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O sistema nervoso é dividido em SNC periférico e SNC central. No SNC periférico, há • SN somático • SN autônomo o Parassimpático o Simpático o Entérico Parassimpático → as fibras originam-se em sentido craniossacral. Simpático → as fibras originam-se em sentido toracolombar. Via simpática Fibra pré-ganlgionar curta e libera acetilcolina Fibra pós-ganglionar longa e libera noradrenalina Exceções: alguns neurônios da via simpático além de noradrenalina podem produzir dopamina. Via parassimpática Fibra pré-ganglionar longa e libera acetilcolina Fibra pós-gangliconar curta e libera acetilcolina O local de origem anatômica da fibra pré e tamanho da fibra determinam a nomenclatura de simpático ou parassimpático. Exceção: fibra pré curta em suprarrenal libera acetilcolina diretamente na medula suprarrenal. Esse estímulo leva a produção de epinefrina, que poderá ser jogada diretamente na corrente sanguínea. Neurônios pós-ganglionares parassimpáticos Liberam acetilcolina Que no tecido alvo atuam em receptores colinérgicos do tipo muscarínicos Neurônios pós-ganglionares simpáticos Liberam norepinefrina/noradrenalina Que no tecido alvo atuam em receptores adrenérgicos Receptores adrenérgicos são acoplados a proteína G (ou seja, são metabotróficos, uma vez ativados iniciam uma cascata de sinalização via proteína G). Há receptores adrenérgicos acoplados a proteína Gq, Gs e Gi. A resposta do tecido alvo varia de acordo com o subtipo do receptor adrenérgico (alfa ou beta) ativado ou bloqueado. Noradrenalina é um agonista endógeno. A ativação dos receptores por esse neurotransmissor promove respostas específicas, como: • Receptores alfa1 em músculo radial da íris ativados gera midríase. Receptores muscarínicos em músculo do esfíncter da íris gera miose. • Receptores beta1 e beta2 no músculo cardíacos ativados gera aumento de frequência cardíaca Receptores M2 ativados gera diminuição de frequência cardíaco Farmacologia do SNA Fármacos podem atuar tanto na via colinérgica quanto na adrenérgica. Em via colinérgica, há fármacos agonistas e antagonistas colinérgicos. Fármacos parassimpatomiméticos → mimetizam a ação da acetilcolina, atuando de forma agonista. Fármacos parassimpatolíticos → promovem efeitos antagônicos aos da acetilcolina. Em via adrenérgica, há fármacos agonistas e antagonistas adrenérgicos. Fármacos simpatomiméticos → mimetizam a ação da noradrenalina, com ação agonista. Fármacos simpatolíticos → promovem efeitos antagônicos aos da noradrenalina. Transmissão adrenérgica Neurotransmissores de via de transmissão adrenérgica são chamados catecolaminas: noradrenalina, adrenalina, dopamina, serotonina. Todas possuem catecol – anel benzeno ligado a duas hidroxilas. Todas são derivadas da tirosina e possuem grupo amina. Na maioria dos neurônios adrenérgicos, o produto final é a norepinefrina. Porém, na medula da suprarrenal, a norepinefrina é convertida em epinefrina. Norepinefrina após produzida fica armazenada em vesículas. Devido a influxo de Ca++ no neurônio, é estimulada a fusão de proteínas de membrana com a vesícula. Por mecanismo de exocitose, o neurotransmissor é liberado na fenda sináptica. Há alguns mecanismos de controle sobre as epinefreninas produzidas: • Podem envolver autorreceptores, isto é, receptores de epinefrina, que fazem com que ela se ligue e volte para dentro do próprio neurônio – receptor NET (transportador de norepinefrina). Cocaína e antidepressivos tricíclicos podem bloquear o receptor NET. Isso causa maior concentração de epinefrina na fenda sináptica, aumentado a chance de reação com seus adrenoreceptores, fazendo com que tenha efeito pronunciado. VMAT → transportador vesicular de monoaminas. Esses transportadores controlam entrada e saída dos neurotransmissores da vesícula. Reserpina é um fármaco que tem ação inibitória na VMAT, usado como anti hipertensivo no passado, por causar a diminuição da liberação da noradrenalina. Metirosina é inibidor de tirosina hidroxilase, interrompendo as etapas de síntese de epinefrina. É usado em feocromocitoma, um tipo raro de tumor de células cromafins (células neuroendócrinas encontradas na medula da glândula adrenal). • Podem envolver enzimas Há 2 enzimas mais importantes: MAO (enzima mitocondrial) e COMT (enzima citoplasmática). Neurotransmissores são metabolizados por essas enzimas e são eliminados pela urina. Antidepressivos inibidores da MAO → com a inibição da MAO, há diminuição na degradação das catecolaminas e aumento da concentração delas. O problema como antidepressivo é que atua em catecolaminas de forma geral, gerando efeitos adversos maiores. Agonistas adrenérgicos – alfa e beta Noradrenalina pode ser administrada em caso de emergência hipotensiva. Receptor beta 1 ativado pela noradrenalina gera aumento de frequência cardíaca e vasoconstrição. Um dos efeitos adversos poderá ser hipertensão, taquicardia. Por isso é importante que haja dosagem correta e os fármacos sejam usados em situações bem específicas. Simpatomiméticos Agonistas adrenérgicos. Independente da via e mecanismo de ação, o efeito observável é o mesmo que a epinefrina causaria. Podem ser classificados de acordo com: • Espectro de receptores que ativam • Mecanismo de ação ▪ Diretos – atuam diretamente sobre receptores adrenérgicos. ▪ Indiretos – não ativam receptores. o Deslocam catecolaminas armazenadas na terminação nervosa o Inibem recaptação de catecolaminas liberadas o Impedem metabolismo enzimático ▪ Mistos – se ligam em receptores e promovem maior interação do ligante endógeno com o receptor. Receptores adrenérgicos Todos eles são ativados pela proteína G. Os agonistas adrenérgicos atuam em receptores alfa e beta com intensidades diferentes, por conta da afinidade de determinadas moléculas por diferentes subtipos de receptores. Em receptores alfa adrenérgicos, a epinefrina tem afinidade maior do que a norepinefrina, que é maior que a afinidade pelo isoproterenol. Já em receptores beta adrenérgicos, o isoproterenol possui maior afinidade que a epinefrina, que possui maior afinidade que a norepinefrina. Adrenoceptor alfa 1 • Vasoconstrição • Aumento da resistência periférica • Aumento da pressão artéria • Midríase • Maior fechamento do esfíncter interno da bexiga urinária Adrenoceptor alfa 2 Localizado no neurônio pré-sináptico. Uma molécula que ative alfa 1 no tecido alvo pode estar ativando também alfa 2 no neurônio pré-sináptico, como um mecanismo de controle. O adrenoceptor alfa 2 causa, portanto: • Inibição da liberação da norepinefrina • Inibição da liberação de acetilcolina • Inibição da liberação de insulina Adrenoceptor beta 1 • Taquicardia • Aumento da lipólise • Aumento da contratilidade do miocárdio • Aumento da liberação de renina Alguns fármacos podem atuar concomitantemente em dois receptores. Adrenoceptor beta 2 • Vasodilatação • Diminuição da resistência periférica • Broncodilatação • Aumento da glicogenólise hepática e muscular • Aumento da liberação de glucagon • Relaxamento da musculatura uterina – ex.: salbutamol (ou albuterol) para prevenir parto prematuro Todos os receptores adrenérgicos são receptores acoplados a proteína G. Mecanismos de ação (o que ocorre na célula, nos receptores, nas enzimas etc): Receptores alfa 1 → proteína Gq Aumento na produção de IP3 e DAG, são responsáveis pela resposta efetuada. DAG promove ativação de proteína PKC (proteína cinase C). IP3 promove liberação de cálcio armazenado, que atua na ativação de proteínas cinases cálcio dependentes. Receptores alfa 2 → proteína Gi Diminui formação deAMPcíclico Receptores beta → proteína Gs Estimula a proteína de AMPcíclico Ação das proteínas cinases A ativação de proteínas cinases levam a respostas que variam dependendo da célula em que foi ativada. Por exemplo, agonista em receptor alfa 1 de endotélio gera vasoconstrição. Se a cinase for ativada, haverá fosforilação de outras proteínas, a partir de moléculas reservatórias de energia, como o ATP e, por conseguinte, ativação dessa proteína, mediante sua energização. A ativação de outra proteína ocorre devido a mudança conformacional que o fosfato causa ao incorporar sua estrutura. Seletividade A seletividade dos agonistas pelos tipos e subtipos de receptores é variável e relativa. “Seletividade significa que um fármaco pode se ligar preferencialmente a um subgrupo de receptores em concentrações muito baixas para interagir bastante com outro subgrupo. Contudo, a seletividade em geral não é absoluta (a seletividade quase absoluta tem sido denominada “especificidade”), e, em concentrações mais altas, um fármaco também pode interagir com classes correlatas de receptores.” No caso de um betabloqueador cardioseletivo, significa que atua mais em beta 1 do que em outros receptores, mas não que nunca irá atuar em outros receptores. Salbutamol, por exemplo, terá efeito residual em beta 1, principalmente se ingerido por via oral. Se for por via inalatória, terá um efeito melhor pois nessa via há abundância de receptores beta 2. Agonistas adrenérgicos São diferenciados de acordo com sua estrutura química. • Catecolaminas Apresentam em sua estrutura grupo catecol. São bons substratos para a COMT, portanto, são melhor degradados. Isso interfere no seu tempo de ação no organismo. Não são bons substratos para a MAO. Tem melhor ação por via parenteral. No fígado, há bastantes enzimas metabolizadoras, incluindo MAO, então catecolaminas são mal administradas por via oral. São menos lipossolúveis – as hidroxilas do catecol tornam a molécula mais hidrofílica. Por isso, têm menos ação central do que aminas não catecólicas. • Aminas não catecólicas NÃO possuem grupo catecol. Não são bons substratos para a COMT e, assim, não sofrem tanta degradação. Por isso possuem tempo de ação maior do que catecolaminas. Maior tempo de ação, maior meia-vida. São maus substratos também para a MAO. São mais lipossolúveis. Dessensibilização dos receptores A exposição prolongada reduz a sensibilidade dos receptores – dessensibilização (down-regulation). É causada quando há hiperativação de agonistas, endógenos ou não. 1. Sequestro dos receptores → eles ficam indisponíveis para interação com o ligante. 2. Desaparecimento do receptor por destruição ou por diminuição de síntese. 3. Incapacidade de acoplar-se à proteína G, porque o receptor foi fosforilado no lado citoplasmático. A dessensibilização pode ser causada tanto por agonistas adrenérgicos de ação direta, como de ação indireta, uma vez que a exposição é prolongada da mesma forma. Agonistas adrenérgicos de ação direta Atuam diretamente nos adrenoceptores alfa ou beta. Ligam-se aos receptores nos órgãos efetores. São sempre catecolaminas → epinefrina, norepinefrina, dopamina e dobutamina EPINEFRINA É um ligante endógeno e há também fármacos. É uma catecolamina e, portanto, não é administrada por via oral. Possui tempo de meia vida de 1 minuto por via parenteral e, por via oral, não chegaria nem a ter efeito. Receptores: alfa e beta (todos os receptores adrenérgicos) Não possui tanta seletividade, mas há uma questão de dose dependência atrelada. Baixas doses: predominam os efeitos beta (vasodilatação) no leito vascular. Altas doses: os efeitos alfa (vasoconstrição) são os mais fortes. Ação: início rápido e duração curta Administração: via intramuscular, via intravenosa, via subcutânea se desejada absorção mais devagar, ou inalação. Situações clínicas de aplicação: choque anafilático, choque hipovolêmico, parada cardíaca, broncoespasmo, associada a anestésicos locais (principalmente para odonto, pois causa vasoconstrição que aumenta o tempo de duração do anestésico no local e evita que se espalhe da gengiva para o resto do rosto) EpiPen → “canetinha de epinefrina” em alguns países é legalizado, no Brasil não. É de administração intramuscular e usado por pacientes alérgicos que por ventura entrem em contato com alérgeno e possam ter anafilaxia. Efeitos adversos: ansiedade, medo, tensão, cefaleia, tremores, taquicardia (ativação de beta1), arritmias cardíacas. Hiperglicemia, que deve ser observada e acompanhada com administração conjunta de insulina quando o paciente é diabético. Alguns antidepressivos e ansiolíticos aumentam a resistência a anestesia. Esses medicamentos têm como função o aumento ou inibição da recaptação de neurotransmissores excitatórios, como serotonina e dopamina. Assim, afetam vários tipos de transportadores de neurotransmissores, não só os quais para os quais são desenvolvidos. Principalmente a dopamina, está relacionada a outras vias do sistema nervoso relacionadas a cognição e a dor. Um aumento da biodisponibilidade da dopamina media de forma mais intensa processos de dor e assim é necessário mais anestésico para inibir a dor. Efeitos cardiovasculares: • Reforça a contratilidade do miocárdio (ionotropismo positivo: ação beta 1). Aumento na frequência de contração (cronotropismo positivo: ação beta 1). Isso causa: Aumento do DC Aumento da demanda de oxigênio pelo miocárdio • Promove liberação de renina (beta 1 nos rins) → causa vasoconstrição. Outros efeitos: • Sistema respiratório: poderosa broncodilatação → tem ação direta na musculatura lisa bronquial (ação beta 2). Inibe liberação de histamina. • Hiperglicemia: aumenta a glicogenólise no fígado (efeito beta 2), aumento da liberação de glucagon (efeito beta 2) e diminuição na liberação de insulina (efeito alfa 2). • Lipólise: aumento de AMPc estimula lipase hormônio-sensível que hidrolisa triglicerídeos em ácidos graxos livres e glicerol. Em situação de emergência, epinefrina deve ser administrada a cada 5 minutos, devido a seu tempo de meia vida baixa. Observa-se a falta de seletividade da epinefrina. NOREPINEFRINA É muito semelhante a epinefria, o uso terapêutico e efeitos adversos. Em doses terapêuticas, receptor alfa adrenérgico é o mais afetado. É usada no tratamento do choque (aumento da resistência vascular e pressão arterial). Efeitos adversos semelhantes aos da epinefrina. Também não deve ser administrada por via oral, devido a degradação. ISOPROTENEROL (isoprenalina) Análogo sintético da epinefrina, mas já caiu em desuso. Tem maior seletividade por receptores beta 1 e beta 2 adrenérgicos (1: cardíaco, 2: vasodilatação e broncodilatação). Efeitos adversos semelhantes aos da epinefrina. DOPAMINA É um precursor da noradrenalina. Receptores alfa e beta adrenérgicos. Altas doses: receptores alfa 1 (vasoconstrição) Baixas doses: receptores beta 1 cardíacos (aumento do DC) Fármaco de escolha contra o choque cardiogênico e séptico (infusão contínua) Efeitos adversos semelhantes aos da epinefrina. DOBUTAMINA Agonista de receptores beta 1, possui uma seletividade maior para esse receptor. Causa aumento da FC e DC com poucos efeitos vasculares. É usada para aumento do DC em insuficiência cardíaca aguda. Efeitos adversos semelhantes aos da epinefrina Via intravenosa Por ser uma molécula maior, o perfil de seletividade é alterado. Por isso a dobutamina é mais seletiva com receptores beta 1 adrenérgicos. Fármacos de uso extra hospitalar FENILEFRINA Descongestionante nasal (via oral ou tópica). Seletividade parareceptores alfa 1 (vasoconstrição), que causa efeito descongestionante. Pode ser usado por via intravenosa no tratamento da hipotensão severa, ou choque, em pacientes hospitalizados ou cirúrgicos e como coadjuvante durante a anestesia geral. Existem soluções oftálmicas desse fármaco → para midríase. Contraindicado em casos de glaucoma, devido ao aumento de pressão intraocular. Doses altas podem causar cefaleia hipertensiva e irregularidades cardíacas. Contraindicado para diabéticos, pois pode causar hiperglicemia. OXIMETAZOLINA Seletividade para receptores alfa 1 e alfa 2 adrenérgicos Descongestionantes nasais de ação curta (estimula receptores alfa nos vasos sanguíneos que suprem a mucosa nasal e a conjuntiva, causando vasoconstrição e diminuindo a congestão. Efeitos adversos: pode causar nervosismo, cefaleia e sono agitado (alfa 1). Observa-se congestão rebote no uso prolongado! Devido a um ajuste tecidual, causado pela exposição prolongada dos receptores da mucosa nasal e consequente resistência gerada. Há mais vasodilatação quando cessa o estimula para vasoconstrição. SALBUTAMOL, FENOTEROL e TERBUTALINA Fazem parte de uma mesma classe de fármacos: beta 2 agonistas de ação curta. São broncodilatadores (efeito beta 2 na musculatura lisa dos brônquios gera broncodilatação). Uso em tratamento de sintomas agudos de asma, como em crises asmáticas. Aerolin é uma bombinha de salbutamol. Existe xarope de salbutamol, mais comumente prescrita para criança, em ação preventiva e não durante crises. Uso off label (para algo diferente do que foi elaborado para): evitar parto prematuro, pois evita contração da musculatura lisa uterina. Existe ação residual em beta 1, que acaba ocasionando efeitos adversos, como taquicardia. Para asmáticos, também é válido o uso de adrenalina, pois tem seletividade pra receptor beta 2 também. Mas, no caso, a via de administração não pode ser inalatória e por isso não seria muito rapidamente administrada por via oral. Não é indicada, portanto, para tratamento agudo. SALMETEROL E FORMOTEROL Seletividade para receptores beta 2 agonistas de longa duração. Comumente associados com corticoesteroides. Ex.: seretide. É usada como manutenção para pacientes asmáticos, por ser de longa duração. Agonistas adrenérgicos de ação indireta Estimulam a ativação dos próprios ligantes endógenos aos receptores, causando a liberação, inibição, captação ou inibindo a degradação da epinefrina ou da norepinefrina. ANFETAMINA Utilizadas como drogas de abuso mas também como fármacos, como anfepramona, usada como anorexígeno (para emagrecer), ou venvanse, usada para TDAH. Ação: estimulante central, com • aumento da liberação de catecolaminas como dopamina e norepinefrina dos terminais nervosos. • aumento da pressão arterial por ação alfa 1 agonista nos vasos, bem como efeitos estimulantes beta 1 no coração. COCAÍNA Um dia já foi utilizada como fármaco, mas hoje em dia é tida como droga de abuso. Ação: promove o acúmulo de norepinefrina na fenda sináptica, por meio do bloqueio do NET na membrana neuronal, com aumento da atividade simpática e potenciação das ações da epinefrina e da norepinefrina. • Aumento da duração de ação da epinefrina e da norepinefrina • Aumento da pressão arterial por ação agonista em receptores alfa 1 e beta TIRAMINA Não é um fármaco clinicamente útil, mas é encontrada em alimentos, como queijos e vinhos. É proveniente do metabolismo da tirosina. Normalmente é oxidada pela MAO no TGI, mas, se o paciente está recebendo iMAO (classe de antidepressivos), podem acontecer episódios vasopressores graves, como uma crise hipertensiva, devido ao acúmulo da tiramina juntamente aos outros neurotransmissores. É responsável por crises de enxaqueca. É responsável por deslocar a NE armazenada, que é liberada e atua nos adrenoceptores. Crises hipertensivas → se usa antagonistas alfa adrenérgicos Crises hipotensivas → se usa agonistas alfa adrenérgicos O uso de medicamentos combinados aos iMAO demanda atenção: descongestionante nasal, como fenilefrina, pode ser perigoso. Por isso os anti-depressivos iMAO estão longe de ser primeira escolha de tratamento. Agonistas adrenérgicos de ação mista Liberam norepinefrina armazenada nos terminais nervosos e estimulam diretamente os receptores alfa e beta adrenérgicos. EFEDRINA e PSEUDOEFEDRINA Não são catecóis e são maus substratos para MAO e COMT. Por isso, tem aplicabilidade possível por via oral e tempo mais longo do que aminas catecólicas. Assim como outros fármacos adrenérgicos, não tem seletividade muito aguçada e acabam causando efeitos colaterais, como estimulação cardíaca estimulada por efeito residual em receptor beta 1. Efedrina tem maior efeito no SNC, por isso não é utilizada corriqueiramente como a pseudoefedrina (ex.: tylenol, histadin D). Antagonistas adrenérgicos Antagonistas adrenérgicos são divididos de acordo com o tipo de receptores aos quais se ligam. Antagonistas alfa adrenérgicos = alfa bloqueadores Ação de um antagonista alfa 2 gera efeito similar ao efeito de um agonista indireto. Primeira geração → os primeiros fármacos a serem produzidos, que não sofreram aprimorações. Terceira geração → os últimos fármacos a serem produzidos e que sofreram aprimorações. É comum as classes de antibióticos serem tidas com base em gerações, devido aos mecanismos de resistência das bactérias. Não há antagonistas seletivos para beta 2 e 3. Por exemplo, não há porquê desenvolver bloqueador beta 2 seletivo, pois causa constrição brônquica. Seria benéfico para agir na musculatura lisa do útero, ou para ajudar na glicogenólise, mas há muitos malefícios devido a constrição brônquica. Alfa bloqueadores São fármacos que bloqueiam adrenoceptores alfa – afetam profundamente a pressão arterial. Ação: diminuição do tônus simpático dos vasos sanguíneo, que gera menor resistência vascular periférica, que induz a taquicardia reflexa resultante da redução da pressão arterial. Têm aplicações clínicas limitadas, por isso não são referência como anti-hipertensivos. O problema é que o fármaco pode induzir taquicardia reflexa, como um mecanismo de controle, por conta da queda de pressão arterial. FENOXIBENZAMINA Não é seletivo → se liga covalentemente aos receptores alfa 1 e alfa 2. É antagonista irreversível. Isso gera um grande problema, pois a única forma de anular esse efeito é a partir da sintetização de novos receptores e a degradação dos antigos, levando um tempo de ação longo (24h). Como anti hipertensivo, não é uma boa droga, devido a esses fatores. FENTOLAMINA Bloqueio reversível e competitivo dos receptores alfa 1 e alfa 2. Ação por durante cerca de 4 horas (justamente por ser reversível). Tratamento da crise hipertensiva em pacientes sob tratamento com iMAO. Então, ambos fenoxibenzamina e fentolamina têm pouca aplicabilidade clínica, mas foram os primeiros fármacos anti-hipertensivos desenvolvidos e por isso estão bastante presentes na literatura. Bons coadjuvantes para anestesia local são os agonistas alfa, que causam vasoconstrição e diminuem a “espalhabilidade” da droga anestésica. Em anestesias gerais, os coadjuvantes atuam num mecanismo que envolve a acetilcolina, os bloqueadores neuromusculares, que atuam nas junções neuromusculares. PRAZOSINA, TERAZOSINA, DOXAZOSINA, TANSULOZINA e ALFUZOSINA São bloqueadores competitivos e seletivos de alfa 1. Então, podem ser utilizados como anti-hipertensivos. Causam a diminuição da resistência vascular periférica e pressão arterial → relaxamento dos músculos lisos arteriais e venosos. Doxazosina, tansulosinae alfuzosina: indicados para o tratamento da hiperplasia benigna da próstata. Pois têm a capacidade de regular o tônus da musculatura lisa da próstata. São comumente a primeira escolha no tratamento dessas hiperplasias. Efeitos adversos: fadiga, tonturas, hipotensão ortostática, congestão nasal. Hipotensão ortostática: sensação de tontura e síncope após levantar, dificulta a adesão ao tratamento. Congestão nasal: é o oposto dos adrenérgicos agonistas alfa 1 (descongestionantes nasais), pois esses fármacos são antagonistas alfa 1 (geram vasodilatação). Beta bloqueadores São competitivos. Não seletivos → atuam em receptores beta 1 e beta 2. Beta agonistas cardiosseletivos bloqueiam principalmente beta 1. Usados no tratamento de hipertensão, angina, arritmias cardíacas, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, hipertireoidismo e glaucoma. E como profilaxia das enxaquecas. Os nomes terminam sempre em “-lol”. PROPANOLOL Não seletivo Usado para hipertensão, angina de peito, infarto do miocárdio, enxaqueca (como preventivo). Efeitos adversos: fadiga, broncoconstrição, efeitos no SNC, hipoglicemia (oposto dos agonistas beta), arritmias (após interrupção abrupta). É comum um fármaco que conste “o mecanismo de ação não é totalmente descrito” e mesmo assim esteja no mercado, pois muitos fármacos atuam por vias diferentes, o que acabam gerando efeitos clínicos que fogem daquele pretendido. É o caso do topiramato, um anti epiléptico que é usado para enxaqueca. O uso de drogas, sobretudo inibidores e bloqueadores, é sempre como um cabo de guerra. Enquanto a droga faz efeito inibitório, o organismo tenta, como um reflexo, compensar aquele efeito, por uso prolongado. Assim, quando há interrupção do tratamento, o estímulo fisiológico que está aumentado, tentando compensar, ficará exacerbado. O mesmo vale para o uso de opioides para dor, por exemplo. Quando se interrompe o uso do medicamento, a sensação de dor para o paciente é exacerbada. Alguns fármacos, se elevada a dose, podem acabar inibindo o efeito. Por exemplo, atenolol, que é seletivo para receptores beta 1, se ingerido em altas doses, ocupa todos os receptores beta 1 e o excedente irá sem ligar em receptores beta 2, causando efeitos indesejados. ACEBUTOLOL, ATENELOL, BISOPROLOL, METOPROLOL São seletivos para receptores beta 1 (os famosos cardiosseletivos) Minimizam a indesejada broncoconstrição (efeito b2), justamente por serem seletivos. São, portanto, uteis em pacientes hipertensos com função respiratória comprometida (com DPOC ou asma). São a primeira opção contra a angina crônica estável. CAVEDILOL e LABETALOL São beta bloqueadores com ação alfa 1 bloqueadoras concomitantes (vasodilatação periférica, reduzindo a pressão arterial). Usos terapêuticos: hipertensão e insuficiência cardíaca (por atuar bloqueando alfa 1). Efeitos adversos: hipotensão ortostática, tonturas e broncoconstrição (porque não é seletivo, bloqueia também alfa 2). Ação agonista adrenérgica se assemelha a ação antagonista colinérgica. Ação antagonista adrenérgica se assemelha a ação agonista colinérgica. Transmissão colinérgica A síntese de acetilcolina se inicia a partir da colina. A colina dentro do neurônio se liga a acetilCoA e forma a acetilcolina. Após isso, a acetilcolina é armazenada em uma vesícula sináptica. Quando há influxo de Ca++, ocorre a fusão da vesícula com a membrana do neurônio pré-sináptico e a acetilcolina é liberada na fenda sináptica. Acetilcolina após liberada pela vesícula sináptica, pode ser diferentes destinos: • se liga aos receptores colinérgicos • é recaptada pelo neurônio, via transportador de colina • é degradada pela acetilcolinesterase, que gera acetato e colina. A colina pode voltar para dentro do neurônio via transportador de colina e gerar novas moléculas de acetilcolina. Receptores colinérgicos Receptores muscarínicos = receptores metabotrofos = receptores acoplados a proteína G Receptores nicotínicos = receptores ionotrópicos (é um canal iônico) Receptor muscarínico tem esse nome porque tem alta afinidade com a muscarina, que é o principal componente alcalóide de um tipo cogumelo. Alcalóides → substâncias químicas produzidas por plantas, fungos. Receptores nicotínicos, uma vez ativados, o canal iônico se abre e há influxo de Na+ para dentro da célula, causando despolarização e um potencial excitatória. Há 2 tipos: NN (nicotínico neural) e NM (nicotínico muscular). Receptores muscarínicos são subclassificados: M1, M2, M3, M4 e M5. M1, M3 e M5 (impares) → acoplados a proteína Gq – subunidade alfa ativa fosfolipase C M2 e M4 (pares) → acoplados a proteína Gi – subunidade alfa inibe a adenililciclase e não há formação de AMPcíclico (segundo mensageiro). Assim, o estímulo é inibitório. Autorreceptores muscarínicos presentes em receptores pré-sinápticos, são do tipo M2 ou M4, isto é, acoplados em proteína Gi, devido a o mecanismo de controle inibitório, a fim de cessar o estímulo de saída da acetilcolina. Os receptores colinérgicos estão presentes nos: • Sistema somático – nicotínicos Nm • Sistema autônomo parassimpático – nicotínicos Nn • Sistema autônomo simpático – nicotínicos Nn Independentemente se no parassimpático ou no simpático, neurônios pré-ganglionares são sempre colinérgicos. E o receptor presente na fibra pós-sináptica é sempre do tipo nicotínico Nn. Já no sistema somático, o receptor presente na junção neuro-muscular é o receptor nicotínico Nm (musculares). Na medula da suprarrenal, há inervação simpática. O neurônio libera acetilcolina na medula e os receptores que a recebem são receptor nicotínico Nn. Interação acetilcolina + atropina - Experimento de Hang Acetilcolina administrada em animais teve efeito de diminuição da pressão arterial. Ao injetar mais acetilcolina, a pressão arterial caiu ainda mais. Havia já um antídoto usado em casos de síndrome colinérgica, isto é, quando há excesso de acetilcolina no organismo. Esse antídoto era a atropina, alcalóide derivado de planta. A atropina é um antagonista colinérgico muscarínico. Após receberem a atropina, a pressão arterial dos animais normalizou. Depois, foi administrada mais acetilcolina e a pressão arterial, dessa vez, aumentou. Acetilcolina na presença de atropina faz com que a pressão arterial aumente. Isso ocorre devido a ação da acetilcolina na adrenal, produzindo mais epinefrina. A acetilcolina administrada inicialmente ligou-se a receptores muscarínicos colinérgicos, nos vasos promovendo vasodilatação e no coração diminuindo a frequência cardíaca. A administração de atropina, que é um antagonista muscarínico, bloqueou a ligação de acetilcolina nos receptores muscarínicos, normalizando a pressão arterial. Por fim, após nova administração, a acetilcolina, sem poder interagir com receptores muscarínicos, é desviada e começa a interagir em via simpática, nos receptores nicotínicos. O aumento da interação de acetilcolina com receptores nicotínicos, tanto nos gânglios, quanto na suprarrenal, promove estímulo para que fibras pós-ganglionares liberem norepinefrina. A norepinefrina, nos vasos, interferem em receptores alfa adrenérgicos, causando vasoconstrição. Na suprarrenal, o receptor nicotínico em interação com a acetilcolina estimula produção de epinefrina. Receptor M2 → também chamado de M2 cardíaco. Tem distribuição tecidual voltada para tecido cardíaco. Em casos de bradicardia, pode ser utilizada atropina para identificar se a causa de bradicardia é devido a um hiper estimulação parassimpática. Então a atropina pode também ser utilizada em fins diagnósticos. Exame padrão ouro para diagnóstico de fibrose cística: iontoforesecom pilocarpina. O suor de pacientes com fibrose cística costuma ser salgado, pois a doença consiste em uma disfunção nos canais de cloreto das células. É administrada pilocarpina na pele, que é um agonista colinérgico, que estimula as glândulas sudoríparas a produzirem mais suor, para ser examinado o suor e faz-se a contagem de sais e íons presentes nele. O que o BOTOX tem a ver com isso Pode ser utilizado para tratamento de enxaqueca, correção de estrabismo. A toxina botulínica é uma das mais letais, se ingerida por intoxicação alimentar. Causa efeito de paralisação. Agonistas colinérgicos Podem agir por • Ação direta Ação específica: ofaltamo, pós-cirurgico (na dificuldade para urinar ou defecar, porque estímulo colinérgico favorece função e motilidade gástrica) • Ação indireta (inibidores de AChE – acetilcolinesterase, enzima que degrada acetilcolina em acetato e colina) Pode ser algo tóxico. Existem inseticidas que são tóxicos por causarem inibição irreversível da acetilcolinesterase. Agonistas colinérgicos de ação direta Ésteres da colina endógenos (ACh) e ésteres sintéticos de colina (carbacol, betanecol). Alcaloides de ocorrência natural – nicotina, muscarina, pilocarpina Pilocarpina → agonista colinérgico usado em via tópica para estímulo das glândulas sudoríparas para o exame de sais minerais das secreções do paciente, no caso de diagnósticos de fibrose cística. • Eles mimetizam os efeitos da ACh ligando-se diretamente aos colinosceptores. • São mal substratos de acetilcolinesterase, por isso, têm efeitos mais prolongados que os da ACh (que é degradada pela acetilcolinesterase). • Se ligam preferencialmente aos receptores muscarínicos. • Agonistas muscarínicos: tratamento de distúrbios da bexiga, xerostomia (boca seca), hiper- reatividade brônquica, oftalmologia (fármacos mióticos). ACETILCOLINA Tem baixa importância terapêutica. É usada por via tópica em cirurgia oftálmica (para indução de miose). BETANECOL Forte atividade muscarínica, sem atividade nicotínica. Atua principalmente nos receptores muscarínicos do trato urinário e TGI. Função: Estimula a bexiga atônica (retenção urinária não obstrutiva no pós-parto ou pós-operatório). Estimula peristaltismo e motilidade do TGI. Usado no tratamento da atonia neurogênica. Efeitos colaterais: diarreia, diaforese, miose, náusea (por superestimulação central) e emergência urinária. CARBACOL Tem pouca aplicação clínica, porque é super potente e tem baixa seletividade por receptores. Consegue atuar em receptores muscarínicos e nicotínicos (apesar de suas diferenças morfológicas). Tem duração de ação relativamente longa. Uso tópico oftálmico (fármaco miótico no tratamento do glaucoma e em cirurgia oftálmica). Efeitos colaterais: diarreia, diaforese, miose, náusea (por superestimulação central) e emergência urinária. PILOCARPINA Atividade muscarínica. Pode ser utilizada também em oftalmologia (glaucoma e cirurgias oftálmicas). É fármaco de escolha para reduzir pressão intraocular. Usada para tratamento de xerostomia após radioterapia de cabeça e pescoço. Agonistas colinérgios de ação indireta – ANTICOLINESTERÁSICOS • São inibidores da acetilcolinesterase (AChE) Fármacos anticolinesterásicos = inibidores da colinesterase Podem ser inibidores reversíveis ou irreversíveis* Anticolinesterásicos reversíveis FISOSTIGMINA Aumenta motilidade do intestino e da bexiga. Tratamento para doses excessivas de anticolinérgicos (ex.: atropina, que é antagonista colinérgico, a sobredosagem causa toxicidade). Anticolinesterásicos reversíveis inibem a AchE, causando aumento de acetilcolina endógena, a qual desloca a atropina dos receptores colinérgicos. NEOSTIGMINA Estimula bexiga e TGI. Tratamento de miastenia gravis (doença autoimune, produção de autoanticorpos que se ligam aos receptores de acetilcolina e os inibem, inibindo assim a contração da musculatura). Anticolinesterásicos irreversíveis O grande problema é a toxicidade. Por ser irreversível, pode agir por tempo prolongado, causando síndrome colinérgica. São moléculas • Não facilmente metabolizada pelo fígado devido a estrutura molecular. • Bastante lipossolúveis (possuem muitos ligamentos metil e etil). Inseticidas organofosforados: • Inibição irreversível da AChE • Crise colinérgica • Ação em SNC e acúmulo em adipócitos São lipossolúveis, a penetração dos inseticidas pela pele é muito provável. A exposição crônica causa toxicidade intermitente, que demanda atropina (antagonista colinérgico) a cada crise. O tratamento, portanto, é longo. Antagonistas colinérgicos 1. Alcaloides naturais – atropina e escopolamina (famoso buscopam – reduz contração da musculatura lisa e alivia cólica) 2. Derivados semissintéticos dos alcaloides naturais 3. Derivados sintéticos dos alcaloides naturais Competem pelo sítio de ligação da acetilcolina. Fármacos clinicamente úteis: bloqueadores seletivos dos receptores muscarínicos Bloqueadores ganglionares: preferencia por receptores nicotínicos dos gânglios simpáticos e parassimpáticos. É clinicamente menso importantes. BNMs – bloqueadores neuromusculares. Usados para intubação. Antagonistas colinérgicos – antimuscarínicos ATROPINA • Inibidor competitivo (ACh) • Ação central e periférica (dose-dependente) • Ação ~ 4h / oftálmico = dias • Uso oftálmico: midriático • Cardiovascular: tratamento de bradicardias O antagonismo do receptor no coração bloqueia a ação da acetilcolina, que é de bradicardia. • Antissecretor: bloquear secreções do trato respiratório superior e inferior, previamente à cirurgia • Antagonista de agonistas colinérgicos: tratamento da intoxicação com organofosforados, anticolinesterásicos e de alguns tipos de envenenamentos por cogumelo Efeitos colaterais: visão borrada, confusão, midríase, constipação e retenção urinária. ESCOPOLAMINA • Maior ação central do que a atropina • Ao contrário da atropina, produz sedação, mas, em doses mais elevadas, pode produzir excitação • É um dos fármacos anticinetóticos mais eficazes (prevenção da cinetose e de náuseas e êmeses pós-cirúrgicas) • *Cólicas (trato gastrintestinal e geniturinário) Efeitos colaterais: visão borrada, confusão, midríase, constipação e retenção urinária. IPRATRÓPIO e TIOTRÓPIO • Causam broncodilatação no sistema respiratório. • Broncodilatadores para o tratamento de manutenção do broncoespasmo associado com a DPOC • Ipratrópio também é usado no tratamento agudo do broncoespasmo na asma • Administrados por inalação – efeito isolado sistema pulmonar Os bloqueadores neuromusculares bloqueiam a transmissão colinérgica entre o terminal nervoso motor e o receptor nicotínico no músculo esquelética (SNP somático). Há 2 grandes tipos de bloqueadores neuromusculares: • Antagonistas do receptor nicotínico (tipo não despolarizante) • Agonistas do receptor nicotínico (tipo despolarizante) – o receptor é ativado, há contração momentânea da fibra muscular, relaxamento e a fibra fica em período refratário, por a droga estar ainda ligado ao receptor. São geralmente usados para facilitar a intubação endotraqueal e relaxar a musculatura esquelética durante cirurgias. BNMs não despolarizantes São derivados do “curare” → usado por caçadores nativos da América do Sul na região amazônica para paralisar a caça. Tubocurarina – principal molécula ativa do curare. Foi usada como substrato para fármacos com menos efeitos adversos → cisatracúrio, pancurônio, rocurônio, vecurônio BNMs aumentaram significativamente a segurança da anestesia, pois passou a ser necessário menos anestésico para obter relaxamento muscular, permitindo recuperação maisrápida. O bloqueador não despolarizante impede a abertura do canal de Na+, a entrada de Na+ e a contração muscular subsequente. Doses baixas: competem com a ACh pelo receptor, sem estimulá-lo → impedem a despolarização da membrana da célula muscular e inibem a contração muscular. A ação competitiva pode ser superada pela administração de anticolinesterásicos (como a neostigmina), que aumentam a [ACh] na JNM. Há um deslocamento do antagonista do receptor colinérgico, devido ao aumento de acetilcolina. Doses elevadas: podem bloquear os canais iônicos na placa motora. Reduz a possibilidade de reversão por anticolinesterásicos. BNMs despolarizantes Liga-se ao receptor nicotínico e atua como a ACh, despolarizando a junção neuromuscular. Diferentemente da Ach (degradada pela AChE), persiste em ↑ [ ] na fenda sináptica, permanecendo fixado ao receptor por um tempo maior e causando uma estimulação constante do receptor. Paralisia flácida – há A succinilcolina é o único relaxante muscular despolarizante usado atualmente. Potencial de ação Azul → não despolarizante Lilás → despolarizante Cinza → normal Questões norteadoras 1. Foi administrado um BNM a um paciente antes de um procedimento cirúrgico para produzir paralisia muscular esquelética. Este BNM afetou primeiro os músculos pequenos de contração rápida da face e dos olhos e por último o diafragma. Os efeitos desse fármaco foram facilmente revertidos com neostigmina. Qual dos seguintes BNMs foi mais provavelmente administrado a este paciente? A. Rocurônio B. Succinilcolina C. Diazepam D. Tubocurarina 2. Foi administrado um BNM a um paciente antes de um procedimento cirúrgico para produzir paralisia muscular esquelética. Este BNM causou fasciculações nos músculos esqueléticos antes do início da paralisia. O efeito deste BNM não pode ser revertido com a neostigmina. Qual dos seguintes BNMs foi mais provavelmente administrado a este paciente? A. Cisatracúrio B. Succinilcolina C. Diazepam D. Tubocurarina
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