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Sífilis: Características e Manifestações

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Biointeração – módulo de neuro 
Por: Júlia Perez 
Sífilis 
 
 
 
Infecção pelo Treponema pallidum 
 
• Conhecida desde final do sec. XV (doença muito antiga, mas ainda é uma doença importante pela prevalência, 
gravidade e o custo para o sistema de saúde trata-la) 
o 1547 - 1ª descrição da doença 
• Agente etiológico: Treponema pallidum (essa bactéria não cresce em cultura "in vitro": ninguém conseguiu criar 
um meio de cultura apropriado para cultiva-la) 
• Enfermidade infecciosa sistêmica (infecta muitos sistemas e órgãos) e de evolução crônica (pode demorar muito 
tempo para a doença aparecer) 
• Epidemiologia: estima-se 6 milhões de casos novos por ano segundo a OMS 
• A penicilina é o tratamento convencional (em 2014, diminuiu a sua produção porque as indústrias farmacêuticas 
perderam mais o interesse de produzi-la, por ser muito baratas. Por esse fator – falta de tratamento disponível 
– e por uma questão comportamental, o número de casos da doença tem aumentado) 
 
 
 
TRANSMISSÃO (precisa que a bactéria passe de uma pessoa para outra) 
 
• Sexual: beijo ou toque em pessoa com lesões ATIVAS nos lábios, cavidade oral, seios, genitália... (geralmente 
penetra pela mucosa ou pele) 
• Vertical (Sífilis congênita): Transplacentária ou no momento do parto (canal do parto) 
• Transfusão: sangue ou hemoderivados (é raro) 
• Inoculação acidental: manuseio de material infectado 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO AGENTE 
 
• É uma bactéria espiroqueta (em formato de hélice de caderno). 
• São células bacterianas muito pequenas e, por isso, só são vistas em microscopias eletrônicas 
• Se movimenta por ação de flagelos (pela bactéria ser muito fina e extremamente móvel, facilita a sua 
disseminação de uma pessoa para outra e dentro do organismo) 
• Tem característica de gran negativa, mas não pode ser considerada uma bactéria gran negativa pois sua parede 
é diferente. Possui pamps (ativa o sistema imune) 
 
 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ A sífilis possui múltiplos estágios 
➢ Sífilis não tratada: fases sintomáticas e períodos assintomáticos (latência). Isso significa que ela alterna períodos 
de atividade e aparente inatividade com características clínicas, imunológicas e histopatológicas distintas. 
 
 Primária → Secundária → Latente recente → Latente tardia → Terciária 
HISTÓRIA NATURAL DA SÍFILIS 
2. Infecção com o T. pallidum → bactéria cresce no sítio da infecção e, cai na corrente sanguínea e dissemina para 
várias partes, inclusive o SNC 
3. Sífilis primária → cancro no local da infecção e linfadenite regional 
4. Sífilis secundária → exantema generalizado e linfoadenopatia 
5. Sífilis latente → recorrência de sintomas de sífilis secundária em 25% dos casos 
• 72% dos pacientes evolui sem complicações futuras da doença 
• 28% fica com sífilis terciária → goma, sífilis cardiovascular, complicações neurológicas tardias 
 
 
ESTÁGIOS CLÍNICOS DA DOENÇA 
Até 1 ano - pode desenvolver a chamada sífilis recente (sífilis primária, secundária e a sífilis latente recente). 
Após 1 ano - a pessoa pode apresentar a sífilis tardia (sífilis latente tardia e terciaria) 
 
 
SÍFILIS PRIMÁRIA 
• Lesão ulcerada, fundo limpo, indolor, borda bem delimitada, regular e endurada 
• Não percebida em 15 - 30% dos pacientes 
• Desaparece após 4 a 6 semanas 
• ALTAMENTE INFECTANTE 
• Uso de ATB ou sífilis prévia pode alterar a lesão 
 
 
SÍFILIS SECUNDÁRIA 
• Artralgia, febre e cefaleia 
• Rash 
• Poliadenopatia regional 
• Alopécia 
• Condiloma plano (?) 
 
 
SÍFILIS LATENTE (É ASSINTOMÁTICA) 
• RECENTE se for com menos de 1 ano da infecção 
• TARDIA se mais de 1 ano da infecção 
• Diagnóstico exclusivamente por testes sorológicos 
• Recorrências de secundarismo 
• Principalmente 1 ano (sífilis latente recente) (?) 
 
 
 SÍFILIS TERCIÁRIA 
• Geralmente aparece após anos da infecção primária (doença inflamatória de progressão lenta) 
• Afeta vários órgãos do corpo causando lesões cutâneo mucosas, neurológicas, cardiovasculares e articulares 
o Neurossifilis 
o Sífilis cardiovascular 
o Goma sifilítica 
o Osteíte sifilítica 
 
 
 
OBS: INTERAÇÃO ENTRE O TREPONEMA E O HIV 
• Sífilis - aumenta a eficácia de transmissão do HIV 
o As lesões da sífilis são uma porta de entrada para o HIV 
• HIV - afeta o curso natural da sífilis 
Artralgia: dor articular 
Poliadenopatia: Designação genérica dada às doenças que 
atingem simultaneamente vários gânglios ou várias glândulas. 
Alopécia: é a perda de cabelo em áreas em que normalmente ele 
deveria crescer. 
 
o Múltiplos cancros, mais profundos 
o Sobreposição sífilis primária e secundária (pessoa pode ter manifestação da sífilis primaria e da 
secundaria) 
o Progressão mais rápida para a sífilis terciária 
o Resultados falso-negativos da sorologia da sífilis (pois depende do sistema imune para detectar, e o HIV 
debilita esse sistema) 
o Menor eficácia da terapia padrão para sífilis precoce (falha terapêutica) 
• A prevalência da sífilis é 8x maior em PVHIV (pacientes hiv positivos) 
 
 
 
 
NEUROSSÍFILIS 
 
• Mesmo a bactéria chegando no sistema nervoso e causando alterações nesse sistema, a pessoa pode ser 
assintomática 
• A neurossifilis é causada principalmente pela migração da bactéria do sistema respiratório para o sistema 
nervoso. A resposta inflamatória gerada pela presença das bactérias facilita que elas adentrem a barreira 
hematoliquorica e penetre no SN (a presença das bactérias altera a permeabilidade vascular) 
• As meninges podem ser o primeiro local acometido com a chegada dos patógenos, causando meningite 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA NEUROSSÍFILIS 
1. Assintomática 
• Precoce ou tardia 
 
2. Meníngea 
• Meningite sifilítica aguda 
• Meningovascular 
• Cerebral 
• Espinal 
 
3. Parenquimatosa 
• Paralisia geral 
• Tabes dorsalis 
• Paresia tabética (mista) 
• Atrofia óptica 
 
4. Gomatosa 
• Cerebral 
• Espinal 
 
 
NEUROSSÍFILIS ASSINTOMÁTICA 
• Sem quaisquer sintomas ou sinais clínicos 
• Há apenas alterações no líquido cefalorraquidiano (LCR): a inflamação não é suficiente para causar sintomas 
o Pleocitose linfocitária (aumento no n° de linfócitos) 
o Elevação das proteínas 
o Reações sorológicas positivas 
 
 
NEUROSSÍFILIS – MENINGEA 
 
Meningite 
• Inflamação difusa das meninges 
• Cefaleia, febre, náuseas, vômitos, rigidez de nuca, neuropatias cranianas e crises convulsivas são comuns no 
quadro clínico 
• O acometimento é precoce, muitas vezes após tratamento falho de sífilis recente 
• Alterações do LCR 
o Pleocitose (↑ células) 
o Proteinorraquia (alteração de proteínas) 
o Sorologia positiva 
 
 
Meningovascular 
• Infiltração perivascular das meninges por linfócitos e plasmócitos 
• Arterite, gerando trombose e isquemia 
• Causam déficits neurológicos que podem ser indistinguíveis dos gerados num evento vascular isquêmico ou 
hemorrágico 
• Os pacientes podem apresentar cefaleia, vertigem, insônia e alterações de personalidade 
• Acomete principalmente adultos jovens sem comorbidades cardiovasculares, meses a anos após a infecção pelo 
T. pallidum 
• Análise do líquor e exames de imagem 
 
 
NEUROSSÍFILIS - PARENQUIMATOSA 
 
Tabes Dorsalis: 
• Sintomas sensoriais iniciais incluem dor e parestesias com distribuição radicular 
• Dores lancinantes 
• Anormalidades pupilares, atrofia óptica, ataxia sensitiva, levando à marcha tabética e disfunção vesical 
• Era a manifestação mais comum na era pré-antibiótica. Atualmente, pouco menos frequente 
• Surge cerca de 20 anos após infecção inicial não tratada 
 
Demência paralítica: 
• Demência de caráter rapidamente progressivo ou crônico 
• Pode mimetizar qualquer desordem psiquiátrica ou apresentar-se apenas como declínio cognitivo 
• Distúrbios de memória, diminuição da capacidade intelectual e alterações da personalidade e do 
comportamento 
• Ocorre 10-30 anos após a infecção pelo T. pallidum 
 
 
OUTRAS FORMAS 
• Sífilis otológica:perda auditiva gradual assimétrica, gerando surdez neurossensorial bilateral 
• Sífilis ocular: uveíte anterior o achado mais comum 
• Sífilis gomatosa: Rara e com formação de massa granulomatosa 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
MICROSCOPIA 
• Microscopia direta em campo escuro 
• Imunofluorescência direta 
o Fases sintomáticas (pouco usados) 
 
SOROLOGIA 
• Testes não treponêmicos 
o VDRL e RPR 
o Tituláveis - seguimento 
• Testes treponêmicos 
o FTA - Abs 
o TPHA 
o TESTE RÁPIDO - permanecem positivos 
 
Testes treponêmicos: 
• Primeiros a terem resultado reagente 
• Alta especificidade 
• Em aproximadamente 85% dos casos, permanecem reagentes durante toda a vida, independentemente de 
tratamento 
• Não aplicáveis para monitoramento do tratamento 
• Detectam anticorpos específicos para os antígenos do T. pallidum 
• Utilizam lisados completos de T. pallidum ou antígenos treponêmicos recombinantes e detectam anticorpos 
específicos (geralmente IgM e IgG) contra componentes celulares dos treponemas 
• FTA - Abs, hemaglutinação, testes rápidos, ELISA e quimiluminescência 
 
Testes rápidos 
• Execução, leitura e interpretação do resultado em 30 minutos no máximo 
• Sem a necessidade de estrutura laboratorial 
• Metodologia: imunocromatografia de fluxo lateral, imunocromatografia em plataforma de duplo percurso e DPP 
do inglês dual path platform 
• Amostras: sangue total, soro ou plasma 
• TEM MAIS ALGO AQUI Q NÃO DEU PRA LER 
 
Testes não treponêmicos: 
• Indicam infecção ativa 
• Tornam-se reagentes depois dos testes treponêmicos 
• Podem ter reatividade cruzada com outras condições de saúde 
• Aplicáveis para monitoramento do tratamento 
• Detectam anticorpos anticardiolipina (não são específicos para os antígenos do T. pallidum) 
• Cardiolipina é de T. pallidum e também de membrana de mitocôndria de células humanas 
• Diagnóstico e monitoramento 
• VDRL, USR, RPR, TRUST 
 
 
OBS: SOBRE OS TESTES TREPONÊMICOS 
 
 
 
 
 
Se: 
 
• Teste NÃO treponêmico não reagente 
 ou 
Teste treponêmico não reagente 
 
Não realizar teste complementar se o primeiro teste for NÃO reagente e não houver suspeita clínica de sífilis 
primária 
Possível interpretação: ausência de infecção ou período de incubação (janela imunológica) de sífilis recente. 
 
 
• Teste treponêmico reagente 
 + 
NÃO treponêmico não reagente 
 
Possíveis interpretações: sífilis tratada com negativação do teste não treponêmico / Sífilis recente ainda sem 
desenvolvimento de anticorpos não treponêmicos 
 
 
TESTE TREPONEMICO REAGENTE + TESTE NÃO TREPONÊMICO REAGENTE = DIAGNÓSTICO DE SÍFILIS CONFIRMADO 
• Teste treponêmico não reagente 
 + 
Teste não treponêmico reagente 
 
Avaliar título do Teste não treponêmico / investigar colagenoses ou outras possibilidades de falso positivos 
 
Resumo: 
• Teste não treponêmico reagente → sempre fazer teste treponêmico 
• Teste treponêmico reagente → sempre fazer teste não treponêmico 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO LÍQUOR 
• Recomendada para: 
o Pacientes com sinais ou sintomas neurológicos ou oftalmológicos 
o Evidência de sífilis terciária ativa (aortite, gomas, irite, entre outras) 
o Falência terapêutica 
o Infectado pelo HIV com sífilis latente tardia ou indeterminada 
• Avaliações 
o Bioquímica 
o Imunológica 
o Citologia 
o Microbiologia 
• Microscopia (colorações): 
o Gram (bacterioscopia) 
o Ziehl-Neelsen (baciloscopia) 
o Tinta nanquin (C. neoformans) 
o Azul de metileno (fungos filamentosos) 
• Culturas 
 
 
 
SÍFILIS: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAIS 
 
Diagnóstico diferencial 
• Primária: cancro mole, herpes, donovanose, linfogranuloma venéreo, escabiose, carcinoma espinocelular, 
doença de Behcet 
• Secundária: reação medicamentosa, viroses exantemáticas, ptiríase rósea, psoriase, hanseníase, acne 
• Terciária: micoses profundas, tuberculose, leishmaniose tegumentar, hanseníase

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