Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PAULA LINDA SILVA DA FONCECA A INFLUÊNCIA DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA SINOP/ MT 2018/1 PAULA LINDA SILVA DA FONCECA A INFLUÊNCIA DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Letras, da Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Campus de Sinop, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Letras. Orientadora: Profa. Doutoranda Helenice Joviano Roque - Faria SINOP – MT 2018/1 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que me deu forças para seguir em frente de cabeça erguida, mesmo diante de inúmeras dificuldades encontradas no caminho. À minha família, mãe Luzia Alves Silva da Fonceca e pai Claudineis Rosa da Fonceca que sempre me instruíram no caminho da educação. Á meu irmão Adriano Silva Fonceca por acompanha essa trajetória e principalmente ao meu esposo Claudio Roberto Engelmann que me deu todo o apoio necessário para prosseguir e ir em frente em busca dos meus objetivos. À minha orientadora professora Doutoranda Helenice Joviano Roque-Faria por ter me disponibilizando vários materiais para a minha pesquisa e me orientando sabiamente. À Prof. Ma. Betsemens B. De Souza Marcelino, Coordenadora de TCC nesta última etapa pelo acompanhamento e incentivo na condução deste trabalho. À minha turma, que desde o início, se manteve unida ajudando uns aos outros, Alana, Ana Arlete, Cristiane, Djane, Elivaldo, Larissa, Maura, Maicon e Vera. À cooperação de todos os profissionais da educação que de alguma maneira contribuíram para que este trabalho se realizasse. E a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. “O educador só descobre que é capaz de ensinar quando põe em prática o seu fazer pedagógico, e acredita-se que se aprende ser educador à medida que mais se ame ensinar, e mais se estude a respeito.” (Paulo Freire) Fonceca, Paula Linda S. A influência das tecnologias da informação no ensino de Língua Portuguesa. 2018/1. 43 folhas, Trabalho de Conclusão de Curso. – UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso. Campus Universitário de Sinop. RESUMO Este trabalho de pesquisa discute sobre as influências das tecnologias da informação no ensino de Língua Portuguesa. Frente às novas tecnologias é fundamental que o/a aluno/a aprenda a entender a língua como um processo complexo, mas estimulante. De outra forma, o profissional da educação deve estar apto atender as demandas educacionais na era digital. Assim, o foco principal da pesquisa é discutir de que maneira a tecnologia influencia o aprendizado da Língua Portuguesa em contexto escolar. Com base em autores como ROJO (2009), SAUSSURE (2012), LÉVY (1999), ZIMERMAN (2009), ALMEIDA (2015 E 2009), KENSKI (2008), BUZATO (2016), PALFREY e GASSER (2011) e ROQUE-FARIA (2014) e na perspectiva metodológica de viés qualitativo interpretativista (BAUER E GASKELL, 2002), escolhemos como instrumento, questionários aplicados a três professores de Língua Portuguesa de uma escola estadual de Sinop/MT e nove alunos, aleatoriamente escolhidos do mesmo locus. Nossa perspectiva é entender de que forma as tecnologias da informação influenciam no ensino de Língua Portuguesa. PALAVRAS-CHAVE: Ensino, Língua Portuguesa, Tecnologia. Fonceca, Paula Linda S. The influence of information technology on teaching Portuguese. 2018/1. 43f. Completion of course work. - UNEMAT - University of the State of Mato Grosso. University Campus of Sinop. ABSTRACT This research paper discusses the influence of information technology on Portuguese language teaching. In the face of new technologies, it is fundamental that the student learn to understand the language as a complex but stimulating process. Otherwise, the education professional must be able to meet the educational demands in the digital age. Thus, the focus of the research is to discuss how technology influences the learning of the Portuguese language in a school context. Based on authors such as ROJO (2009), SAVY (2012), LÉVY (1999), ZIMERMAN (2009), ALMEIDA (2015 AND 2009), KENSKI (2008), BUZATO (2016), PALFREY and GASSER In the methodological perspective of the qualitative interpretative bias (BAUER and GASKELL, 2002), we chose as a tool questionnaires applied to three Portuguese-speaking teachers of a state school in Sinop / MT and nine students, randomly chosen from the same locus. Our perspective is to understand how information technology influences Portuguese language teaching. KEY WORDS: Teaching, Portuguese Language, Technology. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1 1 A EDUCAÇÃO E O DENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO ................................... 2 1.1 A educação e a integração da tecnologia.............................................................9 1.2 Influência e os impactos da tecnologia digital .................................................. 4 1.3 Conhecimento e informação .............................................................................. 6 1.4 A escola e o uso das tecnologias ......................................................................... 7 1.5 O desenvolvimento teórico no espaço escolar ................................................... 8 1.6 Novas Tecnologias e o ensino de Língua Portuguesa ..................................... 10 2 O CAMINHO METODOLÓGICO ADOTADO ...................................................... 12 2.1 Caraterização da pesquisa ............................................................................... 12 2.2 Campo de pesquisa .......................................................................................... 12 2.3 Instrumento de coletas de dados ..................................................................... 13 2.4 Cenários e os participantes .............................................................................. 15 2.5 Preparando a abordagem interpretativa ........................................................ 16 3 AMOSTRA E ANÁLISES ....................................................................................... 18 3.1 os primeiros participantes: a voz dos professores .......................................... 18 3.1 Amostra dos resultados e análises, pesquisa com os alunos ........................... 25 3.3 Concepções gerais em relação ao sistema de ensino e proposta pedagógica atual ....................................................................................................................... 35 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 38 5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 40 5.1 WEBGRAFIAS..................................................................................................... 41 6.0 ANEXOS ..................................................................................................................40 1 INTRODUÇÃO Sabemos que novos tempos pedem novos letramentos, afirmou certa vez, Rojo (2009). O uso de novas tecnologias da comunicação e de informação em sala de aula nos apresenta, constantemente, que a aprendizagem também muda: já não somos mais prisioneiros de apenas uma informação, podemos agora nos libertar interagindocom outros textos, imagens e sons. Os textos trabalhados, na perspectiva dos multiletramentos são interativos, colaborativos, transgressivos, híbridos e fronteiriços. A pedagogia dos multiletramentos exige e incentiva um aluno crítico, autônomo: em vez de se discriminar o uso da internet e dos celulares e suas câmeras na escola, esses instrumentos são recursos para a interação e comunicação. O aluno não é mais objeto nos estudos, já dizia Paulo Freire (1996) não devendo, por isso, ser um depósito onde inserimos nossos conhecimentos. Para os multiletramentos, o aluno passa a ser sujeito de sua aprendizagem, transformando-se em criadores de sentido. Neste contexto vamos discutir de que forma as tecnologias da informação influenciam no ensino de língua. No primeiro capítulo, apresentamos as bases teóricas que discutem as influências digitais no meio social e no ensino de Língua Portuguesa. No segundo capítulo apresentaremos os passos metodológicos, quais sejam, a caracterização da pesquisa, o instrumento para a coleta de dados, os participantes de pesquisa e o lócus. Já no capítulo três apresentamos a análise dos dados, na tentativa de interpretar os dados coletados e oferecer uma reflexão do uso das novas tecnologias aliadas ao ensino de Língua Portuguesa, doravante LP. Nas Considerações Finais empreenderemos retomar as ideias que surgiram pelas análises e visualizaremos algumas considerações sobre as percepções do ensino atual e como vivenciam professores e alunos na era digital. 2 1 A EDUCAÇÃO E O DENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO Abordaremos nesse capítulo, de maneira breve, a influência da tecnologia na educação, especificamente no contexto escolar, ensino de LP (Língua Portuguesa) . 1.1 A educação e a integração da tecnologia Compreender a trajetória da Educação é uma parte essencial da formação dos docentes. Desde que o ensino e a aprendizagem passaram a ser planejados e formalizados. A compreensão da evolução do sistema, à expansão do ensino e os caminhos que tomou torna-se mais fácil, a partir do momento que voltarmos nosso olhar à nossa herança cultural, a evolução da economia e a estrutura do poder político. Fazendo assim a interligação dos mesmos com os valores propostos, na escola, pela demanda social de educação, de acordo com o que vem de encontro aos interesses da elite dominante que perpetuam até os dias atuais no Brasil. O controle da organização do sistema educacional vem sendo feito de forma bastante defasada em relação aos anseios da sociedade, e as necessidades crescentes do desenvolvimento econômico. Nesse contexto, Zilberman (2009, p. 17) faz um reflexão: Tudo o que mudou parece ter mudado para melhor –MENOS A ESCOLA, com suas consequências: a aprendizagem dos alunos, a situação do professor, as políticas públicas dirigidas à educação, para não se mencionarem as condições de trabalho, onde predomina a insegurança, e o espaço físico das salas de aula, degradado e degradante. Nessa concepção podemos observar que o ensino está desatualizado e em processo de comunicação convencionais, não adquirir a inovação e não buscar formas de utilizar o que as TIC’s (Tecnologia da Infomação e da Comunicação) tem a oferecer para a escola, pode afetá-la diretamente no desenvolvimento do aluno, trazendo a falta de suporte e apoio para novas pesquisas e limitação de conhecimento. A tecnologia educacional não é uma atividade recente se levarmos em conta a inserção as mídias na educação. Desde o começo do registro da palavra escrita, passando ao uso de novas mídias, vemos evidências de discussão sobre o impacto dessas mediações no processo de ensino e aprendizagem. 3 Nas décadas de 1950 e 1960, a tecnologia educacional se integrou aos estudos vigentes em psicologia educacional. Em 1971, foi realizado, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), um seminário sobre o uso de computadores no ensino de Física, bem como a I Conferência Nacional de Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior (I CONTECE) no Rio de Janeiro. Outras experiências surgiram como o uso de software para simulação no ensino de química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1973. As experiências culminaram no primeiro grande projeto de escopo nacional, o projeto EDUCOM no início dos anos 80 em cinco universidades brasileiras (UFMG, UFRGS, UFPE, UNICAMP e UFRJ). O projeto teve como objetivo articular os estudos desenvolvidos na universidade, que agiriam em consórcio, realizando de projetos em parcerias com escolas. Atualmente tendemos a associar a tecnologia a artefatos eletrônicos como o computador ou o tablet. No entanto, o giz e lousa, tido como artefatos antiquados (antigamente eram feitas de pedra - ardósia) bem como os livros impressos são tecnologias sofisticadas, largamente utilizadas ao redor do planeta. Um dos grandes desafios para os sistemas de ensino é a reflexão sobre o papel do desenvolvimento tecnológico e seus artefatos e sistemas (atualmente associados às TIC’s) no ambiente educacional, tais como o papel da internet, da televisão e do rádio que funcionam como meios educativos formais ou informais. Conforme afirma Kenski (2008, p. 44). A maioria das tecnologias é utilizada como auxiliar no processo educativo. Não são nem o objeto, nem a sua substância, nem a sua finalidade. Elas estarão presentes em todos os momentos do processo pedagógico, desde o planejamento das disciplinas, á elaboração da proposta curricular até a certificação dos alunos [...]. O propósito é de aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem com a utilização de ferramentas tecnológicas sugerindo reformulações na didática de sala de aula como oportunidades de melhoria, assim, o educador e o educando, como utilizadores da tecnologia, são importantes fatores na construção do conhecimento. No mesmo viés com, relação as mudanças, coloca-se em questão muitos valores fortemente estabelecidos em nossa sociedade, Levy (1999) afirma que [...] estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas nos planos econômico, político, cultural e humano. [...] que tentemos compreende- la, pois a verdadeira questão não ser contra ou a favor mais sim reconhecer as mudanças qualitativas na ecologia dos signos ambiente 4 inédito que resulta da extensão das novas redes comunicação para a vida social e cultural. Apenas dessa forma seremos capazes de desenvolver estas novas tecnologias dentro de uma perspectiva humanista. Levy (1999, p.11) Nessa perspectiva, a tecnologia é, hoje, parte inerente da vida do ser humano de modo que não se consegue viver separado dela. Assim vem sendo desenvolvida há vários anos, a cada época o homem acrescenta métodos ainda mais revolucionários neste campo, coincidentemente trazendo benefícios e incertezas a humanidade. A tecnologia tem e teve, em todas as sociedades, um papel substancial no domínio da natureza, no controle do ambiente e na resolução dos problemas. O ensino de Língua Portuguesa das escolas públicas deve se adequar ao uso das novas tecnologias, pois vivemos diante de uma nova geração de estudantes e observa-se que o mundo digital está cada vez mais inserido na rotina de estudos dos alunos, seguido da grande influência que se aplica em seu contexto social. 1.2 Influência e os impactos da tecnologia digital O uso das ferramentas tecnológicas na escola agilizam as atividades desenvolvidas no dia a dia, tanto pelos alunos, como pelos professores, seja em uma pesquisa didática ou na comunicação entre eles, proporcionando novos caminhos para o ensino e colaborando dessa forma, com o processo de aprendizagem de todos. Rojo (2009, p.11) destaca “defendo que um dos objetivos principais da escola é possibilitar que os alunos participem das várias práticas sociais que se utilizamda leitura e da escrita (letramentos) na vida da cidade, de maneira ética, crítica e democrática.” A tecnologia trouxe à sociedade várias vantagens e benefícios destinados aos estudos, conhecimentos e práticas, assim como revolucionou métodos e meios pelo qual os professores passaram a ser muito mais dinâmicos e motivacionais ao ministrarem suas aulas. A influência da tecnologia desencadeou um processo interativo e avançado na educação, com distintas maneiras de se aprender, métodos organizados e elementos componentes de uma farta produção de conhecimentos. Tal influencia propõem a troca de informação voltada ao meio social adicionando a cultura, “não apenas em relação à infraestrutura material, mas quanto ao oceano de informações que a comunicação digital 5 abriga, assim como, aos humanos que navegam, habitam e se alimentam desse universo” (Lévy, 1999, p. 17). O autor destaca que a cibercultura seria, então, a cultura dotada de técnicas, valores, pensamentos e atitudes das pessoas que se articulam nesse novo espaço Palfrey e Gasser (2011) argumenta que, aprender é muito diferente para os jovens de hoje do que era a 30 anos atrás, A internet está mudando a maneira com que as crianças coletam e processam informações em todos os aspectos se suas vidas. A tecnologia desperta a curiosidade, mas não apenas isso, proporciona um maior interesse nos alunos, uma nova forma de pensar, comunicar, ajudar o próximo, estudar e aprender. Quando o conteúdo é passado de forma atraente, dinâmico, os alunos tendem a ter um maior interesse e buscam novas formas para resolver os problemas apresentados em sala de aula. As TIC’s ajudam na construção de uma comunicação mais clara, direta e global. Uma comunicação mais rápida e eficaz, que aproxima não só alunos dos professores, mas também aproxima pais e responsáveis pela escola. Com o uso das tecnologias na escola, a comunicação se torna mais fácil, seja para escola enviar um comunicado aos pais, uma atividade, ou os pais saberem como anda a vida escolar do filho. Dito assim Kenski (2008, p. 47) afirma que; “Já não se trata apenas de um novo recurso a ser incorporado a sala de aula, mas de uma verdadeira transformação, que transcende até mesmo os espaços físicos em que ocorre a educação”. Para Lévy (1999, p.158), essa nova educação deve preferir a imagem livre de espaço “espaços de conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxo, não- lineares, se reorganizando de acordo com os objetivos ou os contextos, nos quais cada um ocupa uma posição singular e evolutiva”. Afinal, o uso da tecnologia faz parte da vida das novas gerações fora da sala de aula e, por isso, a sua aplicação em benefício da educação é um importante caminho para aumentar o dinamismo das aulas. Neste sentido, Lévy coloca em foco a organização do sistema educacional e o papel do professor. Ambos devem levar em conta o crescimento do ciberespaço e o avanço da cibercultura. O educador deveria deixar o papel historicamente construído de centralizador do conhecimento para se tornar um incentivador da inteligência coletiva. No entanto, ainda que a cibercultura não seja uma verdade universal, o caminho que a 6 internet nos sugere é sem volta, portanto, precisa ser compreendido e a sociologia tem muito a contribuir. Porém, essa nova geração está habituada a procurar diversões, em jogos na internet, perdendo assim a vitalidade e vivendo mais para si mesmos e seus interesses, com resultados não satisfatórios em meio a sociedade, pois traz o isolamento e baixo rendimento escolar, crescendo com a visão de que nas redes sociais a imagem a ser passada tem que ser sempre sorrindo, para que assim ganhem curtidas e também muitos amigos e esses somente por trás da tela. Assim ao estar diante de pessoas do seu dia-dia isso não acontece tornando-se pequenos adultos, frios, presos em uma vida dupla e que com o tempo acaba perdendo o sentido e a essência, aumentando os riscos de depressão, consumismo, obesidade entre outros. Palfrey e Gasser (2011, p. 51) deixa exposto que a educação oferece a maior promessa em termos de ajudar aos jovens a enfrentar a sobrecarga de informações. Assim professores tem que sentar com as crianças para aprender as habilidades e dominar as ferramentas que elas vão precisar usar durante a vida em uma era digital. As TIC’s estão interferindo grosseiramente e diretamente na vida dos alunos dessa nova geração, ao ponto de afetar a leitura, escrita e fala dos alunos. É frustrante ter tudo para o desenvolvimento escolar e global usado de maneira errada, saber que a educação não consegue acompanhar o ritmo, Palfrey e Gasser (2011, p. 305) mostra com clareza a preocupação em que, “os pais e os professores tem muitas razões para se preocupar, eu sei, muitas delas estão relacionadas á privacidade ou aos hábitos de surfar na web de suas crianças. Mas isto é importante, e mais ainda a cada dia que passa”. É preciso ter cautela e foco na utualidade. 1.3 Conhecimento e informação Lévy com sua obra “Cibercultura” nos propõe repensar completamente o papel do conhecimento/informação/comunicação na sociedade, pois esses fatores eram vistos como algo secundário, influenciados pela política e economia, o advento da Internet nos expôs uma realidade que torna este tipo de visão ineficaz, tendo em vista que a sociedade 7 passa a fazer macro mudanças que são inexplicáveis devido a chegada da rede e, com isso, surgem novas formas de se vender, de comprar, de se informar, se comunicar e de se relacionar. Sendo assim, não é a economia ou a política e nem o social que estão provocando tais fatos, mas sim essas macro mudanças no ambiente da mídia, que envolve o conhecimento, a informação e a comunicação. “Não há uma "causa" identificável para um estado de fato social ou cultural, mas sim um conjunto infinitamente complexo e parcialmente indeterminado de processos em interação que se auto sustentam ou se inibem”. Lévy (1999, p. 28). A verdade é que a tecnologia sempre acompanhou o homem, melhor dizer que o homem, na sua evolução, sempre buscou ampliar suas tecnologias. Diga-se então que a tecnologia e a sociedade sempre estiveram lado a lado no processo evolutivo. As implicações culturais citadas pelo teórico Lévy mostra o desenvolvimento das TIC’s e da comunicação, está em campo de estudo, questões econômicas e industriais, os problemas relacionados com o emprego e as questões jurídicas. O que é a nossa sociedade não é mais local, ela engloba o mundo todo, assim como culturas, modificadas que sofreram transformações por conta de tecnologia que aproximam e interferem na sociedade. Em uma afirmação Lévy (1999, p.79) diz que “Os indivíduos ou grupos participantes são imersos em um mundo virtual, ou seja, eles possuem uma imagem de si mesmos e de sua situação.” A informação também é primordial para essa forma de cibercultura, em que o mundo é baseado diretamente na informação e tecnologia, o rendimento capitalista hoje é um ritual de devolução, o que é uma modificação e implementos que envolvem uma necessidade do ser humano de reinventar, trazendo outras formas de comunicar e informar também estão evoluindo, o que é como uma sociedade da comunicação que depende da informação para gerir sua vida. 1.4 A escola e o uso das tecnologias As escolas, em geral, possuem vários equipamentos tecnológicos, porém, em sua grande maioria, a capacidade desses equipamentos não são usados 100%, falta recurso 8 aos professores, apoito técnico e capacitação referente ao uso dessas tecnologias. O que deve ter uma sala de aula para uma educação de qualidade? Precisa fundamentalmente de professores bem preparados, motivados, e bem remunerados e com formação pedagógica atualizada. Isso é incontestável. Em relação às competências e habilidades de escrita, o professor precisa, atualmente, adquiriruma gestão dos tempos a distância combinado com o presencial. O que vale a pena fazer pela Internet que ajuda a melhorar a aprendizagem, que mantém a motivação, que traz novas experiências para a classe, que enriquece o repertório do grupo dos educadores. Os ambientes virtuais que complementam o que fazemos em sala de aula. O professor e os alunos deveriam ser “liberados” de algumas aulas presenciais para aprender a gerenciar classes virtuais, a organizar atividades que se encaixem em cada momento do processo e que dialoguem e complementem o que estavam fazendo na sala de aula e no laboratório. A falta de capacitação dos professores é a principal dificuldade encontrada para a utilização das tecnologias em sala de aula. Outro problema é a falta de infraestrutura adequada nas instituições. A pesquisadora cita escolas de ensino fundamental e médio, mas os mesmos dilemas podem ser encontradas nas universidades do país. De modo geral o uso da tecnologia ainda parte mais da ação individual do professor do que das escolas, as instituições estão se mobilizando, no Brasil e no exterior, para abraçar o digital não apenas na sala, mas em um projeto educacional mais amplo. 1.5 O desenvolvimento teórico no espaço escolar A escola trabalha de duas maneiras: recorre a objetos educacionais digitais, como vídeos, animações, imagens e infográficos, para dar suporte às aulas, e estimula a pesquisa dos alunos na internet, com a orientação do professor sobre como encontrar a informação desejada de forma segura e a partir de fontes confiáveis. Entretanto, não são só benefícios que os dispositivos móveis trazem. O colégio controla o uso quando a aula não necessita dos aparelhos e bloqueia o acesso às redes sociais, os principais vilões quando o assunto é distração. 9 Segundo Rojo, é “preciso que a instituição escolar prepare a população para um funcionamento da sociedade cada vez mais digital e também para buscar no ciberespaço um lugar para se encontrar, de maneira crítica, com diferenças e identidades múltiplas.” (ROJO, 2013, p. 7) Na Escola pesquisou-se, a tecnologia é mais usada pelos professores, embora os alunos também usufruam em determinados momentos. É preciso fazer com que o estudante participe do processo, saiba contar o que aprendeu. Para não ficar somente no virtual, fazem seminários, debates e pesquisas. Tentamos resgatar o diálogo, a conversa e discussão entre eles. Rojo (2009) faz um levantamento do conceito e a importância dos multiletramentos, a obra “Letramentos múltiplos, escola e inclusão social”, traz trabalhos e propostas realizadas pelos alunos, todos inovadores e diretamente ligados aos conceitos abordados no livro. Essas produções foram divididas em dois momentos distintos: 1. Por uma educação estética: Blog na séries iniciais, Chapeuzinho Vermelho na cibercultura, minicontos multimodais; Hipercontos multissemióticos: para promoção dos multiletramentos; Projeto arte: uma proposta didática; Gêneros poéticos em interface com gêneros multimodais. 2. Por uma educação ética e crítica: O manguebeat nas aulas de português: videoclipe e movimento cultural em rede; A canção roda-viva: da leitura as leituras; Documentário e pichação: a escrita na rua como produção multissemiótica; As múltiplas faces do Brasil em curta metragem: a construção do protagonista juvenil; Radioblog: vozes e espaços de atuação cultural. Se a teoria do letramento enfatizava a necessidade de letrar e não somente alfabetizar, hoje em dia, com as novas mídias, precisa-se renovar, reinventar nossa prática escolar, nossa didática e a própria escola, não somente letrando, mas sobretudo multiletrando. A leitura e a abordagem das práticas escolares, são extremamente relevantes para professores, alunos e interessados na área de letramento e das novas perspectivas em relação a um novo modo de ensinar. “O que se pode constatar é que os alunos não deixam de ter contato com esses saberes que se apresentam nas novas mídias; o que ocorre é que eles usam mais os meios digitais fora do ambiente escolar e para uma gama de diferentes propósitos. (Rojo, 2013, p. 57) As propostas mostram como trabalhar com Blogs, Minicontos, Radioblog, Hipercontos entre outros. Nada mais necessário e inovador na e para a escola. 10 1.6 Novas Tecnologias e o ensino de Língua Portuguesa O ensino atualmente de LP tem seu olhar voltado às práticas discursivas, a partir de atividades que envolvam o uso da língua, como produção e compreensão de textos orais e escritos em diferentes gêneros, seguidas de atividades de reflexão sobre a língua e a linguagem a fim de aprimorar as possibilidades de uso. Para trabalhar essas práticas em sala de aula, o professor de LP dispõe de vários materiais e recursos que podem auxiliar, porém junto com as diversas possibilidades, surgem as dificuldades de escolha, não basta apenas termos acesso a essas tecnologias, mas, principalmente, saber como inseri-las na busca e seleção de informações, permitindo aos alunos a interação dentro do contexto proposto. Colaborando com esse viés Roque- Faria (2014, p.45) afirma: As propostas governamentais para ensinar a Língua Portuguesa pauta- se pela criticidade e visa a formação de cidadãos reflexivos. Todavia, as pesquisas intensificam e os debates teóricos revelam grande preocupação no que tange o papel dos cursos de formação às práticas de ensino, em contexto de sala de aula de ensino básico, que parecem distanciar e divergir da realidade vivida. Não se pode continuar formando aquele ser humano mercadoria, com mão de obra barata da sociedade tecnológica, é necessário sim formar um ser humano programador da produção, capaz de interagir com os mecanismos aquênicos da comunicação. Todavia, concebe-se um ser participativo, que saiba dialogar com os novos valores tecnológicos, e não um ser humano receptor e passivo, de forma que os novos meios de inclusão digital estejam presentes como fundamentos da nova educação, onde os valores da sociedade estarão presentes e serão parte integrante desta nova escola, a qual conseguiu a superação dos recursos tecnológicos, que dantes vista apenas como um mero instrumental didático-pedagógico, ao desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação em sua globalidade espacial e temporal. Roque-Faria (2014, p. 25) ao salientar que “a educação de qualidade é direito fundamental de todo cidadão brasileiro”, segue afirmando que: Parece perdurar as alegações de que no ensino LP apenas os alunos são alvo de críticas de que “não conseguem ler e escrever”; “não desenvolvem suas habilidades de letramento em sala de aula”; “não alcançam os estímulos dados e propostos pela escola”, etc. porém, há outros domínios a serem considerados na contemporaneidade, dentre eles, o professor deve assumir a 11 posição de mediador das ações do conhecimento; e isso implica que ele se torne aprendiz e interlocutor de seu fazer docente. Roque-Faria (2014, p.57) Precisa-se focar no aluno, capacitá-lo com uma formação crítica, além de saberes técnicos e tecnológicos, para que o mesmo possa idealizar um protótipo pensante em uma sociedade automatizada, produzir em seus educandos uma consciência autônoma e capaz de fazer acontecer uma revolução da e na aprendizagem, rumo ao conhecimento. Os professores de LP podem utilizar de recursos que possibilitam essa nova linguagem, disponibilizar a produção de textos digitais, inserir imagens, criação e apresentação de slides e utilizar recursos áudio visuais. Trabalhar com hipertextos, dispondo de novas leituras, desenvolvendo assim um letramento digital. 12 2 O CAMINHO METODOLÓGICO ADOTADO Neste capítulo demonstramos o desenvolvimento da pesquisa. Neste sentido, o instrumento, os participantes e o lócus contribuirão para erigir um espaço que nos permitiráempreender as análises. 2.1 Caraterização da pesquisa Este trabalho possui um caráter de pesquisa qualitativa interpretativista, pois, como afirma Bauer e Gaskell (2012, p.15) “a pesquisa qualitativa evita números, lida com as interpretações das realidades sociais e é considerada pesquisa soft”, propõe investigar e mostrar alguns problemas encontrados na escola, neste caso, relacionado ao às tecnologias aplicadas ao ensino de LP e discutir de que maneira influencia no aprendizado, quando auxiliares e aplicadas na escola. Dessa forma, a pesquisa permitiu um contato maior com os entrevistados, dando- lhe a oportunidade de refletir sobre o processo de ensino e as tecnologias como aliadas do profissional de ensino. 2.2 Campo de pesquisa A escola pesquisada localiza-se na Rua das Avencas, 2261 Setor Comercial Sinop – MT, atende cerca de 1.500 alunos em 3 turnos (matutino, vespertino e noturno), com nível do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e o ensino médio (1º ao 3° ano). Equipamentos tecnológicos a escola possui computadores administrativos, computadores para alunos, TV, DVD, copiadora, retroprojetor, impressora, projetor multimídia (Datashow), câmera fotográfica/filmadora e sala de informática para atividades práticas dos alunos. Conta com um quadro de 52 funcionários, contém18 salas de aula cada sala com aproximadamente 33 carteiras, todas as salas possuem ar condicionado. Cada sala tem quatro janelas e um quadro branco, alguns quadros danificados e outros em posição inadequada, muito alto ou muito baixo. A escola ainda conta com uma biblioteca, não muito atualizada, sala para os professores com banheiro, bebedouro e armários 13 individuais, um laboratório de informática, com computadores antigos mas agora conta com um supervisor que está apto a auxiliar os professores, três bebedouros, são dois banheiros, um masculino e um feminino, uma cantina, três salas administrativas: a da coordenação, a secretaria e a diretoria. A escola ainda comporta um laboratório de ciências, uma quadra esportiva coberta e um amplo refeitório com aproximadamente 12 mesas grande e cada mesa com bancos grandes de cada lado. A escola está sempre buscando meios de melhorar e fazer as adaptações necessárias, porem isso requer recursos, financeiros e a colaboração dos estudantes. A escolha da escola se deu por ser localizada no centro da cidade e que recebe alunos provenientes de todos os bairros da cidade e que agrega alunos de diferentes culturas. 2.3 Instrumento de coletas de dados A pesquisa segue abordando as práticas dos professores de Língua Portuguesa em sala de aula, a preparação da escola para a globalização e o acompanhamento frente as novas tecnologias. A pesquisa foi realizada em forma de entrevista com questionários direcionados a alunos de 1º ao 3º ano do ensino médio nos três períodos e para professores Língua Portuguesa. As perguntas foram elaboradas de forma aberta para facilitar a investigação da estrutura natural das respostas, com respeito ao tópico específico. Utiliza-se como base Bauer e Gaskell (2002, p.417) enfatiza que: “Um ponto importante na construção do questionário, é que as perguntas não apenas buscam informações dos correspondentes: elas também contém informações”. Os participantes, foram convidados a pesquisa de maneiras diferentes. Aos professores foi solicitado a permissão para a aplicação do questionário de maneira individual. Aos alunos, selecionados aleatoriamente e agrupados em equipes com 3 participantes, procuramos deixar sempre claro o objetivo da pesquisa e a liberdade para quem tivesse interesse em participar. 14 Segundo Bauer e Gaskell (2002, p.75) tal procedimento objetiva trazer os alunos em grupo e “estimular os participantes a falar e a reagir àquilo, que outras pessoas no grupo dizem”, produzindo uma interação social mais autêntica. No decorrer da pesquisa foi necessário observar, de forma geral, o ambiente disponibilizado e elaborar as questões. Inicialmente, como procedimento técnico, a escolha do material bibliográfico, artigos científicos, material disponibilizado na Internet e documentos oficiais nos fez compreender melhor a delimitação do tema, de modo a preservar a identidade dos professores e alunos. Os sujeitos serão identificadas pelas letras A, B, C, D, F, G, H, I, J, K e L para os alunos para os professores as letras A, B e C. Compôs o questionário dez perguntas para professores e dez perguntas para os alunos do Ensino Médio, sendo duas perguntas periféricas e oito centrais. Os dados foram coletados, observando o tempo de formação, a interação com as novas tecnologias, a forma de aquisição de conhecimento básico de algumas ferramentas tecnológicas, a relação que concebem as novas tecnologias. Por se tratar de pesquisa qualitativa interpretativista estabelece-se um processo de compreensão entre o que a escola tem a ofertar aos alunos e aos professores e as reais condições dadas em sala de aula. Como preocupação essencial, estabelecer um ambiente natural para a geração dos dados, a pesquisadora buscou se preocupar com o processo, e não simplesmente com os resultados e o produto. 15 2.4 Cenários e os participantes A primeira etapa da pesquisa realizou-se com os professores, sendo dois licenciados em Letras Port/Inglês e um licenciado em Letras Port/Espanhol, interessados no assunto, ofereceram para contribuir com a pesquisa, pois este é um tema que abrange diretamente a área educacional e se torna interessante para o espaço pesquisado. O quadro um abaixo descreve as características dos participantes: Quadro 01 - Descrição geral dos professores entrevistados Professor Licenciado em: Formação Contínua Tempo de atuação Período em que atua na Escola Professor A Graduado em letras port/inglês Pós-graduado Latu Sensu 19 anos Matutino Professor B Graduado em letras port/inglês Doutorado em Educação 28 anos Vespertino Professor C Graduado em letras port/espanhol Pós-graduado Latu Sensu 22 anos Noturno Na segunda etapa da pesquisa, procuramos elaborar as perguntas para compor o questionário direcionado para os alunos. A divisão foi feita da seguinte forma: a) 3 alunos do período Matutino; b) 3 alunos do período vespertino; c) 6 alunos do período noturno. Importante salientar que a escolha de 06 alunos do noturno se deve ao fato que de muitos se mostraram interessados. Também como procedimento metodológico, esclarecemos ao coordenador da escola, e só iniciamos mediante uma autorização dos responsáveis. O quadro dois serve para descrever o grupo de participantes: 16 Quadro 02 - Descrição geral dos alunos entrevistados Alunos Série Idade Período Aluno A 1º Ano do Ensino Médio 17 anos Matutino Aluno B 1º Ano do Ensino Médio 17 anos Matutino Aluno C 1º Ano do Ensino Médio 17 anos Matutino Aluno D 2º Ano do Ensino Médio 17 anos Vespertino Aluno E 2º Ano do Ensino Médio 18 anos Vespertino Aluno F 2º Ano do Ensino Médio 16 anos Vespertino Aluno G 3º Ano do Ensino Médio 17 anos Noturno Aluno H 3º Ano do Ensino Médio 16 anos Noturno Aluno I 3º Ano do Ensino Médio 17 anos Noturno Aluno J 3º Ano do Ensino Médio 16 anos Noturno Aluno K 3º Ano do Ensino Médio 17 anos Noturno Aluno L 3º Ano do Ensino Médio 16 anos Noturno 2.5 Preparando a abordagem interpretativa Na análise de dados iremos utilizar da interpretação das respostas e de gráficos para esclarecimento da fala do pesquisado, interpretando as informações contidas nas entrelinhas do trabalho. Na análise entramos com mais detalhes sobre os dados, afim de conseguir respostas ás suas indagações, e procura estabelecer relações dos dados obtidos e as hipóteses formuladas. Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidadede determinado problema, analisar a interação de determinadas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos. Richardson (1999, p. 80) Entre os vários tipos de análise, a que mais aproxima-se da modalidade da pesquisa realizada é a observação participante, que segundo Richardson (1999, p. 261) define-se pelo fato de que “o observador não é apenas um espectador do fato que está sendo estudado; ele se coloca na posição e ao nível dos outros elementos humanos que compõem o fenômeno a ser observado”. Ao pesquisar nos inserimos nas atividades 17 cotidianas ligadas ao uso das novas tecnologias educacionais, o que facilita a abordagem, com grande redução dos vieses relacionados a inibições ou mudanças de rotina. Seguido do procedimento técnico de escolha bibliográfica, partiremos para a escrita do fenômeno estudado, de modo a confrontar, coletar e apresentar novos dados referentes à temática. Em seguida prosseguiremos com a pesquisa qualitativa, pois ao abordar o problema, além de interpretar as ideias e as informações não mensuráveis de modo objetivo, foi possível ainda confrontar essas interpretações com dados numéricos. A interpretação qualitativa baseou a maior parte da pesquisa, e foi substrato para a análise e interpretação dos dados numéricos da pesquisa. 18 3 AMOSTRA E ANÁLISES Abordaremos neste capítulo a compreensão dos dados coletados, buscando meditar pelas análises, de que forma as tecnologias podem mediar o ensino de LP na escola pesquisada. 3.1 Os primeiros participantes: a voz dos professores Com a pesquisa procuramos vivenciar, experimentar o espaço escolar. Ouvir os participantes é considerar a subjetividade e a complexidade das relações humanas existentes no cotidiano escolar e que muitas das vezes são ocultas. Alertamos que das 10 perguntas, duas são periféricas. O quadro três apresenta as respostas dos participantes da questão três: A escola motiva os professores a utilizarem nas suas aulas as novas tecnologias? Quadro 03 – Resposta dos professores entrevistados I PROFESSOR A B C RESPOSTA Raramente Sem recursos A metodologia do professor que exige o uso das tecnologias. O questionamento sobre o uso das tecnologias pelos professores é algo frequente nas escolas. Muitas vezes os professores inovadores por natureza, que buscam diferenciar suas aulas com a ajuda das tecnologias, mas não tem o apoio da gestão ou falta-lhes recursos. Os conhecimentos sobre letramento, multiletramentos e cibercultura são indispensáveis para a construção de uma prática docente que priorize a exploração e o uso adequado das novas tecnologias da informação e da comunicação. A escola está muito primitiva, em relação à onda tecnológica e às mudanças na sociedade atual. A responsabilidade de ofertar um ensino dinâmico e colaborando com as necessidades de 19 leituras múltiplas do contexto em que vivemos não é apenas do professor, mas de todos os atores educacionais. Afirma Rojo (2012, p.123) que é preciso “Pensar o papel da escola em um mundo globalizado e, por que não dizer, digitalizado e multifacetado, tornou-se imprescindível”, nessa perspectiva, observamos a importância do processo de ensino ligado diretamente as TIC’s, para a transformação e a inclusão do indivíduo no mundo globalizado. A representação gráfica abaixo, visualiza alguns resultados encontrados, por meio da realização dos questionários, pois objetivávamos saber que equipamentos estariam disponíveis aos professores. Sendo assim na questão quatro perguntamos: Quais recursos tecnológicos a escola disponibiliza para o professor? Gráfico 1 - Conhecimento e utilização por parte dos professores de algumas ferramentas tecnológicas. Fonte: informação adquirida a partir dos questionários aplicados. Pelo gráfico, os recursos reais que a escola disponibiliza é o data show, é o equipamento de maior acesso. Vemos que no questionário os professores relatam que não utilizam com tanta frequência outros equipamentos, pois não funcionam e a escola não disponibiliza de suporte técnico para auxiliá-los. 1 3 2 1 T a b l e t D a t a S h o w N o t e b o o k S a l a d e i n f o r m á t i c a Recursos tecnológicos Série 1 20 A questão cinco, procuramos indagar: De que maneira essas tecnologias são utilizadas em seu contexto de ensino de Língua Portuguesa? Quadro 04 – Resposta dos professores entrevistados II Professores A B C Respostas Plataformas, sites e programas. Texto projetados pois não tem recursos para tirar copias para todos, vídeos, filmes e vídeo aulas. As tecnologias são usadas diariamente, por diferentes professores, conforme, utilizo conforme o planejamento. De forma geral, podemos perceber que os professores deveriam explorar mais essa ferramenta, por mais que os equipamento não estejam em ótimas condições. São componentes fundamentais no âmbito, escolar, pois o funcionamento da escola e o bom desempenho dos alunos, dependem não só dos recursos disponíveis mas do trabalho e empenho do educador. No trabalho com projetos há de se ir além da superação de desafios, buscando desvelar e formalizar os conceitos implícitos no desenvolvimento do trabalho para que se estabeleça o ciclo da produção do conhecimento científico que vai tecendo o currículo na ação. (Valente, 2001, p.30) Como vemos em Valente, as novas maneiras de ensinar, aprender e desenvolver o currículo por meio da integração das TIC fomenta na prática pedagógica o desenvolvimento de aprendizagens significativas, especialmente quando se realiza a integração dos conteúdos escolares por meio de projetos interdisciplinares. Diante dessa proposta, na questão seis interrogamos: A tecnologia pode transformar a educação? 21 Gráfico 2 – Opiniões sobre a tecnologia na educação. Fonte: informação adquirida a partir dos questionários aplicados. Todos concordam com a transformação que as nossas tecnologias proporcionam a educação, as escolas e as tecnologias sempre estiveram presentes na educação formal, o que faz necessário é o fato de que as instituições de ensino tem o papel de formar cidadãos críticos e criativos em relação ao uso dessas tecnologias. Para tanto é preciso que as mesmas abandonem a prática instrumental das tecnologias, e faça avaliações sobre o trabalho com a inserção das novas tecnologias educativas, visto que: Temos de avaliar o papel das novas tecnologias aplicadas à educação e pensar que educar utilizando as TIC’s (e principalmente a internet) é um grande desafio que, até o momento, ainda tem sido encarado de forma superficial, apenas com adaptações e mudanças não muito significativas. Sociedade da informação, era da informação, sociedade do conhecimento, era do conhecimento, era digital, sociedade da comunicação e muitos outros termos são utilizados para designar a sociedade atual. Percebe-se que todos esses termos estão querendo traduzir as características mais representativas e de comunicação nas relações sociais, culturais e econômicas de nossa época (SANTOS, 2012, p. 2). Santos afirma, que as tecnologias proporcionam um grande impacto no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que essa facilidade de acesso às informações pode oferecer inúmeras possibilidades para a prática pedagógica, porem ele ressalta a grande dificuldade na adaptação dessas mudanças, incluídas de forma breve e rasa. RESPOSTA SIM NÃO 22 Referente as capacitações, objetivamos na questão sete a seguinte pergunta. Você foi capacitado por algum programa do governo ou por conta própria? Gráfico 3 – Capacitação tecnológica. Fonte:informação adquirida a partir dos questionários aplicados. Os professores entrevistados, buscam a capacitação para melhorar o seu desempenho em sala, porém, muitas vezes esse incentivo vem só do seu próprio bolso, falta recursos, investimento e o apoio aos professores. Entende-se que, a formação do professor precisa ser encarada como um processo permanente, pois as escolas estão formando novos cidadãos e precisam estar aptos com o desenvolvimento cotidiano a sua volta. Partindo dessa perspectiva, o professor de Língua Portuguesa precisa estar habilitado a incentivar o uso dessas tecnologias como uma ferramenta forte de leitura, escrita, habilidades de compreensão e produção, mas isso só é possível através das capacitações. Nesse viés Rojo e Moura afirma que: O mundo contemporâneo impões aos sujeitos uma variedade infindável de exigências que multiplicam enormemente a gama de práticas, gêneros e textos que nele circulam e que, de uma forma ou de outra, devem ser abordadas no ambiente escolar. (Rojo e Moura 2012, p. 83) A autora relata a importância da pratica para a inserção de gêneros frente ao ensino, sendo assim a capacitação deverá ser realizada de forma continuada que permitirá aos participantes obter conhecimentos teóricos para desenvolver essas habilidades práticas permanentemente. 0 0.5 1 1.5 2 2.5 Capacitação Própria Capacitação Pelo Governo Série 1 23 No quadro 05 podemos analisar a resposta da questão oito: Como as instituições de ensino devem se organizar para dinamizar, facilitar e possibilitar a utilização das tecnologias digitais? Quadro 05 – Resposta dos professores entrevistados III Professores A B C Respostas Democratizar os interesses e achar uma forma de incentivar e dinamizar. Tem que disponibilizar esse material à escola, disponibilizar essa formação aos professores. Colocar internet de qualidade. Nas respostas dadas, visualizamos que as instituições devem fornecer mais incentivo, mais formação e recursos ao professores, visando que as ferramentas digitais, como aliada do processo de aprendizagem, já passou da fase de tendência e adentrou ao campo da necessidade, já que cada vez mais a tecnologia faz parte das tarefas mais simples do dia a dia. Os professores expressam em suas respostas a necessidades da implantação de novos recursos, utilizar um sistema de ensino que forneça softwares e objetos digitais visando à utilização integrada do material didático, ao ensino da LP. Garantindo melhor aproveitamento nas aulas e real interação com o conteúdo, sendo um passo à frente para as escolas na implementação na tecnológica, de maneira mais prática e efetiva. Na nona questão seguimos com a pesquisa abordando as dificuldades dessa prática: Tendo em vista o uso das tecnologias na escola, quais as dificuldades encontradas no âmbito da prática pedagógica? Por quê? 24 Quadro 06 – Resposta dos professores entrevistados IV Professores A B C Respostas Não temos internet para trabalhar, nosso laboratório de informática está fechado á anos Na prática a aceitação dos alunos é ótima, a grande dificuldade são os recursos. A falta de internet para pesquisa e não disponibilidade em sala de computadores. Uma das maiores reclamações entre os professores entrevistados, é falta de suporte técnico, falta de laboratório apto para atender os alunos e equipamentos para o uso prático em sala de aula. Não é mais possível conceber um ambiente de aprendizado sem a utilização das ferramentas tecnológicas, pelo menos não sem parecer cada vez mais desinteressante e penoso aos alunos. Um dos entrevistados também sita os hábitos pedagógicos dos professores, Rojo e Moura (2012) traz uma abordagem sobre esse método de ensino: Ao entrar na escola, na maioria das vezes, as crianças se deparam coma a experiência da alfabetização, lendo textos específicos apenas com o propósito de serem avaliadas quanto á construção do sistema alfabético, transformando a leitura em uma atividade escolar pouco prazerosa (Rojo e Moura 2012, p. 36) De acordo com Rojo e Moura, podemos observar que a didática concebida nas práticas no ensino da LP acaba se tornando, não tão significativas e desinteressante aos alunos e assim as aulas ficam menos enriquecidas e prejudicam a interação na aprendizagem. A seguir na questão dez aborda da seguinte forma: Quais as vantagens e as desvantagens de utilizar as tecnologias no processo pedagógico escolar? 25 Quadro 07 – Resposta dos professores entrevistados V Professores A B C Resposta Uma ferramenta avançada e atual, que nos coloca no mundo altamente competitivo e inovador. Facilita, ótima ferramenta, disponibiliza mais informações dos profissionais dinâmicos. Porem os alunos se distraem com a facilidade, informações dispensários. Os estudantes, como ainda não possuem discernimento para o uso, acessam sem limites, porem caso haja uma orientação, essa fase passa rápido. De acordo com as respostas podemos perceber as facilidades do uso das tecnologias e que hoje em dia, estamos acostumados a ver telas em todos os lugares. Assim como vários benefícios surgem a partir disso, alguns problemas também aparecem pelo mau uso das tecnologias. O professor B enfatiza que os alunos se atentam as distrações digitais na hora de aprender, seja na sala de aula ou no tempo de estudos em casa. 3.1 Amostra dos resultados e análises, pesquisa com os alunos Como ressaltamos, os estudantes de hoje aprendem com muita facilidade e rapidez, mas se cansam facilmente das práticas repetitivas do ensino cotidiano. Eles anseiam sempre por novidades. E é por isso que o uso da tecnologia em sala de aula desperta o interesse dos alunos. Isso pode ser confirmado nas respostas que indicam a falta da inclusão das TIC’s e que uma vez em contato, deveria ser constante, mas acaba sendo esporádico, inclusive no ensino de Língua Portuguesa. Assim, procuramos perguntar na questão três: Quais tecnologias você utiliza no seu dia a dia? 26 Gráfico 4 – Dia a dia tecnológico dos alunos. Fonte: informação adquirida a partir dos questionários aplicados. Ao analisar o gráfico acima vimos que, de maneira geral todo alunos possuem um tipo de contato tecnológico, porém, observa-se que o uso está ligado para o lazer e não para a práticas escolar. O contato crescente com as tecnologias digitais acompanha o saber, sugerindo uma mudança de mentalidade, além da cultura dos sistemas educacionais tradicionais, sobretudo os papéis de professor e aluno, não basta transpor cursos clássicos em formatos hipermídia interativos, é preciso instaurar uma aprendizagem cooperativa entre os sujeitos envolvidos (LEVY, 1999). O professor precisa se imaginar, não mais como difusor de conhecimentos, mas como uma aprendizagem e o pensamento nesse contexto. Dessa maneira, estamos falando da transição de uma educação estritamente institucionalizada para uma situação de troca generalizada dos saberes, segundo Levy (1999), nos apresenta como um campo aberto e repleto de possibilidades para intervenções na educação podendo auxiliar no ensino de LP. Dando sequência a pesquisa segue a questão quatro: Quais recursos tecnológicos a escola disponibiliza para os aluno? 0 1 2 3 4 5 6 7 Celular Computador ou Notebook Intenet Vídeo-game Tablet Televisão 1º ano 2º ano 3º ano 27 Gráfico 5 – Tecnologia disponibilizada na escola. Fonte: informação adquirida a partir dos questionários aplicados. Infelizmente podemos observar no gráfico acima, a falta de utilização dos equipamentos. Aparenta que a escola está focada apenas no conteúdo como se a tecnologia não colabora-se para mudar esse modelo. Rojo e Moura (2012, p.24) expõem em observação da seguinte forma, “essa mudança de concepçãoe de atuação, já prevista nas próprias características de mídia digital e da web, faz com que o computador, o celular e a TV cada vez mais se distanciem de uma máquina e reprodução e se aproximem de máquinas de produção colaborativas”. Com base na pesquisa demos andamento com a seguinte pergunta na questão cinco: Quais recursos tecnológicos vocês utilizam frequentemente em sala de aula? 0 1 2 3 4 5 6 7 Ar-condicionado Data-show Nenhum 1º ano 2º ano 3º ano 28 Gráfico 6 – Recursos tecnológico. Fonte: informação adquirida a partir dos questionários aplicados. Mais uma vez podemos observar através do gráfico, que pouco se utiliza esses recursos nas aulas, há alunos que não tiveram nenhum contato com as TIC’s na escola, outros informaram na pesquisa que: “Tem sala de informática, mas não funciona, fora o Datashow não tem mais nada”, essa foi a declaração da aluna H do 3º ano do ensino médio. Para Mello (2014), a escola está perdendo alunos não só por falta de tecnologia, tudo o que a escola faz hoje em dia perde um pouco o sentido. Hoje as aulas são frontais, em sua maioria expositiva, porém o conhecimento não tem nenhuma conexão com a realidade deles. Em termos de transformação a questão seis questiona: A tecnologia pode transformar a educação? 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 Celular particular do aluno Televisão Data-Show Nenhum 1º ano 2º ano 3º ano 29 Gráfico 7 – O poder da transformação. Fonte: informação adquirida a partir dos questionários aplicados. Observa-se no gráfico que a maioria dos alunos concordam, e enfatizam essa transformação, que pode ocorrer como o uso das TIC’s, pois alegam que eles aprendem muito mais virtualmente do que pessoalmente, isso ocorre porque durante o aprendizado surgem várias dúvidas, e essas dúvidas rapidamente são tiradas atrases da pesquisa simultânea, navegando na internet, porem um grupo mínimo de alunos que não concordam com essa transformação pois alegam que o conhecimento prático em sala ensina muito mais, e por conta da distração dos alunos, quanto a navegação, impede a concentração e absorção do conhecimento. Mas de maneira geral as TIC’s aliada ao um bom planejamento de aula, pode sim transformar e impulsionar o conhecimento, assim afirma Rojo e Moura: A possibilidade de criação de textos, vídeo, musica ferramentas, designs não uni direcionadas, controladas e autorais, mas colaborativos e interativos dilui (e no limite fratura e transgredi) a própria ideia de propriedade das ideias: posso passar a me apropriar do que é visto como um “fratrimônio” da humanidade e não mais como um “patrimônio”. Evidente, estrutura em rede e o formato/funcionamento hiper-textual e hipermidiático facilitam as apropriações e remissões e funcionam (nos remixes, nos mashups), por meio da produção, cada vez mais intensa, de híbridos polifônicos. (Rojo e Moura, 2012, p 25) TIC's e o porder da tranformação Sim Não 30 A autora destaca as inúmeras possibilidades de criação, que realmente precisamos ensinar e compreender os vários letramentos disponíveis, essas modalidade semióticas são diferentes e estão disponíveis para construir e propor significados que são mais do que uma soma, e proporcionam apoio, a ponte para a transformação. Segue na questão sete: Qual o tipo de aula vocês gostam mais? aulas que incluam ou não algo tecnológico? Gráfico 8 – Aulas mais tecnológicas ou não. Fonte: informação adquirida a partir dos questionários aplicados. A grande maioria dos alunos representados através gráfico preferem aulas mais dinâmicas, pois isso traz um interação maior entre professor e aluno, prende a atenção, deixando a aula mais dinâmica e atrativa. Acredita-se que os professores de LP deveria iniciar um trabalho analítico e criativo para se adaptar a esses novos tempos, trazendo para as salas de aula sistemas de ensino que se baseiam nas mesmas premissas dos jogos e das redes sociais, estimulando os alunos a interagirem entre si e buscar o aprendizado de forma natural, lúdica e intuitiva. Na questão oito perguntamos: Quais são as soluções tecnológicas que podem ajudar os estudantes e as escolas? Com ou sem TIC's nas aulas Sim Não 31 Gráfico 9 – Soluções tecnológicas. Fonte: informação adquirida a partir dos questionários aplicados. Os alunos pesquisados pedem por novos recursos, solicitam diversos materiais para o apoio nas pesquisas e aprendizagem, a escola, por sua vez, não pode virar as costas para essa nova realidade, mas teve incorporar a tecnologia educacional nas práticas pedagógicas. O compartilhamento de saberes se tornou mais abrangente e capaz de atingir dimensões antes não pensadas. Durante esses anos, o desenvolvimento de soluções tecnológicas educacionais tem se mostrado extremamente eficiente no apoio à gestão escolar e ao processo de ensino-aprendizagem. Novos tempos pedem novos letramentos, afirmou, certa vez, Rojo em letramentos múltiplos (2009), por tanto, os educadores precisaram buscar informações e conhecimento. Questão nove: Quais as condições de uso dos aparelhos disponibilizados pela escola? 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 Internet Calculadora Datashow Computador Sala de video Tablet Celular Chart Title 1º ano 2º ano 3º ano 32 Gráfico 10 – Condições físicas dos aparelhos disponibilizados. Fonte: informação adquirida a partir dos questionários aplicados. A realidade demonstrada no gráfico, mostra o dia a dia nessa escola e de constante desamparo, além de não ter recursos tecnológicos variados e em mais quantidades, ainda sofrem com equipamentos defasados e danificados pelo tempo. O aluno, quando chega à escola, tem que ter equipamentos, conforto um ambiente para se concentrar, se dedicar aos estudos e ao aprendizado. O professor precisa de equipamento para desenvolver o trabalho dele, assim como a escola. Finalizamos a pesquisa com a questão dez: Como você imagina a sala de aula do futuro? Condições Bom Ruim Péssimo 33 Quadro 08- Respostas dos alunos A, B e C Aluno A B C Série/ Período 1º ano/ Matutino 1º ano/ Matutino 1º ano/ Matutino Resposta Maiores recursos, o uso da lousa digital, cadeiras e mesas melhores, professores mais qualificados e infraestrutura digna. Lousa digital, computadores, internet liberado para pesquisa, salas de informática. Professores qualificados e com amor no que faz e o apoio do governo com palestras e trabalhos que realmente funcionem, seria um bom começo. Quadro 09- Resposta dos Alunos D, E e F Alunos D E F Série/ Período 2º ano / Vespertino 2º ano / Vespertino 2º ano / Vespertino Resposta Imagino nós não escrevendo em cadernos e sim com computadores e professores com datashow. Com quadros digitais para facilitar o ensino dos professores e mais materiais virtuais. Que eles disponibilizem as nossas próprias tecnologias, mas livre deixando disponível para o uso todos os dias para os estudos. 34 Quadro 10- Resposta dos Alunos G, H, I, J, K e L Alunos G H I J K L Série/ período 3º ano°/ Noturno 3º ano°/ Noturno 3º ano°/ Noturno 3º ano°/ Noturno 3º ano°/ Noturno 3º ano°/ Noturno Resposta Nunca poderei para pesar, que as tecnologias seriam o maior benefício. Mais tecnologias com computadores e sistemas tecnológicos que ajudam bastante na educação. Eu não penso muito, pois acho que não vai melhorar muita coisa. Sala inovadoras com tecnologias para facilitar e ajudar no aprendizado dos alunos. Com mais tecnologia, com mais professores qualificado para ensinar os alunos, isso irá qual qualificar os alunos e eles irão ganhar mais interesse do aprendizado. Com computadores aoinvés de cadernos Atingir o ideal na escola e ensino, muitos alunos apostam no otimismo de uma educação mais valorizada e com mais recursos, mudar o lugar da aprendizagem pressupõe mesmo mudar a lógica da escola tradicional e adotar abordagens pedagógicas ativas, para educadores e educandos: aquelas que permitem pesquisa, reflexão, construção coletiva de conhecimento, colaboração, diálogo e podem resultar (e via de regra, resultam) na emergência de uma inteligência coletiva de valor absoluto maior do que as partes que a construíram. Assim 35 3.3 Concepções gerais em relação ao sistema de ensino e proposta pedagógica atual A pesquisa, de modo geral, mostra o descontentamento dos professores com os recursos disponibilizados e falta de apoio referente a cursos e incentivos pedagógicos, já os alunos na sua grande maioria demostram o interesse da inserção dessas tecnologias no apoio ao aprendizado, porem também os percebem a didática retro e necessidades de novos recursos. O jogo de culpas, repassa por todo o ensino, os alunos criticam a escola e os professores pela falta de dinamismos e pelos materiais precários, e os professores empurram a culpa para o governo que não fornece o aporte necessário para montagem de novos projetos. Hoje, o estudante da era digital buscam por mais inovações, e não é mais possível, e nem correto, frear esse ímpeto. Privá-lo de ter acesso às novas tecnologias enquanto aprende é inimaginável. As escolas têm o desafio urgente de romper com os modelos tradicionais de ensino e guiar os estudantes nesse caminho. As novas ferramentas devem permitir que o conhecimento esteja nas mãos do aluno independentemente de onde esteja. Que a interação entre estudante, conhecimento e o restante do mundo seja total. Daqui para frente, o mercado de trabalho será, cada vez mais, dominado pela inteligência artificial. Quando analisamos, com uma visão mais ampliada, o que a sociedade e o mercado esperam dos futuros profissionais, vemos que estamos apenas no começo de uma revolução que vai transformar a maneira como nossos filhos e netos vão aprender daqui para a frente. Temos a responsabilidade de ajudar nossas crianças e jovens a se prepararem para esse futuro. E precisamos estabelecer desde já que, para dar conta dessa missão, precisamos de uma nova escola. Mesmo como uma estrutura defasada, recursos limitados os educadores da área de Língua Portuguesa dessa instituição, deveria promover o um projeto para estimular os próprios professores a novas possibilidades de atividades, ser mais criativo e adaptar suas aulas ás necessidades e aos objetivos dos alunos, transformando em algo mais significativo e especial para todos. Como sugestão de critérios para o uso das TIC’s Rojo e Moura sugere que: 36 As possibilidades de ensino são múltiplas se utilizarmos ferramentas digitais. É possível formar redes descentralizadas para incentivar a interação; trabalhar com imagens (fator que modifica o conceito de comunicação); navegar por textos da Web; utilizar animações para simplificar atividades complicadas e propiciar aos estudantes o sentimento de serem autores de seus trabalhos, um vez que tudo pode ser publicado e exibido na internet. (Rojo e Moura, 2012, p.40) Com as transformações tecnológicas, que exigem vez mais dinamismo e velocidade nas relações humanas, pois contemplam os chamados nativos digitais, envolve o desenvolver de novas aprendizagens. Através da observação dos dados de pesquisa acreditamos que as TIC’s despertam o interesse e aumentam o desempenho dos alunos em relação ao domínio da Língua Portuguesa. Pelo diagrama destacamos nossas percepções: Figura 1- As tecnologias no ensino da Língua Portuguesa Fonte: FONCECA, 2018. As tecnologias no ensino da Língua Portuguesa Geralmente estão atreladas às nessecidades dos/das alunos/as. Facilitam o processo de aprendizagem da Língua Portuguesa Se utulizadas podem dar suporte aos professores para as práticas diárias de ensino. Encaminham `a reflexão da da língua 37 É importante ser capaz de incentivar o uso das tecnologias na escola, vencendo algumas resistências, ter ferramentas para incentivar o professo, o trabalho fica muito mais eficiente, rápido e prático se certas recursos forem usadas na elaboração de suas aulas. É preciso focar no desempenho dos alunos, além de cultivar um ambiente onde as relações sejam mais horizontais. Dessa forma, esses alunos poderão obter resultados muito melhores em seu aprendizado. 38 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Frente aos conhecimentos científicos adquiridos e das considerações tecidas até aqui, consideramos que Tecnologias de Comunicação e Informação estão adentrando ao espaço escolar e exigindo novas formas e novas práticas de linguagem. Neste contexto, a pedagogia dos multiletramentos propõe que a escola amplie as suas práticas e leve em conta os conceitos do letramento digital. Ao discutir os benefícios e quais as consequências da tecnologia digital, salientamos que as isenções dá suporte de pesquisa para alunos e professores facilitando o meio pedagógico mas, com consequência de distrações e uso indevido dessa ferramentas por parte dos alunos. Podemos observar nessa pesquisa a maneira com que as novas TIC’s influenciam nos grupos sociais, essas novas informação está conquistando cada vez mais um espaço de significação reflexiva em diversos grupos sociais, pela sua potencialidade mediadora diante da realidade e, inclusive, na construção do próprio saber. Vimos que a escola anda em descompasso com o processo de globalização. Tal ênfase se dá pelo fato de que a escola de hoje tem que adequar seus métodos e suas práticas a um meio social que está em constante transformação e buscar recursos suficientes para atender as necessidades individuais de uma sociedade cada vez mais heterogênea. Confirmamos a constante necessidade de formação e atualização do corpo docente, pois estamos dentro de um contexto de crescente inovação tecnológica e de revolução do conhecimento, logo devemos buscar ações concretas que sejam dirigidas para atender a diversidade e a inclusão social e escolar de todos os indivíduos. Dessa forma, consideramos ser um direito de tais sujeitos participarem do desenvolvimento das TIC’s. Apontamos através da pesquisa a forma que a escola e professores, em especial, da disciplina de “Língua Portuguesa” acompanham o desenvolvimento e reconhece o uso frequente dos alunos nas novas TIC’s, o professor já não é a única fonte do conhecimento e o aluno tem acesso à informação pelos mais variados meios. Cabe ao professor usar estas tecnologias a seu favor e mediar o seu uso junto ao aluno. 39 A aprendizagem já não é mais vista como uma recepção mecânica e uma memorização de informações recebidas em sala de aula, e sim, um processo dinâmico de busca, análise e reelaboração. Nesse sentido, ressaltamos que o professor precisar ser um pesquisador e um constante avaliador de suas práticas educacionais. Acredita-se assim que, está pesquisa vem contribuir para a reflexão das novas práticas de letramentos, faz os apontamentos para as multiplicidades e variedades das práticas de letramento, aborda a diversidade de opiniões através da pesquisa, e apresenta a realidade pública e social vivida no cotidiano da escola pesquisada. Evidencia o descontentamento quanto aos recursos oferecidos e falta de projetos para engajamento de novas tecnologias. 40 5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini. TIC e educação no brasil: breve histórico e possibilidades atuais de apropriação. Pró-Discente: Caderno de Prod. Acad.-Cient. Progr. Pós-Grad. Educação Vitória v. 15 n. 2 Ago./Dez. 2009. BRYMAN,A. Quantity and quality in social research. New York: Taylor & Francis; 2004. CHIZZOTTI, Antonio. A pesquisa qualitativa em ciências humanas e sociais: evolução e desafios. Revista Portuguesa de Educação, año/vol. 16, número 002 Universidade do Minho Braga, Portugal p. 221-23/ 2003 DENZIN, Norman K. O planejamento da pesquisa qualitativa teorias e abordagem Editorial, 2012. FARIA, Helenice Joviano Roque de. (Des) encontros na formação docente na/para a EJA:reflexões sobre o curso de Letras, o PIBID e o Projeto Sala de Educador. Cáceres/MT:UNEMAT, 2014. GABRIEL, Martha, pesquisadora em tecnologias da educação e autora do livro Educ@r – A Revolução Digital na Educação, 17 Setembro 2013. LÉVY, Pierre. Cibercultura. (Trad. Carlos Irineu da Costa). São Paulo: Editora 34, 1999 Paes e Izidoro Blikstein. 28ª ed. São Paulo: Cultrix, 2012. PALFREY, John; GASSER, Urs. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais. Porto Alegre: Artmed, 2011. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1999. ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. ROJO; MOURA, Eduardo. Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola editorial, 2012. ROJO, Roxane (Org.). Escola conectada: os multiletramentos e as TIC’s. São Paulo: Parábola, 2013. 41 SAUSSURE, F. de. Curso de Linguística Geral. Organização Charles Bally e Albert Sechehaye; com a colaboração de Albert Riedlinger. Tradução Antônio Chelini, José Paulo, 2012. VALENTE, J. A. Aprendendo para a Vida: o uso da informática na educação especial. In: FREIRE, Fernanda Maria Pereira; VALENTE, José Armando. (Orgs.). Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula. São Paulo: Cortez, 2001. ZIMERMAN, Regina. O papel da literatura na escola, UFRGS – FAPA. Via Atlantica14.indd 2009. 5.1 WEBGRAFIAS ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini. Práticas e formação de professores na integração de mídias. Prática pedagógica e formação de professores com projetos: articulação entre conhecimentos, tecnologias e mídias. In: Tecnologia, currículo e projeto. 2015, disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/1sf.pdf >. Acesso em: 26 novembro. 2017 MELLO, G. N. de. JC Debate sobre educação e Tecnologia. TV Cultura, Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=2aTgk5NRjGk> Acesso em 05 de junho de 2018. São Paulo. 2014. 42 6.0 ANEXOS ANEXO A Questionário para o desenvolvimento teórico do trabalho de conclusão do curso de letras A pesquisa tem como base a compreensão do uso das tecnologias no ensino da Língua Portuguesa. Perguntas direcionadas para os professores de Língua Portuguesa. 1)- Escolaridade: Magistério( ) Superior completo( )Superior incompleto ( ) Pós-Graduação( ) 2) - Qual a sua carga horaria de aulas? e seu tempo de atuação? 3) - A escola motiva os professores a utilizarem nas suas aulas as novas tecnologias? 4) - Quais recursos tecnológicos a escola disponibiliza para o professor? 5) - De que maneira essas tecnologias são utilizadas em seu contexto de ensino de Língua Portuguesa? 6) - A tecnologia pode transformar a educação? 7) - Você foi capacitado por algum programa do governo ou por conta própria? 8) - Como as instituições de ensino devem se organizar para dinamizar, facilitar e possibilitar a utilização das tecnologias digitais? 9) - Tendo em vista o uso das tecnologias na escola, quais as dificuldades encontradas no âmbito da prática pedagógica? Por quê? 10) - Quais as vantagens e as desvantagens de utilizar as tecnologias no processo pedagógico escolar? 43 ANEXO B Questionário para o desenvolvimento teórico do trabalho de conclusão do curso de letras A pesquisa tem como base a compreensão do uso das tecnologias no ensino da Língua Portuguesa. Perguntas direcionadas para os alunos de ensino médio do 1º ao 3º ano. 1) - Qual a sua idade? 2) - Qual a sua série e o período que você estuda? 3) - Quais tecnologias você utiliza no seu dia a dia? 4) - Quais recursos tecnológicos a escola disponibiliza para os aluno? 5) - Quais recursos tecnológicos vocês utilizam frequentemente em sala de aula? 6) - A tecnologia pode transformar a educação? 7) - Qual o tipo de aula vocês gostam mais? aulas que incluam ou não algo tecnológico? 8) - Quais são as soluções tecnológicas que podem ajudar os estudantes e as escolas? 9) - Quais as condições de uso dos aparelhos disponibilizados pela escola? 10) - Como você imagina a sala de aula do futuro? SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1 A EDUCAÇÃO E O DENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO 1.2 Influência e os impactos da tecnologia digital 1.3 Conhecimento e informação 1.4 A escola e o uso das tecnologias 1.5 O desenvolvimento teórico no espaço escolar 1.6 Novas Tecnologias e o ensino de Língua Portuguesa 2 O CAMINHO METODOLÓGICO ADOTADO 2.1 Caraterização da pesquisa 2.2 Campo de pesquisa 2.3 Instrumento de coletas de dados 2.4 Cenários e os participantes A primeira etapa da pesquisa realizou-se com os professores, sendo dois licenciados em Letras Port/Inglês e um licenciado em Letras Port/Espanhol, interessados no assunto, ofereceram para contribuir com a pesquisa, pois este é um tema que abrange dire... 2.5 Preparando a abordagem interpretativa 3 AMOSTRA E ANÁLISES Abordaremos neste capítulo a compreensão dos dados coletados, buscando meditar pelas análises, de que forma as tecnologias podem mediar o ensino de LP na escola pesquisada. 3.1 Os primeiros participantes: a voz dos professores 3.1 Amostra dos resultados e análises, pesquisa com os alunos 3.3 Concepções gerais em relação ao sistema de ensino e proposta pedagógica atual 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 5.1 WEBGRAFIAS
Compartilhar