Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dinâmica do fluxo sanguíneo ● Para gerar fluxo no sistema arterial, há um estímulo elétrico, que leva à resposta mecânica Vasos sanguíneos ● Distribuem o fluxo de sangue ● Artérias: elásticas, musculares e arteríolas ● Veias: vênulas, médio e grande calibre ● Força por área gera pressão ● Ao longo do sistema vascular sistêmico e pulmonar, temos um perfil de pressão detectado ao longo dos diversos componentes do sistema vascular ● Há grandes oscilações de pressão detectadas nos ventrículos ● Há um mesmo perfil entre circulação pulmonar e sistêmica, mas em menor magnitude no sistema pulmonar ● Q = deltaP/resistência (fluxo) ○ Vai da região de maior pressão para a de menor pressão ● Tubos possuem um fluido que é o sangue, em um sistema de tubos que possui raio -> fluido e tubo estão envolvidos na resistência vascular periférica Artérias elásticas ● Tem muito músculo liso entremeados com camadas de fibras elásticas na camada média ● Camada íntima com células endoteliais ● Camada adventícia ● Envolto externamente por tecido adiposo periovascular ● Camada média: muito importante para a morfologia da onda de pressão que vemos nessas artérias e também presente em vasos de transição entre artérias elásticas e musculares ● Aorta ligada a eventos sistólicos e diastólicos ● Sístole: com abertura da valva, inicia a fase de ejeção de sangue para a aorta. Aorta recebe o fluxo, e esse fluido ao ser ejetado, distende a parede dessa artéria, e isso deforma as fibras elásticas -> energia cinética do fluido vai ser armazenada como energia potencial elástica durante os eventos sistólicos ● Diástole: relaxamento dos ventrículos, fechamento das valvas, o fluido só pode ir para os capilares. Com o fluxo progredindo à direção de menor pressão, a distensão que antes induzia na parede da aorta, agora reduz, e a não deformação das fibras elásticas faz com que essa fibra volte a sua posição original e devolve a energia potencial elástica na forma de cinética, o que ajuda na propulsão do sangue para a periferia ● Essas artérias atuam como uma segunda bomba geradora de fluxo ● Incisura dicrótica -> fim dos eventos sistólicos -> estrutura devolve energia ao fluido . Conforme o sangue vai para os vasos mais periféricos, o valor de pressão nessas grandes artérias elásticas decai até o retorno ao início do ciclo cardíaco ● Força na aorta: volume ejetado a cada sístole. Essa força é acomodada na área da artéria -> pressão ● A velocidade do decaimento de pressão na fase diastólica é determinada pela variável que controla a resistência vascular periférica -> grau de resistência imposta pelas artérias de resistência (anteriores aos capilares) ● Um fluxo percorre um sistema de tubos -> deformação gera de forma mais rápida uma onda anterógrada ou incidente, e quando ela encontra uma bifurcação, parte da onda vai para os tubos formados pós bifurcação, e parte bate na bifurcação e reflete retrogradamente, gerando a onda refletida ● Essas ondas contribuem com a morfologia da onda de pressão ● Eu tenho dois picos na onda de pressão. O primeiro reflete a onda incidente, e no segundo pico há o recolhimento elástico e a onda relfetida. A somatória das duas ondas eu vejo na onda de pulso ● Quanto mais próximo eu medir a PA da bifurcação, maior a importância do ponto de encontro entre as ondas incidentes e refletidas ● O valor sistólico amplifica a medida que eu meço a pressão mais próximo à bifurcação, pois as duas ondas se encontram de forma mais próxima, amplificando o valor da PA ● Em uma pessoa que tem perda de característica elástica da artéria, ela ficou rígida, vemos que a velocidade do fluido é maior, e as ondas incidentes e refletidas se sobrepõe no tempo, gerando amplificação no sinal de pressão, o que pode levar a pessoa a ter um maior valor de pressão. Não há maior volume saindo do ventrículo, isso ocorre devido à rigidez da artéria ● VOP - avaliação da velocidade de pulso ○ Conseguimos medir a deformação máxima da carótida e da femoral. Sabendo a distância entre os dois pontos, e o momento de deformação máxima em cada uma, consigo detectar o retardo da deformação (delta T) dentro de um comprimento do sistema de tubos. Consigo calcular a velocidade de propagação da onda de pulso ● Nesses valores tem uma variável que depende do coração e uma que depende da elasticidade da artéria ● Área de secção transversa (AST) ● Saímos de um único tubo que se ramifica, até chegar em arteríolas e capilares. Vemos um progressivo aumento de ramos. Cada ramo desse vai ter um raio progressivamente menor ● Se eu somasse todas as AST de todas as arteríolas, é maior do que de artérias musculares, que é maior do que a grande artéria elástica ● Quando o ventrículo gera fluxo, e a AST vai aumentando progressivamente, isso faz com que o fluido se distribua por uma área maior. Um mesmo fluxo sobre uma área que aumenta, a pressão decai progressivamente ● Além desses fatos, tem a característica elástica da aorta ● Dos capilares para as veias, a AST vai reduzir. Se dependesse só da física, eu esperaria que a pressão aumentasse nas veias, mas isso não ocorre. A pressão continua caindo progressivamente ● Pulsatividade desaparece nas arteríolas -> caimento brusco de pressão ● Arteríolas e artérias de pequeno calibre são essenciais para o controle da RVP (resistência vascular periférica). A RVP determina a velocidade da queda de pressão nas grandes artérias, e contribuem para o valor de PAD Artérias de resistência ● Diâmetro <300um ● Arteríolas e esfíncteres capilares ● São altamente inervadas pelo simpático ● O simpático induz predominantemente vasoconstrição Lei de Poiseille e função das arteríolas ● O fluido é o sangue, e ele tem uma viscosidade, que para ela alterar, tem que ocorrer alterações a longo prazo ● Doenças hematológicas podem alterar a viscosidade e resistência do sistema ● Ao longo do desenvolvimento de um indivíduo, há um ajuste do comprimento dos tubos. Mas não muda a cada instante ● O comprimento pode alterar também em patologias, como obesidade ● Como os tubos não são rígidos, não é somente o raio que analisamos quando pensamos em resistência, vemos a razão parede lúmen ○ Na camada média tem músculo liso, que pode contrair e reduzir o lúmen e aumentar a camada média, ou o contrário ○ A razão parede lúmen aumenta progressivamente, tendo o ápice a nivel das artérias de resistência, e decai a nivel de capilares e grandes veias ○ A razão parede lúmen não é maior no capilar, então eu não tenho aumento de pressão ● Artérias de resistência induzem a resistência no sistema, pois a nível dessas artérias eu posso ajustar esse raio momento a momento controlando a razão parede-lúmen. Quando contraem e aumento a razão ou vice-versa, eu controlo a passagem de fluido da artéria para capilares e veias ● Artérias de resistência funcionam como torneiras de passagem de fluxo ● Se eu aumento resistência, eu reduzo fluxo ● Sempre que mexe com resistência, eu indiretamente mexo com a pressão ● Pressão = fluxo/RVP ○ Sempre que aumenta o fluxo, a pressão aumentaria ○ Muito importante para analisarmos a PAD ● Razão parede luz é essencial. Quanto menor o raio das arteríolas, maior o atrito do fluido na parede, e maior a perda de energia, a qual se dissipa na forma de calor. A pressão dentro do sistema reduz. Há também um aumento da AST nas arteríolas, o que também contribui com o decaimento de pressão na circulação periférica. Na periferia também não há característica pulsátil de artérias ● Hipertensão sistólica isolada -> característica de resistência na artéria por rigidez ○ RVP mantida e rigidez aumentada ○ Muito observada no envelhecimento ● Se dificulta a passagem de sangue das arteríolas para os capilares, a pressão arterial diastólica sobe, e a sistólica também -> hipertensão arterial mista ○ Aumento crônico de pós-carga Resistência periférica total ● Resistências em série e em paralelo ● Em série: somatória total de cada ponto ● Em paralelo: é o inverso ● O tanto que vai de sangue para cada órgão é determinadapela resistência presente em cada órgão, é ela que determina essas porcentagens ● Na atividade física, aumenta a capacidade de gerar fluxo, e a RVP muda. O sistema GTI por exemplo aumenta a resistência, e no músculo isso diminui ● Há também a diferença de pressão permitindo esse fluxo ● Fluxo(Q) = delta P x piR^4 / 8 x viscosidade x comprimento do tubo Capilares ● Única camada de células endoteliais ● É o conjunto vascular com maior AST ● Como possuem maior AST, o fluido quando é acomodado, como está contido dentro de uma grande área, a pressão nesse sistema cai ainda mais, o que facilita a passagem do fluido do território arteriolar para o capilar. Não é uma alteração de resistência por raio, mais sim pela área que contém o volume de fluido ● Verde: AST ● Roxo: velocidade ● A AST é pequena nas grandes artérias, e a velocidade de fluxo é alta. Quando estamos nas artérias musculares, a AST começa a aumentar e a velocidade cair. A velocidade é mínima a nível dos capilares ● O fluido começa a voltar a ganhar velocidade nas veias, o que é diretamente proporcional a redução da AST Velocidade média ● É muito importante que a velocidade a nível dos capilares seja baixa, porque é onde ocorrem as trocas, e para isso ter eficiência, preciso reduzir essa velocidade ● Muitas trocas dependem de trocador, de difusão, e a velocidade precisa estar baixa Tipos de capilares ● Contínuos, fenestrados e sinusóides Transporte pode ocorrer por várias formas: vesícula, poro, trocador, fenestrações Exercício físico é importante para aumentar o número de capilares Forças de Starling ● Sistema de tubos que tem um líquido e uma permeabilidade ● A nível de capilares, pode haver extravasamento para o interstício, e isso está direcionado por um balanço entre 2 forças: ○ Uma regida pela pressão hidrostática ○ Uma regida pela pressão coloidosmótica ○ O balanço entre pressão osmótica e hidrostática determina a tendência do fluido de sair do tubo e retornar ● Balanço entre pressão capilar e coloidosmótica prediz quanto um fluido vai sair e retornar ● Quando sangue chega das arteríolas, a pressão capilar nessa parte é maior do que a coloidosmótica, e a tendência do sangue é sair, banhar o interstício. Conforme vai extravasando, essa força de extravasamento diminui. ● Quando hidrostática e coloidosmótica se igualam a tendência de filtração reduz ● Quando a coloidosmótica dentro do capilar supera a hidrostática, o líquido retorna ao capilar, é rebasorvido ● Essas são as forças de Starling ● O líquido quando banha o insterstício, parte é reabsorvido pelos capilares venosos, e parte vai ser drenado para o sistema linfático, um outro sistema de tubos ○ Linfa tem alta pressão coloidosmótica, e leva o fluido para os capilares linfáticos, que vai retornar o fluido pro sistema cardiovascular ○ Capilar linfático é fenestrado ○ Tubos linfáticos tem válvulas ● Se a filtração superar a reabsorção, capilar ou linfática, há edema ● Se há um problema de reabsorção linfática, também leva ao edema Edemas de origem capilar ● Congestão venosa ○ Aumento de pressão hidrostática venosa -> aumento da pressão no capilar -> hiperfiltração (aumento da pressão hidrostática ao nível do capilar, vai filtrar mais) -> aumento da pressão hidrostática intersticial, que pode ser compensado pelo aumento do fluxo linfático, ou devido a uma redução da pressão coloidosmótica intersticial eu levo ao edema ● Hipoproteínemia ○ Uma pessoa que tem problema hepático e não há síntese proteica adequada ○ Redução da pressão coloidosmótica capilar Sistema venoso ● Aumento progressivo de lúmen, e a camada média vai ficando mais fina. Vai aos poucos ganhando fibras elásticas e células musculares lisas, mas a razão parede-luz vai reduzindo ● Diferença na camada média entre artérias e veias. Camada média das veias é muito mais delgada, e sua luz é muito maior ● Sistema venoso: retorno de sangue aos átrios ○ Para haver retorno (volume por tempo) há uma variável chamada complacência venosa Complacência vascular ● Complacência = delta V/delta P ● Fisiologicamente: pressão nos vasos é igual à pressão atmosférica ● Quanto maior a pressão, maior o volume dentro de uma aorta. Quando há ganho de volume dentro da artéria, há aumento de pressão ● No sistema venoso, ele aumenta volume armazenado dentro da veia, de mesma magnitude do arterial, gera uma alteração de pressão muito menor. Para a mesma variação de volume, a variação de pressão venosa é muito baixa. Uma pequena alteração de pressão gera uma grande alteração de volume ● Lado arterial visto como resistência, e lado venoso visto como complacente ● Mesmo com a redução da AST nas veias, como sua complacência é muito grande, a alteração de pressão é mínima. A veia acomoda muito bem o volume Proporção de volume contido nos vasos sanguíneos ● Veias são o reservatório das veias, território venoso é complacente, se deforma e acomoda esse volume com pouquíssima variação de pressão ● Esse sangue está o tempo todo em movimento, por alteração de complacência venosa e resistência arterial Grandes veias ● Não há fluxo venoso se não existir diferença de pressão ● No lado venoso, a resistência é muito baixo pois o território é complacente, então é a diferença de pressão a grande força motriz geradora de fluxo ● A primeira variável que controla a facilidade de condução do sangue: capacidade de contração da musculatura lisa da camada média, reduzindo o raio. Se o raio reduz, eu esperaria que reduzisse o fluxo, mas como o sistema é complacente, isso aumenta muito o gradiente de pressão, o que aumenta o fluxo em direção aos átrios ● Se o músculo liso das veias contrair, a complacência venosa diminui -> o retorno aumenta ● Se o músculo liso relaxar, a complacência venosa aumenta -> capacidade de armazenamento sobre e o retorno venoso reduz ● Diferença de pressão depende do volume de pressão e pela capacidade das veias de contraírem mais ou menos ● Um fator que auxilia o retorno de modo que ele seja unidirecional são as válvulas. Impedem a congestão hidráulica a nível de vênulas e capilares, impedindo a formação de edemas ● Papel da musculatura estriada esquelética auxilia o fluxo unidirecional do retorno venoso ○ Terceira bomba que auxilia o sistema cardiovascular a gerar fluxo ○ Contração desses músculos ao redor das veias é responsável por redução dos raios dessas veias. A compressão venosa reduz a complacência e aumenta o retorno venoso ○ Somatória de pressão gravitacional sobre o fluido. Quando tá em pé parado há uma maior pressão venosa. Quando ativo a contração muscular, há contração das veias, facilitando o fluxo e diminuindo a pressão ○ A partir da cavidade abdominal, entra a função da quarta bomba - caixa torácica ● Caixa torácica ○ Para que o ar entre, precisa mover a musculatura dessa caixa -> diafragma e musculatura intercostal. Quando isso se move, a área da caixa torácica aumenta, e envolvendo essa caixa tem a pleura parietal e visceral, e isso em contato com o mediastino, sempre que aumenta a área da caixa, aumenta a região mediastínica. Aumenta arteríolas e vênulas ○ Expansão das grandes veias e das veias no meio dos alvéolos, geram queda de pressão a cada inspiração, facilitando o retorno venoso que vem dos membros inferiores ○ A cada ciclo respiratório, há aumento do retorno venoso ○ A cada ciclo expiratório, há diminuição do retorno venoso Pressão venosa central e débito cardíaco ● Quanto maior o retorno venoso, maior enchimento atrial, maior estiramento dos miócitos, maior pré-carga e maior o débito cardíaco ● O retorno venoso é máximo quanto menor for a pressão do átrio ● Quanto maior o enchimento, maior o estiramento ● Aumento de volume -> aumento de retorno venoso ● Diminuição de volume -> diminuição de retorno venoso (vai ter volume acomodado com menor pressão) ● Se eu mudar o tônus da arteríola (quadro verde) ○ Se ela relaxa, aumenta o retorno venoso ○ Se ela vasoconstrição, cai o retorno venoso ● Várias alterações que podem acontecer quando junta tudo
Compartilhar