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Respiração A respiração externa pode ser dividida em quatro processos integrados; 1. Troca de ar entre atmosfera e pulmões (respiração). Os mecanismos pelos quais a respiração ocorre compõem a mecânica da respiração; 2. A troca de O2 e de CO2 entre pulmões e sangue; 3. Transporte de O2 e CO2 pelo sangue; 4. Troca de gases entre sangue e células; Necessita da cooperação entre o sistema respiratório e o circulatório; Lei dos gases O fluxo de ar é semelhante ao fluxo sanguíneo; Os gases se movem de áreas de maior pressão para áreas de menor pressão; O movimento do tórax durante a respiração, cria nos pulmões, condições de pressões altas e baixas alternadas; O ar é uma mistura de gases; A pressão de um único gás em uma mistura de gases é a sua pressão parcial; O oxigênio se move de áreas de pressão parcial mais elevada para áreas de pressão menos elevadas; A pressão exercida por um gás em um recipiente fechado é criada pelas colisões das moléculas com as paredes do recipiente e umas com as outras; Se o tamanho do recipiente reduz, a pressão aumenta e vice-versa; A lei de Boyle diz que se o volume de gás diminui, a pressão aumenta e se o volume aumenta, a pressão diminui; As mudanças de volume na cavidade torácica, causam alterações de pressão que geram o fluxo de ar; Ventilação (respiração) Troca da massa de ar entre a atmosfera e os alvéolos; Um único ciclo respiratório consiste em uma inspiração seguida de uma expiração; O primeiro passo na expansão dos pulmões durante a inspiração normal é a contração do diafragma com a resistência dos intercostais externos; O diafragma desce aproximadamente 1 cm, com diferença de pressão de 1 a 3 mmHg e inspiração de apx. 500 ml de ar; Na respiração forçada o diafragma pode descer 10 cm, gerando uma diferença de pressão de 100 mmHg e inspiração de 2 a 3l de ar; A contração do diafragma é responsável por aproximadamente 75% do ar que entra nos pulmões durante a respiração tranquila; Outros músculos importantes na inspiração são os intercostais externos; Quando eles se contraem, elevam as costelas; A contração dos intercostais externos é responsável por aproximadamente 25% do ar que entra nos pulmões durante a respiração tranquila; O conjunto de dois músculos intercostais, interno e externo, conectam os doze pares de costelas; Músculos adicionais, os esternocleidomastóideos e os escalenos, estendem-se da cabeça e do pescoço até o esterno e as duas primeiras costelas; Durante inspirações tranquilas, a pressão entre as duas camadas pleurais, a pressão intrapleural (intratorácica), é sempre inferior à pressão atmosférica; Pouco antes da inspiração, ela mede aproximadamente 4 mmHg a menos do que a pressão atmosférica, ou aproximadamente 756 mmHg a uma pressão atmosférica de 760 mmHg; No caso da expiração, a pressão nos pulmões é maior que a pressão atmosférica; Não há contrações musculares envolvidas; Ela resulta da retração elástica da parede torácica e dos pulmões, ambos têm uma tendência natural de retornar à posição inicial; A expiração começa quando a musculatura inspiratória relaxa; À medida que o diafragma relaxa, sua cúpula se move superiormente, graças a sua elasticidade; Conforme os músculos intercostais externos relaxam, as costelas são deprimidas; A expiração torna-se ativa apenas durante a respiração forçada, como ocorre ao tocar um instrumento de sopro ou durante o exercício; Os músculos expiratórios – abdominais e intercostais internos – se contraem, o que aumenta a pressão nas regiões abdominal e torácica; A contração dos músculos abdominais move as costelas inferiores para baixo e comprime as vísceras abdominais, forçando assim o diafragma superiormente; A contração dos músculos intercostais internos, que se estendem inferior e posteriormente entre costelas adjacentes, puxa as costelas inferiormente; Trocas gasosas O processo pode ser dividido em duas partes: troca de gases entre os compartimentos (difusão simples) e transporte de gases no sangue; Quando o ar atinge os alvéolos os gases como O2 e CO2 difundem-se para a corrente sanguínea; A PO2 alveolar normal ao nível do mar é de 100 mmHg, a do sangue venoso ao entrar no pulmão é de cerca de 40 mmHg; O oxigênio move-se a favor do seu gradiente de pressão parcial (concentração), dos alvéolos para os capilares; A difusão tenta manter a homeostasia e, assim, a PO2 do sangue arterial que deixa os pulmões é a mesma que a dos alvéolos: 100 mmHg; Quando o sangue arterial alcança os capilares teciduais, o gradiente é invertido, as células usam continuamente o oxigênio para a fosforilação oxidativa; Nas células de uma pessoa em repouso, a PO2 intracelular média é de 40 mmHg; O sangue arterial que chega às células tem uma PO2 de 100 mmHg; Devido a uma menor PO2 nas células, o oxigênio difunde-se a favor do gradiente de pressão parcial, ou seja, do plasma para as células; Mais uma vez, a difusão ocorre até o seu equilíbrio, o sangue venoso tem a PO2 mesma que as células; Por outro lado, a PCO2 é mais elevada nos tecidos do que no sangue capilar sistêmico, devido à produção elevada de CO2 durante o metabolismo celular; A PCO2 intracelular em uma pessoa em repouso é de cerca de 46 mmHg, a arterial, gira em torno de 40 mmHg; Essa diferença faz o CO2 se difundir para fora das células, em direção aos capilares; A difusão ocorre até o equilíbrio, fazendo a média do sangue venoso sistêmico girar em torno de 46 mmHg; Nos capilares pulmonares, o processo é inverso; O sangue venoso trazendo o CO2 das células tem uma PCO2 de 46 mmHg; A alveolar é de 40 mmHg; Devido ao fato de a PCO2 no sangue venoso ser mais elevada que a alveolar, o CO2 move-se dos capilares para os alvéolos; Quando o sangue sai da circulação pulmonar, ele tem uma PCO2 de 40 mmHg, idêntica à dos alvéolos; Gases em solução A solubilidade do gás pode afetar a troca gasosa nos alvéolos; Três fatores influenciam o movimento das moléculas do gás do ar para um líquido: 1- solubilidade do gás; 2- gradiente de pressão; 3- temperatura; Se a pressão do gás é maior na água do que na fase gasosa, então as moléculas do gás deixam a água; Se a pressão do gás é maior na fase gasosa do que na água, então o gás dissolve-se na água; O oxigênio tem baixa solubilidade em água; O CO2 tem solubilidade em água 20 vezes maior que o oxigênio; Transporte de gases no sangue Os gases que entram nos capilares, se dissolvem no plasma; Os gases dissolvidos representam apenas uma parcela pequena do oxigênio que será fornecido às células; Os eritrócitos exercem o papel de garantir o transporte de gás entre os pulmões e a célula; Nesse processo, a hemoglobina é essencial pois sem ela, os eritrócitos não seriam capazes de carregar quantidade suficiente de oxigênio; O transporte de oxigênio no sangue tem dois componentes: o oxigênio que está dissolvido no plasma (PO2) e o oxigênio que está ligado à hemoglobina (Hb); Menos de 2% do oxigênio se dissolve no sangue; A hemoglobina transporta mais de 98% do oxigênio; Essa ligação é reversível; A Hb é um tetrâmero de quatro cadeias proteicas globulares (globinas), cada uma centrada em torno de um grupamento heme contendo ferro; O átomo de ferro central de cada grupo heme pode ligar-se reversivelmente a uma molécula de oxigênio; A interação ferro-oxigênio é uma ligação fraca que pode ser facilmente rompida sem alterar a hemoglobina ou o oxigênio; Com quatro grupamentos heme por molécula de hemoglobina,uma molécula de hemoglobina tem o potencial de se ligar a quatro moléculas de oxigênio; A quantidade de oxigênio que se liga à hemoglobina depende de dois fatores: (1) a PO2 no plasma que circunda os eritrócitos e (2) o número de locais disponíveis para a ligação à Hb; A PO2 plasmática é o principal fator que determina a porcentagem de sítios de ligação da Hb que estarão ligados ao O2; A PO2 arterial é estabelecida pela (1) composição do ar inspirado, (2) pela frequência ventilatória alveolar e (3) pela eficiência das trocas gasosas; A quantidade de oxigênio ligado à hemoglobina em qualquer PO2 é expressa como a porcentagem de saturação de hemoglobina; À medida que o sangue passa pelos pulmões sob condições normais, a hemoglobina capta quase a quantidade máxima de oxigênio que ela pode transportar; A forma da curva de saturação da HbO2 reflete as propriedades da hemoglobina e a sua afinidade pelo oxigênio; A uma PO2 alveolar e arterial normal (100 mmHg), 98% da hemoglobina estará ligada ao oxigênio; Enquanto a PO2 nos alvéolos permanecer acima de 60 mmHg, a hemoglobina estará mais de 90% saturada e manterá próximo do normal o transporte do oxigênio; Valores abaixo dos 60 mmHg, a curva torna-se mais íngreme; Esse aumento na inclinação da curva significa que uma pequena diminuição adicional na PO2 provocaria grande liberação de oxigênio; Qualquer fator que mude a conformação da proteína hemoglobina pode afetar a sua capacidade de ligação ao oxigênio; Nos seres humanos, as alterações fisiológicas do pH, da temperatura e da PCO2 plasmática alteram a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio; A diminuição do pH, o aumento da temperatura e o aumento da PCO2 diminuem a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio e deslocam a curva de saturação da oxi-hemoglobina para a direita; Quando esses fatores mudam na direção oposta, a afinidade da ligação aumenta, e a curva se desloca para a esquerda; O dióxido de carbono é mais solúvel nos fluidos corporais do que o oxigênio, porém as células produzem muito mais CO2 do que a capacidade de solubilização plasmática desse gás; Apenas cerca de 7% do CO2 está dissolvido no plasma do sangue venoso; O restante, difunde-se para os eritrócitos, sendo que 23% desse conteúdo se liga à hemoglobina (HbCO2) e 70% são convertidos em bicarbonato (HCO3); A conversão de CO2 a HCO3 serve a duas finalidades: (1) fornecer uma via adicional para o transporte de CO2 das células para os pulmões e (2) fazer o HCO3 estar disponível para atuar como um tampão para os ácidos metabólicos, ajudando a estabilizar o pH do corpo; A rápida produção de HCO3 depende da presença da anidrase carbônica, enzima encontrada em altas concentrações nos eritrócitos; O CO2 dissolvido no plasma difunde-se para os eritrócitos, onde podem reagir com a água na presença da anidrase carbônica, formando ácido carbônico (H2CO3); O ácido carbônico dissocia-se em um íon hidrogênio e um íon bicarbonato; A conversão do dióxido de carbono e água a H+ e a HCO3- continua até que o equilíbrio seja atingido;
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