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Sífilis

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Fonte: Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti – 1ªEd (2014) 
1 SÍFILIS 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO ÀS ISTs 
➢ As infeções que estão incluídas no grupo das ISTs são aqueles em 
que a relação sexual representa uma das maneiras de 
transmissão 
➢ É um problema de saúde pública 
➢ A sífilis era a enfermidade de transmissão sexual mais 
importante, porém, atualmente, a AIDS a superou 
➢ O conceito de IST, por relacionamento hetero ou homoafetivo, 
não se aplica apenas à cópula genital, mas também à demais 
práticas, como: 
• Felação 
• Sexo anal 
• Contato orogenital 
• Contato anolingual... 
➢ Essas práticas sexuais viabilizam a transmissão de infecções por 
vírus, bactérias, leveduras, protozoários e artrópodes 
➢ Doenças que, frequentemente, tem transmissão sexual: 
• Sífilis 
• Cancroide ou Cancro Mole 
• Linfogranuloma Venéreo 
• Donovanose ou Granuloma Inguinal 
• Gonorreia 
• Uretrites não Gonocócicas 
• Herpes Simples Genital 
• Verruga Genital ou Condiloma Acuminado 
• Molusco Contagioso 
• Hepatite B 
• Candidose Genital 
• Tricomoníase 
• Gardnerelose 
• Ftiríase Pubiana 
• Escabiose 
• Infecções Bacterianas do Sistema Digestório → Shigelose, 
Salmonelose, Amebíase, Giardíase 
• Dermatites Irritativas ou Traumáticas na Genitália 
• Aids 
➢ Porém, as ISTs de maior interesse na dermatologia são: 
• Sífilis 
• Cancroide ou Cancro Mole 
• Linfogranuloma Venéreo 
• Donovanose 
• Herpes Simples Genital 
• Verruga Genital 
• Molusco Contagioso 
• Candidíase Genital 
• Ftiríase Pubiana 
• Escabiose 
SÍFILIS 
INTRODUÇÃO 
➢ Siônimo: Lues 
➢ Agente causador → Treponema pallidum 
➢ Caracteriza-se por lesões cutâneas polimorfas, podendo 
comprometer também outros tecidos, principalmente os 
sistemas cardiovascular e o nervoso 
➢ SÍFILIS ADQUIRIDA: 
• Sua transmissão é, em quase todos os casos, sexual ou 
pela área genitoanal 
• O contágio extragenital é raro, podendo ser encontrado 
principalmente nos lábios, caracterizando-se por lesões 
contagiantes na mucosa bucal 
• Os treponemas transmitidos pelo contato multiplicam-se 
localmente e penetram na corrente sanguínea e linfática, 
atingindo outros tecidos 
➢ SÍFILIS CONGÊNITA: 
• Infecção por via hematogênica transplacentária a partir das 
primeiras semanas de gravidez 
➢ Outras formas de transmissão relatadas: 
• Transmissão não sexual (é rara) 
• Transfusão sanguínea e por inoculação acidental 
• Uso de drogas intravenosas → ocorre principalmente em 
doentes coinfectados pelo T. pallidum e pelo HIV 
➢ Multiplicação do Treponema pallidum: 
• Inicialmente → multiplicação intensa, devido à ausência de 
anticorpos e da imunidade celular 
• Com o desenvolvimento da imunidade humoral e celular → 
os treponemas são gradualmente destruídos, sobrevivendo 
apenas em alguns tecidos, constituindo um estado de 
latência 
• Estado de latência → pode ocorrer por tempo 
indeterminado 
▪ Os treponemas que permaneceram em alguns tecidos 
podem ficar inativos ou ser eliminados com a cura 
biológica da infecção e, quando reativados, determinar 
quadros da sífilis tardia 
• Sífilis tardia, latente ou assintomática → ocorre diminuição 
da imunidade humoral e celular, fazendo com que o indivíduo 
seja reinfectado 
➢ Sífilis adquirida → infecção pelo T. pallidum após o nascimento 
➢ Sífilis congênita → infecção pelo T. pallidum in útero 
(transplacentária) 
➢ No início da infecção, há a disseminação dos treponemas, 
geralmente com manifestações cutâneas e sistêmicas. Com a 
evolução imunológica, os treponemas são gradualmente 
inativados e sobrevivem somente em alguns locais, com 
sintomatologia de acordo com a localização. Isso acontece 
principalmente no primeiro ano da infecção e, por esse motivo, 
considera-se: 
• Sífilis recente → até 1 ano de infecção 
• Sífilis tardia → após 1 ano de infecção 
SÍFILIS ADQUIRIDA 
➢ SÍFILIS ADQUIRIDA RECENTE: 
 
Fonte: Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti – 1ªEd (2014) 
2 SÍFILIS 
Gizelle Felinto 
• Compreende a Sífilis primária e a secundária que, se não 
tratadas, com o desenvolvimento da imunidade na infecção, 
evoluem para sífilis latente 
• Tanto as lesões da sífilis primária quanto as da sífilis 
secundária contem treponemas, sendo, assim, contagiantes 
• Sífilis Primária: 
▪ Período de incubação → pode durar até 40 dias 
▪ Lesão elementar: 
✓ Lesão inicial (surge, em média, de 1 a 2 semanas 
após a infecção) → CANCRO DURO ou 
PROTOSSIFILOMA 
o Geralmente, a lesão é → única, erosiva ou 
ulcerativa, de base infiltrada 
o Localiza-se quase sempre em → genitais 
externos 
o O cancro duro pode regredir 
espontaneamente por mecanismo 
imunitária, geralmente sem deixar cicatriz, 
em um período de aproximadamente 4 
semanas 
✓ Após 1 ou 2 semanas o cancro duro é 
acompanhado por → ADENITE SATÉLITE 
o Com gânglios duros, não inflamatórios e 
pouco dolorosos 
▪ Diagnóstico: 
✓ Anamnese é fundamental para o diagnóstico 
✓ Também possibilitam o diagnóstico: 
o Pesquisa em campo escuro do T. pallidum 
o Exame bacterioscópico para H. ducreyi 
✓ Reações Sorológicas para Sífilis (RSS): 
o Tornam-se reagentes entre a 2ª a 4ª 
semanas do aparecimento do cancro 
(primeiro as treponêmicas e depois as não 
treponêmicas) 
o Em doentes coinfectados pelo HIV → essas 
reações podem permanecer não reagentes 
▪ Diagnóstico diferencial → faz-se com outras lesões 
ulceradas da genitália, como: 
✓ Cancro mole → é ulcerativo e múltiplo por 
autoinoculação 
o Cancro duro → é único, erosivo e com 
infiltração na base 
o Pode ocorrer a associação do cancro duro 
com o mole, constituindo o cancro misto 
✓ Herpes genital → aparecimento de vesículas 
sobre base eritematosa que se ulceram 
• Sífilis Secundária: 
▪ Caracteriza-se pela disseminação de treponemas pelo 
organismo 
▪ Suas manifestações ocorrem de 4 a 8 semanas 
após o aparecimento do cancro duro da sífilis 
primária 
▪ Lesões elementares: 
✓ Lesão mais precoce → ROSÉOLA 
o É um exantema morbiliforme não 
pruriginoso 
o Muitas vezes, pode vir acompanhada de: 
❖ Mal-estar 
❖ Dores osteoarticulares 
❖ Cefaleia 
❖ Polimicroadenopatia → 
principalmente dos linfonodos 
cervicais, epitrocleanos e inguinais 
o Essas manifestações podem regredir, 
mesmo sem o tratamento, em virtude do 
aparecimento de anticorpos que propiciam 
imunidade relativa 
✓ Posteriormente podem surgir → CONDILOMAS 
PLANOS 
o Lesões papulosas palmoplantares 
o Placas mucosas 
o Adenopatia generalizada 
o Alopecia em clareira 
o Pápulas vegetantes perianais 
▪ Diagnóstico: 
✓ Anamnese é de suma importância 
✓ Testes Sorológicos (RSS) → confirma ou exclui 
o diagnóstico 
o Em imunodeprimidos ou coinfectados pelo 
HIV → os testes sorológicos podem ser 
negativos 
▪ Diagnóstico Diferencial: 
✓ Da Roséola: 
o Erupções por drogas 
o Viroses → como Sarampo e Rubéola 
o Pitiriase rósea 
✓ Das lesões mucosas: 
o Candidíase/Candidose 
o Líquen plano 
o Leucoplasias 
✓ Dos condilomas planos das regiões genital e 
perianal: 
 
Fonte: Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti – 1ªEd (2014) 
3 SÍFILIS 
Gizelle Felinto 
o Condilomas Acuminados 
▪ Imagens das lesões da Sífilis Secundária: 
 
• Sífilis Recente Latente: 
▪ Nessa fase não há manifestações visíveis, mas há 
treponemas localizados em determinados tecidos 
▪ Diagnóstico: 
✓ A Anamnese dá possibilidade diagnóstica → pode 
ser, eventualmente, apoiada pela presença de 
cefaleia discreta, polimicroadenopatia e alopecia 
✓ Testes sorológicos lipídicos e treponêmicos 
reagentes → estabelecem o diagnóstico 
➢ SÍFILIS ADQUIRIDA TARDIA: 
• Ocorre após o 1º ano de evolução 
• Acontece em doentes não tratados ou que receberam 
terapêutica inadequada 
• Manifestações clínicas → podem surgir depois de um 
período variável de latência e compreendem formas: 
▪ Cutânea 
▪ Óssea 
▪ Cardiovascular▪ Nervosa 
▪ Outras... 
• As reações sorológicas são reagentes 
• Sífilis Latente Tardia: 
▪ Ausência de sinais clínicos em um tempo de duração 
superior a 1 ano 
▪ Diagnóstico → Anamnese + Sorologia Reagente 
▪ Pode permanecer latente por toda a vida ou tornar-se 
assintomática em qualquer época 
• Sífilis Cutânea Tardia: 
▪ Antigamente chamada de Sífilis Terciária 
▪ Lesões elementares: 
✓ NÓDULOS que, por necrose central, formam 
Gomas 
 
✓ Essas gomas podem evoluir para Ulcerações 
✓ São lesões circunscritas de caráter destrutivo, 
em que raramente são encontrados treponemas 
 
✓ Também podem se apresentar sob forma de 
Lesões infiltrada, arciformes, policíclicas 
 
✓ Raramente ocorrem lesões verrucosas 
 
Fonte: Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti – 1ªEd (2014) 
4 SÍFILIS 
Gizelle Felinto 
✓ Cancro Redoux → ocorre quando a lesão surge 
em uma cicatriz do cancro duro 
▪ Diagnóstico diferencial → com outras infecções 
granulomatosas, como: 
✓ Tuberculose 
✓ Paracoccidioidomicose 
✓ Leishmaniose 
✓ Hanseníase 
✓ Neoplasias 
SÍFILIS ÓSSEA 
➢ Na sífilis recente → põem ocorrer: 
• Periostíte dos ossos longos 
• Osteoalgias 
• Artralgias 
➢ Na sífilis tardia → podem surgir: 
• Osteíte gomosa 
• Periostite 
• Osteíte esclerosante 
• Artralgias 
• Artrites 
• Nódulos Justa-articulares 
• Lesões das vértebras (Espondilite Sifilítica) 
➢ As lesões ósseas podem ser proliferativas e/ou destrutivas 
SÍFILIS CARDIOVASCULAR 
➢ Na sífilis recente podem ocorrer alterações 
eletrocardiográficas transitórias 
➢ Em geral, o comprometimento cardiovascular ocorre 10 a 30 anos 
após o início da infecção, raramente antes de 5 anos 
➢ Portadores de HIV → o comprometimento cardiológico pode 
ocorrer alguns meses após o desenvolvimento da sífilis 
secundária 
➢ É mais comum em homens e em negros 
➢ Quadro clínico mais frequente → AORTITE, que pode, com a sua 
evolução, causar: 
• Insuficiência aórtica 
• Aneurisma 
• Estenose orificial das coronárias 
➢ Outros vasos, inclusive periféricos, podem ser comprometidos, 
causando um processo de aneurisma ou endarterite obliterante 
SÍFILIS NEURAL 
➢ SÍFILIS RECENTE → comprometimento transitório do 
Sistema Nervoso 
• Caracteriza-se por: 
▪ Cefaleia 
▪ Rigidez na nuca → raramente 
▪ Paralisia de nervos cranianos → raramente 
• Essas alterações ocorrem por lesões nas meninges e são 
acompanhadas de alterações liquóricas transitórias 
➢ SÍFILIS TARDIA: 
• O envolvimento do sistema nervoso ocorre após 5 a 35 anos 
• Mais comum em brancos do que em negros 
• Neurossífilis → ocorre em doentes coinfectados pelo HIV 
➢ A sífilis do sistema nervoso é assintomática ou sintomática, com 
as seguintes formas clínicas: 
• Meningovascular 
• Meningite aguda 
• Paralisia espástica de Erb 
• Goma do cérebro ou da medula 
• Crise epileptiforme 
• Atrofia do nervo óptico 
• Lesão do sétimo par 
• Paralisia geral → é uma meningoencefalite crônica, que se 
caracteriza por quadro de demência e paralisia 
• Tabes Dorsalis → decorre de lesões das raízes 
posteriores e funículo posterior da medula e do tronco 
encefálico, apresentando sintomatologia variável 
▪ Sinais da tabes dorsalis: 
✓ Perturbações na marcha 
✓ Alterações dos reflexos 
✓ Sinal de Romberg 
✓ Sinal da pupila de Argyll-Robertson 
✓ Junta de Charcot 
✓ Mal perfurante plantar 
OUTRAS LOCALIZAÇÕES DA SÍFILIS 
➢ No Fígado e no Baço: 
• Sífilis recente → raramente ocorre Hepatite ou 
Hepatoesplenomegalia 
• Sífilis tardia → goma no fígado ou no aparelho 
gastrointestinal, com sintomatologia de acordo com a 
localização e dimensão da lesão 
➢ Nos Olhos: 
• Irite 
• Coriorretinite 
• Queratite intersticial 
• Atrofia do nervo óptico 
➢ No Testículo: 
• Goma 
• Orquite intersticial fibrosante não dolorosa 
SÍFILIS CONGÊNITA 
➢ É raro o aborto causado pela sífilis antes do 4º mês de gestação 
➢ “A sífilis não mata embriões, mas sim fetos” 
➢ A contaminação do feto pode provocar, segundo a gravidade e 
extensão da infecção, aborto ou natimorto 
➢ CARACTERISTICAS: 
• Surge a partir do 4º mês de gestação, pois antes desse 
período a membrana do córion não permite a passagem 
do treponema (nesse período ainda não se tem a placenta 
formada). Assim, é por isso que quando se deseja fazer a 
prevenção da sífilis congênita, tem-se que fazer o VDRL da 
gestante logo no primeiro trimestre da gestação, para que 
ela seja tratada e não se tenha a transmissão para o bebê 
 
Fonte: Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti – 1ªEd (2014) 
5 SÍFILIS 
Gizelle Felinto 
• A contaminação da mulher a partir do 4º mês de gestação 
significa que há 80 – 100% de chance de o feto adquirir 
sífilis congênita 
➢ Penetração tardia e/ou em pequeno número dos treponemas 
→ criança pode nascer com sinais clínicos que constituem a 
sífilis congênita 
➢ Infecção fetal pouco intensa em vista do estado imunitário 
materno em que se desenvolve → a criança pode nascer 
aparentemente normal 
• Porém, no seu desenvolvimento, surgirão manifestações que 
compõem o quadro clínico da sífilis congênita tardia 
➢ A sífilis congênita compreende 2 formas: 
• Sífilis congênita recente → até 1 ano após o nascimento 
com sinais clínicos 
• Sífilis congênita tardia → sífilis com manifestações ou 
sem sinais clínicos (sífilis congênita tardia latente) 
➢ SÍFILIS CONGÊNITA RECENTE: 
• Caracteriza-se por Lesões Cutâneo-mucosas como: 
▪ Placas mucosas 
▪ Lesões palmoplantares 
▪ Fissuras radiadas periorificiais 
▪ Condilomas planos anogenitais 
▪ Rinite hemorrágica 
▪ Hepatoesplenomegalia 
▪ Hepatomegalia → mais frequente que a 
hepatoesplenomegalia 
• Também podem ocorrer: 
▪ Osteocondrite → especialmente nos ossos longos, o 
que leva a criança a imobilizar o membro afetado, 
constituindo a Pseudoparalisia de Parrot 
▪ No primeiro ano de vida pode ocorrer Periostite 
• Nos exames microscópicos, foram encontradas lesões: 
▪ Nos pulmões 
▪ Nos rins 
▪ Nas meninges 
▪ Nos testículos 
▪ No miocárdio 
➢ SÍFILIS CONGÊNITA ADQUIRIDA: 
• Forma distrófica → é sugerida, especialmente, pela 
Tríade de Hutchinson: 
▪ Queratite parenquimatosa 
▪ Surdez labiríntica 
▪ Dentes de Hutchinson → Dentes mostrando entalhes 
semilunares na borda cortante dos incisivos centrais 
superiores 
 
• Também pode-se observar: 
▪ Dentes molares deformados (Molar de Mulberry) e 
palato em ogiva 
▪ Ranhuras de Parrot → fissuras ou ragádias em torno 
das comissuras labiais e/ou ânus 
▪ Osteíte e periostite → responsáveis pelo 
aparecimento de tíbia em lâmina de sabre, nariz em 
sela e fronte olímpica 
• Pode haver também comprometimento de estruturas 
nervosos, levando à: 
▪ Tabes Dorsalis 
▪ Paralisia Geral 
➢ DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO DA SÍFILIS CONGÊNITA: 
• Para prevenir sífilis congênita: 
▪ Deve-se fazer a triagem do VDRL periodicamente, no 
1º, 2º e 3º trimestre de gestação 
▪ Faz-se o VDRL logo no 1º trimestre justamente devido à 
membrana do córion, que impede a infecção pelo 
treponema até o 4º mês, sendo possível, se identificado 
precocemente, tratar a mãe e o bebê não ter sífilis 
congênita 
• Diagnóstico: 
▪ VDRL → Para se caracterizar como sífilis congênita, 
o VDRL do bebê deve ser 2 vezes maior que o VDRL 
da mãe 
 
Fonte: Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti – 1ªEd (2014) 
6 SÍFILIS 
Gizelle Felinto 
▪ FTA abs-IgM → a molécula de IgM não atravessa a 
barreira placentária. Assim, colhe-se o exame do feto 
e, se ele tiver esse FTA abs-IgM, significa que o próprio 
feto produziu esse anticorpo, caracterizando uma 
sífilis congênita 
DIAGNÓSTICO 
➢ PESQUISA DIRETA EM CAMPO ESCURO → pesquisa de T. 
pallidum 
• Diagnóstico de Cancro Duro confirma-se pelo exame de 
campo escuro, que permite identificar o T. pallidum 
➢ TESTE RÁPIDO → utiliza-se quando o paciente chega com uma 
lesão ulcerativa, por exemplo,e se tem duvidas se essa lesão é 
de Sífilis ou não 
➢ SOROLOGIA → é o exame mais importante para detecção de 
sífilis 
• Características: 
▪ Só é positiva no final da sífilis primária (2 a 3 
semanas após o início da infecção) e na sífilis 
secundária, que é quando ocorre a formação da 
treponematose e de anticorpos 
▪ É por isso que a sorologia negativa na sífilis primária 
não exclui o diagnóstico 
• Testes Antilipídicos → necessitam da realização de testes 
antitreponêmicos para a confirmação diagnóstica 
▪ Detectam anticorpos não treponêmicos (reaginas) 
antifosfolipídicos que surgem na sífilis e em outras 
doenças 
▪ Utilizam a Cardiolipina como antígeno 
▪ Indicações: 
✓ Seguimento pós tratamento → 3, 6 e 12 meses 
após o tratamento 
✓ Acompanhamento da evolução sorológica → 
detecta, pela queda ou elevação do título, melhora, 
recaída ou reinfecção 
▪ Por floculação → de fácil execução e baixo custo 
✓ VDRL → é o mais usado 
✓ RPR 
✓ Hahn 
✓ São testes quantitativos e pouco específicos 
✓ Títulos muito altos são sugestivos de sífilis 
✓ Como não utilizam o treponema, esses testes 
podem dar muitos resultados falso-negativos e 
falso-positivos, em algumas situações: 
o Falso-positivos → são os mais comuns 
❖ Gravidez 
❖ Hanseníase 
❖ Doenças do colágeno 
❖ Leishmaniose 
❖ Dengue 
o Falso-negativos → os seguintes indivíduos 
não fazem floculação: 
❖ Efeito Prozona (ocorre em 1% dos 
doentes imunocompetentes com sífilis 
secundária) → teste falso não 
reagente quando o paciente tem 
excesso de anticorpos 
antifosfolipídicos e pouco antígeno 
- Os métodos atuais dos testes 
antilipídicos permitem eliminar o 
fenômeno prozona 
❖ Pacientes imunodeprimidos (HIV) → 
indivíduo não tem anticorpo 
▪ Esses testes podem positivar, em tírulos mais baixos, 
em: 
✓ De forma permanente: 
o Síndrome antifosfolipídica 
o Lúpus Eritematoso Sistêmico 
o Colagenoses 
o Hepatite crônica 
✓ De forma temporária: 
o Infecções 
o Vacinações 
o Reações por drogas 
o Transfusões 
o Gravidez 
o Idosos 
• Testes Antitreponêmicos → Confirmam o diagnóstico de 
sífilis 
▪ Utiliza-se o T. pallidum ou parte dele como antígeno 
▪ São testes mais específicos 
▪ TPI → não é mais usado, pois era de execução 
extremamente difícil, sendo substituído pelo FTA-Abs 
▪ FTA-Abs → ainda é o mais utilizado e é bem mais 
espcífico 
✓ Esse teste positiva pelo restante da vida do 
paciente, mesmo ele já estando curado e/ou ter 
tido sífilis há muitos anos 
▪ TPHA e Teste Imunoenzimático (ELISA) → estão 
sendo usados em substituição ao FTA-Abs, pois são de 
fácil execução, com sensibilidade e especificidade 
similares 
▪ Podem ocorrer falso-positivos em: 
✓ Indivíduos normais ou com doenças com 
globulinas anormais 
✓ LES 
✓ Usuários de drogas 
• Considerações sobre a sorologia: 
▪ Sífilis Secundária → todos os testes que detectam 
anticorpos são reagentes e os testes quantitativos 
tendem a apresentar títulos altos 
▪ Após o tratamento, os testes treponêmicos 
permanecem reagentes por toda a vida do usuário 
▪ Os testes não treponêmicos podem ter comportamento 
variável. Em alguns indivíduos ficam não reagentes e 
em outros permanecem indefinidamente reagentes em 
baixos títulos 
▪ Após o contágio, os anticorpos começam a surgir 7 a 10 
dias após o cancro duro, na seguinte ordem de exames: 
 
Fonte: Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti – 1ªEd (2014) 
7 SÍFILIS 
Gizelle Felinto 
✓ FTA abs IgM + 
✓ FTA abs IgG+ 
✓ VDRL 
➢ EXAME DO LÍQUOR (Líquido Cerebrospinal - LCS)→ importante 
na suspeita de sífilis congênita ou de neurossífilis 
• Na sífilis recente, primária e secundária, ocorrem 
inicialmente pleocitose e alteração das proteínas em cerca 
de 40% dos doentes e, em 25%, testes lipídicos e 
treponêmicos tornam-se reagentes. É relatado o achado de 
T. pallidum no LCS ainda com testes não reagentes. Testes 
reagentes no LCS são comprobatórios dos sinais clínicos de 
sífilis nervosa. O FTA-Abs não reagente aparentemente 
exclui a sífilis. A ELISA- IgG é mais sensível no LCS do que os 
demais testes 
➢ HISTOPATOLÓGICO → É feito para investigação, principalmente 
na sífilis terciária, na qual encontra-se um infiltrado 
linfoplasmocitário 
➢ SÍFILIS PRIMÁRIA: 
• Faz-se o diagnóstico com: 
▪ Pesquisa em campo escuro para T. pallidum 
▪ Exame bacterioscópico para H. ducreyi 
• Os testes sorológicos para sífilis (TSS) tornam-se reagentes 
2 a 3 semanas após o início da infecção 
➢ SÍFILIS SECUNDÁRIA E SÍFILIS CUTÂNEA TARDIA (terciária): 
• Achados clínicos + Exames complementares + Sorologia 
➢ SÍFILIS CONGÊNITA: 
• Com sinais clínicos → o diagnóstico se confirma por: 
▪ Sorologia reagente na mãe e na criança ou 
▪ Pela pesquisa de Treponema pallidum na lesão 
▪ Deve-se fazer o teste antilipídico e o teste 
antitreponêmico 
• Sem sinais clínicos (porém com suspeita de sífilis, como 
em um caso em que a mãe com sífilis fez o tratamento 
irregular) → 2 formas de confirmar o diagnóstico: 
▪ Realizar, mensalmente, o VDRL ou o RPR, que são 
quantitativos 
✓ Criança não portadora → os anticorpos 
maternos nela presentes irão diminuir com a 
queda progressiva dos títulos dos testes 
▪ Teste de imunofluorescência ou FTA-Abs-IgM → como 
o IgM não atravessa a barreira placentária, a presença 
de IgM antitreponêmica no sangue do lactente indica 
que foi produzida pelo lactente portador de sífilis 
• Na sífilis congênita recente, são indicados a realização de 
→ exame do líquor (LCS) e a pesquisa de HIV 
• Na sífilis congênita tardia com mais de 2 anos de duração 
→ necessário o exame do liquido cerebrospinal (LCS) para 
exclusão de neurossífilis 
TRATAMENTO 
➢ SÍFILIS RECENTE (primária, secundária ou latente, com menos de 
1 ano): 
 PENICILINA G BENZATINA 2.400.000 UI → apenas 1 vez e por 
via Intramuscular 
 PENICILINA G PROCAÍNA 600.000 UI → via intramuscular, 1 
vez por dia por 10 dias 
➢ SÍFILIR TARDIA (latente, cutânea, cardiovascular e outras): 
 PENICILINA G BENZATINA 2.400.000 UI → via intramuscular, 
de 7 em 7 dias por 3 semanas 
▪ Exceto na neurossífilis, pois a penicilina Benzatina não 
atravessa a Barreira Hematoencefálica 
 PENICILINA CRISTALINA → atravessa a BHE, podendo ser 
usada na neurossífilis 
➢ DROGAS ALTERNATIVAS: 
 TETRACICLINA → usada quando se tem alergia à penicilina 
▪ Em maiores de 8 anos 
▪ Sífilis recente → 500mg a cada 6h por 20 dias, Via 
Oral 
▪ Sífilis tardia → 500mg a cada 6h por 30 dias, Via Oral 
 ERITROMICINA → usada quando se tem alergia à penicilina 
▪ Sífilis recente → 500mg a cada 6h por 20 dias, Via 
Oral 
▪ Sífilis tardia → 500mg a cada 6h por 30 dias, Via Oral 
 DOXICICLINA → pode substituir a tetraciclina 
▪ 100mg a cada 12h 
▪ Em maiores de 8 anos 
REAÇÕES ADVERSAS 
➢ REAÇÃO DE JARISCH-HERXHEIMER: 
• É uma exacerbação das lesões cutâneas acompanhada de 
febre e mal estar geral 
• Ocorre algumas horas após a primeira dose de penicilina 
• Prevenção → administrar corticoide oral 3 dias antes do 
uso da penicilina 
• Tratamento → ácido acetilsalicílico 
➢ REAÇÕES ALÉRGICAS À PENICILINA: 
• São do tipo anafilactoide → urticária, prurido e dispneia 
• Devem ser distinguidas de eventual quadro de lipotimia em 
tratamento anterior 
• Em caso de dúvida → administrar previamente no doente 
CORTICOIDE e ANTI-HISTAMÍNICO, já que o teste intradérmico 
com penicilina pode desencadear a reação anafilactoide 
TRATAMENTO PREVENTIVO 
➢ Indivíduos que tiveram conto com doente comprovadamente com 
sífilis podem receber, profilaticamente uma injeção de: 
 PENICILINA G BENZATINA 2.400.00 UI 
➢ Essa orientação é principalmente importante para casais, 
fazendo-se a profilaxia da sífilis conjugal, que ocorre quando o 
cônjuge infecta o outro e, após o tratamento, é reinfectado 
CONTROLE DE CURA 
➢ É feito com o VDRL 3, 6 e 12 meses após o fim do tratamento 
➢ Sífilis recente →ocorre negativação sorológica do 6º ao 9º 
mês após o tratamento, geralmente 
• Primeiros a negativarem → Reações lipídicas ou não 
específicas (VDRL) 
• Ultimas a negativarem → reações treponêmicas 
 
Fonte: Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti – 1ªEd (2014) 
8 SÍFILIS 
Gizelle Felinto 
➢ Sífilis tardia → há queda do título sorológico, podendo ocorrer 
negativação no 2º ano após o tratamento 
• Persistência de anticorpos em títulos baixos → pode 
durar vários anos e, caso não haja elevação do título, não há 
necessidade de retratamento 
• Persistência da positividade das RSS (sorologia para 
sífilis) → pode ocorrer em virtude somente do sistema 
imunológico ou da persistência de treponemas em certas 
áreas, os quais, mesmo não virulentos, mantêm sua 
capacidade antigênica 
▪ É indicado o exame do LCS para exclusão de 
neurossífilis 
➢ Elevação acentuada do título sorológico → indica recidiva ou, 
mais provavelmente, uma reinfecção, e o doente deve ser 
retratado 
➢ RETRATAMENTO → indicações: 
• Aumento do VDRL em 4 vezes mais 
• Persistência ou recorrência clínica 
• Reinfecção 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
➢ A infecção pelo T. pallidum não confere imunidade permanente 
➢ É necessário diferenciar a persistência de exames reagente 
(cicatriz sorológica) de sífilis latente e de reinfecção por T. 
pallidum 
➢ As análises de pacientes com infecção simultânea por HIV e T. 
pallidum indicam alterações tanto na resposta imune humoral do 
paciente quanto na resposta à terapia para sífilis 
➢ A sífilis acelera a evolução para Aids e a infecção pelo HIV altera 
a história natural da sífilis 
HISTÓRIA NATURAL DA SÍFILIS 
➢ Dos indivíduos infectados com sífilis e não tratados: 
• 60% → não terão nenhuma manifestação tardia da doença, 
com cura espontânea ou terão a doença ficando em estado 
de latência por toda a vida 
• 40%: 
▪ 10,8% → irão a óbito por sífilis 
▪ 6,6% → terão neurossífilis, 
▪ 10,45% → terão sífilis cardiovascular 
▪ Os demais → terão outra forma clínica da sífilis

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