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Microeconomia para a Anpec Theo Cotrim Martins E-mail: theocm@gmail.com mailto:theocm@gmail.com Aula 03 EFEITOS RENDA E SUBSTITUIÇÃO N-Cap. 5; V-Caps. 6 e 8 Agenda • Funções demanda • Homogeneidade, mudanças de preços, mudanças na renda, tipos de bens • Função demanda Marshaliana vs Hicksiana • Equação de Slutsky • Elasticidades • Relações entre as elasticidades • Exercícios Anpec Funções Demanda • As quantidades ótimas de 𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛 podem ser expressadas como funções dos preços e da renda. • Essas funções podem ser expressas por n funções da seguinte forma: 𝑥1 ∗ = 𝑥1(𝑝1, 𝑝2, … 𝑝𝑛, 𝐼) 𝑥2 ∗ = 𝑥2(𝑝1, 𝑝2, … 𝑝𝑛, 𝐼) … 𝑥𝑛 ∗ = 𝑥𝑛(𝑝1, 𝑝2, … 𝑝𝑛, 𝐼) Funções Demanda • Se existem somente dois bens (𝑥 e 𝑦), podemos simplificar a notação para: 𝑥∗ = 𝑥 𝑝𝑥 , 𝑝𝑦 , 𝐼 𝑦∗ = 𝑦(𝑝𝑥 , 𝑝𝑦 , 𝐼) • Preços e renda são exógenos. – o indivíduo não tem controle sobre esses parâmetros. Homogeneidade • Se todos os preços e renda dobrarem, as quantidades ótimas não se alterarão. – A restrição orçamentária não se altera: 𝑥𝑖 ∗(𝑡𝑝1, 𝑡𝑝2, … , 𝑡𝑝𝑛, 𝑡𝐼) = 𝑡 0 𝑥𝑖(𝑡𝑝1, 𝑡𝑝2, … , 𝑡𝑝𝑛, 𝑡𝐼) = = 𝑥𝑖 ∗ = 𝑥𝑖(𝑝1, 𝑝2, … , 𝑝𝑛, 𝐼) • Ou seja, as funções demanda são homogêneas de grau zero (h.g.0) em todos os preços e renda. Homogeneidade • Suponha uma função utilidade Cobb-Douglas do tipo: utilidade = U(x,y) = x0.3y0.7 • As funções demanda são: • Note que dobrando a renda e os preços, as quantidades de x* e y* não se alteram. xp x I3.0 * yp y I7.0 * Mudanças na Renda • Um aumento de renda fará com que a restrição orçamentária se desloque paralelamente para fora. • Como 𝑝𝑥 𝑝𝑦 não muda, a TMS se manterá constante a medida que mudamos para níveis mais altos de satisfação. Aumento de Renda • Se a quantidade demandada de x e y aumentam quando a renda aumenta, x e y são bens normais. Quantidade de x Quantidade de y C U3 B U2 A U1 Quando a renda aumenta, o indivíduo decide consumir mais x e mais y. Aumento de Renda • Se a quantidade demandada de x se reduz quando a renda aumenta, x é um bem inferior. Quantidade de x Quantidade de y C U3 B U2 A U1 Quando a renda aumenta, o indivíduo decide consumir menos 𝑥 e mais 𝑦. Bens Normais e Inferiores Matematicamente, as relações apresentadas são: • Bem normal: O bem 𝑥𝑖 é normal se 𝜕𝑥𝑖 𝜕𝐼 > 0. • Bem inferior: O bem 𝑥𝑖 é inferior se 𝜕𝑥𝑖 𝜕𝐼 < 0. Mudanças na Renda • IMPORTANTE (não tem no Nicholson) • Se traçarmos uma linha nos gráficos anteriores, ligando todas as cestas que maximizam utilidade, teremos a curva de renda consumo, ou, caminho de expansão. • Ao traçarmos a relação entre renda e consumo de um dos bens, teremos a curva de Engel. Mudanças no Preço de um Bem • A análise é um pouco mais complicada pois a variação no preço de um bem muda a posição e a inclinação da restrição orçamentária. • Há dois efeitos: – Efeito substituição: é função dos preços relativos. – Efeito renda: é função da mudança de “renda real” em virtude da mudança de preço. Quantidade de x Quantidade de y U1 A Suponha que o consumidor está maximizando a utilidade no ponto A. U2 B Se o preço do bem 𝑥 cai, o consumidor irá maximizar a utilidade no ponto B. Aumento total em x Mudanças no Preço de um Bem U1 Quantidade de x Quantidade de y A Para isolar o efeito substituição, mantemos a “renda real” constante, mas deixamos os preços relativos mudarem. Efeito Substituição C O efeito substituição é o movimento do ponto A para o ponto C. O indivíduo substitui o bem 𝑦 pelo bem 𝑥 pois o bem 𝑥 ficou relativamente mais barato. Mudanças no Preço de um Bem U1 U2 Quantidade de x Quantidade de y A O efeito renda ocorre porque a “renda real” do indivíduo muda quando o preço do bem x muda. C Efeito Renda B O efeito renda é o movimento do ponto C para o ponto B. Se x é um bem normal, O indivíduo irá comprar mais porque a “renda real” aumentou. Mudanças no Preço de um Bem U2 U1 Quantidade de x Quantidade de y B A Com um aumento de preço a análise é similar. C O efeito substituição é o movimento do ponto A para o ponto C. Efeito Substituição Efeito Renda O efeito renda é o movimento do ponto C para o ponto B. Mudanças no Preço de um Bem Mudanças de Preços para Bens Normais • Se um bem é normal, os efeitos substituição e renda atuam na mesma direção. – Quando o preço cai, os dois efeitos levam a um aumento na quantidade demandada. – Quando o preço aumenta, os dois efeitos levam a uma queda na quantidade demandada. Mudanças de Preços para Bens Inferiores • Se um bem é inferior, os efeitos substituição e renda atuam em direções opostas. • O efeito final é indeterminado. – Quando o preço sobe, o efeito substituição leva a uma queda na quantidade demandada mas o efeito renda leva a um aumento na quantidade demandada. – Quando o preço cai, os efeitos se invertem, mas continuam em direções opostas. Paradoxo de Giffen • Para um bem inferior, se o efeito renda é maior que o efeito substituição, haverá uma relação positiva entre o preço do bem e a quantidade consumida. • Assim, quando o preço sobe a quantidade consumida também. • Quando isto ocorre o bem é denominado bem de Giffen. Tipos de Compensação • O efeito-substituição do exemplo anterior – no qual se mantém a utilidade constante – se refere à “compensação Hicksiana” • Também é possível se falar em “compensação de Slutsky”, na qual a cesta original se torna disponível aos preços correntes (NÃO TEM NO NICHOLSON – VER VARIAN). C U2 U1 Quantidade de x Quantidade de y B A O efeito substituição referente à compensação de Slutsky é o movimento do ponto A para o ponto C. Efeito Substituição Efeito Renda O efeito renda é o movimento do ponto C para o ponto B. Mudanças no Preço de um Bem U1’ Novamente analisando um aumento de preços... Curva de Demanda Individual (Marshalliana) • A curva de demanda individual mostra a relação entre o preço de um bem e a quantidade demandada desse bem. Os fatores a seguir são mantidos constantes quando a curva de demanda é derivada: – Renda – Preços dos outros bens – As preferências do indivíduo • Se algum destes fatores se modificar, a curva de demanda irá se deslocar. x …a quantidade demandada de 𝑥 aumenta. Quantidade de y Quantidade de x Quantidade de x px x’’ px’’ U2 x2 𝑰 = 𝒑𝒙′′ + 𝒑𝒚 x’ px’ U1 x1 𝑰 = 𝒑𝒙′ + 𝒑𝒚 x’’’ px’’’ x3 U3 𝑰 = 𝒑𝒙′′′ + 𝒑𝒚 Quando o preço de 𝑥 cai... Curva de Demanda Individual Curva de Demanda Individual • IMPORTANTE (não tem no Nicholson) • Se traçarmos uma linha no 1o. gráfico do slide anterior (eixo 𝑋, 𝑌), ligando todas as cestas que maximizam utilidade, teremos a curva de preço consumo. Curva de Demanda Compensada (Hicksiana) • O nível de utilidade varia ao longo de uma curva de demanda individual. • Quando o preço de 𝑥 cai, o indivíduo se desloca para curvas de indiferença superiores. • A curva de demanda compensada mostra a relação entre o preço de um bem e a quantidade consumida desse bem, mantendo todos os outros preços e a utilidade constantes. Curva de Demanda Compensada • Curva de demanda compensada: 𝑥∗ = 𝑥𝑐(𝑝𝑥 , 𝑝𝑦 , 𝑈) • Ao manter a utilidade constante, a curva de demanda compensada mostra somente o efeito substituição. • Já a curva de demanda individual mostra os efeitos substituição e renda. xc …a quantidade demandada aumenta. Curva de Demanda Compensada Quantidade de y Quantidade de x Quantidade de x px U2 x’’ px’’ x’’ y x p p inclinação '' x’ px’ y x p p inclinação ' x’ x’’’px’’’ y x p p inclinação ''' x’’’ Mantendo a utilidade constante, enquanto o preço cai... Comparação das Curvas de Demanda Quantidade de x px x xc x’’ px’’ Em px’’, as curvas se cruzam pois a renda do indivíduo é somente suficiente para atingir a utilidade U2. Quantity of x px x xc px’’ x* x’ px’ Para preços acima de px’’ a compensação de renda é positiva pois o indivíduo precisa de mais renda para se manter em U2. Comparação das Curvas de Demanda Isto só ocorre para bens normais. Curva de Demanda Compensada •Suponha que a utilidade é dada por: 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑈 𝑥, 𝑦 = 𝑥0.5𝑦0.5 •As funções demanda Marshalliana são: 𝑥∗ = 𝐼 2𝑝𝑥 ; 𝑦∗ = 𝐼 2𝑝𝑦 •A função utilidade indireta é: 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑉 𝐼, 𝑝𝑥, 𝑝𝑦 = 𝐼 2𝑝𝑥 0.5𝑝𝑦 0.5 Curva de Demanda Compensada • Para obter a demanda hicksiana, podemos isolar a renda na função utilidade indireta e então substituir na demanda Marshalliana. 𝑥𝑐 ∗ = 𝑉𝑝𝑦 0.5 𝑝𝑥 0.5 𝑦𝑐 ∗ = 𝑉𝑝𝑥 0.5 𝑝𝑦 0.5 Análise Matemática • Por definição temos que: 𝑥𝑐 𝑝 𝑥 , 𝑝 𝑦 , 𝑈 = 𝑥 𝑝 𝑥 , 𝑝 𝑦 , 𝐸 𝑝 𝑥 , 𝑝 𝑦 , 𝑈 ...a quantidade demandada é a mesma para as duas funções demanda quando a renda é exatamente a necessária para atingir um determinado nível de utilidade. • Diferenciando em relação a 𝑝𝑥: 𝜕𝑥𝑐 𝜕𝑝𝑥 = 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 + 𝜕𝑥 𝜕𝐸 ∙ 𝜕𝐸 𝜕𝑝𝑥 Análise Matemática • Rearranjando: 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 = 𝜕𝑥𝑐 𝜕𝑝𝑥 − 𝜕𝑥 𝜕𝐸 ∙ 𝜕𝐸 𝜕𝑝𝑥 O primeiro termo do lado direito é a inclinação da curva de demanda compensada (efeito substituição). O segundo termo mede é maneira que mudanças em 𝑝𝑥 afetam a demanda por 𝑥 através de mudanças no poder de compra (efeito renda). Análise Matemática • Vamos mostrar que 𝜕𝐸 𝜕𝑝𝑥 = 𝑥𝑐(𝑝, 𝑈) – Lema de Shepard. • O Lagrangeando do problema de minimização é dado por: 𝐿 = 𝑝1𝑥1 + ⋯+ 𝑝𝑛𝑥𝑛 + 𝜆[𝑈 − 𝑈 𝑥 ] • Teorema do Envelope: se 𝑥∗(𝑝) é solução do problema como função de (𝑝1, … , 𝑝𝑛) então o Teorema do Envelope garante que para qualquer 𝑝 = (𝑝1, … 𝑝𝑛) que tivermos: 𝜕𝐿 𝜕𝑝𝑖 = 𝜕 𝑝1𝑥1 + ⋯+ 𝑝𝑛𝑥𝑛 𝜕𝑝𝑖 − 𝜆 ∙ 𝜕 𝑈 − 𝑈 𝑥 𝜕𝑝𝑖 = 𝑇.𝐸. 𝜕𝐸 𝑝, 𝑈 𝜕𝑝𝑖 ...para qualquer 𝑖 = 1, . . 𝑛. Análise Matemática • Como os preços são parâmetros que entram apenas na função objetivo dada por 𝑝1𝑥1 + ⋯+ 𝑝𝑛𝑥𝑛, temos que: 𝜕𝐿 𝜕𝑝𝑖 = 𝜕 𝑝1𝑥1 + ⋯+ 𝑝𝑛𝑥𝑛 𝜕𝑝𝑖 = 𝑥𝑖 𝑐 𝑝, 𝑈 = 𝑇.𝐸. 𝜕𝐸 𝑝,𝑈 𝜕𝑝𝑖 • A dualidade dos problemas de maximização de utilidade e minimização de dispêndio garante que 𝐼 = 𝐸(𝑝, 𝑈) e que 𝑥𝑖 𝑐 𝑝, 𝑈 = 𝑥𝑖 𝑝, 𝐸 𝑝, 𝑈 = 𝑥𝑖 𝑝, 𝐼 . Equação de Slutsky • Voltando à equação de Slutsky, agora sabemos que 𝐸 𝑝, 𝑈 = 𝐼 e, que 𝜕𝐸 𝜕𝑝𝑥 = 𝑥(𝑝, 𝐼). Portanto: 𝐸𝑓. 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 = − 𝜕𝑥 𝜕𝐸 ∙ 𝜕𝐸 𝜕𝑝𝑥 = −𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝐼 • Já o efeito substituição é dado por: 𝐸𝑓. 𝑆𝑢𝑏𝑠𝑡𝑖𝑡𝑢𝑖çã𝑜 = 𝜕𝑥𝑐 𝜕𝑝𝑥 = 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 𝑈 Equação de Slutsky • Desta forma: 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 = 𝜕𝑥𝑐 𝜕𝑝𝑥 − 𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝐼 • Lado esquerdo: temos o efeito-preço total; • 1º termo à direita: Ef. Substituição (negativo desde que a TMS seja decrescente); • 2º termo à direita: Ef. Renda (negativo para bem normal, positivo para bem inferior). Decomposição de Slutsky • Decomponha o efeito preço utilizando a seguinte função utilidade: 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 = 𝑈 𝑥, 𝑦 = 𝑥0.5𝑦0.5 Elasticidades • Definição geral: 𝑒𝐵,𝐴 = 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % 𝑒𝑚 𝐵 𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 % 𝑒𝑚 𝐴 = Δ𝐵 𝐵 Δ𝐴 𝐴 = 𝜕𝐵 𝜕𝐴 ∙ 𝐴 𝐵 • Exemplo: “elasticidade-preço da demanda”: 𝑒𝑥,𝑝𝑥 = 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 ∙ 𝑝𝑥 𝑥 Elasticidade Preço da Demanda 𝑒𝑥,𝑝𝑥 = 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 ∙ 𝑝𝑥 𝑥 • É normalmente negativa. – única exceção: bens de Giffen. • Definições: – Se ex,px < -1, a demanda é elástica; – Se ex,px > -1, a demanda é inelástica; – Se ex,px = -1, a demanda tem elasticidade unitária. Elasticidades Elasticidade renda da demanda (𝑒𝑥,𝐼): 𝑒𝑥,𝐼 = Δx/x Δ𝐼/𝐼 = 𝜕𝑥 𝜕𝐼 ∙ 𝐼 𝑥 Implicações: – Se ex,I > 0, o bem é normal; – Se ex,I < 0, o bem é inferior; – Se ex,I > 1, o bem é normal e de luxo. Elasticidades • Elasticidade preço-cruzada da demanda (ex,py): 𝑒𝑥,𝑝𝑦 = Δx/x Δ𝑝𝑦/𝑝𝑦 = 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑦 ∙ 𝑝𝑦 𝑥 • Implicações: – Se ex,py > 0, os bens são substitutos. – Se ex,py < 0, os bens são complementares. Elasticidade Preço e Gasto Total • Gasto total no bem 𝑥 é dado por: 𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑝𝑥𝑥 • Usando elasticidade, podemos determinar como o gasto total varia quando 𝑝𝑥 muda: 𝜕 𝑝𝑥𝑥 𝜕𝑝𝑥 = 𝜕 𝑝𝑥𝑓(𝑝𝑥) 𝜕𝑝𝑥 = 𝑝𝑥 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 + 𝑥 = 𝑥 ∙ [𝑒𝑥,𝑝𝑥 + 1] Elasticidade Preço e Gasto Total 𝜕 𝑝𝑥𝑥 𝜕𝑝𝑥 = 𝜕 𝑝𝑥𝑓(𝑝𝑥) 𝜕𝑝𝑥 = 𝑝𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 + 𝑥 = 𝑥 ∙ [𝑒𝑥,𝑝𝑥 + 1] • Se ex,px > -1, a demanda é inelástica e o preço e o gasto total se movem na mesma direção. • Se ex,px < -1, a demanda é elástica e o preço e o gasto total se movem em direções opostas. • Se ex,px = -1, a derivada é igual a zero e o gasto total não muda dada uma mudança no preço. Elasticidades na Demanda Hicksiana • Considere a demanda hicksiana abaixo: xc = xc(px,py,U) • Podemos calcular: – Elasticidade preço da demanda compensada (ex c ,px). – Elasticidade preço cruzada da demanda compensada (ex c ,py). Elasticidades na Demanda Hicksiana • Elasticidade preço da demanda compensada (ex c ,px): • Elasticidade preço cruzada da demanda compensada (𝑒𝑥𝑐 , 𝑝𝑦): c x x c xx cc c px x p p x pp xx e x / / , c y y c yy cc c px x p p x pp xx e y / / , Elasticidade na Equação de Slutsky • Partindo-se da equação de Slutsky: 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 = 𝜕𝑥𝑐 𝜕𝑝𝑥 − 𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝐼 • Multiplicando os dois lados por 𝑝𝑥 𝑥 , vem: 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 ∙ 𝑝𝑥 𝑥 = 𝜕𝑥𝑐 𝜕𝑝𝑥 ∙ 𝑝𝑥 𝑥 − 𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝐼 ∙ 𝑝𝑥 𝑥 Elasticidade na Equação de Slutsky • Multiplicando o último termo por I/I, vem: 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 ∙ 𝑝𝑥 𝑥 = 𝜕𝑥𝑐 𝜕𝑝𝑥 ∙ 𝑝𝑥 𝑥 − 𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝐼 ∙ 𝑝𝑥 𝑥 ∙ 𝐼 𝐼 Então: 𝑒𝑥,𝑝𝑥 = 𝑒𝑥𝑐,𝑝𝑥 − 𝑠𝑥 ∙ 𝑒𝑥,𝐼 onde 𝑠𝑥 = 𝑝𝑥𝑥 𝐼 é a parcela da renda gasta no bem 𝑥. Elasticidades na Cobb-Douglas • Suponha a função utilidade: U(x,y) = xy • As funções demanda são: xp x I yp y I Elasticidades na Cobb-Douglas • Calculando as elasticidades: 1 2, x x x x x px p p px p p x e x I I • Cálculos similares geram: – ex,Py = 0 – ex,I = 1 Relações entre elasticidades 1. Homogeneidade: - Funções de demanda são homogêneas de grau zero nos preços e na renda. - O Teorema de Euler (Ver Nicholson, Cap.2) para funções h.g.0. garante que: 0 = 𝑝𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 + 𝑝𝑦 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑦 + 𝐼 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝐼 Relações entre elasticidades 1. Homogeneidade: - Dividindo por 𝑥, temos: 0 = 𝑒𝑥,𝑝𝑥 + 𝑒𝑥,𝑝𝑦 + 𝑒𝑥,𝐼 - Intuição: as elasticidades da demanda atendem a uma consistência interna dada pela fórmula acima. Relações entre elasticidades 2. Agregação de Engel: - A Lei de Engel sugere que a parcela da renda destinada a alimentos declina a medida que a renda aumenta. - Em termos de elasticidade, isto significa que a elasticidade renda da demanda por alimentos é, em geral, menor do que 1. - Isto implica que a elasticidade renda da demanda pelos bens não alimentícios deve ser maior que 1. Relações entre elasticidades 2. Agregação de Engel: - Diferenciando a restrição orçamentária (RO) em relação a 𝐼, tratando preços como constantes, temos: 1 = 𝑝𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝐼 + 𝑝𝑦 ∙ 𝜕𝑦 𝜕𝐼 1 = 𝑝𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝐼 ∙ 𝑥𝐼 𝑥𝐼 + 𝑝𝑦 ∙ 𝜕𝑦 𝜕𝐼 ∙ 𝑦𝐼 𝑦𝐼 𝟏 = 𝒔𝒙𝒆𝒙,𝑰 + 𝒔𝒚𝒆𝒚,𝑰Relações entre elasticidades 3. Agregação de Cournot: - O tamanho do efeito cruzado de um aumento no preço 𝑝𝑥 sobre a quantidade demandada de 𝑦 é “restrito” pela restrição orçamentária. - Diferenciando a Restrição Orçamentária em relação a 𝑝𝑥, vem: 𝜕𝐼 𝜕𝑝𝑥 = 0 = 𝑝𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 + 𝑥 + 𝑝𝑦 ∙ 𝜕𝑦 𝜕𝑝𝑥 Relações entre elasticidades 3. Agregação de Cournot: - Multiplicando a equação anterior por 𝑝𝑥 𝐼 , temos: 0 = 𝑝𝑥 ∙ 𝜕𝑥 𝜕𝑝𝑥 ∙ 𝑝𝑥 𝐼 ∙ 𝑥 𝑥 + 𝑥 ∙ 𝑝𝑥 𝐼 + 𝑝𝑦 ∙ 𝜕𝑦 𝜕𝑝𝑥 ∙ 𝑝𝑥 𝐼 ∙ 𝑦 𝑦 0 = 𝑠𝑥𝑒𝑥,𝑝𝑥 + 𝑠𝑥 + 𝑠𝑦𝑒𝑦,𝑝𝑦 𝒔𝒙𝒆𝒙,𝒑𝒙 + 𝒔𝒚𝒆𝒚,𝒑𝒙 = −𝒔𝒙 Identidade de Roy • A partir do problema de maximização de utilidade, tínhamos o Lagrangeano dado por: 𝐿 = 𝑈 𝑥, 𝑦 + 𝜆 ∙ [𝐼 − 𝑝𝑥𝑥 − 𝑝𝑦𝑦] • Pelo Teorema do Envelope, temos: 𝜕𝐿 𝜕𝑝𝑥 = 𝜕𝑉 𝜕𝑝𝑥 = −𝜆𝑥∗(𝑝𝑥, 𝑝𝑦, 𝐼) • Além disso: 𝜕𝐿 𝜕𝐼 = 𝜕𝑉 𝜕𝐼 = 𝜆 Identidade de Roy • Rearranjando, temos a Identidade de Roy: 𝑥∗ 𝑝1, 𝑝2, 𝐼 = − 𝜕𝑉 𝜕𝑝𝑥 𝜕𝑉 𝜕𝐼 • Podemos então obter a demanda marshaliana a partir da função de utilidade indireta. Anexo – Cap. 5 (Nicholson) Q2 - 2006 Com relação à função demanda, avalie as afirmativas: (0) Se a função utilidade de um consumidor for 𝑈 𝑥, 𝑦 = 𝑥2𝑦3, sua curva de demanda pelo bem x terá elasticidade constante igual a − 2 5 (1) Se a função utilidade de um consumidor for 𝑈 𝑥, 𝑦 = 𝑥𝑎𝑦𝑏 e se 𝑝𝑥 𝑝𝑦 = 𝑘 , a trajetória de renda-consumo desses bens será 𝑦 = 𝑏𝑘 𝑎 𝑥 . (2) A curva de Engel de um bem de Giffen é crescente. (3) Se a trajetória preço-consumo para cada um de dois bens é crescente, a elasticidade-preço cruzada desses bens será positiva. (4) Ao longo de uma curva de demanda individual, o nível de utilidade do consumidor permanece constante. Q1 - 2009 Respostas • Q01 – 2009: F V F V F • Q02 – 2006: F V F F F ANEXO Teorema do Envelope Teorema do Envelope • Suponha o problema: 𝑀𝑎𝑥 𝑦 = 𝑓 𝑥1, … . 𝑥𝑛; 𝑎 𝑠. 𝑎. : 𝑔 𝑥1, … 𝑥𝑛; 𝑎 = 0 • ℒ = 𝑓 𝒙; 𝑎 + 𝜆𝑔(𝒙; 𝑎) • O Teorema do Envelope diz que: 𝜕𝑦∗ 𝜕𝑎 = 𝜕ℒ 𝒙∗; 𝑎 𝜕𝑎 Teorema do Envelope 𝜕𝑦∗ 𝜕𝑎 = 𝜕ℒ 𝒙∗; 𝑎 𝜕𝑎 • Ou seja, para pequenas mudanças em “a”, 𝑑𝑦∗ 𝑑𝑎 pode ser calculado ao fixar 𝑥 em seu valor ótimo e, simplesmente derivar o Lagrangeano em relação a “𝑎” 𝜕ℒ 𝒙∗;𝑎 𝜕𝑎 .
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