Buscar

Helmintos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

–
 
VISÃO GERAL: 
Os helmintos constituem um grupo muito 
numeroso de animais, incluindo espécies de vida 
livre e de vida parasitária. Apresentam os 
parasitos distribuídos nos filos Platyhelminthes, 
Nematoda e Acanthocephala. 
 
ESQUISOTOSSOMOSE: 
Na classe Trematoda encontramos a família 
Schistomatidae, que apresenta sexos separados e 
são parasitos de vasos sanguíneos de mamíferos e 
aves. 
 
No Brasil, a doença é popularmente conhecida 
como "xistose", "barriga-d'água" ou "mal-do-
caramujo", atingindo milhões de pessoas, numa 
das maiores regiões endêmicas dessa doença em 
todo o globo. 
 
As espécies do gênero Schistosoma que afetam o 
homem chegaram as Américas durante o tráfico 
de escravos e com os imigrantes orientais e 
asiáticos (nos quais foram detectados numerosos 
indivíduos parasitados pelo S. haematobium e S. 
japonicum). 
 
Entretanto, apenas o S. mansoni aqui se fixou, 
seguramente pelo encontro de bons hospedeiros 
intermediários e pelas condições ambientais 
semelhantes às da região de origem. 
 
MORFOLOGIA: 
A morfologia do S. mansoni deve ser estudada nas 
várias fases que podem ser encontradas em seu 
ciclo biológico: adulto - macho e fêmea -, ovo, 
miracídio, esporocisto e cercaria. 
 
➢ MACHO: 
Mede cerca de 1cm; tem cor esbranquiçada, com 
tegumento recoberto de minúsculas projeções 
(tubérculos). 
 
Possui o corpo dividido em duas porções: anterior 
com a ventosa oral e a ventosa ventral (acetábulo), 
e a posterior (que se inicia após a ventosa ventral) 
onde encontramos o canal ginecóforo. 
 
O canal ginecóforo são dobras das laterais do 
corpo no sentido longitudinal, para albergar a 
fêmea e fecundá-la. 
 
Em seguida à ventosa oral temos o esôfago, que se 
bifurca no nível do acetábulo e funde-se depois, 
formando um ceco único que irá terminar na 
extremidade posterior. 
 
Logo atrás do acetábulo encontramos de sete a 
nove massas testiculares que se abrem 
diretamente no canal ginecóforo (o verme não 
possui órgão copulador e, assim, os 
espermatozoides passam pelos canais deferentes, 
que se abrem no poro genital, dentro do canal 
ginecóforo, e aí alcançaram a fêmea, fecundando-
a. 
 
➢ FÊMEA: 
Mede cerca de 1,5cm. Tem cor mais escura devido 
ao ceco com sangue semidigerido, com tegumento 
liso. Na metade anterior, encontramos a ventosa 
oral e o acetábulo. Seguinte a este temos a vulva, 
depois o útero (com um ou dois ovos), e o ovário. 
A metade posterior é preenchida pelas glândulas 
vitelogênicas (ou vitelinas) e o ceco. 
 
 
–
 
 
 
➢ OVO: 
Mede cerca de 150um de comprimento por 60 de 
largura, sem opérculo, com um formato oval, e na 
parte mais larga apresenta um epísculo voltado 
para trás. O que caracteriza o ovo maduro é a 
presença de um miracídio formado, visível pela 
transparência da casca. O ovo maduro é a forma 
usualmente encontrada nas fezes. 
 
 
 
 
➢ MIRACÍDIO: 
O miracídio apresenta forma cilíndrica, com 
dimensões médias de 180um de comprimento por 
64um de largura. 
 
Apresenta, ademais, células epidérmicas, onde se 
implantam os cílios, os quais permitem o 
movimento no meio aquático. Várias estruturas 
internas estão contidas no meio líquido do interior 
da larva. 
 
A extremidade anterior apresenta uma papila 
apical, ou terebratorium, que pode se amoldar em 
forma de uma ventosa. No terebratorium 
encontram-se as terminações das glândulas 
adesivas anteriormente denominadas "glândulas 
de penetração" e "sacos digestivos", e as 
terminações da glândula de penetração 
anteriormente denominada "tubo digestivo 
primitivo". 
 
Também são encontrados no terebratorium um 
conjunto de cílios maiores e espículos anteriores, 
provavelmente importantes no processo de 
penetração nos moluscos e, finalmente, 
terminações nervosas, que teriam funções tácteis 
e sensoriais. 
 
O aparelho excretor é composto por solenócitos, 
também chamados "células flama" ou "células em 
chama". Estas são em número de quatro, 
apresentando-se em pares, e estão ligadas por 
sistema de canalículos que são drenados para uma 
ampola excretora, a qual termina no poro 
excretor. 
 
O sistema nervoso é muito primitivo, estando 
representado por uma massa celular nervosa 
central, que se ramifica e se conecta com células 
nervosas periféricas por meio de cordões nervosos 
formados de células bipolares. A contratilidade e 
motilidade da larva são comandadas por este 
sistema, que aciona a camada muscular 
subepitelial. 
 
As células germinativas, em número de 50 a 100, 
que darão continuidade ao ciclo no caramujo, 
encontram-se na parte posterior do corpo da 
larva. 
 
 
➢ CERCÁRIA: 
As cercárias apresentam a seguinte morfologia: 
comprimento total de 500um, cauda bifurcada 
medindo 230 por 50um e corpo cercariano com 
190 por 70um. 
 
Duas ventosas estão presentes. A ventosa oral 
apresenta as terminações das chamadas glândulas 
de penetração: quatro pares pré-acetabulares e 
quatro pares pós-acetabulares, e abertura que se 
conecta com o chamado intestino primitivo, 
primórdio do sistema digestivo. 
 
–
 
A ventosa ventral, ou acetábulo, é maior e possui 
musculatura mais desenvolvida. É principalmente 
através desta ventosa que a cercaria fixa-se na 
pele do hospedeiro no processo de penetração. 
 
Verifica-se um sistema excretor constituído de 
quatro pares de células flama. Como a cauda é 
uma estrutura que irá se perder rapidamente no 
processo de penetração, ela não apresenta órgãos 
definidos, servindo apenas para a movimentação 
da larva no meio líquido. 
 
 
 
HABITAT : 
Os vermes adultos vivem no sistema porta. Os 
esquistossomos quando chegam ao fígado 
apresentam um ganho de biomassa exponencial e 
após atingirem a maturação sexual, em tomo de 
25 dias, migram para os ramos terminais da veia 
mesentérica inferior, principalmente na altura da 
parede intestinal do plexo hemorroidário, onde se 
acasalam e, em tomo do 35º dia, as fêmeas iniciam 
a postura dos ovos. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
Na natureza, adaptações numerosas e complexas 
devem ser feitas pelos parasitos, cujos ciclos 
biológicos envolvem acomodações alternadas a 
ambientes tão diferentes como a água e o meio 
interno de seus hospedeiros. 
 
Neste contexto, enquadra- se o S. mansoni, que, 
apresentando um complexo ciclo biológico, 
representa uma notável interação adaptativa 
entre o parasito e seus hospedeiros intermediários 
e definitivos com o ambiente natural onde o ciclo 
ocorre. 
 
O Schistosoma mansoni, ao atingir a fase adulta de 
seu ciclo biológico no sistema vascular do homem 
e de outros mamíferos, alcança as veias 
mesentéricas, principalmente a veia mesentérica 
inferior, migrando contra a corrente circulatória; 
as fêmeas fazem a postura no nível da submucosa. 
 
Cada fêmea põe cerca de 400 ovos por dia, na 
parede de capilares e vênulas, e cerca de 50% 
desses ganham o meio externo. 
 
Cinco anos é a vida média do S. mansoni; embora 
alguns casais possam viver mais de 30 anos 
eliminando ovos. Os ovos colocados nos tecidos 
levam cerca de uma semana para tomarem-se 
maduros (miracídio formado). 
 
Da submucosa chegam à luz intestinal. Os 
prováveis fatores que promovem esta passagem 
são: reação inflamatória; sem dúvida, o processo 
mais importante, já que em animais 
imunossuprimidos ocorre acúmulo de ovos nas 
paredes intestinais; pressão dos ovos que são 
postos atrás ("bombeamento"); enzimas 
proteolíticas produzidas pelo miracídio, lesando os 
tecidos; adelgaçamento da parede do vaso, 
provocado pela distensão do mesmo com a 
presença do casal na sua luz; finalmente, ocorre a 
perfuração da parede venular, já debilitada pelos 
fatores anteriormente citados e auxiliada pela 
descamação epitelial provocada pela passagem do 
bolo fecal, e os ovos ganham o ambiente externo. 
 
Essa migração demora dias; isto é, desde que o 
ovo é colocado, até que atinja a luz intestinal, 
decorre um período mínimo de seis dias, tempo 
necessário para a maturação do ovo. Se, 
decorridos cerca de 20 dias, os ovos não 
conseguirem atingir a luz intestinal, ocorreráa 
morte dos miracídios. 
 
Os ovos podem ficar presos na mucosa intestinal 
ou serem arrastados para o fígado. Os ovos que 
conseguirem chegar à luz intestinal vão para o 
exterior junto com o bolo fecal e têm uma 
expectativa de vida de 24 horas (fezes líquidas) a 
cinco dias (fezes sólidas). 
 
Alcançando a água, os ovos liberam o miracídio, 
estimulado pelos seguintes fatores: temperaturas 
mais altas, luz intensa e oxigenação da água. 
 
Alguns autores apresentaram resultados que 
sugeriam existir uma atração miracidiana com 
relação aos moluscos. 
 
–
 
A capacidade de penetração restringe-se a cerca 
de oito horas após a eclosão e é notavelmente 
influenciada pela temperatura. 
 
O contato com o tegumento do molusco faz com 
que o terebratorium assuma a forma da ventosa, 
ocorrendo, quase que simultaneamente, a 
descarga do conteúdo das glândulas de adesão. 
 
O miracídio agita-se intensamente, com 
movimentos contráteis e rotatórios, comandados 
pelas vibrações ciliares e pela ação da musculatura 
subepitelial. 
 
Neste meio tempo, o conteúdo da glândula de 
penetração é descarregado e as enzimas 
proteolíticas iniciam sua ação de digestão dos 
tecidos. A ação combinada dos intensos 
movimentos do miracídio e da ação enzimática 
constitui o elemento que permite a introdução do 
miracídio nos tecidos do molusco. 
 
O epitélio é ultrapassado e a larva se estabelece no 
tecido subcutâneo. O local de penetração pode ser 
representado por qualquer ponto das partes 
expostas do caramujo, sendo, porém, a base das 
antenas e o pé os pontos preferidos. O processo 
de penetração tem duração entre 10 e 15 minutos. 
Neste processo, cerca de apenas 30% dos 
miracídios são capazes de penetrar e evoluir em B. 
glabrata; 30% penetram, mas não evoluem; e 40% 
são incapazes de até mesmo penetrar no molusco. 
 
A larva, após a perda das glândulas de adesão e 
penetração, continua a perder outras estruturas 
no processo de penetração. Desta forma, o passo 
seguinte será a perda do epitélio ciliado e a 
degeneração do terebratorium. 
 
Em seguida dar-se-á o desaparecimento da 
musculatura subepitelial e, por último, do sistema 
nervoso, que pode persistir por mais alguns dias. 
 
Com exceção do desaparecimento do sistema 
nervoso, todas as alterações citadas ocorrem num 
período de 48 horas. Assim sendo, o miracídio 
transforma-se, na verdade, em um saco com 
paredes cuticulares, contendo a geração das 
células germinativas ou reprodutivas que recebe 
o nome de esporocisto. 
 
 
 
–
 
TRANSMISSÃO 
Penetração ativa das cercárias na pele e mucosa. 
As cercárias penetram mais frequentemente nos 
pés e nas pernas por serem áreas do corpo que 
mais ficam em contato com águas contaminadas. 
 
O horário em que são vistas em maior quantidade 
na água e com maior atividade é entre 10 e 16 
horas, quando a luz solar e o calor são mais 
intensos. 
 
Os locais onde se dá a transmissão mais frequente 
são os focos peridomiciliares: valas de irrigação de 
horta, açudes (reservatórios de água e local de 
brinquedo de crianças), pequenos córregos onde 
as lavadeiras e crianças costumam ir. 
 
PATOGENIA: 
Está ligada a vários fatores, como cepa do parasito, 
carga parasitária adquirida, idade, estado 
nutricional e resposta imunitária da pessoa. De 
todos estes fatores parece que os dois mais 
importantes são a carga parasitária e a resposta do 
sistema imunológico de cada paciente. 
 
A chamada dermatite cercariana ou dermatite do 
nadador pode ocorrer quando as cercárias do 
Schistosoma ou mesmo de Trematoda de outros 
animais penetram na pele do homem. Essa 
dermatite é caracterizada por "sensação de 
comichão, erupção urticariforme e é seguida, 
dentro de 24 horas, por eritema, edema, 
pequenas pápulas e dor". 
 
Cerca de três dias após a penetração das cercárias 
na pele, os esquistossomos são levados aos 
pulmões. A partir da segunda semana após a 
infecção, podem ser encontrados nos vasos do 
fígado e, posteriormente, no sistema porta intra-
hepático. Nessa fase, pode haver linfadenia 
generalizada, febre, aumento volumétrico do baço 
e sintomas pulmonares. 
 
ESQUISTOSSOMOSE AGUDA 
➢ FASE PRÉ POSTURAL: 
Em geral é uma fase com sintomatologia variada, 
que ocorre cerca de 10-35 dias após a infecção. 
Neste período há pacientes que não se queixam de 
nada (forma inaparente ou assintomática) e 
outros reclamam de mal-estar, com ou sem febre, 
problemas pulmonares (tosse), dores musculares, 
desconforto abdominal e um quadro de hepatite 
aguda, causada, provavelmente, pelos produtos 
da destruição dos esquistossomos. 
 
➢ FASE AGUDA: 
Aparece em torno de 50 dias e dura até cerca de 
120 dias após a infecção. Nessa fase pode ocorrer 
uma disseminação miliar de ovos, principalmente 
na parede do intestino. Pode apresentar-se como 
doença aguda, febril, acompanhada de sudorese, 
calafrios, emagrecimento, fenômenos alérgicos, 
diarreia, disenteria, cólicas e 
hepatoesplenomegalia discreta. 
 
ESQUISTOSSOMOSE CRÔNICA: 
Essa forma pode apresentar grandes variações 
clínicas, dependendo de serem as alterações 
predominantemente intestinais, hepatointestinais 
ou hepatoesplênicas. 
 
TENÍASE: 
A classe Cestoda compreende um interessante 
grupo de parasitos, hermafroditas, de tamanhos 
variados, encontrados em animais vertebrados. 
 
Apresentam o corpo achatado dorso 
ventralmente, são providos de órgãos de adesão 
na extremidade mais estreita, a anterior, sem 
cavidade geral, e sem sistema digestório. 
 
Os cestódeos mais frequentemente encontrados 
parasitando os humanos pertencem a família 
Taenidae, na qual são destacadas Taenia solium e 
T. saginata. Essas espécies, popularmente 
conhecidas como solitárias, são responsáveis pelo 
complexo teníase-cisticercose, que pode ser 
definido como um conjunto de alterações 
patológicas causadas pelas formas adultas e 
larvares nos hospedeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
–
 
MORFOLOGIA: 
➢ VERME ADULTO: 
A T. saginata e T. solium apresentam corpo 
achatado, dorso ventralmente em forma de fita, 
dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço e 
estróbilo ou corpo. 
 
ESCÓLEX: 
pequena dilatação, medindo em T. solium de 0,6 
a 1 mm e em T. saginata 1 a 2 mm de diâmetro, 
situada na extremidade anterior, funcionando 
como órgão de fixação do cestódeo à mucosa do 
intestino delgado humano. 
 
Apresenta quatro ventosas formadas de tecido 
muscular, arredondadas e proeminentes. A T. 
solium possui o escólex globuloso com um rostelo 
ou rostro situado em posição central, entre as 
ventosas, armado com dupla fileira de acúleos, 25 
a 50, em formato de foice. 
 
A T. saginata tem o escólex inerme, sem rostelo e 
acúleos. 
 
COLO: 
Porção mais delgada do corpo onde as células do 
parênquima estão em intensa atividade de 
multiplicação, é a zona de crescimento do parasito 
ou de formação das proglotes. 
 
ESTRÓBILO: 
É o restante do corpo do parasito. Inicia-se logo 
após o colo, observando-se diferenciação tissular 
que permite o reconhecimento de órgãos 
internos, ou da segmentação do estróbilo. 
 
Cada segmento formado denomina-se proglote ou 
anel, podendo ter de 800 a 1.000 e atingir 3 
metros na T. solium, ou mais de 1.000, atingindo 
até 8 metros na T. saginata. Assim, quanto mais 
afastado do escólex, mais evoluídas são as 
proglotes. 
 
As proglotes são subdivididas em jovens, maduras 
e grávidas e têm a sua individualidade reprodutiva 
e alimentar. As jovens são mais curtas do que 
largas e já apresentam o início do 
desenvolvimento dos órgãos genitais masculinos 
que se formam mais rapidamente que os 
femininos. 
Este fenômeno é denominado protandria. A 
proglote madura possui os órgãos reprodutores 
completos e aptos para a fecundação. 
 
As situadas mais distantes do escólex, as proglotes 
grávidas, são mais compridas do que largas e 
internamente os órgãos reprodutores vão 
sofrendo involução enquanto o útero se ramifica 
cada vez mais, ficando repleto de ovos. 
 
OVOS: 
Esféricos, morfologicamente indistinguíveis, 
medindo cerca de 30mm de diâmetro.São 
constituídos por uma casca protetora, embrióforo, 
que é formado por blocos piramidais de quitina 
unidos entre si por uma substância provavelmente 
protéica) que lhe confere resistência no ambiente. 
 
Internamente, encontra-se o embrião hexacanto 
ou oncosfera, provido de três pares de acúleos e 
dupla membrana. 
 
CISTICERCO: 
O cisticerco da T. solium é constituído de uma 
vesícula translúcida com líquido claro, contendo 
invaginado no seu interior um escólex com quatro 
ventosas, rostelo e colo. O cisticerco da T. 
saginata apresenta a mesma morfologia diferindo 
apenas pela ausência do rostelo. Estas larvas 
podem atingir até 12mm de comprimento, após 
quatro meses de infecção. 
 
 
 
 
 
–
 
HABITAT 
Tanto a T. solium como a T. saginata, na fase 
adulta ou reprodutiva, vivem no intestino delgado 
humano; já o cisticerco da T. solium é encontrado 
no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, 
cerebral e no olho de suínos e acidentalmente em 
humanos e cães. O cisticerco da T. saginata é 
encontrado nos tecidos dos bovinos. 
 
CICLO BIOLÓGICO 
Os humanos parasitados eliminam as proglotes 
grávidas cheias de ovos para o exterior. Em alguns 
casos, durante a apólise pode ocorrer formação de 
hérnia entre as proglotes devido a não-
cicatrização nas superfícies de ruptura entre as 
mesmas, o que facilita a expulsão dos ovos para a 
luz intestinal e a eliminação com as fezes. 
 
Mais frequentemente as proglotes se rompem no 
meio externo, por efeito da contração muscular ou 
decomposição de suas estruturas, liberando 
milhares de ovos no solo. No ambiente úmido e 
protegido de luz solar intensa os ovos têm grande 
longevidade mantendo-se infectantes por meses. 
 
Um hospedeiro intermediário próprio (suíno para 
T. solium e bovino para T saginata) ingere os ovos, 
e os embrióforos (casca de ovo) no estômago 
sofrem a ação da pepsina, que atua sobre a 
substância cementante dos blocos de quitina. 
 
No intestino, as oncosferas sofrem a ação dos sais 
biliares, que são de grande importância na sua 
ativação e liberação. Uma vez ativada, as 
oncosferas liberam-se do embrióforo e 
movimentam-se no sentido da vilosidade, onde 
penetram com auxílio dos acúleos. Permanecem 
nesse local durante cerca de quatro dias para 
adaptarem-se As condições fisiológicas do novo 
hospedeiro. Em seguida, penetram nas vênulas e 
atingem as veias e os linfáticos mesentéricos. 
 
Através da acorrente circulatória, são 
transportadas por via sanguínea a todos os órgãos 
e tecidos do organismo até atingirem o local de 
implantação por bloqueio do capilar. 
Posteriormente, atravessam a parede do vaso, 
instalando-se nos tecidos circunvizinhos. 
 
As oncosferas desenvolvem-se para cisticercos em 
qualquer tecido mole (pele, músculos esqueléticos 
e cardíacos, olhos, cérebro etc.), mas preferem os 
músculos de maior movimentação e com maior 
oxigenação (masseter, língua, coração e cérebro). 
No interior dos tecidos, perdem os acúleos 
(mesmo em T. solium) e cada oncosfera 
transforma-se em um pequeno cisticerco delgado 
e translúcido, que começa a crescer atingindo ao 
final de quatro ou cinco meses de infecção 12mm 
de comprimento. 
 
Permanecem viáveis nos músculos por alguns 
meses e o cisticerco da T. solium, no SNC, alguns 
anos. 
 
A infecção humana ocorre pela ingestão de carne 
crua ou malcozida de porco ou de boi infectado. O 
cisticerco ingerido sofre a ação do suco gástrico, 
envagina-se e fixa-se, através do escólex, na 
mucosa do intestino delgado, transformando- se 
em uma tênia adulta, que pode atingir até oito 
metros em alguns meses. 
 
Três meses após a ingestão do cisticerco, inicia-se 
a eliminação de proglotes grávidas. A proglote 
grávida de T. solium tem menor atividade 
locomotora que a de T. saginata, sendo observada 
em alguns pacientes a eliminação de proglotes 
dessa espécie ativamente pelo ânus e raramente 
pela boca. 
 
A T. solium tem uma longevidade de três anos 
enquanto a T. saginata até dez anos. Durante o 
parasitismo, várias proglotes grávidas se 
desprendem diariamente do estróbilo, três a seis 
de cada vez em T. solium e oito a nove 
(individualmente) em T. saginata. O colo, 
produzindo novas proglotes, mantém o parasito 
em crescimento constante. 
–
 
TRANSMISSÃO: 
Teníase: o hospedeiro definitivo (humanos) 
infecta-se ao ingerir carne suína ou bovina, crua ou 
malcozida, infetada, respectivamente, pelo 
cisticerco de cada espécie de Taenia. 
 
A cisticercose humana é adquirida pela ingestão 
acidental de ovos viáveis da T. solium que foram 
eliminados nas fezes de portadores de teníase. 
 
Os mecanismos possíveis de infecção humana são: 
• Autoinfecção externa: ocorre em 
portadores de T. solium quando eliminam 
proglotes e ovos de sua própria tênia 
levando-os a boca pelas mãos 
contaminadas ou pela coprofagia 
(observado principalmente em condições 
precárias de higiene e em pacientes com 
distúrbios psiquiátricos). 
• Autoinfecção interna: poderá ocorrer 
durante vômitos ou movimentos 
retroperistálticos do intestino, 
possibilitando presença de proglotes 
grávidas ou ovos de T. solium no 
estômago. Estes depois da ação do suco 
gástrico e posterior ativação das 
oncosferas voltariam ao intestino delgado, 
desenvolvendo o ciclo auto infectante. 
• Heteroinfecção: ocorre quando os 
humanos ingerem alimentos ou água 
contaminados com os ovos da T. solium 
disseminados no ambiente através das 
dejeções de outro paciente. 
PATOGENIA 
Apesar de ser a tênia popularmente conhecida 
como solitária, indicando que um hospedeiro 
alberga apenas um parasito, na prática, o que se 
observa são pessoas infectadas com mais de uma 
tênia, da mesma espécie. 
 
Devido ao longo período em que a T. solium ou T. 
saginata parasita o homem, elas podem causar 
fenômenos tóxicos alérgicos, através de 
substâncias excretadas, provocar hemorragias 
através da fixação na mucosa, destruir o epitélio e 
produzir inflamação com infiltrado celular com 
hipo ou hipersecreção de muco. 
 
O acelerado crescimento do parasito requer um 
considerável suplemento nutricional, que leva a 
–
 
uma competição com hospedeiro, provocando 
consequências maléficas para o mesmo. Tonturas, 
astenia, apetite excessivo, náuseas, vômitos, 
alargamento do abdômen, dores de vários graus 
de intensidade em diferentes regiões do abdômen 
e perda de peso são alguns dos sintomas 
observados em decorrência da infecção. 
 
ASCARIDÍASE: 
O A. lumbricoides é encontrado em quase todos 
os países do mundo e ocorre com frequência 
variada em virtude das condições climáticas, 
ambientais e, principalmente, do grau de 
desenvolvimento socioeconômico da população. 
 
Estes helmintos são citados com frequência, pela 
ampla distribuição geográfica e pelos danos 
causados aos hospedeiros. São popularmente 
conhecidos como lombriga ou bicha, causando a 
doença denominada ascaridíase. 
 
MORFOLOGIA: 
O estudo da morfologia deste parasito deve ser 
feito observando-se as fases evolutivas do seu 
ciclo biológico, isto é, os vermes macho e fêmea e 
o ovo. 
 
As formas adultas são longas, robustas, cilíndricas 
e apresentam as extremidades afiladas. No 
entanto, deve-se mencionar que o tamanho os 
exemplares de A. lumbricoides está na 
dependência do número de parasitos albergados e 
do estado nutricional do hospedeiro. 
 
Assim, as dimensões dadas para machos e fêmeas 
referem-se a helmintos recolhidos de crianças 
com baixas cargas parasitárias e bem nutridas. 
 
➢ MACHOS: 
Quando adultos, medem cerca de 20 a 30cm de 
comprimento e apresentam cor leitosa. A boca ou 
vestíbulo bucal está localizado na extremidade 
anterior, e é contornado por três fortes lábios com 
serrilha de dentículos e sem interlábios. 
 
A boca, segue-se o esôfago musculoso e, logo 
após, o intestino retilíneo. O reto é encontrado 
próximo a extremidade posterior. Apresenta um 
testículo filiforme e enovelado, que se diferencia 
em canal deferente, continua pelo canal 
ejaculador, abrindo-se na cloaca, localizada 
próximo a extremidadeposterior. Apresentam 
ainda dois espículos iguais que funcionam como 
órgãos acessórios da cópula. 
 
Não possuem gubernáculo. A extremidade 
posterior fortemente encurvada para a face 
ventral é o caráter sexual externo que o diferencia 
facilmente da fêmea. Notam-se ainda na cauda 
papilas pré e cloacais. 
 
➢ FÊMEAS: 
Medem cerca de 30 a 40cm, quando adultas, 
sendo mais robustas que os exemplares machos. A 
cor, a boca e o aparelho digestivo são semelhantes 
aos do macho. Apresentam dois ovários filiformes 
e enovelados que continuam como ovidutos, 
diferenciando em úteros que vão se unir em uma 
única vagina, que se exterioriza pela vulva, 
localizada no terço anterior do parasito. A 
extremidade posterior da fêmea é retilínea. 
 
 
 
➢ OVOS: 
Originalmente são brancos e adquirem cor 
castanha devido ao contato com as fezes. São 
grandes, com cerca de 50 um de diâmetro, ovais e 
com cápsula espessa, em razão da membrana 
externa mamilonada, secretada pela parede 
uterina e formada por mucopolissacarídeos. 
 
A essa membrana seguem-se uma membrana 
média constituída de quitina e proteína e outra 
mais interna, delgada e impermeável à água 
constituída de 25% de proteínas e 75% de lipídios. 
 
Esta Última camada confere ao ovo grande 
resistência às condições adversas do ambiente. 
Internamente, os ovos dos ascarídeos apresentam 
uma massa de células germinativas. 
 
Frequentemente podemos encontrar nas fezes 
ovos inférteis. São mais alongados, possuem 
membrana mamilonada mais delgada e o 
–
 
citoplasma granuloso. Algumas vezes, ovos férteis 
podem apresentar-se sem a membrana 
mamilonada. 
 
 
 
HABITAT 
Em infecções moderadas, os vermes adultos são 
encontrados no intestino delgado, principalmente 
no jejuno e íleo, mas, em infecções intensas, estes 
podem ocupar toda a extensão do intestino 
delgado. Podem ficar presos à mucosa, com auxílio 
dos lábios ou migrarem pela luz intestinal. 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
É do tipo monoxênico, isto é, possuem um único 
hospedeiro. Cada fêmea fecundada é capaz de 
colocar, por dia, cerca de 200.000 ovos não-
embrionados. que chegam ao ambiente 
juntamente com as fezes. Os ovos férteis em 
presença de temperatura entre 25º e 30ºC 
tornam-se embrionados em 15 dias. 
 
A primeira larva (L1) forma dentro do ovo e é do 
tipo rabditóide, isto é, possui o esôfago com duas 
dilatações, uma em cada extremidade e uma 
constrição no meio. Após uma semana, ainda 
dentro do ovo, essa larva sofre muda 
transformando-se em L2 e, em seguida, nova 
muda transformando- se em L3 infectante com 
esôfago tipicamente filarióide (esôfago retilíneo). 
 
Até há pouco tempo considerava- se como forma 
infectante o ovo contendo a L2 no seu interior. 
 
Após a ingestão, os ovos contendo a L3 atravessam 
todo o trato digestivo e as larvas eclodem no 
intestino delgado. A eclosão ocorre graças a 
fatores ou estímulos fornecidos pelo próprio 
hospedeiro, como a presença de agentes 
redutores, o pH, a temperatura, os sais e, o mais 
importante, a concentração CO, cuja ausência 
inviabiliza a eclosão. 
 
As larvas, uma vez liberadas, atravessam a parede 
intestinal na altura do ceco caem nos vasos 
linfáticos e nas veias e invadem o fígado entre 18 
e 24 horas após a infecção. Em dois a três dias 
chegam ao coração direito, através da veia cava 
inferior ou superior e quatro a cinco dias após são 
encontradas nos pulmões (ciclo de LOSS). 
 
Cerca de oito dias da infecção, as larvas sofrem 
muda para L4 rompem os capilares e caem nos 
alvéolos, onde mudam para L5. Sobem pela árvore 
brônquica e traqueia, chegando até a faringe. 
Podem então ser expelidas com a expectoração ou 
serem deglutidas, atravessando incólumes o 
estômago e fixando-se no intestino delgado. 
Transformam-se em adultos jovens 20 a 30 dias 
após a infecção. Em 60 dias alcançam a 
maturidade sexual, fazem a cópula, ovipostura e já 
são encontrados ovos nas fezes do hospedeiro. Os 
vermes adultos têm uma longevidade de um a dois 
anos. 
 
–
 
TRANSMISSÃO: 
Ocorre através da ingestão de água ou alimentos 
conta- minados com ovos contendo a L3. Os ovos 
de A. lumbricoides têm uma grande capacidade de 
aderência a superfícies, o que representa um fator 
importante na transmissão da parasitose. Uma vez 
presente no ambiente ou em alimentos, estes 
ovos não são removidos com facilidade por 
lavagens. Por isto, o uso de substâncias que 
tenham capacidade de inviabilizar o 
desenvolvimento dos ovos em ambientes e 
alimentos é de grande importância para o controle 
da transmissão. 
 
PATOGENIA 
Deve ser estudada acompanhando-se o ciclo deste 
helminto, ou seja, a patogenia das larvas e dos 
adultos. Em ambas as situações, a intensidade das 
alterações provocadas está diretamente 
relacionada com o número de formas presentes 
no parasito. 
 
➢ LARVAS: 
Em infecções de baixa intensidade, normalmente 
não se observa nenhuma alteração. Em infecções 
maciças encontramos lesões hepáticas e 
pulmonares. No fígado, quando são encontradas 
numerosas formas larvares migrando pelo 
parênquima, podem ser vistos pequenos focos 
hemorrágicos e de necrose que futuramente 
tomam-se fibrosados. Nos pulmões ocorrem 
vários pontos hemorrágicos na passagem das 
larvas para os alvéolos. 
 
➢ VERMES ADULTOS: 
Em infecções de baixa intensidade, três a quatro 
vermes, o hospedeiro não apresenta manifestação 
clínica. Já nas infecções médias, 30 a 40 vermes, 
ou maciças, 100 ou mais vermes, podemos 
encontrar as seguintes alterações: 
• ação espoliadora: os vermes consomem 
grande quantidade de proteínas, 
carboidratos, lipídios e vitaminas A e C, 
levando o paciente, principalmente 
crianças, a subnutrição e depauperamento 
físico e mental; 
• ação tóxica: reação entre antígenos 
parasitários e anticorpos alergizantes do 
hospedeiro, causando edema, urticária, 
conwlsões epileptiformes etc.; 
• ação mecânica: causam irritação na 
parede e podem enovelar-se na luz 
intestinal, levando à sua obstrução; 
• localização ectópica: nos casos de 
pacientes com altas cargas parasitárias ou 
ainda em que o verme sofra alguma ação 
irritativa, a exemplo de febre, uso 
impróprio de medicamento e ingestão de 
alimentos muito condimentados o 
helminto desloca-se de seu hábitat normal 
–
 
atingindo locais não-habituais. Aos vermes 
que fazem esta migração dá-se o nome de 
"áscaris errático". 
 
ENTEROBIOSE: 
O gênero Enterobius apresenta sete espécies que, 
são parasitos de vários macacos em diferentes 
regiões (Asia, Africa, América), mas que não 
atingem o ser humano. A espécie que realmente 
nos interessa é o E. vermicularis, que possui 
distribuição geográfica mundial, mas tem 
incidência maior nas regiões de clima temperado. 
É muito comum em nosso meio, atingindo 
principalmente a faixa etária de 5 a 15 anos, 
apesar de ser encontrado em adultos também. 
MORFOLOGIA 
O E. vermicularis apresenta nítido dimorfismo 
sexual, entretanto, alguns caracteres são comuns 
aos dois sexos: cor branca, filiformes. Na 
extremidade anterior, lateralmente à boca notam-
se expansões vesiculosas muito típicas, chamadas 
"asas cefálicas". A boca é pequena, seguida de um 
esôfago também típico: é claviforme, terminando 
em um bulbo cardíaco. Os caracteres específicos 
de cada forma são os que se seguem: 
 
➢ FÊMEA: 
Mede cerca de 1cm de comprimento, por 0,4mm 
de diâmetro. Cauda pontiaguda e longa. A vulva 
abre-se na porção média anterior, a qual é seguida 
por uma curta vagina que se comunica com dois 
úteros; cada ramo uterino se continua com o 
oviduto e ovário. 
 
➢ MACHO: 
Mede cerca de 5mm de comprimento, por 0,2rnm 
de diâmetro. Cauda fortemente recusada em 
sentido ventral, com um espiculo presente; 
apresenta um único testículo. 
 
➢ OVOS: 
Mede cerca de 50un de comprimento por 20um de 
largura. Apresenta o aspecto grosseiro de um D, 
pois um dos lados é sensivelmente achatado e o 
outro é convexo. Possui membrana dupla, lisa e 
transparente. No momento em que sai da fêmea, 
já apresenta no seu interior uma larva. 
HABITATMachos e fêmeas vivem no ceco e apêndice. As 
fêmeas, repletas de ovos (5 a 16 mil ovos), são 
encontradas na região perianal. Em mulheres, as 
vezes pode-se encontrar esse parasito na vagina, 
útero e bexiga. 
 
CICLO BIOLÓGICO 
É do tipo monoxênico; após a cópula, os machos 
são eliminados com as fezes e morrem. As fêmeas, 
repletas de ovos, se desprendem do ceco e 
dirigem-se para o ânus (principalmente à noite). 
Alguns autores suspeitam que elas realizam 
oviposição na região perianal, mas a maioria 
afirma que a fêmea não é capaz de fazer postura 
dos ovos; os mesmos seriam eliminados por 
rompimento da fêmea, devido a algum 
traumatismo ou dissecamento. 
 
Como ela se assemelha a um "saco de ovos", com 
a cutícula extremamente distendida, parece que o 
rompimento da mesma se toma fácil. Os ovos 
eliminados, já embrionados, se tomam infectantes 
em poucas horas e são ingeridos pelo hospedeiro. 
 
No intestino delgado, as larvas rabditóides 
eclodem e sofrem duas mudas no trajeto intestinal 
até o ceco. Aí chegando, transformam-se em 
vermes adultos. Um a dois meses depois as fêmeas 
são encontradas na região perianal. Não havendo 
reinfecção, o parasitismo extingue-se aí. 
–
 
 
 
TRANSMISSÃO: 
Os mecanismos de transmissão que podem 
ocorrer são: 
• heteroinfecção: quando ovos presentes na 
poeira ou alimentos atingem novo 
hospedeiro (é também conhecida como 
primoinfecção); 
• indireta: quando ovos presentes na poeira 
ou alimentos atingem o mesmo 
hospedeiro que os eliminou; 
• autoinfecção externa ou direta: a criança 
(frequentemente) ou o adulto (raramente) 
levam os ovos da região perianal a boca. É 
o principal mecanismo responsável pela 
cronicidade dessa verminose; 
• autoinfecção interna: parece ser um 
processo raro no qual as larvas eclodiriam 
ainda dentro do reto e depois migrariam 
até o ceco, transformando-se em vermes 
adultos; 
• retro infecção: as larvas eclodem na região 
perianal (externamente), penetram pelo 
ânus e migram pelo intestino grosso 
chegando até o ceco, onde se transformam 
em vermes adultos. 
 
PATOGENIA 
Na maioria dos casos, o parasitismo passa 
despercebido pelo paciente. Este só nota que 
alberga o verme quando sente ligeiro prurido anal 
(a noite, principalmente) ou quando vê o verme 
(chamado popularmente de "lagartinha") nas 
fezes. Em infecções maiores, pode provocar 
enterite catarral por ação mecânica e irritativa. O 
ceco apresenta-se inflamado e, as vezes, o 
apêndice também é atingido. 
 
A alteração mais intensa e mais frequente é o 
prurido anal. A mucosa local mostra-se congesta, 
recoberta de muco contendo ovo e, à vezes, 
fêmeas inteiras. O ato de coçar a região anal pode 
–
 
lesar ainda mais o local, possibilitando infecção 
bacteriana secundária. 
TRICURÍASE: 
A infecção de T. trichiura tem distribuição 
cosmopolita, sendo estimado cerca de 1 bilhão de 
pessoas infectadas no mundo, das quais, 
aproximadamente 350 milhões apresentam idade 
inferior a 15 anos e, geralmente, estão expostas a 
infecções com alta carga parasitária, 
apresentando os quadros mais graves desta 
helmintose. 
 
Os vermes adultos apresentam uma forma típica 
semelhante a um chicote. Esta aparência é 
consequência do afilamento da região esofagiana, 
que compreende cerca de 213 do comprimento 
total do corpo, e do alargamento posterior, na 
região do intestino e órgãos genitais. 
 
MORFOLOGIA: 
➢ ADULTOS: 
T. trichiura medem de 3 a 5cm de comprimento, 
sendo os machos menores que as fêmeas. A boca, 
localizada na extremidade anterior, é uma 
abertura simples e sem lábios, seguida por um 
esôfago bastante longo e delgado, que ocupa 
aproximadamente 2/3 do comprimento total do 
verme. 
 
Na porção final, o esôfago apresenta- se como um 
tubo de parede delgada, circundado por uma 
camada unicelular de grandes esticócitos. A parte 
posterior do corpo de T trichiura, cerca de 1/3 do 
comprimento total, compreende a porção 
alargada, onde se localiza o sistema reprodutor 
simples e o intestino que termina no ânus, 
localizado próximo a extremidade da cauda. 
 
Os vermes adultos são dióicos e com dimorfismo 
sexual. O macho é menor, possui testículo único 
seguido por canal deferente, canal ejaculador que 
termina com um espículo. 
 
A extremidade posterior é fortemente curvada 
ventralmente, apresentando o espículo protegido 
por uma bainha, recoberta por pequenos 
espinhos. Na fêmea pode-se observar ovário e 
útero únicos, que se abrem na vulva, localizada na 
proximidade da junção entre esôfago e intestino. 
➢ OVOS: 
Medem de 50-55un de comprimento por 22un de 
largura, apresentam um formato elíptico 
característico com poros salientes e transparentes 
em ambas as extremidades, preenchidos por 
material lipídico. A casca do ovo de Trichuris é 
formada por três camadas distintas, uma camada 
lipídica externa, uma camada quitinosa 
intermediária e uma camada vitelínica interna, 
que favorece a resistência destes ovos a fatores 
ambientais 
 
HABITAT: 
Os adultos de T. trichiura são parasitos de 
intestino grosso de humanos, e em infecções leves 
ou moderadas, estes vermes habitam 
principalmente o ceco e cólon ascendente do 
hospedeiro. 
 
Nas infecções intensas ocupam também cólon 
distal, reto e porção distal do íleo T. trichiura é 
considerado por muitos autores um parasito 
tissular, pois toda a região esofagiana do parasito 
penetra na camada epitelial da mucosa intestinal 
do hospedeiro, onde se alimenta principalmente 
de restos dos enterócitos lisados pela ação de 
enzimas proteolíticas secretadas pelas glândulas 
esofagianas do parasito (esticócitos). 
 
CICLO BIOLÓGICO: 
É do tipo monoxeno; fêmeas e machos que 
habitam o intestino grosso se reproduzem 
sexuadamente e os ovos são eliminados para o 
meio externo com as fezes diferentes estudos 
relatam que a relação de vermes fêmeas para cada 
macho é próxima de 1. 
 
A sobrevivência dos vermes adultos no homem é 
estimada em cerca de três a quatro anos, com 
base no período de eliminação da infecção de 
populações que migram de uma área endêmica 
para outra área sem transmissão. 
 
Estimativas indiretas, com base na intensidade da 
infecção em diferentes faixas etárias da população 
de áreas endêmicas, indicam uma sobrevida de 
um a dois anos para os vermes adultos de t. 
trichiura. 
 
–
 
A fêmea fecundada elimina de 3.000 a 20.000 ovos 
por dia, sugerindo uma reposição diária de 5% a 
30% dos cerca de 60.000 ovos encontrados no 
útero. O embrião contido no ovo recém-eliminado 
se desenvolve no ambiente para se tomar 
infectante. 
 
Da mesma maneira que Ascaris lumbricoides, os 
ovos de T. trichiura são muito sensíveis a 
dessecação, não sobrevivendo por mais de 15 dias 
quando a umidade relativa é menor que 77%. 
 
Entretanto, em condições ambientais favoráveis, 
os ovos de T. trichiura contendo as larvas 
infectantes podem permanecer viáveis por longo 
período de tempo. 
 
Os ovos infectantes podem contaminar alimentos 
sólidos e líquidos, podendo, assim, serem 
ingeridos pelo homem. As larvas de T trichiura 
eclodem através de um dos poros presentes nas 
extremidades do ovo, no intestino delgado do 
hospedeiro. 
 
O desenvolvimento das larvas de Trichuris em 
humanos nos primeiros dias após a eclosão ainda 
é bastante controverso. A maioria dos autores 
relata que as larvas inicialmente penetram no 
epitélio da mucosa intestinal na região duodenal e 
posteriormente estas larvas ganham a luz 
intestinal e migram para região cecal onde 
completam seu desenvolvimento. 
 
A permanência das larvas no duodeno do 
hospedeiro foi inicialmente descrita em infecção 
experimental de T vuípis em cães, utilizando-se 
uma grande quantidade de ovos para a infecção 
dos animais; portanto, alguns autores discutem a 
relevância fisiologia da presença das larvas no 
duodeno e sua existência em infecções humanas. 
 
Estudos histológicos revelam que as larvas de 
Trichuris sp. podem penetrar na mucosa em várias 
regiões do intestino, mas esta penetração ocorre 
principalmenteno intestino grosso, e não foram 
encontradas evidências de que as larvas que 
penetram no duodeno completam seu 
desenvolvimento, ou mesmo que ocorra uma 
posterior migração das larvas do duodeno para o 
intestino grosso. 
 
Na região do ceco, as larvas migram por dentro das 
células epiteliais, em direção do lúmen intestinal, 
formando túneis sinuosos na superfície epitelial da 
mucosa. 
 
Durante este período as larvas se desenvolvem em 
vermes adultos, passando pelos quatro estágios 
larvais típicos do desenvolvimento dos 
nematódeos; ocorre a diferenciação dos 
esticócitos na região esofagiana, e do órgão 
genital na porção posterior para a junção do 
esôfago com o intestino. O crescimento e 
desenvolvimento dos vermes levam ao 
rompimento das células epiteliais e a exposição da 
porção posterior do corpo de T. trichiura à luz 
intestinal do hospedeiro. 
–
 
 
TRANSMISSÃO: 
Os ovos de trichiura eliminados com as fezes do 
hospedeiro infectado contaminam o ambiente, 
em locais sem saneamento básico. Como os ovos 
são extremamente resistentes as condições 
ambientais, podem ser disseminados pelo vento 
ou pela água e contaminar alimentos sólidos ou 
líquidos, sendo, então ingeridos pelo hospedeiro. 
 
Ovos de trichiura também podem ser 
disseminados por mosca doméstica, que 
transportam os ovos na superfície externa do 
corpo, do local onde as fezes foram depositadas 
até o alimentos. 
 
Em algumas áreas de alta prevalência de tricuríase 
tem sido demonstrada que a prática de geofagia é 
muito frequente, principalmente entre crianças e 
 
 
mulheres grávidas, sendo esta uma importante 
fonte de infecção, especialmente em algumas 
regiões da África, Índia e América Latina 
 
 
 
 
 
PATOGENIA 
Apesar do grande número de pessoas infectadas 
por t. trichiura, a tricuríase não tem sido tratada 
com a devida atenção pelas autoridades de saúde 
pública das regiões de alta prevalência da 
infecção. 
 
Provavelmente, o descaso seja devido a grande 
proporção de casos assintomáticos da doença e da 
falta de informações quanto a real consequência 
da infecção crônica, especialmente em crianças. 
 
A gravidade da tricuríase depende da carga 
parasitária, mas também tem importante 
influência de fatores, como idade do hospedeiro, 
estado nutricional e a distribuição dos vermes 
adultos no adulto. 
 
Em geral, observa-se uma correlação positiva 
entre intensidade de infecção e gravidade da 
sintomatologia, portanto, a maioria dos pacientes 
com infecções leves é assintomática ou apresenta 
sintomatologia intestinal discreta, enquanto os 
pacientes com infecção moderada apresentam 
graus variados de sintomas como dores de cabeça, 
dor epigástrica, dor no baixo abdome, diarreia, 
náusea e vômitos.

Continue navegando

Outros materiais