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Há aborto quando há a interrupção involuntária ou não da gestação <20 semanas ou com peso fetal <500 g. Aborto precoce→ < 12 semanas Aborto tardio→ 12 – 20 semanas O abortamento é considerado habitual quando ≥3 abortos consecutivos espontâneos. FATORES DE RISCO Idade materna avançada. Uso de álcool. Uso de gás anestésico. Uso excessivo de cafeína. Tabagismo materno e paterno. Uso de cocaína. Nova gestação nos primeiros 3 meses após o parto anterior. Uso de DIU. Medicações: misoprostol (Cytotec®), retinoides, metotrexate, AINEs (exceto acetoaminofen). Múltiplos abortamentos provocados prévios. Abortamento espontâneo prévio. Radiação em altas doses. Peso materno (IMC < 18.5 ou > 25 kg/m2). Doença celíaca. ETIOLOGIA ➢ Anomalias cromossômicas Acontecem em 50 – 80% dos casos, tendo relação com a idade materna avançada (a idade paterna parece ter pouca relação). As trissomias mais relacionadas ao abortamento são 14, 2, 13, 15, 21, 22 e 16. ➢ Causas Maternas A insuficiência lútea é uma das principais causas e é definida por uma produção insuficiente de progesterona pelo corpo lúteo e, consequentemente, por inadequado desenvolvimento do endométrio. O corpo lúteo é o maior responsável pela produção do hormônio e pela manutenção endócrina da gravidez nas primeiras 6-7 semanas. O tratamento se baseia na complementação exógena de progesterona. A SOP é considerada um fator de risco já que causa uma resistência insulínica com hiperinsulinismo compensatório e aumento de hormônio luteinizante, além de hiperandrogenismo e obesidade. A própria diabetes mellitus tipo 1 também é um fator de risco. Com relação a miomatose, o mais importante é a sua localização e não o seu tamanho, pois os tipos submucosos distorcem a cavidade endometrial. São outras causas: ▪ Malformação uterina ▪ Desnutrição acentuada ▪ Uso excessivo de álcool e tabaco ▪ Trauma grave ▪ Cirurgias abdominais ▪ Aderências intrauterinas ➢ Incompetência istmo cervical Trata-se da oclusão insuficiente por defeito estrutural ou funcional do colo uterino, diagnosticado quando há a dilação cervical indolor de 4 – 6 cm na ausência de sangramentos, protusão de membranas ovulares na vagina e posterior rotura de membranas, seguida de expulsão fetal do feto morfologicamente normal e vivo. O tratamento clássico é a cerclagem – sutura circular no nível de seu orifício interno. Esta sutura deve ser retirada com 37 – 38 semanas ou antes se a paciente entrar em trabalho de parto. Esta técnica é subdividida em eletiva, terapêutica e de urgência: ELETIVA Indicações: • ≥1 perda fetal no 2º trimestre; • Antecedente de cerclagem. Realizar entre 12 – 16 semanas TERAPEUTICA Indicações: • Histórico parto prematuro <34 semanas; • Colo uterino <25mm em USTV <24 semanas. Realizar antes 24 semanas URGENCIA Indicações: • Dilatação assintomática do colo uterino e membranas ovulares protusas através do canal cervical Realizar antes 24 semanas As gestantes submetidas a cerclagem de urgência, devem iniciar o uso de progesterona via vaginal até 36 semanas: Progesterona via vaginal 200 mg á noite Outra forma de tratamento é o uso de pessário – anel de silicone. Deve ser removido no início do trabalho de parto ou <37 semanas. ➢ Causas Infecciosas Os principais processos infecciosos que poderiam levar ao abortamento são: ▪ Rubéola ▪ Parvoviroses ▪ Citomegalovirus ▪ Listeriose ▪ Herpes simples ▪ Hepatite B ▪ HIV ▪ ITU ▪ Infecções ascendentes (vaginose, clamídia e gonorreia) ▪ Sifilis (abortamento entre 9 -12 semanas) ▪ Toxoplasmose ▪ Malária ➢ Autoimune – Síndrome do anticorpo antifosfolipíde (SAF) Trata-se de uma trombofilia autoimune associada a tromboses arteriais e venosas, diagnosticada pela presença de ≥1 critério laboratorial e 1 clínico. Os autoanticorpos envolvidos são o anticoagulante lúpico, anticardiolipina e o anti-beta-2-glicoproteina-1 que atuam para que os eventos trombóticos aconteçam. CRITERIOS CLINICOS • ≥1 episódio de trombose vascular confirmado por Doppler ou histopatologia; • ≥1 Morte fetal com >10 semanas; • ≥1 Nascimento prematuro de feto normal com <34 semanas devido pré-eclampsia, eclampsia ou insuficiência placentária; • ≥3 Abortamentos espontâneos <10 semanas, sem anormalidades hormonais ou anatômicas CRITERIOS LABORATORIAIS • Anticoagulante antilúpico + em 2 aferições num intervalo de 12 semanas • Anticardiolipina IgG e IgM (>40 – 80) em 2 aferições num intervalo de 12 semanas • Anti-beta-2-glicoproteina-1 IgG e IgM em 2 aferições num intervalo de 12 semanas O tratamento é via uso de AAS e heparinas em doses profiláticas: AAS 100mg/dia VO HNF 5 000 – 10 000 UI BID SC Enoxaparina 40 mg/dia – 1 mg/kg/dia Dalteparina 5 000 UI/dia 100 UI/kg/dia FORMAS CLÍNICAS E CONDUTAS Toda gestante com sangramento no 1º trimestre da gestação deve ser submetida a exame especular e toque vaginal; como isso podemos classifica-la: AMEAÇA COMPLETO RETIDO INCOMPLETO INFECTADO INEVITÁVEL SANGUE Discreto Discreto Ausente Variável Variável Fedor Presente DOR Pouco Ausente Ausente Cólicas Cólicas Cólica FEBRE Ausente Ausente Ausente Ausente Presente Ausente UTERO Igual IG < IG < IG < IG Amolecido Doloroso Igual IG OI COLO Fechado Fechado Fechado Fechado Aberto Fechado Aberto Aberto B HCG + - - - - + USG Embrião e BCF + Útero vazio Embrião BCG - Restos ovulares Variável ± BCF Na AMEAÇA de abortamento, o sangramento é leve, o colo está fechado, podendo haver dor abdominal ou não, colo fechado e tamanho do útero é compatível com a IG. USG→ Saco gestacional irregular Embrião com atividade cardíaca compatível CCN ± Hematoma subcorionico Conduta→ Repouso relativo + analgésico + antiespasmódico + abstenção sexual No abortamento INEVITÁVEL, o processo de perda já se iniciou, mas não se concluiu. Há um sangramento importante que pode comprometer hemodinamicamente a paciente. USG→ Sinais de descolamente placentário + hematoma subcorionico Irregularidade no saco gestacional ± BCF Conduta→ Internação e estabilização + curetagem O abortamento COMPLETO tem a eliminação completa do concepto, o que é muito comum nas primeiras 10 semanas de gestação. A paciente é capaz de inferir a eliminação do material pela vagina. O colo do útero está fechado ou se fechará em pouco minutos. USG→ Sem evidencias de conteúdo uterino Endométrio linear Espessura endometrial ≤15 mm Conduta→ Expectante O abortamento INCOMPLETO tem eliminação parcial dos produtos da concepção, com expulsão do feto, mas ainda restam pedaços de placenta no útero. Mais frequente >10 semanas. O sangramento é persistente, volumoso ou não, associado á cólicas, e volume uterino menor do que o esperado para IG. USG→ + conteúdo uterino amorfo e heterogenio ± Liquido Espessura endometrial >15 mm Conduta→ Esvaziamento cirúrgico via aspiração manual intrauterina (IG <12) ou curetagem (IG >12) O abortamento RETIDO temos a retenção do produto conceptual sem vitalidade por dias ou semanas; há situações em que se pode acontecer a reabsorção do embrião, conhecido com gestação anembrionada, com USG não visualizando o embrião e diâmetro médio do saco gestacional >25 mm. Pode ou não haver o sangramento, havendo regressão dos sintomas da gestação e o útero está menor do que o esperado para a IG. USG→ BCF – CCN >7 mm + saco gestacional irregular e vesícula uterina alterada Conduta→ A conduta pode ser expectante, já que as pacientes evoluíram para o abortamento completo; se não, podemos fazer o esvaziamento uterino. Se a retenção for >4 semanas, realizar coagulograma antes. Para o abortamentoredito tardio (>12 semanas), a melhor conduta é a expulsão imediata do feto com misoprostol e curetagem. Misoprostol 2 – 3 doses de 800 mcg via vaginal a cada 12 horas SE CICATRIZ UTERINA→ 200 mcg via vaginal a cada 4 ou 6 horas Se o aborto acontecer em IG <7 semanas, devemos repetir a USG em 15 dias após a realização do primeiro exame. O aborto INFECTADO geralmente acontece nas tentativas de esvaziar o útero clandestinamente. O sangramento tem odor fétido, paciente alega febre, saída de material purulento, cólicas, útero doloroso a palpação e o colo uterino é pérvio e doloroso a mobilização. Nos casos mais graves temos evolução para sepse, peritonite generalizada, insuficiência renal e coagulopatia. USG→ Presença de restos ovulares e coleções purulentas no fundo de saco de Douglas Conduta→ Iniciar ATB + curetagem Não atrasar a curetagem para aguardar efeito do ATB Ampicilina 500 mg – 1 g 6/6 horas ou Penicilina 20 – 40 milhões UI/dia + Gentamicina 1,5 mg/kg/dia 8/8 horas + Clindamicina 600-900mg 6/6 horas ou Metronidazol 500 mg-1 g 6/6 hrs LIMITADO A CAVIDADE UTERINA E MIOMÉTRIO Febre baixa Bom estado geral Dor discreta e continua Pode haver cólicas MIOMETRIO, PARAMETRIO, ANEXOS E PERITONIO PELVICO Sangramento Secreção fétida Febre alta Taquicardia Desidratação Dores constantes Paresia intestinal Dor a palpação abdominal e manipulação uterina SINAIS DE PERITONITE, SEPSE E CHOQUE Febre alta Taquisgimia Hipotensão arterial Desidratação Anemia Abdome distendido Crepitações uterinas Nos casos clandestinos que fizeram uso de objetos metálicos, recomenda-se iniciar o esquema antitetânico. Se a paciente continuar apresentando febre, deve-se pensar no diagnostico diferencial de tromboflebite pélvica, que deve ser tratada com heparinização plena + ATB. Trata-se da implantação e desenvolvimento do ovo fora da cavidade endometrial e geralmente está relacionada a lesão tubária e/ou alteração no transporte ovular. Gestações ectópicas não devem ser confundidas com gestações heterotópicas que são a concomitância entre gestação intrauterina e gestação ectópica. Trata-se de evento muito raro, mas sua incidência vem aumentando com o advento das técnicas de reprodução assistida. FATORES DE RISCO Antecedentes de gravidez ectópica Antecedente de cirurgia tubaria Antecedente de DIP Alterações anatômicas de tuba uterina Endometriose Gravidez após falha DIU Gravidez após falha de contracepção de emergência Gravidez após reprodução assistida Tabagismo A gravidez ectópica primária é aquela em que a nidação se faz e prossegue em um único sítio do aparelho genital, enquanto na secundária, o ovo se desprende do local de implantação e se desenvolve em outro sítio. Ainda pode ser dividida quanto a sua localização em ovariana, angular/cornual, cervical e abdominal. A ovariana representa 0,5 – 3% das GE, sendo que o sintoma mais prevalente é a dor abdominal e para caracteriza-la precisamos preencher os critérios de Spiegelberg: ▪ Trompa intacta no lado afetado; ▪ O saco gestacional deve ocupar a topografia ovariana; ▪ O útero deve estar conectado à gravidez pelo ligamento ovariano; ▪ Deve haver tecido ovariano na parede do saco gestacional. A GE angular/cornual representa 2 – 3% das GE e a nidação acontece em um dos cornos uterinos, por ser um tecido muscular, pode ser que o diagnostico leve mais tempo, tendo assim maiores risco de sangramento e rotura uterina. A GE cervical é a implantação do ovo no canal cervical, representando 0,5% dos casos. O endocérvice é consumido pelo trofoblasto e a gravidez se desenvolve na parede fibrosa do canal cervical. Quanto mais alta, e, portanto, mais perto do istmo, for a implantação, maiores são as chances do embrião se desenvolver e causar hemorragia. Geralmente provoca sangramento vaginal indolor e ao exame físico observa-se um colo alargado ou distendido e de coloração hiperemiada ou cianótica. Os critérios diagnósticos incluem: ▪ As glândulas cervicais devem estar presentes no lado materno da placenta. ▪ A placenta deve estar ligada intimamente à cérvice. ▪ Ausência de elementos fetais no corpo uterino. ▪ A placenta deve estar localizada abaixo da entrada dos vasos uterinos ou abaixo da reflexão peritoneal na superfície anteroposterior do útero. A GE abdominal pode evoluir até o a termo, apesar de <50% dos fetos sobreviverem. Esta associada com riscos de hemorragias maternas, infecções e obstrução intestinal ou de vias urinárias, com índices de mortalidade materna referidos em até 20% dos casos. MANIFESTAÇÕES CLINICAS Sangramento vaginal discreto, vermelho-escuro ou castanho Atraso ou irregularidade menstrual Dor abdominal em cólica Dor sincopal e lancinante Sinal de Cullen (equimose periumbilical) Sinal de Blumberg (dor na descompressão súbita QID) Sinal de Proust (fundo de saco abaulado devido ao acumulo de sangue) Grito de Douglas (dor no toque vaginal) Como exames complementares, podemos lançar mão de dosagem de beta – HCG, USG e dosagem de progesterona. O Beta – HCG quantitativo tende a ter valores menores do que na gravidez comum, além de não duplicar a cada 2 – 3 dias. Sempre devemos solicita-lo e, principalmente quando o USG for inconclusivo, podemos repeti-lo de forma seriada para observar se há duplicação das doses ou se ele se há a diminuição progressiva. Se houver uma elevação do beta – HCG, recomenda-se realizar um novo USG após alguns dias. O USG transvaginal pode nos dar sinais de certeza de GE e sinais sugestivos: SINAIS DE CERTEZA SINAIS SUGESTIVOS Saco gestacional fora da cavidade uterina Presença de vesícula e/ou embrião ± BCF Imagem anel tubário (Bagel) Imagem heterogenia ou complexa (Blob) Liquido livre na pelve A dosagem de progesterona <5 ng/ml pode nos levar a 2 hipótese: GE ou gravidez tópica inviável. TRATAMENTO A escolha do tratamento depende do estado hemodinâmico da paciente, da integridade tubaria e desejo reprodutivo. A conduta pode ser expectante, medicamentoso ou cirúrgico. CIRURGICO Paciente instável Tamanho >4cm + B HCG > 5000 – desejo gestar B HCG não aumenta em 24 – 48 horas MEDICAMENTOSO METOTREXATE Tamanho <4cm + B HCG < 5000 + desejo gestar B HCG em doses crescentes em 24 – 48 horas BCF ausente EXPECTANTE Tamanho <4cm + B HCG < 5000 + desejo gestar B HCG em doses decrescentes em 24 – 48 horas BCF ausente A conduta expectante é contraindicada em caso de recidiva de GE na mesma tuba ou impossibilidade de acompanhamento adequado. É indicado em casos de GE de pequeno tamanho e B HCG em declinio e com valores iniciais 1000 – 1500 mUI/ml. O metrotexato é um quimioterápico antimetabólico antagonista do ácido fólico, bloqueando a sintese de purina e timidina e entao interferindo na sintese de DNA e divisão celular. O seu uso na GE esta indicado: ▪ GE integra < 4 cm ▪ Estabilidade hemodinamica ▪ Desejo reprodutivo ▪ Embriao sem BCF ▪ B HCG < 5000 e decrescente ▪ Liquido livre restrito a pelve ▪ Normalidade no hemograma, função renal e enzimas hepáticas Metrotrexato IM 50 mg/m2 dose única Metrotrexato IM 1 mg/kg no 1º, 3º e 5º dia + Acido folinico 0,1 mg/kg no 2º, 4º e 6º dia Metrotrexato Injeção direta no saco gestacional dose única (1 mg/kg) O seguimento é através da dosagem de B HCG no 4º e 7º dia após a administração do MTX, com o objetivo de redução >15%. SE <15%, recomenda-se uma nova administração de MTX. Se a redução for <15% novamente, então temos indicação cirúrgica. É contraindicado em casos de aleitamento materno, imunodeficiência, recidiva da gestação ectópica, ulcera pélvica e impossibilidade de seguimento. A DHPN é uma condição em que as hemácias do feto diminuem culminando emanemia devido a ação de anticorpos maternos que atravessam a placenta; a base de toda a doença é uma incompatibilidade sanguínea materno-fetal, mais comum no sistema ABO, no entanto é mais grave quando tem relação com o sistema Rh. Para a ocorrência da DHPN, precisamos: ▪ Incompatibilidade sanguínea materno fetal; Rh→ Mãe Rh – e feto Rh + ABO→ Mãe O e feto A, B ou AB ▪ Aloimunização materna; ▪ Passagem de anticorpos da mãe para o feto; ▪ Ação dos anticorpos maternos no feto. A aloimunização acontecerá quando houver contato entre sangues (mãe-feto) e desenvolvimento de anticorpos anti-D na mãe em resposta aos antígenos anti-D do feto. Essa passagem de sangue feto→ materno já pode começar a acontecer a partir de 8-10 semanas; o teste de Kleihaues quantifica essa quantidade de hemácias maternas no feto, mas não é capaz de confirmar a aloimunização. Inicialmente, essas hemácias são fagocitadas pelos macrófagos da mãe e o sistema imune produz IgM sensibilizando a mãe. Na 2ª gestação, haverá passagem de hemácias Rh+ para a mãe e produção de IgG (memoria definitiva), que são aptos a atravessarem a barreira placentária. O teste de Coombs indireto detecta o IgG, mas não o IgM. Estes anticorpos causam a hemólise nos fetos, levando a uma anemia que tenta ser superada pela produção de eritropoetina e eritropoese medular, e até mesmo com convocação de extramedular (fígado e baço). A anemia pode causar distúrbios fetais como insuficiência cardíaca, e a eritropoieses extramedular pode levar a hipertensão porta e hipoprotenemia. Em conjunto, temos a hidropsia fetal: extravasamento de liquido para o 3º espaço – derrame pleural, derrame pericárdico, ascite e edema cerebral. O bebe pode desenvolver também o kernicterus RN, e apresentar letargia, hipertonicidade, perda auditiva, paralisia cerebral e dificuldade de aprendizado. RASTREIO E SEGUIMENTO Já na 1ª consulta pré-natal devemos solicitar tipagem sanguínea e definição Rh. Se ela possuir Rh negativo, solicitamos o Coombs indireto. Neste momento, você já terá encaminhado a sua paciente para a assistência de alto risco. COOMBS POSITIVO COOMBS NEGATIVO ≤ 1:8→ Repetir mensalmente até parto Repetir exame com 28, 32, 36 e 40 semanas de IG >1:8→ Investigar anemia É interessante notar que geralmente o protocolo é esse: tipagem sanguínea e depois Coombs indireto, mas existem alguns protocolos que já preconizam a profilaxia para todas as gestantes Rh negativas após 28 semanas de IG. Enfim, o acompanhamento da saúde fetal com outros exames, o padrão- ouro seria a cordocentese para avaliação da anemia fetal o qual realiza a dosagem de Ht, Hb, tipagem sanguínea e Coombs direto, e a depender dos resultados podemos realizar transfusão intravascular. A USG constata alterações placentárias, derrame pericárdico, polidrâmnio, CIUR, ascite fetal, edema subcutâneo, derrame pleural, entre outros. No doppler, o fluxo das artérias uterinas pode estar normal e o fluxo da artéria cerebral media vai estar alterado. A cardiotocografia pode denotar hipóxia e anemia. A amniocentese pode estimar indiretamente a concentração de bilirrubina no liquido amniótico. PROFILAXIA A profilaxia é realizada com administração de imunoglobulina anti-D para todas as gestantes RhD negativo a partir da 28ª semana de IG. Todas aquelas RhD negativas não sensibilizadas, ou seja, Coombs indireto negativo, no pós parto (até 72 horas após o parto) e/ou: ▪ Hemorragia durante a gestação ▪ Interrupção precoce da gestação ▪ Procedimentos invasivos (biopsia de vilo corial, amniocentese, cordocentese) Imunoglobulina anti-D 300 mcg IM dose única (neutraliza 30 ml de sangue total) TRATAMENTO FETAL Nos prematuros ou com doença grave, pode se optar por transfusão intrauterina via veia umbilical por cordocentese apartir da 20ª semans de gestação; após a transfusão é preciso acompanhar o BCF por cardiotocografia por 2-4 horas. As transfusões seguintes são programadas considerando a media de Hb cerca de 0,3 – 0,4 g/dl/dia.
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