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Diferença entre Tutela Provisória de Urgência Antecipada e Cautelar No presente trabalho iremos abordar acerca das diferenças entre tutela provisória de urgência antecipada e cautelar, porém antes disso é preciso saber o conceito e a necessidade da tutela provisória para poder analisar melhor as espécies e requisitos para suas concessões. Para Humberto Theodoro Júnior, a tutela provisória é uma "técnica de sumarização, para que o custo da duração do processo seja melhor distribuído, e não mais continue a recair sobre quem aparenta, no momento, ser o merecedor da tutela", ou seja, a tutela provisória nada mais é do que um instituto do direito brasileiro que busca antecipar um provimento jurisdicional ou assegurar o direito de uma parte. A tutela provisória é dividida em tutela provisória de urgência e tutela de evidência, enquanto na primeira busca-se inibir qualquer dano que a demora na prestação da tutela jurisdicional possa causar, seja por via assecuratória (tutela cautelar) ou via antecipatória (tutela antecipada), a segunda busca conceder um direito incontroverso da parte. Conforme O artigo 294, Caput, do CPC, indica que a tutela provisória pode ser fundada em urgência e emergência. A primeira pode ser dividida em cautelar e antecipada. A importância desse instituto é enorme, sobretudo porque garante a dignidade da pessoa e outros diversos direito fundamentais assegurados pela nossa Constituição Federal de 1988. Acerca da tutela de urgência, conforme o artigo 300 do CPC, ela será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito, o risco de dano, bem como o risco ao resultado útil do processo; o que é válido para ambos os tipos de tutela (cautelar e antecipada). Abordando melhor os dois institutos, estes se diferem em relação à forma de processamento, assim como também em relação à consequência do deferimento. Ambas as tutelas têm natureza emergencial, executiva e sumária, além de possuírem um caráter provisório. São consideradas tutelas de urgência, porque são providências tomadas antes do provimento final, a fim de impossibilitar a ocorrência de danos, em virtude da demora do julgamento definitivo. Apresentam, também, natureza executiva e sumária, na medida em que, uma vez deferidas, devem ser cumpridas de imediato e as provas trazidas aos autos devem ser claras e precisas, capazes de formarem o convencimento do juiz. Possuem, ainda, um caráter provisório, visto que podem ser modificadas ou revogadas a qualquer tempo. Para Braga, Didier Junior e Oliveira, “a tutela de urgência satisfativa (antecipada) é aquela requerida dentro do processo em que se pretende pedir a tutela definitiva, no intuito de adiantar seus efeitos, mas antes da formulação do pedido de tutela final”. A tutela provisória de urgência pauta-se na necessidade da prestação da tutela jurisdicional evitar um prejuízo à parte. Percebe-se que existem dois requisitos autorizadores para a concessão desse tipo de tutela. 1- elementos que evidenciem a probabilidade do direito (fumus boni juris): Aqui se busca acima de tudo a segurança jurídica da parte adversa, sobretudo porque a concessão de certa tutela provisória pode gerar algum prejuízo e a incerteza no provimento jurisdicional fim pode acarretar diversos danos não somente ao desfavorecido com a tutela, mas sim a toda coletividade. 2- o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo (periculum in mora): Estamos diante de requisito que visa afrontar a demora processual. A demora no julgamento de um processo não deve de forma alguma repercutir as partes, apenas ao poder judiciário. Desse modo, caso o direito que a parte possua reste demonstrado (requisito ‘1’) a necessidade de demonstração de um possível dano ou do risco ao resultado útil do processo é requisito fim para a concessão da tutela provisória. Assim, a distinção das duas se dá pelo aspecto tempo, enquanto no primeiro (perigo de dano) se dá por uma necessidade do momento (concessão liminar), o risco ao resultado útil do processo liga-se a questão de eventual prejuízo que a parte venha a sofrer no curso do processo (incidentalmente). A tutela provisória de urgência antecipada nada mais é do que a antecipação do provimento jurisdicional fim, ou seja, da decisão do juízo acerca do caso posto em litígio. Porém ao se falar em antecipação do provimento jurisdicional fim é a falsa impressão de que aquela decisão faz coisa julgada, o que não é verdade. Deve ser encarada como se o magistrado tivesse o encargo, diante dos elementos contidos no art. 300 do CPC (probabilidade de êxito do direito da parte postulante e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo) de julgar o processo naquele estado liminar em que se encontra. Outro ponto a destacar é que pode ser concedido tanto liminarmente, quanto incidentalmente, ficando a critério cognitivo do magistrado aplicar no momento em que restar preenchidos os requisitos autorizadores. Na tutela provisória de urgência cautelar não se antecipada um provimento jurisdicional, mas sim assegura um direito de uma parte. A tutela provisória de urgência cautelar está disposta no art. 301 do CPC, “A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para assegurar um direito”. As medidas cautelares podem ser encaradas tanto como forma de (I) assegurar bens: A medida cautelar que visa assegurar bens, destina-se a resguardar futura execução forçada e, ainda, a apenas manter um estado de uma coisa. (II) assegurar pessoas: A medida cautelar com fito em assegurar pessoas está pautada justamente em questões relativas à guarda de pessoas menores, sobretudo visando satisfazer as necessidades dos menores. (III) assegurar provas: A última espécie de medida cautelar visa assegurar uma prova a ser utilizada em um futuro processo judicial. Portanto, A medida cautelar é concedida para assegurar o efeito prático de outra, enquanto a tutela antecipada constitui a própria providência que se demandou, limitada embora na sua eficácia. Outra distinção existente entre os institutos é a de que a tutela antecipatória exaure-se em si mesma, uma vez que não serve a outro processo, especialmente se, ao final, o pedido for julgado procedente; enquanto que a tutela cautelar é sempre instrumental, pois depende de outra demanda em que o direito a ser acautelado será discutido. A tutela antecipada é também autônoma, posto que a decisão que a concede garante o próprio direito material invocado. Já a cautelar necessita da existência da ação principal, sendo, portanto, dependente desta. Referências: THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Volume I. 57ª ed. Rio de Janeiro: GEN | Editora Forense, 2016. P.650. BRAGA, Paula Sarno; DIDIER JÚNIOR, Fredie; OLIVEIRA, Rafael Alexandria de. Curso de Direito Processual Civil 10ª ed. Salvador: Juspodivm, 2015, Volume II, p. 602. BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm acesso em 05/07/2021. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Promulgada em 5 de Outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm acesso em 05/07/2021. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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