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CRIME DE EXTORSÃO - GEISY E DIELE

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Instituto Avançado de Ensino Superior e Desenvolvimento Humano 
 
Aluna: Diele Rodrigues 
Aluna: Geisiany Garnes de Andrade 
Disciplina: Direito Penal II 
Assunto: Tema 05 - Crimes Contra o Patrimônio – Artigos 158 ao 160 
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O crime de extorsão, que está previsto no CP nos artigos 158, 159 e 160, é também um dos crimes 
contra o patrimônio. 
Extorsão 
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter 
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer 
alguma coisa: 
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
 § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se 
a pena de um terço até metade. 
 § 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo 
anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 
 § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é 
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) 
anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 
159, §§ 2o e 3o, respectivamente. 
Como podemos observar, o crime de extorsão se diferencia do roubo, pois a forma que o crime é 
praticado é um tanto peculiar, porque a intensão é constranger a fazer, tolerar ou deixar de fazer algo, 
sob violência ou grave ameaça para obter vantagem indevida. Ou seja, a extorsão é o ato de obrigar 
alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa por meio de ameaça ou violência, com a intenção de 
obter vantagem, recompensa ou lucro. 
Então a principal diferença entre o roubo e extorsão, é que no roubo, o indivíduo subtrai coisa 
alheia da vítima, mediante violência ou ameaça, e a colaboração é dispensável neste caso, mas no caso 
da extorsão, o individuo ele coage de certa forma a vítima, forçando-a a fazer ou deixar de fazer algo 
para conseguir a sua recompensa e a colaboração da vítima é indispensável, pois ele precisa que ela o 
ajude a obter o que quer. 
O crime de extorsão pode ser classificado na forma doutrinária como um crime comum, tanto no 
que diz respeito ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo; de dano; doloso; formal; comissivo 
(podendo ser praticado via omissão imprópria, caso o agente goze do status de garantidor); de forma 
livre; instantâneo; monossubjetivo; plurissubsistente; transeunte (ou não transeunte, dependendo da 
possibilidade de realização de perícia no caso concreto). 
O objeto material neste crime seria a pessoa contra a qual recai o constrangimento, e os seus bens 
jurídicos protegidos, como o patrimônio (aqui entendido num sentido mais amplo do que a posse e a 
propriedade, pois que a lei penal fala em indevida vantagem econômica), a liberdade individual, a 
integridade física e psíquica da vítima. 
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Aluna: Geisiany Garnes de Andrade 
Disciplina: Direito Penal II 
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O crime de extorsão, para ser consumado ou tentando a praticar, tendo em vista sua natureza de 
crime formal, consuma-se a extorsão no momento em que o agente pratica a conduta núcleo do tipo, 
vale dizer, o verbo constranger, obrigando a vítima, mediante violência ou grave ameaça, a fazer, a 
tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. A obtenção da indevida vantagem econômica, 
prevista no tipo do art. 158 do CP como o seu especial fim de agir, é considerada mero exaurimento 
do crime, tendo repercussões, entretanto, para efeitos de aplicação da pena. 
Esse entendimento é pacificado pela Súmula nº 96 do STJ (Superior Tribunal de Justiça): o crime 
de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida. A decisão diz que a 
extorsão é aplicada menos nos casos em que o criminoso não receba a vantagem econômica, desde que 
a vítima, depois de sofrer a violência ou grave ameaça, realiza o comportamento desejado por ele, isto 
é, faz, deixa de fazer ou tolera que se faça algo. Isto porque a conduta é especificada com o elemento 
subjetivo específico “com o intuito de”. 
Mesmo se tratando de um crime formal, toda vez que pudermos fracionar o iter criminis será 
possível o raciocínio correspondente à tentativa. 
Com base no entendimento da súmula nº 96, a jurisprudência encontra a tentativa não no ato do 
agente, mas da vítima. Se a vítima não ceder ao desejo do autor, se negar a obedecer, o crime a ser 
considerado é o de tentativa de extorsão. Vemos isso ser aplicado no Boletim Informativo 502 do STJ: 
“Sob tal contexto, a Turma entendeu que, in casu, feita a exigência 
pelo recorrido, a vítima não se submeteu à sua vontade, deixando de 
realizar a conduta que ele procurava-lhe impor. Assim, a hipótese é de 
tentativa como decidido pelo tribunal a quo, e não, como pretende o 
recorrente, de crime consumado. Precedente citado: HC 95389-SP, 
DJe 23/11/2009.(REsp 1.094.888-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, 
julgado em 21/8/2012).” 
Essa decisão trouxe à tona discussão quanto ao enquadramento do crime de extorsão: formal ou 
material. Sendo formal, sua produção não depende da consumação. Já no material é necessária sua 
consumação para ter aplicação. Na prática a decisão abriu espaço para duas situações: se o agente 
constranger a vítima e ela não fizer o que foi exigido, ocorre a tentativa de extorsão. Se o agente 
constranger a vítima e ela fizer o que foi exigido, mas ele não consegue a vantagem econômica, ocorre 
extorsão consumada. 
No crime de extorsão, o elemento subjetivo só pode ser praticado dolosamente, não havendo 
previsão para a modalidade culposa. Há também o especial fim de agir, caracterizado, in casu, pela 
finalidade do agente em obter, para si ou para outrem, indevida vantagem econômica. 
Nas modalidades comissiva e omissiva, o núcleo constranger pressupõe um comportamento 
comissivo do agente, entretanto, aquele que se encontra na condição de garantidor e, dolosamente, 
nada faz para evitar o constrangimento sofrido pela vítima, também deverá ser responsabilizado pelo 
delito de extorsão. 
Submete-se a aumento de pena, nos casos de concurso de duas ou mais pessoas no cometimento do 
crime: será exigida a presença dos agentes durante a prática dos atos materiais de execução das 
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respectivas infrações penais. Com relação às demais situações, remetemos o leitor às discussões 
travadas quando do estudo da qualificadora do concurso de pessoas no crime de furto, que se aplicam, 
perfeita e identicamente, ao delito de extorsão. 
Se o crime é cometido com o emprego de arma: aplica-se à extorsão o raciocínio desenvolvido com 
relação à causa especial de aumento de pena relativa ao emprego de arma no crime de roubo. Não 
emprega a arma o agente que, durante a prática do delito, a traz consigo, mas não permite que tal fato 
chegue ao conhecimento da vítima. 
CASO CONCRETO: 
José Ivan de Almeida (ex-comandante da Polícia Militar e ex-deputado estadual), Reginaldo 
Freitas Rodrigues (ex-policial civil) e o arquiteto Patrick Samuel Georges Issa foram presos em 
flagrante no dia 26 de maio por extorquir dupla de sócios de empresa do setor de hidráulica, com 
sede em Campo Grande e obras em Ponta Porã. 
Na manhã de ontem, Coronel Ivan e Reginaldo foram flagrados na porta de uma das vítimas, no 
bairro Amambaí. Os dois atuavam em nome de Patrick Issa, que cobrava dívida de R$ 80 mil. Para 
a polícia as vítimas relataram que o valor inicial saltou para R$ 281 mil e que diante das ameaças 
chegaram a pagar R$ 150 mil. 
Os autores foram presos em flagrante no Art. 158, § 1º doCódigo Penal (extorsão qualificada, se 
o crime é cometido por duas ou mais pessoas ou com emprego de arma), mas foram liberados com 
monitoramento eletrônico e medidas de cautelares no dia seguinte, em audiência de custódia. 
 
Para que se configure o delito em estudo, há necessidade de que a vítima tenha sido privada de sua 
liberdade e essa condição seja necessária para obtenção da vantagem econômica. Essa privação da 
liberdade deverá ocorrer por tempo razoável, permitindo, assim, que se reconheça que a vítima ficou 
limitada em seu direito de ir, vir ou mesmo permanecer, em virtude do comportamento levado a efeito 
pelo agente. 
Por outro lado, a privação da liberdade da vítima deve ser um meio para que o agente obtenha 
sucesso na obtenção da vantagem econômica. A Lei no 11.923/2009 desigualou o tratamento até então 
existente entre os crimes de roubo e extorsão, pois a privação da liberdade da vítima importará no 
reconhecimento de uma qualificadora (art. 158, § 3º , do CP), em vez de uma causa especial de aumento 
de pena, como havia sido previsto primeiramente para o crime de roubo (art. 157, § 2º , V, do CP). 
Assim, fatos semelhantes terão penas diferentes, ofendendo-se, frontalmente, os princípios da 
isonomia, da razoabilidade e da proporcionalidade. 
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada, e para a modalidade fundamental, a pena é de 
reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa. Para as modalidades qualificadas, se da violência 
resultar lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 (sete) a 15 (quinze) anos, além de multa; se 
resulta a morte, a reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, sem prejuízo da multa. 
Extorsão mediante sequestro: 
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 Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer 
vantagem, como condição ou preço do resgate. 
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 
(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. 
§ 3º - Se resulta a morte: 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. 
 § 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, 
facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. 
Geralmente noticiado como sequestro, a extorsão mediante sequestro consiste na conduta criminosa 
com restrição de liberdade da vítima para obter um resgate ou algo de valor em troca da liberdade. É 
considerado um crime contra o patrimônio, onde o bem jurídico tutelado também é a própria vida do 
agente passivo. A pena varia de 8 a 15 anos de reclusão, podendo chegar a 30 anos se o crime resultar 
em morte. Para caracterização deste crime, não há necessidade de nenhum tipo de conduta da vítima. 
Outro crime contra a liberdade individual pode ser confundido com a extorsão, o crime 
de sequestro e cárcere privado, constante do artigo 148. Esses, no entanto, se caracterizam pela 
privação de liberdade de alguém sem exigir nenhum tipo de vantagem. A pena é de 1 a 3 anos de 
reclusão, sendo que dependendo do caso a pena pode chegar a 8 anos de reclusão. 
Nos crimes do artigo 159 a restrição de liberdade tem objetivo econômico. Dessa maneira, todas as 
vezes que o autor pedir resgate ou qualquer vantagem em troca da liberdade, estamos falando de 
extorsão. 
Além disso, é essencial entender que o cárcere privado é uma forma de confinamento em que 
normalmente, a vítima é mantida em um local pequeno, com pouco espaço para se locomover e objetos 
para interagir. Já o sequestro é um crime, muitas vezes, praticado com o único propósito de extorsão. 
Criminosos encontram alvos fáceis para sequestrar e realizar uma extorsão de dinheiro, em troca da 
devolução da vítima. 
Para concretizar a extorsão mediante sequestro é necessário que a vítima seja mantida em local 
ermo, desconhecido ou solitário. Pode acontecer até mesmo dentro da própria casa da vítima, desde 
que ela seja impedida de sair ou movimentar-se. É um crime formal – basta a restrição da liberdade 
para ser consumado e não a entrega do bem – exclusivamente doloso, já que o criminoso sempre visa 
a vantagem econômica e é um crime comum, que pode ocorrer com qualquer pessoa. 
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 A extorsão mediante sequestro, prevista no art. 159 do Código Penal e seus parágrafos, assim como 
a extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, se enquadra nos crimes hediondos 
previstos nos incisos III e IV da Lei 8.072/90: 
Art. 1° - São considerados hediondos os seguintes crimes, todos 
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - 
Código Penal, consumados ou tentados: 
III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, 
ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); 
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 
159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); 
Em um primeiro momento é importante lembrar que essa classificação se deve à onda de extorsões 
mediante sequestro que predominaram grandes metrópoles do país no final dos anos 80, causando 
temor na sociedade. A situação de pânico levou o legislador a promulgar a lei que instituiu os crimes 
hediondos e incluiu a extorsão. 
O texto da lei, em que artigo 6°, também aumentou as penas dos crimes previstos no Art. 159: a 
pena mínima da extorsão mediante sequestro na forma simples passou de seis para oito anos, na forma 
agravada pelo fato do sequestro durar mais de 24 (vinte e quatro) horas, do sequestrado ser menor de 
18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime for cometido por bando ou quadrilha a pena 
mínima foi aumentada de oito para doze anos (§1º), na forma qualificada pelo resultado lesão corporal 
grave a pena mínima foi aumentada de doze para dezesseis anos (§2º) e a extorsão com resultado 
morte teve a pena mínima dilatada de 20 para 24 anos (§3º). 
Como visto acima, o artigo 159 traz qualificadoras para o crime de extorsão mediante sequestro. O 
parágrafo 1º prevê aumento de pena caso o sequestro dure mais de 24 horas. O prazo começa a contar 
a partir do momento em que a vítima é privada de sua liberdade. Também garante punição maior para 
quem sequestrar menos de 18 anos e maiores de 60 – vale lembrar que aqui prevalece a idade exata da 
vítima no momento do sequestro. Quando o crime é praticado por mais de três pessoas (bando), 
também é aplicada o aumento de pena (que vai de 10 a 20 anos). 
O parágrafo 2° trata de sequestros que resultaram em lesão corporal de natureza grave, crime 
hediondo com pena de 16 a 24 anos de reclusão. Para ser considerado, a vítima do atentado é quem 
deve ser ferida. Se a vítima da lesão foi outra pessoa ou a morte ser produzida por caso furtuito, força 
maior ou culpa de terceiros, não se responde por extorsão, apenas pelos crimes correspondentes. 
Mesmo vale para o parágrafo 3: se resulta a morte. A pena nesses casos é de 24 a 30 anos. 
Delação 
Previsto no parágrafo 4 e conforme os requisitos da Lei 9.807 /99 (Proteção às Vítimas e 
Testemunhas) o crime de extorsão prevê redução de pena em casos de delação premiada, que consiste 
na concessão de benefícios àquele que voluntariamente tenha prestado efetiva colaboração à 
investigação policial ou ao processo criminal. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109647/lei-9807-99Instituto Avançado de Ensino Superior e Desenvolvimento Humano 
 
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Para que seja compatível com a delegação, é necessário que a extorsão mediante sequestro tenha 
sido praticada por duas ou mais pessoas e que o integrante do grupo beneficiado relate o fato 
minuciosamente as autoridades, com intenção de fornecer informações suficientes para a libertação da 
vítima. Nesse ponto, é essencial que a fala seja eficaz e determinante para o resgate do sequestrado. 
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar 
à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena 
reduzida de um a dois terços. 
Os requisitos abordados no parágrafo também são considerados na lei de Proteção às Vítimas e 
Testemunhas, principalmente no artigo 14. 
Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a 
investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais 
co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e 
na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de 
condenação, terá pena reduzida de um a dois terços. 
Neste caso, o motivo para aceitar a delação é proteger o bem jurídico mais importante da legislação, 
a vida. Se todos os requisitos foram atendidos o réu terá a pena reduzida de um a dois terços. É um 
direito subjetivo do réu e não se estende aos demais integrantes do grupo que não colaboraram com a 
investigação e resgate da vítima. Também pode ser aplicado o artigo 13 da Lei 9.807 /99 e ser 
concedido o perdão judicial. 
Extorsão indireta 
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento 
que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
A extorsão indireta acontece quando um credor exige como garantia de quitação de seu devedor um 
documento que possa ser utilizado para instauração de procedimento criminal, tanto contra ele, como 
contra terceiros. Existem duas modalidades a ser analisada neste crime: a de “exigir”, quando o crime 
é formal, de consumação antecipada pelo simples fato de o autor coagir a vítima, ainda que ela ainda 
não tenha entregado o documento. 
E a modalidade “receber”, que transforma o crime em material caso não haja imposição da entrega 
do documento. Se a vítima se negar, o crime é tratado como tentativa. Se comprovada a extorsão, 
nenhum crime imputado ao devedor. No entanto, se o documento for usado para instauração de um 
procedimento criminal o responsável pelo crime passa a responder pelo crime de denunciação 
caluniosa (Art. 339 do Código Penal) e não no previsto no Art. 160. 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento 
investigatório criminal, de processo judicial, de processo administrativo 
disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade administrativa 
contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou ato 
ímprobo de que o sabe inocente: 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109647/lei-9807-99
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Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de 
anonimato ou de nome suposto. 
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de 
contravenção 
Além disso, qualquer pessoa está sujeita a extorsão indireta, onde o sujeito passivo é encontrado na 
pessoa que se submeteu a exigência do documento ou a terceira pessoa que pode ser prejudicada com 
a instauração de um processo.

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