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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui A Criança e a Interação com o Meio A Percepção de Espaços, Tempos e Quantidades Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Vanessa de Mattos Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • A BNCC e os Campos de Experiências; • Tempo e Espaço na Educação Infantil; • Tempo e Espaço: Transformações Físicas e Socioculturais; • Quantificação na Educação Infantil. Fonte: Getty Im ages Objetivos • Entender as concepções de tempo, espaço e quantificação; • Analisar os campos de experiência presentes na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em especial o campo Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações; • Analisar práticas pedagógicas que contemplem a noção de tempo, espaço e quantificação. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl- timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! A Percepção de Espaços, Tempos e Quantidades UNIDADE A Percepção de Espaços, Tempos e Quantidades Contextualização Agora que aprendemos sobre a interação da criança com o meio pela via piagetiana e a perspectiva sociointeracionista de Vygotsky, convidamos você a conhecer as con- cepções de espaço, tempo e quantidade que pautam o desenvolvimento cognitivo da criança ao longo do seu processo de formação. Vamos lá? Agora que já sabemos que a criança aprende e se desenvolve por meio da interação com o meio físico e sociocultural e que essas esferas da vida não estão dissociadas, pelo contrário, elas estabelecem relação de interdependência e são complementares, quais são os eixos estruturantes que asseguram e possibilitam o desenvolvimento cognitivo das crianças ao longo da educação infantil? Entenderemos melhor sobre isso? Vem conosco! Para começarmos nossa aula, observe o vídeo a seguir. Trata-se de uma prática de ensino desenvolvida por uma professora com crianças da educação infantil. Ao assistir o vídeo, reflita sobre o seguinte questionamento: “O que a professora está desenvolvendo com as crianças?”. Longe e perto. Disponível em: https://youtu.be/JNf0BGvImjY 6 7 A BNCC e os Campos de Experiências Os Campos de Experiência constituem um arranjo curricular que contempla as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural (BRASIL, 2018, p. 39). Partindo da definição e denominação dos campos de experiência presentes nas Diretrizes Curriculares Nacional da Educação Infantil (DCNEI), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) definiu cinco eixos intitulados Campos de Experiência, que são norteadores dos saberes e conhecimentos básicos os quais as crianças devem ser apropriar. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento em vigência na atualidade que norteia o currículo escolar das instituições de ensino, públicas e privadas, no âmbito da educação infantil, ensino fundamental e do ensino médio. Para saber mais sobre a elaboração desse documento, é só acessar o site: http://bit.ly/33fYorx Não podemos nos esquecer de que o desenvolvimento da criança ocorre através da interação e da brincadeira e que os direitos de “conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se” devem ser assegurados à criança, conforme aponta a BNCC (BRASIL, 2018, p.39). Tendo em vista esses pontos, observe a Figura 1 sobre esses campos. Corpo, gestos e movimentos Escuta, fala, pensamento e imaginação Traços, sons, corpo e imagem Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações O eu, o outro, o nós Figura 1 – Campos de Experiência Fonte: Adaptado de ideiacriativa.org Os cinco campos de experiência são: “O eu, o outro e o nós”; “Corpo, gestos e movimentos”; “Traços, sons, cores e formas”; “Escuta, fala, pensamento e imaginação” e “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações”. BNCC | Campos de experiência: https://youtu.be/esPz3vCnk4Q 7 UNIDADE A Percepção de Espaços, Tempos e Quantidades Como é possível notar, os campos de experiência possibilitaram a expansão do en- tendimento sobre os elementos a serem trabalhados com a criança na educação infantil. Eles pressupõem a valorização tanto das experiências já presentes na vida cotidiana da criança quanto o estímulo à aprendizagem via acesso a novas experiências de modo a que a criança se desenvolva. Veja a Figura 2, nela há um resumo do que compõe cada campo. CAMPOS DE EXPERIÊNCIAS O EU, O OUTRO, E O NÓS Sentimentos, Generosidade, Diversidade, Respeito cultural. Relação com o outro: Família, Escola e amizades. Identidade. CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS Movimentos, gestos, características corporais, habilidades manuais, exploração de espaço, dança, expressões corporais e artísticas. ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO Linguagem oral e escrita: Gêneros textuais (poemas, rótulos, bilhetes, jornais, revistas, historias infantis), Imaginação (faz de conta), Letras (vogais, consoantes, alfabeto). ESPAÇO, TEMPO, QUANTIDADES RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES Formas geométricas, Cores, Medidas, Classi�cações, Seriações, Agrupamentos e Números. TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS Sons, ritmos, interação musical, instrumentos musicais, exploração sensorial, cantigas de roda, arte visual: pinturas e esculturas. Figura 2 A interação da criança com o meio, físico e sociocultural, pressuposto teórico que vi- mos nas primeiras unidades e que está presente em Piaget e Vygotsky, pauta a estrutura formativa da BNCC. Assim, tal elemento teórico está presente em todos os itens que compõem esses campos de experiência e pressupõe a criação de possibilidades para o desenvolvimento da criança por meio de experiências estimuladas. Nesse momento, tendo em vista a discussão desta unidade, convidamos você a analisar o item Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações presente na BNCC. Vamos lá! Tempo e Espaço na Educação Infantil O primeiro ponto a pensarmos é que a criança vive em espaços diferentes e diversificados e com os quais ela interage e através dos quais ela se desenvolve. De acordo com a BNCC, As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã etc.). (BRASIL, 2018, p. 39) 8 9 A criança tem como experiência espacial inúmeros espaços, tais como sua casa, sua rua, seu bairro, a casa dos avós, dos tios, a escola, entre outros. E é através da interação com esses espaços que ela desenvolve a percepção espacial. Dessa forma, o desenvolvimento da noção espacial possibilita que a criança se lo- calize no mundo, perceba e represente sua noção de espaço, situando a si mesma no mundo e no espaço. De acordo com Almeida e Juliasz (2014, p. 47), Falar sobre crianças e espaço é falar das seguintes áreas: motri- cidade, domínio de espaço, domínio de tempo, esquema corporal e lateralização, as quais são inter-relacionadas nos estudos sobre a construçãodo conhecimento espacial, sendo que o esquema corpo- ral tem papel preponderante. Assim, tendo como ponto de partida seu próprio corpo e, posteriormente, objetos fixos no espaço, a criança aprende a se localizar no mundo. Ela desenvolve a percepção de que seu quarto fica à direita ou à esquerda dela, ao final do corredor, depois da sala, ao lado da cozinha, que a escola fica perto ou longe, que a igreja fica na rua de cima de sua casa, que o parque fica na rua atrás da escola, dentre outros conhecimentos, ou seja, elementos que a situam espacialmente. Observe a figura do link abaixo em que a criança apreendeu a noção de espacialida- de via lateralidade a partir de uma atividade em que deveria pintar as mãos de cores que representassem sua esquerda e direita. Lateralidade, disponível em: http://bit.ly/2qs4rud Outro exemplo é o desenvolvimento da noção de espacialidade, que está em ativida- des que privilegiem a noção de em cima, em baixo, perto e longe. LONGE PERTO EM BAIXO EM CIMA Figura 3 Fonte: Adaptado de Getty Images 9 UNIDADE A Percepção de Espaços, Tempos e Quantidades Perto ou Longe: https://youtu.be/IlhWofWMR6o Como podemos ver, o professor desenvolveu com seus alunos a noção de perto e longe a partir de uma brincadeira. Ele realizou marcações no chão da escola e disponibi- lizou bolas de areia para as crianças. Elas lançavam as bolas dentro das marcações feitas e o professor fazia a intervenção necessária, conforme a bola parava entre as linhas. Ao realizar a brincadeira, as crianças puderam aprender sobre espacialidade, em espe- cial, a noção de perto ou longe. Além dos vários espaços em que a criança realiza suas vivências, ela também interage com tempos diferentes, com os quais ela se habitua. Ela realiza marcações do tempo, tais como dia, noite, hoje, amanhã, primavera, verão, outono, inverno etc. a partir da intervenção do professor. De acordo com Almeida e Juliasz (2014, p. 118), “na educa- ção infantil o uso de alguma linguagem (falada, gestual, gráfica) é necessário para que as crianças percebam variações temporais de velocidade, ritmo, ordem etc.”. Observe o link abaixo, em que o professor desenvolveu a noção de temporalidade a partir das estações do ano e elementos característicos de cada momento temporal. Estações do ano, disponível em: http://bit.ly/2NgHV0y A realização de atividades que contemplem a noção temporal com a criança possi- bilita que ela perceba que o tempo tem diferentes durações. De acordo com Almeida e Juliasz (2014, p. 118): [...] as tarefas organizadas em sequências possibilitam a construção de convenções de tempo como dia (manhã, tarde, noite), semana, mês, ano. Ao contar sua idade e compará-la com a dos outros, a criança percebe que cada idade tem uma duração diferente. O desenvolvimento da noção temporal de dia e noite é realizado a partir da obser- vação dos elementos dispostos em seu cotidiano, estimulando a criança a pensar sobre essas noções de tempo. Observe a seguir e como a criança constrói essa noção. Noções de tempo, disponível em: http://bit.ly/34Bauf8 Outra possibilidade é a construção de instrumentos de marcação do tempo. Para essa atividade, é importante estimular a criança a pensar sobre como os povos marcam o tempo hoje e como eles a faziam em outros momentos. Note que, ao realizar essa asso- ciação, também estamos trabalhando com a noção de passado e presente. A variedade de instrumentos desenvolvidos pelos seres humanos para marcação do tempo é variada, vai desde o relógio de parede, presente nas casas, ao relógio de pulso, calendários, ampulhetas, relógio solar, relógio de pêndulo, relógio cuco, dentre outros. Observe a Figura 4, é possível visualizar uma atividade realizada dentro desses moldes. 10 11 Figura 4 Fonte: Getty Images Como pudemos notar, a criança vive, percebe, elabora e reelabora a noção de tempo e espaço por meio de experiências vividas e que são estimuladas por nós professores. Tempo e Espaço: Transformações Físicas e Socioculturais A percepção de tempo e espaço realizada pela criança também pressupõe o enten- dimento das transformações tanto físicas quanto socioculturais. De acordo com a BNCC (BRASIL, 2018, p. 39-40), as crianças: Demonstram também curiosidade sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as transfor- mações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilida- des de sua manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; como vivem e em que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a diversidade entre elas etc.). Como já vimos nas unidades anteriores, com a análise das teorias de Piaget e Vygotsky, a criança aprende e se desenvolve a partir da interação com o meio, tanto físico quanto sociocultural. Dessa forma, é inerente ao ser criança a curiosidade acerca 11 UNIDADE A Percepção de Espaços, Tempos e Quantidades de tudo que está ao seu redor, bem como é através do contato da criança com o meio que seu desenvolvimento cognitivo acontece. Figura 5 Fonte: novascola.org A curiosidade é o motor da educação infantil, e o brincar é o meio pelo qual a apren- dizagem acontece. É através do contato com o mundo, com o espaço, com o tempo, a manipulação de objetos, o contato com animais e plantas que a criança se interpreta, cria e recria sua noção de mundo e se desenvolve. Afinal de contas, como já aprende- mos, criança é movimento. Os fenômenos atmosféricos – como o sol, a chuva, o vento, o arco-íris – são resultantes das transformações da natureza e podem ser observados pelas crianças e utilizados em práticas de ensino para se desenvolver essas noções. Observe a Figura 6. Sol Chuva Vento Figura 6 Fonte: Adaptado de Getty Images A partir da Figura 6, a professora pode iniciar uma prática de ensino com crianças de quatro a cinco anos contemplando os fenômenos da natureza e suas transformações e, por fim, levá-los para a área externa da escola e fazer a observação ou mesmo atividades sensitivas que construam essa experiência. 12 13 Quantificação na Educação Infantil Em consonância com a noção de tempo e espaço, a BNCC pressupõe a prática da quantificação, realizada pela criança ao longo da educação infantil. É sabido que entre as inúmeras experiências que a criança desenvolve ao longo do tempo, as dimensões matemáticas também estão presentes. Assim, são: [...] nessas experiências e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com conhecimentos matemáticos (conta- gem, ordenação, relações entre quantidades, dimensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e reconheci- mento de numerais cardinais e ordinais etc.) que igualmente aguçam a curiosidade. (BNCC, 2018, p. 40) A criança se relaciona com o mundo de inúmeras maneiras e a quantificação é uma delas. Ao longo da educação infantil, ela realiza contagem de objetos dispostos ao seu redor estabelecendo relação de quantidade, dimensão e espaço. Registro de uma atividade de quantificação: https://youtu.be/Xvl9_ylkWWE Na atividade acima, a professora realizou uma atividade de quantificação. Através da brincadeira, ela estimulou as crianças a associarem o número disposto no jogo e a quantidade correta de tampinhas a ser colocada dentro do recipiente relativo a cada número. A criança se relaciona com o número e a quantificação desde muito pequenas. Através da interação sociocultural, ela vivencia essa experiência em inúmeras tarefas cotidianas. De acordo com Piaget e Szeminska, o número é, [...] solidário de uma estrutura operatória de conjunto, na falta da qual não existe ainda conservação das totalidades numéricas, independentemente da sua disposição figural. [...] no ser humano, os números se constroem em função de sua sucessão natural, [...]. (PIAGET; SZEMINSKA, 1971, p.15) Através da vivência da criançae da disponibilização de atividades e experiências cotidianas, a criança desenvolve o raciocínio lógico e a contagem é um fator para desenvolvimento da noção de número, via classificação dos objetos dispostos no meio que a criança está inserida. Noções de quantidade, disponível em: http://bit.ly/2PMTgab A partir da noção de números, a criança desenvolve a noção de contagem e abre espaço para a compreensão da quantificação. Assim, ao final da contagem, a criança poderá identificar a relação entre número e quantidade via objetos dispostos a ela no espaço em que ela está inserida (SENNA; BEDIN, 2007, p.11-12). 13 UNIDADE A Percepção de Espaços, Tempos e Quantidades Aprendendo matemática brincando, disponível em: http://bit.ly/2Nkq3lq E a quantificação não para por aí. Veja o vídeo a seguir, nele a professora realizou uma prática de contagem por meio de uma brincadeira, a qual ela intitulou de Brinca- deira dos numerais com o dado. Brincadeira dos numerais com o dado: https://youtu.be/L3Knc-0H3rY A professora organizou a sala a partir dos numerais, dispondo os alunos em quatro filas que continham os numerais de 1 a 6. Ao jogar o dado, a criança deveria pular os numerais até chegar à casa correta. Essa é mais uma atividade que estimula esse cam- po de experiência e possibilita que a criança desenvolva a experiência da quantificação através da contagem e dos numerais. Outra possibilidade é disponibilizar para a criança experiências que trabalhem com a noção de quantidades, pesos e medidas. Nesse item, a criança pode desenvolver a noção de mais leve, mais pesado e equilibração. Veja o vídeo a seguir e a atividade realizada ao longo dele. Repare nos rostinhos das crianças e nas expressões feitas por ele ao longo da atividade. Para refletir, o que o professor objetivava ao desenvolver essa atividade? Mais leve ou mais pesado: https://youtu.be/dLQmwHG_oH8 Como é possível observar, o professor criou uma balança e trouxe saquinhos com areia representando os pesos. Eles são variados e os alunos os escolhem aleatoriamente e, em dupla, colocam-nos na balança e observam o movimento dela. De acordo com Bryant (apud GASPAR, 2004): [...] as crianças aprendem a contar como um processo mecanizado, com uma compreensão muito limitada do que significa, mas é a experiência com a contagem, em diferentes contextos, que conduz à aprendizagem dos princípios que se encontram na sua base levando, deste modo, a uma transformação da compreensão que a criança tem do número. (GASPAR, 2004, p.121) A disposição de cartazes nos ambientes educacionais possibilita o contato cotidiano das crianças com a quantificação além das práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores. Observe a Figura 7, veja uma possibilidade de exposição do tema no ambiente escolar. 14 15 MUITOS POUCOS Figura 7 Fonte: Adaptado de Getty Images As formas geométricas também estão presentes na educação infantil e inseridas no eixo quantificação. Há várias maneiras de realizar atividades que contemplem essa ex- periência, como a elaboração e disposição de uma caixa de encaixe em que a criança deve associar o objeto geométrico disposto nela ao espaço correto de encaixe. Observe o vídeo a seguir: Trabalhando formas geométricas com caixa de papelão e peças de brinquedos educativos. Disponível em: https://youtu.be/jqeHLXmzuFc Nesta atividade, a professora confeccionou uma caixa com recortes relativos às figuras geométricas e colocou à disposição das crianças objetos nos respectivos formatos. Nessa brincadeira, a criança deve encaixar perfeitamente os objetos para que eles consigam entrar na caixa. Além de desenvolver a noção matemática de formas geométricas, a criança também desenvolve a percepção de dentro e fora, presente na noção de espacialidade. DENTRO FORA Figura 8 Fonte: Adaptado de Getty Images 15 UNIDADE A Percepção de Espaços, Tempos e Quantidades Se sua es cola dispuser de recursos digitais, é ainda possível realizar atividades via plataformas digitais. Na atualidade, já existem inúmeros programas que desenvolvem a noção de figuras geométricas através da construção de robôs. Veja o vídeo a seguir, não é sensacional?! Construindo robô a partir de figuras geométricas – Vídeo educativo para criança: https://youtu.be/OtxW49n8_Cg Todavia, caso essa não seja a realidade da sua escola, não há problema, pois a possi- bilidade de realizar essa atividade com materiais presentes na escola é infinita, e praze- rosa para a criança também. Veja as imagens nos links a seguir e inspire-se! http://bit.ly/2qkN1jt http://bit.ly/2PMRLJ5 http://bit.ly/34ysXss http://bit.ly/34t5wAI A criança é um pequeno cientista disposto com um universo novo e diversificado a ser explorado. Dessa forma, cabe a nós, professores, proporcionarmos experiências nas quais a criança possa explorar e investigar o espaço, manipular objetos, realizar observações, levantar hipóteses e ter a possibilidade de responder às suas indagações e curiosidades. Criar possibilidades para que a criança também crie, recrie e amplie seus conhecimentos sobre o mundo, físico e sociocultural. Apenas dessa forma a educação infantil se tornará um momento único e rico para nossas crianças. 16 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura O que são os campos de experiência da educação infantil? http://bit.ly/2CeBkgW Campos de Experiência na prática: como trabalhar “espaço, tempo, quantidades, relações e transformações” na Educação Infantil http://bit.ly/2qlTFGb Pesquisas atuais sobre a construção do conceito de número: para além de Piaget? Para saber mais sobre a construção do número e a quantificação na educação infantil, leia o artigo: NOGUEIRA, C. M. I. Pesquisas atuais sobre a construção do conceito de número: para além de Piaget? Educar em Revista, Curitiba, Brasil, n. Especial 1, p. 109-124, 2011. http://bit.ly/2JW7rGq Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil Para saber mais sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, veja o arquivo: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010. http://bit.ly/33mc18p 17 UNIDADE A Percepção de Espaços, Tempos e Quantidades Referências ALMEIDA, R. D. de; JULIASZ, C. S. Espaço e tempo na educação infantil. São Paulo: Contexto, 2014. BARBOSA, M. C. S. (Consultora). Práticas Cotidianas na Educação Infantil – Bases para a reflexão sobre as Orientações Curriculares. Projeto de Cooperação Técnica MEC e UFRGS para construção de Orientações Curriculares para a Educação Infantil. Brasília: MEC, 2009. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2018. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec. gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf>. Acesso em: 01 set. 2019. GASPAR, M. F. R. F. Aprender a contar, aprender a pensar: as seqüências numéricas de contagem abstracta construídas por crianças portuguesas em idade pré-escolar. Revista Análise Psicológica, Lisboa, v. 22, n. 1, p 119-138, 2004. PIAGET, J.; SZEMINSKA, A. A gênese do número na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971. SENNA, M. T. T. R.; BEDIN, V. A formação do conceito de número em crianças da educação infantil. REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 30., Caxambu, 2007. Anais [...]. Caxambu: ANPED, 2007. Disponível em <http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/ trabalhos/GT07-3370--Int.pdf>. Acesso em: 15 set. 2019. 18
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