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Direito Penal I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 1 ¨ Conceito O crime pode ser conceituado levando em conta três aspectos: material, legal e formal. Critério Material O aspecto material ou substancial, diz que crime é toda ação ou omissão humana que lesa ou expõe a perigo de lesão bens jurídicos penalmente tutelados. ® Leva em conta a relevância do mal produzido. ® Tipifica como infrações penais exclusivamente as condutas que causarem danos ou ao menos colocar em perigo bens jurídicos. Não deve atender apenas o principio da reserva legal, deve ir além, somente se legitima o crime quando a conduta proibida apresentar relevância jurídico-penal, isto é, aos bens jurídicos penalmente relevantes. Critério Legal ® Art. 1º da Lei de Introdução ao CP: Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. No critério legal o conceito é dado pelo legislador. O art. menciona a diferenciação entre crime e contravenção, a qual consiste em espécies do gênero infração penal. Quando o preceito secundário apresentar: Reclusão ou detenção Pena de prisão simples ou de multa ® Diferencia-se pela gravidade da sanção penal. Critério Analítico ou Formal Funda-se nos elementos que compõem a estrutura do crime. É aceito a posição tripartida do crime, o qual pode ser da teoria clássico ou da teoria finalista (na doutrina há mais discussões sobre). ® Elementos: fato típico, ilicitude e culpabilidade. Entretanto, há autores que entendem o crime como fato típico e ilícito, adotando a teoria bipartida e consequentemente está ligada com a teoria finalista da conduta. Ao passo de que a culpabilidade deve ser excluída da composição do crime, pois trata-se de pressuposto de aplicação da pena. Teoria geral do crime Crime Contravenção Direito Penal I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 2 ® Há a discussão de qual conceito adotado pelo CP, se é a teoria bipartida ou tripartida. O sistema clássico e estrutura do crime: Portanto, quando estudamos Direito Penal, devemos aprender que o CRIME só existe com a JUNÇÃO dos três elementos. Eles são cumulativos e nesta ordem de aferição. 1. Fato típico: descrito em lei como crime. 2. Fato antijurídico = ilicitude: a pratica não ser de acordo com o direito. 3. Culpabilidade: o agente que praticou o ato pode ser passível de ter contra si uma pena. Importante: 1. Sempre que alguém pratica um fato típico haverá crime? A resposta é não, pois pode ser que o fato típico tenha sido praticado em alguma situação em que este não será antijurídico (ilícito). A exemplo disso, quando o fato típico é praticado em alguma causa de exclusão de ilicitude. 2. Sempre que alguém pratica um fato típico e antijurídico haverá crime? Não, pois pode ser que o fato típico e antijurídico tenha sido praticado por uma pessoa que ao tempo da conduta não possuía culpabilidade = causa de exclusão de culpabilidade. Portanto, concluímos que: Eu não posso ter o elemento 3 (culpabilidade), sem ter o elemento 2 (fato antijurídico) e não posso ter o elemento 2 sem ter o elemento 1 (fato típico). ¨ Sujeitos do crime Sujeitos do crime são as pessoas ou entes relacionados à prática e aos efeitos da conduta criminosa. Dividem- se em: ® Sujeito ativo: Aquele que realiza direta ou indiretamente a conduta criminosa, seja sozinho ou em concurso. Autor e coautor realizam o crime de forma direta, enquanto o partícipe e o autor mediato fazem indiretamente. ¨ Há a discussão se a pessoa jurídica pode ser considerada sujeito ativo de crimes. ® Sujeito passivo: É o titular do bem jurídico protegido pela lei penal violada por meio da conduta criminosa. É denominado de vítima ou de ofendido. Fato típico Ilicitude Culpabilidade ¨ Imputabilidade ¨ Dolo ou culpa ¨ Exigilidade de conduta diversa ¨ Conduta ¨ Resultado naturalístico ¨ Relação de causalidade ¨ Tipicidade
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