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Teoria Macroeconômica II Profa. Ana Reif 23/04/2018 1 OBJETIVO A disciplina complementa o conteúdo das disciplinas anteriores e utiliza o instrumental já disponível na análise dos debates sobre as flutuações econômicas do produto, do emprego e dos preços. Apresentação do Curso 23/04/2018 2 PROGRAMA Parte I – Flutuações de Produto, Emprego e dos Preços Revisão do modelo clássico (p.12) – Froyen 3 e 4 Revisão do modelo keynesiano (p.34) – Froyen 5 e 6 1. Síntese Neoclássica • Revisão do modelo IS-LM (p.55) – Froyen 6 e 7 • Demanda, oferta agregada (W fixo) e desemprego involuntário (p.70) – Froyen 8 • Salário flexível e os efeitos Keynes e Pigou (p.91) – Busato,Pinto ou Serrano,Ribeiro • Oferta agregada (W flexível) e a curva de Phillips keynesiana (p.96) – Froyen 8 e 10.3 • Oferta Agregada (mark-up), inflação de custo e conflito distributivo (p.105) – LV 9 e Sicsú • Flutuações e política econômica (p.116) – Froyen 8 e 10.3 2. Monetarista • Taxa natural de desemprego, expectativas adaptativas e a CP aceleracionista (p.122) – F.10 • Flutuações e política econômica (p.132) – Froyen, 9 e 10 Apresentação do Curso 23/04/2018 3 PROGRAMA Parte I – Flutuações de Produto, Emprego e dos Preços 3. Novo-Clássico • Expectativas Racionais e a curva de Phillips (p.139) – Froyen, 11 • Modelo de ciclo monetário e política econômica (p.146) – Froyen, 11 • Modelo de ciclos reais de negócios e política econômica (p.153) – Froyen, 12 4. Novo Keynesiano • Rigidez nominal de salários e preços, o papel da rigidez real e a NAIRU • Histerese e desemprego no longo prazo • Flutuações e política econômica Apresentação do Curso 23/04/2018 4 PROGRAMA Parte II – Fundamentos da Demanda Agregada 5. Consumo Função consumo keynesiana e o multiplicador; Restrição orçamentária intertemporal das famílias; Teoria do ciclo de vida; Teoria da renda permanente; Expectativas racionais e o consumo agregado 6. Função Investimento Modelo do acelerador rígido e flexível; Restrição financeira ao investimento; O “q” de Tobin; Teoria neoclássica do investimento; Custos de ajustamento Apresentação do Curso 23/04/2018 5 Bibliografia básica FROYEN, R. T. (2013), Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2ªed. LOPES, L. M. & VASCONCELLOS, M. A. (org) (2008), Manual de Macroeconomia. São Paulo: Atlas, 3ª.ed., 2008. MANKIW, G.(2015), Macroeconomia, Rio de Janeiro: LTC, 8ªed. SACHS, J. E LARRAIN, F. (2000), Macroeconomia, São Paulo: Pearson Makron Books. Bibliografia Complementar BUSATO, M.I. E PINTO, E.C. “Uma perspectiva reducionista da revolução keynesiano: a síntese neoclássica”. Mimeo http://www.ie.ufrj.br/intranet/ie/userintranet/hpp/arquivos/12._uma-perspectiva.pdf CARVALHO, F.J.C., PIRES, SOUZA, F.E., SICSÚ, J., PAULA, L.F.R. e STUDART, R. (2015), Economia Monetária e Financeira. Rio de Janeiro: Campus. SERRANO, F. E RIBEIRO, R.T. (2004). “Notas críticas sobre a curva de demanda agregada”. Economia- Ensaios, Uberlândia, 18(2)/19(1):123-143, jul-dez. http://www.seer.ufu.br/index.php/revistaeconomiaensaios/article/download/1535/1364 SICSÚ, J. (2002). “Políticas Não-Monetárias de Controle da Inflação: uma proposta pós-keynesiana”. Revista Análise Econômica, ano 21, n. 39 SNOWDON, B. and VANE, H.R. (2005), Modern Macroeconomics: Its Origins, Development, and Current State. Cheltenham: Edward Elgar. Apresentação do Curso 26/04/2018 6 AVALIAÇÕES Provas Data Observações P1 08.05 Pontos 1 a 3 P2 28.06 Pontos 4 a 6 Resultado e Vista P2 2ªCH P1 e P2 03.07 2ª CH P1 – Pontos 1 a 3 2ª CH P2 – Pontos 4 a 6 Resultado e Vista 2ªCH P1 e P2 05.07 PF (3,0 < M1 = (P1+P2)/2 < 6,0) 10.07 PF – Pontos 1 a 6 Resultados e Vista PF 12.07 Apresentação do Curso 23/04/2018 7 2ª chamada Mediante solicitação na Secretaria em prazo não superior a três (3) dias úteis após a realização da prova, nos seguintes casos: • condições de saúde que o(a) impeçam de se deslocar para a Unidade; • estado de gestação a partir do oitavo mês e licença maternidade; • convocação para o serviço militar ativo; • convocação para júri; • participação em atividades científicas, desportivas ou artísticas relacionadas com seu curso. Aprovação • Frequência às aulas > 75% (número de faltas < 8) • M1 > 6,0 ou MF = (M1 e PF)/2 > 5,0 Apresentação do Curso 23/04/2018 8 AVISOS É proibida a gravação de áudio ou vídeo das aulas, a não ser que haja autorização prévia por parte do professor. Os registros que forem autorizados deverão servir exclusivamente para uso pessoal, sendo vedada a sua divulgação em qualquer meio de comunicação se não previamente autorizada. Apresentação do Curso 23/04/2018 9 Macroeconomia SNOWDON, B. and VANE, H.R. pgs. 3-9 23/04/2018 10 Busca compreender flutuações de curto prazo e determinantes do crescimento de longo prazo. Explicação para o funcionamento da economia e reações frente a políticas econômicas e choques de oferta e demanda. Objetivo de assegurar crescimento econômico com elevado nível de emprego e baixa inflação. Discordância sobre explicação teórica, evidência empírica e condução da política econômica. Corrente ortodoxa (clássica): auto-ajuste do sistema econômico e espaço limitado para atuação do governo. Corrente heterodoxa (keynesiana): não há auto-ajuste do sistema econômico e o governo deve assumir papel ativo. Macroeconomia 23/04/2018 11 Revisão Modelo Clássico Froyen, caps.3 e 4 23/04/2018 12 Modelo Clássico Economistas clássicos Estrutura teórica pré-keynesiana (ex. Smith, Ricardo, J.S.Mill) Pressupostos • Agente racional e maximizador • Informação perfeita e expectativas estáveis • Concorrência perfeita e preços perfeitamente flexíveis • Trocas ocorrem aos preços que equilibram todos os mercados 23/04/2018 13 Produção Função de produção agregada: Y = F (K,N) Onde: •Y: produto •K: estoque de capital (instalações e equipamentos), fixo no curto prazo •N: quantidade de insumo trabalho homogêneo •População constante no curto prazo •Estado da tecnologia constante no curto prazo Hipóteses •Y por (K ou N) e/ou melhorias tecnológicas •Retornos constantes a escala: zY = F(zK,zN) •Produtividade marginal do fator é decrescente Modelo Clássico 23/04/2018 14 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 2 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 4 Y N N PMgN 0 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 -2 A B C D E F G B C D E F G H H Produção Y = F (K,N) = F(N) Ponto N Y PMgN=Y/N A 0 0 0 B 1 8 8 C 2 16 8 Constante D 3 22 6 Decrescente E 4 26 4 Decrescente F 5 28 2 Decrescente G 6 28 0 Nula H 7 26 -2 Negativa Modelo Clássico 23/04/2018 15 Produção Y = F (K,N) CP Alteração no insumo trabalho LP Aumento do estoque de capital Y = F(K’,N) Melhoria tecnológica Y = F’(K,N) Y Yo NNo NNo PMgN Y = F(K,N) PMgN Y1 Y = F(K’,N) ou Y = F’(K,N) PMgN’ PMgN1’ PMgNo N1 PMgN1 Modelo Clássico 23/04/2018 16 Emprego • Demanda por trabalho Condição de maximização de lucro: P = CMg = W / PMgN ou W = PMgNxP ou PMgN = W / P W/P = 4/1 1 2 3 4 5 6 7 N PMN, W/P 0 -1 1 2 3 4 5 6 7 8 -2 B C D E F G H W/P = 6/1 Modelo Clássico 23/04/2018 17 Emprego • Demanda por trabalho agregada: Nd = f(W/P)(-) 1 2 3 4 5 6 7 0 8 1 2 3 4 5 6 87 PMN, W/P N 1 2 3 4 5 6 7 N 0 -1 6 10 8 -2 PMN, W/P Firma 1 Firma 2 1 2 3 4 5 6 7 0 8 1 2 3 4 5 6 87 PMN, W/P N Modelo Clássico 23/04/2018 18 Emprego • Oferta de trabalho individual C B A U2 U1 Uo Renda Real 2415 16 18 (W/P=4)(4x24=96) (W/P=3)(3x24=72) (W/P=2)(2x24=48) Trade-off Renda-Lazer Horas de trabalho por dia Horas de lazer por dia W/P 4 3 2 6 8 9 Curva de oferta de trabalho (RRA = 2x6=12) (RRB = 3x8=24) (RRC = 4x9=36) A B C Modelo Clássico 23/04/2018 19 Emprego • Oferta de trabalho agregada: Ns = g(W/P)(+) Horas trab./dia W/P 4 3 2 2 5 6 Horas trab./dia W/P 4 3 2 2 8 10 Horas de trabalho por dia W/P 4 3 2 4 13 16 Indivíduo 1 Indivíduo 2 Modelo Clássico 23/04/2018 20 Emprego •Equilíbriono mercado de trabalho NNo W/P Ns=g(W/P) Wo/Po PMgN = Nd=f(W/P) Wo/2Po N1N1’ 2Wo/2Po= Excesso de demanda Excesso de oferta 2Wo/Po Modelo Clássico 23/04/2018 21 Produto e emprego de equilíbrio •Curva de oferta agregada clássica NNo W/P Ns=g(W/P) 3Wo/3Po= 2Wo/2Po= Wo/Po PMgN = Nd=f(W/P) Y N Y = F(K,N) Yo No Y P 3Po 2Po Po Yo Modelo Clássico 23/04/2018 22 Produto e emprego de equilíbrio •Variáveis exógenas: - tecnologia, - estoque de capital, - crescimento populacional, - preferência em relação ao trabalho-lazer •Variáveis endógenas: W/P, N, Y Y Yo NNo NNo W/P Ns (W/P)o Y = F(K,N) PMgN = Nd Y1 Y = F(K’,N) ou Y = F’(K,N) PMgN’ = Nd’ Ns’ (W/P)1 N1 N1 (W/P)1’ Y P Yo Y1 Modelo Clássico 23/04/2018 23 A teoria clássica da taxa de juros C(r): consumo é função da preferência intertemporal dos agentes S(r): poupança (oferta de fundos de empréstimo) I(r): investimento (demanda de fundos de empréstimo) r: taxa real de juros S,I r ro S = I S I Y = C(r) + I(r) = C(r) + S(r) S(r) = Y – C(r) = I(r) Modelo Clássico 23/04/2018 24 S,I r ro So = Io S r1 S1 = I1 S I A B S’ Alteração na preferência intertemporal dos agentes, p.ex., não altera demanda agregada. Teoria Quantitativa da Moeda •Equação de trocas: MV PT M: quantidade de moeda V: velocidade de transações da moeda (V PT / M) P: índice de preços T: volume de transações Ex. MV = PT: 300.V = 1200 => V = 4 •Equação de trocas em termos de renda: MV PY V: velocidade-renda da moeda (V PY / M) P: índice de preços do produto produzido no período Y: nível de produção corrente Modelo Clássico 23/04/2018 25 Teoria Quantitativa da Moeda •Versão de Fisher: equação de trocas como expressão da proporcionalidade entre oferta de moeda e nível de preços MV = PY ou P = MV / Y Y: medida da atividade econômica real determinada pela oferta M: quantidade de moeda controlada exogenamente pela autoridade monetária V: velocidade da moeda determinada pelos hábitos de pagamento e pela tecnologia de pagamentos da sociedade (fatores institucionais fixos no curto prazo). => Quantidade de moeda determina o nível de preços Modelo Clássico 23/04/2018 26 Teoria Quantitativa da Moeda •Abordagem de Cambridge para TQM: Md = kPY Md: demanda por moeda para transação P: nível de preços Y: renda real k: proporção ótima da renda a ser mantida em forma de moeda (estável no curto prazo). Equilíbrio do mercado monetário: M = Md = kPY M: oferta exógena de moeda Y: produto real determinado pelas condições de oferta => Quantidade de moeda determina o nível de preços Modelo Clássico 23/04/2018 27 Teoria Quantitativa da Moeda •Abordagem de Cambridge para TQM (teoria implícita da demanda) Mecanismo de transmissão da moeda para preço: Equilíbrio do mercado monetário: M = Md = kPY M’ > M = Md => k’PY > kPY onde k’ > k => C I para k’ = k => P sendo Y •Equivalência formal: V = 1/k o versão de Fisher: MV = PY o equação de Cambridge: M.(1/k) = PY Modelo Clássico 23/04/2018 28 Teoria Quantitativa da Moeda •Oferta e demanda agregadas no sistema clássico MV = PY ou M = Md = kPY Y P Po P1 P2 Yd (Mo) Yd (M1) Yo=Y1=Y2 Yd (M2) Ys Modelo Clássico 23/04/2018 29 Y P Po Yd (Mo) Yo=Y1 Ys O processo cumulativo de Wicksell Relação entre moeda e preços se dá através de dois mecanismos: • Mecanismo direto: M => saldos reais => demanda => P (TQM tradicional, numa economia de moeda pura) • Mecanismos indireto: M => r => demanda => P (numa economia com bancos) Processo cumulativo: P => Md => saques/drenagem de reservas dos bancos => bancos desejam reduzir empréstimos => r em direção a r0 Y P P0 Y0 r r0 S = I S I Yd (M0) MV = PY M = Md = k.PY I,S Yd (M1) P1 Ys 23/04/2018 30 Y = C(r) + I(r) S(r) = Y – C(r) = I(r) Implicações de política econômica no modelo de equilíbrio clássico • Política Monetária: ΔM => ΔP Fonte: Carvalho et al. (2015: cap. 3) Implicações de política econômica no modelo de equilíbrio clássico • Política Fiscal – financiamento do déficit por venda de títulos G: gastos governamentais T: receita tributária (G-T): déficit público S,I, G-T r ro So = Io S I I + (G – T)r1 S1= I+ (G – T) (G – T) S,I AB Crowding-out ou efeito deslocamento ΔG = - (ΔC + ΔI) Y P Po Yd (Mo) Yo=Y1 Ys Modelo Clássico 23/04/2018 31 Equilíbrio entre oferta e demanda agregada no modelo clássico NN0 W/P Ns=g(W/P) W0/P0 Nd=f(W/P) Y N Y = F(K,N) Y0 N0 Y P P0 Y0 r r0 S = I S I Yd (M1) MV = PY M = Md = k.PY Y = C(r) + I(r) = C(r) + S(r) S(r) = Y – C(r) = I(r) I,S Modelo Clássico 23/04/2018 32 Economistas clássicos • Tendência de autoajuste da economia Economia opera a pleno emprego Lei de Say: “a oferta cria a sua própria demanda” • Dicotomia entre fatores que determinam variáveis reais e nominais ofatores reais (lado da oferta) determinam variáveis reais ofatores monetários determinam variáveis nominais Neutralidade da Moeda • Política econômica não intervencionista Modelo Clássico 23/04/2018 33 Revisão Modelo Keynesiano Froyen, caps.5 e 6 23/04/2018 34 Modelo Keynesiano Condições para o Produto de Equilíbrio Demanda: Y = E = C + I Produto: Y C + Ir Renda: Y C + S Y: produto total E: demanda agregada C: consumo das famílias I: demanda desejada por investimentos pelas empresas Ir: investimento realizado (Ir = I + Δindesej.estoque) S: poupança agregada Hipótese: nível agregado de preços é fixo e mudanças nas variáveis refletem variações em termos reais (existência de capacidade ociosa). P Y Ys Yd 23/04/2018 35 Demanda Agregada • Consumo Função consumo: C = a + bY, onde a > 0 , 0 < b < 1 a: componente autônomo do gasto em consumo b: PMgC = ΔC / ΔY C = a + bY C Y a inclinação = b ΔY ΔC C=a+bY Modelo Keynesiano 23/04/2018 36 Demanda Agregada • Consumo Y C + S Função Poupança S = Y – C = Y – (a + bY) = -a + (1-b)Y PMgS = (1-b) = ΔS / ΔY PMgC + PMgS = b + (1-b) = 1 S Y -a inclinação = (1-b) ΔY ΔS S = -a + (1-b)Y Modelo Keynesiano 23/04/2018 37 Demanda Agregada • Investimento I = I (r, Re) r: taxa de juros Re: retorno esperado Expectativas de longo prazo são formuladas seguindo padrão convencional de projeção do passado, em acordo com a média do mercado, mas sujeitas a revisões imprevistas, o que torna a demanda por investimento potencialmente instável. Modelo Keynesiano r ro Io I1 A Br1 C 23/04/2018 38 I Determinação da renda de equilíbrio Y = E = C + I C = a + bY Y = a + bY + I Y – bY = a + I (1-b)Y = a + I Como C + I = Y C + S => I = S C,I a+I a C = a + bY E = C + I 45o YYo Y I+G I, S I YYo Y A A S Y1 Y1 Modelo Keynesiano 23/04/2018 39 Determinação da renda de equilíbrio Y = multiplicador dos gastos autônomos x gastos autônomos Ex. b = 0,5: 1/(1-b) = 2 b’ = 0,8: 1/(1-b) = 5 b’’= 0,9: 1/(1-b) = 10 C,I,G 45o Y A a+I E = C + I Y Modelo Keynesiano 23/04/2018 40 Mudanças na renda de equilíbrio • Mudança no investimento autônomo C,I a+I1 E1 = C + I1 45o YYo Y1 ΔI I,S I1 Y A A S Eo = C + Io B B’ a+Io Io Yo Y1 ΔI B Modelo Keynesiano 23/04/2018 41 Mudanças na renda de equilíbrio • Gastos governamentais e impostos (função de decisões de política econômica) G: gastos governamentais T: arrecadação tributária C,I,G a-bTo+Io+G1 E1 = C + Io + G1 45o YYo Y1 ΔG I,G,S,T Io+G1 Y A A S+ToY = 1 1-b G bG Y - = 1 1 Eo = C + Io + Go B B’ a-bTo+Io+Go Io+Go Yo Y1 ΔG B Y = C+I +G = C+S+T Modelo Keynesiano 23/04/2018 42 Moeda no sistema keynesiano •Taxa de juros e a demanda agregada r ro Io I1 A B r1 C,I a+I1 E1 = C + I1 45o YYo Y1 ΔI1 A Eo = C + Io B a+Io Modelo Keynesiano 23/04/2018 43 Moeda no sistema keynesiano •Taxa de juros e a demanda agregada Impacto da elasticidade-juros do investimento C,I a+I1 E1 = C + I1 45o YYo Y1 ΔI1 A Eo = C + Io B C a+Io r ro Io I1 A B r1 I2 a+I2 ΔI2 E2 = C + I2CY2 Modelo Keynesiano 23/04/2018 44 Moeda no sistema keynesiano •Teoria keynesiana da demanda por moeda o Demanda para transações: Y Mdt (Keynes) Representa necessidade do dinheiro para realizar os gastos correntes de aquisição de bens e serviços na economia uma vez que a moeda é o meio de pagamento. Viabiliza transações com padrão global previsível, que dependem do montante da renda e que serão realizados entre o recebimento da renda e seu desembolso. r Mdt (Tobin-Baumol) Agente deixa apenas parte da sua renda como moeda para fazer frente às transações, visto que pode vender títulos se necessário para realizar gastos correntes. Nível de retenção de títulos busca maximizar diferença entre ganho de juros com aplicação e custo administrativo e de perda de oportunidade resultante da aplicação. Modelo Keynesiano 23/04/2018 45 Moeda no sistema keynesiano •Teoria keynesiana da demanda por moeda o Demanda precaucionária: Y Mdp Influenciado pela incerteza quanto a prazo, montante e natureza das despesas que deverão ser realizadas. Keynes contudo simplificou a função de demanda precaucionária, estabelecendo que a quantia média de gastos inesperados estava correlacionada com a renda, permitindo, assim, que os saldos por precaução pudessem ser adicionados aos saldos para transação num mesmo período de renda. => demanda por moeda para transação e precaução = Mdt Modelo Keynesiano 23/04/2018 46 Moeda no sistema keynesiano •Teoria keynesiana da demanda por moeda o Demanda especulativa: r Mde Depende das expectativas quanto ao comportamento futuro da taxa de juros e que influencia as possibilidade alternativas de aplicação de capital sem data especificada. Keynes sugere que os agentes, de acordo com suas experiências, formam uma referência sobre a taxa de juros normal para economia, que é usada para balizar suas decisões frente a diferentes situações de mercado. Modelo Keynesiano 23/04/2018 47 Moeda no sistema keynesiano •Teoria keynesiana da demanda por moeda o Demanda especulativa: r Mde PB = C/r PB = 1.000, C = 100, r=10% Investimento inicial 1000 = 100/0,10 r=20% => PB = 500 Perda de Capital (ΔPB < 0) 500 = 100 / 0,20 r=5% => PB = 2.000 Ganho de Capital (ΔPB > 0) 2000 = 100/0,05 Modelo Keynesiano 23/04/2018 48 Moeda no sistema keynesiano •Teoria keynesiana da demanda por moeda oDemanda especulativa: r Mde Retorno esperado: RM = 0 (supondo inflação = 0) RB = r + ΔPB, onde ΔPB > 0 ganho de capital esperado ΔPB < 0 perda de capital esperada PB = C/r PB = 1.000, rn=10% r=11,0%, C = 110, ΔPB = 100, RB = 210 => Mdei = 0 r=9,5%, C = 95, ΔPB = -50, RB = 45 => Mdei = 0 r=9,0%, C = 90, ΔPB = -100, RB = -10 => Bdi = 0 Taxa de juros crítica (rci) iguala a perda de capital esperada aos ganhos com juros dos títulos. Modelo Keynesiano r (Whi – Mdti) Mdei rci rni Mdti + Mdei = Mi Mi + Bi = Whi 23/04/2018 49 Moeda no sistema keynesiano •Teoria keynesiana da demanda por moeda oDemanda especulativa: r Mde Supondo rc relativamente fixa para cada agente Ursos: r < rci logo PB > PB* Expectativa: r e PB => Bdi = 0 Touros: r > rci logo PB < PB* Expectativa: r e PB => Mdei = 0 Modelo Keynesiano 23/04/2018 50 Moeda no sistema keynesiano •Teoria keynesiana da demanda por moeda oDemanda especulativa Na parte plana da curva de demanda por moeda, considera-se que a economia opera em situação de Armadilha da Liquidez, onde o baixo retorno dos juros é incapaz de compensar a expectativa de desvalorização do título e qualquer aumento da oferta de moeda é absorvido sem impacto significativo sobre a taxa de juros. r Mde Modelo Keynesiano 23/04/2018 51 Quão menor a taxa de juros, maior o número de agentes que acredita que a taxa de juros vai subir e o preço dos títulos vai cair e por isso maior a demanda por moeda pelo motivo especulativo (para eventual compra dos títulos na baixa). Moeda no sistema keynesiano •Teoria keynesiana da demanda por moeda oDemanda total por moeda: A demanda total por moeda depende dos recursos demandados para satisfazer os motivos transação e precaução, que são função positiva do nível de renda e negativa do nível de juros, e o motivo especulação, que varia negativamente em relação à taxa de juros. + - Mdt + Mde = Md = L(Y,r) Será considerada a seguinte função linear por moeda: Md = c0 + c1Y – c2r onde c1 > 0; c2 > 0 c1: aumento na demanda por moeda por aumento unitário da renda c2: declínio da demanda por moeda por aumento unitário da taxa de juros Modelo Keynesiano 23/04/2018 52 Moeda no sistema keynesiano •Mercado monetário M r Md(Y1) r1 r0 Excesso inicial de demanda de moeda Md(Y0) Ms = Ms0 t0: Md = c0 + c1Y0 – c2r M r Md(Y0) Ms0 r1 Ms1 r0 Excesso inicial de oferta de moeda Md = c0 + c1Y – c2r , Y = Y0 t0: Ms = Ms0 Ms0 t1: Ms = Ms1, onde Ms1 > Ms0 t1: Md = c0 + c1Y1 – c2r , onde Y1 > Y0 r1 < r0 r1 > r0 Modelo Keynesiano 23/04/2018 53 Moeda no sistema keynesiano • Política Monetária Efeito da Política Monetária depende da elasticidade-juro da demanda por moeda e da elasticidade-juro do investimento, portanto sua eficácia é incerta. Modelo Keynesiano M r Md(Y0) Ms0 r1 Ms1 r0 r ro Io I1 A Br1 C,I,G a+I1 E1 = C + I1 45o YYo Y1 ΔI1 A Eo = C + Io B a+Io Y 23/04/2018 54 Revisão Modelo IS-LM Froyen, caps.6 e 7 23/04/2018 55 1. Síntese Neoclássica Modelo IS-LM Determina o nível de renda (Y) e a taxa de juros (r) que equilibram simultaneamente o mercado de bens e serviços e o mercado monetário. IS: Y e r que equilibram mercado de bens e serviços LM: Y e r que equilibram mercado monetário Modelo IS-LM Y r IS r0 Y0 • E LM 23/04/2018 56 Construção da curva IS Condição de equilíbrio no mercado de bens e serviços (economia fechada e sem governo) Y = C + I = C + S • Consumo C = a + bY • Investimento I = I – i1r , sendo I: investimento autônomo, -i1 = ΔI/Δr e i1 > 0 Inclinação IS: além da propensão marginal a consumir, principal fator determinante é a elasticidade-juros do investimento (i1) – quão maior i1, mais plana a curva IS. IS:Y = 1 1-b a+ Iéë ùû- i1r 1-b Y r IS C B A Y1Y0 Y2 r1 r0 r2 Modelo IS-LM 23/04/2018 57 Deslocamento da curva IS Condição de equilíbrio no mercado de bens e serviços: Y = C + I + G A curva IS será deslocado quando qualquer componente dos gastos autônomos mudar: a, T, I, G, com destaque para alterações no investimento autônomo ou na política fiscal. Y r IS’(a,I,G,T) C B A Y1Y’0 Y2 r1 r0 r2 Y0 IS Y C, I,G [C + I+ G1]’ 45o [C + I + G0 ] Y1Y0 ΔA Modelo IS-LM 23/04/2018 58 MXGriIbTa b YIS -++-+- - = 101 1 : ] Construção da curva LM Demanda por moeda: Md = L(Y, r) = c0 + c1Y – c2r, c1 > 0; c2 > 0 Equilíbrio no mercado monetário Inclinação LM: elasticidade-renda (c1) e elasticidade-juro (c2) da demanda por moeda – menor c1 e maior c2, mais plana a curva LM. M r Md(Y1) Ms0 r1 r0 Md(Y0) r2 Md(Y2) Y r Y1 LM r1 r0 Y0 r2 Y2 LM : r = c0 c2 - M s c2 + c1 c2 YM s =Md = c0 +c1Y- c2r Modelo IS-LM 23/04/2018 59 Deslocamento da curva LM: • Mudança na oferta de moeda (variável de política econômica) M r Ms0 Y r LM0 Y0 Md(Y0) r1 r0 Y1 Ms1 A B r1 r0 LM1 A B C ΔMs r = c0 c2 - M s c2 + c1 c2 Y c0 c2 - M0 s c2 c0 c2 - M1 s c2 Modelo IS-LM 23/04/2018 60 Deslocamento da curva LM: • Deslocamento da função demanda por moeda Mudança na quantidade de moeda demandada para os mesmos níveis de taxa de juros e renda em função de alteração na preferência pela liquidez. M r Ms0 Y r LM0 Y0 Md0(Y0) r1 r0 r1 r0 LM1 A B Md1(Y0) A B onde c’0 > c0r = c0 c2 - M s c2 + c1 c2 Y c0 c2 - M0 s c2 2 0 2 0 , c M c c s - Modelo IS-LM 23/04/2018 61 Política Econômica no modelo IS-LM As ações de política econômica influenciam o nível de renda e a taxa de juros de equilíbrio. IS: Y e r que equilibram mercado de bens e serviços LM: Y e r que equilibram mercado monetário Y c c c M c c rLM s 2 1 22 0: +-= Y rIS r0 Y0 • E LM rcYccMM ds 210 -+== Modelo IS-LM 23/04/2018 62 MXGriIbTa b YIS -++-+- - = 101 1 : ] Política Econômica no modelo IS-LM Y r IS r0 Y0=Y1 A LM0 (Ms0) LM1(Ms1) Br1 Y2 r2 C Política Monetária Expansionista Ms1 > Ms0 Elevação da oferta de moeda provoca queda da taxa de juros, que estimula o investimento e aumenta o nível de renda. A queda dos juros e a aumento da renda elevam a demanda por moeda num movimento que segue até que os mercados monetário e de bens e serviços se reequilibrem. Modelo IS-LM 23/04/2018 63 Política Fiscal Expansionista G1 > G0 Y r IS0 r0 Y0 LM r1 Y1Y2 IS1 BA C Elevação dos gastos do governo gera aumento do nível de atividade e, consequentemente, na demanda por moeda, pressionando os juros e reduzindo o investimento, o que contrabalança em parte o efeito sobre a renda da elevação dos gastos do governo (efeito crowding-out parcial). Combinação de Política Fiscal e Monetária Y r IS0 r0 = r3 Y0 LM0 r1 Y1=Y2 Y3 IS1 B A C LM1 D r2 Sobre: Efeito de: M G T Y + + - r - + - (+) indica impacto na mesma direção da política sobre variável (-) indica impacto na direção oposta da política sobre variável Combinação de Políticas Fiscal e Monetária expansionistas: elevação dos gastos do governo estimula a economia (B) e a expansão da oferta de moeda impede a elevação da taxa de juros (D), eliminando o impacto negativo da queda do investimento. Modelo IS-LM 23/04/2018 64 Política Econômica e o caso clássico Caso clássico (LM vertical) Demanda por moeda insensível à taxa de juros (c2 = 0) Investimento muito sensível à taxa de juros (i1 alto e IS mais plana) Y r LM Y0 = Ms0 – c0 c1 IS Modelo IS-LM 23/04/2018 65 Política Econômica e o caso clássico Política Fiscal ineficaz A Política Fiscal expansionista gera pressão sobre o mercado monetário, que, dada a inelasticidade-juros da demanda por moeda, se traduz integralmente em pressão de alta sobre os juros, reduzindo o investimento no mesmo montante da elevação dos gastos públicos (efeito crowding-out total). Y r LM IS IS’ Modelo IS-LM 23/04/2018 66 Política Econômica e o caso clássico Y r LM IS LM’ A Política Monetária expansionista gera grande pressão de baixa na taxa de juros, dada a inelasticidade-juros da demanda por moeda, que eleva o investimento (altamente sensível à taxa de juros) até que o aumento da renda e demanda por moeda pelo motivo transações reequilibre o mercado monetário. Modelo IS-LM 23/04/2018 67 Y r LM (M/P = M’/P’) IS LM’ (M’/P) A Política Monetária expansionista gera queda da taxa de juros e aumento do investimento, o que, em condições de pleno emprego e preços flexíveis, se reflete em excesso de demanda e elevação dos preços, anulando o aumento inicial dos encaixes reais (M/P = M’/P’). Política Monetária ineficaz (pleno emprego e preços flexíveis) Política Monetária eficaz (capacidade ociosa e preços constantes) Política Econômica e o caso Keynesiano Caso keynesiano (LM horizontal – Armadilha da Liquidez) Elasticidade-juros da demanda por moeda infinita (c2 = ) Investimento menos sensível à taxa de juros (i1 baixo e IS mais inclinada) Y r LM IS Modelo IS-LM 23/04/2018 68 Política Econômica e o caso Keynesiano Política Fiscal eficaz Política Monetária ineficaz Y r LM IS IS’ Y r LM IS A Política Fiscal expansionista gera elevação da renda sem desestimular o investimento, tendo em vista a elevada sensibilidade da demanda por moeda à taxa de juros, que reequilibra o mercado monetário com uma pequena variação dos juros. A Política Monetária expansionista não é capaz de gerar queda significativa da taxa de juros, tendo em vista a elevada sensibilidade da demanda por moeda à taxa de juros, o que é agravado pela baixa sensibilidade do investimento à variação da taxa de juros, que, portanto, pouco aumenta, gerando pequena elevação da renda. LM’ Modelo IS-LM 23/04/2018 69 Demanda, Oferta Agregada (W fixo) e Desemprego Involuntário Froyen, cap. 8 Keynes, TG, cap.2 23/04/2018 70 1. Síntese Neoclássica Demanda Agregada 23/04/2018 71 Curva Demanda Agregada Keynesiana • Modelo IS-LM Combinação de renda e taxa de juros que equilibram simultaneamente o mercado monetário e igualam o produto à demanda, considerando preços e salários fixos. • Demanda Agregada Determina o nível de produto demandado a cada nível de preços de forma que tanto o mercado de bens quanto o mercado monetário estejam em equilíbrio. Demanda Agregada 23/04/2018 72 Curva Demanda Agregada Keynesiana Impacto de mudança no nível de preços sobre o modelo IS-LM IS: Y = C + I + G onde C, I, G e T são determinadas em termos reais e, portanto, não são afetados diretamente por mudanças no nível de preços. LM: Ms = Md = c0 + c1Y – c2r, onde Ms = M/P logo, mudanças no nível de preços afetam a oferta real de moeda Demanda Agregada 23/04/2018 73 Y = 1 1-b a+ I +G-bTéë ùû- i1r 1-b r = c0 c2 - M s c2 + c1 c2 Y Curva Demanda Agregada Keynesiana Demanda Agregada 23/04/2018 74 r Y IS0 P Y Yd (M0) LM (M0/P2) LM (M0/P1) LM (M0/P0) A A B B C C Y0 Y0Y1 Y1Y2 Y2 P0 P1 P2 r0 r1 r2 Inclinação da Curva de Demanda Agregada Keynesiana Demanda Agregada 23/04/2018 75 r Y IS0 P Y Yd (M0) LM (M0/P1) LM (M0/P0) A A B B Y0 Y0 Y1 Y1 P0 P1 r0 r1 r Y IS0 P Y Yd (M0) LM (M0/P1) LM (M0/P0) A A B B Y0 Y0 Y1 Y1 P0 P1 r0 r1 i1 b c2 c1 Deslocamento da Curva de Demanda Agregada Keynesiana Demanda Agregada 23/04/2018 76 r Y IS0 P Y Y0d (M0) LM (M1/P0) LM (M0/P0) A A B B Y0 Y0 Y1 Y1 P0 r0 r1 Y1d (M1) • Política Monetária Expansionista • Política Fiscal Expansionista r Y IS0 P Y Y0d (G0) LM (M0/P0) A A B B Y0 Y0 Y1 Y1 P0 r0 r1 Y1d (G1) IS1 Curva de Demanda e Oferta Agregadas Keynesianas Demanda e Oferta Agregada 23/04/2018 77 P Y Ys P0 P1 Yd0 Yd1 A C B Y0 Y1 Y’1 P Y Ys P0 Yd0 Yd1 A B Y0 Y1 P Y Ys P0 Yd0 Yd1 A B Y0 P1 P Y Ys P0 P1 Yd0 Yd1 A C B Y0 Y1 Y’1 O impacto de variações da demanda sobre o produto depende das condições de oferta, influenciada pelo mercado de trabalho. O modelo IS-LM, em sua versão mais simples, considera a curva de oferta horizontal e preços fixos, em situação de grande capacidade ociosa e desemprego, hipótese flexibilizada a seguir a partir do estudo do mercado de trabalho. Oferta Agregada (com salários nominais rígidos) 23/04/2018 78 Modelo de preços flexíveis e salário monetário fixo No modelo keynesiano, o nível de emprego e o salário real serão determinados pela produção, condicionada pela demanda. Destaque para rigidez de salários monetários frente à pressão de queda em situações de excesso de oferta de trabalho. Oferta Agregada (W fixo) 23/04/2018 79 W PMgN.P Ns W N0 N Excesso de oferta Desemprego Modelo de preços flexíveis e salário monetário fixo 23/04/2018 80 Y N Y = F(N, K) W/P N Ns W/P0 W/P1 W/P2 Excesso de oferta Nd=PMgN P Y Ys W N Ns W PMgN.P0 PMgN.P1 PMgN.P2 N0 N1 N2 N0 N1 N2 N0 N1 N2 Y0 Y1 Y2 Y0 Y1 Y2 P0 P1 P2 Y* Yd Y d’ Yd” A curva de oferta, na visão keynesiana, considerando uma economia que opera com desemprego involuntário, seria positivamente inclinada e capaz de atender a elevações da demanda por meio de elevações da produção acompanhada de elevações de preços, para dado salário nominal, de forma a assegurar a condição de maximização de lucro (Nd = W/P). Oferta Agregada (W fixo) Demanda, Oferta Agregada (W fixo) e o Desemprego Involuntário 23/04/2018 81 Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico Modelo Clássico 23/04/2018 82 NN1 W/P Ns=g(W/P) W2/P2=W1/P1 Nd=f(W/P) Y N Y = F(K,N) Y1 N1 Y P P1 Y1 r r1 S = I S I Yd (M1) MV = PY M = Md = k.PY D = C(r) + I(r) = Y S(r) = Y – C(r) = I(r) I,S Desemprego Involuntário Yd’ (M2) P2 W0/P1 W1/P2=W2/P1 Flexibilidade de preços e salários assegura pleno emprego e flexibilidade da taxa de juros assegura que produtode pleno emprego será vendido (lei de Say) – curva de oferta vertical. Variações na oferta de moeda afetam apenas os preços. Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico Modelo Keynesiano 23/04/2018 83 NN1 W/P Ns=g(DMgN) W1/P1 Nd=f(W/P) Y N Y = F(K,N) Y1 N1 Y P P1 Y1 Yd = C(Y) + I(r, re) Ys Demanda determina produção, que, por sua vez, determina emprego, preços e salário real, para dado salário nominal. Possibilidade de desemprego involuntário em função de insuficiência de demanda e defesa de política econômica ativa para elevar preços, reduzir salário real e aumentar a produção e emprego. Desemprego Involuntário Yd’ P2 Y2 Y2 N2 N2 W1/P2 Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico • Pleno emprego x desemprego involuntário 23/04/2018 84 W/P DMgN Nd=f(W/P) N1 W1/P1 W2/P1= W1/P2 Os clássicos consideravam que a economia operava sempre em pleno emprego, e, portanto, todo desemprego seria friccional (custo da informação e tempo para compatibilizar trabalhadores e vagas, além de efeitos sazonais) ou voluntário (W/P=PMgN<DMgN), uma vez que quedas de salário real (W1/P1>W2/P1) não eram capazes de ampliar a contratação de mão- de-obra. N DMgN’ Desemprego Involuntário N2 Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico • Pleno emprego x desemprego involuntário 23/04/2018 85 W/P DMgN Nd=f(W/P) N1 W1/P1 W2/P1= W1/P2 Keynes sugere que os clássicos não percebem que situações consideradas de pleno emprego (N1) na verdade refletiam desemprego involuntário (N2 - N1) – existem trabalhadores querendo trabalhar ao salário real vigente, mas que não encontram emprego. N DMgN’ Desemprego Involuntário N2 Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico • Teoria Clássica do Emprego o Nd: W/P = PMgN o Ns: W/P = DMgN • Keynes concorda com o primeiro postulado relacionado à hipótese de maximização de lucro em concorrência perfeita. • Mas discorda do segundo, isto é, discorda que o salário real se iguale à desutilidade marginal do trabalho, com a economia operando em pleno emprego. 23/04/2018 86 Desemprego Involuntário Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico • Primeira objeção ao segundo postulado clássico (Ns: W/P = DMgN) Na visão de Keynes, não é possível afirmar que o salário real é igual à desutilidade marginal do trabalho (e, logo, que a economia opera em pleno emprego) apenas pela constatação de que não há amplicação do emprego quando ocorre redução do salário nominal. Para essa afirmação ser válida, seria necessário que uma redução do salário real pela elevação de preços também levasse ao mesmo resultado, o que não é observado. Mesmo com desemprego involuntário, quando W/P > DMgN, os trabalhadores resistem a queda de salário nominal, para proteger seus salários reais relativos, o que impede o ajuste em direção ao equilíbrio via redução no salário nominal (W1/P1>W2/P1). Por outro lado, na visão de Keynes, em geral, os trabalhadores não resistem a elevações de preços (que reduzem o salário real: W1/P1>W1/P2), o que significa que o ajuste poderia ser feito elevando-se a demanda, os preços, a produção e o emprego. 23/04/2018 87 Desemprego Involuntário Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico • Desemprego Involuntário 23/04/2018 88 DMgN Nd=f(W/P) N1 W1/P1 W1/P2 Se uma elevação dos preços for capaz de levar a economia a um maior nível de emprego, então é possível afirmar que esta economia opera com desemprego involuntário, isto é, que existem trabalhadores que desejam trabalhar ao salário real vigente e que não encontram oportunidade de emprego por insuficiência de demanda que justifique maior produção. NN2 W/P Desemprego Involuntário Y P P1 Yd = C(Y) + I(r, re) Ys Yd’ P2 Y1 Y2 Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico • Segunda objeção ao segundo postulado clássico (Ns: W/P = DMgN) A segunda objeção de Keynes diz respeito ao fato de o trabalhador não ter poder para negociar o salário real, uma vez que não controla os preços, mas apenas o salário nominal. Se os trabalhadores não negociam salário real com os empresários, então variações do salário real não constituem mecanismo efetivo de ajuste, isto é, não existe um mecanismo de ajuste automático no mercado de trabalho que assegure o pleno emprego. 23/04/2018 89 Desemprego Involuntário Keynes e a crítica ao mercado de trabalho clássico • Rigidez de salários e desemprego Involuntário Vale notar, contudo, que, para Keynes, mesmo com salários flexíveis, a produção a pleno emprego não seria assegurada. Como a produção e o emprego dependem da demanda, o efeito da queda de salário nominal depende, portanto, de seu impacto sobre a propensão marginal a consumir, rentabilidade esperada do investimento e taxa de juros. Se estes determinantes da demanda permanecerem inalterados, a queda de salários e elevação da produção gerará perdas para o empresário. A possibilidade de haver o ajuste da demanda à oferta, com salários flexíveis, é discutida com base na análise dos efeitos Keynes e Pigou. 23/04/2018 90 Desemprego Involuntário Salário Flexível e os Efeitos Keynes e Pigou Busato e Pinto (mimeo) ou Serrano e Ribeiro (2004) 23/04/2018 91 1. Síntese Neoclássica Efeito Keynes W>P (M/P) r I Y N Salário Flexível e os Efeitos Keynes e Pigou 26/04/2018 92 O efeito Keynes consiste na possibilidade de, frente ao desemprego, haver queda de salários e preços, elevando os saldos reais, que provocaria queda dos juros e aumento do investimento e, portanto, da produção e do emprego, num processo que levaria ao pleno emprego. Na visão da síntese neoclássica, este seria o caso geral e o resultado de Keynes (desemprego involuntário) seria particular e decorrente de salários rígidos ou armadilha da liquidez (que limita a queda dos juros) ou inelasticidade-juros do investimento (que limita a resposta do investimento). Y P Yd Y r IS LM’ = M/P’ LM = M/P r r’ P’ P Y Y’ Ys Efeito Keynes: W>P (M/P) r I Y N Algumas das principais críticas ao adequado funcionamento do efeito Keynes são: - Redistribuição da renda da renda devido à queda do salário real e diminuição da propensão marginal a consumir média e do multiplicador da economia. - Em contexto de instabilidade político social, a elevação da preferência pela liquidez pode impedir a queda da taxa de juros. - Expectativas de novas quedas de salários e preços pode levar ao adiamento dos investimentos por parte dos empresários que vão preferir comprar máquinas e equipamentos adiante mais baratas. - Dificuldade de realizar novos investimentos frente ao maior peso real das dívidas em função da queda de preços. Salário Flexível e os Efeitos Keynes e Pigou 26/04/2018 93 Efeito Pigou W>P (M/P) (Ri) C Consumo como função positiva: • da renda disponível e • do estoque real de riqueza Sendo a disponibilidade de encaixes reais (M/P) parte da riqueza, então mudanças nos preços passam a influenciar tanto a LM como a IS. O desemprego e a queda de salários e preços teria efeito ampliado sobre a demanda, via investimento, por conta da queda dos juros, e via consumo, pelo efeito riqueza. 26/04/2018 94 Y P Yd’ c/EP Y r IS LM’ = M/P’ LM = M/P Yd IS’ P’ P r r’ r’’ Y Y’ Y’’ Salário Flexível e os Efeitos Keynes e Pigou Ys Efeito Pigou Além das críticas apresentadas ao efeito Keynes, as principais críticas feitas à possibilidade de o efeito Pigou funcionar de maneira adequada seriam: - Efeito de deflação sobre o peso real da dívida (amortização e juros reais). - Intensidade do efeito a partir da transferência de riqueza do setor público (que tem M/P como passivo) para o setor privado (M/P como ativo) pode não ser suficiente para levar a economia ao pleno emprego. 26/04/2018 95 Salário Flexível e os Efeitos Keynes e Pigou Oferta agregada (W flexível) e a curva de Phillips keynesiana Froyen, cap.8 e 10.3 23/04/2018 96 1. Síntese Neoclássica Modelo de preços e salários flexíveis Com salários flexíveis, mesmo que, via efeitoKeynes ou Pigou, a economia seja levada ao pleno emprego, ainda assim a curva de oferta não seria vertical (como no caso da curva de oferta clássica) e sofreria influência da demanda. A inércia no ajuste das expectativas de preços abre espaço para ilusão monetária, frente a elevações de salários nominais compreendidas como elevações de salário real. A curva de oferta se torna mais inclinada que a curva de oferta com salários fixos, visto que agora a elevação de preços precisa compensar tanto a queda da produtividade marginal associada ao maior nível de emprego como a elevação do salário para contratar mais mão-de-obra. 23/04/2018 97 Oferta Agregada (W flexível) Modelo de preços e salários flexíveis A representação do mercado de trabalho pode ser formalizada da seguinte maneira: Nd = f(W/P) tal que W/P = PMgN ou PMgN.P = W Ns = t(W/Pe) onde: W é conhecido (ex. negociado em contratos anuais) Pe é esperado com base em expectativas retrospectivas Pe = a1P-1 + a2P-2 + a3P-3 + ... anP-n sendo P-i os preços de períodos anteriores e ai os pesos dados às observações passadas. 23/04/2018 98 Oferta Agregada (W flexível) Modelo de preços e salários flexíveis 23/04/2018 99 Y N Y = F(N, K) P Y Ys W N Ns (Pe) W0 PMgN.P0 PMgN.P1 PMgN.P2 N0 N1 N2 N0 N1 N2 Y0 Y1 Y2 Y0 Y1 Y2 P0 P1 P2 W1 W2 P Y Ys (W = W) Y0 Y1 P0 P1 Y’1 Y’s (W variável) Nd f(W/P) tal que PMgN.P = W Ns f(W/Pe) tal que Pe = ΣaiP-i Oferta Agregada (W flexível) Deslocamento da curva de oferta agregada Como a maximização de lucro satisfaz à condição de que W = CMg = PMgN.P, então, variações no custo marginal deslocam a curva de oferta agregada, isto é, altera o produto que maximiza o lucro para dado preço. Considerando como fator de produção apenas o trabalho, então serão os ajustes nas expectativas dos trabalhadores, que exigirão correção do salário nominal em função das variações percebidas de preço, que causarão o deslocamento da curva de oferta agregada. Se a análise for ampliada para incluir outros custos de produção, como matéria-prima, então choques de oferta (ex. choque do petróleo) também pressionam custo e deslocam a oferta. 23/04/2018 100 Oferta Agregada (W flexível) Deslocamento da curva de oferta agregada 23/04/2018 101 Y N Y = F(N, K) W N Ns (Pe0) W0 PMgN.P0 N1 N0 N0N1 Y1 Y0 W1 P Y P0 B A Y0Y1 Ys(Pe1) Ns (Pe1) Ys(Pe0) Oferta Agregada (W flexível) Curva de Phillips keynesiana Tendo em vista a formação de expectativas de maneira retrospectiva, então, mesmo com ajuste das expectativas em função dos preços passados, seria possível manter a economia operando permanentemente com menor desemprego a partir de estímulos de demanda que pressionem a produção e os preços, recriando, a cada período, a ilusão monetária. A escolha do nível de desemprego e inflação é vista como um trade-off permanente que poderia ser gerido por meio de políticas econômicas. 23/04/2018 102 Curva de Phillips keynesiana Curva de Phillips keynesiana Uma visão keynesiana do trade-off desemprego-inflação 23/04/2018 103 W Ns (Pe0) W0 PMgN.P0 PMgN.P1 N0 N1 W1 P Y Ys(Pe0) P0 P1 Yd0 Yd1 A B Y0 Y1 π μ CPCP N μ1 π1 Curva de Phillips keynesiana Curva de Phillips keynesiana Uma visão keynesiana do trade-off desemprego-inflação 23/04/2018 104 W Ns (Pe0) W0 PMgN.P0 PMgN.P1 PMgN.P2 N0 W1 W2 P Y Ys(Pe0) P0 P1 Yd0 Yd1 Y0 Yd2 P2 π μ CP N Ns (Pe1) Ns (Pe2) Ys(Pe1) Ys(Pe2) N1 Y1 μ0μ1 π1 Curva de Phillips keynesiana Oferta Agregada (mark-up), inflação de custo e conflito distributivo Lopes e Vasconcelos, cap.7 Sicsú, J. (2002) 26/04/2018 105 1. Síntese Neoclássica Curva de Oferta Agregada com base em mark-up • Salário nominal e o mercado de trabalho W = W-1 [1-δ(μ – μN)] δ = sensibilidade do salário nominal em relação ao desemprego (δ > 0) μ = taxa de desemprego = (NT – N)/NT Definida em função da relação entre o total de trabalhadores dispostos a trabalhar e o total de trabalhadores empregados. μN = taxa de desemprego natural = (NT – NP)/NT Definida em função do desemprego existente mesmo em situação de equilíbrio de longo prazo, isto é, em pleno emprego, associado a “problemas friccionais” relativos a recolocação de trabalhadores ou novos ingressantes a procura de melhores oportunidades. 23/04/2018 106 Curva de Oferta Agregada e Mark-Up Curva de Oferta Agregada com base em mark-up • Salário nominal e o hiato do produto W = W-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δ(NP – N)/NT)] Em pleno emprego: μ = μN => (NT – N)/NT = (NT – NP)/NT N = NP => W = W-1 Lei de Okun: μ – μN = λ (YP – Y) λ > 0: sensibilidade do desemprego em relação ao hiato do produto (ex. quanto cresce o produto quando o desemprego decresce 1%) W = W-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δλ (YP – Y)] 26/04/2018 107 Curva de Oferta Agregada e Mark-Up Curva de Oferta Agregada com base em mark-up • Salário nominal, mark-up e a curva de Oferta Agregada Pode-se considerar que as empresas em ambiente de concorrência imperfeita formam seus preços de acordo com uma regra de mark- up (γ > 1: adicional sobre custos diretos). P = γW W = W-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δλ (YP – Y)] P = γW = γW-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δλ (YP – Y)] P-1 = γW-1 P = P-1 [1-δ(μ – μN)] = P-1 [1-δλ (YP – Y)] P = P-1 [1-δλ (YP – Y)] 26/04/2018 108 Curva de Oferta Agregada e Mark-Up Curva de Oferta Agregada com base em mark-up Frente a uma elevação da demanda, por exemplo, a economia é capaz de responder no curto prazo. Ns = (W/Pe) onde Pe = P-1 Nd (Y, W/P) W = W-1 [1-δ(μ – μN)] = W-1 [1-δλ (YP – Y)] P = γW = P-1 [1-δλ (YP – Y)] 26/04/2018 109 P Y P0 Ys0 (Pe0) YP P1 Y’0 Y1 B C A Ys1 (Pe1>Pe0) NP N1 W N Ns (Pe0) Nd (P0/γ) A B W0 Nd (P1/γ)W1 C Ns (Pe1) Yd0 Yd1 Curva de Oferta Agregada e Mark-Up Curva de Oferta Agregada com base em mark-up – longo prazo Mas tende a voltar ao pleno emprego no longo prazo. O mesmo aconteceria em sentido inverso no caso de queda da demanda e desemprego, que provocaria queda sucessiva dos salários nominais e preços até o pleno emprego. O pleno emprego seria condição para estabilidade de preços e nível para o qual a economia tenderia no longo prazo. 26/04/2018 110 P Y P2 YP P1 YsCP1 YsLP Pn YsCP2 YsCPn Yd0 Y1Y2 P-1 ... ... Curva de Oferta Agregada e Mark-Up A curva de Phillips keynesiana Taxa de variação do salário nominal depende do nível de desemprego (Phillips/Lipsey) W = W-1 [1-δ(μ – μN)] w = (W - W-1)/W-1 = -δ(μ – μN) 26/04/2018 111 w μμ w1 μ2μ1 w2 0 P = γW P = P-1 [1-δ(μ – μN)] Por aproximação: π = -δ(μ – μN) π μ μN π1 μ2μ1 π2 0 CP Curva de Oferta Agregada e Mark-Up Inflação de custo Causada por elevação dos custos componentes da oferta agregada – salários, custo de matéria-prima (nacional ou importada), impostos e lucros. O repasse das pressões de custo para o preço tende a ser maior quão menor o hiato do produto e maior o grau de monopólio. O caso específico de inflação de salário ocorre quando os trabalhadores conseguem aumentos salários por meio de negociações com os empresários e parte deste aumento dos salários é repassado aos preços. 26/04/2018 112 Inflação de Custo e Conflito Distributivo Inflação de custo Quão menor o hiato do emprego (taxa de desemprego corrente – taxa de desemprego natural), mais fácil será para os trabalhadores conseguirem elevações salariais e, ao mesmo tempo, para os empresários repassarem o aumento de custos aos preços, o que será reforçado em caso de grau de monopólio mais elevado, eliminando, parcialmente, os ganhos reais dos trabalhadores. Elevações da produtividade, por outro lado, aumentam a margem para elevações salariais sem pressões sobre a margem de lucros e preços. 26/04/2018 113 Inflação de Custo e Conflito Distributivo Inflação de grau de monopólio ou de lucros Refletem, em grande parte, mudanças nos níveis de mark-up que ocorrem quando empresários percebem que a demanda possui elasticidade favorável à elevação da margem de lucro via elevação de preços.Esta elevação depende, em grande parte, da existência de uma estrutura de mercado oligopolizada sob conluio e da força dos sindicatos dos trabalhadores que buscam elevações do salário nominal para recompor o salário real. 26/04/2018 114 Inflação de Custo e Conflito Distributivo Expectativas adaptativas e a Curva de Phillips Aceleracionista Formulação geral da Curva de Phillips π = πe – ϕ(μ – μN) + ε Causas da inflação: i.inflação inercial (πe > 0) ii.inflação de demanda (μ – μN) < 0 iii.inflação de custo (ε > 0) Curva de Phillips – Formulação Geral 26/04/2018 115 π μμN 0 πe = 0 πe = π1 μ* π* A B Flutuações e Política Econômica Froyen, cap.8 e 10.3 23/04/2018 116 1. Síntese Neoclássica Curva de Phillips keynesiana Conforme colocado anteriormente, a inclinação positiva da curva de oferta agregada permite que políticas econômicas que afetem a demanda agregada tenham impacto sobre o produto e emprego da economia, ao contrário da visão clássica, em que a política fiscal gerava apenas recomposição da demanda e a política monetária, inflação. Na visão keynesiana, mesmo com preços flexíveis, que variam para manter a condição de maximização de lucros da empresa ou seu mark- up, os resultados inicialmente apresentados no modelo IS-LM com preços fixos são mantidos, mas o efeito das políticas sobre o produto são menores. Choques na economia decorrentes, por exemplo, de variações no investimento autônomo ou na preferência pela liquidez, que alteram a demanda, também afetam o produto e o emprego. 23/04/2018 117 Flutuações e Política Econômica Política Monetária Expansionista 23/04/2018 118 r Y LM(M0/P0) r0 r1 r’1 IS0 P Y Ys Y0 Y1 Y’1 P0 P1 LM(M1/P1) LM(M1/P0)A C B Yd(M0) Yd(M1) A C B Y0 Y1 Y’1 Flutuações e Política Econômica O resultado de uma política monetária expansionista é a elevação do produto e queda dos juros. O efeito, no entanto, é menor do que a situação inicialmente considerada no modelo IS-LM com preços fixos, tendo em vista que a elevação dos preços anula parcialmente o aumento da oferta de moeda. Política Fiscal Expansionista Flutuações e Política Econômica 23/04/2018 119 r Y LM(M0/P0) r0 r1 r’1 IS0(G0) P Y Ys Y0 Y1 Y’1 P0 P1 LM(M0/P1) A C B Yd(G0) Yd(G1)A C B Y0 Y1 Y’1 IS1(G1) O resultado de uma política fiscal expansionista é a elevação do produto e dos juros. A elevação dos juros, no entanto, é maior do que no modelo IS-LM original, tendo em vista a contração dos encaixes reais gerada pela elevação de preços, e, como consequência, a elevação do produto é menor, uma vez que há maior deslocamento do investimento. O caso keynesiano Flutuações e Política Econômica 23/04/2018 r Y IS0 P Y Y0d (M0) LM (M1/P1) LM (M0/P0) A A B B Y0 Y0 Y1 Y1 P0 r0 r1 Y1d (M1) • Política Monetária Expansionista • Política Fiscal Expansionista P1 Ys r Y P Y Y0d (G0) LM (M0/P1) A A B B Y0 Y0 Y1 Y1 P0 r0 Y1d (G1) P1 Ys 120 IS1(G1) IS0(G0) Na visão Keynesiana, apesar de a política monetária também ser capaz de influenciar o nível de produto e emprego da economia, devido à possibilidade de a economia se encontrar em situação de armadilha da liquide e baixa elasticidade-renda do investimento (que se reflete em LM mais plana, IS mais inclinada e curva de demanda agregada mais inclinada), a política fiscal seria considerada mais eficaz para estimular a economia. A política monetária deveria compensar alterações na PPL e pressões sobre os juros decorrente de crescimento. LM (M0/P0) r1 A curva de Phillips keynesiana e a Política Econômica A existência de um trade-off estável oferecia às autoridades um menu de possibilidades de combinações entre inflação e desemprego para escolha de política econômica (fiscal e monetária). Na visão keyensiana, as políticas econômicas deveriam ser usadas para estabilizar o produto e emprego frente a choques de oferta e, em particular, de demanda (decorrentes da instabilidade potencial do investimento). Flutuações e Política Econômica 23/04/2018 121 P Y P1 Ys YP P0 Y1 Yd Y’d Y’s Y’’d Y’’s π μ μN π1 μ2μ1 π2 0 CP Y’’’d P3 P2 Taxa natural de desemprego, expectativas adaptativas e a curva de Phillips aceleracionista Froyen, cap.10 (cap.9 – complementar) 23/04/2018 122 2. Monetarista Monetaristas x Keynesianos Os monetaristas, que têm como autor de referência Milton Friedman, contrapõem-se aos keynesianos buscando mostrar a importância da política monetária, sendo as variações na oferta de moeda o principal determinante das flutuações da renda no curto prazo, apesar de permanecer neutra no longo prazo, tendo como proposição fundamental a adoção de regras para condução da política monetária. O setor privado, na visão dos monetaristas, seria inerentemente estável, isto é, não seriam, por exemplo, variações nas decisões autônomas de investimento, a principal causa das flutuações, mas interferências do governo. Monetaristas 23/04/2018 123 Reformulação da TQM Para levar em conta as contribuições de Keynes, Friedman reescreve a demanda por moeda como sendo influenciada pela taxa de retorno dos demais ativos (títulos, ações e bens duráveis), que tem relação direta com a velocidade de circulação da moeda. No entanto, Friedman considera que a demanda por moeda é estável e que a elasticidade-juros da demanda por moeda é baixa, portanto, apesar de não ser mais constante, como na visão clássica, V é considerada estável e alterações na oferta de moeda têm reflexo sobre a renda nominal (PY). M = Md = k(rB, rA, rD)PY => M.1/k = MV = PY 23/04/2018 124 Monetaristas Reformulação da TQM e o lado real da economia A seguir, será apresentado o conceito de taxa natural de desemprego e a maneira como alterações nas hipóteses sobre acesso a informação e formação de expectativas, permitem que a economia opere, no curto prazo, fora da taxa natural, tornando a curva de oferta positivamente inclinada e fazendo com que variações na oferta de moeda, ao impactar a demanda, passem a ter efeitos também sobre o lado real da economia, diferentemente do resultado clássico. No longo prazo, contudo, tal como no caso clássico, a economia opera no pleno emprego e a moeda volta a ser neutra. 23/04/2018 125 Monetaristas Taxa natural de desemprego Friedman usa como referência a taxa natural de desemprego (à la Wicksell) que seria aquela resultante das livres forças de mercado, dadas as ofertas de fatores de produção, preferências, tecnologia e instituições, em geral, estáveis no curto prazo, mas sujeitas a alterações no longo prazo, que equilibra o mercado de trabalho. Sendo preços e salários flexíveis, então há convergência, no longo prazo, à taxa natural de desemprego. Taxa natural de desemprego 23/04/2018 126 NN* W Ns=g(Pe) W Nd=PMgN.P Y N Y = F(K,N) Yp N* Expectativas adaptativas e a Curva de Oferta Como os trabalhadores não conhece os preços quando negociam os salários nominais, a oferta de mão-de-obra é feita com base no salário real esperado, cuja expectativa, na visão de Friedman, é formulada de maneira adaptativa, isto é, com base na inflação do período passado. No entanto, se houver elevação do crescimento da oferta de moeda, da demanda e da inflação, acima da esperada, os trabalhadores sofrerão ilusão monetária e aceitarão trabalhar mais, tornando a curva de oferta positivamente inclinada. Expectativas Adaptativas 24/04/2018 127 P Y P0 B A Yp Y1 Ys(Pe0) P1 NN* W Nd (P0) W1 W0 N1 Ns (Pe0) Nd (P1) Expectativas adaptativas e a Curva de Phillips O trade-off entre desemprego e inflação, como foi visto anteriormente, pode ser retratada pela curva de Phillips. Expectativas Adaptativas 26/04/2018 128 P Y P0 B A Y* Y1 Ys(Pe0) P1 π μ 0 π1 μ1 A B CPCP(πe=π-1) μN NN* W Nd (P0) W1 W0 N1 Ns (Pe0) Nd (P1) Ns (W/Pe) e Nd (W/P) onde Pe f(πe) Y = YP + α(P – Pe) P = Pe – (1/α). (YP – Y) = Pe – (1/αλ). (μ – μN) P = Pe – ϕ(μ – μN) ϕ = 1/αλ é a sensibilidade dos preços à taxa de desemprego em funçãoda sensibilidade do produto em relação ao emprego e dos preços em relação ao produto. P – P-1 = Pe – P-1 – ϕ(μ – μN) Por aproximação: π = πe – ϕ(μ – μN) + ε Expectativas adaptativas e a Curva de Phillips Aceleracionista Curva de Phillips Aceleracionista (CP) 23/04/2018 129 π μμN 0 πe = 0 πe = π1 μ1 π1 A B P Y P1 Ys YP P0 Y1 Yd Y’d Y’s Y’’d Y’’s Y’’’d P3 P2 Friedman e Phelps, no entanto, negam a existência de um trade-off permanente entre inflação e desemprego, questionando a especificação original da Curva de Phillips, onde a taxa de mudança no salário era independente da taxa de inflação. Se as expectativas forem adaptativas, considerando a inflação passada (e não apenas o preço passado), então, novas elevações de preço à mesma taxa já serão esperadas e não serão capazes de gerar efeitos reais. Expectativas adaptativas e a Curva de Phillips Aceleracionista Curva de Phillips Aceleracionista (CP) 26/04/2018 130 π μ π1 μ1 0 CP0(πe1=0) CPLP(πe=π) A B C CP1(πe2=π1) π2 π3 D E F G CP2(πe3=π2) CP3(πe4=π3) Para voltar a afetar o lado real da economia, isto é, para que a expansão da oferta de moeda afete a demanda e consiga elevar a produção e emprego, será preciso gerar uma expansão monetária ainda maior, com pressão ainda mais acentuada sobre os preços, de forma que a ilusão monetária seja recolocada. Num momento seguinte, contudo, esta nova inflação mais elevada também será elevada e efeitos reais só poderão ser mantidos a custa de uma inflação crescente. μN π = πe – ϕ(μ – μN) + ε πet = πet-1 + β(πt-1 – πet-1), β é a velocidade de correção das expectativas Curva de Phillips de Longo Prazo Curva de Phillips Vertical (LP) 26/04/2018 131 No longo prazo, o trade-off entre inflação e desemprego seria eliminado, as expectativas são capazes de se ajustar à inflação efetiva e a curva de Phillips torna- se vertical. Portanto, no longo prazo, uma política monetária expansionista teria como resultado exclusivamente a elevação da inflação. π μ π1 μ0 0 μ* CP0(πe1=0) CPLP(πe=π) A B C CP1(πe2=π1) π2 π3 D E F G CP2(πe3=π2) CP3(πe4=π3) π = πe – ϕ(μ – μN) + ε π = πe e ε = 0 => μ = μN Flutuações e Política Econômica Froyen, caps. 9 e 10 23/04/2018 132 2. Monetarista Política Monetária, Inflação e Desemprego Como a moeda pode alterar a renda nominal e, no curto prazo, a renda real, então Friedman defende a estabilidade no comportamento da oferta de moeda (taxa definida e conhecida de crescimento de M) para assegura a estabilidade da economia. Em particular, a política monetária não deveria ser usada para estimular a economia e tampouco de maneira anti-cíclica, tendo em vista o desconhecimento dos “choques” (intensidade e efeitos) e as defasagens da política monetária. A política monetária só teria efeitos reais sobre a economia a custa de uma inflação crescente (curva de Phillips aceleracionista) e, mesmo assim, apenas no curto prazo. No longo prazo, política monetária expansionista se reverteria apenas em inflação (curva de Phillips vertical). 23/04/2018 133 Política Econômica Política Monetária – Curto Prazo Política Econômica 24/04/2018 134 r Y IS P Yd (M0) A B Yp Y1 P0 P1 Yd (M1) Y Ys(Pe0) LM’(M1/P1) LM(M0/P0) π μ0 π1 μ1 A B CPCP(πe=π-1) μN Yp Y1 A B NN* W Nd (P0) W1 W0 N1 Ns (Pe0) Nd (P1) Política Monetária – Longo Prazo Política Econômica 24/04/2018 135 r Y IS P Yd (M0) A B Yp P0 P1 Yd (M1) Y YsCP(Pe0) LM(M0/P0=M1/P1) π μ0 π1 A B CPCP(πe=π-1) μN Yp CPLP(πe=π) NN* W Nd YsLP (Pe=P) A=B Ns (Pe) W Controle da Inflação e a Taxa de Sacrifício Uma política monetária contracionista reduziria a demanda e a pressão sobre os preços. Como a inflação esperada ainda seria mais alta, menores reajustes do salário nominal levariam os trabalhadores a crer que houve queda do salário real, reduzindo a oferta de mdo e elevando o desemprego. Ao perceberem a queda da inflação, as expectativas seriam ajustadas e a economia voltaria ao pleno emprego. A taxa de sacrifício indica o quanto se perde de produto em termos percentuais para reduzir a inflação em 1%. A partir da Lei de Okun, é possível expressar a taxa de sacrifício em termos de desemprego e calcular em quanto e por quanto tempo deve-se aumentar o desemprego para reduzir a inflação. Política Econômica 24/04/2018 136 Controle da Inflação e a Taxa de Sacrifício Para reduzir a inflação, pode-se optar por um choque deflacionário, onde a elevação de preços é rapidamente controlada, mas ao custo de alto desemprego, ou um ajuste gradual, com o desemprego situando-se pouco acima da taxa natural, mas por mais tempo, conforme a inflação é progressivamente controlada. Política Econômica 24/04/2018 137 π μμN 0 πe = 0 πe = π0 μ’’ A BC π0 Ajuste gradual Choque deflacionário π μμN 0 πe = 0 πe = π0 μ’ π0 A BC DE FG HI Monetaristas e a Política Fiscal M = Md = k(rB, rA, rD)PY => M.1/k = MV = PY Contrapondo-se à visão keynesiana, os monetaristas acreditam que a política fiscal não seria capaz de gerar um impacto significativo sobre o nível de demanda, tendo em vistas as hipóteses de alta elasticidade-juros do investimento e baixa elasticidade-juros da demanda por moeda. A expansão do déficit orçamentário financiada por emissão de títulos, geraria pressão sobre a taxa de juros e deslocamento do investimento, caracterizando um efeito similar àquele apontado pelos clássicos (efeito crowding-out), que, apesar de não ser total, é bastante elevado. 23/04/2018 138 r Y LM i1 c2 IS’(G1) IS(G0) Política Econômica Expectativas racionais e a curva de Phillips Froyen, cap.11 23/04/2018 139 3. Novo Clássico Novo-Clássico x Monetarista Os economistas novo-clássicos, assim como os monetaristas, têm suas origens na economia clássica e defendem a condução da política econômica de maneira não-intervencionista. Robert Lucas é o principal representante da escola novo-clássica, que assume uma posição ainda mais crítica quanto ao uso de política econômica ativa de estabilização. Na visão de Lucas, as variáveis reais da economia seriam insensíveis a políticas de administração da demanda agregada não só no longo prazo, conforme a visão monetarista, mas também no curto prazo. Isto é, a política econômica seria incapaz de influenciar de maneira sistemática o comportamento do produto e emprego da economia. Novo-Clássico 23/04/2018 140 Expectativas racionais Criticando a hipótese keynesiana (preços passados) ou monetarista (inflação passada) de uso apenas de informações passadas para formação de expectativas, os novo-clássicos consideram que os agentes fazem o melhor uso possível das informações públicas disponíveis, incluindo informação sobre política econômica, para formar suas expectativas sobre o valor futuro das variáveis de forma que não cometem erros sistemáticos. Os agentes não têm informação perfeita, podendo cometer erros não sistemáticos, mas sempre acertam na média o valor efetivo das variáveis. Logo: E(πe) = π, onde os erros de previsão () são i.i.d, com média zero e variância mínima. Agentes agem “como se” conhecessem o funcionamento da economia (relação entre variávies observadas e esperadas). Neste sentido, tendo como referência teórica “implícita” a TQM, os agentes formulariam expectativa de inflação com base em informações sobre variação na oferta de moeda. Expectativas Racionais 24/04/2018 141 Expectativas racionais e a Curva de Oferta Assim, considerando-se expectativas racionais, uma política monetária expansionista conhecida, mesmo que eleve a expansão monetária e a inflação em relação à inflação passada, ainda assim será incapaz de influenciar o produto e emprego, com efeitos apenas sobre preços (A-B). Os agentes não são iludidos pela elevação do salário monetário mesmo no curto prazo e exigem elevações proporcionais à elevação de preço esperada. Como os agentes não têm informação perfeita, contudo, se a mudança não for esperada (caráter surpresa), então haverá ilusão monetáriae impacto sobre o lado real da economia (A-B’). Expectativas Racionais 24/04/2018 142 W N Ns (Me0,...) W0 N* N’1 W1 W’1 Nd (P0) Nd (P’1) Ns (Me1, ...) Nd (P1) P Y YsCP (Me0, Ge0, Te0, Ie0, ...) YP Y’1 P0 P1 YsCP (Me1, Ge0, Te0, Ie0, ...) Yd (M0, G0, T0, I0) Yd (M1, G0, T0, I0) P’1 YsLP A B B’ A B B’ •Nd (W/P) •Ns (W/Pe) •Pe f(Me, Ge, Te, Ie, ...) Expectativas racionais e a Curva de Oferta Vale notar que, no caso da escola novo-clássica, considera-se que os empresários também podem sofrer problema de extração de sinal em contexto de informação imperfeita, além dos trabalhadores. Frente a alterações no nível geral de preços, os empresários podem ter dificuldade de indentificar se a elevação é de preços absolutos, reflexo de uma política monetária expansionista, ou relativos, reflexo de recomposição da demanda em direção ao seu produto. Se o distúrbio monetário for entendido como um disturbio real, então os empresários irão elevar sua produção e contratar mais mão-de-obra. Expectativas Racionais 24/04/2018 143 Expectativas racionais e a Curva de Phillips No que diz respeito ao trade-off entre desemprego e inflação, segue que, mesmo no curto prazo, se o choque causado, por exemplo, por uma política monetária expansionista, for esperado, haverá inflação sem redução do desemprego (A-B). π = πe – ϕ(μ – μN) + ε π = πe e ε = 0 => μ = μN Mas, se houver uma surpresa, então seria possível reduzir temporariamente o desemprego em troca de uma inflação mais elevada (A-B’). Expectativas Racionais 26/04/2018 144 π μμN 0 CPLP (πe=π) π1 π2 π3 A B’ C D CPcp (πe=π+) B Expectativas racionais, Curva de Oferta e a Curva de Phillips no LP No longo prazo, permanecem os resultados apresentados pelos monetaristas, isto é, há informação perfeita e ausência de eventos inesperados, as expectativas tendem a ser corretas e a taxa de desemprego é igual à taxa natural – variações na demanda impactam apenas os preços – curvas de oferta e de Phillips verticais. Curva de Phillips Vertical 24/04/2018 145 π μμN 0 CPLP (πe=π) π1 A B W N Ns (Me0, ...) W0 N* W1 Nd (P0) Ns (Me1,...) Nd (P1) P Y YsCP (Me0,...) YP P0 P1 YsCP (Me1,...) Yd (M0, ...) Yd (M1,...) YsLP A B A B Modelo de ciclo monetário e política econômica Froyen, cap.11 24/04/2018 146 3. Novo Clássico Ciclo Monetário e Política Econômica Na visão dos novo-clássicos, se as ações forem antecipadas, mesmo modificando preço e inflação em relação aos períodos anteriores, não teria nenhum efeito real. Como os agentes seriam capazes de aprender qualquer regra sistemática de ação política, não haveria espaço para uma ação política coordenada afetar de maneira consistente os níveis de produto e emprego da economia. O resultado de ações de política econômica não antecipadas, por outro lado, seria o mesmo sugerido pelos economistas monetaristas, isto é, afetaria o lado real da economia de maneira temporária, sendo fonte de instabilidade. Ciclo Monetário e Política Econômica 26/04/2018 147 Ciclo Monetário e Política Econômica Uma expansão monetária surpresa, num primeiro momento, seria capaz de elevar o produto e emprego. Mas, com o passar do tempo, os trabalhadores perceberiam que o salário real não aumentou e voltariam a oferta de trabalho para o nível inicial (de pleno emprego), enquanto os empresários, da mesma forma, percebem que não houve elevação dos preços relativos, apenas absolutos, e retraem a oferta de volta ao nível inicial, que resulta em inflação combinada ao produto e emprego às taxas naturais. Assim, apenas choques poderiam resultar em efeitos reais transitórios, mas não faria sentido conduzir a política econômica por meio de “choques sucessivos” que, por definição, geram instabilidade (ciclos monetários) e seriam incapazes de levar a economia em direção a um objetivo predefinido. Ciclo Monetário e Política Econômica 26/04/2018 148 Ciclo Monetário e Política Econômica Ciclo Monetário e Política Econômica 26/04/2018 149 W N Ns (Me0, Ge, Te, Ie, ...) W0 N* N’1 W1 W’1 Nd (P0) Nd (P’1) Ns (Me1, Ge, Te, Ie, ...) Nd (P1)A B B’ P Y YsCP (Me0, Ge0, Te0, Ie0, ...) YP Y’1 P0 P1 YsCP (Me1, Ge0, Te0, Ie0, ...) Yd (M0, G0, T0, I0) Yd (M1, G0, T0, I0) P’1 YsLP A B B’ π μμN 0 CPLP (πe=π) π1 π2 π3 A B’ C D CPcp (πe=π+) B r Y IS LM(M0/P0=M1/P1) Yp A=B LM’(M1/P’1) Y’1 B’ Ciclo Monetário e Política Econômica A conclusão sobre a condução da política monetária, portanto, é próxima à conclusão dos monetaristas, isto é, de que não deveria haver política econômica ativa, pois esta seria ineficaz, se conhecida, e fonte de instabilidade, se for supresa – de toda forma, incapaz de produzir efeitos reais desejados de maneira consistente. Também não se deve promover políticas anticíclicas, seja porque choques antecipados não terão efeitos na economia, seja porque choques não antecipados tampouco poderiam ser evitados pelos gestores de política econômica. E, uma vez conhecido, seus efeitos cessam e a ação política não se faz necessária. Como resultado, não há espaço para políticas econômicas de demanda agregada voltadas para estabilizar produto e emprego. Alguns autores novo-clássicos, tal como os monetaristas, defendem a condução da política econômica por meio de regras para o crescimento da oferta de moeda. Ciclo Monetário e Política Econômica 26/04/2018 150 O custo da desinflação Por outro lado, caso a economia experimente inflação elevada e o gestor da política econômica tenham credibilidade, a taxa de sacrifício é nula para reduzir a inflação frente ao anúncio de um plano consistente, influenciando as expectativas dos agentes. Ou seja, com expectativas racionais e credibilidade, é possível eliminar a inflação sem nenhum custo em termos de desemprego. Política Econômica 26/04/2018 151 π μμN 0 CPcp = CPLP π1 A B Novo-clássicos e a Política Fiscal Os economistas novo-clássicos defendem a condução da política fiscal de forma “responsável” para não comprometer a possibilidade de se manter a condução da política monetária não- inflacionária de maneira crível. A interação entre as políticas estaria associada à possibilidade de grandes déficits levarem à necessidade de emissão de moeda como forma adicional de financiamento dos gastos públicos. Adicionalmente, instabilidade na condução da política fiscal causaria incerteza e dificultaria a previsão correta do comportamento das variáveis econômicas com base em expectativas racionais, sendo fonte de instabilidade para economia. Política Econômica 24/04/2018 152 Modelo de ciclo reais de negócios e política econômica Froyen, cap.12 26/04/2018 153 3. Novo Clássico Ciclos Reais de Negócios Os modelos dos ciclos reais de negócios pode ser considerados como uma segunda geração dos modelos novo-clássicos e que tem como seu principal representante o Robert Barro. Esta escola busca desenvolver os microfundamentos associados às decisões dos agentes que suportam os resultado macroeconômicos, respeitando a ideia de que as decisões são otimizadoras tomadas por parte de agentes racionais maximizadores. Na visão dos autores desta escola, as flutuações não seriam resultado de mudanças não antecipadas na demanda, decorrentes, por exemplo, de política monetária surpresa, mas resultado das reações dos agentes às mudanças nas oportunidades da economia, que refletem alterações em fatores reais do lado da oferta. Ciclos Reais de Negócios 26/04/2018 154 Ciclos Reais de Negócios Eventos que podem impactar fatores reais da oferta são: • Choque tecnológico • Variações nos preços reais realtivos (ex. mat.prima) • Mudança alíquota tributária • Mudança nas preferências Estes fatores eram considerados estáveis a curto prazo para os economistas da escola clássica, mas passam a ser visto como sujeitos a alterações mesmo no curto prazo pelos autores da teoria dos ciclos reais de negócios. Ciclos Reais de Negócios 26/04/2018 155 Modelo de Ciclos Reais de Negócios O modelode ciclos reais de negócios considera uma economia formada por agentes representativos, cuja utilidade deriva do consumo (C) e do lazer (le). Ut = U(Ct,let) A economia produz bens a partir da combinação de capital (K) e trabalho (N), ambos fatores de produção variáveis mesmo no curto prazo, com o resultado influenciado pela tecnologia disponível (z). E o produto resultante será consumido (C) ou poupado (S). Yt = ztF(Kt,Nt) = Ct + St A poupança, por sua vez, irá gerar igual investimento e, portanto, ampliação da capacidade produtiva. Kt = St + (1-)Kt Ciclos Reais de Negócios 26/04/2018 156 Modelo de Ciclos Reais de Negócios Supondo um choque tecnológico positivo que aumente a produtividade do trabalho, então haveria um deslocamento da função de produção. Y = z1F(K,N), onde z1 > z0 O resultado sobre a economia depende da característica dos choques – transitórios ou permanentes. Ciclos Reais de Negócios 26/04/2018 157 Y Yo NNo NNo W/P Ns (W/P)o Y = z0F(K,N) PMgN0 = Nd0 Y1 Y = z1F(K,N) PMgN1 = Nd1 N1 N1 (W/P)1 Y’1 Modelo de Ciclos Reais de Negócios Se o choque for considerado transitório, os agentes alocarão maior tempo ao trabalho para aproveitar a elevação temporária da produtividade marginal e do salário real. Consequentemente, o nível de produção será ainda maior do que seria para a mesma quantidade de trabalho e a nova tecnologia, assim como a poupança, o investimento e o aumento da capacidade produtiva. A capacidade produtiva ainda mais elevada terá efeitos subsequentes, viabilizando uma produção maior nos períodos seguintes, fazendo com que o choque transitório tenha efeitos persistentes. Se o choque for considerado permanente, então, como os agentes sabem que a produtividade e o salário real sofrem elevação duradoura, não farão um esforço concentrado, como no caso anterior, elevando menos o trabalho e o produto num momento inicial, com impactos menos acentuados mas mais persistente na economia. Ciclos Reais de Negócios 26/04/2018 158 Ciclos Reais de Negócios e a Política Econômica Assim, as respostas dinâmicas dos agentes otimizadores frente às mudanças gerariam efeitos econômicos de longa duração. As flutuações seriam reusltado do comportamento maximizador dos agentes e retrataria um fenômeno de equilíbrio que não deve ser eliminado pela política econômica, ou seja, não há espaço para política econômica ativa. A política monetária deveria focar no controle do nível de preços por meio de crescimento lento e estável da oferta de moeda. E a política fiscal deveria minimizar as distorções geradas sem prejudicar a oferta dos serviços públicos indispensáveis por meio de uma compatibilização das políticas fiscal e monetária (tendo em vista que variações na oferta de moeda é uma maneira de financiar o gasto público, além dos tributos). Política Econômica 26/04/2018 159
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