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SEMINÁRIO DIDÁTICA (RESUMO)

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SEMINÁRIO DIDÁTICA
· O capitulo busca mostrar os elementos constituintes da identidade docente, cuja compreensão não se desvincula dos projetos sociopolíticos vigentes, dos processos de socialização experimentados pelo professor, dos saberes e práticas que permeiam seu trabalho. 
· O professor é o profissional responsável pela concretização do processo de ensino e ultimamente ele vem sendo alvo de críticas, pois são inúmeras as expectativas de mudanças projetadas sobre seu modo de ser e de estar na profissão. Com isso, temos que a identidade profissional não se descola das múltiplas experiências de vida, tanto pessoal quanto profissional. Apoiada nesse pressuposto, ressalta a história de vida, a formação e a prática docente como elementos constituintes do processo identitário do professor.
2.1. EDUCAÇÃO, HUMANIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES.
· Como sabemos, a educação tem um papel importante na formação humana, na construção de um homem crítico e autônomo. Logo, sabemos que os educadores muitas vezes são destituídos dos seus sonhos tornado um desafio cotidiano cumprir o seu papel. 
· O texto aborda uma citação de Paulo Freire, no qual fala que é preciso ousar para ficar ou permanecer ensinando por longo tempo nas condições que conhecemos, mal pagos, desrespeitados e resistindo ao risco de cair vencidos pelo cinismo. É preciso ousar, aprender a ousar, para dizer não a burocratização da mente a que nos expomos diariamente. É preciso ousar para continuar quando as vezes se pode deixar de fazê-lo, com vantagens materiais. A ideia de ousar do educador pode ser entendida como a necessidade de construir a vida num mundo conturbado. 
· É preciso considerar que o professor aprende, ensinando, e ensina, aprendendo. Há uma reciprocidade no processo de educação pois todo trabalho sobre e com seres humanos faz retornar sobre si a humanidade de seu objeto. 
· Somos sujeitos com capacidade de criar e recriar nosso modo de estar no mundo e nesse sentido o professor como qualquer outro ser humano, se produz por meio das relações que estabelece com o mundo físico e social. É pela ação interativa com as dimensões materiais e simbólicas da realidade social, que se encontra inserido pelas (experiências individuais e coletivas), que o professor intervém de modo criativo e autocriativo em sua relação com os outros e com o universo do trabalho. Dessa forma, ele exerce sua humanidade consigo, com outros e com o mundo em sua volta. É nesse movimento que ele constrói sua identidade como profissional.
2.2. UMA PESSOA QUE SE FAZ PROFESSOR – A IDENTIDADE PROFISSIONAL 
· Jennifer Nias, cita que “o professor é uma pessoa: e uma parte importante da pessoa é o professor”, dessa forma isto, vai evocar a discussão sobre a identidade profissional docente, ao mesmo tempo em que nos coloca diante do desafio de entender que os docentes não são apenas profissionais. 
· As múltiplas experiências do professor – tanto pessoal, social e profissional –compõem uma teia de significados que funciona como uma bússola, ou seja, utilizando disso como uma metáfora, pois a medida que ela serve de referência, ela também orienta o modo como o professor pensa, age e relaciona-se consigo mesmo, com as pessoas e com o mundo. Assim, de um modo geral, o professor trás para sua prática profissional toda a bagagem social sempre dinâmica, complexa e única.
· O professor além de profissional, é também uma pessoa, que está inserida em muitos outros grupos sociais (como a família e grupo de amigos), esses grupos distintos tem sua própria forma de se comunicar e interagir com o mundo. Por isso, o professor acaba sendo influenciado por essas diversas experiencias e as transformando em sua identidade pessoal, e consequentemente profissional. Essa é a chamada bagagem social, trazida pelo professor. Como dito por Pimenta (2020, p.76) “a identidade não é um dado imutável, nem externo, que possa ser adquirido como uma vestimenta. É um processo de construção do sujeito historicamente situado.” Que no caso do professor, ela se apresenta como um espaço de construção de maneiras de ser e estar na profissão.” No entanto, é importante saber que a identidade docente é um lugar de lutas e conflitos, pois as determinações sociais e históricas são alvo de negociações complexas, que requerem justificativas da aceitação ou negação de decisões.
· É nesse processo que o professor se desenvolve e se reconhece como profissional. E sua identidade profissional vai torna-lo pertencente a um determinado grupo, o dos docentes. A interação da sua identidade pessoal e esses grupos, irá configurar a forma como irá exercer o magistério. Isso quer dizer que a identidade docente é uma construção, na qual, vários fatores, como mencionados, contribuem para que o professor se faça e refaça enquanto profissional.
2.3. ELEMENTOS IDENTITÁRIOS DA DOCÊNCIA – HISTÓRIA DE VIDA, FORMAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA 
· Os três elementos envolvidos na socialização de aprender a se tornar um professor são formulados pela dimensão pessoal e profissional. A pessoal reconhece a influência da natureza bibliográfica enquanto pessoa (a história de vida); e a profissional, se caracteriza na formação, nos saberes e experiências da docência.
· História de vida: Gatti (2003, p.197) diz que os professores não são “seres abstratos ou essencialmente intelectuais.” São pessoas imersas em uma vida grupal, onde partilham uma cultura, da qual derivam seus conhecimentos, valores e atitudes. Ou seja, seres protagonistas das suas próprias vidas enquanto indivíduo, cidadão. Um dos grupos nucleares do processo de socialização é a família, é dela que advém inicialmente traços culturais como os costumes, crenças e valores. Com base nisso, o indivíduo vai estruturando sua imagem e comportamento. 
· Além do grupo familiar, o professor está inserido em um contexto político, econômico e cultural no qual cresce e se desenvolve. As diferentes pessoas com as quais convive e os diferentes lugares que frequenta, fazem parte do processo formador da bagagem social do professor enquanto pessoa, tendo um papel importante na sua bagagem educativa, e profissional, já que formula uma visão de mundo, de formas de interagir com as coisas ao seu redor, de compreender sua condição humana e nela intervir.
· Estudos sobre a socialização profissional (Nunes, 2002), mostram que o ingresso na profissão é decorrente de diversos fatores, destacando-se a influência da família, e a dos ex-professores. Embora muitos dos depoimentos dos docentes relatem sobre a dificuldade para estudar, devido as condições de vida, também se observam uma significativa valorização da instrução, como um mecanismo para progredir.
· Em uma pesquisa realizada com educadores do Ceará por (Farias et al, 2007), demonstrou que o desejo da família, especialmente no caso das mulheres, está ligado ao magistério como uma profissão feminina; enquanto entre os homens, a influência da família não aparece na narrativa como um elemento determinante para a escolha da profissão, destacam que o magistério entrou nas suas vidas por acaso, como uma opção viável de trabalho na época.
· Esse último aspecto chama a atenção para a origem dos professores da educação básica. Em um estudo realizado pela UNESCO (2004, p. 66) evidenciou que a maioria dos professores pesquisados (um total de 5.000) se auto classifica como pertencente a classe média baixa. Outro dado importante se refere a escolaridade de seus pais: 49,5% dos professores entrevistados tem pais com nível fundamental incompleto, seguido de 13,1% com este nível de ensino completo. Cerca de 15,2% dos pais e mães não tem nenhum grau de instrução. Esses dados mostram que vem crescendo o número de professores oriundos de baixa renda. Tal situação é problemática, pois os professores são responsáveis pela formação cultural de novas gerações, entretanto, é reconhecido o acesso restrito ao universo cultural desses profissionais e suas famílias.
É fortalecida a ideia de que a formação de professores para um mundo de transformações tem que ser um processo quereclama. Deve-se ter uma postura reflexiva e dinamizada com a prática e isso vai favorecer o professor e leva-lo a pensar sistematicamente e de forma crítica sobre o seu trabalho. Isso implica a entende-lo como um sujeito de permanente constituição, sujeito que é construído pelas condições sociais concretas do lugar e do tempo em que atua e vive. Um ser de constante aprendizado
Durante a formação, forjar algumas situações vai oportunizar ao professor desenvolver novas referências que podem iluminar seus pensamentos.
O professor desenvolve sua atividade e se constitui como tal, principalmente no ambiente escolar, todavia, a escola é um a parte micro da plenitude do seu papel e atuação. É pelo trabalho que o mesmo vai desenvolvendo e se definindo como tal.
A cultura docente constitui os professores como um coletivo. É um patrimônio simbólico compartilhado pelos professores e isso vai dá sentido, ou um norte as ações educativas e pedagógicas. Essa cultura é expressa nos métodos de utilização da classe, nas relações do professor com e os demais membros da escola, em suas funções desempenhadas, em suas tomadas de decisões, etc.
Mudanças que revejam a prática docente exigem uma abertura de espírito e indagação crítica por parte do professor para que possa ocorrer a superação das dificuldades. Porém estas mudanças não podem ser resultadas de ações isoladas, é necessário que haja engajamento crítico, ético e politico de cada um envolvido no contexto educativo.
Algo a se lembrar é que o professor não é o mesmo todos os dias, assim como seus alunos não são os mesmo todos os dias, por isso, este processo de reflexão é mais que necessário e toma-se como ponto de partida e chegada à prática cotidiana.
Para que ocorra tais processo formativos, espaço e tempo para reflexão e análise pedagógica é preciso que haja vontades políticas daqueles que deliberam sobre as iniciativas de formação dos professores. É necessário para que o discurso e a realidade andem juntos.
A história de vida, formação e prática docente são de suma relevância para profissionalização do professor, principalmente frente a dimensão da profissionalidade exigida a uma educação emancipatória e ao papel do sujeito como intelectual e crítico.
· Formação do professor como um processo que reclama
· Ser inacabado e em constante aprendizado
· Forjar situações para oportunizar o desenvolver professor
PRÁTICA PEDAGÓGICA
· Professor > atividade profissional e constituição > ambiente escolar 
· Escola como expressão micro da plenitude do ser professor
· Multidimensionalidade do processo educacional > extrapola o espaço escolar
· Cultura docente > norteador da ação pedagógica 
· Central em processos de mudança escolar > lenta e exige maior esforço
· Mudanças > abertura de espírito e indagação crítica 
· Superar dificuldades > necessário ações conjuntas
· O professor de ontem, não é o professor de amanhã
· Pratica cotidiana > ponto de partida e chegada
· Para ocorrência destes processos > necessário existência de vontades políticas 
· História de vida, formação e prática docente > suma relevância para profissionalização do professor
PÁGINA 73-76 (Continuação do 2.4 entitulado “Docência- trabalho que requer saberes especializados) 
Saviane da ênfase a prática educativa como elemento definidor dos saberes implicados na formação, e posteriormente, no desenvolvimento do trabalho do professor. Ele alerta que o professor não trabalha com uma matéria inanimada, mas que o mesmo atua sobre a prática educativa com pessoas. Ou seja, é com relações humanas, sendo assim, deve haver uma interação e esta deve ser simbólica.
Segundo o autor do livro, no Brasil, essa temática vem ganhando visibilidade a partir dos trabalhos de Tardif, Gauthier, Shulman, Saviani e Pimenta. Em conjunto, esses autores reconhecem que o professor produz e mobiliza saberes a partir do seu trabalho.
Segundo Gauthier, a formação profissional destina-se a uma formação científica ou cultivada dos docentes e esta é composta por um conjunto de saberes que são transmitidos pela instituição, ou seja, escolas, universidades... Ele menciona que esses saberes não auxiliam de fato o docente ensinar, mas que este é informado dos vários “lados” ligados à sua ocupação ou a educação em geral. 
De acordo com Tardif, os saberes da formação profissional também são constituídos por doutrinas ou concepções sobre a prática educativa. São reflexões racionais que conduzem a sistemas coerentes. Esses saberes reconhecidos por Saviani e Pimenta são responsáveis por um esqueleto ideológico à atividade docente quanto por formas de saber fazer.
Os saberes específicos como matemática, física, química, biologia não são produzidos pelo docente, mas o mesmo retira daí saber o necessário para reproduzir o ensino. É universal que, para ensinar é preciso conhecer a matéria, pois o ensino exige um conhecimento do conteúdo que será transmitido, visto que não se pode ensinar algo que não se tem domínio. Isso não significa que haverá apenas uma transmissão robótica daquilo, uma reprodução do sistema lógico da ciência. Na contemporaneidade, é reconhecido mais do que nunca que existem grandes transformações realizadas por professores que sabem disciplinar veiculado a escola. O tipo de conhecimento possuído pelo docente a respeito da matéria influi no seu ensino e na aprendizagem dos alunos.
A denominação saber didático-curricular é relacionada a saberes incorporados pelo docente, tanto no decorrer de sua formação quanto de sua integração à atividade de ensino. São saberes produzidos ao longo da história escolar, na relação com os professores enquanto discentes, na trajetória profissional nas diversas instituições em que leciona-se. O saber da experiência é proveniente da prática e pela prática.

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