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Insuficiência Venosa Crônica

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ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI – MED UFR - T4 
Insuficiência Venosa Crônica 
▪ “Varizes” 
▪ Doença venosa crônica que representa o conjunto de 
alterações decorrentes da dilatação das veias das 
extremidades e alterações funcionais das mesmas. 
▪ Reserva-se o termo insuficiência venosa crônica para 
doenças mais graves. 
▪ A presença de veias varicosas é indicativa de doença 
venosa crônica e não necessariamente de 
insuficiência venosa. 
▪ A drenagem venosa é realizada a partir de um 
compartimento superficial e de um compartimento 
profundo, que se comunicam a partir das veias 
perfurantes. 
Compartimento SUPERFICIAL: Veia safena magna e Veia 
safena parva 
 
 
Compartimento PROFUNDO: Veias plantares (lateral e 
medial); Veia tibial; Veias poplíteas; Veias femorais 
(comum, profunda, superficial); Veias ilíacas (comum, 
externa, interna); Veia cava inferior. 
 
Epidemiologia 
▪ 2-5% da população tem insuficiência venosa 
▪ Até 60% de veias varicosas 
▪ O pico ocorre nas mulheres dos 40-50 anos e nos 
homens dos 70-80 anos. 
Fisiopatologia 
▪ Mecanismos como uma função inadequada do 
músculo esquelético (como bomba), obstrução ou 
trombose venosa e incompetência das válvulas 
venosas levam a uma série de mudanças anatômicas, 
fisiológicas e histológicas que culminam em dilatação 
venosa, alteração na cor/textura da pele e até mesmo 
úlceras cutâneas. 
▪ Resultante do regime de hipertensão venosa crônica 
▪ Refluxo venoso crônico (profundo -> superficial) 
▪ Incompetência das válvulas venosas: veias 
perfurantes superficiais 
▪ Mais frequente nos membros inferiores (gravidade) 
✓ O regime de hipertensão crônica repercute no sistema 
capilar por meio do refluxo de sangue em direção ao 
 
ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI – MED UFR - T4 
leito capilar. Esse refluxo de sangue causa alteração 
endotelial e aumento da permeabilidade capilar, 
ocasionando um extravasamento do exsudato que 
resulta em edema, hipoperfusão tecidual e 
surgimento de feridas com repercussões clínicas 
(infamação e perda tecidual). 
 
Etiologia 
▪ CONGÊNITA: Defeito congênito das válvulas 
venosas/Síndrome de Klippel-Trénaunay-Weber 
(alterações venosas + alterações linfáticas + aumento 
de mmii unilateral). 
▪ PRIMÁRIA: Alteração das válvulas venosas 
(hipertensão venosa profunda) 
▪ SECUNDÁRIA: Síndrome pós-trombótica/trauma 
▪ SUPERFICIAL: Defeito nas válvulas venosas 
superficiais 
▪ PROFUNDA: Lesão das válvulas (principalmente por 
TVP). 
Fatores de risco 
▪ Idade avançada 
▪ Sedentarismo 
▪ Obesidade 
▪ Sexo feminino 
▪ História familiar 
▪ Posição supina prolongada 
▪ Tabagismo 
▪ Gestação 
▪ HAS 
▪ Anticoncepcional oral 
▪ Trauma em mmii 
Clínica 
ANAMNESE 
▪ Dor em queimação/pulsátil/cólica (pode ser 
generalizada ou localizada em determinada veia, 
úlcera ou área de lipodermatoesclerose) 
▪ Limitação da deambulação (devido à dor) 
▪ Edema em mmii (piora ao longo do dia) 
▪ Piora dos sintomas em posição supina 
▪ Melhora dos sintomas com membro elevado 
▪ Sensação de peso em mmii 
▪ Fadiga e prurido 
▪ Presença de comorbidades: doença arterial 
periférica, doença coronariana, insuficiência 
cardíaca, DM, artrite, etc. 
▪ Complicações: queixa de úlceras venosas, 
sangramento espontâneo, trauma de veias varicosas. 
EXAME FÍSICO 
▪ Telangiectasias e/ou veias reticulares 
▪ Veias varicosas (vasos superficiais dilatados e 
tortuosos com mais de 3mm de diâmetro; 
insuficientes) 
▪ Edema (inicialmente, aparece como edema 
perimaleolar no final do dia, evoluindo com 
progressão ascendente do edema ao longo do dia; 
Melhora com decúbito e eelevação do membro; 
Baixa resposta a diurético) 
▪ Hiperpigmentação da pele (inicialmente na região 
perimaleolar medial, progredindo para o dorso do pé 
e perna) 
▪ Dermatite por estase (sinal precoce da doença; rash 
eczematoso com eritema, prurido, erosões e crostas) 
▪ Lipodermatoescerose (manifestação tardia e grave; 
paniculite fibrosante do tecido celular subcutâneo; 
Alteração do trofismo da extremidade) 
▪ Úlceras venosas (localizadas no trajeto das veias 
safenas magna e parva; dolorosas, superficiais, 
exsudativas e com tecido de granulação) 
▪ Celulite crônica 
▪ Linfedema 2º (aumento do edema devido a uma 
alteração no fluxo linfático) 
▪ Tromboflebite 
DIFERENÇA CLÍNICA ENTRE DOENÇA VENOSA DE MMMII 
E DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA 
▪ Doença venosa crônica: dor com paciente em pé ou 
sentado, com mmii pendentes, por um longo período 
de tempo, melhorando com a elevação dos membros 
e ao andar. 
▪ Doença arterial periférica: Dor durante o caminhar 
(claudicação intermitente), podendo causar dor em 
repouso nos casos mais graves. Alívio da dor ao 
repouso e piora com a elevação do membro 
isquemiado. 
 
ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI – MED UFR - T4 
Diagnóstico 
▪ Clínica 
▪ Exames laboratoriais: Coagulograma, HMG completo, 
função renal. Usados para avaliar complicações se 
necessário (não é mandatório) 
▪ USG Doppler de mmii: Confirmação diagnóstica em 
casos duvidosos. Pode avaliar a presença de 
insuficiência venosa funcional (refluxo venoso), 
hipertensão venosa e trombose venosa profunda. 
▪ Venografia: Padrão-ouro. Não indicada de rotina 
devido ao alto custo e invasão. 
Diagnósticos Diferenciais 
▪ Insuficiência cardíaca 
▪ Doença renal 
▪ TVP 
▪ Cirrose hepática 
▪ Hipervolemia iatrogênica 
▪ Desnutrição 
▪ Trauma 
▪ Celulite 
▪ Erisipela 
▪ Neoplasia da pele (carcinoma basocelular ou 
espinocelular) 
▪ Úlcera diabética 
▪ Manifestações dermatológicas de doenças sistêmicas 
Classificação CEAP 
▪ Classificação de gravidade que leva em consideração: 
Clínica; Etiologia; Anatomia; Patogenia. 
▪ O tto clínico ou cirúrgico pode alterar a classificação, 
devendo a mesma ser revisada a cada intervenção.
 
 
Tratamento 
1. ELEVAÇÃO DAS PERNAS 
▪ Elevação simples dos pés até, pelo menos, o nível 
cardíaco, durante 30 minutos, 3-4x/dia. 
 
2. EXERCÍCIO 
▪ Caminhada diária 
▪ Exercício de flexão do tornozelo enquanto sentado. 
 
3. CUIDADOS COM A PELE 
▪ Lavar suavemente com sabonetes hidratantes. Uso de 
emolientes após o banho. 
▪ Uso de barreiras tópicas (vaselina e óxido de zinco) para 
evitar traumas. 
▪ Corticoide tópico (betametasona, triancinolona, 
fluocinolona) se dermatite de estase. 
 
4. TERAPIA DE COMPRESSÃO GRADUAL 
▪ Meias (tto e prevenção): Disponíveis em 5 gradientes 
de pressão (<20, 20 a 30, 30 a 40, 40 a 50 e >50). Para 
tto, no mínimo pressão de 30mmHg. 
▪ Bandagens compressivas: Devem ser aplicadas por 
pessoal treinado e alteradas dependendo do grau de 
drenagem. 
 
5. DROGAS VENOATIVAS (Diosmin e Daflon): 
▪ Derivados flavanoides (aumento do tônus venoso pela 
via da norepinefrina). 
▪ Hidroxietilrutosídeo: Mistura padrão de flavanoides 
semissintéticos que atuam sobre o endotélio da 
microvasculatura para diminuir a permeabilidade, 
reduzindo o edema e os sintomas. 
▪ Extrato de sementes de castanha de cavalo: Estimula 
a liberação de prostaglandinas da série F, que induzem 
a venoconstrição. Dose 300mg, 2x/dia. 
 
 
ANA CLARA GUIMARÃES VENTURI – MED UFR - T4 
6. TRATAMENTO CIRÚRGICO 
▪ Indicado para pacientes com refratariedade ao tto 
clínico, complicações (úlcera, infecção, TVP). 
Ligadura da veia safena magna e safenectomia: Pacientes 
que apresentam incompetência isolada da veia safena 
podem ser candidatos a ligadura do vaso na junção 
safenofemoral ou a ablação venosa 
 
 
Escleroterapia e flebectomia: Pacientes com veias 
superficiais dilatadas. Telangectasias e veias reticulares 
podem ser tratadas com escleroterapia, diminuindo o 
risco de sangramento. Varizes maiores são tratadas 
melhor com a ressecção. 
Laser endovenoso/Radioablação: Utilizado para 
eiminar veias superficiais incompetentes. 
Desbridamento de úlcera: Associar com terapia de 
compressão. Curativo simples e não aderente (trocar 
diariamente).

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