DOR OROFACIAL

Prévia do material em texto

DIAGNÓSTICO DA DOR OROFACIAL
O que é a Dor Orofacial?É importante que o CD preste atenção nesse tipo de dor, já que não é uma simples exodontia, ou um tratamento de canal que irá resolver a situação. Ás vezes, um quadro de câncer na região pode estar sendo diagnosticado de forma precoce ali, o que é ideal para o prognóstico do paciente
Sendo muito mais abrangente do que uma simples “dor de dente”, a dor Orofacial é uma condição de dor associada à região da cabeça, face, pescoço e estruturas da cavidade oral. Incluem-se, também, as dores de cabeça, dores com origem no sistema nervoso, de origem odontológica, dores psicogênicas (relacionadas a fatores psicológicos) e dores por conta de doenças graves, como tumores. Por causa dessa abrangência, o tratamento da dor orofacial normalmente necessidade de um trabalho multiprofissional.
Regiões afetadas:· Abaixo da linha orbitomeatal
· Cavidade oral
· Acima do pescoço
· Em frente ao ouvido
Dor Orofacial – Especialidade
De acordo com o CFO, a Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial é a especialidade que tem por objetivo o diagnóstico e tratamento das dores e distúrbios do sistema mastigatório, região orofacial e estruturas relacionadas. Por conta disso é ideal que, se o paciente apresenta esse tipo de dor, um especialista comece a atuar naquele caso.De acordo com a IASP (Associação Internacional de Estudo da Dor), a dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada com, ou parecido com um dano tecidual real ou potencial
Dor
É o sintoma mais comum para a procura do profissional. É importante que o CD faça uma anamnese detalhada e não comece simplesmente com procedimentos clínicos. Deve-se, sempre, fazer o diagnóstico primeiro. Tratamentos desnecessários não promovem o alívio da condição dolorosa e a piora do quadro pode levar a uma lesão crônica e à hipersensibilidade periférica/central.
A dor é o resultado de um processamento feito pelo cérebro quando se percebe que o organismo está sob perigo e precisa ser protegido.
· Dor é fundamental para a nossa sobrevivência
· Dor é sempre real, não importa a causa
· Dor é a percepção sobre necessidade de proteção
A experiência dolorosa é um reflexo de diferentes variáveis:· Emoções, experiências e lembranças passadas
· Habilidade de compreender causas e consequências
· Magnitude do estímulo
· Raça
Dor x Nocicepção
Interpretação consciente da dor, recebe as diferentes variáveis, gera respostas multifatoriais
Para melhor compreensão da dor do paciente, é importante a interdisciplinaridade, já que essa integração das áreas pode levar a um melhor sucesso do tratamento e melhora da vida do paciente.
Tipos de Dor
· Dor aguda
· É uma dor “protetora”, que avisa o iminente dano tecidual
· É intensa e dura um tempo relativamente curto, e normalmente desaparece após a cicatrização da lesão
· Dor persistente (horas ou dias)
· Pode também ser uma dor “protetora”, que obriga o indivíduo a descansar a parte lesionada e evitar maiores danos
· Dor crônica (acima de 3 meses)
· Pode não ser “protetora”, podendo persistir mesmo após a cicatrização da lesão
· Pode variar de leve a severa
Origens da Dor Orofacial
· Dores intraorais
· Odontogênica, tecidos mucogengivais de suporte, língua e glândulas salivares
· Dores musculoesqueléticas
· Afetam mandíbula e estruturas associadas
· Condições médicas relacionadas
· Causam tanto a dor diretamente quanto referem a dor para a região oral
· Podem ser intracranianas, neurovasculares, extracranianas, dores neuropáticas
É importante saber que as dores no elemento dental ou no periodonto podem ser referidas para outros dentes ou para áreas distintas da cabeça e pescoço. Por isso é imprescindível que o CD saiba fazer um bom diagnóstico diferencial
Dor Intraoral
De origem dental:
· Trauma oclusal
· Fratura dental
· Sensibilidade dentária
· Restaurações profundas, com infiltração· Cárie
· Polpa inflamada e/ou infectada
· Abscesso
· Inflamação e/ou infecção gengival
Dor Intraoral
De origem nas estruturas orais:· Glândulas salivares:
· Traumatismo
· Neoplasias
· Infecção (caxumba)
· Sialolitíase (cálculo salivar)
· Tecidos mucogengivais:
· Gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA)
· Pericoronarite
· Estomatite aftosa recorrente
· Herpes simples
· Candidose
· Injúria por traumatismo
Dor Musculoesquelética
É a maior causa de dor não odontogênica na região orofacial e a segunda mais comum em pacientes que irão procurar ajuda no consultório.
Se tratam de:
· Distúrbios dolorosos na coluna cervical, músculos mastigatórios e ATM
· Dor profunda, constante e angustiante
· Pode ser de caráter agudo e pode ser aumentada pelo movimento das estruturas envolvidas
· Articulação ou musculatura afetada pode doer em repouso ou quando é estimulada (movimentação)
DTM
· Grupo heterogêneo de distúrbios com sinais e sintomas semelhantes (origem articular ou não articular)
· Desordens articulares: Distúrbios dolorosos na ATM
· Desordens musculares: Distúrbios dolorosos nos músculos da face
· Entre os sintomas, estão:
· Dores na face, ATM e/ou músculos mastigatórios
· Dores na cabeça e na orelha
· Manifestações antológicas, como zumbido, plenitude auricular e vertigem
· Diagnóstico diferencial: Pulpite, artrite reumatoide, fibromialgia, cefaleia tensional e enxaqueca (migrânea)
Condições Médicas Relacionadas
Essas são as condições que podem gerar dor referida e confundir o profissional no momento do diagnóstico do paciente.
É importante lembrar que, nesses casos, quem irá tratar o paciente não será um cirurgião-dentista, mas sim um médico especializado. Porém, por conta do tipo de dor, o paciente acaba achando que é uma dor de dente e procura o consultório odontológico.
Se tratam de:
· Condições Intracranianas
· Neoplasias, aneurisma, hemorragias etc.
· Condições Neurovasculares
· Migrâneas, cefaleia em salvas, cefaleia tensional
· Condições Extracranianas
· Olhos, orelhas, garganta, nariz, seios sinusais
· Dores Neuropáticas
· Neuralgia do trigêmeo, odontalgia atípica (dor do dente fantasma: o dente está saudável; já foram feitas muitas restaurações; dente extraído; dente tratado endodonticamente), síndrome da ardência bucal, herpes zoster aguda, síndrome pós-herpética, neuromas
Dor de Origem NeuropáticaÉ muito importante reconhecer uma dor neuropática! O tratamento odontológico convencional, como exodontias e tratamentos endodônticos, é contraindicado!
· Dor intensa na ausência de estímulo nóxico
· Uma das mais desafiadoras e complexas condições de dor
· Resulta de anormalidades de um ou mais componentes do sistema nervoso periférico, central ou autônomo
· Podem incluir dor de dente (fator de erro de diagnóstico)
· Podem resultar de:
· Trauma do nervo
· Compressão vascular, neoplasia, fratura óssea, cirurgia ortognática, exodontia, endodontia
· Infecção
· Neuralgia pós-herpética (herpes zoster)
· Distúrbios metabólicos
· Neuralgia diabética (normalmente não é associado com dor orofacial)
O que o CD deve fazer frente a um paciente com Dor Orofacial?
1. Determinar a causa da dor e a queixa principal (ouvir o paciente)
· Saber qual a descrição da dor que o paciente apresenta
· Intensidade
· Localização
· Se ela irradia
· Seu caráter (pulsátil, perfurante, penetrante, apontada, câimbra, aguda, quente, latejante, irritante etc)
· Sua duração
· Qual a frequência que ela ocorre
· Se há um padrão temporal (caráter sazonal, flutua durante o dia etc)
· Quais os fatores agravantes ou desencadeantes (abertura de boca, mastigação, movimentação, morder, quente, frio)
· Fatores de melhora (redução da atividade, repouso, relaxamento, analgésico, dormir, calor)
· Sinais e sintomas associados (entupimento do nariz, lacrimejamento, sensação de ardor, vertigem, aura visual, tontura etc)
2. Estabelecer o diagnóstico correto (anamnese e avaliação clínica)
· História médica
· Estado psicológico
· Exame clínico extra oral
· Presença de linfonodos infartados, dor na musculatura, sons articulares, amplitude dos movimentos mandibulares, avaliar dor referida
· Exame clínico Intraoral 
· Dentes, periodonto,tecidos moles, teste pulpar, percussão, exames radiográficos, traumatismo oclusal, desgastes dentários, hábitos parafuncionais
3. Decidir o plano de tratamento
Nocicepção
Dor
Sofrimento
Comportamento Doloroso