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Indicadores Epidemiológicos

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–
 
DINÂMICA DA DISTRIBUIÇÃO DAS DOENÇAS: 
➢ SURTO: 
É a ocorrência de dois ou mais casos 
epidemiologicamente relacionados – Alguns 
autores denominam surto epidêmico, ou surto, a 
ocorrência de uma doença ou fenômeno restrita 
a um espaço extremamente delimitado: colégio, 
quartel, creches, grupos reunidos em uma festa, 
um quarteirão, uma favela, um bairro etc. 
 
➢ ENDEMIA: 
É definida como a presença constante de uma 
doença em uma população de determinada área 
geográfica; pode também referir-se à prevalência 
usual de uma doença em um grupo populacional 
ou em uma área geográfica. 
 
As doenças parasitárias, em sua grande maioria, se 
manifestam como endemias, no Brasil e no 
mundo. 
 
Exemplo: no início do inverno espera-se que, de 
cada 100 habitantes, 25 estejam gripados. 
 
➢ EPIDEMIA OU SURTO EPIDÊMICO. 
É conceituada como a ocorrência de uma doença 
em uma população, que se caracteriza por uma 
elevação progressiva, inesperada e descontrolada, 
ultrapassando os valores endêmicos ou esperados 
 
Algumas doenças endêmicas podem, 
eventualmente, se manifestar em surtos 
epidêmicos. Quando do aparecimento de um 
único caso em área indene de uma doença 
transmissível (p. ex.: esquistossomose em 
Curitiba), podemos considerar como uma 
epidemia em potencial, da mesma forma que o 
aparecimento de um único caso em que havia 
muito tempo determinada doença não se 
registrava (p. ex.: varíola, em Belo Horizonte). 
 
 
 
➢ PANDEMIA: 
São epidemias que ocorrem ao mesmo tempo em 
vários países; é a disseminação mundial de uma 
nova doença. Ex: Covid-19. 
 
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS: 
Os indicadores servem para comparar o que foi 
observado na saúde em outros locais e diferentes 
tempos, portanto, a construção de indicadores de 
saúde é necessária para: 
• Analisar a situação atual de saúde 
• Fazer comparações 
• Avaliar mudanças ao longo do tempo. 
Os indicadores de saúde, tradicionalmente, tem 
sido construídos por meio de números. 
Em Geral, números absolutos de casos de doenças 
ou mortes não são utilizados para avaliar o nível 
de saúde, pois não levam em conta o tamanho da 
população. Assim, os indicadores de saúde são 
construídos por meio de razões (frequências 
relativas), em forma de proporções e coeficientes. 
As proporções representam a “fatia da pizza” do 
total de casos ou mortes, indicando a importância 
desses casos ou mortes no conjunto total. Os 
–
 
coeficientes (ou taxas) representam o “risco” de 
determinado evento ocorrer na população (que 
pode ser a população do país, estado, município, 
população de nascidos vivos, de mulheres etc.). 
É preciso destacar, ainda, a diferença entre 
coeficientes (ou taxas) e índices. Índices não 
expressam uma probabilidade (ou risco) como os 
coeficientes, pois o que está contido no 
denominador não está sujeito ao risco de sofrer o 
evento descrito no numerador. 
➢ COEFICIENTES MAIS UTILIZADOS NA ÁREA DA 
SAÚDE: 
Os coeficientes mais utilizados na área da saúde 
baseiam-se em dados sobre doenças (morbidade) 
e sobre eventos vitais (nascimentos e mortes). 
1. COEFICIENTES DE MORBIDADE (DOENÇA): 
a) Coeficiente de incidência da doença: 
representa o risco de ocorrência (casos novos) de 
uma doença na população. Pode ser calculado por 
regra de três ou através da seguinte fórmula: 
 
b) Coeficiente de prevalência da doença: 
representa o número de casos presentes (novos + 
antigos) em uma determinada comunidade num 
período de tempo especificado. É representado 
por: 
 
Para compararmos o risco de ocorrência de 
doenças entre populações usamos, dessa forma, o 
coeficiente de incidência, pois este estima o risco 
de novos casos da doença em uma população. O 
coeficiente de prevalência é igual ao resultado do 
coeficiente de incidência multiplicado pela 
duração média da doença. Portanto: 
Pela fórmula pode-se observar que a prevalência, 
além dos casos novos que acontecem (incidência), 
é afetada também pela duração da doença, a qual 
pode diferir entre comunidades, devido a causas 
ligadas à qualidade da assistência à saúde, acesso 
aos serviços de saúde, condições nutricionais da 
população etc. Assim, quanto maior a duração 
média da doença, maior será a diferença entre a 
prevalência e a incidência. 
A prevalência é ainda afetada por casos que 
imigram (entram) na comunidade e por casos que 
saem (emigram), por curas e por óbitos. Dessa 
maneira, temos como “entrada” na prevalência os 
casos novos (incidentes) e os imigrados e como 
“saída” os casos que curam, que morrem e os que 
emigram. 
 
Dois tipos de coeficientes de prevalência podem 
ser utilizados: o coeficiente de prevalência 
instantânea ou pontual ou momentânea (em um 
tempo especificado) e o coeficiente de prevalência 
por período ou lápsica (abrange um período maior 
de tempo, por exemplo um ano). 
c) Coeficiente de letalidade: representa a 
proporção de óbitos entre os casos da doença, 
sendo um indicativo da gravidade da doença ou 
agravo na população. Isso pode ser uma 
característica da própria doença (por exemplo, a 
raiva humana é uma doença que apresenta 100% 
de letalidade, pois todos os casos morrem) ou de 
fatores que aumentam ou diminuem a letalidade 
da doença na população (condições 
socioeconômicas, estado nutricional, acesso a 
medicamentos, por exemplo). É dado pela relação: 
Coeficiente de prevalência = coeficiente de 
incidência x duração média da doença 
–
 
 
Seu resultado é dado, portanto, sempre em 
percentual (%). Não deve ser confundido com 
coeficiente de mortalidade geral, que é dado por 
1000 habitantes, e representa o risco de óbito na 
população. A letalidade, ao contrário, representa 
o risco que as pessoas com a doença têm de 
morrer por essa mesma doença. 
2. COEFICIENTES DE MORTALIDADE: 
a) Coeficiente geral de mortalidade (CGM): 
representa o risco de óbito na comunidade. É 
expresso por uma razão, e pode ser calculado, 
como todos os demais coeficientes, também 
através de regra de três simples (se numa 
população de 70.000 habitantes tenho 420 óbitos, 
em 1000 habitantes terei “x”, sendo 1000 o 
parâmetro que permitirá comparar com outros 
locais ou outros tempos): 
 
Este coeficiente, no entanto, não é muito utilizado 
para comparar o nível de saúde de diferentes 
populações, pois não leva em consideração a 
estrutura etária dessas populações (se a 
população é predominantemente jovem ou 
idosa). 
Para comparação de duas ou mais populações com 
diferentes estruturas etárias, ou de sexo, há 
necessidade de padronizar os coeficientes, tendo 
como referência uma população padrão 
(geralmente a mundial, quando se comparam 
diferentes países, ou nacional, quando se 
comparam diferentes locais do mesmo país. 
b) Coeficiente de mortalidade infantil (CMI): é 
uma estimativa do risco que as crianças nascidas 
vivas tem de morrer antes de completar um ano 
de idade. É considerado um indicador sensível das 
condições de vida e saúde de uma comunidade. 
Pode ser calculado por regra de três ou através da 
seguinte razão: 
 
Para se calcular esse coeficiente algumas 
definições precisam sem consideradas: 
- Nascido vivo: é a expulsão ou extração completa 
do corpo da mãe, independentemente da duração 
da gravidez, de um produto de concepção que, 
depois da separação, respire ou apresente 
qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos 
do coração, pulsações do cordão umbilical ou 
movimentos efetivos dos músculos de contração 
voluntária, estando ou não cortado o cordão 
umbilical e estando ou não desprendida a 
placenta. 
- Óbito fetal: é a morte do produto de concepção, 
antes da expulsão ou da extração completa do 
corpo da mãe, independentemente da duração da 
gravidez. Indica o óbito se o feto, depois da 
separação, não respirar nem apresentar nenhum 
outro sinal de vida, como batimentos do coração, 
pulsações do cordão umbilical ou movimentos 
efetivos dos músculos de contraçãovoluntária. 
- Óbito infantil: é a criança que, nascida viva, 
morreu em qualquer momento antes de 
completar um ano de idade. 
O coeficiente de mortalidade infantil pode ainda 
ser dividido em: 
- coeficiente de mortalidade neonatal (óbitos de 
0 a 27 dias inclusive) em relação ao total de 
nascidos vivos (por 1000); 
- coeficiente de mortalidade pós-neonatal ou 
infantil tardia (óbitos de 28 dias a 364 dias 
inclusive) em relação ao total de nascidos vivos 
(por 1000). 
O coeficiente de mortalidade neonatal pode ainda 
ser subdividido em coeficiente de mortalidade 
neonatal precoce (0 a 6 dias inclusive) e 
–
 
coeficiente de mortalidade neonatal tardia (7 a 27 
dias). 
c) Coeficiente de mortalidade perinatal: segundo 
a Classificação Internacional de Doenças em vigor 
(a CID-10), o período perinatal vai da 22ª semana 
de gestação até a primeira semana de vida da 
criança, diferenciando da definição anterior (da 
CID-9) que considerava a partir da 28ª semana de 
gestação. Dessa maneira, o coeficiente 
atualmente é dado pela seguinte razão: 
 
d) Coeficiente de mortalidade materna: 
representa o risco de óbitos por causas ligadas à 
gestação, ao parto ou ao puerpério, sendo um 
indicador da qualidade de assistência à gestação e 
ao parto numa comunidade. É dado pela equação: 
 
Para fins de comparação internacional, somente 
as mortes que ocorrem até 42 dias após o parto 
entram no cálculo do coeficiente. Para calcular 
adequadamente esse indicador, algumas 
definições são fundamentais: 
- Morte materna: é a morte da mulher durante a 
gestação ou dentro de um período de 42 dias após 
o término da gestação, independente da duração 
ou da localização da gravidez, devida a qualquer 
causa relacionada ou agravada pela gravidez ou 
por medidas em relação a ela, porém não devida a 
causas acidentais ou incidentais. Pode ser 
subdividida em: 
a) morte obstétrica direta, sendo aquela 
resultante de complicações obstétricas devido a 
intervenções, omissões, tratamento incorreto etc. 
(aborto, infecção puerperal etc.) 
b) morte obstétrica indireta, quando resulta de 
doenças existentes antes da gravidez, ou 
desenvolvidas durante a gravidez, não devidas a 
causas obstétricas diretas, mas agravadas pelos 
efeitos fisiológicos da gravidez (diabetes mellitus, 
insuficiência cardíaca etc.). 
Apesar de não entrarem no cálculo para fins de 
comparação, é importante o serviço de saúde 
registrar, ainda, as mortes por causas obstétricas 
(diretas ou indiretas) que ocorreram após 42 dias 
do término da gestação, bem como as mortes 
relacionadas com a gravidez, sendo assim 
definidas: 
- Morte materna tardia: é a morte de uma mulher 
por causas obstétricas diretas ou indiretas mais de 
42 dias mas menos de um ano após o término da 
gravidez. 
- Morte relacionada com a gravidez: é a morte de 
uma mulher enquanto grávida ou até 42 dias após 
o término da gravidez, qualquer que tenha sido a 
causa de morte. 
e) Coeficiente de mortalidade por doenças 
transmissíveis: é uma estimativa do risco da 
população morrer por doenças infecciosas e 
parasitárias (tuberculose, tétano, diarreia 
infecciosa, aids, etc.). Quanto mais elevado o 
resultado deste coeficiente, piores as condições 
de vida. É dado pela equação: 
 
3. COEFICIENTES DE NATALIDADE: 
Os principais coeficientes que medem a natalidade 
(nascimentos) de uma população são o coeficiente 
de natalidade e o de fecundidade. Enquanto o 
coeficiente de natalidade está relacionado com o 
tamanho da população, o de fecundidade está 
relacionado com o número de mulheres em idade 
fértil. Por isso, é comum a fecundidade ser 
expressa também em média de filhos por mulher. 
O coeficiente de natalidade, portanto, pode ser 
calculado pela seguinte equação (ou também por 
regra de três): 
–
 
 
O coeficiente de fecundidade, como está 
relacionado à população feminina em idade fértil, 
é dado pela fórmula (ou calculado por regra de 
três): 
 
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: 
Por propósito, a vigilância epidemiológica deve 
fornecer orientação técnica permanente para os 
profissionais de saúde que têm a responsabilidade 
de decidir sobre a execução de ações de controle 
de doenças e agravos, tornando disponíveis, para 
esse fim, informações atualizadas sobre a 
ocorrência dessas doenças e agravos, bem como 
dos fatores que a condicionam, numa área 
geográfica ou população definida. 
Subsidiariamente, a vigilância epidemiológica 
constitui-se importante instrumento para o 
planejamento, organização e operacionalização 
dos serviços de saúde, bem como a normatização 
das atividades técnicas correlatas. 
A operacionalização da vigilância epidemiológica 
compreende um ciclo de funções específicas e 
intercomplementares, desenvolvidas de modo 
contínuo, permitindo conhecer, a cada momento, 
o comportamento da doença ou agravo 
selecionado como alvo das ações, de forma que as 
medidas de intervenção pertinentes possam ser 
desencadeadas com oportunidade e eficácia. 
São funções da vigilância epidemiológica: 
• coleta de dados; 
• processamento dos dados coletados; 
• análise e interpretação dos dados 
processados; 
• recomendação das medidas de controle 
apropriadas; 
• promoção das ações de controle indicadas; 
• avaliação da eficácia e efetividade das 
medidas adotadas; 
• divulgação de informações pertinentes. 
As competências de cada nível do sistema de 
saúde (municipal, estadual e federal) abarcam 
todo o espectro das funções de vigilância 
epidemiológica, porém com graus de 
especificidade variáveis. 
As ações executivas são inerentes ao nível 
municipal e seu exercício exige conhecimento 
analítico da situação de saúde local, mas cabe aos 
níveis nacional e estadual conduzir as ações de 
caráter estratégico e longo alcance. 
Um de seus objetivos básicos, na concepção do 
Sistema Único de Saúde (SUS), é possibilitar a 
análise da situação de saúde no nível local 
tomando como referencial microrregiões 
homogêneas e considerando, necessariamente, as 
condições de vida da população na determinação 
do processo saúde-doença. 
O nível local tem, então, responsabilidade não 
apenas com a alimentação do sistema de 
informação em saúde, mas também com sua 
organização e gestão. Deste modo, outro aspecto 
de particular importância é a concepção do 
sistema de informação, que deve ser 
hierarquizado e cujo fluxo ascendente dos dados 
ocorra de modo inversamente proporcional à 
agregação geográfica, ou seja, no nível local faz-se 
necessário dispor, para as análises 
epidemiológicas, de maior número de variáveis. 
Entre os sistemas nacionais de informação em 
saúde existentes, alguns se destacam em razão de 
sua maior relevância para a vigilância 
epidemiológica: 
➢ SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE 
NOTIFICAÇÃO (SINAN): 
É o mais importante sistema para a vigilância 
epidemiológica foi desenvolvido entre 1990 e 
1993, visando sanar as dificuldades do Sistema de 
Notificação Compulsória de Doenças (SNCD) e 
substituí-lo, tendo em vista o razoável grau de 
informatização disponível no país. 
O Sinan foi concebido pelo Centro Nacional de 
Epidemiologia, com o apoio técnico do Datasus e 
da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte para ser 
–
 
operado a partir das unidades de saúde, 
considerando o objetivo de coletar e processar 
dados sobre agravos de notificação em todo o 
território nacional, desde o nível local. 
 Mesmo que o município não disponha de 
microcomputadores em suas unidades, os 
instrumentos deste sistema são preenchidos neste 
nível e o processamento eletrônico é feito nos 
níveis centrais das secretarias municipais de saúde 
(SMS), regional ou secretarias estaduais (SES). 
É alimentado, principalmente, pela notificação e 
investigação de casos de doenças e agravos 
constantes da lista nacional de doenças de 
notificação compulsória, mas é facultado a 
estados e municípios incluir outros problemas de 
saúde regionalmenteimportantes. Por isso, o 
número de doenças e agravos contemplados pelo 
Sinan, vem aumentando progressivamente desde 
seu processo de implementação, em 1993, sem 
relação direta com a compulsoriedade nacional da 
notificação, expressando as diferenças regionais 
de perfis de morbidade registradas no Sistema. 
No SINAN, a entrada de dados ocorre pela 
utilização de alguns formulários padronizados 
como: 
- Ficha individual de notificação (FIN) que é 
preenchida para cada paciente, quando suspeita 
de problema de saúde de notificação compulsória 
ou de interesse nacional, estadual e municipal, e 
encaminhada para os serviços responsáveis pela 
informação e/ou vigilância epidemiológica. 
- Ficha Individual de Investigação (FII) que na 
maioria das vezes, configura-se como roteiro de 
investigação, distinto para cada tipo de agravo; 
Esta ficha, como referido no tópico sobre 
investigação de surtos e epidemias, permite obter 
dados que possibilitam a identificação da fonte de 
infecção e mecanismos de transmissão da doença. 
Fluxo de informação do SINAN: 
A partir da alimentação do banco de dados do 
Sinan, pode-se calcular a incidência, prevalência, 
letalidade e mortalidade, bem como realizar 
análises de acordo com as características de 
pessoa, tempo e lugar, particularmente no que 
tange às doenças transmissíveis de notifi cação 
obrigatória, além de outros indicadores 
epidemiológicos e operacionais utilizados para as 
avaliações local, municipal, estadual e nacional. 
➢ SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE 
MORTALIDADE (SIM): 
Seu instrumento padronizado de coleta de dados 
é a Declaração de Óbito (DO), impressa em três 
vias coloridas, cuja emissão e distribuição para os 
estados, em séries pré-numeradas, é de 
competência exclusiva do Ministério da Saúde. 
Para os municípios, a distribuição fica a cargo das 
secretarias estaduais de saúde, devendo as 
–
 
secretarias municipais se responsabilizarem por 
seu controle e distribuição entre os profissionais 
médicos e instituições que a utilizem, bem como 
pelo recolhimento das primeiras vias em hospitais 
e cartórios. 
O preenchimento da DO deve ser realizado 
exclusivamente por médicos, exceto em locais 
onde não existam, situação na qual poderá ser 
preenchida por oficiais de Cartórios de Registro 
Civil, assinada por duas testemunhas. A 
obrigatoriedade de seu preenchimento, para todo 
óbito ocorrido, é determinada pela Lei Federal n° 
6.015/73. 
O SIM constitui importante elemento para o 
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, 
tanto como fonte principal de dados, quando há 
falhas de registro de casos no Sinan, quanto como 
fonte complementar, por também dispor de 
informações sobre as características de pessoa, 
tempo e lugar, assistência prestada ao paciente, 
causas básicas e associadas de óbito, 
extremamente relevantes e muito utilizadas no 
diagnóstico da situação de saúde da população. 
Fluxo da declaração de óbito: 
Uma vez preenchida a DO, quando se tratar de 
óbitos por causas naturais, ocorridos em 
estabelecimento de saúde, a primeira via (branca) 
será da secretaria municipal de saúde (SMS); a 
segunda (amarela) será entregue aos familiares do 
falecido, para registro em Cartório de Registro Civil 
e emissão da Certidão de Óbito (ficando retida no 
cartório); a terceira (rosa) ficará arquivada no 
prontuário do falecido. 
 
 
➢ SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE NASCIDOS 
VIVOS (SINASC) 
O número de nascidos vivos constitui relevante 
informação para o campo da saúde pública, pois 
possibilita a constituição de indicadores voltados 
para a avaliação de riscos à saúde do segmento 
materno-infantil, a exemplo dos coeficientes de 
mortalidade infantil e materna, nos quais 
representa o denominador. 
O Sinasc tem como instrumento padronizado de 
coleta de dados a Declaração de Nascido Vivo 
(DN), cuja emissão, a exemplo da DO, é de 
–
 
competência exclusiva do Ministério da Saúde. 
Tanto a emissão da DN como o seu registro em 
cartório serão realizados no município de 
ocorrência do nascimento. Deve ser preenchida 
nos hospitais e outras instituições de saúde que 
realizam parto, e nos Cartórios de Registro Civil, na 
presença de duas testemunhas, quando o 
nascimento ocorre em domicílio sem assistência 
de profissional de saúde. 
Igualmente à DO, os formulários de Declaração de 
Nascido Vivo são pré-numerados, impressos em 
três vias coloridas e distribuídos às SES pela 
SVS/MS. 
O fluxo recomendado pelo Ministério da Saúde 
para a DN tem a mesma lógica que orienta o da 
DO. 
Fluxo de declaração de nascido vivo: 
 
Nos partos ocorridos em estabelecimentos de 
saúde, a primeira via (branca) da DN preenchida 
será para a SMS; a segunda (amarela) deverá ser 
entregue ao responsável pela criança, para a 
obtenção da Certidão de Nascimento no Cartório 
de Registro Civil, onde ficará retida; a terceira 
(rosa) será arquivada no prontuário da puérpera. 
Para os partos domiciliares com assistência 
médica, a primeira via deverá ser enviada para a 
SMS e a segunda e terceira vias entregues ao 
responsável, que utilizará a segunda via para 
registro do nascimento em cartório e a terceira 
para apresentação em unidade de saúde onde 
realizar a primeira consulta da criança. 
➢ SISTEMA DE INFORMAÇÕES HOSPITALARES 
(SIH/SUS): 
O SIH/SUS, que possui dados informatizados 
desde 1984, não foi concebido sob a lógica 
epidemiológica, mas sim com o propósito de 
operar o sistema de pagamento de internação dos 
hospitais contratados pelo Ministério da 
Previdência. 
Seu instrumento de coleta de dados é a 
Autorização de Internação Hospitalar (AIH), 
atualmente emitida pelos estados a partir de uma 
série numérica única definida anualmente em 
portaria ministerial. Este formulário contém, entre 
outros, os dados de atendimento, com os 
diagnósticos de internamento e alta (codificados 
de acordo com a CID), informações relativas às 
características de pessoa (idade e sexo), tempo e 
lugar (procedência do paciente) das internações, 
procedimentos realizados, valores pagos e dados 
cadastrais das unidades de saúde, que permitem 
sua utilização para fins epidemiológicos. 
Fluxo básico de Autorização de Internação 
Hospitalar (AIH): 
–
 
 
➢ SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBULATORIAIS 
DO SUS (SAI/SUS): 
Em 1991, o SIA/SUS foi formalmente implantado 
em todo o território nacional como instrumento 
de ordenação do pagamento dos serviços 
ambulatoriais (públicos e conveniados), 
viabilizando aos gestores apenas a informação do 
gasto por natureza jurídica do prestador. 
Por obedecer à lógica de pagamento por 
procedimento, não registra o CID do(s) 
diagnóstico(s) dos pacientes e não pode ser 
utilizado como informação epidemiológica, ou 
seja, seus dados não permitem delinear os perfis 
de morbidade da população, a não ser pela 
inferência a partir dos serviços utilizados. 
Entretanto, como sua unidade de registro de 
informações é o procedimento ambulatorial 
realizado, desagregado em atos profissionais, 
outros indicadores operacionais podem ser 
importantes como complemento das análises 
epidemiológicas, por exemplo: número de 
consultas médicas por habitante/ano; número de 
consultas médicas por consultório; número de 
exames/terapias realizados pelo quantitativo de 
consultas médicas. 
➢ OUTRAS IMPORTANTES FONTES DE DADOS: 
- SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO 
BÁSICA (SIAB): sistema de informação 
territorializado que coleta dados que possibilitam 
a construção de indicadores populacionais 
referentes a áreas de abrangência bem 
delimitadas, cobertas pelo Programa de Agentes 
Comunitários de Saúde e Programa Saúde da 
Família. 
Sua base de dados possui três blocos: o 
cadastramento familiar (indicadores 
sociodemográficos dos indivíduos e de 
saneamento básico dos domicílios); o 
acompanhamento de grupos de risco (menores de 
dois anos, gestantes, hipertensos, diabéticos,pessoas com tuberculose e pessoas com 
hanseníase); e o registro de atividades, 
procedimentos e notificações (produção e 
cobertura de ações e serviços básicos, notificação 
de agravos, óbitos e hospitalizações). 
Os níveis de agregação do SIAB são: microárea de 
atuação do agente comunitário de saúde 
(território onde residem cerca de 150 famílias), 
área de abrangência da equipe de Saúde da 
Família (território onde residem 
aproximadamente mil famílias), segmento, zonas 
urbana e rural, município, estado, regiões e país. 
- SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE VIGILÂNCIA 
ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SISVAN): 
instrumento de políticas federais, focalizadas e 
compensatórias. Atualmente, encontra-se 
implantado em aproximadamente 1.600 
municípios considerados de risco para a 
mortalidade infantil. Disponibiliza informações 
sobre o programa de recuperação de crianças 
desnutridas e gestantes sob risco nutricional. 
Sistema de Informações do Programa Nacional de 
Imunização (SI-PNI) – implantado em todos os 
municípios brasileiros, fornece dados relativos à 
cobertura vacinal de rotina e, em campanhas, taxa 
de abandono e controle do envio de boletins de 
imunização. Além do módulo de avaliação do PNI, 
–
 
este Sistema dispõe de um subsistema de estoque 
e distribuição de imunobiológicos para fins 
gerenciais. 
- SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE VIGILÂNCIA DA 
QUALIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO 
HUMANO (SISÁGUA): fornece informações sobre 
a qualidade da água para consumo humano, 
proveniente dos sistemas público e privado, e 
soluções alternativas de abastecimento. Objetiva 
coletar, transmitir e disseminar dados gerados 
rotineiramente, de forma a produzir informações 
necessárias à prática da vigilância da qualidade da 
água de consumo humano (avaliação da 
problemática da qualidade da água e definição de 
estratégias para prevenir e controlar os processos 
de sua deterioração e transmissão de 
enfermidades) por parte das secretarias 
municipais e estaduais de saúde, em cumprimento 
à Portaria nº 36/90, do Ministério da Saúde. 
PRINCIPAIS PROTOZOOSES NOTIFICADAS NO 
MARANHÃO: 
1. LEISHMANIOSE VISCERAL (LV): 
É considerada uma doença emergente e 
incontrolada, dada a sua incidência e alta 
letalidade, principalmente em indivíduos não 
tratados, crianças desnutridas, idosos e indivíduos 
portadores de infecção causada pelo Vírus da 
Imunodeficiência Adquirida (HIV). No Maranhão 
foram notificados 2.663 casos no período de 2015 
a 2018, sendo que em 2017 houve maior número 
de casos e de óbitos. O município de São Luís 
destaca-se com 323 casos registrados nos últimos 
anos, seguido por Barra do Corda (123) e Caxias 
(112). 
2. LEISHMANIOSE TEGUMENTAR (LT) 
É considerada pela Organização Mundial de Saúde 
como uma das seis mais importantes doenças 
infecciosas, pela sua magnitude, alto coeficiente 
de detecção e o risco de ocorrência de 
deformidades que pode produzir no ser humano, 
com reflexos no campo psicológico, social e 
econômico. Dada as características 
epidemiológicas peculiares da LT, as estratégias de 
controle devem ser flexíveis e distintas, adequadas 
a cada região. Ao mesmo tempo em que a 
diversidade de agentes, de reservatórios, de 
vetores, de situações epidemiológicas, aliada ao 
conhecimento ainda insuficiente sobre vários 
desses aspectos evidencia a complexidade do 
controle dessa doença. No Maranhão foram 
notificados 4.116 casos novos confirmado no 
período de 2015 a 2018, sendo que a maior 
concentração da doença ocorre nas regiões de 
saúde de Zé Doca, Imperatriz e Açailândia 
(Amazônia Maranhense), o município de Urbano 
Santos destaca-se com 295 casos registrados nos 
últimos anos, seguido de Barreirinhas (245) e 
Açailândia (216). 
3. MALÁRIA: 
Ao final do ano de 2000 o registro de casos de 
malária alcançou 78.817 e ao final do ano de 2019 
a notificação chegou a 616 casos, sendo que 
destes, 83 casos (13,5%) foram autóctones com 
predominância nas áreas indígenas das Regiões de 
Barra do Corda e Zé Doca. 
4. DOENÇA DE CHAGAS: 
No Brasil vem apresentando mudança do perfil 
epidemiológico em face ao êxito do controle 
vetorial intradomiciliar em todos as áreas onde 
prevalecia o cenário tradicional deste tipo de 
transmissão, causada pelos triatomíneos de 
hábitos predominantemente domiciliares. 
Atualmente a transmissão está ligada ao ciclo 
silvestre do parasita, o Trypanosoma cruzi, 
concentrando-se na Região Amazônica. No 
Maranhão, os casos têm ocorrido com maior 
frequência por transmissão oral, ou seja, pela 
ingestão de alimentos contaminados com 
parasitas provenientes de triatomíneos 
infectados, entre eles, o suco de juçara ou açaí, 
bacaba, além do caldo de cana. 
de saúde (Região de Saúde de Viana e Pinheiro).

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