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RINS - Biofísica Renal -O primeiro passo no exame de uma amostra de urina é determinar a sua cor. A cor é amarelo-escuro (concentrada), clara (diluída), vermelha (indicando a presença de sangue) ou preta (indicando a presença de metabólitos da hemoglobina)? -médicos também observavam nas amostras de urina a limpidez, a presença de espuma (indicando presença anormal de proteínas), o cheiro e até mesmo o gosto; -o primeiro passo de uma uroanálise ainda é o exame da cor, da limpidez e do odor da urina ; ➔ FUNÇÕES -mais importante é a regulação homeostática do conteúdo de água e íons no sangue, também chamada de balanço do sal e da água, ou equilíbrio hidroeletrolítico >>> alterações no volume sanguíneo ou nas concentrações iônicas causam sérios problemas clínicos antes que o acúmulo de resíduos metabólicos atinja níveis tóxicos; -mantêm concentrações normais de íons e água no sangue através do balanço da ingestão dessas substâncias com a sua excreção na urina, obedecendo ao princípio do balanço de massas ; -Regulação do volume do líquido extracelular e da pressão arterial >> Quando o volume do líquido extracelular diminui, a pressão arterial também diminui. se o volume do líquido extracelular e a pressão arterial caem até níveis muito baixos, o corpo não pode manter um fluxo adequado de sangue para o encéfalo e outros órgãos essenciais. Os rins trabalham de uma maneira integrada com o sistema circulatório para assegurar que tanto a pressão arterial quanto a perfusão tecidual permaneçam em uma faixa aceitável. 180 litros são filtrados/dia e 1-2 L são eliminados via urina -Regulação da osmolalidade >>> O corpo integra a função renal com o comportamento, como a sede, para manter a osmolalidade 1 do corpo em um valor próximo de 290 mOsM . -Manutenção do equilíbrio iônico >>> Os rins mantêm a concentração de íons-chave dentro de uma faixa normal pelo balanço entre a sua ingestão e a sua perda urinária; O 1 mede a concentração de solutos em um fluido, observando o número de partículas por peso (quilogramas) de fluido. Osmolaridade avalia o número de partículas por volume (litro) do fluido. sódio (Na ) é o principal íon envolvido na regulação do volume do líquido extracelular e da osmolalidade; As concentrações dos íons potássio (K ) e cálcio (Ca2 ) também são estritamente reguladas; controle na reabsorção de bicarbonato e secreção de amônia e H; - Regulação homeostática do pH >>> O pH plasmático é normalmente mantido dentro de uma faixa muito estreita de variação; Se o líquido extracelular se torna muito ácido, os rins excretam H+ e conservam íons bicarbonato (HCO3 ), que atuam como tampão. Inversamente, quando o líquido extracelular se torna muito alcalino, os rins excretam HCO3 e conservam H. exercem um papel importante na regulação do pH, mas não são capazes de corrigir desequilíbrios no pH tão rapidamente quanto os pulmões. -Excreção de resíduos >>> removem produtos do metabolismo e xenobióticos, ou substâncias estranhas, como fármacos e toxinas ambientais; Os produtos do metabolismo incluem a creatinina do metabolismo muscular e resíduos nitrogenados, como a uréia e o ácido úrico; Um metabólito da hemoglobina, chamado de urobilinogênio, dá a ela sua cor amarela característica; Os hormônios são outras substâncias endógenas retiradas do sangue pelos rins; Exemplos de substâncias estranhas excretadas pelos rins incluem o adoçante artificial sacarina e o ânion benzoato, parte do conservante benzoato de potássio, que você ingere toda vez que bebe um refrigerante diet. -Produção de hormônios >>> Embora não sejam glândulas endócrinas, eles desempenham um importante papel em três vias endócrinas; As células renais sintetizam eritropoetina, a citocina/hormônio que regula a produção dos eritrócitos; também liberam renina, uma enzima que regula a produção de hormônios envolvidos no equilíbrio do sódio e na homeostasia da pressão sanguínea; - Participação na regulação do metabolismo ósseo de cálcio e fósforo: Absorção de CaPHO4 as enzimas renais auxiliam na conversão da vitamina D3 em um hormônio ativo que regula o equilíbrio do Ca2+ (25-hidroxicolecalciferol em 1,25-hidroxicolecalciferol); - possuem uma enorme capacidade de reserva. -você deve perder quase ¾ das funções do seu rim antes que a homeostasia comece a ser afetada; Muitas pessoas vivem normalmente com apenas um rim, como ocorre com um em cada 1.000 nascimentos, em que a pessoa nasce com apenas um rim (ou por outras falhas no desenvolvimento durante a gestação) ou com pessoas que doam um rim para transplante. - Conservação de nutrientes: reabsorção de glicose, aminoácidos e proteínas -Regulação da hemodinâmica renal e sistêmica: Sistema renina-angiotensina-aldosterona (hipertensor-captação de Na) Sistema hipotensor (prostaglandinas e cininas renais) ➔ SISTEMA URINÁRIO CONSISTE EM RINS, URETERES, BEXIGA URINÁRIA E URETRA -Iniciaremos seguindo o trajeto que uma gota de água segue desde o plasma até a sua excreção na urina A produção da urina inicia quando a água e os solutos se deslocam do plasma para o interior de tubos ocos (néfrons), que compõem a maior parte dos dois rins. Esses túbulos modificam a composição do líquido à medida que ele passa ao longo dessas estruturas. O fluido já alterado, agora chamado de urina, deixa os rins e passa por um tubo, chamado de ureter. Existem dois ureteres, cada um partindo de um rim e se dirigindo para a bexiga urinária. A bexiga se expande e é preenchida com a urina até que, em um reflexo, chamado de micção, ela se contrai e elimina a urina através de um único tubo, a uretra. A uretra, nos homens, sai do corpo através do corpo do pênis. Nas mulheres, a abertura uretral é encontrada anterior às aberturas da vagina e do ânus. Devido à extensão mais curta da uretra nas mulheres e sua proximidade com bactérias originárias do intestino grosso, as mulheres são mais propensas que os homens a desenvolverem infecções bacterianas na bexiga urinária e nos rins , ouinfecções do trato urinário (ITUs) 1. Os rins são o local de produção da urina; Cada rim situa-se em um lado da coluna vertebral ao nível da décima primeira(11 ) e décima segunda costelas(12), logo acima da cintura; abaixo do diafragma; estão tecnicamente fora da cavidade abdominal, entre o peritônio 2 membranoso, que reveste o abdome, e os ossos e os músculos do dorso; Devido à sua localização atrás da cavidade peritoneal, os rins são algumas vezes descritos como órgãos retroperitoneais . Formado por uma borda côncava e uma convexa; A superfície côncava de cada rim está voltada para a coluna vertebral; Os vasos sanguíneos renais, os nervos, os vasos linfáticos e os ureteres emergem a partir dessa superfície (hilo); As artérias renais, as quais são ramos da parte abdominal da 2 membrana serosa que recobre as paredes do abdome e a superfície dos órgãos digestivos. aorta, fornecem sangue para os rins. As veias renais levam sangue dos rins para a veia cava inferior; recebem 20 a 25% do débito cardíaco, embora constituam apenas 0,4% do peso total do corpo (120-170 gramas cada). Essa alta taxa de fluxo sanguíneo através dos rins é crítica para a função renal ; 2. Néfron : unidade funcional do rim 3 ; interior do rim é dividido em duas camadas: um córtex/cortical externo e uma medula interna ; As camadas são formadas pelo arranjo organizado de túbulos microscópicos - néfrons. Cerca de 80% dos néfrons de um rim estão presentes quase que completamente na região cortical ( néfrons corticais ), ao passo que os outros 20% – chamados de néfrons justamedulares – penetram no interior da medula; Cada um dos cerca de 1 milhão de néfrons de cada rim é dividido em segmentos, e cada segmento é intimamente associado com vasos sanguíneos especializados; O córtex contém todas as cápsulas de Bowman e os túbulos proximais e distais; A medula >>> contém as alças de Henle e os ductos coletores; e Zonas Cônicas - Pirâmides de Malpighi; Delimitados pela zona cortical e cálices renais; Um néfron possui duas arteríolas e dois conjuntos de capilares, que formam um sistema porta; Multilobado (o rim); - Cálices, pelve e ureter são envoltos por musculatura lisa (ejeção da urina). possui Corpúsculo de Malpigh i: Cápsula de Bowman; Glomérulo; Túbulos renais : Contorcido proximal Alça de Henle Contorcido distal; 3 Uma unidade funcional é a menor estrutura que pode efetuar todas as funções de um órgão. Número de néfrons/rim Humano: 1.000.000 Gato: 190.000 Suínos: 1.250.000 Cão: 400.000-415.000 Bovinos: 4.000.000 ● O sangue entra no rim pela artéria renal, antes de seguir para as artérias menores, e, depois, para as arteríolas no córtex; Nesse ponto, o arranjo dos vasos sanguíneos forma um sistema porta 4 , um dos três presentes no corpo; 4 um sistema porta é formado pela presença de duas redes de capilares em série (uma após a outra). ● No sistema porta renal, o sangue flui das artérias renais para uma arteríola aferente (no polo vascular). Das arteríolas aferentes, o sangue passa para uma primeira rede de capilares, uma rede em forma de novelo, chamada de glomérulo . O sangue que deixa os glomérulos passa para uma arteríola eferente (pólo vascular), e, então, para uma segunda rede de capilares, os capilares peritubulares , que cercam o túbulo renal (pólo urinário no início dos tubos). Nos néfrons justamedulares, os longos capilares peritubulares que penetram na medula são chamados de vasos retos . Por fim, os capilares peritubulares convergem para a formação de vênulas e pequenas veias , enviando o sangue para fora dos rins através da veia renal . ● função do sistema porta renal >>> filtrar o fluido sanguíneo para o interior do lúmen do néfron, nos capilares glomerulares, e, então, reabsorver o fluido do lúmen tubular de volta para o sangue, nos capilares peritubulares. As forças que regem o movimento de fluido no sistema porta renal são semelhantes àquelas que regem a filtração de água e moléculas para fora dos capilares sistêmicos em outros tecidos (por diferença de pressões); ➔ Elementos tubulares do rim - néfron inicia em uma estrutura oca globular, chamada de cápsula de Bowman , a qual envolve o glomérulo . O endotélio do glomérulo é unido ao epitélio da cápsula de Bowman (folheto visceral), de modo que o líquido filtrado dos capilares passa diretamente para dentro do lúmen tubular; O conjunto formado pelo glomérulo e pela cápsula de Bowman é chamado de corpúsculo renal ou de Malpighi. -A partir da cápsula de Bowman, o filtrado flui para o interior do túbulo contorcido proximal e, após, para a alça de Henle , um segmento em forma de grampo que desce até a medula e, posteriormente, retorna para o córtex; A alça de Henle é dividida em dois ramos, um ramo descendente fino e um ramo ascendente com segmentos fino e grosso. O fluido, então, chega até o túbulo contorcido distal. Os túbulos distais de até oito néfrons drenam para um único tubo maior, o ducto coletor; Os ductos coletores passam do córtex para a medula e drenam na pelve renal; Da pelve renal, o líquido filtrado e modificado, agora chamado de urina, flui para o ureter no seu trajeto rumo à excreção; - o néfron se torce e se dobra para trás sobre si mesmo, de modo que a parte final do ramo ascendente da alça de Henle passa entre as arteríolas aferente e eferente. Essa região é denominada aparelho justaglomerular >>> A proximidade do ramo ascendente e das arteríolas permite a comunicação parácrina entre essas duas estruturas, uma característica fundamental na autorregulação do rim . ● Como o volume médio de urina que deixa o rim é de apenas 1,5 L por dia, mais de 99% do líquido que entra nos néfrons precisa voltar para o sangue, caso contrário, o corpo desidrataria rapidamente. ● Três processos básicos ocorrem nos néfrons: filtração, reabsorção e secreção 1. Filtração é o movimento de líquido do sangue parao lúmen do néfron e ocorre apenas no corpúsculo renal, onde as paredes dos capilares glomerulares e da cápsula de Bowman são modificadas para permitir o fluxo do líquido, então tem a função de filtrar o sangue formando um ultrafiltrado constituído por água, uréia, glicose e proteínas de baixo PM ; Uma vez que o fluido filtrado, filtrado , chega ao lúmen do néfron, ele se torna parte do meio externo ao corpo, da mesma forma que as substâncias no lúmen intestinal fazem parte do meio externo. Devido a essa razão, tudo que é filtrado nos néfrons é destinado à excreção na urina, a não ser que seja reabsorvido para o corpo; 2. Após o filtrado deixar a cápsula de Bowman, ele é modificado pelos processos de reabsorção e secreção. 3. A reabsorção é um processo de transporte de substâncias presentes no filtrado, do lúmen tubular de volta para o sangue através dos capilares peritubulares; 4. A secreção remove seletivamente moléculas do sangue e as adiciona ao filtrado no lúmen tubular; Embora a secreção e a filtração glomerular movam substâncias do sangue para dentro do túbulo, a secreção é um processo mais seletivo que, em geral, usa proteínas de membrana para transportar as moléculas através do epitélio tubular ; 5. Os 180 litros de fluido que são filtrados para a cápsula de Bowman a cada dia são quase idênticos ao plasma em sua composição e quase isosmóticos – cerca de 300 mOsM. À medida que este filtrado flui pelo túbulo proximal, cerca de 70% do seu volume é reabsorvido, restando 54 L no lúmen tubular; 6. reabsorção ocorre quando as células do túbulo proximal transportam solutos para fora do lúmen, determinando a reabsorção de água por osmose; O filtrado que deixa o túbulo proximal tem a mesma osmolalidade do que o filtrado que entrou >> Por essa razão, dizemos que a função primária do túbulo proximal é a reabsorção isosmótica de solutos e água; 7. O filtrado que deixa o túbulo proximal passa para a alça de Henle, o local principal para a produção de urina diluída ; 8. A parte descendente é impermeável a íons e permeável a água e também tem a capacidade de reabsorver a água e retorná-la para o sangue. Já a parte ascendente é impermeável a água e permeável a íons. Assim a alça de Henle controla a osmolaridade no sangue; 9. À medida que o filtrado passa pela alça de Henle, proporcionalmente é reabsorvido mais soluto do que água, e o filtrado torna-se hiposmótico com relação ao plasma. Quando o filtrado sai da alça, ele tem em média 100 mOsM, e seu volume diminui de 54 L/dia para cerca de 18 L/dia. A maior parte do volume originalmente filtrado na cápsula de Bowman já foi reabsorvida para os capilares. 10. o filtrado passa para o túbulo distal e para o ducto coletor. Nesses dois segmentos, ocorre uma regulação fina do balanço de sal e de água sob o controle de vários hormônios. A reabsorção e a secreção (em um menor grau) determinam a composição final do filtrado; 11. No final do ducto coletor, o filtrado tem um volume de 1,5 L/dia e uma osmolalidade que pode variar de 50 a 1.200 mOsM. 12. O volume e a osmolalidade finais da urina dependem das necessidades do corpo de conservar ou excretar água e soluto; 13. filtrado que permanece no lúmen no final do néfron é excretado como urina; 14. A quantidade de qualquer substância excretada na urina reflete o resultado do seu manejo durante a sua passagem através do néfron; A quantidade excretada é igual à quantidade filtrada para o túbulo, menos a quantidade reabsorvida para o sangue, mais a quantidade secretada no lúmen tubular; A vasopressina, também conhecida como arginina vasopressina ou argipressina ou hormônio antidiurético ou hormona antidiurética, é um hormônio humano secretado em casos de desidratação e queda da pressão arterial; fazendo com que os rins conservem a água no corpo, concentrando e reduzindo o volume da urina; ❖ FILTRAÇÃO -A filtração do plasma para dentro dos túbulos renais é o primeiro passo na formação da urina. Esse processo relativamente inespecífico gera um filtrado, cuja composição é igual à do plasma menos a maioria das proteínas plasmáticas (pois os podócitos juntos com a membrana do epitélio vascular -barreira de filtração glomerular- impede a passagens de proteínas de grande peso molecular, no entanto, algumas de até 70kDa conseguem passar e os túbulos são responsáveis por reabsorver elas). - Sob condições normais, as células sanguíneas permanecem no capilar, de modo que o filtrado é composto apenas de água e de solutos dissolvido (não é comum células sanguíneas no sangue); -A porcentagem do volume total do plasma que é filtrada para dentro do túbulo é denominada fração de filtração; -corpúsculo renal contém 3 barreiras de filtração: As substâncias que deixam o plasma precisam passar através de três barreiras de filtração antes de entrarem no lúmen tubular: o endotélio do capilar glomerular, uma lâmina basal (membrana basal) e o epitélio da cápsula de Bowman; A primeira barreira é o endotélio capilar >> Os capilares glomerulares são capilares fenestrados com grandes poros, que permitem que a maioria dos componentes plasmáticos sejam filtrados através do endotélio; Os poros são pequenos o bastante, contudo, para impedir que as células do sangue deixem o capilar . Proteínas carregadas negativamente, presentes na superfície dos poros, também ajudam a repelir as proteínas plasmáticas carregadas negativamente; A segunda barreira de filtração é a lâmina basal >> uma camada acelular de matriz extracelular que separa o endotélio do capilar do epitélio da cápsula de Bowman; constituída por glicoproteínas carregadas negativamente, colágeno e outras proteínas; atua como uma peneira grossa, excluindo a maioria das proteínas plasmáticas do líquido que é filtrado através dela; A terceira barreira de filtração é o epitélio da cápsula de Bowman >> A porção epitelial da cápsula (folheto visceral) que envolve cada capilar glomerular é formadapor células especializadas,os podócitos >> possuem longas extensões citoplasmáticas ( pés, ou pedicelos) , que se estendem a partir do corpo principal da célula; Esses pedicelos envolvem os capilares glomerulares e se entrelaçam uns com os outros, deixando estreitas fendas de filtração fechadas por uma membrana semiporosa. A membrana da fenda de filtração contém diversas proteínas exclusivas, incluindo a nefrina e a podocina. ex. Nessas doenças, em que a nefrina e a podocina estão ausentes ou anormais, as proteínas passam através da barreira de filtração glomerular para a urina . -As células mesangiais glomerulares intraglomerulares >> ficam entre e ao redor dos capilares glomerulares; possuem feixes citoplasmáticos de filamentos semelhantes à actina, que fazem essas células serem capazes de contrair e alterar o fluxo sanguíneo pelos capilares; secretam citocinas associadas a processos inflamatórios e imunes; contráteis e têm receptores para angiotensina II >> ativação desses receptores reduz o fluxo sanguíneo glomerular; Contêm receptores para o hormônio ou fator natriurético, produzido pelas células musculares do átrio do coração >> é um vasodilatador e relaxa as células mesangiais, aumentando o volume de sangue nos capilares e a área disponível para filtração; garantem suporte estrutural ao glomérulo, sintetizam a matriz extracelular, fagocitam e digerem substâncias normais e patológicas; retidas pela barreira de filtração e produzem moléculas biologicamente ativas, como prostaglandinas e endotelinas >> causam contração da musculatura lisa das arteríolas aferentes e eferentes do glomérulo; A alteração da função das células mesangiais tem sido associada a muitas doenças renais. ➔ O que determina a filtração através das paredes dos capilares glomerulares? •Permeabilidade Seletiva (Kf ) – características da membranas de filtração (glomérulo e capsula de bowman); •Pressão efetiva de filtração (Pef) – diferenças entre pressões no glomérulo e cápsula de Bowman) 1. pressão do capilar sanguíneo 2. pressão coloidosmótica (Pressão Hidrostática (Ph) Pressão Oncótica 5 (Po)) do capilar 3. pressão do fluido capsular; -A pressão hidrostática (PH) do sangue que flui através dos capilares glomerulares força a passagem de fluido através do seu endotélio fenestrado; A pressão sanguínea nos capilares é de 55 mmHg, em média, e favorece a filtração para dentro da cápsula de Bowman; Apesar de a pressão cair à medida que o sangue flui através dos capilares, ela ainda permanece maior do que as pressões que se opõem a ela > Como resultado, a filtração ocorre ao longo de quase todo o comprimento dos capilares glomerulares; -A pressão coloidosmótica no interior dos capilares glomerulares é mais alta do que a no fluido da cápsula de Bowman; Esse gradiente de pressão é devido à presença de proteínas no plasma. O gradiente de pressão osmótica é, em média, de 30 mmHg e favorece o movimento de líquido de volta para os capilares; -A cápsula de Bowman é um espaço fechado (diferentemente do líquido intersticial), de forma que a presença de fluido no interior dessa cápsula cria uma pressão hidrostática do fluido (Pfluido), que se opõe ao fluxo de fluido para o interior da cápsula; O líquido filtrado para fora dos capilares deve deslocar o líquido já presente no lúmen da cápsula; A pressão hidrostática capsular é, em média, de 15 mmHg, opondo-se à filtração; -A força motriz resultante é de 10 mmHg na direção que favorece a filtração >> Essa pressão pode não parecer muito alta, mas quando combinada com a grande permeabilidade natural dos capilares glomerulares fenestrados, ela resulta em uma rápida filtração de fluido para o interior dos túbulos; 5 pressão osmótica gerada pelas proteínas no plasma sanguíneo, Pef = Ph – (Po + Pc) Pef = 10mmHg ➔ Taxa de Filtração Glomerular ( TFG) - O volume de fluido que é filtrado para dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo; -A TFG média é de 125 mL/min, ou de 180 L/dia, uma taxa impressionante, considerando-se que o volume plasmático total é de apenas cerca de 3 litros; -Essa taxa significa que os rins filtram todo o volume plasmático 60 vezes por dia, ou 2,5 vezes a cada hora; -Se a maior parte do filtrado não fosse reabsorvida durante a sua passagem pelo néfron, ficaríamos sem o plasma em apenas 24 minutos de filtração. -é influenciada por dois fatores: a pressão de filtração resultante , e o coeficiente de filtração. 1. A pressão de filtração é determinada primeiro pelo fluxo sanguíneo renal e pela pressão arterial; 2. O coeficiente de filtração possui dois componentes: a área de superfície dos capilares glomerulares, disponível para a filtração e a permeabilidade da interface entre capilar e cápsula de Bowman; Nesse aspecto, a filtração glomerular é semelhante às trocas de gases nos alvéolos, em que a taxa da troca gasosa depende da diferença entre as pressões parciais dos gases, da área de superfície dos alvéolos e da permeabilidade da barreira de difusão alvéolo-capilar; Valores estimados para homem 70Kg Kf = 12,5mL/min mmHg FG= 125mL/min (valor normal médio) -A pressão arterial fornece a pressão hidrostática, que impulsiona a filtração glomerular. Logo, parece razoável assumir que se a pressão arterial aumentasse, a TFG aumentaria, e se a pressão arterial diminuísse, a TFG diminuiria. Entretanto, esse geralmente não é o caso. Em vez disso, a TFG é notavelmente constante em uma ampla faixa de pressões arteriais. Contanto que a pressão arterial média do sangue fique entre 80 e 180 mmHg, a TFG é, em média, de 180 L/dia ; ➔ Fatores que regulam a Filtração Glomerular - AUTORREGULAÇÃO - autorregulação da TFG é um processo de controle local, no qual o rim mantém uma TFG relativamente constante frente às flutuações normais da pressão arterial. -função de proteger as barreiras de filtração da pressão arterial alta que pode danificá-las; I. Mecanismos Renais (Intrínsecos):1. respostas miogênicas : -está relacionada à habilidade intrínseca do músculo liso vascular de responder a mudanças na pressão; -A TFG é controlada primariamente pela regulação do fluxo sanguíneo através das arteríolas renais; -Quando o músculo liso da parede da arteríola estira, devido ao aumento da pressão arterial, canais iônicos sensíveis ao estiramento se abrem, e as células musculares despolarizam. A despolarização leva à abertura de canais de Ca2+ dependentes de voltagem, e o músculo liso vascular se contrai; A vasoconstrição aumenta a resistência ao fluxo e leva a uma redução no fluxo sanguíneo através das arteríolas. A redução do fluxo sanguíneo diminui a pressão de filtração no glomérulo; -Se a pressão arterial diminui, o tônus de contração arteriolar desaparece, e a arteríola torna-se maximamente dilatada. Contudo, a vasodilatação não é tão eficaz em manter a TFG como a vasoconstrição, devido ao fato de que normalmente a arteríola aferente está bastante relaxada >> Consequentemente, quando a pressão arterial média diminui para menos de 80 mmHg, a TFG diminui >> Esse decréscimo é adaptativo, pois se menos plasma é filtrado, o potencial para a perda de líquido na urina diminui; Em outras palavras, um decréscimo na TFG ajuda o corpo a conservar o volume sanguíneo ; -Se a resistência global das arteríolas renais aumenta, o fluxo sanguíneo renal diminui, e o sangue é desviado para outros órgãos; O efeito do aumento da resistência sobre a TFG, entretanto, depende de onde a mudança na resistência ocorre. ● aumento da pressão hidrostática - contração da arteríola aferente - ● diminui a pressão hidrostática - relaxamento da arteríola aferente - Se a resistência aumenta na arteríola aferente, a pressão hidrostática diminui no lado glomerular da constrição. Isso se traduz em uma diminuição na TFG. -Se a resistência aumenta na arteríola eferente, o sangue acumula antes da constrição, e -a pressão hidrostática nos capilares glomerulares aumenta -O aumento da pressão glomerular aumenta a TFG -Modificações opostas ocorrem com a diminuição da resistência nas arteríolas aferente ou eferente. A maior parte da regulação ocorre na arteríola aferente . 2. Retroalimentação tubuloglomerular : -é uma via de controle local, na qual o fluxo de líquido através dos túbulos renais altera a TFG; -As paredes tubulares e arteriolares são modificadas nessa região em que elas entram em contato umas com as outras, e, juntas, formam o aparelho justaglomerular . -A porção modificada do epitélio tubular é formada por uma placa de células - mácula densa; -A parede da arteríola aferente adjacente a ela possui células musculares lisas especializadas, células granulares (ou células justaglomerulares ou células JG); As células granulares secretam renina , uma enzima envolvida no balanço do sal e da água . Quando o NaCl que passa pela mácula densa aumenta, como resultado da TFG aumentada, as células da mácula densa enviam sinais parácrinos à arteríola aferente vizinha > A arteríola aferente se contrai, aumentando a resistência e diminuindo a TFG ; miogênica retroalimentação -Evidências experimentais indicam que as células da mácula densa transportam NaCl, e que o aumento no transporte de sal inicia a retroalimentação tubuloglomerular; -O fluxo também pode ser detectado nas células tubulares renais pelos cílios primários, que estão localizados na superfície apical voltada para o lúmen. -Os cílios primários são conhecidos por atuar como sensores do fluxo, assim como transdutores de sinais para o desenvolvimento normal. -Experimentos mostram que muitos sinalizadores parácrinos, incluindo ATP, adenosina e óxido nítrico, passam da mácula densa para a arteríola como parte da retroalimentação tubuloglomerular; -aumento a pressão hidrostática - a mácula densa estimula secreção de vasoconstrictores (Adenosinas) -diminui a pressão hidrostática - não há efeito local II. Mecanismos Extrínsecos: -Os hormônios e o sistema nervoso autônomo alteram a TFG de duas maneiras: mudando a resistência das arteríolas e alterando o coeficiente de filtração. 1. controle neural da TFG - mediado pelos neurônios simpáticos (SNS) que inervam as arteríolas aferente e eferente. -A inervação simpática via receptores no músculo liso vascular causa vasoconstrição; Se a atividade simpática é moderada, há um pequeno efeito na TFG. Entretanto, se a pressão arterial sistêmica cai abruptamente, como ocorre em uma hemorragia ou em uma desidratação grave, a vasoconstrição das arteríolas induzida pelo sistema nervoso simpático diminui a TFG e o fluxo sanguíneo renal >>> resposta adaptativa que visa conservar o volume de líquido corporal; diminui PA - estimulação das inervações das arteríolas aferentes e eferentes 2. Vários hormônios também influenciam a resistência arteriolar, como exemplo, a angiotensina II >>> potente vasoconstritor, e as prostaglandinas >> atuam como vasodilatadoras; Esses mesmos hormônios podem afetar o coeficiente de filtração devido à sua atuação sobre os podócitos ou sobre as células mesangiais . Os podócitos alteram o tamanho das fendas de filtração glomerular. Se as fendas se alargam, ocorre um aumento na área de superfície disponível para a filtração, e a TFG aumenta; A contração das células mesangiais altera a área de superfície do capilar glomerular disponível para a filtração. -Liberação de bioativos (ADH, endotelinas, Prostaglandinas, NO, etc....) -Sistema via renina-angiotensina-aldosterona: Ativação - aumenta [Na+ ] (natremia 6 ) ; como funciona esse sistema? O sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) regula funções essenciais do organismo, como a manutenção da pressão arterial, balanço hídrico e de sódio . A lógica fundamental que preside o funcionamento do sistema é responder a uma instabilidade hemodinâmica e evitar a redução na perfusão tecidual sistêmica . Atua de modo a reverter a tendência à hipotensão arterial através da indução de vasoconstricção arteriolar periférica e aumento na volemiapor meio de retenção renal de sódio (através da aldosterona) e água (através da liberação de ADH-vasopressina). constituído por quatro proteínas principais: renina (REN), angiotensinogênio (AGT), enzima conversora da angiotensina (ECA) e os receptores para a angiotensina II (AII). Todos os componentes do SRA já foram encontrados em tecidos como coração, cérebro, rins, glândulas adrenais, vasos sangüíneos e órgãos reprodutores, permitindo distinguir um SRA local e um circulante a renina, de origem renal, atua no AGT, formado no fígado, originando a angiotensina I (se mantém relativamente inativa), que pela ação da ECA transforma-se na AII (hormônio que é muito ativo), potente vasoconstritor direto, faz com que as paredes musculares das pequenas artérias (arteríolas) se contraiam, aumentando a pressão arterial. A angiotensina II também provoca a liberação do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais e da vasopressina 7 (hormônio antidiurético) pela hipófise. A aldosterona e a vasopressina fazem com que os rins retenham sódio (sal); A aldosterona também faz com que os rins excretem potássio (por conta da troca que ocorre para que o sódio passe para o LEC daí fica em excesso dentro da célula e pra solucionar isso tem uns canais responsáveis por secretarem ele no lúmen dos túbulos renais pra ser excretado). 6 Natremia ou natriemia é a concentração plasmática de sódio ou Na⁺, no sangue; 7 é um hormônio humano secretado em casos de desidratação e queda da pressão arterial; fazendo com que os rins conservem a água no corpo, concentrando e reduzindo o volume da urina. https://pebmed.com.br/covid-19-modulacao-de-ace2-pode-explicar-a-origem-dos-efeitos-extrapulmonares/ O aumento de sódio faz com que a água seja retida, aumentando, assim, o volume de sangue e a pressão arterial. e que de forma indireta interage com a secreção de aldosterona, com o sistema nervoso central e com o sistema nervoso simpático. Além da AII, outras angiotensinas produzidas têm ações específicas e entre as melhores caracterizadas estão as angiotensina III, angiotensina IV e angiotensina 1-7; Quando a pressão arterial aumenta, uma das formas de mudar esse acontecimento é os rins excretarem líquidos e íons para tentar diminuir essa pressão. ➔ REABSORÇÃO - cada dia, 180 L de líquido são filtrados dos capilares glomerulares para dentro dos túbulos renais, todavia, apenas cerca de 1,5 L é excretado na urina >> mais de 99% do líquido que entra nos túbulos é reabsorvido para o sangue à medida que o filtrado percorre os néfrons; - maior parte ocorre no túbulo proximal, com uma quantidade menor de reabsorção nos segmentos distais do néfron; - reabsorção no néfron distal é finamente regulada, possibilitando aos rins reabsorverem seletivamente íons e água de acordo com as necessidades do organismo para a manutenção da homeostasia; * “Por que se preocupar em filtrar 180 L/dia e depois reabsorver 99% disso? Por que não simplesmente filtrar e excretar o 1% que precisa ser eliminado?” 1. Primeiro, muitas substâncias exógenas são filtradas nos túbulos, mas não são reabsorvidas para o sangue. A alta taxa diária de filtração ajuda a retirar essas substâncias do plasma muito rapidamente. Uma vez que uma substância é filtrada para o interior do lúmen da cápsula de Bowman, ela não faz mais parte do meio interno corporal; O lúmen do néfron faz parte do ambiente externo, e todas as substâncias presentes no filtrado estão destinadas a deixarem o corpo através da urina, a não ser que exista algum mecanismo de reabsorção tubular para impedir que isso ocorra. Muitos nutrientes pequenos, como a glicose e intermediários do ciclo do ácido cítrico, são filtrados, porém são reabsorvidos de maneira muito eficiente no túbulo proximal. 2. Segundo, a filtração de íons e água para dentro dos túbulos simplifica a sua regulação. Se uma porção do filtrado que alcança o néfron distal não é necessária para manter a homeostasia, ela passa para a urina. Com uma alta TFG, essa excreção pode ocorrer de forma bastante rápida. Contudo, se os íons e a água são necessários, eles são reabsorvidos; -pode ser passiva ou ativa; -A reabsorção de água e solutos do lúmen tubular para o líquido extracelular depende de transporte ativo; O filtrado que flui da cápsula de Bowman para o túbulo proximal tem a mesma concentração de solutos do líquido extracelular. Portanto, para transportar soluto para fora do lúmen, as células tubulares precisam usar transporte ativo para criar gradientes de concentração ou eletroquímicos; -A água segue osmoticamente os solutos, à medida que eles são reabsorvidos; -O transporte ativo de Na+ do lúmen tubular para o líquido extracelular cria um gradiente elétrico transepitelial, no qual o lúmen é mais negativo do que o LEC; Os ânions, então, seguem o Na positivamente carregado para fora do lúmen; A saída de Na e de ânions do lúmen para o LEC dilui o fluido luminal e aumenta a concentração do LEC, de forma que a água deixa o túbulo renal por osmose; -A redução do volume do lúmen tubular aumenta a concentração de solutos (incluindo K , Ca2 e ureia) que permaneceram no filtrado: a mesma quantidade de soluto em um volume menor equivale a uma concentração mais alta de soluto . -Uma vez que as concentrações de soluto no lúmen são mais altas do que as concentrações de soluto no líquido extracelular, os solutos difundem-se para fora do lúmen se o epitélio do túbulo for permeável a eles; -A reabsorção envolve tanto o transporte transepitelial quanto o transporte paracelular; 1. No transporte transepitelial (transporte transcelular): as substâncias atravessam as membranas apical e basolateral das células tubulares epiteliais para chegar ao líquido intersticial; 2. Na via paracelular: as substâncias passam através de junções celulares entre células vizinhas. O caminho seguido pelo soluto depende da permeabilidade das junções epiteliais e do seu gradiente eletroquímico -Para solutos que se movem através do transporte transepitelial,suas concentrações ou seus gradientes eletroquímicos determinam seus mecanismos de transporte; -Solutos que se movem a favor do seu gradiente de concentração usam canais de vazamento ou carreadores de difusão facilitada para cruzarem a membrana celular; -As moléculas que necessitam se deslocar contra seu gradiente de concentração são transportadas por mecanismos de transporte ativo primário ou indiretos (normalmente secundários); -O sódio está direta ou indiretamente envolvido em muitos exemplos de transporte passivo e ativo; - Transporte ativo de sódio: A reabsorção ativa de Na é a força motriz primária para a maior parte dos mecanismos de reabsorção renal; a composição do filtrado que entra no túbulo proximal é semelhante à composição iônica plasmática, com uma concentração maior de Na do que a encontrada nas células; Dessa forma, o Na presente no filtrado pode entrar nas células tubulares passivamente, de acordo com seu gradiente eletroquímico; O transporte apical do Na utiliza várias proteínas transportadoras por simporte e antiporte 8 ou de canais de vazamento abertos . 8 simporte → transporta simultaneamente ( quer dizer ao mesmo tempo) duas moléculas diferentes na mesma direção. Transporte antiporte → transporta simultaneamente duas moléculas diferentes em direção opostas. No túbulo proximal, o trocador Na-H (NHE) desempenha um papel fundamental na reabsorção do Na, assim como o canal de Na epitelial (ENaC) na membrana apical; Uma vez no interior da célula tubular, o Na é ativamente transportado para seu exterior através da membrana basolateral em uma troca com o K pela Na-K-ATPase; Um canal de vazamento de K impede o acúmulo de K no interior da célula; O resultado final é a reabsorção de Na através do epitélio tubular; - Transporte ativo secundário - simporte com sódio: acoplado ao sódio; é responsável pela reabsorção de muitas substâncias, incluindo a glicose, aminoácidos, íons e vários metabólitos orgânicos; ex. a reabsorção de glicose acoplada ao Na através do epitélio do túbulo proximal A membrana apical contém o cotransportador de Na-glicose ( SGLT ) que leva a glicose para o citoplasma contra seu gradiente de concentração através do uso da energia do Na, que se move a favor de seu gradiente eletroquímico; Na superfície basolateral da célula, o Na é bombeado para fora pela Na-K-ATPase, ao passo que a glicose se difunde para fora através de um mecanismo de difusão facilitada envolvendo o uso de transportadores GLUT; O mesmo padrão básico é utilizado por outras moléculas que são transportadas acopladas ao Na: uma proteína de simporte apical e um carreador para difusão facilitada ou um trocador iônico na membrana basolateral. Outras moléculas que são reabsorvidas por mecanismos similares incluem os aminoácidos, o lactato, intermediários do ciclo do ácido cítrico, como o -cetoglutarato (CG), e íons, como o fosfato e o sulfato; Alguns dos transportadores apicais utilizam o H no lugar do Na -Reabsorção passiva - uréia : A uréia, um resíduo nitrogenado, não possui mecanismos de transporte ativo no túbulo proximal, mas pode se deslocar através das junções celulares epiteliais por difusão, se houver um gradiente de concentração da ureia; Inicialmente, as concentrações de ureia no filtrado e no líquido extracelular são iguais. Entretanto, o transporte ativo de Na e de outros solutos para fora do lúmen tubular proximal gera um gradiente de concentração através de um processo. Quando o Na e outros solutos são reabsorvidos no túbulo proximal, a transferência de partículas osmoticamente ativas torna o líquido extracelular mais concentrado que o filtrado que permaneceu no lúmen tubular. Em resposta ao gradiente osmótico, a água move-se por osmose através do epitélio. Até esse ponto, nenhuma molécula de ureia foi transportada para fora do lúmen, uma vez que não havia nenhum gradiente de concentração da ureia. Quando a água é reabsorvida, a concentração de ureia no lúmen tubular aumenta – a mesma quantidade de ureia está presente em um volume menor de água. Uma vez que o gradiente de concentração de ureia existe, a ureia move-se do lúmen tubular para o líquido extracelular, sendo transportada através das células ou pela via paracelular; -Endocitose - proteínas plasmáticas: A filtração do plasma nos glomérulos normalmente deixa a maior parte das proteínas plasmáticas no sangue, mas algumas proteínas menores e peptídeos podem passar através da barreira de filtração; A maioria das proteínas filtradas é removida do filtrado no túbulo proximal, de forma que normalmente apenas traços de proteínas aparecem na urina; Mesmo sendo pequenas, as proteínas filtradas são muito grandes para serem reabsorvidas pelos transportadores ou por canais. A maior parte delas entra nas células do túbulo proximal por endocitose mediada por receptores na membrana apical; Uma vez no interior das células, as proteínas são digeridas nos lisossomos; Os aminoácidos resultantes são transportados através da membrana basolateral e absorvidos no sangue; A digestão renal de pequenas proteínas filtradas, é um método importante pelo qual peptídeos sinalizadores podem ser removidos da circulação ; ➔ SATURAÇÃO DO TRANSPORTE RENAL -maior parte dos transportes no néfron usa proteínas de membrana e exibe as três características do transporte mediado: saturação (1), especificidade (2) e competição (3) 1. refere-se à taxa de transporte máximo, que ocorre quando todos os transportadores disponíveis estão ocupados/saturados pelo substrato; Em concentrações abaixo do ponto de saturação, a taxa de transporte é diretamente relacionada à concentração do substrato; Em concentrações de substrato iguais ou acima do ponto de saturação, o transporte ocorre a uma taxa máxima; A taxa de transporte no ponto de saturação é o transporte máximo (Tm); ex. reabsorção da glicose no néfron; Em concentrações normais de glicose no plasma, toda a glicose que entra no néfron é reabsorvida antes de alcançar o final do túbulo proximal; O epitéliotubular é bem suprido de transportadores para capturar a glicose à medida que o filtrado flui através dele. Todavia, se a concentração de glicose no sangue se torna excessiva, a glicose é filtrada mais rapidamente do que os transportadores podem a reabsorver; Esses transportadores se tornam saturados e são incapazes de reabsorver toda a glicose que flui ao longo do túbulo. Como resultado, parte da glicose não é reabsorvida e é excretada na urina; 19.10a mostra que a taxa de filtração da glicose do plasma para dentro da cápsula de Bowman é proporcional à concentração de glicose no plasma. Devido à filtração não ser saturável, o gráfico continua em uma linha reta até o infinito: a concentração de glicose no filtrado é sempre igual à sua concentração plasmática. A Figura 19.10b mostra a taxa de reabsorção da glicose no túbulo proximal em função da concentração de glicose. A reabsorção exibe uma taxa de transporte máximo (Tm) quando os carreadores são saturados. Observe que as concentrações plasmáticas normais de glicose estão bem abaixo do ponto de saturação. A Figura 19.10c mostra a taxa de excreção da glicose em relação à concentração de glicose no plasma. Lembre-se que a excreção é igual à filtração menos a reabsorção (E F R). Quando as concentrações plasmáticas de glicose são baixas o bastante para que 100% da glicose filtrada seja reabsorvida, nenhuma glicose é excretada. Uma vez que os transportadores alcançam a saturação, começa a excreção da glicose. A concentração plasmática, na qual a glicose começa a aparecer na urina, é denominada limiar renal para a glicose. 19.10d é um gráfico composto que compara filtração, reabsorção e excreção da glicose. excreção de glicose na urina é chamada de glicosúria e, em geral, indica a presença de uma concentração de glicose elevada no sangue. ➔ SECREÇÃO - é a transferência de moléculas do líquido extracelular para o lúmen do néfron; -depende principalmente de sistemas de transporte de membrana; -A secreção de K e H pelo néfron distal é importante na regulação da homeostasia destes íons; -muitos compostos orgânicos são secretados, incluem tanto metabólitos produzidos no corpo quanto substâncias provenientes do meio externo - xenobióticos; -A secreção torna o néfron capaz de aumentar a excreção de uma substância; Se uma substância filtrada não é reabsorvida, ela é excretada com muita eficácia. Se, no entanto, a substância filtrada para dentro do túbulo não é reabsorvida, e ainda é secretada para dentro do túbulo a partir dos capilares peritubulares, a excreção é ainda mais eficaz; -é um processo ativo, uma vez que requer transporte de substratos contra seus gradientes de concentração. -A maioria dos compostos orgânicos é secretada através do epitélio do túbulo proximal para o interior do lúmen tubular por transporte ativo secundário; -Os transportadores responsáveis pela secreção de solutos orgânicos apresentam pouca especifidade; ex. a família do transportador de ânions orgânicos (OAT), é capaz de transportar uma grande variedade de ânions endógenos e exógenos, desde sais biliares até benzoato, utilizado como conservante em refrigerantes, salicilato, proveniente do ácido acetilsalicílico, e o adoçante artificial sacarina. -A secreção de ânions orgânicos pelo OAT é um exemplo de transporte ativo terciário, em que o uso da energia do ATP é removido em duas etapas do OAT; Na primeira etapa desse processo, que é um transporte ativo direto, o túbulo proximal usa ATP para manter a baixa concentração intracelular de Na; Na segunda etapa, o gradiente de Na é, então, usado para concentrar o dicarboxilato 9 dentro da célula tubular, utilizando um cotransportador Na-dicarboxilato (NaDC). O NaDC é encontrado tanto na membrana apical quanto na membrana basolateral das células do túbulo proximal. A concentração de dicarboxilato dentro da célula tubular determina o terceiro passo da secreção de ânions orgânicos. O OAT é um transportador ativo indireto, que utiliza o movimento do dicarboxilato a favor do seu gradiente de concentração para deslocar um ânion orgânico contra o seu gradiente, transferindo-o para o interior da célula. No passo final, uma vez que o ânion orgânico está concentrado no interior da célula tubular, ele pode ser facilmente transportado por difusão facilitada para o interior do lúmen tubular. 9 são as formas iônicas dos ácidos dicarboxílicos, que possuem dois grupos (OCOOH) e a maior parte dos intermediários do ciclo do ácido cítrico, incluindo o citrato, o oxaloacetato e o -cetoglutarato (CG), são dicarboxilatos. ➔ EXCREÇÃO -produção de urina é o resultado de todos os processos que ocorrem no rim. -Quando o líquido chega ao final do néfron, ele apresenta pouca semelhança com o líquido que foi filtrado para a cápsula de Bowman; -Glicose, aminoácidos e metabólitos úteis desaparecem, tendo sido reabsorvidos para dentro do sangue, e os resíduos orgânicos estão mais concentrados; -A concentração de íons e água na urina é extremamente variável, dependendo do estado do corpo; -Embora a excreção nos diga o que o corpo está eliminando, a excreção por si só não pode nos dar detalhes da função renal; Excreção = filtração - reabsorção + secreção -A taxa de excreção de uma substância depende (1) da taxa de filtração da substância e (2) de se a substância é reabsorvida, secretada ou ambas, enquanto ela passa ao longo do túbulo renal; -O manejo renal de uma substância e a TFG são, muitas vezes, de interesse clínico. ex. os médicos usam a informação sobre a TFG da pessoa como um indicador da função global do rim. Indústrias farmacêuticas que desenvolvem fármacos precisam fornecer à Food and Drug Administration* informação completa sobre como o rim maneja cada novo composto. Todavia, como os investigadores que lidam com seres humanos vivos podem avaliar a filtração, a reabsorção e a secreção em néfrons individuais? Eles não têm como fazer isso de maneira direta: os rins não são facilmenteacessíveis e os néfrons são microscópicos. Por essa razão, cientistas tiveram de desenvolver uma técnica que lhes permitisse avaliar a função renal usando apenas a análise da urina e do sangue. Para fazer isso, eles aplicam o conceito de depuração; ➔ Reabsorção renal de bicarbonato -A [HCO3–] plasmática é normalmente mantida em torno de 25 mEq/L por meio da reabsorção diária da carga de bicarbonato filtrado (cerca de 4.500 mEq) pelos rins. Se o bicarbonato filtrado não fosse reabsorvido, a [HCO3–] plasmática e o pH sanguíneo cairiam. Portanto, a manutenção de uma [HCO3–] plasmática normal requer a reabsorção de essencialmente todo o bicarbonato filtrado através dos capilares glomerulares a cada dia. -A maior parte da reabsorção do bicarbonato (quase 90%) ocorre no túbulo contornado proximal. Em contraste, o néfron distal recupera muito pouco bicarbonato. A diferença resulta de um processo complexo, que é facilitado pela maior quantidade de anidrase carbônica existente no lúmen do túbulo proximal. - A reabsorção de bicarbonato ao nível tubular proximal é ativada pela ATPase de Na+/K+ existente na membrana celular peritubular. A troca de K+ peritubular por Na+ intracelular mantém a [Na+] intracelular baixa, permitindo que o Na+ se mova no sentido de seu gradiente de concentração menor e siga do lúmen tubular através do contratransportador de Na+/K+ para dentro da célula. O HCO3– combina-se ao H+ secretado para formar HCO3–. A rápida dissociação do H2CO3 em CO2 e H2O na presença de anidrase carbônica luminal permite a movimentação para dentro da célula, onde ocorre a dissociação. Por fim, o H+ reabsorvido é secretado em troca de Na+, enquanto o HCO3– segue o gradiente elétrico e se move do interior da célula para o espaço peritubular, onde é reabsorvido dentro da circulação sistêmica. ➔ Papel do ADH e ALDOSTERONA -O hipotálamo regula a capacidade de água no corpo, agindo de duas maneiras: (1) através do estímulo da ingestão de líquidos e (2) regulando a diurese através dos neurônios do núcleo supraóptico; -Outro responsável por conservar a água no organismo é o Hormônio Antidiurético 10 (ADH), também conhecido como arginina-vasopressina >> hormônio hipotalâmico com ação nas células renais, hepatócitos e células vasculares, produzindo antidiurese, aumentando a gliconeogênese e atuando como um importante vasoconstritor >> Seu papel principal é conservar a água corporal e regular a tonicidade dos líquidos corporais >> Atua nos túbulos coletores e dutos renais, que são muito permeáveis a água, estimulando sua reabsorção e evitando sua perda na urina; *mecanismo ? -possui três tipos de receptores V1a, V1b e V2 e a ativação da vasopressina nas células tubulares é mediada pelos receptores que, depois da ligação, acabam por aumentar o AMPc intracelular (adenosina monofosfato c(clico), por meio da enzima adenilil ciclase, que é uma glicoproteína transmembrana que atua como efetora em sistemas acoplados à 10 reduz a diurese; proteína G, e que catalisa ATP para formar AMPc com a ajuda de cofator Mg2+ ou Mn2+. ... A ativação da PKA (proteína quinase) pelo AMPc leva a fosforilação de resíduos, levando a produção de aquaporinas, que permitem a passagem de moléculas de água pela membrana, sem permitir a entrada de solutos. -Além do ADH, a Aldosterona também participa do equilíbrio hidro-iônico do organismo. É produzida nas glândulas suprarrenais e sua função é aumentar a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, possibilitando maior retenção de água no organismo; sua secreção é regulada por diversos fatores >> principais são o próprio S-RAA e o potássio. O ACTH, sódio, vasopressina, dopamina, ANP, serotonina, somatostatina e agentes β-adrenérgicos agem como moduladores. *O potássio aumenta diretamente a secreção da aldosterona pela córtex adrenal e esta diminui os níveis de potássio sérico pelo aumento de sua excreção renal. A ação do potássio se dá pela despolarização da membrana plasmática que ativa os canais de cálcio voltagem-dependentes que permitem o influxo e efluxo de cálcio extracelular >> essa mudança de concentração aumenta a reabsorção de água; O ACTH age como um modulador ativando os passos iniciais e finais da biossíntese da aldosterona pela ativação da adenilatociclase e aumento do AMPc intracelular. O sódio estimula a aldosterona por efeito indireto sobre a renina e em menor intensidade por efeito direto na zona glomerulosa tornando-a responsiva a angiotensina II. A dopamina age como um inibidor, assim como o ACTH e o S-RAA que também podem inibir a secreção da aldosterona; O ANP inibe diretamente e bloqueia os efeitos estimulatórios da angiotensina II. O potássio pode agir como inibidor pela interferência na entrada da cálcio extracelular; -Para a regulação dos sistemas, o hipotálamo comunica-se com a hipófise, que é a glândula principal do sistema endócrino, estimulando a produção e secreção de diversos hormônios; -Tanto o ADH quanto a aldosterona são liberados na corrente sanguínea de acordo com o feedback negativo, que é um sistema que busca a homeostase do organismo gerando um estímulo contrário àquele que levou ao desequilíbrio; ‘ Enquanto a aldosterona age, usando uma fisiologia renal simplificada, na região ascendente da Alça de Henle e, com isso, acaba provocando reabsorção de água nos túbulos renais, o ADH age no duto coletor, também promovendo a reabsorção de água’ ➔ Depuração - de um soluto é a taxa na qual esse soluto desaparece do corpo por excreção ou metabolização; - consiste no volume de plasma (mL) “limpados” (depurados) de X por minuto. -podemos usá-la para calcular a TFG; ‘para qualquer substância que é livremente filtrada, mas não é reabsorvida nem secretada, sua depuração é igual à TFG’ ➔ MICÇÃO -Uma vez que o filtrado deixa os ductos coletores, ele já não pode mais ser modificado, e a sua composição não se altera >> agora chamado de urina, flui para a pelve renal e, então, desce pelo ureter,em direção à bexiga urinária, com a ajuda de contrações rítmicas do músculo liso. -A bexiga urinária é um órgão oco cujas paredes contêm camadas bem desenvolvidas de músculo liso. -Na bexiga, a urina é armazenada até que seja excretada no processo conhecido como micção. pode se expandir para armazenar um volume aproximado de 500 mL de urina. O colo da bexinga é contínuo com a uretra, um tubo único pelo qual a urina passa até alcançar o meio externo. A abertura entre a bexiga e a uretra é fechada por dois anéis musculares, chamados de esfincteres . -O esfincter interno da uretra é uma continuação da parede da bexiga e é formado por músculo liso >> Seu tônus normal o mantém contraído. -O esfincter externo da uretra é um anel de músculo esquelético, controlado por neurônios motores somáticos. A estimulação tônica proveniente do sistema nervoso central mantém a contração do esfincter externo, exceto durante a micção. -A micção é um reflexo espinal simples que está sujeito aos controles consciente e inconsciente pelos centros superiores do encéfalo. -À medida que a bexiga urinária se enche com urina e as suas paredes se expandem, receptores de estiramento enviam sinais através de neurônios sensoriais para a medula espinal. Lá, a informação é integrada e transferida a dois conjuntos de neurônios. O estímulo da bexiga urinária cheia estimula os neurônios parassimpáticos, que inervam o músculo liso da parede da bexiga urinária. O músculo liso contrai, aumentando a pressão no conteúdo da bexiga urinária. Simultaneamente, os neurônios motores somáticos que inervam o esfincter externo da uretra são inibidos. A contração da bexiga urinária ocorre em uma onda, a qual empurra a urina para baixo, em direção à uretra. -A pressão exercida pela urina força o esfincter interno da uretra a abrir enquanto o esfincter externo relaxa. A urina passa para a uretra e para fora do corpo, auxiliada pela gravidade. -Este reflexo de micção simples ocorre principalmente em crianças que ainda não foram treinadas para o controle dos esfincteres. -Uma pessoa que foi treinada para o controle esfincteriano adquire um reflexo aprendido, que mantém o reflexo da micção inibido até que ele ou ela deseje conscientemente urinar. O reflexo aprendido envolve fibras sensoriais adicionais à bexiga urinária, que sinalizam o grau de enchimento. Centros no tronco encefálico e no córtex cerebral recebem essa informação e superam o reflexo de micção básico, inibindo diretamente as fibras parassimpáticas e reforçando a contração do esfincter externo da uretra. -Quando chega o momento apropriado para urinar, esses mesmos centros removem a inibição e facilitam o reflexo, inibindo a contração do esfincter externo da uretra. -Além do controle consciente da micção, vários fatores inconscientes podem afetar esse reflexo. -A “bexiga tímida” é uma condição na qual a pessoa não consegue urinar na presença de outra pessoa, apesar de sua intenção consciente de fazê-lo. O som de água corrente facilita a micção e, muitas vezes, é utilizado para ajudar os pacientes a urinar quando a uretra está irritada pela inserção de um cateter, um tubo inserido dentro da bexiga urinária para drená-la passivamente;
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