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briófitas como bioindicadoras

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Universidade Estadual da Paraíba - UEPB
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde - CCBS
Departamento de Biologia
Discente: Steffany Sales Galisa
Docente: Shirley Rangel Germano
Componente: Biologia e sistemática de Criptógamos
Resumo da palestra “Uso de Briófitas como Bioindicadoras”
A palestra intitulada “Sensíveis e previsíveis: Briófitas como bioindicadoras” tem como objetivo demonstrar a eficiência da utilização de brióficas como bioindicadoras de condições ecológicas e ambientais.
Bioindicadores são organelas, organismos ou grupos de organismos adequados para determinar qualitativa ou quantitativamente o estado do ambiente, em sentido estrito, refere-se ao efeito sobre o organismo de stress antrópico ou ambiental. Podem ser usados para descrever ou avaliar condições ambientais e também estabelecer metas ambientais.
A palestrante usou a palavra sensível na titulação da palestra porque essas plantas reagem bem às mudanças ambientais, e previsíveis porque elas sempre preveem mudanças que podem ocorrer no sistema antes delas acontecerem.
Critérios para seleção de bioindicadores: espécies que forneçam um quadro representativo das condições ambientais ou pressões sobre o meio ambiente por parte da sociedade; Táxons simples, de fácil interpretação e capaz de mostrar tendências ao longo do tempo; Espécies que sejam sensíveis às mudanças no meio ambiente e às atividades humanas; Espécies que forneçam base para comparações internacionais; Ser aplicável a questões ambientais regionais e/ou nacionais; Ter possibilidade de comparação de modo que os pesquisadores possam avaliar sua significância. Existem tipos de bioindicadores, e são estes: 
· Sentinelas: introduzidas para indicar níveis de degradação e prever ameaças ao ecossistema;
· Detectoras: espécies locais que respondem a mudanças ambientais de forma mensurável;
· Exploradoras: reagem positivamente a perturbações;
· Acumuladoras: permitem verificar a bioacumulação;
· Bio-ensaio: usadas em experimentos;
· Sensíveis: modificam acentuadamente o comportamento com relação à perturbação ou sress.
Estes podem ser usados no monitoramento direto ou indireto. No monitoramento direto, temos como exemplo o monitoramento da poluição e bioacumulação de substâncias contaminantes. Nesse tipo, irá haver uma quantificação dos níveis do poluente ou de enzimas derivadas da composição desse poluente nos tecidos da planta. No monitoramento indireto, irá haver uma detecção de alterações em atributos da comunidade ou da paisagem em resposta a mudanças no ambiente, como por exemplo deste tipo de monitoramento, temos os distúrbios florestais, fragmentação de habitat, mudanças climáticas globais e caracterização de tipos vegetacionais.
As briófitas são bioindicadoras potenciais. São comuns, amplamente distribuídas, possuem fácil amostragem e identificação, são sensíveis ao stress ambiental (poiquiloidria) e também têm uma resposta rápida a mudanças no ambiente. 
As briófitas não são plantas inferiores, mas sim basais, ao contrário do que se pensa, elas são sim altamente complexas e possuem alto grau de dispersão. Elas não são restritas a locais úmidos, podem ser encontradas em locais secos, como por exemplo, elas estão presentes na Caatinga e até em desertos.
Quando falamos delas, estamos falando de três linhagens diferentes: as hepáticas, musgos e antóceros. São três filos de organismos que possuem a geração gametofítica, ou seja, haploide, como a geração dominante no ciclo da vida. Isso diferencia esses três grupos de todas as plantas terrestres. A estrutura fotossintetizante é haploide, a maioria das adaptações que surgiram nas plantas terrestres, surgiram no esporófito, na geração diploide. Os gametófitos mais complexos que existem na terra são os gametófitos das hepáticas, dos musgos e dos antóceros. Falando das divisões, estas são: Marchantiophyta: hepáticas; Bryophyta: musgos; Anthocerophyta: antóceros.
As hepáticas podem ser talosas simples ou complexas, ou folhosas, podem ter anfigástros, que auxiliam na canalização da água e permanência desta próxima ao corpo. Musgos são sempre folhosos, apresentam disposição de filídios espiral em volta do caulídio, apresentam uma região mais espessa no filídio. Os antóceros sempre talosos e o esporófito é verde, diferente do das outras duas divisões, que são transparentes, eles também possuem estômatos.
Apesar de ter três divisões diferentes as briófitas têm algumas características gerais em comum listadas a seguir: possuem um esporófito monoesporangiado, possuem também ausência de sistema vascular e raízes, possuem um anterozoide biflagelado, o ciclo de vida é dotado de uma geração gametofítica dominante e uma esporofítica dependente.
Todas as briófitas precisam de água para reprodução, outro elemento importante é o ar para a dispersão das sementes. Vale salientar que elas são independentes dos animais.
Falando sobre o briomonitoramento, este permite avaliar a resposta das briófitas às alterações ambientais de forma rápida e com custos reduzidos. Possui diversas vantagens, dentre estas, pode-se citar que elas reagem de forma rápida, previsível e mensurável às mudanças ambientais; Muitas espécies são restritas a determinadas condições microclimáticas; Apresentam um número relativamente pequeno de espécies; São fáceis de coletar e identificar e são amplamente distribuídas. Elas são poiquiloídricas, ou seja, não possuem uma cutícula no gametófito. São expostas diretamente às condições ambientais. Os poluentes passam pela membrana plasmática, gerando efeitos sobre o metabolismo. Sendo assim, essas plantas absorvem e acumulam poluentes.

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