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Os Lipídios e seu Metabolismo nos Animais

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Os Lipídios e seu Metabolismo nos Animais 
Cruz das Almas (BA), Junho/2001 
 
Os Lipídios e seu Metabolismo 
1- Introdução 
São substâncias caracterizadas pela baixa solubilidade em água e outros solventes polares e alta 
solubilidade em solventes apolares. São vulgarmente conhecidos como gorduras e suas propriedades 
físicas estão relacionadas com a natureza hidrófoba das suas estruturas, sendo todos sintetizados a partir 
da acetil-CoA. 
Na verdade a relevância do metabolismo lipídico advém desta característica hidrófoba das moléculas, que 
não é uma desvantagem biológica (mesmo o corpo possuindo cerca de 60% de água). Justamente por 
serem insolúveis, os lipídios são fundamentais para estabelecer uma interface entre o meio intracelular e o 
extracelular, francamente hidrófilos. 
Todos os seres vivos possuem a capacidade de sintetizar os lipídios, existindo, entretanto, alguns lipídios 
que são sintetizados unicamente pelos vegetais, como é o caso das vitaminas lipossolúveis e dos ácidos 
graxos essenciais. 
 
2 - Classificação dos Lipídios 
Muitas classificações são propostas dependendo do ponto de vista, se químico ou biológico. Desta forma, 
encontra-se na literatura especializada, várias formas de organizar os lipídios de acordo com a abordagem, 
o que pode complicar a compreensão do assunto. Entretanto, todas as classificações propostas baseiam-
se em características comuns às diversas moléculas de lipídios existentes na natureza, sendo apenas uma 
forma didática de agrupá-las. Assim sendo, vamos agrupar os lipídios em dois grandes grupos para melhor 
entendê-los: aqueles que possuem ácidos graxos em sua composição e aqueles que não possuem. 
Os lipídios com ácidos graxos em sua composição são saponificáveis, pois reagem com bases formando 
sabões. São as biomoléculas mais energéticas, fornecendo acetil-CoA para o ciclo de Krebs. 
1) Acilgliceróis (glicerídeos): compostos por 1 a 3 moléculas de ácidos graxos estereficado ao glicerol, 
formando mono, di ou tri-acil-gliceróis (mono, di ou triglicerídeos). 
2) Ceras: ácidos graxos de 16 a 30C e álcool mono-hidroxilíco de 18 a 30C. 
3) Fosfolipídios: ácidos graxos + fosfato 
4) Esfingolipídios: ácido graxo + esfingosina 
5) Glicolipídios: ácido graxo + glicerol + açúcar 
Os lipídios que não contêm ácidos graxos não são saponificáveis. As vitaminas lipossolúveis e o colesterol 
são os principais representantes destes lipídios que não energéticos porém desempenham funções 
fundamentais no metabolismo. 
1) Terpenos: possuem unidades isoprenóides como unidades básicas. As vitaminas E e K são os 
representantes mais importantes, além de vários óleos aromáticos de vegetais. 
2) Esteróides: o núcleo ciclo-pentano-per-hidro-fenantreno é a estrutura básica. O colesterol (e seus 
derivados) e a vitamina D são os mais importantes representantes deste grupo. 
3) Carotenóides: um tipo de terpeno, geralmente álcool. A vitamina A é o representante mais importante 
deste tipo de lipídio. 
4) Prostaglandinas, tromboxanas e leucotrienos: são eicosanóides derivados do ácido aracdônico. 
 
3 - Digestão e Absorção dos Lipídios 
Os lipídios constituem apenas uma pequena parcela na dieta da maioria dos animais, com exceção dos 
carnívoros e humanos. No entanto, o metabolismo dos lipídios assume grande importância na nutrição, 
tanto pelas funções vitais desempenhadas por lipídios específicos, como pela ampla síntese das gorduras, 
que ocorre no organismo durante a sua deposição e na secreção do leite. 
Embora o depósito de gordura sirva basicamente como fonte de energia, aquela depositada sob a pele 
funciona também, como camada não condutora, que impede a fuga demasiadamente rápida do calor 
orgânico. 
3.1. Digestão e Absorção dos Lipídios por Não-ruminantes 
Segundo MAYNARD, et al (1984), O objetivo primário da digestão e absorção dos lipídios é prepará-los 
para se tornarem miscíveis com água, porque se admite que os microcílios do intestino delgado se acham, 
via de regra, cobertos por uma camada aquosa em calmaria. 
Em presença da bílis, lipase e colipase pancreáticas hidrolisam as gotículas de triglicerídios em ácidos 
graxos e monoglicerideos e reduzem os lipídios a uma emulsão cada vez mais fina. Depois dessa 
emussificação pela bile e a hidrolização pelas enzimas, os ácidos graxos e monoglicerídeos são absorvidos 
pela micela intestinal. 
3.2. Digestão e Absorção dos Lipídios por Ruminantes 
Segundo MAYNARD, et al (1984), considera-se a assimilação de gordura do leite pelo animal pré-
ruminante, essencialmente, a mesma que a do não ruminante. Entretanto a presença da enterase pré-
gastrica (antes do estômago) proporciona ao bezerro e ao cordeiro um inicio de partida na hidrólise do 
lipídio. 
No ruminante adulto se processa de forma diferente, pois a dieta consiste de elevada proporção de ácidos 
graxos insaturados, existentes nos galactolipídios das forragens e nos triglicerídeos dos grãos de cereais. 
No entanto o lipídio ingerido no rúmen torna-se singularmente diferente da forragem. A população 
microbiana do rúmen hidrolisa de ponto triglicerídeos e galactolipídios, liberando os ácidos graxos livres 
(AGL) e possibilitando que o glicerol e galactose sejam fermentados em ácidos graxos voláteis (AGV). 
A penetração no duodeno se apresenta sob a forma de finas camadas de ácidos graxos livres, na 
superfície das partículas de alimentos. Outrossim, os conteúdos do duodeno e do jejuno superior são mais 
ácidos do que nos não ruminantes, não se tornando alcalinos senão a cerca de três quartos da extensão 
deste último. Tais condições significam que há pouco triglicerídio disponível para ser convertido em 
monoglicerídeo (um potente agente emulsificador) e além disso, que a lipase pancreática estará mais ativa 
no duodeno e no jejuno superior. Apesar disso, ocorre ativa formação de micelas de ácidos graxos no 
trato superior, sob influência de sais biliares, assim como fosfolipídio biliar e do bolo alimentar, 
principalmente lecitina. Embora a absorção de lipídios ocorra no jejuno superior (15 a 26%), o maior 
percentual é absorvido nos três quartos finais do jejuno, onde a fosfolipase pancreática já teve a 
oportunidade de hidrolisar a lecitina em ácidos graxos e em isoleucina altamente polar, que 
posteriormente intensifica a formação de moléculas. 
 
4 - Importância e Funções dos Lipídios 
Os lipídios possuem funções importantíssimas para o metabolismo celular tanto de eucariotas como 
procariotas, podendo-se relacionar como principais as seguintes . 
 Componentes das membranas celulares, juntamente com as proteínas (fosfolipídios e colesterol); 
 Composto bioquímico mais calórico em animais e sementes oleaginosas sendo a principal forma 
de armazenamento (tri-acil-gliceróis) e geração de energia metabólica através da ß-oxidação de 
ácidos graxos; 
 Componentes de sistema de transporte de elétrons no interior da membrana mitocondrial 
(umbiquinona); 
 Formam uma película protetora (isolante térmico) sobre a epiderme de muitos animais (tecido 
adiposo); 
 Funções especializadas como hormônios e vitaminas lipossolúveis. 
4.1 - Funções Nutricionais dos Lipídios 
4.3.1 -Função Energética dos Lipídios 
Consiste num recurso amplamente utilizado na alimentação animal, para equilibrar a energia de dietas 
(rações) que necessitam elevado valor energético. 
Estudos em aves tem demostrado que até 33,2% da energia das rações em forma de gordura, são bem 
utilizadas em climas quentes, principalmente pelo baixo incremento calórico durante os processos 
digestivos e metabólicos. 
Já, para suínos existe menor tolerância nos níveis de gordura da ração podendo níveis elevados induzir a 
distúrbios de digestão. Agora, no caso dos bovinos não é usual a suplementação de gordura nas rações 
em virtude de interferências no metabolismo bacteriano do ruminante, pois níveis elevados prejudicam a 
eliminação dos gases formados no processo de fermentação microbiana, bem como diminuem a 
digestibilidade dos alimentos, uma vez queas gorduras formam uma película sobre as partículas dos 
mesmos, dificultando a ação dos microrganismos. 
No entanto as vacas devem receber um número de 0,5g de gordura digestível por kg de peso vivo por dia, 
a fim de apresentarem uma síntese normal de gordura na glândula mamária. 
Quanto a adição de gorduras às rações, estas devem ser estabilizadas com um antioxidante, com a 
finalidade de evitar os fenômenos indesejáveis da peroxidação. 
4.3.2 - Função dos Lipídios dos Alimentos na formação das Gorduras de Reserva 
As gorduras formadas no organismo animal tem três origens através dos lipídios propriamente ditos, 
através dos glicídios e através das proteínas. A fonte mais importante de formação de gorduras é aquela 
constituída pelos glicídios. O organismo animal tem capacidade apenas limitada de armazenar glicídios 
(glicogênio) e como os glicídios constituem quantitativamente o principal alimento da maioria das 
espécies, exceção dos carnívoros, o organismo tem que transforma-los em lipídios para poder armazenar. 
O mesmo ocorre com as proteínas, que também o organismo animal não pode estocar, a não ser na nova 
formação de tecidos. 
Assim, todo o excesso de proteínas alimentares, ou quando da presença de um aminoácido limitante que 
condiciona a utilização da proteína, o excedente de aminoácidos não utilizáveis na síntese protéica sofre 
desaminação e o radical terciário que resta é orientado para a formação de glicídios caso se trate dos 
aminoácidos não essenciais, ou então para a formação de metabólicos lipídicos, caso dos aminoácidos 
indispensáveis. Pode ser assim esquematizado o destino da proteína excedente no organismo. 
Também, os aminoácidos participam da síntese das bases nitrogenadas que vão constituir os fosfolipídios. 
Contrariamente, as gorduras do organismo formadas pelos próprios lipídios dos alimentos, conservam suas 
características próprias, graças aos tipos de ácidos graxos que contém, e assim, modificam as 
características físicas e químicas das gorduras de reserva. Os lipídios alimentares podem, portanto, exercer 
uma influência considerável na formação das gorduras de reserva no tocante à fluidez (ponto de fusão), 
cor, odor e sabor. 
4.3.3 - Outras Funções Nutricionais dos Lipídios 
Além de fornecerem energia, ácidos graxos indispensáveis, e orientarem a formação das gorduras de 
reserva e das produções, as gorduras são necessárias ao organismo nos seguintes aspectos: 
Absorção das vitaminas lipossolúveis. A vitaminas A (bem como os carotenóides), D, E e K são 
dispersadas em forma micelar no intestino, antes da absorção. Este micélio é composto de sais biliares de 
monoglicerídios, de acido graxo de cadeia longa, bem como de colesterol e evidentemente de vitamina A, 
carotenóides, vitamina E, D e K, que estão desta maneira adequadas à absorção. 
Funções dos esteróides. O colesterol apresenta várias funções no organismo: Transporte de gorduras, 
permeabilidade das membranas celulares, neutralização das substâncias citolíticas tais como a lisocitina e 
a lisocefalina, e a síntese de hormônios esteróides. Os esteróides compreendem numerosos hormônios; 
estrógenos, progestinógenos, corticoesteróides e seus metabólitos. 
 
5 - Fontes de Lipídios 
5.1 - Soja 
A soja é uma planta pertencente à família das leguminosas, denominada cientificamente Glycine 
max (L). São, entre as semente de oleaginosas, as mais utilizadas em alimentação. Além de ricas em 
proteína, 38 a 39%, e de elevada qualidade, apresentam significativos teor de óleos, 18 a 19% e contêm 
pouca fibra, aproximadamente 7%. Devido principalmente ao alto nível em lipídios, elas se classificam 
acima do milho em energia. Apresentam pouco caroteno e são também deficientes em vitamina D. Os 
níveis de B1 e B2 são pouco superiores aos dos cereais. Possuem regular teor em ácido nicotínico. 
Ao elevado valor protéico está associado um excelente equilíbrio em aminoácidos, o que torna a soja o 
mais adequado suplemento protéico vegetal disponível para a alimentação. 
Níveis Nutricionais 
Umidade 8 12 10 
proteína bruta 41 47 44 
Fibra bruta 4 7 6,5 
Extrato etéreo 0,5 6 1,5 
ENN 41 21 31 
Resíduo mineral 4 6 6 
Cálcio 0,25 0,33 0,32 
Fósforo total 0,6 0,65 0,6 
Energia metabolizável, aves, Cal/Kg - - 2250 
Energia metabolizável, suínos, Cal/Kg- - 3490 
 
5.1.1 - Utilização na alimentação animal 
Semente crua: Para suínos e aves não é adequada em virtude de apresentar fatores tóxicos. 
Mas no caso dos ruminantes, são um excelente suplemento protéico igual a farinha de linhaça e 
ligeiramente superior à de algodão. A soja crua em relação a aquecida, promove um decréscimo na 
utilização de caroteno, promovendo aumento das necessidades. Animais alimentados por longos períodos 
com sementes cruas, podem apresentar enfastiamento, devido ao alto teor de lipídios. Ação ligeiramente 
laxante é observada 
Semente aquecida: Possui valor alimentício aumentado consideravelmente e podem ser utilizadas pelas 
aves e suínos em virtude de tornar sua proteína de melhor valor para essas espécies e também destruir a 
substância inibidora da tripsina e eripsina, necessárias para digestão das proteínas, bem como a soigina 
que interfere na absorção dos aminoácidos sulfurados e no metabolismo da vitamina A. 
Farinha de torta tostada: é atualmente o melhor suplemento protéico de origem vegetal para ruminantes, 
suínos e aves. 
Para suplemento das aves, contudo deve-se observar e suplementar as deficiências de metionina, cálcio, 
fósforo e vitaminas. 
Para suplemento de ruminantes no caso de bezerros e ovinos poderá representar o único suplemento 
protéico das rações. 
5.2 - Algodão 
O algodoeiro, Gossypium hirsutum, família das malváceas, é cultivado para a produção de fibra. A torta 
resultante da semente após a extração de óleo, representa mundialmente a segunda mais importante 
fonte ou suplemento protéico disponível para alimentação animal, ultrapassada apenas pela soja. A 
semente do algodão integral tem, em média, 10% de umidade, 19% de proteína bruta, 20% de gordura, 
27% de extrativos não nitrogenados, 20% de fibra bruta e 4% de matéria mineral. 
A qualidade da proteína é satisfatória para bovinos, ovinos, equídeos, porém não o é para aves e suínos 
por sua limitação em lisina, bem como pela presença do gossipol, princípio tóxico contido na semente do 
algodão. Pode ser utilizada, se necessário e com reservas, para a alimentação de aves e suínos quando 
estiver associada a outros suplementos protéicos a fim de melhorar o valor da proteína da ração. É um 
dos alimentos mais ricos em fósforo, com um mínimo de 1%, apresenta cerca de 0,20% de cálcio e é 
deficiente em vitamina D e provitamina A, com regular teor em vitaminas do complexo B. 
Níveis Nutricionais 
Umidade 6 12 11 
proteína bruta 26 45 40 
Fibra bruta 4,6 17 14 
Extrato etéreo 1 6 1,5 
ENN 55 10,94 25,8 
Resíduo mineral 6 7,5 6,5 
Cálcio 0,15 0,26 0,17 
Fósforo total 0,64 1,30 1,0 
Energia metabolizável, aves, Cal/Kg - - 2000 
Energia metabolizável, suínos, Cal/Kg- - 2590 
 
5.2.1 - Utilização na alimentação animal 
Para ruminantes a farinha de torta de algodão pode ser administrada por longos períodos, como único 
suplemento protéico, associado com forragem de alta qualidade, sem que ocorra qualquer perigo de 
intoxicação, porém há ressalvas no que diz respeito a vacas leiteiras, pois a manteiga produzida do leite 
de vacas alimentadas por longos períodos pode apresentar mais dura e pegajosa que o normal. Também 
para rações de bezerros, deve ter limitações e com fornecimento de forragem de alta qualidade. 
Para aves e suínos pode ser usada para substituir parte dos suplementos protéicos de uma ração, porem 
não deve ser usada como suplemento único, por sua proteína não apresentar adequados níveis em 
aminoácidos. Para poedeiras com mais de 5% de farinha de torta de algodão podem produzir ovos com 
gema esverdeada ou castanha clara avermelhada. O máximo recomendado desde que associada, é de 3% 
nas rações desta classede aves. Nestas espécies o gossipol é o principal elemento limitante. 
5.3 - Amendoim 
Planta pertencente a família das leguminosas denominada cientificamente de Arachis hipogea. Depois 
de extraído o óleo das sementes, a torta residual apresenta elevado teor protéico e ótima digestibilidade. 
Apresenta agradável sabor e aroma, 45 a 55% de proteína, 5,5 a 15% de fibra e 1,0 a 1,5% de gordura. 
O amendoim apresenta duas globulinas, a araquina e a conaraquina, que se completam, sendo pobre em 
lisina, aminoácidos sulfurados e treonina. Seu elevado teor em arginina produz um maior desequilíbrio em 
aminoácidos, tornando mais séria a deficiência em lisina. 
Níveis Nutricionais 
 Semente 
(%) 
Farinha de Torta (%) 
Umidade 6,00 8,00 
Proteína Bruta 27,00 45,00 a 50,00 
Extrato etéreo 45,00 1,50 
Fibra Bruta 2,60 5,5 a 15,0 
Extrativos não Nitrogenados 17,00 25,00 
Resíduo Mineral 2,40 5,00 
Cálcio 0,14 0,32 
Fósforo 0,60 0,60 
 
5.3.1 - Utilização na alimentação animal 
A farinha de torta de amendoim é um ótimo suplemento protéico para ruminantes, de excelente 
apetibilidade. Quando é obtida por processos que utilizam descascado e descuticulado, tem seu valor 
nutritivo muito próximo ao da farinha de soja e superior ao do algodão, para bovinos. É também 
adequado para ovinos. 
Para suínos e aves, apesar do elevado nível protéico, não é comumente usada, devido não só ao 
inadequado desequilíbrio de aminoácidos, mas principalmente por ser facilmente atacada pelo fungo 
produtor da aflatixina o Aspergillus flavus, toxina que provoca sérios danos ao animal. 
 
5.4 - Girassol 
Denominado cientificamente de Helianthus annus, produz sementes oleaginosas. A semente apresenta 
qualidade regular devido ao seu alto conteúdo de fibras e consequentemente baixo valor energético. Já as 
tortas obtidas de sementes descascadas apresentam proteína elevada e alta energia (fibra 5-7%, proteína 
45-47%, energia metabolizável 2400 a 2600 Cal/Kg). A composição da farinha de torta de girassol varia 
com a composição da semente e o método de processamento. O primeiro aminoácido limitante é a lisina; 
quando esta for suplementada adequadamente surge a segunda limitação que são ao aminoácidos 
sulfurados, cuja suplementação com DL-metionina responde somente quando a lisina tiver equilibrada. 
Apresenta níveis baixo de histidina, leucina e triptofano. Como fonte de aminoácidos sulfurados é superior 
a torta de soja. 
5.4.1 - Utilização na alimentação animal 
A farinha de torta de girassol é adequado como suplemento protéico para ruminantes, de boa 
apetibilidade. 
Para monogástricos um dos principais fatores limitantes é seu elevado teor em fibra, motivo pelo qual não 
é complemento adequado para as rações. Porém com processos de extração possibilitando maior retirada 
das cascas, possibilita que a torta possua somente 5% de fibra bruta, e elevada proteína em torno de 
47%, neste caso possibilita responder economicamente em rações de frangos de corte, desde que seu 
custo seja inferior ou igual quando comparado com a soja. Neste caso pode ser feito a substituição parcial 
da soja pelo girassol, desde que corrija a deficiência de lisina 
 
5.5- Suplementos Energéticos de Origem animal (óleos e Gorduras Animais) 
As gorduras naturais de origem animal são a muito tempo utilizadas na formulação de rações 
balanceadas. Podem ser classificas, do ponto de vista comercial como sebo ou graxas. Os sebos tem 
ponto de fusão acima de 40ºC e as graxas tem ponto de fusão abaixo de 40ºC. do ponto de vista 
nutricional as gorduras animais apresentam digestibilidade elevada, além de proporcionarem 2,25 vezes 
mais energia do que, comparativamente, quantidades equivalentes de proteínas ou carboidratos. Sua 
utilização entretanto deve ser feita com cuidado, pois com doses elevadas determinam uma diminuição da 
digestibilidade da ração final elaborada, em virtude de dificultar o contato com os sucos digestivos. 
Podemos resumir as vantagens da utilização de gorduras animais nas rações da seguinte forma: 
 Aumento do poder energético; 
 Diminuição sensível da produção metabólica de calor que representa perda inevitável na 
utilização da energia dos alimentos; 
 Aumento da facilidade de ingestão e apetibilidade, desde que as gorduras não tenham sofrido 
alteração; 
 Facilidade de absorção das vitaminas lipossolúveis, bem como do cálcio; 
 Como fator negativo, poderíamos citar a facilidade de oxidação de certas gorduras, inutilizando-a 
para fabrico de ração. 
5.5.1 - Utilização na alimentação animal 
A quantidade de gordura a ser incorporada na ração depende da qualidade da mesma, da composição dos 
alimentos às quais serão misturadas e da espécie animal a que se destina. Os percentuais de adição são 
variáveis podendo atingir em alguns casos até 10%. Normalmente se adiciona uma faixa de 3 a 6%. A 
adição de gordura deve ser acompanhada de um anti-oxidante e a mesma deve estar estabilizada. 
Para bovinos a gordura é utilizada em ração de vacas leiteiras e terneiros cuja engorda se faz em 
confinamento. 
Para suínos a incorporação de gorduras proporciona um rápido ganho de peso em leitões destinados ao 
abate, melhorando a eficiência alimentar e diminuindo o desperdício de rações fareladas. 
Por outro lado a adição de gorduras pode propiciar a deposição de banha em todo o corpo do animal, 
fator que afeta a produção de carne 
Para aves destinadas a produção de carne, a adição de gordura é bem tolerada e pode ser usada em 
quantidades razoáveis, facilitando o atingimento dos níveis ideais de caloria-proteína. 
No caso de poedeiras comerciais ou mesmas reprodutoras, a adição de gorduras deve ser feita com 
cautela de vez que o excesso de gordura prejudica a produção de ovos. 
 
6 - Comentários e Discussão 
Podemos ver que a utilização dos lipídios é intimamente relacionado com o balanceamento das rações, 
sendo importante no metabolismo energético e também para transporte de vitaminas lipossolúveis, 
composição de membranas, constituínte dos tecidos de reserva, material de reserva, enfim, está presente 
em todos processos metabólicos do animal, sendo importante sua incorporação na dieta do animal, e 
vimos que a não incorporação em quantidades corretas,. Pode ocasionar perda da produção, e 
consequentemente prejuízos para o produtor e conseqüente doença para o animal, que ficará com 
carência de diversos nutrientes necessários ao seu desenvolvimento. 
 
7 - Bibliografias Consultadas 
ANDRIGUETTO, J. M., et al. Nutrição Animal. Vol 01- as Bases e os Fundamentos da Nutrição Animal. 
Os Alimentos. São Paulo, Livraria Nobel S/A, 4a ed. 1990, 395p; 
ANDRIGUETTO, J. M., et al. Nutrição Animal. Vol 02- Alimentação Animal. São Paulo, Livraria Nobel S/A, 
3a ed. 1989, 425p; 
MAYNARD, L. A. et al. Nutrição Animal. Rio de janeiro, Livraria Freitas Bastos S/A, 3a ed. 1984, 726p; 
http://www.geocities.com/CapeCanaveral/Launchpad/9071/Lipidios.html, data leitura: 12 de junho de 
2001, 02p.

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