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1 Laura Ellen | H. Clínicas |P5 |Dor ANAMNESE E EXAME FÍSICO DA DOR CLASSIFICAÇÃO DA DOR Podemos classificar a dor quanto: 1. Modo de início e evolução; 2. Fisiopatologia; 3. Ao local onde se origina. QUANTO AO INÍCIO E À EVOLUÇÃO Pode ser: aguda ou crônica. DOR AGUDA DOR CRÔNICA • Indica que o organismo está sendo agredido; • Pode durar segundos ou semanas; • Podem torna-se crônica. Deixa se ser sintoma e passa a ser doença. • É aquela que dura no mínimo 3 meses; • Pode causar sofrimento por anos. O mecanismo que transforma uma dor aguda em crônica é a plasticidade mal-adaptativa do sistema nociceptivo. PONTO DE VISTA FISIOPATOLÓGICO Pode ser: nociceptiva, neuropática, mista e psicogênica. DOR NOCICEPTIVA • É aquela causada pela ativação de nociceptores; • Há transmissão dos impulsos pelas vias nociceptivas até o sistema nervoso central onde são interpretados; • Exemplos: o Situações causadas por agressões externas (picada de insetos, fraturas, cortes na pele); o Dor visceral; o Neuralgia do trigêmeo. • Características da dor nociceptiva: o É percebida simultaneamente com a estimulação provocada pelo fator causal o A remoção do agente normalmente causa alívio imediato; o Pode ser: ▪ Somática superficial: quando tem menor número de segmentos medulares envolvidos e uma dor mais localizada. ▪ Visceral e somática profunda: quando acomete um grande número de segmentos medulares, sendo mais difusa a dor. Sindrome Dolorosa 2 Laura Ellen | H. Clínicas |P5 |Dor o A dor nociceptiva pode ser: ▪ Espontânea: costuma ser relatada com várias designações: pontada, facada, agulhada, aguda, rasgando, latejante, surda, contínua, profunda, vaga, dolorimento. Todas sugerem lesão tissular. A dor espontânea pode ser constante ou intermitente: • Dor constante: aquela que não some, pode variar de intensidade. Ex: Dor neuropática, descrita como queimação ou dormência e formigamento. • Dor intermitente: é aquela que ocorre algumas vezes, sendo sua frequência e duração bastante variáveis. Em geral, é descrita como dor em choque, aguda, pontada, facada, fisgada. Exemplos: o Alodinia e hiperpatia na dor neuropática o Hiperalgesia primária e secundária na dor nociceptiva ▪ Evocada: pode ser desencadeada com determinados movimentos em certas situações. Exemplo: • Manobra de lasegue • Lavar o rosto e escovar os dentre no caso de pacientes com neuropatia do trigêmeo. ALODINIA HIPERPATIA HIPERALGESIA Sensação de dor provocada por um estímulo tátil normalmente indolor. Sensação de mais dor que o comum em um estímulo nóxico. Resposta exagerada de dor em um local que não dói muito. DOR NEUROPÁTICA • Também denominada de dor por lesão neural ou por desaferentação ou central quando e secundária a lesões do sistema nervoso central; • Pode apresentar-se de 3 formas: constante, intermitente e evocada; • É uma dor gerada no sistema nervoso, independente de estímulo externo ou interno; • A secção do trato neoespinotalâmico, eficaz em eliminar a dor nociceptiva, agrava a dor neuropática, pois permanece o componente constante; • Mecanismo fisiopatológico: desaferentação. o Desaferentação → é quando um neurônio é privado de suas aferências o Quando ocorre a desaferentação aparecem diversas alterações incluindo degeneração dos terminais pré-sinápticos, reinervação do local desaferentado por axônios vizinhos por brotamento (sprouting), substituição de sinapses inibitórias por excitatórias, ativação de sinapses anteriormente inativas e aumento da eficácia de sinapses antes pouco eficazes ou latentes. o A células desaferentadas tronam-se hipersensíveis (células explosivas). Este seria o mecanismo fisiopatológico da dor descrita como em queimação ou formigamento. • Mecanismo fisiopatológico: o Componente constante da dor neuropática ser devido a hiperatividade das vias envolvidas • Dor intermitente: decorre da ativação das vias nociceptivas pela cicatriz formada no local da lesão ou por efapse (do grego ephapsis) que são impulsos motores descendentes que cruzam as vias nociceptivas no sítio de lesão do sistema nervoso. o A secção cirúrgica completa da via neoespinotalâmica ou neotrigeminotalâmica, na dor facial, por exemplo, elimina essa modalidade de dor. • Dor evocada: decorre de rearranjos sinápticos que sofreram desaferentação. 3 Laura Ellen | H. Clínicas |P5 |Dor o A reinervação de células nociceptivas desaferentadas por aferentes táteis, por exemplo, faz com que a estimulação tátil, ao ativar neurônios nociceptivos, provoque uma sensação dolorosa desagradável (alodinia). o A substituição de sinapses inibitórias por excitatórias, o aumento da eficácia de sinapses outrora pouco efetivas e a ativação das inativas podem tornar tais células hiper-responsivas aos estímulos dolorosos, manifestando-se clinicamente sob a forma de hiperpatia. o ela pode ser aliviada pela secção cirúrgica da via neoespinotalâmica ou neotrigeminotalâmica na dor facial. • Causas de dor neuropática: o Neuropatia diabética o Neuropatia alcoólica o Neuropatia por deficiência de B12 o Neuralgia pós-herpética o Dor da síndrome do membro fantasma o Dor por avulsão do plexo braquial o Dor após trauma raquimedular o Dor após acidente encefálico (dor talâmica) • Características da dor: Dor neuropática (DN) é aquela que decorre diretamente de lesão ou doença no sistema nervoso somatossensitivo. A ocorrência da DN está, portanto, condicionada a presença de síndrome sensitiva superficial, decorrente do comprometimento das fibras finas Aδ e C no sistema nervoso periférico (SNP) ou das vias espinotálamocorticais no sistema nervoso central (SNC), estruturas que são responsáveis pela percepção e integração dos estímulos tácteis superficiais, térmicos e dolorosos. Assim, a depender da localização da(s) lesão(ões), a DN pode ser periférica (SNP) ou central (SNC), encefálica ou mielopática. Diferentemente do observado na dor nociceptiva, na DN evidenciam-se sinais sensitivos “negativos” ou deficitários, como a hipoestesia térmica, ao frio e/ou ao calor, a hipoalgesia e a hipoestesia táctil superficial. A ocorrência de sinais “positivos” ou de hipersensibilidade, como a alodínea mecânica ou térmica, a somação temporal ou hiperpatia e a hiperalgesia são comuns na DN e ocorrem nas mesmas áreas com sintomas deficitários; estes podem também ser encontrados na dor nociceptiva, sendo, portanto, menos específico do que os sinais “negativos” para o diagnóstico da DN. O diagnóstico da DN é centrado na anamnese e exame neurológico com ênfase na avaliação da sensibilidade. Os consensos diagnósticos classificam a DN em possível quando da presença de dor com distribuição neuroanatomicamente plausível com lesão no SNP ou SNC, provável quando esta é associada a deficits somatossensitivos com a mesma distribuição, e definitivo quando, além dos critérios para DN provável, tem-se a presença de exame complementar que ateste a ocorrência de lesão ou doença nas vias somatossensitivas. Os métodos diagnósticos complementares podem ter papel relevante em casos selecionados, mas comumente são dispensáveis para o diagnóstico e manejo da DN. Os testes comprobatórios visam confirmar o comprometimento das vias somatossensitivas. Destacam-se os exames de imagem, sobretudo a 4 Laura Ellen | H. Clínicas |P5 |Dor ressonância magnética para o diagnóstico de lesões no SNC ou SNP, estudos eletrofisiológicos, velocidade de condução nervosa e potencial evocado a laser. A biópsia de pele permite evidenciar a depleção de terminações nervosas intradérmicas e é empregada em contexto de pesquisa. DOR MISTA • É a que ocorre por mecanismos nociceptivo e neuropático; • Exemplo: em neoplasias malignas. DOR PSICOGÊNICA • É uma dor que não tem substrato orgânico, sendo geradapor condições emocionais • Características: difusa ou de localização imprecisa, muda de localização sem razão aparente, intensidade variável (agravada pelas questões emocionais do paciente) • No exame físico não há achados relevantes relacionados à dor • Avaliação psíquica costuma identificar depressão, ansiedade ou transtorno somatoforme. DOR NOCIPLÁSTICA Várias condições dolorosas crônicas ocorrem na ausência de lesão ou de injúria tecidual definível e sem que exista lesão das vias somatossensitivas, não preenchendo, portanto, critérios para o diagnóstico de dor nociceptiva ou neuropática. Estas são conhecidas por dores disfuncionais ou mais modernamente denominadas dores nociplásticas ou nocidisplásticas e decorrem, entre outros possíveis mecanismos, de anormalidades no processamento central da informação nociceptiva. A fibromialgia é a condição mais prototípica deste grupo, também composto por outras condições muito prevalentes como as lombalgias crônicas de etiologia indeterminadas, as cefaleias primárias, a síndrome do intestino irritável, dores torácicas primárias, entre outras. A fibromialgia, assim como muitas cefaleias primárias, entre elas a enxaqueca, não causa somente dor. Os doentes se queixam de uma gama de sintomas que podem acometer diversos sistemas, como digestório, cognitivo, nervoso periférico, urinário, e neurovegetativo, além de apresentar grande impacto sobre o sono e humor. Recentes avanços mostraram que doentes com dores disfuncionais possuem alterações centrais do processamento doloroso, tanto nas vias centrais de integração nociceptiva como nos seus sistemas descendentes inibitórios e moduladores. Essas diversas alterações têm sido exploradas na busca de marcadores biológicos. ESTRUTURAS DE ORIGEM DA DOR Pode ser: somática (superficial e profunda), visceral e irradiada) DOR SOMÁTICA SUPERFICIAL • É a forma de dor nociceptiva provocada pela estimulação de nociceptores do sistema tegumentar; • Tende a ser bem localizada e relatada como picada, pontada, queimor, sempre de acordo com o estímulo que a provocou; 5 Laura Ellen | H. Clínicas |P5 |Dor • Sua intensidade é variável e, de certo modo, proporcional ao estímulo. Decorre, em geral, de trauma, queimadura e processo inflamatório. DOR SOMÁTICA PROFUNDA • É uma dor nociceptiva decorrente de ativação dos nociceptores de músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações; • Suas principais causas são: estiramento muscular, contração muscular isquêmica, exercício exaustivo prolongado, contusão, ruptura tendinosa e ligamentar, síndrome miofascial, artrite e artrose; • Dor difusa, localização imprecisa; • Sua intensidade é proporcional ao estimulo causal. DOR VISCERAL • É a dor nociceptiva decorrente da estimulação dos nociceptores das vísceras; • Tem características similares as da dor somática profunda; • Características: difusa, de difícil localização, descrita como dor surda ou dolorimento. • Pode estar relacionada a quatro condições: 1. Comprometimento da própria víscera (dor visceral verdadeira) 2. comprometimento secundário do peritônio ou pleura parietal (dor somática profunda) 3. irritação do diafragma ou do nervo frênico; 4. relacionada a um reflexo viscerocutâneo (dor referida). Dor visceral manifesta-se como sensação vaga, difusa, e mal localizada, o que decorre da baixa densidade de receptores e da extensa divergência das aferências sensoriais, compostas por fibras amielínicas de condução mais lenta. Na sua instalação, a dor visceral comumente é sentida na linha média, ao nível do esterno inferior ou epigástrio, e pode evocar fortes reações neurovegetativas, como variações da frequência cardíaca e da pressão arterial, sudorese profusa, palidez cutânea, náuseas e vômitos e, invariavelmente, associa-se a mal-estar, além de forte componente emocional e comportamento de imobilismo. Dores viscerais comumente evocam posturas antálgicas de flexão do tronco e abdome. Em minutos ou horas, a dor visceral pode ser sentida na superfície corporal nas quais a inervação coincide com a inervação somática no respectivo nível (convergência de aferentes viscerais e somáticos), o que constitui a dor viscero-somática referida. DOR REFERIDA • Compreende a uma sensação dolorosa superficial percebida distante de onde se originou (visceral ou somática); • Obedece a distribuição metamérica; • Mecanismo fisiopatológico: deve-se a convergência de impulsos dolorosos viscerais e somáticos, superficiais e profundos, para neurônios nociceptivos localizados no corno dorsal da medula espinal, sobretudo na lâmina V. Como o sistema tegumentar apresenta um suprimento nervoso nociceptivo muito mais exuberante do que o das estruturas profundas os impulsos dolorosos provenientes das estruturas profundas seriam interpretados pelo 6 Laura Ellen | H. Clínicas |P5 |Dor cérebro como oriundos do tegumento e o paciente percebe a dor naquele local. • Exemplos: o Dor na face interna do braço (dermátomo T1) em pacientes com infarto agudo do miocárdio; o Dor epigástrica ou periumbilical (dermátomos T6 a T10) na apendicite; o Dor no ombro (dermátomo C4) em indivíduos com lesão diafragmática ou irritação do nervo frênico. DOR IRRADIADA • É aquela sentida longe da sua origem, mas em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em um nervo cuja estimulação é responsável pela dor. • Exemplo: ciatalgia. ANAMNESE A anamnese do doente com dor visa caracterizar a experiência dolorosa em suas variadas dimensões. A partir de uma pormenorizada caracterização da dor – localização, desencadeantes, caráter e ritmicidade – deve também atentar-se para sintomatologia associada, nas esferas sensitiva, motora, neurovegetativa, cognitiva, psicocomportamental. A anamnese do paciente com dor deve atentar para a presença de quadros álgicos pregressos como dores articulares, “reumatismos”, cefaleias, dores abdominais ou pélvicas com início na adolescência ou infância; desencadeantes de dor como a alimentação, ritmo menstrual, afecções sistêmicas como febres ou emagrecimentos, estressores físicos ou psicossocial; hipersensibilidade ao toque, cheiros, ruídos; hipervigilância; múltiplos sintomas somáticos, como gastrointestinais, ginecológicos, urológicos, neurológicos, com diagnósticos prévios de dispepsia funcional, síndrome do intestino irritável, cistite intersticial ou síndrome da bexiga irritável, cefaleia tensional, disfunção temporomandibular; grande tensão emocional relacionada aos sintomas, a presença de ansiedade, medo, pensamentos e ideações catastrofizantes. Tão importante quanto avaliar a dor é reconhecer a repercussão desta na vida do indivíduo, as limitações funcionais tanto no ambiente pessoal como profissional. Necessário ainda atentar-se para história familiar de dor crônica e de morbidades psiquiátricas; o componente genético da expressão da sintomatologia dolorosa é polimórfico e comumente relevante. CARACTERÍSTICAS SEMIOLÓGICAS DA DOR A análise da dor leva em conta 10 características: 1. Localização a. Pedir para que o paciente identifique o local que dói; b. Em certas circunstâncias é melhor que o paciente aponte o local. 2. Irradiação a. Se sente em outra região 3. Qualidade ou caráter a. “Como é essa dor?” b. Descrição da sensação que a dor provoca c. Se é contínua ou intermitente d. Ex. latejante, pulsátil, dor em choque, dor em cólica, dor em pontada, dor surda, dor em cãibra 7 Laura Ellen | H. Clínicas |P5 |Dor 4. Intensidade a. A intensidade é fundamental para a escolha do esquema terapêutico; b. Uso das escalas de dor 5. Duração a. Tende a definir com a máxima precisão a data de início da dor; b. Pode ser: contínua (registrar o tempo transcorrido entre o inicio e o momento da consulta), cíclica (registrar a data e a duração de cada episódio doloroso), intermitente (registrainício, duração dos ciclos, crises); c. Pode classificar com base na duração a dor em aguda (menos de 1 ou 3 meses) ou crônica (mais de 3 meses) 6. Evolução a. Investigação da evolução da dor; b. Se é súbita ou insidiosa; c. Definir a concomitância da atuação do fator causal e início da sensação dolorosa d. A dor pode modificar a sua forma ao longo do tempo i. Uma dor crônica pode sofrer alterações de intensidade em um mesmo dia (ritmicidade) ou surgir em surtos periódicos, ao longo dos meses ou anos (periodicidade). 7. Relação com funções orgânicas a. Avalia-se com base na localização da dor e os órgãos e estruturas situados na mesma área b. Quase sempre a dor é acentuada pela atividade funcional do órgão em que se origina. Exceção: alívio da dor da úlcera péptica duodenal pela ingestão de alimentos 8. Fatores desencadeantes ou agravantes. a. Fatores que levam ou pioram a dor 9. Fatores atenuantes a. São aqueles que melhoram a dor b. Pode ser funções orgânicas, posturas ou atitudes; medicamentos; repouso, terapias não farmacológicas, etc. i. No caso de medicamentos perguntar: nomes, doses e períodos de uso 10. Manifestações concomitantes (sintomas associados) a. Buscar manifestações clínicas que tenham relação com a enfermidade de base Dentre essas 10, a localização e intensidade são as principais. ESCALAS DE DOR Servem para avaliar a INTENSIDADE da dor do paciente. ESCALAS COM EXPRESSÕES: sem dor, dor leve, dor moderada, dor intensa, dor muito intensa e pior dor possível. Tem a desvantagem de ser subjetiva. ESCALA ANALÓGICA: consiste em uma linha reta com um comprimento de 10 centímetros, tendo em seus extremos as designações sem dor e pior dor possível. É solicitado ao paciente que indique a intensidade da dor em algum ponto dessa linha. O resultado é registrado com um valor de zero a dez. Esta escala não exclui o componente subjetivo, mas melhora a avaliação da intensidade. ESCALA DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA NÃO NUMÉRICA: Usada com crianças, idosos e adultos com baixa escolaridade. Tem-se expressões faciais de sofrimento: sem dor, dor leve, dor moderada e dor intensa. 8 Laura Ellen | H. Clínicas |P5 |Dor EXAME FÍSICO O exame físico começa quando o paciente entra. O exame físico do doente com dor deve seguir a sistematização da semiologia clássica, avaliação dos sinais clínicos gerais e dos aparelhos (cardiovascular, digestório, respiratório...). Recomenda-se especial atenção ao exame do aparelho locomotor e exame neurológico; estes comumente revelam os mecanismos de dor em casos refratários. A fácies e atitude do paciente, o biótipo a postura estática e dinâmica, por vezes antálgica, são importantes, sobretudo em comportamentos espontâneos. A presença de edemas, mudanças na coloração da pele ou das mucosas e adenomegalias podem revelar afecções sistêmicas. O exame neurológico é de grande valia no diagnóstico diferencial das síndromes dolorosas. A propedêutica do equilíbrio, da marcha, velocidade dos movimentos, tônus muscular, força e coordenação, pesquisa de reflexos superficiais e profundos permitem diagnosticar a presença de lesões ou disfunções no SNC ou SNP. A avaliação dos nervos cranianos é importante, sobretudo nas algias craniofaciais. O exame da sensibilidade somática merece uma atenção especial, sobretudo quando há descritores de dor como queimor (“queimação”), choques, “repuxões”, ardor (“ardências”), parestesias (“formigamentos”) ou disestesias, dores com descritores térmicos como “dor fria” ou “dor quente”, comuns na DN. O exame da sensibilidade dolorosa, térmica e táctil é de particular importância no paciente com dor crônica. A detecção de áreas hipo ou hiperalgesia, ou outras alterações da sensibilidade como hiperpatia e alodínea (térmica ou mecânica) podem ser realizadas com alfinetes, filamentos e diapasão, algodão, entre outros dispositivos.
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