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Copyright © International Association for the Study of Pain Dor Orofacial Orofacial Pain Cirurgiões dentistas generalistas ou especialistas tratam pacientes com dor diariamente. Dor orofacial é a dor peercebida na face e/ou cavidade oral. É causada por doenças ou anomalias das estruturas regionais, por disfunção do sistema nervoso, ou por origens distantes através de dor referida. O tratamento da dor orofacial é uma especialidade odontológica em muitos países e uma área emergente de especialização em outros. Além disso, para o diagnóstico e o tratamento da dor aguda e de doenças odontogênicas, tais como as que podem se originar de traumatismos, infecções, ou de outras origens odontogênicas, o dentista especialista em dor orofacial tem a responsabilidade de diagnosticar e tratar dor orofacial não odontogênica – dor que é frequentemente crônica ou persistente, complexa e multifatorial, estressante e incapacitante. O conhecimento incompleto da fisiopatologia da dor e dos mecanismos neurobiológicos subjacentes na dor persistente podem levar ao diagnóstico inadequado, o que pode resultar em tratamente não eficaz e, o que é pior, complicações ou sequelas álgicas. É também de responsabilidade do dentista especialista em dor orofacial avaliar a necessidade de abordagem multidisciplinar da dor e fazer as adequadas indicações de especialistas no tempo apropriado. Copyright © International Association for the Study of Pain A complexidade do amplo espectro das condições de dor orofacial decorre da proximidade de inúmeras estruturas anatômicas, incluindo os olhos, nariz, dentes, língua, seios maxilares, ouvidos, músculos regionais e articulação temporomandibular. Estas estruturas podem ser fonte de dor facial que pode difundir-se / referir/se às áreas próximas não envolvidas. Por exemplo, não é raro que dores referidas ocorram entre cefaleias e dores orofaciais.i Numerosos paradigmas existem para avaliar e tratar dor orofacial com sucesso. Um deles sugere a abordagem sistematizada da dor orofacial de acordo com quatro grupos cuja base são os mecanismos de dor subjacentes – especificamente, dor musculoesquelética, neuropática, neurovascular e psicogênica. As fichas técnicas do Ano Mundial Contra a Dor Orofacial fazem referência a esses quatro temas. Tradução. Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor – SBED Referências Heir GM, Khan J, Mannheimer JS, Fricton J, Crandall JA, Wright EF; Relationship of dysfunction of the temporomandibular joint, headache and primary cervicalgia (Relação entre disfunções temporomandibulares, cefaleias primarias e cervicalgias); Chpt 46 in Orofacial Pain Diagnosis and Treatment (Dores Orofaciais Diagnóstico e Tratamento); Eds. De Siqueira JDT, Teixeira MJ, Artes Médicas, São Paulo, Brazil, 2012 Neuralgia Trigeminal Definição A neuralgia o trigêmio (NT) é uma desordem dolorosa unilateral caracterizada por dores breves tipo choque elétrico, com início e término abruptos, e limitada à distribuição de uma ou mais divisões do nervo trigêmio. A 3ª revisão da Classificação Internacional de Cefaléias (ICHD-3) sugere três variantes: (1) neuralgia do trigêmio clássica, geralmente causada por compressão microvascular na entrada da raiz trigeminal no tronco cerebral; (2) neuralgia do trigêmio com dor facial persistente concomitante; e (3) neuralgia do trigêmio sintomática, causada por lesão estrutural diferente da compressão vascular. Epidemiologia A NT é uma doença rara e existem poucos estudos sobre a sua prevalência. A análise de alguns estudos disponíveis sugere que a prevalência de NT na população em geral seja entre 0,01% e 0,3%, embora estudos realizados em instituições de cuidados primários sugiram que possa ser bem mais alta, cerca de 12% por 100.000 pessoas por ano. Essa percentagem mais alta, no entanto, pode ser causada por erro de diagnóstico. A proporção é de 2 mulheres para cada homem. A NT pode ter início em qualquer idade, mas o em 90% dos casos inicia após os 40 anos de idade sendo mais comum entre 50 a 60 anos. A incidência da NT na esclerose múltipla é maior do que na população geral. Estudos epidemiológicos sugerem que pacientes com NT são mais susceptívies a ter hipertensão e apresentam grande risco de para acidente vascular encefálico. Fisiopatologia O consenso atual é que a NT é causada pela compressão proximal da raiz do nervo trigêmio próxima ao tronco cerebral (zona de entrada na raiz dorsal) por um vaso sanguíneo tortuoso (artéria ou veia) levando a desmielinização secundária, provavelmente devido a danos microvasculares isquêmicos. Essas alterações baixam o limiar de excitabilidade das fibras afetadas e promovem a transmissão bidirecional (“conversa-cruzada”) entre fibras adjacentes. Portanto, sinais táteis provenientes de fibras rápidas mielinizadas (A-beta) podem ativar diretamente as fibras lentas nociceptivas (A-delta) e às vezes as fibras C, resultando nas descargas de alta frequência características da NT. A NT sintomática pode ocorrer como resultado de tumores (benigno ou maligno), esclerose múltipla ou __________________________________________________________________________________________ © Copyright 2016 International Association for the Study of Pain. All rights reserved. IASP brings together scientists, clinicians, health-care providers, and policymakers to stimulate and support the study of pain and translate that knowledge into improved pain relief worldwide. malformações artério-venosas. Características Clínicas Localização, irradiação: A dor é unilateral, com apenas 3% dos casos apresentando incidência bilateral, com pouca irradiação fora da área de inervação do nervo trigêmio. As divisões mais frequentemente afetadas são a segunda e a terceira. Qualidade/Tipo de Dor: Tipo choque elétrico, pontada, lancinante ou aguda. Intensidade: Moderada a grave, podendo se apresentar como suave em alguns casos Duração/Periodicidade: Cada episódio de dor dura entre alguns segundos a dois minutos, mas pode ser seguido rapidamente por outro ataque. Podem ocorrer entre 10 a 70 episódios/ataques em um dia. Em geral existe um período refratário entre os ataques. Com a progressão da doença, os ataques tendem a durar mais. Períodos de remissão espontânea podem ocorrer sendo que inicialmente podem durar meses ou anos, mas com o passar do tempo os períodos de remissão tornam-se mais curtos. Na “Neuralgia Trigeminal com dor facial persistente concomitante”, um período prolongado de dolorimento e sensação de queimação em baixa intensidade pode seguir o ataque, sendo que estas dores podem se prolongar por horas. Fatores que afetam: Estímulos leves e inócuos no área afetada da face provocam dor. Fatores associados: Muito raramente existem sintomas autonômicos associados, porém às vezes podem ocorrer alterações sensoriais. Ansiedade e depressão, além de decréscimo na qualidade de vida, são consequências comuns da doença que se atenuam na ausência de dor. O medo faz parte do dia a dia do paciente pois este tem receio de que os ataques piorem, pois não se sente seguro para lidar com os mesmos e também se sentem isolados devido ao descrécimo da atividade social e pouco contato com outros doentes que sofrem da mesma condição. A NT sintomática pode apresentar-se de maneira idêntica às características descritas acima, e alguns pacientes poderão até ter períodos de remissão Investigações: A imagem por ressonância magnética (IRM) é a técnica de imagem mais útil para determinar a presença de lesões, como cistos ou tumores, malformações vasculares, placas de esclerose múltipla, além de compressão vascular do nervo trigêmio Terapêutica: O tratamento médico da NT é baseado no uso de medicamentos antiepiléticos. A terapia __________________________________________________________________________________________© Copyright 2016 International Association for the Study of Pain. All rights reserved. IASP brings together scientists, clinicians, health-care providers, and policymakers to stimulate and support the study of pain and translate that knowledge into improved pain relief worldwide. de primeira linha deve ser carbamazepina (200-1200 mg/dia) e oxcarbazepina (60-1800 mg/dia) de acordo com as diretrizes de tratamento baseado em evidências. O tratamento de segunda linha é baseado em pouca evidência e inclui lamotrigina (400 mg/dia) ou troca para lamotrigina ou baclofeno (40-80 mg/dia). Outros medicamentos antiepiléticos têm sido estudados em pequenos estudos abertos. O tratamento com fenitoína, gabapentina, pregabalina e valproato também tem sido sugerido como benéfico. Em situações de emergência, infusão intravenosa de fosfentoína pode ajudar, além de injeções locais de lidocaína nos pontos gatilho (os quais originam a dor). Tratamento Cirúrgico Se o tratamento médico não alcançar o sucesso desejado ou resultar em acentuado decréscimo das atividades diárias, o procedimento cirúrgico deverá então ser considerado. Estes incluem descompressão microvascular do contato do nervo/vaso ou destruição do gânglio de Gasser. A descompressão microvascular é a que oferece o alívio mais prolongado da dor, com 90% dos pacientes relatando alívio inicial da dor e mais de 80% permanecendo sem dor após 1 ano, 75% após 3 anos e 73% após 5 anos, com melhora contínua e significativa na realização das atividades diárias. No entanto, é um procedimento cirúrgico maior que envolve craniotomia para expor o nervo trigêmio na fossa posterior. A taxa média de mortalidade varia de 0,2% a 0,5% e até 4% dos pacientes em ambulatório têm problemas sérios como extravasamento do fluído cerebro-espinhal, infartos, hematomas ou meningite asséptica. As complicações de longo prazo mais comuns são perda sensorial leve (7%) e surdez (10%). As técnicas percutâneas relativas ao gânglio de Gasser são intervenções destrutivas que incluem termocoagulação por radiofrequência, compressão por balão e rizotomia percutânea com glicerol. Noventa por cento dos pacientes relatam alívio da dor após esses procedimentos. Um ano depois da termocoagulação por radiofrequência, 68-85% dos pacientes ainda estão sem dor, mas após 3 anos a percentagem baixa para 54-64%,e após 5 anos, apenas 50% dos pacientes ainda estão sem dor. As técnicas percutâneas relativas ao gânglio de Gasser são intervenções destrutivas que incluem termocoagulação por radiofrequência, compressão por balão e rizotomia percutânea com glicerol. Noventa por cento dos pacientes relatam alívio da dor após esses procedimentos. Um ano depois da termocoagulação por radiofrequência, 68-85% dos pacientes ainda estão livres de dor, mas após 3 anos a percentagem baixa para 54-64%,e após 5 anos, apenas 50% dos pacientes ainda estão sem dor. Os efeitos colaterais mais comuns são perda sensorial (50%), disestesias (6%), anestesia dolorosa (4%) e perda des sensibilidade da córnea com risco de ceratite. (4%). A cirurgia ao nível do gânglio de Gasser requer anestésicos de ação curta e consiste principalmente em pequenos procedimentos ambulatoriais com taxa de mortalidade extremamente baixa. Na cirurgia estereotáxica um feixe de radiação é dirigido à raiz trigeminal na fossa posterior. Um ano após a cirurgia com bisturi de raios gama 69% dos pacientes relatam estar sem dor e não fazendo uso de medicação adicional. Após 3 anos, 52% ainda relatam estar sem dor. O alívio da dor pode não ser imediato e ocorrer em média após 1 mês. Os efeitos colaterais incluem complicações sensitivas em 6%, que podem desenvolver-se em até 6 meses, perda de sensibilidade facial em 9- 37%, que pode melhorar com o tempo, e parestesias em 6- 13%. A qualidade de vida melhora em 88%. A principal desvantagem da cirurgia com bisturi __________________________________________________________________________________________ © Copyright 2016 International Association for the Study of Pain. All rights reserved. IASP brings together scientists, clinicians, health-care providers, and policymakers to stimulate and support the study of pain and translate that knowledge into improved pain relief worldwide. de raios gama é o custo (o que limita o seu uso generalizado), e o início demorado no alívio da dor bem como perda da sensibilidade da área afetada. No entanto continua a ser uma opção para pacientes que não podem ser submetidos a cirurgia aberta ou que apresentam problemas de coagulação sanguínea ( por ex., pacientes que fazem uso de Warfarin. Os pacientes precisam receber informações detalhadas a fim de que decidam mais apropriadamente sobre as várias opções disponíveis. Tais informações podem ser obtidas através de grupos de suporte a pacientes, que possuem páginas na internet e que costumam realizam/organizam encontros nacionais frequentados por profissionais de saúde. Referências [1] Gronseth G, Cruccu G, Alksne J, Argoff C, Brainin M, Burchiel K, Nurmikko T, Zakrzewska JM. Practice parameter: the diagnostic evaluation and treatment of trigeminal neuralgia (an evidence-based review): report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology and the European Federation of Neurological Societies. Neurology 2008;71:1183–90. [2] Zakrzewska JM, Akram H. Neurosurgical interventions for the treatment of classical trigeminal neuralgia. Cochrane Database Syst Rev 2011;9:CD007312. [3] Zakrzewska JM, Coakham HB. Microvascular decompression for trigeminal neuralgia: update. Curr Opin Neurol 2012 :3:296–301. (4) Zakrzewska JM, Linskey M Trigeminal Neuralgia BMJ 2014;348:g474 doi: 10.1136/bmj.g474 Online Resources Guidelines for trigeminal neuralgia: http://www.aan.com Patient support groups: http://www.tna.org.uk; http://www.endthepain.org/; http://www.tnaaustralia.org/ Zakrzewska JM , Linskey ME 2015 BMJ Clinical Evidence Podcast on Trigeminal neuralgia available at http://www.bmj.com/content/350/bmj.h1238 About the International Association for the Study of Pain® IASP is the leading professional forum for science, practice, and education in the field of pain. Membership is open to all professionals involved in research, diagnosis, or treatment of pain. IASP has more than 7,000 members in 133 countries, 90 national chapters, and 20 Special Interest Groups. __________________________________________________________________________________________ © Copyright 2016 International Association for the Study of Pain. All rights reserved. IASP brings together scientists, clinicians, health-care providers, and policymakers to stimulate and support the study of pain and translate that knowledge into improved pain relief worldwide. http://www.tnaaustralia.org/ http://www.iasp-pain.org/Membership/?navItemNumber=501 Disfunção Temporomandibular Introdução As disfunções temporomandibulares (DTM) abrangem um grupo de condições musculoesqueléticas e neuromusculares que envolvem a articulação temporomandibular (ATM), os músculos mastigatórios e todos os tecidos associados. A dor associada à DTM pode ser clinicamente expressa como dor do músculo mastigatório (DMM) ou dor da ATM (sinovite, capsulite, osteoartrite). A mastigação ou outra atividade mandibular em geral agrava a dor musculoesquelética. A dor da DTM pode ser (mas não necessariamente) associada a disfunção do sistema mastigatório (ruídos ou travamento da ATM e limitação do movimento mandibular). Epidemiologia e Impacto Econômico A dor facial associada à DTM afeta em torno de 9-13% da população em geral (duas mulheres para cada homem), mas apenas 4-7% buscam tratamento (mulheres 4 vezes mais que os homens). Os sinais e sintomas atingem seu pico por volta dos 20-40 anos de idade. A evolução para dor severa e/ou crônica é associada com maior estresse psicossocial, distúrbiosdo sono e comorbidades. A dor da DTM pode afetar as atividades diárias, as funções físicas e psicossociais e a qualidade de vida. A dor incapacitante da DTM resulta em perda importante de dias de trabalho e em outros custos relacionados a saúde. Patofisiologia Muitos aspectos da etiologia da DTM ainda são desconhecidos. Ao contrário das causas dentais/oclusais, para as quais as evidências científicas não oferecem suporte adequado, existe evidências que demonstram associação biopsicossocial e multifatorial, ilustrando a complexa interação entre mecanismos biológicos (por ex., hormonais), condições e características psicológicas, condições ambientais e macro e microtrauma. Na DMM, estudos propôem uma interação complexa entre fatores ambientais, emocionais, comportamentais e físicos, inclusive sobrecarga (parafunções como apertamento dos dentes diurno ou contato diurno frequente dos dentes mesmo que não apertando, e atividade muscular durante o sono de baixa intensidade porém constante, (micro) trauma e liberação de mediadores inflamatórios e neuropeptídeos nos músculos, que podem sensibilizar o sistema nervoso periférico e central. Conjuntamente com mecanismos alterados de regulação da dor ( _____________________________________________________________________________________________ © Copyright 2016 International Association for the Study of Pain. All rights reserved. IASP brings together scientists, clinicians, health-care providers, and policymakers to stimulate and support the study of pain and translate that knowledge into improved pain relief worldwide. também infliuenciados por hormonios femininos), tais fatores podem levar a dor muscular localizada ou generalizada, que frequentemente esta associada a comorbidades. Artigos recentes tem destacado os efeitos culturais da dor crônica da ATM no comportamento do paciente, bem como fatores genéticos (haplótipos do gene COMT). A artralgia da ATM pode resultar de trauma e de sobrecarga intrínseca e extrínseca da ATM que pode sobrecarregar a capacidade adaptativa dos tecidos articulares. De outro lado a capacidade adaptativa da ATM pode ser reduzida por fatores intrínsecos, como suprimento sanguíneo diminuído ou nutrição inadequada. Genética e gênero também têm sido implicados na fisiopatologia da osteoartrite. A produção de radicais livres, neuropeptídeos pró- inflamatórios e nociceptivos, enzimas, proteínas ósseas morfogenéticas e fatores de crescimento levam a inflamação, dor e alterações teciduais progressivas. Características Clínicas A DMM é uma dor regional, difusa que afeta mais os músculos envolvidos no fechamento da mandíbula, o que pode ocorrer em repouso e pode ser agravado durante função mandibular. A dor poder ser mais pronunciada pela manhã ou à noite e varia de leve a severa em intensidade. Outros sintomas associados são limitação de movimento, dor de cabeça, sensação de “entupimento” do ouvido e dor cervical, mas a associação de causa e efeito ainda não foi estabelecida. A DMM regional deve ser diferenciada da DMM que ocorre como parte de um distúrbio de dor muscular generalizado, como fibromialgia. Já a artralgia da ATM se apresenta como uma dor localizada e aguda de intensidade moderada a severa, localizada na ATM e nos tecidos adjacentes e irradiando principalmente para a região do ouvido. A dor é agravada durante carga mastigatória e funcionamento da articulação mandíbular e pode limitar o movimento e a função normal. A dor da ATM pode estar associada a disco articular deslocado ou disfuncional que causa travamento mandibular o que pode ser uma outra causa adicional de limitação de movimento. A osteoartrite da ATM pode ser parte de um quadro de artrite generalizada e ser acompanhada de crepitação. Se o paciente desenvolver dor crônica tanto a artralgia de DMM e da ATM podem ser acompanhadas de sensibilização central e problemas psicológicos, como depressão, somatização e ansiedade. Critérios Diagnósticos As Diretrizes da Academia Americana de Dor Orofacial (2013) e os Critérios Diagnósticos (DC- TMD, no prelo) sugerem os seguintes critérios: D M M : Q ueixa d na têmpora, no ouvido ou na frente do ouvido que é afetado por movimento, função ou parafunção mandibular. A reprodução da dor ocorre com teste de provocação dos músculos mastigatórios (isto é, palpação dos músculos temporal ou masseter); OU com abertura máxima assistida ou não. Pode haver limitação dos movimentos mandibulares secundária à dor. Artralgia da ATM: queixa de dor mandibular que piora com o movimento, função ou parafunção mandibular. A reprodução da dor ocorre com o teste de provocação da ATM (isto é, palpação _____________________________________________________________________________________________ © Copyright 2016 International Association for the Study of Pain. All rights reserved. IASP brings together scientists, clinicians, health-care providers, and policymakers to stimulate and support the study of pain and translate that knowledge into improved pain relief worldwide. do polo lateral ou em torno do polo lateral); OU com abertura máxima assistida ou não, movimentos para a direita ou para a esquerda ou movimentos protrusivos da mandibular. Os fatores psicossociais são avaliados através do desenho das áreas afetadas pela dor e de comorbidades, da Escala Graduada de Dor Crônica (EGDC) para intensidade dolorosa e função física, da Escala de Limitação de Função Mandibular (ELFM) resumida para função limitada, do Questionário do Histórico do Paciente-4 (QHP-4) para depressão e ansiedade e da Lista de Verificação de Comportamento oral para parafunções. O critério DC-TMD é específico para vários paradigmas diagnósticos que vão além do âmbito desta ficha técnica. Mais informações podem ser obtidas através do site: : http://www.rdc- tmdinternational.org/TMDAssessmentDiagnosis/DCTMD.aspx Diagnóstico e Tratamento O padrão-ouro para o diagnóstico da dor causada por DTM é a combinação do histórico e do exame clínico. Exceto pelas imagens, exames técnicos (por ex., eletromiografia ou análise oclusal) não são conclusivos para o diagnostico. Os sintomas costumam ser auto-limitantes, com prognóstico benigno natural. O tratamento visa dar circunstâncias ideais para que haja restauração e adaptação. Terapias não invasivas e reversíveis que se adequam à abordagem biopsicossocial incluem: - Educação do paciente, auto-cuidado ativo, acompanhamento, monitoramento médico - Fisioterapia, e programas de biofeedback - Aparelhos oclusais intraorais - Medicamentos (analgésicos, AINEs) Em pacientes com DTM crônica essas terapias devem ser acompanhadas de: - Suporte psicológico, por ex., terapia cognitivo-comportamental, relaxamento. - Baixas doses de antidepressivos tricíclicos. Deve-se considerar a artrocentese nos casos de artralgia persistente da ATM, porém cirurgia de ATM é raramente, se não nunca, indicada dentro das possibilidades de tratamento da dor da DTM. Referências: • Benoliel R, Sharav Y. Masticatory myofascial pain, and tension-type and chronic daily headache. In: Sharav Y, Benoliel R, editors. Orofacial pain and headache. 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IASP has more than 7,000 members in 133 countries, 90 national chapters, and 20 Special Interest Groups. _____________________________________________________________________________________________ © Copyright 2016 International Association for the Study of Pain. All rights reserved. IASP brings together scientists, clinicians, health-care providers, and policymakers to stimulate and support the study of pain and translate that knowledge into improved pain relief worldwide. http://www.iasp-pain.org/Membership/?navItemNumber=501
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