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– ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Introdução: O dente humano é constituído por tecidos mineralizados – esmalte e dentina na sua parte coronária e cemento e dentina na sua porção radicular. Estes envolvem a polpa dentária, um tecido conjuntivo frouxo que ocupa a região central do dente. A polpa é para a dentina o que a medula óssea é para o osso (Ten Cate, 1988). O espaço ocupado pela polpa no interior do dente é denominado cavidade pulpar, dividida em uma porção coronária ou câmara pulpar e em uma porção radicular ou sistema de canais radiculares (SCR), cuja forma geralmente reflete a anatomia externa do dente. Finalidade do preparo: • Preparo cavitário: cirurgia de acesso à câmara pulpar; • Preparo radicular: acesso ao canal radicular, permite a instrumentação; • Insucesso do tratamento endodôntico: resulta no preparo incorreto da cavidade de acesso aos canais radiculares. Como obter um preparo adequado? • Acesso direto a região apical: a preocupação não deve ser apenas ao acesso na porção cervical. • Conhecer a anatomia interna do dente. • Saber onde realizar o acesso endodôntico: superfície oclusal, lingual ou palatina. • Preservar o remanescente dental e reduzir as interferências oclusais quando necessário. Etapas operatórias: 1. PONTO DE ELEIÇÂO: ponto de escolha para iniciar a cirurgia de acesso; 2. DIREÇÃO DE TREPANAÇÂO: é a direção que se coloca a broca no dente, para evitar a perfuração; 3. FORMA DE CONTORNO INICIAL: forma de acesso que se dá ao dente para remover as interferências e expor a polpa; 4. FORMA DE CONVENIÊNCIA: a forma da cavidade que vai facilitar a instrumentação do sistema de canais radiculares; 5. LIMPEZA: visa a remoção de tecido infectado e restos de polpa. • Incisivos e caninos (anteriores): face lingual; • Pré-molares e molares (posteriores): face oclusal. Direção dada a broca. É modificada de acordo com a posição do dente no arco e a configuração da coroa e da cavidade pulpar. Anatomia dental e cirurgia de acesso: – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Depende da topografia da câmara pulpar de cada dente. Levando em consideração: • Tamanho da câmara; • Forma da câmara; • Número de canais e curvaturas. Forma final da cavidade deve: • Dar acesso livre ao orifício do canal; • Favorecer acesso direto ao forame apical; • Facilitar as técnicas de obturação; • Controle completo sobre os instrumentos endodônticos. Executada durante todo o preparo intracoronário por meio de irrigantes (Hipoclorito ou Clorexidina). Dentes anteriores: Funções: • Corte dos alimentos; • Articulação da fala; • Manutenção da posição labial (estética); • Participam na guia anterior (oclusão). • Canal principal: ocupa a região do eixo da cavidade pulpar, partindo do soalho da câmara até o forame apical. • Canal colateral: situa-se mais ou menos paralelamente ao canal principal, podendo ou não alcançar isoladamente o forame apical. Quase sempre apresenta um calibre menor que o canal principal. • Canal lateral: parte perpendicularmente da região cervical ou média do canal principal, em direção ao ligamento periodontal. • Canal secundário: Parte obliquamente da região apical do canal principal, em direção ao ligamento periodontal. • Canal acessório: deriva de um canal secundário e segue em direção ao ligamento periodontal. • Interconduto ou Intercanal: pequeno canal que põe em comunicação entre si canais principais, colateriais ou secundários. Não apresenta comunicação com o ligamento periodontal. • Canal recorrente: parte e retorna ao canal principal, sem atingir a região apical, percorrendo um trajeto dentinário mais ou menos longo. • Canais reticulares: resultam do entrelaçamento de três ou mais canais que seguem paralelamente e, conectados por intercondutos, apresentam um aspecto reticulado. • Deltas apicais: são as múltiplas derivações que se encontram próximas a um mesmo ápice e que saem do canal principal para terminar na região apical. Dão origem a forames múltiplos ou foraminas, em substituição ao forame único principal. O número das foraminas é variável. • Comprimento médio: 23 mm; • Inclinação para distal: 3º; • Número de raiz: 1 (100%); • Forma do canal: cônico piramidal; • Direção da raiz: 75% reta, 9,3% vestibular e 7,85% distal; • Época de erupção: 6-7 anos; • Rizogênese incompleta: 10 anos; • Ponto de eleição: face palatina- 2 a 3 mm abaixo do cíngulo.; Na endodontia, retiramos apenas o canal principal com a lima.. Para os canais menores, utiliza-se soluções irrigantes. O hipoclorito de sódio é utilizado para dissolver os tecidos desses canais. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Direção de trepanação: perpendicular, angulações ao longo eixo do dente; • Forma de contorno inicial: formato triangular; • Forma de conviniência: Opções: broca LA, Axxess, CP drilll, Endo Z e Ponta inativa. Passar a broca Endo Z apenas em dentina, preservando o esmalte do dente e deixando-o intacto. 1. Remoção do ombro: é uma interferência que precisa ser removida nos dentes anteriores para facilitar o tratamento de canal. Ele fica localizado no terço cervical do dente. E pode ser removido por instrumentos com brocas. • Limpeza: irrigação/aspiração. • Comprimento médio: 23 mm; • Inclinação para distal: 5º; • Inclinação para palatina: 20º; • Número de raiz: 1 (97%), 2 (3%); • Número de canais: 1 (97%), 2 (3%); • Forma do canal: cônico piramidal; • Direção da raiz: 29,7% reta, 3,9% vestibular; 49,2 % distal; • Época da erupção: 8-9 anos; • Rizogênese incompleta: 11 anos. • Função: corte de alimentos, manutenção da posição labial (estética), proteção pela atividade proprioceptiva e raízes longas que permitem boa função em reabilitações orais; • Comprimento médio: 25 mm; • Inclinação para distal: 6º; • Inclinação para palatina: 17º; • Número de canais: 1 (100%); • Forma do canal: cônico piramidal; • Direção da raiz: 38,5% reta, 12,8% vestibular, 21, 5% distal; • Época da erupção: 11-12 anos; • Rizogênese incompleta: 13-15 anos. • Pode apresentar variações anatômicas. Ponto de eleição incorreto -> desgasta demais o dente Radicular grooves (depressão radicular): irregularidade rara; Dens Evaginatus (cúspide talão): Essas duas situações dificultam o acesso. Rizogênese incompleta: quando a raiz do dente ainda não está totalmente formada. – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Funções: ▪ trabalham com os molares na mastigação; ▪ Mantém a DVO (Dimensão vertical de oclusão); ▪ Dão suporte aos lábios e bochechas. • 1º pré-molar superior: ponto de eleição; • 1º pré-molar superior: direção de trepanação- paralelo ao longo eixo do dente; • 1º pré-molar superior: forma de contorno; • 1º pré-molar superior: forma de conveniência – forma da cavidade elíptica, sentido vestíbulo-palatino; • Funções: ▪ Mastigação; ▪ Manutenção da dimensão vertical de oclusão (DVO); ▪ Suporte para lábios e bochechas. • 1º molar superior: variações anatômicas; Oclusal Vestibular Mesial Distal Palatina P M D V – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Considerações finais: A cirurgia de acesso é importante para a preservação da estrutura dental remanescente e favorece a realização adequada do tratamento endodôntico. Alterações anatômicas de acordo com a idade: Estrutura Jovem Idoso Câmara pulpar Maior Menor Ligamento periodontal Mais espesso Mais delgado Bordas incisais Pontiagudas Desgastadas Tecido ósseo medularMais radiopaco Menos radiopaco Resumo: Referências: TEIXEIRA, Lucilia Maria de Souza; REHER, Peter; REHER, Vanessa Goulart Sampaio. Anatomia aplicada à Odontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Ltda, 2013. Aula teórica de Endodontia laboratorial. Faculdade Maurício de Nassau, Odontologia, 2021.
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