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Impacto_do_Sector_Financeiro_no_Crescime

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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO 
FACULDADE DE ECONOMIA 
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DO SECTOR FINANCEIRO NO CRESCIMENTO DA 
ECONOMIA ANGOLANA DURANTE O PERÍODO DE 
2002-2014 
 
 
 
Por: 
 
Martins Paulo Afonso 
 
 
 
 
 
Orientador: Kiombo Jean Marie; PhD 
 
 
 
 
 
LUANDA-ANGOLA 
Maio, 2016 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO 
FACULDADE DE ECONOMIA 
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DO SECTOR FINANCEIRO NO CRESCIMENTO DA 
ECONOMIA ANGOLANA DURANTE O PERÍODO DE 
2002-2014 
 
 
 
 
Por: 
Martins Paulo Afonso 
 
 
 
 
Monografia submetida ao Departamento de Economia para obtenção de grau de 
Licenciatura em economia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUANDA-ANGOLA 
Maio, 2016 
 
 
 
 
Epígrafe 
 
“Ao longo da história o dinheiro tem oprimido os povos de uma de duas formas; ou tem sido 
abundante e de pouca confiança, e de confiança e muito escasso”. 
 
Samuelson et al citado por John Kenneth Galbraith (1977) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O Deus Todo-Poderoso a fonte de todo o conhecimento. 
Aos meus pais e irmãos que arduamente acreditaram e apostaram na minha formação; 
A minha futura esposa Maria H.H. Kiesse e aos nossos futuros filhos e a sua geração, e 
finalmente aos meus seis sobrinhos em especial ao Sebastião Martins Francisco e a Nkailu 
Martins Francisco, a eles dedico este trabalho. 
i 
 
Agradecimentos 
 
 É óbvio que nem sempre as palavras expressas exprimem os sentimentos com 
profundidade que se desejam, mas pelo menos servem para atribuir mérito a todos aqueles que 
contribuíram para o nosso sucesso académico. 
 
 Deste modo, queremos de antemão estender honestamente os nossos agradecimentos 
a Deus Pai, o dono da vida e de todo o saber, pois podemos ser sábios, jamais na sua 
plenitude. Ao meu ante querido pai Paulo Afonso Martins e a minha querida e abençoada mãe 
Bebiana Monteiro, aos meus irmãos e irmãs em especial a minha irmã gêmea Engrácia 
Afonso, ao meu orientador Professor Doutor Kiombo Jean Marie (PhD) Decano da Faculdade 
de Economia da Universidade Lueji-Ya-Konda pela dedicação, paciência, pelos conselhos e 
orientação na elaboração desta monografia (a minha eterna gratidão), ao meu professor MSc. 
Jacob Pereira Lunghu (Grande Jacaré) os meus agradecimentos pelos seus conselhos e 
incentivos, ao MSc. Makaya Malumbu pelos seus conselhos e assistência, ao MSc. Valery 
pelos seus conselhos e acompanhamento, ao Professor Doutor Nelson Panzu pelo reparo e 
sugestões. 
 
 Os meus agradecimentos estendem-se também a minha amada e querida noiva Maria 
Humba Henriques Kiesse (Futura mãe dos meus filhos) pelos seus conselhos, carinho, afecto, 
dedicação e que sempre esteve ao meu lado dando forças na conclusão da minha formação. 
 
 Aos meus amigos e em especial aos meus irmãos em Cristo Jesus que, em momentos 
difíceis e de angústia, aceitaram acolher-me em suas casas quando faltava de abrigo (António 
Alberto Simão Lukoki, António Miguel Lukau Malungo e suas famílias) os meus 
agradecimentos do fundo do meu coração; estimados colegas de sofrimento e muita batalha 
do curso de economia (2014) em especial ao João Ramos Pedro, António Fernando, Narciso 
Soares, Paulo S. Maurício, Stélvio João, Emanuel Quitumba, Lourenço F. Mateus e Adriano 
J. Neto e a todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram na minha formação, os 
meus agradecimentos. 
 
 
 
ii 
 
Resumo 
 
O trabalho que nos propusemos fazer tem como objectivo a análise do impacto do 
sector financeiro no crescimento da economia angolana durante o período compreendido entre 
2002 e 2014. 
Utilizando os dados do PIB, Inflação, Taxa de Câmbio e Taxas de Juros de Angola, foi 
estimado um modelo de vector autorregressivo VAR (1). A ordem de desfasagem foi 
determinada mediante os critérios de Informação de Akaïke (AIC), Schwarz (SC) e Hannan-
Quinn (HQ). 
Os primeiros resultados obtidos após a estimação do modelo VAR (1) as variáveis 
inflação e taxas de juros apresentaram não terem efeitos estatísticos significativos pelo que 
não se rejeita a nulidade de que os vectores da série de regressão destas variáveis explicam 
positivamente as variações que ocorreram no Produto Interno Bruto de Angola. Após a 
eliminação das duas variáveis, os termos do erro do modelo são independentes, 
homocedásticos e seguem uma distribuição normal. 
 O segundo modelo VAR (1) estimado apresenta ser o modelo adequado por os 
vectores da série de regressão admitir ter efeitos estatísticos. Na maioria das estimativas, a 
taxa de câmbio apresentou um efeito positivo e robusto sobre o PIB, sugerindo que a 
depreciação cambial é um importante factor para a expansão do Produto Interno Bruto de 
Angola durante o período de 2002 e 2014. 
 
Palavras-Chave: Sector Financeiro, Crescimento Económico, Vector Auto-regressivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii 
 
Abstract 
 
The work we set out to do aims to analyze the impact of the financial sector in the 
growth of the Angolan economy in the period between 2002 and 2014. 
 
Using the data of GDP, Inflation, Exchange Rate and Interest Rate Angola was 
estimated a vector autoregression model VAR (1). The lag order was determined by the 
Akaike Information Criteria (AIC), Schwarz (SC) and Hannan-Quinn (HQ). 
 
The first results obtained after the estimation of the VAR (1) the variables inflation 
and interest rates had not have significant statistical purposes so do not reject the null that the 
regression of these variables series vectors positively explain the changes that have occurred 
in Gross Domestic product of Angola. After the elimination of the two variables, the model 
error terms are independent, homoskedastic and follow a normal distribution. 
 
 The second model VAR (1) estimated present be the appropriate model for the 
regression series vectors admitting statistical purposes. Most of the estimates, the exchange 
rate had a positive and robust effect on GDP, suggesting that the exchange rate depreciation is 
a major factor in the expansion of gross domestic product of Angola during the period 2002 
and 2014. 
 
Keywords: Financial Sector, Economic Growth, Vector Auto-Regressive. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
Lista de abreviaturas 
ADF ..................................................... Augmented Dickey-Fuller (Dickey-Fuller Aumentado) 
AIC ...................................... Akaike Information Criterion (Critério de Informação de Akaike) 
ARCH ........................................................... Heterocedasticidade Condicional Autorregressiva 
ASF .............................................................................................. Acesso a Serviços Financeiros 
BCI ................................................................................................. Banco Comercial e Indústria 
BM ..................................................................................................................... Banco Mundial 
BPC ................................................................................................ Banco de Poupança e Crédito 
FMI ............................................................................................ Fundo Monetário Internacional 
FPA ............................................................................................. Função de Produção Agregada 
FPE .................................................................. Final Prediction Error (Erros de Predição Final) 
HQ ........................................................................................................................ Hannan-Quinn 
INE ...........................................................................................Instituto Nacional de Estatística 
INSS ............................................................................... Instituto Nacional de Segurança Social 
IPCA .......................................................................... Índice de Preço do Consumidor Alargado 
ISA ...............................................................................................Instituto de Seguros de Angola 
JB-Test ....................................................................................................... Teste de Jarque-Bera 
MAT ......................................................................... Ministério da Administração do Território 
MINFIN ................................................................................................. Ministério das Finanças 
MINPLAN ......................................................................................... Ministério do Planeamento 
OCDE ......................................... Organização para Cooperação e Desenvolvimento da Europa 
PIB ............................................................................................................ Produto Interno Bruto 
PIL ......................................................................................................... Produto Interno Líquido 
PNB ........................................................................................................ Produto Nacional Bruto 
PNL .................................................................................................... Produto Nacional Líquido 
PVD’s .................................................................................. Países em Via de Desenvolvimento 
RLE ..................................................................................... Renda Líquida Enviada ao Exterior 
RN ............................................................................................. Índice de Preço ao Consumidor 
SC ................................................................................................................. Critério de Schwarz 
SEF ................................................................................... Saneamento Económico e Financeiro 
SPA ......................................................................................... Sistema de Pagamento de Angola 
VAR ...................................................................................................Vectores Auto Regressivos 
v 
 
Lista de Figuras 
Figura 1 – Evolução do Crédito à Economia em Angola 2001-2009 ....................................... 23 
Figura 2 – Evolução da taxa de câmbio em Angola nos primeiros meses /Janeiro 2009-015 . 26 
Figura 3 – Participação do Seguro no PIB de Angola 2001-2010 ........................................... 32 
Figura 4 – Análise da depreciação da moeda em função da inflação 2002-2008 .................... 33 
Figura 5 – Variação da Inflação em Angola 2002-014 ............................................................ 46 
Figura 6 – Variação da Taxa de Juros de Redesconto em Angola 2002-014 ........................... 49 
Figura 7 – Variação da Taxa de Câmbio em Angola 2002-014 ............................................... 50 
Figura 8 – Análise sintética e comparativa das variáveis em estudo não logaritimizado ........ 53 
Figura 9 – Análise sintética e comparativa das variáveis em estudo logaritimizado ............... 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
Lista de Tabelas 
Tabela 1 – Contribuição dos sectores no Produto Interno Bruto, 2006-2011 .......................... 11 
Tabela 2 – Evolução da taxa de inflação entre 2000-2009 ....................................................... 15 
Tabela 3 – Evolução da taxa de câmbio anual entre 2009-2014 .............................................. 16 
Tabela 4 – Representação matemática dos critérios de informação ........................................ 43 
Tabela 5- Estatísticas Descritivas das variáveis em análise (em %) ........................................ 52 
Tabela 6 – Teste de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) para as variáveis transformadas e 
logarítmo .................................................................................................................................. 55 
Tabela 7 – Selecção do número de defasagens......................................................................... 55 
Tabela 8 – Modelo estimado ................................................................................................... 56 
Tabela 9 – Modelo Final estimado .......................................................................................... 57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
Índice 
 
Agradecimentos .......................................................................................................................... i 
Resumo ....................................................................................................................................... ii 
Abstract ...................................................................................................................................... iii 
Lista de Abreviaturas ................................................................................................................ iv 
Lista de Figuras ......................................................................................................................... v 
Lista de Tabelas ........................................................................................................................ vi 
 
Introdução ................................................................................................................................ 1 
Objectivos .................................................................................................................................. 3 
Justificativas .............................................................................................................................. 3 
Metodologia ............................................................................................................................... 4 
Estrutura do trabalho ................................................................................................................. 5 
 
Capítulo I: Fundamentação Teórica ...................................................................................... 6 
1.1. Introdução ........................................................................................................................... 6 
1.2. Definição e evolução histórica do conceito crescimento económico ................................ 6 
1.2.1 Evolução histórica do conceito crescimento económico ............................................... 6 
1.2.2. Definição e factor de crescimento económico ............................................................... 7 
1.3. Indicadores de medição do crescimento económico ........................................................... 9 
1.3.1. Produto interno bruto ..................................................................................................... 9 
1.3.2. PIB per-capita ............................................................................................................... 11 
1.3.3. Produto nacional bruto ................................................................................................. 12 
1.3.4. Produto interno líquido ................................................................................................. 13 
1.3.5. Renda nacional ............................................................................................................. 13 
1.3.6. Taxa de desemprego ..................................................................................................... 13 
1.3.7. Inflação ........................................................................................................................14 
1.3.8. Taxa de câmbio ............................................................................................................ 16 
 
viii 
 
Capítulo 2: Sistema Financeiro e Crescimento Económico ............................................... 17 
2.1. Introdução ......................................................................................................................... 17 
2.2. Definição do conceito sistema financeiro ......................................................................... 17 
2.3. Relação entre o sistema financeiro e crescimento económico ........................................ 18 
2.4. Composição do sistema financeiro ................................................................................... 19 
2.5. Instrumentos financeiros ................................................................................................... 20 
2.6. Mercados financeiros, suas aplicabilidades nos mercados .............................................. 21 
2.6.1. Mercado de crédito ...................................................................................................... 22 
2.6.2. Mercado de capitais ...................................................................................................... 23 
2.6.3. Mercado monetário ...................................................................................................... 24 
2.6.4. Mercado cambial .......................................................................................................... 24 
2.7. Imperfeições de mercados, problemas informacionais e o papel dos intermediários 
financeiros ........................................................................................................................ 26 
2.8. Caracterização do sistema financeiro angolano no contexto de globalização financeira .. 27 
2.8.1. Origem e evolução do sistema financeiro angolano ..................................................... 27 
2.8.2. Estrutura actual do sistema financeiro angolano ......................................................... 31 
2.8.3. Sistema bancário e seus níveis de concentração em Angola ........................................ 33 
2.8.4. Acesso aos serviços financeiros e seus determinantes em Angola .............................. 34 
Capítulo 3: Impacto do Sistema Financeiro no Crescimento da Economia Angolana: 
Análise econométrica ............................................................................................................. 37 
3.1. Introdução ......................................................................................................................... 37 
3.2. Breves resumos de trabalhos empíricos ........................................................................... 37 
3.3. Modelo de vector autorregressivo (VAR) ........................................................................ 40 
3.3.1. Definição do modelo VAR .......................................................................................... 40 
3.3.2. Importância, vantagens e desvantagens do modelo VAR ............................................ 41 
3.3.3. Apresentação do modelo VAR .................................................................................... 41 
3.3.4. Identificação e estimação do modelo VAR ................................................................. 42 
3.3.5. Diagnóstico do modelo VAR ...................................................................................... 43 
3.3.5.1. Teste de Dickey-Fuller ............................................................................................... 43 
ix 
 
3.3.5.2. Teste de normalidade .................................................................................................. 44 
3.3.5.3.Teste de Jarque-Bera ................................................................................................... 44 
3.3.5.4.Teste de Homocedasticidade (Teste ARCH) ............................................................... 45 
3.3.5.5.Teste de independência de Ljung-Box ........................................................................ 45 
3.4. Caracterização das variáveis em análise .......................................................................... 45 
3.5. Apresentação e discussão dos resultados .......................................................................... 51 
Conclusão ................................................................................................................................ 59 
Sugestões ................................................................................................................................. 60 
Referência Bibliográfica .......................................................................................................... 61
1 
 
Introdução 
 
Desde meados dos anos 1980, a teoria do crescimento económico veio sendo visto 
como consequência do surgimento de uma vasta variedade de modelos que buscaram 
explicar e sintetizar os determinantes do crescimento, isto é, do aumento da capacidade 
produtiva de uma economia. 
As economias precisam crescer cada vez mais e produzirem para a satisfação das 
necessidades ilimitadas dos seus povos; mas, não haverá crescimento sem que haja um 
financiamento (interno ou externo) dos factores que proporcionam este crescimento na 
alocação de recursos financeiros, razão pela qual ressurge o interesse ao papel relevante do 
sistema financeiro para o crescimento económico. 
O sector financeiro é um sistema em forma de mercado que conglomera entre as 
pessoas e empresas possuidoras de capitais ou mesmo de dinheiros que são colocados em 
circulação nos bancos como intermediários financeiros e, as pessoas/empresas que 
precisam deste dinheiro para investir contraindo créditos. Este mercado, de forma 
generalizada, é formado em mercados de crédito, mercado monetário, mercado cambial, 
mercado de capitais, mercados abertos e asseguradores que desempenham uma influência 
enorme no crescimento de uma economia, isto é; na alocação dos recursos no espaço e no 
tempo, administração ou gestão do risco, selecção e monitorização de empresas e, 
produção e divulgação de informações; este, por ser capaz de mobilizar e direccionar 
recursos a projectos produtivos viabilizando tanto o investimento quanto ao aumento de 
produtividade. Mas para minimizar elevados custos, é necessária a presença de 
intermediação financeira que permite maior eficiência na alocação dos recursos 
financeiros, maior capacitação de poupanças que vão gerar em maiores recursos para 
emprestar e que podem se destinar ao melhoramento do capital físico e humano e por sua 
vez gerarem níveis de crescimento. 
O processo de intermediação de acordo com Becsi e Wang, citados por Silva et al 
(1997), amplia a probabilidade da realização de investimentos mais lucrativos porque o 
aumento da quantidade dos investimentos se deve a economias de escala visto que, o 
sistema financeiro reduz os custos envolvidos em uma transacção financeira conseguindo 
captar mais recursos que podem ser utilizados em investimentos no sector privado 
2 
 
A quantidade de investimentos aumenta, segundo os autores que temos vindo a 
citar, com a intermediação financeira porque o intermediário está mais disposto a financiar 
projectos que são mais arriscados por esperarem uma rentabilidade mais elevada em 
relação a um poupador individual. Os bancos (Intermediários) são instituições financeiras 
de um país que colocam à disposição dos agentes económicos serviços que facilitem e 
intensifiquem as transacções económicas destes no sentido de criação de poupanças e na 
participação dos seus recursos na economia de um país. Estas podem também actuar de 
forma a aumentar a eficiência na alocação de capital e que podem ser classificadas, 
segundo os mesmos autores, por: 
 Intermédio da colecta de informações com vista à avaliaçãode projectos 
alternativos de investimento, o que contribui para uma melhor selecção de 
projectos. 
 Intermédio de indução ao investimento em tecnologia mais arriscada e mais 
produtiva. 
Por outro lado, o autor que temos vindo a citar, acrescenta que o sector financeiro, 
em condições de globalização financeira, estimula o crescimento ao aprimorar os 
investimentos e a eficiência na recolha e processamento de informações sobre os projectos 
por parte das instituições financeiras ao viabilizar o fornecimento de serviços financeiros 
que induzam as empresas a empregar tecnologias mais arriscadas, porém mais produtivas e 
proporcionando maiores rendimentos. 
Para além das vantagens acima apresentadas, o sistema financeiro apresenta 
algumas restrições (imperfeições do mercado) que são nomeadamente assimetrias da 
informação, custos de transacção, mercados incompletos. 
Os factores enumerados contribuem no domínio do sistema financeiro fazendo que 
a alocação de recursos para o financiamento de projectos de investimento que têm gerado 
maiores índices de emprego na economia torna-se ineficiente, quando realizada. 
Para evitar este problema, Levine e Zervos, citados por Oreiro et al. (1998), 
sugerem o surgimento na criação de intermediários financeiros, porque estes aumentam a 
eficiência na alocação de recursos ao reduzir o nível dessas imperfeições. Esta alocação 
eficiente e racional alterará a estrutura da produção na acumulação de stoks de capital e na 
implementação do factor técnico que proporciona maior eficiência na produção de bens e 
serviços e daí induzirá o crescimento económico. 
3 
 
Sabendo que, Angola vive numa situação de transição económica e, eis a razão da 
análise do tema em questão procurar avaliar em que medidas certas componentes do sector 
financeiro desempenham um papel preponderante na aceleração do crescimento de médio e 
longo prazo da economia angolana. 
 
Objectivos 
O objectivo geral desta monografia consiste em analisar o papel do sector 
financeiro no crescimento da economia angolana durante o período compreendido entre 
2002 e 2014. 
 Como objectivos específicos encontram-se: 
 Compreender a forma segundo a qual o sector financeiro afecta o crescimento de 
toda economia. 
 Identificar as variáveis macroeconómicas que influenciam ou determinam o sector 
financeiro. 
 Caracterizar as séries temporais referentes às variáveis utilizadas nesta monografia. 
 Caracterizar a economia angolana durante o período compreendido entre 2002 e 
2014. 
 
Justificativa 
Nos últimos 12 anos, Angola tem vivido dias de paz e de estabilidade política, depois 
do cessar-fogo em Abril de 2002. O país tem enfrentado agora a árdua tarefa de 
canalização de fundos para a reconstrução de infraestruturas e para a redução da pobreza, 
embora o sector de enclave domine a economia de Angola, sendo responsável por 95% das 
receitas no país segundo o relatório do Banco Mundial (2013). 
A economia de Angola teve um contínuo e constante crescimento marcado por um 
aumento do PIB, registando em 2010, um crescimento real de 3,50% comparando com os 
2,4% em 20091. Em 2008, a economia angolana atingiu uma das taxas mais elevada ao 
longo da sua história e da África Subsariana na ordem de 13,3% (Ministério do 
Planeamento, 2013) quando para o ano de 2015, estima-se um crescimento de 6,6% e, o 
executivo angolano procurou sempre aplicar políticas de combate à inflação através da 
 
1 Valores percentuais calculados pelo autor a partir dos dados do Ministério do Planeamento 
4 
 
regulação dos preços de bens e serviços com uma variação percentual descendente de 
0,16% no período compreendido entre 2013 e 2014 onde em 2014 registou uma taxa 
inflacionária mais baixa de todos os tempos de quase 8% (Banco Nacional de Angola, 
2014). Tal facto foi possível por o Banco Nacional de Angola como entidade reguladora do 
Sector Financeiro centrou as suas políticas na estabilização da taxa de câmbio para a 
redução das pressões inflacionárias, na valorização da moeda nacional e na estabilidade 
das taxas de juro, pela aplicação de políticas monetárias que têm surtido efeitos 
significativos no produto interno bruto (PIB) de Angola. 
Metodologia 
 Para alcançar os objectivos propostos, foi necessário adoptar o seguinte 
procedimento metodológico: 
 Realizou-se a pesquisa bibliográfica, onde se efectuou a revisão de literatura que 
norteia o tema em estudo, a fim de obter informações acerca do impacto do sector 
financeiro na economia, suas principais ramificações no seio da economia internacional, e 
acerca de técnicas estatísticas. 
 A pesquisa realizou-se a partir de consultas a livros, artigos, e consultas a internet. 
Sendo este um estudo econométrico, está fundamentado nas bibliografias de Gujarati 
(2009), Pindyck et al (2004) e Rossi et al (2014), que são os livros utilizados como base na 
análise econométrica do modelo. 
 A partir da base de dados electrónicos das instituições como Banco Nacional de 
Angola (BNA), Ministério das Finanças (MINFIN), Ministério do Planeamento 
(MINPLAN), Fundo Monetário Internacional (FMI), Instituto Nacional de Estatística 
(INE) e Banco Mundial (BM), foi colectado um conjunto de séries temporais, em relação à 
entrada do PIB real; taxa de inflação mensal; taxa de juro, taxa de câmbio mensal. 
 A última etapa trata da análise dos dados e discussão dos resultados. A partir da 
análise dos dados, realizou-se a avaliação estatística e econométrica, com intuito de 
observar a consistência do modelo estimado. Posteriormente foram realizados testes para 
se detectar anomalias (por exemplo; heteroscedasticidade; autocorrelação; 
multicolinearidade etc) nas variáveis envolvidas no modelo. 
 
5 
 
Estrutura do trabalho 
 Este trabalho, para além da introdução, das conclusões e recomendações, está 
estruturado por três (03) capítulos. 
 No primeiro capítulo. Trata-se de fundamentação teórica concernente a aspectos de 
crescimento económico e suas correntes de pensamento. 
 No segundo capítulo analisa-se o sistema financeiro e o crescimento económico, 
instituições financeiras e mercados financeiros, imperfeições de mercado e o papel de 
intermediários financeiros, estrutura financeira e suas principais variáveis em Angola. 
 O terceiro capítulo debruça-se sobre o estudo de caso, dando ênfase a grelha 
metodológica inerente não somente a construção dos índices (modelo), mas também às 
ferramentas utilizadas para análise econométrica dos índices de estabilidade financeira no 
crescimento da economia angolana incluindo a apresentação de uma breve análise de 
trabalhos empíricos, enquadramento do modelo de vectores autorregressivos (VAR), 
descrição e o tratamento de dados e interpretação dos resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
CAPÍTULO 1 - Fundamentação Teórica 
 
1.1. Introdução 
Neste capítulo, começa-se por apresentar uma resenha comentada das distintas 
teorias de evolução histórica do conceito crescimento económico. Em seguida, procede-se 
à definição do PIB na óptica de distintos autores. Apresentam-se os indicadores de 
medição do crescimento económico e as limitações do PIB. 
 
1.2. Definição e evolução histórica do conceito crescimento económico 
I.2.1. Evolução histórica do conceito crescimento económico 
 
Segundo Muller (2004), nada nasce como um relâmpago no céu dos 
acontecimentos. Tudo tem uma causa primeira e os acontecimentos têm uma sequência 
como se o tempo fosse o leito de um grande rio, por onde os factos se sucedem, numa 
evolução contínua e criativa. 
 O crescimento económico obedeceu seis (6) fases históricas até ao momento actual 
consubstanciadas na seguinte periodicidade: período Pré-Mercantilismo, Mercantilismo, 
Revolução Industrial, Liberalismo Económico, Século XX e Século XXI (Hugon, 2009). 
 
Período Pré-Mercantilismo (Século V-XIV):Não havia um conceito estruturado 
de crescimento económico. As economias, ainda muito primitivas, cresciam a taxas muito 
baixas ou mesmo não havia crescimento económico. 
Neste período, a ausência do crescimento económico não se deu por falta de meios 
ou recursos, mas sim, por motivos da Igreja exercer uma poderosa influência na vida de 
toda Idade Média cujo pensamento domina na busca da concepção moral, moralizando o 
interesse pessoal baseado a propriedade e ao lucro segundo o autor que temos vindo a citar. 
 
Mercantilismo (1450 - 1750). Nesta fase o crescimento era associado à 
acumulação de ouro e outros metais preciosos, sob o controle do Estado. O expansionismo 
territorial e a formação de colónias se enquadram dentro dessa lógica, visando aumentar o 
saldo comercial e a acumulação de riqueza. O termo “acumulação primitiva” é associado a 
esse período. O superavit da balança comercial pode ser visto como o motor do 
7 
 
crescimento económico. Este período é também caracterizado, segundo o autor que temos 
vindo a citar, pelo surgimento do conceito de reserva de mercado com o Pacto colonial. 
 
Revolução Industrial (1756 – 1778). Durante a revolução industrial o conceito de 
crescimento económico era associado à produção manufactureira. O desenvolvimento da 
indústria manufactureira, a importação de matérias-primas baratas e a exportação de bens 
manufacturados como motor do crescimento económico surgem com a Revolução 
Industrial (Hugon, 2009). 
 
Liberalismo Económico (1850 - 1910). O conceito de liberalismo económico 
surge com a Revolução Industrial na Inglaterra e a produção manufactureira 
atomizada/subdividida. Surge a concepção moderna do crescimento económico, primeiro, 
com os Fisiocratas e, em seguida, com Adam Smith e David Ricardo. A grande 
preocupação era estudar as causas da riqueza das nações. A teoria das vantagens 
comparativas de David Ricardo dá o suporte em favor da estratégia de livre comércio como 
motor do crescimento económico, altamente benéfica para a Inglaterra, nação-líder da 
Revolução Industrial, e para outras nações que seguiram seus passos. 
 
Séculos XX. Neste período surgem os modelos formais de crescimento económico: 
modelo Harrod-Domar, modelo neoclássico e modelo de crescimento endógeno. Novas 
variáveis são incorporadas: taxa de poupança, relação capital-produto, tecnologia, taxa de 
investimento, progresso técnico, força de trabalho e capital humano. Esses modelos tentam 
determinar as variáveis que poderiam explicar o crescimento económico dos países 
capitalistas desenvolvidos. 
 
Século XXI. Esta fase é concretizada pelo crescimento económico no contexto da 
globalização: o aproveitamento das vantagens comparativas pelas empresas globais. A 
concentração do capital. A ascensão de novas potências industriais e tecnológicas. 
 
1.2.2. Definição e factor de crescimento económico 
Das distintas definições existentes de acordo com a evolução histórica do conceito 
crescimento económico; Kuznets, citado por Figueiredo et al (2008), salienta que o 
crescimento económico reflecte a presença de transformações económicas e sociais num 
8 
 
processo contínuo a longo prazo do aumento da capacidade de oferecer à população maior 
quantidade e diversidade de bens e serviços. 
 Samuelson e Nordhaus (2012) definem crescimento económico como o processo 
pelo qual as economias acumulam grandes quantidades de equipamentos de capital, 
alargam as fronteiras tecnológicas e tornam-se cada vez mais produtivas. Em outras 
palavras, é a expansão do PIB, ou produto nacional de um país. 
O crescimento económico é o aumento contínuo do produto (Passos et al, 2003). De 
igual modo, para Keynes citado por Tamele (2011), o crescimento é a expansão do produto 
real ao longo do tempo, ou seja, em longo prazo o crescimento é dado pela acumulação de 
capital, inovações tecnológicas ou elevação da eficiência do trabalho. 
Samuelson e Nordhaus (2005) apresentam quatro (4) factores ou rodas importantes 
do crescimento: 
 Recursos humanos (Oferta de trabalho, educação, disciplina, motivação), que 
consistem na quantidade de mão-de-obra e nas qualificações da população 
activam. Este factor é fundamental para se crescer porque, um país pode comprar 
alta tecnologia de ponta (computadores rápidos, modernos aparelhos de 
telecomunicações, equipamentos sofisticados para geração de electricidade ou 
mais…), estes bens de capital só podem ser eficazmente usados e mantidos por 
trabalhadores qualificados e treinados, caso contrário, é um investimento 
amortizado antes do tempo. 
 Recursos naturais (terra, minerais, combustíveis, qualidade ambiental) com estes 
recursos, são possíveis à economia crescer pese embora no mundo moderno a 
posse de recursos naturais não é necessário para o sucesso económico. 
 Formação de capital (máquinas, fábricas, estradas). Acredita-se que a acumulação 
de capital faz crescer rapidamente as economias na tendência a investir fortemente 
em novos bens de capital (novas infraestruturas, construção de estradas de 
qualidade, novas máquinas e etc.). 
 Progresso tecnológico (ciência, engenharia, gestão iniciativa empresarial). Tem 
sido um dos ingredientes vital para o rápido crescimento das economias e dos 
níveis de vida. O progresso tecnológico corresponde às alterações nos processos de 
produção ou à introdução de novos produtos, ou serviços. 
9 
 
 Estes factores são expressos sob a função de produção agregada (FPA) cuja 
expressão matemática é: 
𝑄 = 𝐴𝐹 (𝐾, 𝐿, 𝑅) (1.1) 
 
onde: Q representa o produto; K se refere aos serviços produtivos de capital; L é o factor 
trabalho, R, A e F representam os recursos naturais, o nível de tecnologia e a função de 
produção na economia, respectivamente. 
O desempenho de uma economia é avaliado por meio de vários indicadores que 
passaremos a descrever na secção a seguir. 
 
1.3. Indicador de medição do crescimento económico 
 
Os indicadores podem ser compreendidos como uma ferramenta de avaliação que 
devem ser interpretados de maneira científica e política. Devem, com a devida frequência, 
ser completados com outras informações qualitativas e científicas, sobretudo para explicar 
factores que se encontram na origem de uma modificação do valor de um indicador, que 
serve de base que uma avaliação (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento da 
Europa (OCDE), 2002). 
O uso dos indicadores reflectem as medições de parâmetros que permitem avaliar 
uma determinada situação ao longo do tempo; tratados de individual, não permitem retirar 
todas as conclusões de um determinado factor em estudo, necessitando de um contributo 
qualitativo, de modo a complementar o objecto em estudo. 
Os indicadores económicos são grandezas de carácter económico, expressos em 
valor numérico com as seguintes principais utilidades: Aferir o nível de desenvolvimento 
de países, regiões, empresas podendo naturalmente fazer-se a compreensão entre estas; 
compreender, informar e prever o comportamento de uma economia; e, ajuizar a política 
económica do Governo. 
 
1.3.1 Produto Interno Bruto 
O PIB é o indicador mais utilizado para analisar o crescimento de uma economia. 
Fornece uma visão global do estado de uma economia onde a avaliação dinâmica 
10 
 
económica é evidenciada em termos de eficiência na produção e alocação de recursos quer 
em termos de bem-estar (Samuelson e Nordhaus, 2012). 
O produto interno bruto (PIB) é o valor de mercado de todos os bens finais 
produzidos durante um determinado período de tempo (um ano). O termo “bruto” 
demonstra que o valor da produção não foi corrigido pela depreciação; o termo “interno” 
aparece para informar que a produção foi efectuada dentro das fronteiras do país, 
independentemente se por empresas nacionais ou estrangeiras; e o termo “valor de 
mercado” informa que o produto foi avaliado aos preços correntes, ou seja, sem a 
correcçãoda inflação (Mankiw, 2004). 
Dornbusch et al (1998), definem o produto sob duas perspectivas distintas que são, 
nomeadamente, a do rendimento e a das despesas. 
Na óptica do rendimento, o produto remunera o trabalho sob a forma de salário e o 
capital sob a forma dos juros e dividendos. Nesta perspectiva, o produto é consumido ou 
investido para o futuro. A divisão do produto em remunerações dos factores proporciona 
um enquadramento para o estudo do crescimento e da oferta agregada, visto que o 
rendimento vai para o consumo ou para o investimento. 
Na óptica das despesas, consideram-se todos os dispêndios em bens e serviços 
pelos agentes económicos de maneira a resolver suas necessidades. Esta perspectiva 
oferece o enquadramento para o estudo da procura agregada, sabendo que o produto, nesta 
óptica, é avaliado segundo o critério da procura de bens ou serviços pelos agentes 
económicos, de modo a satisfazer as suas necessidades. O produto interno é o somatório de 
quatro componentes, nomeadamente as despesas das famílias em consumo (C), as despesas 
das famílias e empresa em investimento (I), consumo público de bens e serviços (G), e 
procura externa ou exportação líquida (NX) cuja expressão analítica é representada 
mediante a seguinte equação. 
 
Y = C + I + G + NX (1.2) 
 
A Tabela 1 mostra a contribuição de cada sector no PIB de Angola durante o 
período compreendido entre 2006 e 2011. Da inspecção visual da Tabela 1 ressalta-se que 
o sector petrolífero aparece com maiores contribuições, seguido pelo sector dos serviços 
11 
 
mercantis. O primeiro sector é responsável exclusivo por mais de 95%, de acordo com o 
Relatório do Banco Mundial (2013). 
 
Tabela 1: Contribuição dos sectores no Produto Interno Bruto, 2006-2011 
PIB (Preços Correntes) Mil 
Milhões de Kwanzas 
 PERÍODO 
 2006 2007 2008 2009 2010 2011 
Agricultura 247,10 351,80 405,60 596,50 729,00 909,60 
Pescas e Derivados 10,30 12,60 13,90 14,50 16,90 19,60 
Diamantes e outros 78,60 80,40 66,10 53,70 71,10 71,80 
*Petróleo 1.876,80 2.537,20 3.569,40 2.661,60 3.395,90 4.346,90 
Indústria transformadora 162,80 241,20 303,10 363,80 464,20 539,70 
Construção 146,30 224,10 318,60 449,60 601,60 714,80 
Energia 3,10 3,80 5,40 7,40 9,50 12,30 
*Serviços Mercantis 564,70 768,80 1.104,10 1.240,40 1.555,10 1.956,70 
Outros 279,10 326,00 375,90 454,00 548,20 664,70 
PIB a Custos de factores 3.368,90 4.545,90 6.162,10 5.841,50 7.391,80 9.236,00 
PIB a preços de mercado 3.358,50 4.636,80 6.316,20 5.988,70 7.579,50 9.466,90 
Fonte: MINPLAN (2012); *Sectores que mais contribuiram na formação do PIB. 
 
1.3.2. PIB per capita 
 
O crescimento económico é medido pelo PIB per capita (por habitantes) que ao 
longo do tempo tem sido utilizado como o indicador do padrão de vida médio de uma 
determinada sociedade e, esse indicador é visto como a renda média de certa comunidade. 
O crescimento do produto ou da renda per capita tem sido associado à melhoria das 
condições de vida ou bem-estar social que matematicamente é representado abaixo: 
 
𝑃𝐼𝐵 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 =
PIB
População
 (1.3) 
 
O PIB per capita depende do tamanho da população. Quanto maior for este 
tamanho, menor será o valor do PIB per capita e vice-versa. 
Ademais deste indicador, existem outros que permitem medir o crescimento de uma 
economia tais como o Produto Interno Bruto (PIB), Produto Interno Líquido (PIL), Produto 
12 
 
Nacional Bruto (PNB), Produto Nacional Líquido (PNL), Renda Nacional (RN), Índices de 
preços ao consumidor (IPC), Taxa de desemprego, Nível de inflação, Taxa de câmbio, etc. 
Apesar de medir o bem-estar nacional, o produto interno bruto apresenta algumas 
limitações abaixo apresentadas. 
 Não levam em conta as desigualdades de renda entre os indivíduos; 
 Não considera as actividades informais da economia; 
 Não calcula os custos ambientais (externalidades negativas) da produção e 
do consumo; 
 Não inclui as actividades das donas de casa e outros serviços que não são 
remuneradas, isto porque estes não possuem um preço de mercado que lhes 
permita mensurar, mas podem contribuir para o seu crescimento; 
 E finalmente, não considera variáveis qualitativas importantes como: 
longevidade, o acesso à educação e conhecimento. 
 
1.3.3. Produto Nacional Bruto 
 
O PNB é o indicador económico que explica a quantidade de toda a produção de 
bens e serviços produzidos por cidadãos nacionais durante um período de tempo. Deste 
modo, o PNB é a renda total dos residentes permanentes de um país. Este indicador difere 
do PIB, pelo facto de as remunerações dos factores incluírem receitas externas resultantes 
de remunerações de factores de produção nacionais. Acrescentando essas remunerações ao 
PIB, obtém-se o PNB (Dornbusch et al, 1998). 
Segundo Mankiw (2004), o produto nacional bruto (PNB) mede a produção nacional 
bruta e não a produção territorial. A diferença entre o PIB e o PNB é a renda líquida enviada 
ao exterior (RLE) pelos factores de produção (renda enviada menos renda recebida), por 
exemplo, remessas de lucros das empresas multinacionais, remessas de rendimentos do 
trabalho, etc. 
 
PNB=PIB-RLE (1.4) 
 
 
 
13 
 
1.3.4. Produto Interno Líquido 
 
O capital ao longo da sua utilidade deprecia-se ou perde uma parte do seu valor. 
Este valor por sua vez é deduzido do PIB resultando, deste modo, o PIL que é o valor da 
produção interna de um país disponível para o consumo. A depreciação corresponde 
geralmente cerca de 11% do PIB, de forma que o PIL corresponde cerca de 89% do PIB, 
(Fochezotto, 2000). 
 
1.3.5. Renda Nacional 
 
A Renda Nacional (RN) representa os valores monetários, das remunerações 
atribuídas aos titulares dos factores de produção pela sua contribuição na actividade 
económica desenvolvida durante um período de tempo (Pinho, 1978). As empresas dentro 
da economia pagam os impostos indirectos que, por sua vez, são subtraídos do PIL antes 
de se efectuar as remunerações dos factores de produção. Segundo Dornbusch et al (1998), 
três quartos das remunerações dos factores são factores de remuneração do trabalho. A 
maior parte destina-se a remunerar o capital, enquanto a pequena vai para outros factores 
de produção. 
 
1.3.6. Taxa de desemprego 
É um indicador, muito utilizado na avaliação do desempenho da economia, porque 
permite avaliar se a economia está operando acima ou abaixo do seu nível de produção, 
devido à consequência que o desemprego tem na vida da sociedade (corrupção, 
delinquência, maiores índices do consumo de anabolizantes etc…). Existem algumas 
teorias que demonstram a relação entre taxa de desemprego e o crescimento económico, e, 
esta é designada por lei de Okun (Blanchard, 2002). Esta lei estipula que um crescimento 
elevado do PIB se associa com a frequência a uma redução na taxa de desemprego. Isto é, 
quando a taxa de desemprego é elevada, o crescimento económico é baixo ou reduzido e, 
vice-versa. 
Por desemprego, entende-se o número de pessoas que não têm trabalho, mas que se 
encontre em condições de trabalhar (Mankiw, 2004). Deste modo, a taxa de desemprego é 
a relação entre o número de desempregados e a força de trabalho. Também, é a 
14 
 
representação da parte da população activa com capacidade física e mental, capaz de 
executar uma actividade laboral formal, no limiar de 18 aos 62 anos, segundo a 
Constituição da República de Angola (MAT, 2010). 
 
1.3.7. Inflação 
A inflação é o aumento contínuo do nível geral de preços. A taxa de inflação é o 
percentual do aumento do nível geral do preço (Blanchard, 2002). Para Dornbusch et al 
(1998), a inflação é a taxa de variação dos preços, e o nível de preços é acumulação da 
inflação dos períodos anteriores. A taxa de inflação ao longo do tempo será expressa da 
seguinte maneira: 
 
𝜋 =
Pt−Pt−1 
Pt−1 
∗ 100(1.5) 
 
A taxa de inflação mede o valor percentual da subida do nível geral dos preços; este 
indicador também reflecte o poder de compra dos consumidores; isto porque, quanto maior 
for à inflação, menor será o poder de compra dos consumidores. 
A taxa de inflação é, também, medida através do IPC. Este último mede e avalia o 
custo de vida da população. Mede um cabaz fixo, de bens e serviços de um agregado 
familiar durante um período de tempo (Dornbusch et al, 1998). Mas, para Blanchard 
(2002), este indicador fornece o custo em moeda corrente de uma lista de bens e serviços 
mais adquiridos num dado período de tempo. Mankiw (2004) define o IPC, como medida 
do custo geral de todos os bens e serviços adquiridos por um consumidor habitual. Em 
Angola, apenas a Província de Luanda, engloba, para o seu cálculo, apenas dados colhidos 
na província. Estando neste momento a ser desenvolvido o Índice de Preços no 
Consumidor Alargado (IPCA). 
O IPC de Luanda é calculado mediante a fórmula de LASPEYERES, isto é, uma 
média ponderada dos preços relativos multiplicados pela sua ponderação que corresponde 
ao período de base e a sua cesta básica é medida pelos bens mais consumidos (Mankiw, 
2004). 
Os factores de ponderação são as participações percentuais dos produtos na cesta 
também da época passada (Silva et al, 1999). 
 
15 
 
𝐼 𝑡 0 ⁄ =
∑ 𝑃𝑖𝑡∗𝑄𝑖𝑜𝑛𝑖−1
∑ 𝑃𝑖0∗𝑄𝑖0𝑛𝑖−1
 (1.6) 
onde; 
It/0 = Índice no período “t”, com respeito ao período base “0” ou passado. 
Pit = Preço da variedade “i” no período “t” ou actual. 
Pi0 = Preço da variedade “i” no período base “0” ou passado. 
Qi0 = Quantidade consumido da variedade “i” no período base “0” ou passado. 
n = Número total de variedades. 
∑ Pit ∗ Qioni−1 = é o valor da cesta de produtos da época passada (q0), calculada a preços 
actuais (pt). 
∑ Pi0 ∗ Qi0n i−1 = é o valor da cesta de produtos da época passada. 
 
 Na economia angolana, os altos níveis de inflação registados a partir dos anos 
noventa geraram uma situação crónica e insustentável, visto o seu custo social e 
económico. Com objectivo de ultrapassar tal situação, o Governo angolano, em Agosto de 
2003, lança o programa de estabilidade macroeconómico baseado principalmente num 
maior rigor orçamental e no controlo da taxa de câmbio; tais medidas surtiram efeitos no 
domínio dos preços, (BNA, 2012). A Tabela 2 apresenta a evolução da taxa de inflação 
entre 2000 e 2009. Da análise da Tabela 2, observou-se que em 2000, havia uma inflação 
na ordem dos três dígitos, herdada dos conflitos armados que assolaram o país. Em 2002, 
depois dos acordos da paz, observou-se uma tendência decrescente e contínua da inflação, 
e em 2003 reduziu-se a dois dígitos repercutindo no aumento do poder de compra dos 
consumidores no país. Em 2008, a taxa de inflação era de quase 12,2% e começou a 
agravar de forma crescente, contrariando assim os movimentos observados em 2000. 
Actualmente, a taxa de inflação em Angola situa-se entre cerca de 9% e 7,88% (BNA, 
2015). 
 
Tabela 2: Evolução da taxa de inflação entre 2000 e 2009 
Anos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 
Taxa de 
 Inflação 
264,4 116,1 121,85 106,03 62,44 30,44 17 12,4 12,18 13,3 
Fonte: BNA (2013a) 
 
 
16 
 
1.3.8. Taxa de câmbio 
 
A taxa de câmbio é a proporção em que as moedas nacionais são trocadas contra as 
divisas estrangeiras ou ainda a proporção em que as divisas estrangeiras são trocadas entre 
elas nos mercados de câmbio. 
A taxa de câmbio em Angola como pode ver na Tabela 3, em 2009 apresentou uma 
depreciação na ordem de 79,59 AOA quando comparado com 1USD, uma variação 
percentual de quase 16% em 2010 ano de apreciação da moeda angolana seis anos depois 
da implementação política de estabilidade macroeconómica no país, 5% de variação 
percentual de 2010 para 2013 e finalmente, nos últimos doze meses de 2014, a taxa de 
câmbio em Angola situava-se na ordem dos 98,64 AOA por 1USD (média ponderada anual 
(BNA, 2014)). 
 
Tabela 3: Evolução da taxa de câmbio anual entre 2009-2014 
Anos 2009 2010 2011 2012 2013 2014 
Taxa de câmbio 79,59 91,98 93,90 95,42 96,57 98,64 
Fonte: Dados mensais (BNA, 2014) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
CAPÍTULO 2 - Sistema Financeiro e Crescimento Económico 
 
 2.1. Introdução 
 
Todas as economias num mundo moderno possuem complexos sistemas 
financeiros, em que a moeda representa o papel de um activo financeiro, onde a 
operacionalização do sistema é feita pelo conjunto de instituições financeiras voltadas para 
a gestão da política monetária do Governo através de mercados específicos. 
 Neste capítulo, pretende-se, em primeiro lugar, definir o conceito do sistema 
financeiro e fazer uma relação entre o sistema financeiro e o crescimento económico, 
enquadramento das instituições financeiras e seus instrumentos; mercados financeiros e 
suas aplicabilidades nos mercados. Em seguida debruça-se sobre imperfeições de mercado 
e problemas informacionais, papel dos intermediários financeiros. Finalmente, apresenta-se 
a caracterização do sistema financeiro angolano destacando a sua origem, estrutura e os 
seus determinantes. 
 
2.2. Definição do conceito sistema financeiro 
 
Samuelson e Nordhaus (2010) definem sistema financeiro como um dos sectores 
mais importantes e inovadores da economia moderna. Os referidos autores consideram-no 
como um sistema circulatório vital que canaliza recursos dos poupadores para os 
investidores. Compreende segundo os mesmos autores, um vasto sistema bancário 
mundial, mercados de valores mobiliários, fundos de pensões e uma grande variedade de 
instrumentos financeiros. 
 Segundo Passos et al (2003), o sistema financeiro é composto de um conjunto de 
instituições financeiras que, com a utilização dos instrumentos financeiros (activos 
financeiros monetários e não monetários), operacionaliza as actividades do sistema, 
transferindo recursos dos aplicadores/poupadores para aqueles que necessitam de recursos 
por uma razão qualquer (inclusive investidores). 
 
 
 
18 
 
2.3. Relação entre o sistema financeiro e o crescimento económico 
 
A importância do sistema financeiro para o crescimento económico não está 
necessariamente na capacidade de agilisar transacções comerciais entre agentes 
económicos, mas, na capacidade de realçar recursos através da concessão de crédito e, 
estes serviços são realizados por intermediários financeiros. 
A presença de intermediários financeiros contribui para mitigar os problemas 
decorrentes dos custos de transacção e de informação, um facto que concorre para 
influenciar as decisões de poupança e de investimento, e, por via disso, o crescimento 
económico. Os intermediários financeiros podem influenciar o crescimento através dos 
seguintes canais: redução dos custos de aquisição e processamento de informação 
(melhoramento da alocação de recursos para as famílias), diversificação do risco (um facto 
que pode induzir os aforradores a direccionar a sua carteira de investimentos para projectos 
com retornos esperados elevados), mobilização de poupanças individuais com vista a 
aprofundar o processo de crescimento económico e, finalmente, o uso da moeda como um 
meio mais eficaz no processo das trocas (Jossefa, 2011). 
 A partir dos novos modelos de desenvolvimento (modelos endógenos), passou-se a 
reflectir sobre a possibilidade de haver um positivo impacto do sistema financeiro sobre o 
crescimento económico através de sua capacidade de transformar recursos financeiros em 
investimentos produtivos. A existência de um sistema financeiro na economia justifica-se 
pelas três funções que este deve desempenhar junto ao sistema económico (Samuelson e 
Nordhaus, 2010): 
 Canalizar os recursos na direcção de sectores mais produtivos a fim de 
proporcionar um crescimento na economia. 
 Agir ou actuar com potenciais tomadores de créditos deacordo com diversas 
possibilidades de investimento (atendendo a dimensão e a expansão). 
 Aumentar a eficiência do uso dos recursos. 
O cumprimento ou a realização das funções acima apresentadas estimula o 
crescimento económico elevando a acumulação de capital e na redução dos índices da 
pobreza, gera e expande a liquidez, mobiliza poupança, intensifica a acumulação de capital 
e transfere recursos de sectores tradicionais para sectores mais modernos e indutores de 
crescimento. Uma maior diversificação do sistema financeiro depende do crescimento de 
19 
 
sectores tradicionais (principalmente em economias em desenvolvimento) como também 
do surgimento e crescimento de novos sectores que conduzam ao aumento do produto, da 
renda e da poupança e, esta maior actividade económica elevaria a demanda por produtos 
do sistema em causa tanto na perspectiva dos poupadores quanto dos investidores. 
O funcionamento do sistema financeiro sem problemas como foi o caso na maior 
parte do período decorrido desde a IIª Guerra Mundial, contribui grandemente para o 
crescimento económico saudável. No entanto, quando os bancos falham e as pessoas 
perdem a confiança no sistema financeiro, o crédito torna-se escasso, o investimento é 
restringido e o crescimento económico abranda (Samuelson e Nordhaus, 2010). 
Em suma, o sistema financeiro influencia o desempenho global da economia e sua 
competitividade. 
 
2.4. Composição do sistema financeiro 
Instituições financeiras são organizações cuja finalidade é optimizar a alocação de 
capitais financeiros próprios e/ou de terceiros, obedecendo a uma correlação de risco, custo 
e prazo que atenda aos objectivos dos seus patrocinadores, incluindo pessoas físicas ou 
jurídicas que tenham interesses em sua operação como accionistas, clientes, colaboradores, 
fornecedores, agências reguladoras do mercado onde a organização opere (Passos e 
Nogami, 2003). 
Segundo Mishkin (1998), as instituições financeiras são intermediários financeiros 
que desempenham um papel importante na melhoria da eficiência económica porque 
ajudam os mercados financeiros a canalizar fundos de emprestador-poupadores para 
pessoas com oportunidades de investimento produtivo. Sem um conjunto de 
intermediários, é muito difícil para uma economia alcançar potencial total. 
As instituições financeiras que operam no sistema financeiro são classificadas em 
dois grupos: Instituições financeiras bancárias e instituições financeiras não bancárias 
(Passos e Nogami, 2003). 
As instituições financeiras bancárias/monetárias são instituições com faculdades de 
criação da moeda ou meios de pagamento, ou seja, são instituições autorizadas a captar 
recursos juntos ao público sob a forma de depósitos à vista com as seguintes classificações: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capital_financeiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Risco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Custo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prazo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Objetivos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patrocinador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_fisica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa_jur%C3%ADdica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acionista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cliente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fornecedor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ag%C3%AAncia_reguladora
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_financeiro
20 
 
Bancos comerciais; caixas económicas; cooperativas de crédito; bancos cooperativos e 
bancos múltiplos com carteira comercial. 
A Lei n.º 13/2005, de 30 de Setembro – Lei das Instituições Financeiras no seu 
artigo nº 02 referida na alínea nº 11 (BNA, 2005), define as instituições financeiras 
bancárias ou bancos como as entidades habilitadas para exercer, como actividade principal, 
operações de receber do público depósitos ou outros fundos reembolsáveis, a fim de aplicá-
los, por conta própria, mediante a concessão de crédito. 
A actividade de receber do público, depósitos ou outros fundos reembolsáveis, para 
a utilização por conta própria e exercer a função de intermediário de liquidação de 
operações de pagamento, apenas pode ser exercida pelas instituições financeiras bancárias, 
de acordo com o princípio da exclusividade, previsto no artigo 7.º da Lei das Instituições 
Financeiras (BNA, 2005). 
Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias são aquelas não 
autorizadas a captar recursos sob a forma de depósito à vista como: bancos de 
investimentos; bancos de desenvolvimento; Sociedades de arrendamento mercantil; 
companhias hipotecárias; sociedades de créditos, financiamento e investimento e 
instituições asseguradoras (Passos e Nogami, 2003). 
2.5. Instrumentos Financeiros 
Instrumento financeiro é qualquer contrato que resulte em activo financeiro para 
uma empresa e passivo financeiro para outra, ou seja, são documentos físicos ou registos 
electrónicos, padronizados, que permitem ao utilizador transferir fundos ou efectuar 
pagamentos e estes, são classificados em activos financeiros monetários e não monetários 
(Passos e Nogami, 2003). Para esses autores fazem parte dos activos financeiros 
monetários o papel-moeda em poder do público e os depósitos à vista nos bancos 
comerciais, tanto públicos como privados, e nas caixas económicas. 
Compreendem activos financeiros não monetários todos os demais activos como 
depósitos de poupança, letras de câmbio e certificados de depósitos bancários que pode ser 
emitido por um banco comercial como por um banco de investimento, instrumentos do 
mercado de crédito (são obrigações denominadas em dólares do Estado ou de entidades 
http://www.bna.ao/uploads/%7B8d870ca1-fb6c-46a1-810f-e74284be0dbb%7D.pdf
21 
 
privadas que garantem o pagamento do capital no fim do prazo e o pagamento de juro ao 
longo do prazo), acções (são direitos de propriedade sobre as empresas que rendem 
dividendos dos pagamentos retirados dos lucros das empresas), fundos de pensões (são 
activos financeiros provenientes das contribuições dos trabalhadores e empresas durante o 
período útil de vida laboral que posteriormente são transferidos para pessoas no período da 
reforma), segundo Passos e Nogami (2003). 
 
 2.6. Mercados Financeiros, suas aplicabilidades nos mercados 
 
 Segundo Soares (2010), o mercado financeiro é o mecanismo que conjuga a 
procura e oferta de produtos financeiros e este pode dividir-se em três grandes áreas: 
mercado monetário, mercado de capitais e mercado cambial. 
 Para Stiglitz (1989), citados por Oreiro et al (2010), os mercados financeiros 
desempenham três funções fundamentais numa economia de mercado, a saber: selecção de 
projectos de investimento, controlo do uso de recursos e agregação de poupanças. Cada 
uma destas funções é realizada num contexto no qual prevalece a informação assimétrica e 
onde os custos envolvidos na realização das transacções e no cumprimento dos contratos 
são não desprezíveis. 
O mercado monetário agrupa as transacções efectuadas por prazos normalmente 
inferiores há um ano e utiliza instrumentos como os bilhetes de tesouro, o papel comercial, 
os depósitos a prazo. 
 O mercado de capitais se refere às operações por prazo, em princípio há um ano e 
que respeitam a produtos como as obrigações, acções, títulos de participações. O mercado 
cambial, diz respeito ao negócio de compra e venda de divisas. 
 Segundo Mishkin (1998) os mercados financeiros desempenham a função 
económica essencial de canalizar fundos de pessoas que pouparam fundos em excesso por 
gastarem menos que suas receitas, para pessoas que têm escassez de fundos porque 
desejam gastar mais do que suas receitas. 
 Os mercados e instituições financeiras em bom funcionamento são necessários para 
aumentar o bem-estar económico, a eficiência e são cruciais para a saúde económica; sem 
mercados financeiros, é difícil transferir fundos de uma pessoa que não tem oportunidades 
de investimento para uma que as tem.22 
 
 2.6.1. Mercado de Crédito 
 
 O mercado de crédito compreende todas as operações de financiamento e 
empréstimo de curto prazo e médio prazo para aquisição de bens de consumo corrente e 
duráveis, bem como para o capital de giro das empresas e, as instituições que operam neste 
mercado são os bancos comerciais, bancos de investimento e financeiras onde estas são 
especializadas no fornecimento de crédito ao consumidor e no financiamento de bens 
duráveis (Samuelson e Nordhaus, 2010). 
 Os bancos comerciais, de investimento e financeiros, desempenham um papel de 
ofertantes de recursos financeiros (a partir dos depósitos efectuados por indivíduos 
capacitados financeiramente/poupadores, ou seja, com excedentes monetários) a indivíduos 
(credores) demandantes da moeda e com grandes oportunidades de investimento, mas, a 
variável condicionante nesta ligação entre ofertante e demandante é a taxa de juro. 
 Os mercados de créditos dentro da economia servem para a criação e aumento de 
investimentos e na criação de novos empregos na economia. Visa no aumento e redução da 
produção na economia, mas, os investidores sentem-se mais atraídos quando este mercado 
fornece taxas de juros atraentes, ou seja, equilibradas porque, a taxa de juro é a 
remuneração de um capital emprestado em função de um determinado período, ou seja, é a 
relação entre o valor de juro a pagar (ou a receber) num ano e do capital emprestado (ou 
depositado) (Mishkin, 1998). 
 Neste mercado regista-se um maior índice de credores quando há maior oferta de 
massa monetária porque força as taxas de juros a reduzirem e tornarem-se atraentes e, 
quando o Banco Central decide reduzir com a massa monetária. Por motivos inflacionários 
registar-se-á uma maior demanda que forçará o aumento da taxa de juro e automaticamente 
reduzindo com os investimentos. 
Os créditos na economia angolana feitos por diferentes operadores económicos e 
sectores da economia por intermédio das instituições financeiras nos anos de 2001 e 2002 
conforme mostra o gráfico da figura 1, eram avaliados, segundo o relatório do BNA 
(www.bna.ao), em média, em aproximadamente 16.373,44 mil milhões de Kwanzas em 
nível do país e que não representava significativamente um avanço à economia. Este valor 
médio não contribuiu no crescimento económico do país, porque uma boa parte dos 
recursos era canalizada na compra de armamentos. Após o fim do conflito armado, e o 
23 
 
alcance da paz em Abril de 2002, a economia angolana começou a registar um crescimento 
nos diversos sectores de actividade fruto da evolução dos créditos que foram alavancando 
o empresariado angolano por intermédio de investimentos avaliadas em média cerca de 
220.394,694 mil milhões de Kwanzas, segundo a mesma fonte que temos vindo a citar. 
Entre 2008 e 2009, as instituições financeiras cederam créditos à economia num valor 
médio ponderado de 1.095.013,96 mil milhões de Kwanzas, contribuindo assim para o 
avanço da economia angolana em quase todos os seus sectores (BNA, 2013b). 
 
Figura 1- Evolução do Crédito à Economia em Angola. 
Fonte: Elaborada pelo autor a partir dos dados do BNA (www.bna.ao). 
 
2.6.2. Mercado de Capitais 
 
Passos e Nogami (2003) definem o mercado de capitais como o local onde está 
concentrada toda a rede de bolsa de valores (local físico ou virtual onde se negoceiam-
compram e vendem-valores mobiliários e instrumentos financeiros derivados) e 
instituições financeiras que operam com a compra e venda de acções e títulos de dívida em 
geral, sempre em longo prazo. Este mercado actua no financiamento do capital de giro e do 
capital fixo das sociedades anónimas de capital aberto. 
Para Soares (2010), o mercado de capitais é um segmento do mercado financeiro 
que trabalha, sobretudo com instrumentos de médio e de longo prazo, envolvendo as 
acções, obrigações, os títulos de participação, os títulos do tesouro, entre outros. É um 
mercado de valores mobiliários onde a sua principal função é a de facilitar a transferência 
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
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Tempo
Crédito a Economia 2001-2009 
http://www.bna.ao/
24 
 
de recursos e a conversão de activos líquidos em investimento, isto é, canalizando as 
poupanças para o sector produtivo da economia, não gerando massa monetária por motivos 
inflacionários. 
Este mercado tem a função de canalizar as poupanças da sociedade para a indústria, 
o comércio e outras actividades económicas e até mesmo para o Governo. 
 Os instrumentos do mercado de capital são títulos de dívida e de acções com 
vencimentos de mais de um ano. Eles têm flutuações de preços mais largas do que as dos 
instrumentos do mercado monetário e são considerados investimentos bem menos 
arriscados (Mishkin, 1998). 
 
2.6.3. Mercado Monetário 
 
As operações financeiras de curto e de curtíssimo prazo são realizadas no mercado 
monetário e, dele fazem parte órgãos financeiros que negociam em títulos e valores, 
concedendo empréstimo a firmas ou particulares a curto e curtíssimos prazos, contra o 
pagamento de juros. Nele, são financiados, também, os desencaixes momentâneos da caixa 
dos bancos comerciais e do tesouro nacional (Downes e Goodman, 1995 citado por 
Tamele, 2011). 
É neste mercado que são realizadas as operações de mercado aberto, inclusive as 
operações de um dia, conhecidas como operações de overnight. Este mercado também é 
tido como um dos instrumentos de política monetária, utilizados pelo Banco Central actua 
para controlar o nível de liquidez da economia. Quando o Governo pretende reduzir a 
liquidez, ou seja, retirar o dinheiro de circulação, ele vende títulos públicos, e quando 
deseja aumentar a liquidez, compram esses títulos, injectando de volta o dinheiro no 
sistema económico (Passos e Nogami, 2003). 
 
 2.6.4. Mercado Cambial 
 
Krugman e Obstfeld (2008) afirmam que as taxas de câmbio desempenham um 
papel central no comércio internacional porque nos permitem comparar os preços de bens e 
serviços produzidos em diferentes países, e estas operações são feitas no mercado cambial 
em diferentes países do mundo. Uma taxa de câmbio é o preço da moeda de um país em 
25 
 
relação à moeda de outras onde estas, permanecendo tudo o mais constante. Uma 
depreciação da moeda de um país em relação às moedas estrangeiras (uma elevação dos 
preços em moeda doméstica AOA das moedas estrangeiras) torna suas exportações mais 
baratas e suas importações mais caras e, torna o inverso quando há uma apreciação da 
moeda doméstica AOA em relação às moedas estrangeiras. 
Este processo ainda pode ser entendido, segundo o autor que temos vindo a citar, 
permanecendo tudo o mais constante, uma depreciação/desvalorização da moeda de um 
país o que torna seus bens mais baratos para os estrangeiros. No caso contrário, torna seus 
bens mais caros para os estrangeiros. 
Assim como os outros preços na economia são determinados pela interacção entre 
compradores e vendedores, as taxas de câmbio são determinadas pela interacção entre 
famílias, empresas e instituições financeiras que compram e vendem moeda estrangeira 
para fazer pagamentos internacionais. 
Tal como outros preços, as taxas de câmbio variam de semana para semana e de 
mês para mês, de acordo com as forças de oferta e da procura e esta, é estabelecida quando 
a oferta e a procura estão em equilíbrio e quando isto acontece, regista-se uma estabilidade 
na taxa de câmbio na perspectiva de preservar o poder de compra interna. 
Os principais participantes do mercado de câmbio são os bancos comerciais, as 
empresas que se envolvem com o comércio internacional, as instituições financeiras não 
bancárias como as empresas de administração de activos e as companhias de seguros e, 
finalmente, os bancos centrais. Os bancos comerciais exercem uma função primordial no 
mercado porquefacilitam a troca de depósitos bancários, que rendem juros e constituem a 
maior parte das operações de câmbio; embora as operações de câmbio ocorram em vários 
centros financeiros ao redor do mundo, a tecnologia moderna das telecomunicações liga 
esses centros em apenas um único mercado, aberto 24 horas por dia. 
Em Angola, nos primeiros meses (Janeiro) dos anos 2009-2015 a taxa de câmbio 
apresentou uma tendência crescente como se pode observar no gráfico da Figura 2, que no 
ano 2010 registou-se uma variação percentual de desvalorização da moeda (AOA) 
angolana em relação às outras moedas na ordem dos 20% em função do ano 2009 e 2,15% 
em 2013/20142. 
No mês de Janeiro de 2014 e Janeiro de 2015, a taxa de câmbio variou numa ordem 
tendencial crescente de 7,02% em Janeiro de 2015 em relação há cinco anos no mês de 
 
2 Valores percentuais calculados pelo autor a partir dos dados do BNA, 2014. 
26 
 
Janeiro em quase 6% da taxa de câmbio médio ponderado, o que dificultou os agentes 
económicos realizar suas transacções ao resto do mundo devido à escassez do USD, 
elevando com os índices de preços (inflação) dos bens na economia angolana, como 
também das importações realizadas durante este período (BNA, 2014). 
 
 
 
Figura 2- Evolução da taxa de câmbio em Angola nos primeiros meses /Janeiro 2009-2015 
 Fonte: Elaborada pelo autor a partir dos dados do BNA (www.bna.ao) 
 
2.7. Imperfeições de mercado, problemas informacionais e o papel dos 
intermediários Financeiros 
 
 Para Oreiro et al (2010) no mundo real existem diversas imperfeições (informações 
assimétricas, custos de transacção, mercados incompletos, etc) que fazem com que a 
alocação de recursos para o financiamento dos projectos de investimento possa ser 
ineficiente, quando realizadas de forma descentralizada por intermédio dos mercados de 
capitais. Dessa forma, o surgimento e a expansão dos intermediários financeiros 
basicamente, bancos comerciais podem aumentar a eficiência na alocação de recursos ao 
reduzir o nível destas imperfeições. 
 A existência de informações assimétricas pode tornar difícil o financiamento de 
projectos de investimentos e a rentabilidade de um projecto depende de variáveis que só 
são plenamente conhecidas pelo empresário como, por exemplo, o montante de recursos 
efectivamente comprometido com o projecto e a atractividade intrínseca do mesmo ou que 
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Taxa de Câmbio
Período de 
apreciação/valorização da 
moeda nacional 
Período dae 
depreciação/desvalorização 
tendencial 
27 
 
estão sob o controlo do empresário isto é, o grau de eficiência na utilização dos recursos 
produtivos (Oreiro et al, 2010). 
 
 Ainda, os referidos autores, estes autores, realçam que a mobilização de poupanças 
é o processo custoso pelo qual o capital é aglomerado a partir de um grande número de 
poupadores para a realização de investimentos, os quais são indivisíveis devido à 
existência de economias de escala e, esta envolve a superação de duas imperfeições do 
mercado, a saber: a superação dos custos de transacção associados à colecta de poupanças 
a partir de diferentes indivíduos e a superação das informações assimétricas associadas à 
tarefa de fazer com que os poupadores se sintam confortáveis com a delegação do controle 
de suas poupanças. 
 
2.8. Caracterização do Sistema Financeiro angolano no contexto de 
globalização financeira 
 
 O sistema financeiro angolano vem sofrendo uma profunda transformação que 
implica não só uma maior operacionalidade do sistema, como também maior diversidade 
de operações a serem desenvolvidas pela actividade financeira, procurando-se assim 
satisfazer aos desafios de uma economia em mutação permanente segundo a lei das 
instituições financeiras (BNA, 2005). 
 
 2.8.1 Origem e evolução do sistema financeiro angolano 
 
A origem do sistema financeiro angolano remonta em 1865 (BNA, 2014). Neste 
ano surgiu o primeiro estabelecimento bancário que era considerado como uma sucursal do 
Banco Nacional Ultramarino. 
A 14 de Agosto de 1926 foi criado o Banco de Angola com sede em Lisboa, que, a 
partir dos anos de 1957, começou a exercer actividades comerciais bancárias até ao 
surgimento do Banco Comercial de Angola de direito angolano. 
 A partir do surgimento do Banco Comercial de Angola e de direito angolano, o 
sistema financeiro angolano começou a registar uma evolução dinâmica que compreendeu 
28 
 
três essenciais etapas. A primeira etapa vai de 1976 a 1997; a segunda e a última etapa 
compreendem os períodos de 1998–2000 e 2000–2009, respectivamente. 
 
A primeira fase foi caracterizada pelo confisco do activo e passivo do Banco de 
Angola. Este confisco foi feito com base na lei nº 67/76 e; depois do mesmo, no dia 10 de 
Novembro de 1976 um ano depois da proclamação da independência, surgiu o Banco 
Nacional de Angola através da lei nº 69/76 publicada no Diário da República nº 266 – 1ª 
Série em todos os seus compromissos internos e externos com a aprovação da sua lei 
orgânica. 
O BNA tinha por funções fundamentais a do Banco Central e função de Banco 
Comercial, estando sob a supervisão do Ministério das Finanças com base na lei nº 67/76; 
mas ao decorrer dos tempos, a actividade bancária passou a ser exclusivamente exercida 
pelos Bancos do Estado através da lei nº 4/78 de 25 de Fevereiro e nos anos 80 e princípios 
de 90, aprovou-se pela comissão permanente da Assembleia do Povo a lei nº 4/91 a 20 de 
Abril que dispunha o sistema financeiro que vigorava até a publicação da presente lei que 
assentava num único Banco que é o BNA com o monopólio do exercício das funções 
centrais, comerciais e de investimento. 
Com as concentrações de actividades e funções, foi aprovada uma nova lei orgânica 
do BNA devido à nova filosofia económico financeira nacional reflectida na primeira lei 
do quadro reguladora das instituições financeiras, a lei nº 5/91 aprovada a 20 de Abril que 
facilitou a extensão da rede de balcões do BNA por todo o território nacional. 
Fruto das reorganizações do quadro regulador das instituições financeiras do 
sistema financeiro foi aprovado a 11 de Julho a lei nº 6/97 com um novo quadro jurídico 
que passou a estabelecer a diferença claro entre os mercados monetários, financeiro e 
cambial, definindo as suas fronteiras mediante a utilização de meios e instrumentos de 
pagamentos para o efeito e com a instauração no mercado monetário de níveis de 
pagamento como o circuito primário entre os bancos comerciais (ou agências do BNA em 
regime de transição) e os agentes económicos no mercado de bens e serviços, circuito 
interbancário entre as agências do BNA, em regime de transição. 
Com a aprovação do novo quadro jurídico a partir da lei acima citada, o sistema 
financeiro passou a apresentar a seguinte estrutura orgânica: BNA respondia como órgão 
de supervisão do sistema financeiro; os bancos comerciais e os bancos de investimento 
e/ou desenvolvimento respondiam as funções de instituições bancárias; as cooperativas e 
29 
 
caixas de crédito e instituições de poupanças e de crédito imobiliário respondiam pelas 
funções de instituições especiais de crédito; sociedade de investimento, sociedade de 
capital de risco, sociedade de locação financeira e finalmente às sociedades de factoring 
respondiam as funções de instituições para-bancários. 
Ainda assim, com base no quadro legal aprovado, o Banco Nacional de Angola, 
passou a ser consagrado como banco emissor e de reserva, banco dos bancos, banqueiro do 
Estado, autoridade monetária e cambial dos respectivos mercados tendo-lhe assim, 
consequentemente sido atribuído à função fundamental de assegurar o equilíbrio monetário 
interno e a solvabilidade exterior da nossa moeda como objectivo basilar da sua actividade 
deixando de abrir contas de depósitos tanto em moeda local ou estrangeira

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