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PLANO DE AULA 1 - poema corrigido

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E LINGUAGEM
CURSO DE LETRAS
PLANO DE AULA 
REGÊNCIA DO ENSINO MEDIO
	ESTAGIÁRIO
	Vera Lucia Ferreira de Brito e Paula Linda Silva da Fonseca
	ESCOLA
	Benedito Sant`na da Silva Freire
	DATA
	 19/10/ de 2017.
	DURAÇÃO
	Três horas
	PÚBLICO ALVO
	Ensino Fundamental de 6ª a 9ª salas H e J
	TEMA 
	Poesia 
	OBJETIVO GERAL
	O aluno deverá ser capaz de escutar, ler, compreender, interpretar o poema. Também deve reconhecer e fazer uso de recursos da linguagem poética, quanto à sonoridade. Colocando esta área do conhecimento em conexão com o integral.
.
	OBJETIVOS ESPECÍFICOS
	· D 1 localizar informações explicitas em um texto 
· D 6 identificar o tema de um texto
· D8- Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto 
	METODOLOGIA
	Momento 1º Motivação. 
Iniciaremos aula com a declamação do poema ‘‘ Motivo’’ da poetisa Cecilia Meireles 
https://www.youtube.com/watch?v=OnlGNkhV7cg
apresentar-nos, conversarmos com os alunos para conhecer a turma, e discorrer acerca do gênero textual que vamos trabalhar (poesia etc.) 
Poesia é um termo que vem do grego. No sentido original, poiesis é “a atividade de produção artística”, “a atividade de criar ou de fazer”. De acordo com essa definição, haverá poesia sempre que, criando ou fazendo coisas, somos dominados pelo sentimento do belo, sempre que nos comovermos com lugares, pessoas e objetos. A poesia, portanto, pode estar nos lugares, nos objetos e nas pessoas.
Tempo estimado: (20).
2º momento: Introdução 
 A poesia desperta a sensibilidade para a manifestação do poético no mundo, nas artes e nas palavras. O convívio com a poesia favorece o prazer da leitura do texto poético e sensibiliza para a produção dos próprios poemas. O exercício poético ajuda no desenvolvimento de uma percepção mais rica da realidade, aumenta a familiaridade com a linguagem mais elaborada da literatura e enriquece a sensibilidade.
Iremos trabalhar com três famosos poemas, dos não menos famosos poetas: Cecília Meireles, Carlos Drummond de Andrade e Fernando Pessoa. Os poemas são semelhantes no tema: os três falam do fazer poético. 
Vida e obra de Cecília Meireles
Cecília Meireles foi a primeira grande escritora da literatura brasileira. A reflexão filosófica e existencial foram os temas predominantes de sua vasta obra literária.
 
Cecília Meireles é considerada a primeira grande escritora da literatura brasileira e a principal voz feminina de nossa poesia moderna. Nascida no Rio de Janeiro no dia 07 de novembro de 1901, passou a infância com a avó materna, açoriana. Formou-se professora primária e dedicou muitos anos de sua vida ao magistério, sempre preocupada com a educação de crianças. Simultaneamente, desenvolveu uma intensa atividade literária e jornalística, tendo colaborado com quase todas as revistas e jornais cariocas da época.
No início de sua carreira literária, Cecília aproximou-se do grupo Festa, uma ala espiritualista do modernismo brasileiro. Nos livros Espectros (1919), Nunca mais... e poema dos poemas (1923) e Baladas para El – Rei (1925), é possível evidenciar características predominantemente, dada a presença constante de elementos como o vento, a água, o mar, o ar, o tempo, o espaço, a solidão e a música.
A partir da década de 1930, já consagrada pela crítica literária e pelo público, Cecília Meireles passou a lecionar literatura luso-brasileira na Universidade do Distrito Federal (à época no Rio de Janeiro) e na Universidade do Texas. Viajou por vários países dando cursos e fazendo conferências, entre eles Portugal e Estados Unidos, tendo visitado também a Índia, um dos lugares de sua predileção, haja vista o enorme interesse da escritora pelo Oriente. O orientalismo e o espiritualismo sempre estiveram presentes na obra de Cecília Meireles: foi admiradora e tradutora do poeta hindu Tagore, do chinês Li Po e do japonês Bashô.
Vida e obra de Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade (1902–1987) foi um poeta brasileiro. "No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho". Este é um trecho de uma das poesias de Drummond, que marcou o 2º Tempo do Modernismo no Brasil. Foi um dos maiores poetas brasileiros do século XX.
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais, no dia 31 de outubro de 1902. Filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade, proprietários rurais. Em 1916, ingressou em um colégio interno em Belo Horizonte. Doente, regressou para Itabira, onde passou a ter aulas particulares. Em 1918, foi estudar em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, também no colégio interno.
Em 1921, começou a publicar artigos no Diário de Minas. Em 1922, ganha um prêmio de 50 mil réis, no Concurso da Novela Mineira, com o conto "Joaquim do Telhado". Em 1923 matricula-se no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte. Em 1925 conclui o curso. Nesse mesmo ano casa-se com Dolores Dutra de Morais. Funda "A Revista", veículo do Modernismo Mineiro.
Drummond leciona português e Geografia em Itabira, mas a vida no interior não lhe agrada. Volta para Belo Horizonte, emprega-se como redator no Diário de Minas. Em 1928 publica "No Meio do Caminho", na Revista de Antropofagia de São Paulo, provocando um escândalo, com a crítica da imprensa. Diziam que aquilo não era poesia e sim uma provocação, pela repetição do poema. Como também pelo uso de "tinha uma pedra" em lugar de "havia uma pedra". Ainda nesse ano, ingressa no serviço público como auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior.
Em 1930 publica o volume "Alguma Poesia", abrindo o livro com o "Poema de Sete Faces", que se tornaria um dos seus poemas mais conhecidos: "Mundo mundo vasto mundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução". Faz parte do livro também, o polêmico "No Meio do Caminho", "Cidadezinha Qualquer" e "Quadrilha".
Em 1934 muda-se para o Rio de Janeiro e assume a chefia de gabinete do Ministério da Educação, do ministro Gustavo Capanema. Em 1942 publica seu primeiro livro de prosa, "Confissões de Minas". Entre os anos de 1945 e 1962, foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional.
Em 1946, foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto da obra. O Modernismo exerceu grande influência em Carlos Drummond de Andrade. O seu estilo poético era permeado por traços de ironia, observações do cotidiano, de pessimismo diante da vida e de humor. Drummond fazia verdadeiros "retratos existenciais" e os transformava em poemas com incrível maestria. Carlos Drummond de Andrade foi também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.
Em 1950, viajou para a Argentina, para o nascimento de seu primeiro neto, filho de Julieta, sua única filha. Nesse mesmo ano estreia como ficcionista. Em 1962 se aposenta do serviço público mas sua produção poética não para. Os anos 60 e 70 são produtivos. Escreve também crônicas para jornais do Rio de Janeiro. Em 1967, para comemorar os 40 anos do poema "No Meio do Caminho" Drummond reuniu extenso material publicado sobre ele, no volume "Uma Pedra no Meio do Caminho - Biografia de Um Poema".
Carlos Drummond de Andrade faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987, doze dias depois do falecimento de sua filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. No Meio do Caminho, poesia, 1928, Alguma Poesia, poesia, 1930, Poema da Sete Faces, poesia, 1930, Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, poesia, 1930, Brejo das Almas, poesia, 1934, Sentimento do Mundo, poesia, 1940
Por Dilva Frazão
Vida e obra de Fernando Pessoa
Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos mais importantes poetas da língua portuguesa e figura central do Modernismo português. Poeta lírico e nacionalista cultivou uma poesia voltada aos temas tradicionais de Portugal e ao seu lirismo saudosista, que expressa reflexões sobre seu“eu profundo”, suas inquietações, sua solidão e seu tédio.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, Portugal, no dia 13 de junho de 1888. Ficou órfão de pai aos 5 anos de idade. Seu padrasto era o comandante militar João Miguel Rosa, que foi nomeado cônsul de Portugal em Durban, na África do Sul. Acompanhando a família Fernando seguiu para a África do Sul, onde recebeu educação inglesa. Estudou em colégio de freiras e na Durban High School.
Em 1901, Fernando Pessoa escreveu seus primeiros poemas em inglês. Em 1902 a família voltou para Lisboa. Em 1903 Fernando Pessoa retornou sozinho para a África do Sul e frequentou a Universidade de Capetown (Cabo da Boa Esperança). Regressou a Lisboa em 1905 e matriculou-se na Faculdade de Letras, onde cursou Filosofia. Em 1907 abandonou o curso. Em 1912 estreou como crítico literário na revista “Águia”.
A partir de 1915 liderou o grupo de jovens – Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada-Negreiros e o brasileiro Ronald de Carvalho, que resolveu fundar a revista “Orpheu”, uma publicação que foi porta-voz dos ideais de renovação futurista desejados pelo grupo, defendendo a liberdade de expressão, numa época em que Portugal atravessava uma profunda instabilidade político-social da primeira república. A revista Orpheu teve vida curta, mas enquanto durou, Fernando Pessoa publicou poemas que escandalizaram a sociedade conservadora da época. Os poemas “Ode Triunfal” e “Opiário”, escritos por seu heterônimo “Álvaro de Campos”, provocaram reações violentas levando os “orfistas” a serem apontados, nas ruas, como “loucos” e “insanos”.
Entre 1902 e 1908, Fernando Pessoa compôs suas poesias e prosas somente em inglês, só aos 20 anos passou a compor em português. Sua vasta obra foi também mostrada na revista literária “Presença” (1927), que sustentava a liberdade de expressão e apregoava a emoção estética como o real objetivo do Movimento Modernista. Em 1934, candidatou-se ao prêmio de poesia do Secretariado Nacional de Informações de Lisboa, com a obra “Mensagem” - seu único livro publicado em vida, obtendo o segundo lugar. Em “Mensagem” (1934), o poeta faz uma réplica de Os Lusíadas a partir de uma perspectiva nacionalista mística. Atuando como um verdadeiro sebastianista, prega a volta do rei D. Sebastião – morto na África em 1578 – para restaurar Portugal e o Quinto Império.
Fernando Pessoa foi vários poetas ao mesmo tempo. Tendo sido "plural" como se definiu, criou personalidades próprias para os vários poetas que conviveram nele. Cada um tem sua biografia e traços diferentes de personalidade. Os poetas não são pseudônimos e sim heterônimos, isto é, indivíduos diferentes, cada qual com seu mundo próprio, representando o que angustiava ou encantava seu autor.
Tempo estimado (40 minutos).
3° Momento: leitura 
Motivo 
Neste poema, o eu lírico trata do significado do fazer poético. 
Eu canto porque o instante existe 
e a minha vida está completa. 
Não sou alegre nem sou triste: 
sou poeta. 
Irmão das coisas fugidias, 
não sinto gozo nem tormento. 
Atravesso noites e dias 
no vento. 
Se desmorono ou se edifico, 
se permaneço ou me desfaço, 
— não sei, não sei. Não sei se fico 
ou passo. 
Sei que canto. E a canção é tudo. 
Tem sangue eterno a asa ritmada. 
E um dia sei que estarei mudo: 
— mais nada.
MEIRELES, Cecília. Viagem. 
Tempo estimado (30 minutos).
Atividades:
1. Segundo o eu lírico, o que define um poeta? 
· Como pode ser entendida a palavra instante no poema? Ela está relacionada apenas a tempo? 
2. Nos versos a seguir, porque é uma conjunção explicativa. De que maneira ela retoma o sentido do título do poema? 
"Eu canto porque o instante existe 
e a minha vida está completa." 
· O uso dessa conjunção gera duas possibilidades de leitura do segundo verso. Quais são elas? 
3. Explique a relação de causa e consequência estabelecida entre as informações apresentadas nos dois primeiros versos da segunda estrofe. 
· De que maneira a palavra fugidias, associada à existência do "instante", define o que é "ser poeta" para o eu lírico? 
4. Qual o tempo e qual o modo em que estão todos os verbos do poema com exceção de "estarei"? 
· Como o uso desse tempo verbal se relaciona ao tema do poema? 
5. Na terceira estrofe, o eu lírico apresenta várias antíteses. Quais são elas e o que simbolizam no poema? 
· Elas encaminham a conclusão do poema: a única certeza que o eu lírico tem sobre si mesmo. Qual é ela? 
Gabarito: 
1. Poeta é alguém que não é " alegre nem triste”, que canta porque o “ instante existe” “e cuja vida está completa".
> " instante", no poema, não está relacionado apenas a tempo, mas a circunstâncias especiais que o poeta muitas vezes é capaz de captar e que registra em seus poemas. 
2. A conjunção explica qual é o motivo de o eu lírico cantar: as experiências singulares vividas a cada instante. 
> O verso pode ser interpretado como uma segunda explicação para o canto: "eu canto porque minha vida está completa". Também pode ser lido como a consequência de o "instante" existir: a vida do eu lírico fica completa (porque o instante existe, minha vida está completa). 
3. Como é irmão das coisas fugidias, o eu lírico não sente gozo nem tormento, ou seja, como aceita o fato de tudo ser efêmero, o começar e o terminar das coisas não o abalam. 
> os dois termos revelam que o poeta é aquele que canta o momento presente, vivido em sua plenitude. Por isso, ele se define como irmão do que é efêmero. 
4. Todos os verbos estão no presente do indicativo (canto, existe, sou, sinto, atravesso, etc.). 
> O uso do presente enfatiza a ideia do "instante" que determina o canto do presente, do instante. Por meio dos verbos, o eu lírico evidencia sua relação com o momento, que motiva o seu canto. 
5. Desmorono / edifico; permaneço / me desfaço; se fico / passo. Podemos dizer que as antíteses representam as dúvidas ou as incertezas do eu lírico, ou ainda o que ele não consegue ou não quer definir sobre si mesmo. 
> A certeza de seu canto e de que "a canção é tudo". O eu lírico também sabe que um dia estará mudo. Podemos dizer que ele se define a partir de seu fazer poético: sugere que a única coisa que importa na sua existência é a criação poética. 
PROCURA DA POESIA
Penetra surdamente no reino das palavras
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
Há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e se consuma
Com seu poder de palavra
E seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
Como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
E te pergunta, sem interesse pela resposta,
Pobre ou terrível, que lhe deres:
– Trouxeste a chave?
(Carlos Drummond de Andrade – fragmento)
Tempo estimado (30 minutos).
Atividades:
 1. Dê o significado das palavras que foram utilizadas no poema:
      a) intata           b) obscuro         c) consumir         d) desprender                         e) limbo          f) adular
2.   em que pessoa do discurso foi escrito o poema? Justifique com elementos do texto.
3.   O que quer dizer o verso: “Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. ”?
4.   De acordo com o texto, o escritor diz que o poeta é quem cria o poema ou o poema é quem se cria? Por quê?
5.   O que quer dizer o verso “cada uma tem mil faces secretas…”?
Gabarito
1. a) que não foi tocada, mexida
b) escuro, sombrio, difícil de compreender ou explicar, confuso
c) fazer uso de, utilizar
d) desatar-se, desligar-se, afastar-se
e) estado de indecisão. Para os católicos, morada das almas pagãs que morrem sem o batismo
f) bajular, elogiar para obter favores
2.   2. foi escrito na 2a. pessoa (tu). Exemplos: “Penetra (tu) surdamente…” ; “Convive(tu) com teus poemas…”; “Tem (tu) paciência…”; “Espera (tu) que cada um…”; “Não forces (tu) o poema…”; “Não colhas (tu) no chão…”; “Chega (tu) mais perto…”; “Trouxeste (tu) a chave?”
3.   3. Os poemas são escritos com palavras, que separadas não têm sentido, por isso estão “sós e mudos, em estado de dicionário”. Os poemas só são entendidos quando as palavras se relacionam para transmitir uma mensagem.
4.   4. O poema é quem se cria, porque no texto, o escritor nos incita a esperar pacientemente pelo poema; aceitá-lo; não forçar sua saída do limbo.
5.   5. Cada palavra pode ser usada das mais diversas formas, com os mais diversos significados, até desconhecidos ou inventados.
Autopsicografia 
O poeta é um fingidor. 
Finge tão completamente 
Que chega a fingir que é dor 
A dor que deveras sente. 
E os que leem o que escreve, 
Na dor lida sentem bem 
Não as duas que ele teve, 
Mas só as que eles não têm. 
E assim nas calhas de roda 
Gira, a entreter a razão, 
Esse comboio de corda 
Que se chama coração. 
PESSOA, Fernando 
Tempo estimado: (30 minutos).
Atividades 
1. Qual é o tema desse poema? 
2. Qual é o impasse vivenciado pelo poeta no processo de criação? 
3. Qual é alternativa que não se relaciona ao poema? Justifique sua resposta.
a) Uso de redondilhas menores, forma poética popular em Portugal. 
b) A primeira estrofe apresenta a relação entre autor e obra. 
c) A segunda estrofe apresenta a relação entre leitor e obra. 
d A terceira estrofe mostra a consequência da relação entre autor, leitor, obra, emoção e razão. 
e) O mundo fictício criado pelo poeta é percebido pelo leitor como verdade. 
4. Que alternativa não está de acordo como o poema?  
a) O poema expressa os sentimentos reais imediatos vivenciados pelo poeta.  
b) O poema é fruto da criação e do trabalho de linguagem elaborado pelo poeta.
c) "Autopsicografia" é um poema metalinguístico, pois tematiza o processo de criação. 
d) Há um diálogo entre o eu do escritor (ser criador, real) e o eu poético (personalidade fictícia).
e) Cada leitor vivencia a dor fingida pelo poeta de acordo com sua experiência pessoal. 
5. Qual é a função dos versos que vêm após o primeiro: "O poeta é um fingidor"? 
6. A segunda estrofe faz referência à experiência da dor. Explique-a. 
7. De acordo com a terceira estrofe, qual é o efeito do poema no leitor? E no criador? 
8. A que se referem os termos a seguir, extraídos ao poema? 
a) "calhas de roda"
b) "comboio de corda"
Gabarito:
1. O tema é a criação do poema como resultado do fingimento poético. Se trata de uma reflexão sobre o fazer poético por meio da metalinguagem, que consiste em criar um poema por meio do qual se discute o próprio processo de construção.
2. O impasse consiste em fingir que está sentindo o que sente de verdade.
3. Auto: prefixo grego que significa a si mesmo. Psic(o): radical grego que significa alma. Grafia: radical grego que significa escrita/descrição. Assim, "Autopsicografia" significa escrita/descrição sobre a própria alma, sobre si mesmo; análise psicológica de si mesmo.
4. Alternativa a. Os versos têm sete sílabas: redondilhas maiores.
5. Alternativa a. Reflita a respeito do fato de que o que constrói o poema é a linguagem poética e não a pura experiência vivenciada. O fingimento poético consiste em representar tanto o vivido quanto o não vivido.
6. Eles têm a função de explicar e confirmar o tema do fingimento poético.
7. Resposta pessoal. Perceba que a estrofe se refere à dor realmente sentida pelo poeta, à dor fingida pelo poeta, à dor real do leitor e à dor motivada pela ação intelectual da leitura e da reflexão poética.
8. Ambos se abstraem da dor real e se entretêm com a dor fingida. Essa estrofe é uma conclusão, que faz referência à função lúdica (entreter) e catártica (liberar sentimentos) do poema ao prazer do criador e do leitor.
9. 
a) Refere-se à razão, ao intelecto, ao raciocínio; ao juízo. Na terceira estrofe, a "razão" está relacionada ao trabalho intelectual, ao ato de pensar (com lógica), à criação do poema por meio da linguagem.
b) Refere-se ao coração, às sensações, aos sentimentos reais e inventados. Na terceira estrofe, o coração simboliza a imaginação, as sensações (de dor, por exemplo) que podem motivar o ato criativo. 
4º momento: interpretação 
Tempo estimado: (30 minutos).
	AVALIAÇÃO
	5º A avaliação dar-se-á através da observação. Tendo como critério de análise o desenvolvimento, pelos discentes, do trabalho solicitado. Considerando seu empenho, criatividade, organização e socialização para toda a turma.
Tempo estimado (60 minutos)
	RECURSOS 
	Quadro, apagador, canetão, atividades empresas, a serem trabalhados
	APORTE TEÓRICO
	Webgrafia:
http://www.atividadesdeportugueseliteratura.blogspot.com.br/2016/10/exercicios-sobre-o-poema.html, disponível em: 02/10/2017 https://www.ebiografia.com/fernando_pessoa/Outorga, Disponível em: 02/10/2017 http://www.outorga.com.br/pdf/Livro_36_Carlos_Drummond_de_Andrade. Disponível em: 02/10/2017 
	ASSINATURA DOS ESTAGIÁRIOS
	
	ANEXOS
	
CURSO DE LETRAS - UNEMAT/Sinop
Av. dos Ingás, 3001 – Centro – Fone: (66) 3511-2126 – letras@unemat-net.br

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