ deriva da expressão ‘’unum in diversis’’: aquilo que unifica uma diversidade, uno no diverso, ou seja, as propriedades comuns de uma multiplicidade de indivíduos.
39. Realize uma síntese conceitual da filosofia de Anselmo Aosta explicando cada conceito utilizado
Deus: 
Uma coisa é o problema da existência de Deus, outra coisa é o problema da natureza de Deus
Deus é bondade absoluta, suma grandeza, suma perfeição, causa-suma
Homem
O conhecimento humano mede-se pelas coisas, o divino mede as próprias coisas
A liberdade humana
Coincide com a vontade do bem
Não está em contraste com a presciência divina
Deus pensa na eternidade os eventos que se desenvolverão no tempo no modo em que se desenvolverão: segundo a necessidade quando são necessários e segundo a liberdade quando são livres
Concepção realista dos universais
As coisas boas, grandes etc não seriam concebíveis se não existissem as ideias correspondentes na mente divina, como modelos da criação
Fé e razão
Esclarecer com a razão aquilo que se possui com a fé
CAP 10 – Pedro aberlardo e os universais
I – Sobre Pedro abelardo, suas obras e sua presença na escolástica pg. 162-165, 172-175
1. Quem são os pensadores de maior destaque dos séculos IX, X e XI e quais são os seus respectivos períodos na escolástica?
IX: João Escoto Eriúgena
XI: Anselmo Aosta
XII: Pedro Abelardo
2. Qual a relevância histórica do método de Pedro Abelardo? Quão influente foi o método de sua filosofia?
Temos de entender a filosofia de Pedro Abelardo para que se possa compreender a gênese dos métodos das grandes escolas universitárias dos duzentos. Pedro Abelardo é uma figura que antecipa muitos problemas da Idade Média.
3. Cite os dados biográficos relevantes de Abelardo, tais como seus mestres, sua formação e sua vida profissional, assim como o seu pensamento a respeito do entendimento intelectual vigentes das questões tratadas naquele momento.
Escreveu uma autobiografia chamada ‘’história calamitatum (=história das minhas desditas). Nasceu em La pallet e foi filho de um militar que admirava as letras.
Foi discípulo de Anselmo Laon, Roscelino Loches e Guilherme de Champeaux em Paris.
Pedro Abelardo era insatisfeito e crítico em relação à natureza dos universais e ao uso que era feito da dialética.
4. Quais foram os eventos que condenaram as teses abelardianas e suas respectivas datas? Por que houve tal condenação de suas teses por parte da igreja?
Foram dois os eventos que condenaram as teses de Pedro Abelardo:
1- Concílio de Soissons (1.121): condenou teses de Abelardo referentes ao mistério da santíssima trindade
2- Concílio de Sens (1.140): condenou teses de Abelardo referentes ao papel da lógica na investigação das verdades cristãs
5. Quais são as temáticas filosóficas que Abelardo trata em seus escritos, quais são esses escritos e como estes dividem nos temas.
Pedro Abelardo, em seus escritos, trata dos seguintes temas: lógica, ética, teologia, autobiografia.
Escritos de lógica: Glossas literais ao da interpretação e da divisão de Boécio e as categorias de porfírio. Tais Glossas literais foi publicada pelos modernos com o nome de introductiones parvulorum(introdução para os iniciantes). Outros escritos são logica nostrorum, introductiones dialecticae, logica ingredientibus (das primeiras palavras do texto) e dialectica.
Escritos osbre teologia: teologia Cristiana, introductio ad theologiam, teologia scholarium, comentaria in epistolam pauli ad romanos, expositivo in hexaemeron e sic et non
Escritos sobre ética: Ethica seu Scito te ipsum e dialogus inter judaeum, philosophum et christianum
Escritos autobiográficos: historia calamitatum, epistolarium, correspondências com heloisa e as poseias.
- A pesquisa crítica - 
6. Qual a obra em que Abelardo apresenta as suas ‘’regas de pesquisa’’? Qual é o princípio primeiro que se permite chegar a verdade?
A obra em que Pedro Abelardo apresenta as suas regras de pesquisa é ‘’Logica ingredientibus’’ e o princípio primeiro da pesquisa que permite o encontro com a verdade é a dúvida. 
7. Qual é a função primeira e última da dúvida metódica em Abelardo?
A primeira função da dúvida é mover a pesquisa e a última função da dúvida é fornecer o conhecimento da verdade.
8. Qual é a função primeira e última das regras de pesquisa na filosofia de Pedro Abelardo?
A primeira regra impõe a análise do significado dos termos de um texto, com todas as suas implicações histórico-linguísticas.
A quarta e última regra que se coloca é que não se deve confundir as opiniões citadas com a opinião pessoal do autor e não interpretar como solução aquilo que o autor apresenta como problema.
9. Quantas são e quais são cada uma das regras do método de pesquisa de Abelardo? Explique.
Tratam-se de regras crítico-exegéticas, são fórmulas para esclarecer trechos controversos ou obscuros da bíblia. São 4:
1. Analise do significado dos termos de um texto, com todas as suas implicações histórico-linguísticas
2. Comprovação da autenticidade do escrito
3. Um texto deve ser interpretado no quadro de todo o corpus da obra de um autor, não se deve confundir a opinião do autor com as opiniões que foram citadas
4. Não interpretar como solução aquilo que o autor apresenta como problema
10. Qual é a relação entre dúvida, pesquisa, verdade e as regras da pesquisa? 
A dúvida metódica de Pedro Abelardo não é uma das regras de pesquisa, é muito mais um princípio que a organiza, isto é, principio que move a pesquisa e que a permite alcançar a verdade.
11. Qual é a limitação que Abelardo impunha a nossa capacidade de entendimento da palavra da bíblia e dos padres?
Pedro Abelardo decidiu aplicar essas normas para dar caráter científico à investigação, mas, ao mesmo tempo, tinha a convicção de que nem sempre essas regras permitem a superação dos contrastes ou penetrar o significado dos textos bíblicos. Mesmo conclamando a não se renunciar jamais à pesquisa crítica, ele não hesita em destacar o limite de nossa mente para entender plenamente os ensinamentos dos Padres ou da Bíblia.
- A razão e a teologia – 
12. Qual é a relação entre razão e dialética feita por Pedro Abelardo?
Abelardo exalta a dialética centrada nas relações entre linguagem e realidade, porque é na fidelidade das normas da lógica que se concretiza a própria razão, revelando assim o seu efetivo poder especulativo, sem condenações fáceis ou exageros pretensiosos. 
13. Qual é a função da dialética para Abelardo?
A dialética é uma espécie de instrumento, ou melhor, a sede da consciência crítica de teses ou afirmações, nãoa colhidas somente com base na autoridade do proponente, mas também com base na tomada de consciência do seu conteúdo e dos argumentos apresentados em sua sustentação.
14. Qual é a função da dialética na filosofia de Pedro Abelardo?
Para Pedro Abelardo, a razão dialética é uma razão crítica e funciona como método de pesquisa na sua filosofia a ponto de poder ser aplicada até as autoridades dos padres da igreja ou mesmo à bíblia. Mais especificamente, a dialética não possui a função de alcançar a verdade, mas sim a de tornar a verdade da escritura mais verossímil para a inteligência humana, pois a verdade cabe a Deus.
15. Como se atingia a verdade para Pedro Abelardo?
Abelardo diz que a sua razão dialética não permite o encontro com a verdade, mas apenas o encontro com o verossímil. A verdade, pois, está reservada apenas para a sagrada escritura, é somente com ela que se alcança a verdade.
16. Qual a relação da verdade com a dialética na filosofia de Abelardo?
A verdade é revelada apenas pela bíblia, e a dialética é o acesso da inteligência a tais verdades quando às alcança através da verossimilhança, isto é, transformando tais revelações em aparências de verdade. Abelardo pretendia tornar mais acessível o mistério cristão, não profana-lo nem degradá-lo. Pedro Abelardo considera necessária a investigação crítico-racional para subtrair os enunciados cristãos a qualquer acusação de absurdo e, o que é mais importante, torna-los de alguma forma acessíveis à inteligência humana.
17. Qual é a diferença entre inteligir e compreender na filosofia de Pedro Abelardo?
A inteligibilidade é obra conjunta da razão e da fé
A compreensão é um dom exclusivo de Deus, que concede aos homens a sua graça o dom de inteligir o cerne de seus mistérios.
18. Como Abelardo entendia a relação entre fé e razão?
A razão é necessária para que não aceitemos um corpus de fórmulas sacrais de maneira acrítica e passiva; a graça ou dom de Deus é necessária para que nos deixemos permear pelas suas verdades.
19. Quais foram as acusações dirigidas a Abelardo consequentes da aplicação da sua razão à escritura e as autoridades dos padres?
A extensão da aplicação da razão dialética a todos os campos, até mesmo aos padres ou a escritura, pareceu aos olhos dos contemporâneos como uma espécie de dessacralização das verdades cristãs, suscitando ásperas polêmicas por colocar a razão crítica entre o pensamento humano e o logos divino.
- Ética – 
20. Qual é o conceito principal em torno do qual gira toda a ética de Pedro Abelardo? Qual a sua importância para o tema e qual a relação entre tal conceito e a moral?
O conceito principal da ética de Pedro Abelardo é a consciência. É ela que dá vida moral e ela é a fonte da intenção e do consenso.
21. O que é o pecado na filosofia de Abelardo e qual é a sua relação com a consciência?
O pecado para Abelardo é o consentimento à vontade ou ao desejo de se fazer más ações e é a própria consciência quem realiza tal consentimento.
22. Quais são os dois planos do ser humano que Abelardo distingue? Quais são as consequências dessa distinção feita pelo filósofo?
Abelardo distingue o plano instintivo do plano consciente-racional. O plano instintivo é pré-moral e é constituído de inclinações, impulsos e desejos naturais. O plano consciente-racional é constituído pela iniciativa do sujeito e, portanto, por suas intenções e propósitos é moral.
23. O foco no conceito de ‘’intenção’’ como um determinante da moral tem 3 diferentes objetivos teóricos na filosofia de Pedro Abelardo. Explique-os.
Objetivos da ênfase na intenção como determinante moral:
1. Colocar a vida moral como residente na alma, que é onde se cumprirá o bem ou o mal
2. Convicção de que nosso corpo não é poluído estruturalmente pela concupiscência nem está tomado pela presença inevitável do mal, do qual deva libertar-se
3. Contestar o estilo difundido de julgar fácil e peremptoriamente a vida do próximo sem procurar conhecer os seus fins e objetivos
24. Explique a expressão Abelardiana ‘’entendo para crer; intelligo ut credam’’ e a sua relação com os objetivos da filosofia e da teologia.
Com a expressão ‘’entendo para crer’’ Pedro Abelardo quer dizer que a sua razão-dialética não é uma simples serva da teologia, mas sim que ela é uma ciência autônoma. Porém, a finalidade da filosofia é Deus.
- A teologia do sumo bem – 
25. Como Jesus Cristo se refere à substância divina, e com que autoridade o faz?
Jesus cristo é a própria sabedoria de Deus encarnada, é o logos divino feito pessoa. Jesus diz que o sumo-bem, que é Deus, é uma substância única e singular, mas se referiu a ela por três diferentes nomes: pai, filho e espírito santo.26. O que é Deus/substância divina enquanto pai, filho e espírito santo?
Deus é chamado de pai por causa do único poder de sua majestade, que é a onipotência, por meio da qual pode fazer tudo aquilo que quer.
Deus é chamado de filho por causa da sua própria sabedoria, por meio da qual pode distinguir e separar conforme a verdade todas as coisas, de modo que nada pode fugir-lhe ou enganá-lo.
Deus é chamado de espírito santo por causa da graça de sua bondade pela qual Deus não urde males, mas está disposto a salvar todos e distribui a nós os dons de sua graça sem olhar o que nós ganhamos com nossa depravação, e salva com a misericórdia aqueles que não pode salvar por meio da justiça.
27. O que significa referir-se à substância divina/Deus como pai, filho e espírito santo, ou, as 3 pessoas da trindade?
Significa que a substância divina é boa, sábia e poderosa
28. O que é a perfeição do bem, ou o sumo-bem?
O bem-perfeito, ou, sumo-bem, é justamente a união das 3 pessoas da trindade, onde uma não pode realizar-se plenamente sem a outra, senão, jamais seria o sumo-bem. Sem a união das três pessoas da trindade (pai= onipotência + filho= sabedoria + espírito santo= bondade) não se realiza o sumo-bem.
29. Segundo Abelardo, quem realizou essa distinção da substancia divina em trindade? E por que ela é benéfica?
Quem realizou a distinção de Deus-susbtância-divina-sumo-bem foi a própria sabedoria de Deus encarnada, isto é, o filho-jesus-cristo ao referir-se Deus como a perfeição do sumo-bem que se realiza na unidade das três pessoas.
Esta diferenciação dentro da unidade permite descrever a perfeição do sumo-bem e é útil para convencer os homens ao culto de Deus.
30. Quais são os sentimentos que nos levam à submissão a Deus e por que?
Os dois sentimentos que levam a nos submetermos a Deus são: 1. Amor; 2. Temor.
Isso porque sabemos que a onipotência infinita e a sabedoria infinita de Deus pode punir nossos erros e nada lhe escapa; assim, tememos a Deus.
Amor porque amamos de modo especial aquilo que consideramos sumamente bom.
31. Quando foi que surgiu essa distinção das 3 pessoas da trindade? Qual a relação de Jesus Cristo com a realização de tal distinção?
A distinção das três pessoas da trindade não surge pela primeira vez na história com Jesus Cristo, apenas foi ensinada por Cristo com maior precisão e clareza. Ela surgiu antes através da inspiração divina que a fez ser revelada aos Hebreus por meio dos profetas e aos pagãos por meio dos filósofos, para impelir, por meio do conhecimento da perfeição do sumo-bem, um e outro povo ao culto do único Deus.
32. Por que a sabedoria leva o nome de ‘’verbo’’ e por que chamou o ‘’verbo’’ de seu filho? Qual é a relação do ‘’verbo’’ com a criação de tudo pela palavra?
A sabedoria ganha o nome de verbo no cristianismo porque é por meio das palavras que alguém manifesta o conhecimento e a profundidade de sua ciência.
O verbo é também o filho porque ambos se identificam com a sabedoria divina, ou seja, são ambos o logos divino.
Deus criou tudo segundo a sua razão, isto é, segundo o seu conhecimento. Ora, se as palavras são o modo pelo qual a razão se manifesta, e se Deus criou tudo segundo a razão, então, ‘’Deus disse e assim se fez’’; Deus criou tudo com a simples palavra, isto é, o simples verbo-logos. E essa palavra-verbo-logos-sabedoria-cristo-encarnado não é uma mera palavra passageira, mas sim uma eterna-permanente e inteligível disposição de sua sabedoria.
33. Qual é o significado etimológico do termo ‘’espírito’’ e como esse significado fora usado para denotar o nome ‘’espírito santo’’?
Espírito é na verdade o sopro que sai de nossa boca e que manifesta os sentimentos do coração, tanto quando suspiramos por amor, como quando nos lamentamos por angústia pela fadiga ou pela dor. Uma vez que espírito significa o sopro que sai da boca e que manifesta os sentimentos do coração, espírito santo é aquele sopro-sentimento bom.
34. Explique o que é o espírito santo.
O nome espírito santo indica exclusivamente uma pessoa, todavia tomado em outro significado ele é comum às três pessoas, pelo fato de que a substância divina é espiritual e não corpórea.
35. Por que a bondade de Deus é chamada de espírito Santo?
A bondade de Deus é chamada de espírito santo porque é muito frequente acontecer de um nome que é comum a muitas coisas passar a se referir a uma coisa com um nome próprio.
Assim, uma vez que as outras coisas têm nomes próprios por meio das quais se distinguem mutuamente, enquanto esta não tem um nome que indique sua diferença, o que antes era comum a todas as outras torna-se nome próprio desta.
36. Quando lemos a bíblia, o que denotam os termos usados no presente e os termos usados no passado?
Os termos da bíblia que são usados no presente denotam a eternidade. Já os termos bíblicos usados no passado denotam a perfeição no sentido de ser todo-completo-e-realizado.
II – O problema dos universais pg. 166-
1. O que permitiu o desenvolvimento da relação entre linguagem e pensamento e em que ano isso se deu?
O que permitiu o desenvolvimento das relações entre a linguagem-voces e a realidade-res foi o desenvolvimento e o cultivo dos estudos gramaticais que se deu por volta dos séculos XI e XII.
2. Qual foi o resultado do cultivo pelos estudos gramaticais? Qual foi a reação dos tradicionalistas?
O resultado do estudo\cultivo dos estudos gramaticais foi justamente o desenvolvimento das relações entre linguagem e realidade. Entretanto, a principal consequência desse desenvolvimento entre linguagem e realidade que era proporcionado pelos estudos gramaticais foi a lenta passagem da autoridade para a razão, passagem essa que fora realizada pela gramatica. Assim, houve uma reação dos tradicionalistas, que entendiam que a palavra da bíblia e dos padres da igreja deveria ser assumida como norma de vida e não profanada-laicizada através do uso e das distinções dos instrumentos ‘’gramaticais’’. 
3. Nesse período, qual é a disciplina que está intimamente ligada à gramática e qual foi o resultado do estudo de ambas as disciplinas em conjunto?
A disciplina que estava intimamente ligada à gramática era a dialética. O cultivo dessas duas disciplinas em conjunto levou a uma ‘’exaltação’’ da razão.
4. Qual é a finalidade da dialética segundo Abelardo?
Para Pedro Abelardo a dialética é identificada com a lógica, logo, com a razão em exercício. Para Abelardo, a dialética é quem impõe o rigor na investigação, que se concretiza na análise dos termos do discurso, através de um exame crítico do processo de imposição da linguagem ou termos à realidade designada e pela identificação do papel que tal linguagem desempenha na estrutura e no contexto do discurso.
- O problema dos universais – 
5. Qual é a característica essencial do problema dos universais e em que período tal questão encontra-se em evidência? 
A característica essencial do problema dos universais é a relação entre a linguagem e a realidade, e tal problemática encontra-se em evidência no século XII.
6. Qual a relação das duas disciplinas valorizadas por Abelardo com o problema dos universais?
O problema dos universais é um problema concernente\que diz respeito à relação entre a linguagem e a realidade. Assim, essa relação entre linguagem e realidade está no centro da gramática e da dialética, ou seja, o problema dos universais é o centro da gramática e da dialética.
7. Quais são as áreas diretamente atingidas pelos universais?
As áreas diretamente atingidas pelos universais são: linguística, gnosiologia, teologia.
8. Explique o que é o chamado ‘’problema dos universais’.
O problema dos universais diz respeito à determinação da relação entre as ideias ou categorias mentais, expressas com termos linguísticos, e as realidades extramentais; ou, é o problema da relação entre a linguagem e a realidade, entre as palavras e as coisas, entre o pensamento e o ser.
9. Quem são os principais proponentes do chamado ‘’realismo exagerado’’ e suas respectivas datas?
Os defensores do realismo exagerado é Guilherme de Champeaux (1070-1121) e João EscotoEriúgena (810-880).
10. Qual é a consequência para a retórica, a gramática e a dialética da adesão do realismo exagerado?
A consequência direta para a lógica, retórica e a gramática da adesão de um realismo exagerado das relações entre linguagem e realidade é o fato de que essas disciplinas não tinham apenas um valor apenas formal, entendendo o estudo da linguagem como o estudo da própria realidade, mas, como a realidade é uma manifestação de Deus (=teofania), o estudo da linguagem no realismo exagerado passa a ser o estudo da própria manifestação divina no homem. Ocorre uma revalorização da investigação lógico-filosófica.
11. O que é o ‘’realismo exagerado’’?
Posição em que os universais seriam entes reais, subsistentes em si, ideias eternas e transcendentes que têm a função de arquétipo e paradigma em relação aos indivíduos concretos.
12. Qual fora a contribuição que a adesão da tese do realismo exagerado trouxe para a filosofia e os estudos em geral?
A contribuição da adesão de um realismo exagerado para a filosofia levou a uma profunda revalorização dos estudos linguísticos, isto é, da gramática, retórica e da lógica, a ponto de entenderem o estudo dessas disciplinas não apenas como formalidades mas sim como o estudo da própria realidade e da manifestação divina.
13. O que levou à rejeição da tese chamada ‘’realismo exagerado’’ e quais são os seus defeitos?
O que levou à rejeição do realismo exagerado de uma maneira mais universal e geral, foi o fato de tal tese parecer infundada e falsamente tradicionalista dentro de um período de exaltação da razão por ela parecer rígida aos olhos destes.
14. Quais foram as duas razões que levaram Abelardo rejeitar a tese do realismo exagerado proposta pelo seu mestre Guilherme de Champeaux?
A primeira razão que levou Pedro Abelardo a rejeitar a Tese do realismo exagerado de Champeaux foi a tese aristotélica antitética a ela: ‘’o universal é aquilo que é predicável de vários entes’’; uma implicação direta dessa tese para o realismo exagerado é que o universal não pode ser uma realidade, um ente objetivo, pois o universal enquanto realidade não pode funcionar como predicado de outro ente.
A segunda razão que levou Pedro Abelardo a rejeitar a tese do realismo exagerado de Champeaux foi o que ele entendeu como desvalorização do indivíduo que então só existe na realidade: o realismo exagerado atribui uma substancia numericamente idêntica a todos os seres classificados com o mesmo conceito universal, transformando em puramente acidentais a sua distinção que fica baseada somente em formas ou propriedades acidentais. 
15. Qual é a relação existente entre realismo exagerado e nominalismo?
A tese nominalista é a antítese do realismo exagerado e se contrapõe a ela.
16. Quem é o principal expoente do nominalismo?
Roscelino de Compiégne Séc XI d.c é o criador do nominalismo
17. O que é a tese do nominalismo?
No nominalismo os universais não têm nenhum valor, nem semântico e nem predicativo, não podendo se referir a nenhuma realidade, dado que todas as coisas existentes são singulares ou separadas (=discretas), e nada existe além da individualidade. Não apenas não tem um status ontológico, mas também não tem um status lógico fundativo da palavra, isto é, são simples nomes e nada mais.
18. Qual é a perda epistêmica significativa decorrente de uma posição nominalista dos universais, e, porque isso se segue necessariamente do nominalismo?
O nominalismo, para Reale (1997), ao negar qualquer tipo de valor aos termos universais, torna-se uma teoria cética, pois, anula alguns dos instrumentos relativos ao conhecimento humano, que se torna apenas uma atividade analítica de fatos concretos e individuais, incapaz de ascender a níveis de caráter geral.
19. Qual é a relação entre o entendimento de Anselmo e de Roscelino a respeito dos universais? 
Acontece que Sto Anselmo Aosta é a nossa maior fonte de dados no que diz respeito ao nominalismo de Roscelino Compiègne XII. Anselmo descreve o entendimento dos universais desse nominalismo como mero flatus vocis\mera emissão de vocábulos. Entretanto, Anselmo Aosta contrapõe-se ao nominalisto e o explica como um efeito do fato de que a razão já está demasiadamente envolvida com as imaginações corpóreas a ponto de não poder mais se libertar acabando por ficar incapaz de se elevar acima das realidades individuais e materiais, incapaz de distinguir a intelecção universal da razão dos dados da fantasia e dos sentidos.
20. Descreva resumidamente a posição assumida pelo realismo exagerado e pelo nominalismo assim como o dilema em que caiu essas duas formas de antagonismo.
Enquanto os realistas exagerados propunham o problema dos universais no campo estritamente metafísico, ontologizando os universais, isto é, sustentando que eles são realidades\entidades metafísicas, os nominalistas, em oposição radical, puseram em crise o valor significante dos termos universais. Mas tanto uma como a outra teoria tiveram de suportar severas críticas. A questão torna-se então como que um dilema: se o universal não é realidade nem apenas flatus vocis, então o que são?
21. A posição conceitualista de Abelardo atribui os universais à realidade ou à linguagem?
A teoria conceitualista não atribui os universais nem à linguagem e nem à realidade, mas sustentam que os termos, sejam eles singulares ou universais, são apenas ‘’sermones’’.
22. No conceitualismo de Abelardo, o que são os ‘’sermones’’ e o que são os universais?
Sermones são aqueles termos que receberam a propriedade de serem predicados de muitos (=universais)
23. Explique e descreva como se originam-formam os conceitos universais no conceitualismo de Pedro Abelardo
No conceitualismo de Abelardo, os universais não existem na realidade, na realidade tudo é individual, é uma unidade compacta e singular de matéria e forma. Porém, a razão humana é capaz de distinguir os diversos elementos que subsistem unidos na realidade. Analisando e comparando os diversos seres singulares no processo cognoscitivo-abstrativo, a razão está em condições de captar entre os indivíduos da mesma espécie um aspecto peculiar que eles compartilham.
24. Diferencie a finalidade de um conceito singular e a de um conceito universal no conceitualismo
É essa valorização dos universais como conceitos abstratos significativos uma das principais características que diferenciam o nominalismo do conceitualismo. A finalidade de um conceito singular é dar a forma própria e determinada dos indivíduos; já a finalidade de um universal é nos dar a imagem comum de uma pluralidade.
25. Enumere algumas consequências metafísicas e lógicas da posição conceitualista de Abelardo a respeito dos universais
26. O que é ‘’status communis’’?
Status communis não indica\denota uma substância ou essência comum (realismo exagerado)
Status communis indica um modo de ser, condição de natureza comum a indivíduos de mesma espécie. O homem como essência não existe, existe o ser-um-homem que é condição real e concreta comum a todos os homens concretos.
27. Construa uma linha com dois extremos e localize as seguintes correntes a respeito dos universais: realismo exagerado, conceitualismo e nominalismo.
Primeiro vem o realismo exagerado que entende que os universais existem em si e por si como formas ideais transcendentes, paradigmas-formas das coisas que existem aqui.
Em segundo, como um meio termo, vem o conceitualismo, que entende que os universais são importantes conceitos mentais abstratos, na realidade, os universais são chamados por eles de sermões, isto é, uma propriedade que permite a predicação do sujeito por muitos. Os universais não existem em si no sentido de serem paradigmas das coisas, mas são apenas um ‘’estado comum’’ que uma multiplicidade de indivíduos de mesma espécie partilha, é apenas a expressão do ser com bases lógicas e linguísticas.
Em terceiro vem o nominalismo que ocupa o estremo negativo da linha de teorias a respeito dos universais. No nominalismo os universais não possuem nenhuma valência lógico-linguística e são entendidos como simples nomesvazios sem qualquer valor cognoscitivo ou ontológico não indicando nada de objetivo. Para o nominalismo, nada existe além da individualidade.
28. O conceitualismo de Abelardo parece colocar os conceitos universais apenas ‘’post rem’’ e apenas como ideias com um estatuto lógico-linguístico, mas não ontológico. Explique como essa posição de Abelardo está relacionada com a ideia de Deus.
Embora o conceitualismo de Pedro Abelardo seja uma posição post-rem (após a realidade), ele admite a existência de universais como arquétipos-paradigmas ante-rem (antes da realidade). Porém, esses universais como ideias substanciais existem apenas na mente de Deus como arquétipos-modelos e nós não as conhecemos.
29. O que é o realismo moderado? Explique detalhadamente cada uma de suas três características
Trata-se de uma posição intermediária entre o realismo exagerado e o conceitualismo e possui três características principais:
1. Ante rem: enquanto são modelos na mente de Deus como formas Platonicas
2. In rem: enquanto estão nas coisas sensíveis como formas Aristotélicas
3. Post rem: enquanto estão na mente como abstrações e conceitos lógico-linguísticos
30. Como o realismo moderado se encaixa na linha dos extremos das posições a respeito dos universais, qual seria a sua posição nessa linha?
Em uma linha imaginária, que vai do extremo positivo ao extremo negativo no que diz respeito às teorias sobre os universais, a posição do realismo moderado seria da seguinte maneira:
1: realismo exagerado; 2: realismo moderado; 3: conceitualismo; 4: nominalismo.
31. Com o surgimento da problemática a respeito dos universais em período medieval, o que essa discussão toda causará para os séculos seguintes?
É importante saber e ter em mente que essa problemática dos universais dará lugar a um riquíssimo florescimento de estudos sobre a linguagem e sobre a lógica nos séculos seguintes.

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