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resumo AI 2 Psicopatologia

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Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
Sindromes psicóticas: 
Características que definem os T. psicóticos 
(sintomas positivos): 
Delírios: Crenças fixas, não passíveis de 
mudança. Conteúdo variado dos temas. São 
considerados bizarros se implausível e 
incompreensíveis por terceiros; 
Alucinações: Experiência semelhante à 
percepção, porém sem estímulos externos. 
São experiências vívidas, claras com toda 
força e impacto que uma percepção normal, 
porém sem controle do indivíduo. Pode ser: 
sensorial (audição, visão, olfato, paladar, 
tato); 
Desorganização marcante do 
pensamento: O discurso pode mudar de um 
tópico para outro (arborização, frouxidão dos 
nexos associativos). Pode ser desorganizado 
a ponto de ser incompreensível; 
Desorganização comportamento ou 
comportamento catatônico: Pode se 
manifestar de várias formas, desde pueril à 
agitação psicomotora; 
Arborização do pensamento: as ideias se 
encadeiam, porém o pensamento tendem a 
se distanciar do foco original 
Desagregação do pensamento ou 
frouxidão dos nexos associativos: as 
ideias tendem a não se encadear umas nas 
outras, sendo um discurso feito por frases ou 
palavras desconexas Comportamento 
catatônico: é uma redução acentuada na 
reatividade ao ambiente, variando de 
negativismo a postura rígida ou bizarra, até 
falta total de interação (verbal e motora – 
mutismo e estupor); 
Sintomas negativos (associado à 
esquizofrenia): 
Embotamento afetivo (expressão 
emocional diminuída): rosto, contato visual, 
fala e movimentos. 
Avolia: redução em atividades autoiniciadas 
e com uma finalidade. 
Anedonia: é a dificuldade ou incapacidade 
de uma pessoa sentir prazer ou se motivar a 
realizar atividades que antes eram 
prazerosas. 
Falta de sociabilidade: ausência de 
interesse em interação social; 
Transtorno delirante (CID-10: F22): 
caracteriza-se pela existência de uma ou 
mais falsas crenças nas quais a pessoa crê 
firmemente e que persistem durante no 
mínimo um mês. 
 
Tipos de transtorno delirante 
Erotomania: A pessoa acredita que outra 
pessoa está apaixonada por ela. Ela 
geralmente tenta entrar em contato com o 
objeto do delírio, por meio de chamadas 
telefônicas, cartas ou mensagens digitais. 
Algumas pessoas tentam realizar vigilância e 
perseguição ocorre com frequência. O 
comportamento em relação ao delírio pode 
ser contra a lei. 
Grandiosidade: A pessoa está convencida 
de que ela tem algum grande talento ou fez 
alguma descoberta importante. 
Ciúme: A pessoa está convencida de que o 
cônjuge ou amante não é fiel. Essa 
convicção é baseada em interpretações 
incorretas apoiadas em evidências 
duvidosas. Nessas circunstâncias, a 
agressão física pode representar um perigo 
real. 
Perseguição: A pessoa acredita que há um 
plano contra ela, que ela está sendo 
espionada, prejudicada ou assediada. É 
possível que a pessoa esteja 
constantemente dando entrada a processos 
judiciais ou fazendo denúncias para a polícia 
ou outras agências do governo. Em ocasiões 
raras, a pessoa recorre à violência como 
vingança pela perseguição imaginária. 
Somatização: No subtipo somático, a 
pessoa está preocupada com as funções ou 
atributos corporais, como uma deformação 
física ou um odor imaginários. O delírio pode 
também assumir a forma de um quadro 
clínico imaginário, como estar com parasitas. 
Diagnóstico: Depois de ter descartado 
outros quadros clínicos específicos que 
podem causar delírios (como o transtorno 
por uso de substâncias), se baseia 
principalmente no histórico e nos sintomas 
da pessoa para fazer o diagnóstico. Também 
avalia-se quão perigosa a pessoa pode ser, 
especialmente qual a sua propensão de 
colocar em prática os delírios. 
Tratamento: Criar um bom relacionamento 
entre o médico/psicólogo e o paciente; 
Às vezes, medicamentos antipsicóticos; 
O tratamento pode ser difícil, porque 
algumas pessoas têm plena convicção de 
que seus delírios são verdadeiros e se 
recusam a procurar ajuda. Um bom 
relacionamento médico/psicólogo-paciente 
ajuda. Assim que esse relacionamento 
estiver criado, pode-se incentivar aquelas 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
pessoas que estão resistindo ao tratamento 
a iniciá-lo. 
Pode ser necessária a hospitalização, se o 
médico considerar que o paciente é 
perigoso. 
Geralmente, não são utilizados 
medicamentos antipsicóticos, ainda que eles 
às vezes tenham eficácia na redução dos 
sintomas. 
Um objetivo do tratamento de longo prazo é 
desviar o foco de atenção do delírio para 
uma área mais construtiva e gratificante, 
embora essa seja uma meta difícil de ser 
alcançada. 
Transtorno Psicótico Breve (CID-10: F23): 
Consiste em delírios, alucinações ou outros 
sintomas psicóticos por, no mínimo, 1 dia, 
mas < 1 mês, com retorno, ao final, para o 
funcionamento pré-mórbido. O transtorno 
psicótico breve é incomum. Transtornos de 
personalidade preexistentes (p. ex., 
paranoide, histriônico, narcisista, 
esquizotípico ou limítrofe), bem como certas 
doenças clínicas (p. ex., lúpus sistêmico, 
ingestão de esteroide), predispõem ao seu 
desenvolvimento. Um estressor importante 
(tal como a perda de um ente querido) pode 
precipitar o distúrbio. 
Pacientes com o transtorno manifestam 
pelo menos um sintoma psicótico: 
Delírios; 
Alucinações; 
Fala desorganizada; 
Comportamento grosseiramente 
desorganizado ou catatônico; 
Transtorno psicótico breve não é 
diagnosticado se um transtorno de humor 
psicótico, transtorno esquizoafetivo, 
esquizofrenia, distúrbio físico ou efeito 
adverso de um fármaco (prescrita ou ilícita) 
explicar melhor os sintomas. 
 
A diferenciação entre transtorno psicótico 
breve e esquizofrenia em paciente sem 
quaisquer sintomas psicóticos prévios se 
baseia na duração dos sintomas; se a 
duração exceder 1 mês, o paciente não 
preencherá mais os critérios diagnósticos 
necessários para transtorno psicótico breve. 
Tratamento: é semelhante ao tratamento de 
agudização da esquizofrenia; supervisão e 
tratamento de curto prazo com antipsicóticos 
podem ser necessários. Recaída é comum, 
mas os pacientes geralmente funcionam bem 
entre os episódios e têm poucos ou nenhum 
sintoma. 
Transtorno Esquizofreniforme (CID-10: 
F20.8): Caracteriza-se por sintomas 
idênticos aos da esquizofrenia, mas dura ≥ 1 
mês, porém < 6 meses. 
A diferenciação entre transtorno 
esquizofreniforme e esquizofrenia em 
paciente sem sintomas psicóticos prévios se 
baseia na duração dos sintomas. Se a 
duração dos sintomas ou da incapacitação 
exceder 6 meses, o paciente não preencherá 
mais critérios para transtorno 
esquizofreniforme e o diagnóstico 
provavelmente será de esquizofrenia, 
embora a psicose aguda também possa 
evoluir para transtorno de humor psicótico, 
como transtorno bipolar ou transtorno 
esquizoafetivo. A observação longitudinal é 
muitas vezes necessária para estabelecer 
diagnóstico e tratamento apropriados. 
Tratamento: antipsicóticos e cuidados 
psicossociais de apoio. Após a resolução dos 
sintomas, o tratamento medicamentoso é 
mantido por 12 meses e, então, deve ser 
descontinuado gradualmente, com 
acompanhamento próximo para monitorar o 
retorno dos sintomas psicóticos. 
Esquizofrenia (CID-10: F20): A 
esquizofrenia é um transtorno mental 
caracterizado pela perda de contato com a 
realidade (psicose), alucinações (é comum 
ouvir vozes), falsas convicções (delírios), 
pensamento e comportamento anômalo, 
redução das demonstrações de emoções, 
diminuição da motivação, uma piora da 
função mental (cognição) e problemas no 
desempenho diário, incluindo no âmbito 
profissional, social, relacionamentos e 
autocuidado. 
Diagnóstico: A esquizofrenia será 
diagnosticada quando ambos os critérios a 
seguir estão presentes: 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
Doisou mais sintomas característicos 
(delírios, alucinações, fala desorganizada, 
comportamento desorganizado, sintomas 
negativos) persistem por, no mínimo, seis 
meses. 
Esses sintomas causam deterioração 
significativa no desempenho profissional, 
escolar ou social. Informações fornecidas 
pela família, pelos amigos ou pelos 
professores são importantes para definir o 
início do transtorno. 
Exames laboratoriais costumam ser 
realizados para descartar a presença de um 
transtorno por uso de substâncias ou de um 
quadro clínico, neurológico ou hormonal de 
base que possa ter as características de uma 
psicose. São feitos exames de diagnóstico 
por imagem do cérebro, como a tomografia 
computadorizada (TC) ou a ressonância 
magnética (RM), para descartar um tumor 
cerebral. Embora as pessoas com 
esquizofrenia apresentem anormalidades 
cerebrais que podem ser visualizadas na TC 
ou RM, as anormalidades não são 
específicas o suficiente para ajudar a 
diagnosticar a esquizofrenia. 
Além disso, o médico tenta descartar uma 
série de outros transtornos mentais que têm 
as mesmas características da esquizofrenia, 
como o transtorno psicótico breve, o 
transtorno esquizofreniforme, o transtorno 
esquizoafetivo e o transtorno de 
personalidade esquizotípica. 
Tratamento 
Medicamentos antipsicóticos; 
Psicoterapia; 
Cuidados especializados coordenados; 
De modo geral, o objetivo do tratamento da 
esquizofrenia é: 
Reduzir a gravidade dos sintomas psicóticos 
Evitar a recorrência dos episódios 
sintomáticos e a deterioração das funções a 
eles associada 
Fornecer apoio e, assim, possibilitar a 
pessoa a atuar da melhor forma possível 
Os medicamentos antipsicóticos, a 
reabilitação e as atividades de apoio 
comunitário e a psicoterapia são os três 
componentes principais do tratamento. 
Psicoeducação familiar; 
Cuidados especializados coordenados, que 
incluem treinar a resiliência, terapia pessoal 
familiar, lidar com disfunção cognitiva e 
emprego assistido, são um aspecto 
importante da recuperação psicossocial. 
 
Medicamentos antipsicóticos: Os 
medicamentos antipsicóticos podem ser 
eficazes para reduzir ou eliminar sintomas, 
como delírios, alucinações e pensamento 
desorganizado. Logo que os sintomas 
imediatos tenham desaparecido, a utilização 
contínua dos medicamentos antipsicóticos 
reduz substancialmente a probabilidade de 
episódios futuros. 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo 
(CID 10 - F42): é caracterizado por 
obsessões, compulsões ou ambas. As 
obsessões são ideias, imagens ou impulsos 
recorrentes, persistentes, indesejados, que 
provocam ansiedade e são intrusivos. As 
compulsões (também conhecidas como 
rituais) são determinadas ações ou atos 
mentais que a pessoa se sente impelida a 
praticar para tentar diminuir ou evitar a 
ansiedade causada pelas obsessões. 
Sintomas: A pessoa com TOC tem 
obsessões – pensamentos, imagens ou 
impulsos que ocorrem frequentemente, 
mesmo que ela não queira. Essas obsessões 
surgem mesmo quando a pessoa está 
pensando e fazendo outras coisas. Além 
disso, as obsessões normalmente causam 
grande angústia e ansiedade. As obsessões 
normalmente envolvem pensamentos de 
dano, risco ou perigo para sua saúde física 
ou mental. 
As obsessões comuns incluem: 
Preocupação com contaminação (por 
exemplo, supor que tocar em maçanetas 
provocará alguma doença) 
Dúvidas (por exemplo, supor que a porta da 
frente não foi trancada) 
Preocupação com objetos que não estão 
perfeitamente alinhados ou uniformes 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
Uma vez que as obsessões não causam 
prazer à pessoa, frequentemente ela tenta 
ignorá-las e/ou controlá-las. 
Compulsões (também chamadas de 
rituais) são uma forma que a pessoa tem 
de responder às suas obsessões. As 
compulsões comuns incluem: 
Lavar ou limpar algo para evitar 
contaminação 
Verificar algo para eliminar dúvidas (por 
exemplo, verificar muitas vezes que uma 
porta está trancada) 
Contar (por exemplo, repetir uma ação um 
determinado número de vezes). 
Ordenar (por exemplo, arrumar talheres ou 
objetos da mesa de trabalho em um padrão 
específico) 
A maioria dos rituais, como lavar as mãos 
com muita frequência ou verificar 
repetidamente se a porta está trancada, 
pode ser observada. Outros rituais não 
podem ser observados, como o cálculo 
repetitivo ou afirmações em voz baixa com a 
intenção de diminuir algum perigo.Os rituais 
podem ser realizados de forma precisa de 
acordo com regras rígidas. Os rituais podem 
ou não estar logicamente conectados com a 
obsessão. Quando as compulsões estão 
logicamente conectadas à obsessão (por 
exemplo, tomar banho para evitar ficar sujo 
ou verificar o fogão para evitar incêndios), 
elas são claramente excessivas. Por 
exemplo, é possível que a pessoa tome 
banho durante muitas horas todo dia ou 
verifique o fogão trinta vezes antes de sair de 
casa. Todos os rituais e obsessões exigem 
tempo. É possível que a pessoa gaste horas 
todos os dias dedicada a eles. Eles podem 
causar tanta angústia ou interferir tanto com 
a capacidade funcional da pessoa que 
algumas chegam a ficar incapacitadas. A 
maioria das pessoas com TOC possui tanto 
obsessões como compulsões. Essas 
também sabem que seus pensamentos 
obsessivos não refletem riscos reais e que 
seus comportamentos compulsivos são 
excessivos. No entanto, algumas pessoas 
estão convencidas que suas obsessões são 
bem fundamentadas e que suas compulsões 
são plausíveis. 
Algumas pessoas com TOC estão cientes de 
que seus comportamentos compulsivos são 
excessivos. Por isso, elas geralmente 
realizam os rituais de maneira secreta, 
mesmo quando esses rituais consomem 
muitas horas do dia. Dessa forma, os 
sintomas do TOC podem causar um 
desgaste nos relacionamentos e a pessoa 
com TOC pode ter um pior desempenho 
escolar ou no trabalho. 
Diagnóstico: 
O médico diagnostica o transtorno 
obsessivo-compulsivo tomando por base os 
sintomas: a presença de obsessões, 
compulsões ou ambas. As obsessões ou 
compulsões precisam atender, no mínimo, 
um dos quesitos a seguir: 
Tomar muito tempo; 
Causar angústia significativa ou interferir 
com a capacidade funcional da pessoa; 
Tratamento: 
Terapia de exposição e de prevenção de 
rituais; 
Determinados antidepressivos; 
Transtornos por uso de substâncias 
(CID 10 F19): Transtornos por uso de 
substâncias são um tipo de transtorno 
relacionado com substância que envolvem 
um padrão patológico de comportamentos 
em que os pacientes continuam a usar uma 
substância apesar de experimentarem 
problemas significativos relacionados ao uso. 
Também pode haver manifestações 
fisiológicas, incluindo alterações no circuito 
cerebral. 
As substâncias envolvidas são tipicamente 
membros das 10 classes de fármacos que 
normalmente causam transtornos 
relacionados a substâncias. Todas essas 
substâncias ativam diretamente o sistema de 
recompensa do cérebro e produzem 
sensações de prazer. A ativação pode ser 
tão intensa que os pacientes cada vez mais 
anseiam pela substância e negligenciam as 
atividades normais para obtê-la e usá-la. 
Diagnóstico: O diagnóstico do transtorno 
por uso de substâncias baseia-se na 
identificação de um padrão patológico dos 
comportamentos em que os pacientes 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
continuam a usar uma substância apesar de 
experimentarem problemas significativos 
relacionados ao uso. 
Tolerância: a pessoa precisa aumentar 
progressivamente a dose da droga para 
produzir intoxicação ou o efeito desejado, ou 
o efeito de uma dada dose diminui ao longo 
do tempo. 
Abstinência: efeitos físicos inconvenientes 
ocorrem quando o fármaco é interrompido ou 
quando seus efeitos são contrapostos por 
um antagonista específico. Os sintomas de 
abstinência que se desenvolvem após esse 
uso médicoadequado não contam como 
critérios para o diagnóstico de um transtorno 
por uso de substâncias. 
Tratamento: 
O tratamento do transtorno por dependência 
química é um desafio com um ou mais dos 
seguintes: desintoxicação aguda, prevenção 
e tratamento da abstinência, cessação (ou 
raramente, redução) do uso, manutenção da 
abstinência. Diferentes fases de tratamento 
podem ser tratadas com fármacos e/ou 
aconselhamento e suporte. Questões e 
medidas específicas são discutidas em 
outras partes sobre substâncias específicas 
deste Manual, incluindo Transtornos por uso 
de álcool e Transtornos por uso de opioides. 
Assim, essas doenças são passíveis a várias 
formas de tratamento, incluindo grupos de 
apoio (Alcoólicos Anônimos e outros 
programas de Doze Passos); psicoterapia (p. 
ex., terapia de reforço motivacional, terapia 
cognitivo-comportamental, prevenção de 
recaídas); e fármacos, que variam de terapia 
agonista (p. ex., terapia de reposição de 
nicotina para o transtorno por uso de tabaco, 
metadona e buprenorfina para transtorno por 
uso de opioides). 
Benzodiazepínicos: são uma classe de 
fármacos psicotrópicos cuja estrutura 
química é a fusão de um anel de benzeno 
com um anel de diazepina (diazepam, 
alprazolam, midazolam, etc). 
Efeitos: 
Os principais efeitos farmacológicos 
dos benzodiazepínicos são: redução da 
ansiedade e da agressão, sedação e indução 
do sono, redução do tônus muscular e 
coordenação e ação anticonvulsivante. 
Funcionamento: 
No sistema nervoso central (SNC) existe um 
neurotransmissor e um receptor chamado 
GABA, este quando estimulado tem ações 
inibitórias no SNC, que está diretamente 
relacionado ao uso de benzodiazepínico. 
Usuários de Benzodiazepínicos: 
Médicos e demais profissionais da saúde; 
Poli usuários de substâncias psicoativas 
(SPAs); 
Transtornos de Personalidade; 
Síndromes Depressivas; 
Síndromes Ansiosas; 
Síndromes Maniformes; 
Tratamento: 
Desmame do benzodiazepínico; 
Manejo da síndrome de abstinência; 
Troca de medicação, o profissional deve 
fazer escolhas que tratem a causa da queixa, 
como insônia, alteração do humor, entre 
outras; 
Transtorno de personalidade borderline 
(F60. 3): caracterizado por um padrão 
generalizado de instabilidade e 
hipersensibilidade nos relacionamentos 
interpessoais, instabilidade na autoimagem, 
flutuações extremas de humor e 
impulsividade. 
Diagnóstico: 
Instabilidade persistente nos 
relacionamentos, na autoimagem e nas 
emoções (desequilíbrio emocional), bem 
como acentuada impulsividade. 
Esse padrão é caracterizado por ≥ 5 dos 
seguintes: 
Esforços desesperados para evitar o 
abandono (real ou imaginado) 
Relacionamentos intensos e instáveis que se 
alternam entre idealização e desvalorização 
da outra pessoa 
Autoimagem ou senso do eu instável 
Impulsividade em ≥ 2 áreas que pode 
prejudicá-los (p. ex., sexo inseguro, 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
compulsão alimentar, dirigir de forma 
imprudente) 
Comportamentos, gestos ou ameaças 
repetidos de suicídio ou automutilação 
Mudanças rápidas no humor, normalmente 
durando apenas algumas horas e raramente 
mais do que alguns dias 
Sentimentos persistentes de vazio 
Raiva inadequadamente intensa ou 
problemas para controlar a raiva 
Pensamentos paranoicos temporários ou 
sintomas dissociativos graves 
desencadeados por estresse 
Tratamento: 
Psicoterapia; 
Fármacos; 
O tratamento geral do transtorno de 
personalidade borderline é o mesmo que 
para todos os transtornos de personalidade. 
Identificar e tratar os transtornos 
coexistentes é importante para o tratamento 
eficaz do transtorno de personalidade 
borderline. 
Psicoterapia: 
O principal tratamento para o transtorno de 
personalidade borderline é psicoterapia. 
Muitas intervenções psicoterapêuticas são 
eficazes para reduzir comportamentos 
suicidas, melhorar a depressão e a função 
em pacientes com esse transtorno. 
Fármacos: 
Fármacos funcionam melhor quando usados 
com moderação e sistematicamente para 
sintomas específicos. Os ISRSs geralmente 
são bem tolerados; a probabilidade de uma 
overdose letal é mínima. Mas ISRSs só são 
marginalmente eficazes para depressão e 
ansiedade em pacientes com transtorno de 
personalidade borderline. 
Os seguintes fármacos são eficazes para 
atenuar os sintomas do transtorno de 
personalidade borderline: 
Estabilizadores de humor como a 
lamotrigina: para depressão, ansiedade, 
labilidade de humor e impulsividade 
Antipsicóticos atípicos (de 2ª geração): para 
ansiedade, raiva e sintomas cognitivos, 
incluindo distorções cognitivas transitórias 
relacionadas a estresse (p. ex., pensamentos 
paranoicos, pensamento maniqueísta, 
desorganização cognitiva grave) 
Benzodiazepínicos e estimulantes também 
podem ajudar a aliviar os sintomas, mas não 
são recomendados por causa dos riscos de 
dependência, overdose, desinibição e uso 
inadequado. 
Transtorno de personalidade paranoide 
(CID 10 - F60.0): é caracterizado por um 
padrão generalizado de desconfiança e 
suspeita injustificadas dos outros que 
envolve interpretar seus motivos como 
maliciosos. 
Diagnóstico: 
Desconfiança e suspeita persistentes sobre 
os outros 
Essa desconfiança e suspeita são 
demonstradas pela presença de ≥ 4 dos 
seguintes: 
Suspeita injustificada de que outras pessoas 
estão explorando, prejudicando ou 
enganando-os 
Preocupação com dúvidas injustificadas 
sobre a confiabilidade de seus amigos e 
colegas de trabalho 
Relutância em confiar nos outros, temendo 
que as informações sejam usadas contra 
eles 
Interpretação errônea das observações ou 
eventos benignos como tendo um significado 
oculto depreciador, hostil ou ameaçador 
Reter rancores por insultos, injúrias ou 
ofensas 
Propensão a achar que seu caráter ou 
reputação foi atacado e rapidez para reagir 
com raiva ou para contra-atacar 
Suspeitas injustificadas e recorrentes de que 
o cônjuge ou parceiro é infiel 
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido 
no início da idade adulta. 
Tratamento: 
Terapia cognitivo-comportamental 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
Expressar o reconhecimento de alguma 
validade em pacientes desconfiados pode 
facilitar uma aliança entre o paciente e o 
médico. Essa aliança pode então permitir 
que os pacientes participem da terapia 
cognitivo-comportamental ou estejam 
dispostos a tomar quaisquer fármacos (p. 
ex., antidepressivos, antipsicóticos atípicos) 
prescritos para tratar sintomas específicos. 
Antipsicóticos atípicos (de 2ª geração) 
podem ajudar a diminuir a ansiedade. 
Transtorno de personalidade histriônica 
(CID 10 - F60.4): é caracterizado por um 
padrão generalizado de excessiva 
emocionalidade e busca de atenção; 
Diagnóstico: 
Padrão generalizado de excessiva 
emocionalidade e busca de atenção. 
Esse padrão se caracteriza por ≥ 5 dos 
seguintes: 
Desconforto quando eles não são o centro 
das atenções 
Interação com os outros que é 
inadequadamente sedutora ou provocativa 
sexualmente 
Mudança rápida e expressão superficial das 
emoções 
Uso consistente da aparência física para 
chamar a atenção para eles mesmos 
Discruso que é extremamente impressionista 
e vago 
Autodramatização, teatralidade e expressão 
extravagante das emoções 
Sugestionabilidade (facilmente influenciados 
por outras pessoas ou situações) 
Interpretação dos relacionamentos como 
mais íntimos do que são 
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido 
no início da idade adulta. 
Tratamento: 
Psicoterapia psicodinâmica; 
A psicoterapia psicodinâmica, que focaliza os 
conflitos subjacentes, pode ser tentada. O 
terapeuta pode começar incentivando os 
pacientes a substituir o discurso pelo 
comportamento e, portanto, os pacientes 
podem compreender-se e se comunicar com 
os outros de uma forma menos dramática. 
Então, o terapeutapode ajudar os pacientes 
a perceber como seus comportamentos 
histriônicos são uma forma mal-adaptativa de 
atrair atenção dos outros e de gerenciar sua 
auto-estima. 
A medicação pode por vezes ser usada 
como tratamento de outras condições que 
também podem estar presentes com esta 
desordem, como depressão e ansiedade . 
Transtorno de personalidade narcisista 
(F60.8): é caracterizado por um padrão 
generalizado de grandiosidade, necessidade 
de adulação e falta de empatia. 
Diagnóstico: 
Padrão persistente de grandiosidade, 
necessidade de admiração e falta de 
empatia. 
Esse padrão se caracteriza por ≥ 5 dos 
seguintes: 
Uma sensação exagerada e infundada da 
sua própria importância e talentos 
(grandiosidade) 
Preocupação com fantasias de realizações 
ilimitadas, influência, poder, inteligência, 
beleza ou amor perfeito 
Convicção de que eles são especiais e 
únicos e devem associar-se apenas com 
pessoas do mais alto calibre 
Necessidade de ser incondicionalmente 
admirado 
Uma sensação de merecimento 
Exploração dos outros para alcançar 
objetivos próprios 
Falta de empatia 
Inveja dos outros e convicção de que outros 
os invejam 
Arrogância e altivez 
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido 
no início da idade adulta. 
Tratamento: 
Psicoterapia; 
Grupo de apoio; 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
Terapia familar e de grupo; 
Transtorno de personalidade dependente 
(CID 10 - F60.7):caracterizado por uma 
necessidade generalizada e excessiva de ser 
cuidado, levando à submissão e 
comportamentos viscosos. 
Diagnóstico: 
Necessidade persistente e excessiva de 
serem cuidados, resultando em submissão e 
apego 
Essa necessidade persistente manifesta-se 
pela presença de ≥ 5 dos seguintes: 
Dificuldade em tomar decisões diárias sem 
uma quantidade excessiva de conselhos e 
asseguramento por outras pessoas 
Necessidade de fazer com que outros sejam 
responsáveis por muitos aspectos 
importantes das suas vidas 
Dificuldade para expressar discordância com 
os outros porque eles temem perder suporte 
ou aprovação 
Dificuldade para iniciar projetos por conta 
própria porque eles não estão confiantes em 
seu julgamento e/ou habilidades (não porque 
não têm motivação ou energia) 
Disposição de fazer tudo (p. ex., realizar 
tarefas desagradáveis) para obter o apoio de 
outros 
Sentimentos de desconforto ou desamparo 
quando estão sozinhos porque temem não 
poderem cuidar de si mesmos 
Necessidade urgente de estabelecer um 
novo relacionamento com alguém que 
fornecerá cuidados e suporte quando um 
relacionamento íntimo termina 
Preocupação irrealista com medo de serem 
abandonados para cuidar de si mesmos 
Além disso, os sintomas devem ter ocorrido 
no início da idade adulta. 
Tratamento: 
Terapia cognitivo-comportamental 
Psicoterapia psicodinâmica 
Possivelmente, antidepressivos 
Transtorno de Personalidade Esquizoide 
(F60.1): é caracterizado por um padrão 
generalizado de distanciamento e 
desinteresse geral nos relacionamentos 
sociais e expressão limitada de emoções nos 
relacionamentos. 
Diagnóstico: 
Para que o médico diagnostique a pessoa 
com transtorno de personalidade esquizoide, 
ela precisa ter um distanciamento persistente 
e desinteresse geral nos relacionamentos 
sociais e expressão limitada de emoções nas 
interações interpessoais, indicado por no 
mínimo quatro dos itens a seguir: 
Nenhum desejo ou prazer com 
relacionamentos íntimos, incluindo aqueles 
com membros da família. 
Forte preferência por atividades solitárias. 
Pouco, se algum, interesse em atividade 
sexual com outra pessoa. 
Desfrutar de poucas, se alguma, atividades. 
Não ter amigos íntimos ou confidentes, 
exceto possivelmente parentes de primeiro 
grau. 
Aparente indiferença quanto a elogios ou 
críticas dos outros. 
Frieza emocional e distanciamento e não 
expressar emoção em resposta a eventos ou 
interações com outras pessoas. 
Além disso, o início dos sintomas precisa ter 
ocorrido no começo da idade adulta. 
Tratamento 
Terapia cognitivo-comportamental que dá 
enfoque a habilidades sociais 
Transtorno de Personalidade 
Esquizotípica (F21): é caracterizado por um 
padrão generalizado de desconforto intenso 
com relacionamentos íntimos e com 
capacidade reduzida para tal, por cognição e 
percepções distorcidas e por comportamento 
excêntrico. 
Diagnóstico: 
Padrão difuso de déficits sociais e 
interpessoais, marcado por desconforto 
agudo e capacidade reduzida de 
relacionamentos íntimos, além de 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
comportamento excêntricos, em vários 
contextos. 
Ideias de referências (situações casuais tem 
sentido particular, especificamente para a 
pessoa). 
Supersticiosos ou preocupados com 
fenômenos paranormais (podem achar que 
tem poderes especiais para sentir os eventos 
antes que ocorram). 
Acreditam que exerce poder mágico sobre 
outros 
Discurso desconexo, vago, fraseado 
Desconfiados e com ideias paranoides 
Incapazes de lidar com afeto 
Considerados esquisitos, excêntricos 
(vestimenta que não ―combina‖) 
Ansiosos em situações sociais 
Padrão difuso de desconsideração e violação 
dos direitos das outras pessoas que ocorre 
desde 15 anos de idade, conforme indicado 
por 3 ou + dos seguintes: 
Fracasso em ajustar-se nas normas sociais 
relativas a comportamentos legais (repetição 
de atos que constituem motivos de 
detenção); 
Tendência à falsidade (mentiras repetidas, 
uso de nomes falsos ou trapaça para ganho 
ou prazer pessoal); 
Impulsividade ou fracasso em fazer planos 
para futuro; 
Irritabilidade e agressividade (repetidas lutas 
corporais ou agressões físicas); 
Descaso pela segurança de si ou de outros; 
Irresponsabilidade reiterada (manter conduta 
no trabalho ou honrar obrigações fianceiras); 
Ausência de remorso (indiferença em relação 
a ter ferido, maltratado ou roubado outra 
pessoa). 
O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. 
Há evidências de transtorno de conduta 
anterior aos 15 anos. 
Os comportamentos antissociais não 
ocorrem exclusivamente no curso de 
esquizofrenia e TAB. 
Surge na infância ou adolescência e continua 
na vida adulta; 
Falsidade e manipulação são aspectos 
centrais do transtorno; 
Padrão repetitivo no qual o comportamento 
em relação as normas ou regras sociais são 
violadas; 
Comportamentos específicos do T de 
conduta: agressão à pessoas ou animais, 
destruição de propriedades, roubo ou fraude 
ou grave violação de regras. 
Tratamento: 
Antipsicóticos atípicos (de 2ª geração) e 
antidepressivos; 
Terapia cognitivo-comportamental; 
Transtorno de Personalidade Antissocial 
(F60. 2.): caracterizado pelo desprezo por 
outras pessoas. 
Diagnóstico: 
Falsidade e manipulação são aspectos 
centrais do transtorno; 
Padrão repetitivo no qual o comportamento 
em relação as normas ou regras sociais são 
violadas; 
Comportamentos específicos do T de 
conduta: 
Agressão à pessoas ou animais, destruição 
de propriedades, roubo ou fraude ou grave 
violação de regras. 
Não se ajustam as normas sociais, realiza 
diversos atos (delitos) como: destruir 
propriedades, assediar pessoas, roubar, 
ocupações ilegais,... 
Desrespeitam direitos, desejos e sentimentos 
de terceiros; e com frequência enganam e 
manipulam para obter ganho pessoal; 
Tendem a ser irritáveis e agressivos; 
Demostram pouco remorso pelas 
consequências de seus atos, muitas vezes 
minimizam as consequências de seus atos. 
Carecem de empatia, tendem a ser 
insensíveis, cínicos e desdenham os 
sentimentos dos outros; 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
São autoconfiantes, arrogantes, 
convencidos; 
Irresponsáveis e exploradores em seus 
relacionamentos sexuais; 
Podem apresentar associados: transtorno de 
ansiedade, TUS, transtorno de jogo, T. 
person. Narcisista. 
Tratamento:Psicoterapia; 
Terapia familiar; 
Transtorno factício (F68. 1):fingir ter ou 
produzir sintomas físicos ou psicológicos 
sem razão externa aparente. A pessoa com 
transtorno factício imposto a si próprio finge 
repetidamente ter um distúrbio. Caso tenha 
de fato um distúrbio, ela exagera ou mente 
sobre os sintomas, finge que está mais 
doente ou mais debilitada do que realmente 
está. No entanto, esse transtorno é mais 
complexo do que a simples desonestidade. É 
um problema da saúde mental que está 
associado com graves dificuldades 
emocionais. 
Diagnóstico: 
Em primeiro lugar, o médico verifica a 
presença de transtornos de saúde mental e 
física obtendo um histórico clínico completo, 
realizando um exame físico completo e 
outros exames. Quase sempre, a descrição 
dos sintomas da pessoa é convincente, o 
que, às vezes, engana os médicos. No 
entanto, o médico pode suspeitar da 
presença do transtorno com base nos 
seguintes fatos: 
O histórico clínico é dramático, porém 
inconsistente. 
O tratamento piora os sintomas, em vez de 
melhorá-los. 
Depois que os resultados dos exames 
demonstram ser negativos ou depois que um 
grupo de sintomas é tratado, a pessoa 
apresenta sintomas diferentes ou vai a outro 
hospital em busca de tratamento. 
A pessoa tem um amplo conhecimento sobre 
a prática médica. 
A pessoa quer ou fica ansiosa para realizar 
exames de diagnóstico e procedimentos 
cirúrgicos. 
Ela tem um histórico de visitas frequentes a 
vários médicos e hospitais. 
Ela resiste em permitir que o médico 
converse com familiares e com outros 
médicos que a trataram no passado. 
A pessoa é diagnosticada com transtorno 
factício imposto a si próprio quando os 
quesitos a seguir são confirmados: 
Outras doenças são descartadas. 
O médico observa ou descobre evidência de 
exagero, fingimento, falsificação, produção 
autoinduzida de sintomas ou alterações do 
histórico clínico. 
A pessoa não tem nenhum motivo externo 
óbvio que a incentive a fingir ou exagerar os 
sintomas. 
O médico pode encaminhar a pessoa a um 
psiquiatra ou a outro profissional de saúde 
mental. 
Se o transtorno for diagnosticado 
precocemente, é possível evitar a realização 
de exames invasivos perigosos, 
procedimentos cirúrgicos e tratamentos 
desnecessários. 
Tratamento: 
Nenhum tratamento claramente eficaz 
A psicoterapia, especialmente a terapia 
cognitivo-comportamental, pode ajudar. Ela 
dá enfoque à mudança do pensamento e do 
comportamento da pessoa. Ela também 
ajuda a pessoa a identificar e trabalhar com 
os problemas primários que estão causando 
o transtorno. 
Transtorno dissociativo de identidade 
(F44.81): anteriormente chamado transtorno 
de personalidades múltiplas, é um tipo de 
transtorno dissociativo caracterizado por ≥ 2 
estados de personalidade (também 
chamados alter egos ou estados do eu ou 
identidades) que se alternam. O transtorno 
apresenta incapacidade de recordar eventos 
diários, informações pessoais importantes 
e/ou eventos traumáticos ou estressantes, 
todo os quais tipicamente não seriam 
normalmente perdidos com o esquecimento 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
normal. A causa é quase invariavelmente 
trauma opressivo na infância. 
Diagnóstico 
Critérios clínicos 
Entrevistas detalhadas, algumas vezes com 
hipnose ou facilitada por fármacos 
Pacientes têm ≥ 2 estados de personalidade 
ou identidades (perturbação da identidade), 
com descontinuidade substancial no sentido 
que têm sobre o self e sensação de controle 
das ações. 
Os pacientes têm lacunas na memória para 
eventos diários, informações pessoais 
importantes e eventos traumáticos—
informações que tipicamente não se 
perderiam com o esquecimento normal. 
Os sintomas causam sofrimento significativo 
ou prejudicam muito o funcionamento social 
ou ocupacional. 
Além disso, os sintomas podem não ser mais 
bem explicados por um outro transtorno (p. 
ex., crises parciais complexas, transtorno 
bipolar, transtorno de estresse pós-
traumático, outro transtorno dissociativo), 
pelos efeitos da intoxicação alcoólica, por 
práticas culturais ou religiosas amplamente 
aceitas ou, em crianças, por fantasias (p. ex., 
um amigo imaginário). 
O diagnóstico requer conhecimento sobre os 
fenômenos dissociativos e questões 
específicas sobre eles. Algumas vezes, 
utilizam-se entrevistas prolongadas, hipnose 
ou entrevistas facilitadas por fármacos 
(barbitúricos ou benzodiazepínicos); e pode-
se solicitar ao paciente que mantenha um 
diário entre as visitas. Todas essas medidas 
envolvem uma tentativa de revelar uma 
alternância das identidades durante a 
avaliação. O médico pode tentar, ao longo do 
tempo, mapear as diferentes identidades e 
seus inter-relacionamentos. Questionários e 
entrevistas especialmente desenvolvidos 
podem ser muito úteis, sobretudo para 
médicos que tenham menos experiência com 
esse transtorno. 
Simulação (a dissimulação intencional de 
sintomas físicos ou mentais motivada por 
incentivo externo) deve ser considerada se 
houver benefícios (p. ex., fugir de 
responsabilidades por ações ou obrigações). 
Mas simuladores tendem a sobrerreportar 
sintomas bem conhecidos do transtorno (p. 
ex., amnésia dissociativa) e subrreportar 
outros. Eles também tendem a criar 
identidades estereotípicas alternativas. Em 
comparação com pacientes que têm o 
transtorno, os simuladores geralmente 
parecem gostar da ideia de ter a doença; por 
outro lado, pacientes com transtorno 
dissociativo de identidade muitas vezes 
tentam a esconder isso. Quando os médicos 
suspeitam de que um transtorno é falso, 
dupla verificação das informações de 
múltiplas fontes pode detectar 
inconsistências que impossibilitam o 
diagnóstico. 
Tratamento: 
Cuidados de suporte, incluindo tratamento 
medicamentoso conforme necessário para 
sintomas associados 
Psicoterapia direcionada para a integração a 
longo prazo dos estados de identidade 
quando possível. 
Transtorno de deficit de 
atenção/hiperatividade (F90.0): é uma 
síndrome de desatenção, hiperatividade e 
impulsividade. Há 3 tipos de TDAH, os que 
são predominantemente desatentos, 
hiperativo/impulsivos e combinados. 
Diagnóstico: 
Os critérios diagnósticos do DSM-5 incluem 
9 sinais e sintomas de desatenção e 9 de 
hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico 
que usa esses critérios requer que ≥ 6 sinais 
e sintomas de pelo menos um grupo. Além 
disso, é necessário que os sintomas 
Estejam presentes muitas vezes por ≥ 6 
meses 
Sejam mais pronunciados do que o esperado 
para o nível de desenvolvimento da criança 
Ocorram em pelo menos 2 situações (p. ex., 
casa e escola) 
Estejam presentes antes dos 12 anos de 
idade (pelo menos alguns sintomas) 
Interfiram em sua capacidade funcional em 
casa, na escola ou no trabalho 
Sintomas de desatenção: 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
Não presta atenção a detalhes ou comete 
erros descuidados em trabalhos escolares ou 
outras atividades 
Tem dificuldade de manter a atenção em 
tarefas na escola ou durante jogos 
Não parece prestar atenção quando 
abordado diretamente 
Não acompanha instruções e não completa 
tarefas 
Tem dificuldade para organizar tarefas e 
atividades 
Evita, não gosta ou é relutante no 
envolvimento em tarefas que requerem 
manutenção do esforço mental durante longo 
período de tempo 
Frequentemente perde objetos necessários 
para tarefas ou atividades escolares 
Distrai-se facilmente 
É esquecido nas atividades diárias 
Sintomas de hiperatividade e impulsividade: 
Movimenta ou torce mãos e pés com 
frequência 
Frequentemente movimenta-se pela sala de 
aula ou outros locais 
Corre e faz escaladas com frequência 
excessiva quando esse tipo de atividade é 
inapropriado 
Tem dificuldades de brincar tranquilamente 
Frequentemente movimenta-se e age como 
se estivesse "ligadana tomada" 
Costuma falar demais 
Frequentemente responde às perguntas de 
modo abrupto, antes mesmo que elas sejam 
completadas 
Frequentemente tem dificuldade de aguardar 
sua vez 
Frequentemente interrompe os outros ou se 
intromete 
O diagnóstico do tipo desatenção 
predominante exige ≥ de 6 sinais e sintomas 
de desatenção. O diagnóstico do tipo 
hiperativo/impulsivo exige ≥ 6 sinais e 
sintomas de hiperatividade e impulsividade. 
O diagnóstico do tipo combinado requer ≥ 6 
sinais e sintomas de cada critério de 
desatenção e hiperatividade/impulsividade. 
Tratamento 
Terapia comportamental 
Terapia medicamentosa com estimulantes 
como metilfenidato ou dextroanfetamina (em 
preparações de curta e longa ação) 
Disforia de gênero e transsexualidade 
(F64.2): envolve um sentimento forte e 
persistente de que o sexo anatômico da 
pessoa não corresponde ao sentimento 
interno da pessoa de ser do sexo masculino, 
feminino, misto, neutro ou algo diferente 
(identidade de gênero). Essa sensação de 
incompatibilidade faz com que a pessoa sinta 
angústia significativa ou compromete em 
muito a capacidade de funcionamento da 
pessoa. A transexualidade é a forma mais 
extrema da disforia de gênero. 
Diagnóstico: 
A maioria das crianças com disforia de 
gênero não é avaliada até que atinja uma 
idade de seis a nove anos. 
Os médicos diagnosticam a disforia de 
gênero quando as pessoas (crianças ou 
adultos) fazem o seguinte: 
Sentem que seu sexo anatômico não é 
compatível com a identidade de gênero e 
sentem-se dessa maneira há seis meses ou 
mais 
Sentem muita angústia ou não 
desempenham funções normalmente devido 
a esse sentimento 
Apresentam determinados outros sintomas, 
que podem variar por faixa etária 
Os demais sintomas necessários para que 
um médico diagnostique disforia de gênero 
são levemente diferentes em crianças e em 
adolescentes e adultos. 
Crianças também precisam apresentar, no 
mínimo, seis dos seguintes sintomas: 
Um forte e persistente desejo de serem ou a 
insistência de que são do sexo oposto (ou 
algum outro gênero) 
Uma forte preferência por vestirem-se com 
roupas do gênero oposto e, em garotas, 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
resistência em vestir roupas tipicamente 
femininas 
Uma forte preferência por fingirem ser do 
gênero oposto quando estão brincando 
Uma forte preferência por brinquedos, jogos 
e atividades típicas do outro gênero 
Uma forte preferência por companheiros de 
brincadeiras do outro gênero 
Uma forte rejeição de brinquedos, jogos e 
atividades típicas do gênero correspondente 
ao seu sexo anatômico (por exemplo, 
meninos se recusam a brincar com carrinhos 
ou jogar futebol) 
Uma forte aversão à sua anatomia 
Um forte desejo por características sexuais 
que correspondem à sua identidade de 
gênero 
Adolescentes e adultos também precisam 
apresentar um ou mais dos seguintes 
sintomas: 
Um forte desejo de se livrar de suas 
características sexuais e, no caso de 
adolescentes jovens, evitar o 
desenvolvimento de características sexuais 
secundárias (as que ocorrem durante a 
puberdade) 
Um forte desejo por características sexuais 
que correspondem à sua identidade de 
gênero 
Um forte desejo de ser do gênero oposto (ou 
algum outro gênero) 
Um forte desejo de viver ou ser tratado como 
o gênero oposto 
Uma forte crença de que se sentem e 
reagem como o gênero oposto 
Tratamento 
Psicoterapia 
Algumas vezes terapia hormonal; 
Transtorno voyeurístico: obtenção de 
excitação sexual pela observação de 
pessoas nuas, despindo-se ou engajadas em 
atividade sexual. Quando se observam 
pessoas desavisadas, esse comportamento 
sexual frequentemente ocasiona problemas 
com a lei e nos relacionamentos. Transtorno 
voyeurista envolve agir sobre os impulsos ou 
fantasias voyeuristas com uma pessoa que 
não consente ou experimentar sofrimento 
significativo ou prejuízo funcional por causa 
desses desejos e impulsos. 
Diagnóstico: 
O diagnóstico do transtorno voyeurístico 
requer: 
Os pacientes se sentiram excitados repetida 
e intensamente ao observar uma pessoa 
desatenta que está nua, está se despindo ou 
se envolvendo em atividade sexual; a 
excitação é expressa em fantasias, desejos 
intensos ou comportamentos. 
Os pacientes agiram motivados pelos seus 
desejos com uma pessoa não conivente, ou 
essas fantasias, desejos intensos ou 
comportamentos causam sofrimento 
significativo ou prejudicam o funcionamento 
no trabalho, em situações sociais ou em 
outras áreas importantes. 
O quadro esteve presente por ≥ 6 meses. 
O transtorno voyeurístico não é 
diagnosticado em pacientes < 18 anos. 
Tratamento: 
Psicoterapia, grupos de suporte e inibidores 
seletivos de recaptação de serotonina 
(ISRSs) 
Às vezes, fármacos antiandrogênicos 
Quando as leis são quebradas e o status de 
molestador sexual é conferido, o tratamento 
quase sempre se inicia com terapia, grupos 
de apoio e ISRSs. 
Se esses fármacos são ineficazes e, se o 
transtorno é grave, fármacos que reduzem 
os níveis de testosterona e, portanto, 
reduzem a libido devem ser considerados. 
Esses fármacos são chamadas 
antiandrogênicas, embora os fármacos mais 
comummente usadas na verdade não 
bloqueiem os efeitos da testosterona. Os 
fármacos incluem 
Agonistas do hormônio liberador de 
gonadotropina (GnRH; p. ex., leuprolida) 
Acetato de medroxiprogesterona de depósito 
Ambos diminuem a produção hipofisária do 
hormônio luteinizante (LH) e do hormônio 
folículo-estimulante (FSH) e, portanto, 
Resumo AI II Psicopatologia 
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reduzem a produção da testosterona. 
Consentimento totalmente informado e 
monitoramento apropriado da função 
hepática e níveis séricos de testosterona são 
necessários. 
Transtorno exibicionista: caracteriza-se 
pela obtenção de excitação sexual por 
exposição genital, quase sempre para um 
desconhecido desavisado. Também pode se 
referir a um forte desejo de ser observado 
por outros durante atividade sexual. 
Transtorno exibicionista envolve agir sobre 
esses impulsos com uma pessoa que não 
consente ou experimentar sofrimento 
significativo ou prejuízo funcional por causa 
desses desejos e impulsos. 
Diagnóstico: 
O diagnóstico do transtorno exibicionista 
requer: 
Os pacientes se sentiram excitados repetida 
e intensamente ao expor os órgãos genitais 
a uma pessoa desatenta ou ao serem 
observados por outras pessoas durante 
atividade sexual; a excitação é expressa em 
fantasias, desejos intensos ou 
comportamentos. 
Os pacientes agiram motivados pelos seus 
desejos com uma pessoa não conivente, ou 
essas fantasias, desejos intensos ou 
comportamentos causam sofrimento 
significativo ou prejudicam o funcionamento 
no trabalho, em situações sociais ou em 
outras áreas importantes. 
O quadro esteve presente por ≥ 6 meses. 
Tratamento: 
Psicoterapia, grupos de suporte e inibidores 
seletivos de recaptação de serotonina 
(ISRSs) 
Às vezes, fármacos antiandrogênicos 
Quando as leis são quebradas e o status de 
molestador sexual é confirmado, o 
tratamento do transtorno exibicionista 
costuma começar com psicoterapia, grupos 
de apoio e ISRSs. 
Se os ISRSs forem ineficazes e se o 
transtorno for grave, deve-se considerar 
fármacos que reduzem os níveis de 
testosterona e, portanto, reduzem a libido. 
Esses fármacos são chamadas 
antiandrogênicas, embora os fármacos mais 
comummente usadas na verdade não 
bloqueiem os efeitos da testosterona. Esses 
fármacos incluem agonistas do hormônio 
liberador de gonadotrofinas (GnRH) (p. ex., 
leuprolida) e acetato de medroxiprogesterona 
de depósito; ambas diminuem a produção 
pituitária do hormônio luteinizante (LH) e 
hormônio folículo-estimulante (FSH). 
Consentimento totalmente informado e 
monitoramento apropriado da função 
hepática e níveis séricos de testosterona sãonecessários. 
As taxas de reincidência são altas. A eficácia 
do tratamento é monitorada com base em 
autorrelato, pletismografia peniana e 
registros de detenções. 
Transtorno transvéstico: envolve excitação 
sexual intensa e recorrente com o uso de 
roupas do sexo oposto, que pode se 
manifestar como fantasias, impulsos ou 
comportamentos. Transtorno transvéstico é 
travestismo que causa sofrimento 
significativo ou prejuízo funcional 
significativo. 
Diagnóstico: 
O diagnóstico do transtorno transvestista 
requer: 
Os pacientes se sentiram repetida e 
intensamente excitados ao usar roupas do 
sexo oposto; a excitação é expressa em 
fantasias, desejos intensos ou 
comportamentos. 
Essas fantasias, desejos intensos ou 
comportamentos causam sofrimento 
significativo ou prejudicam o funcionamento 
no trabalho, em situações sociais ou em 
outras áreas importantes. 
O quadro esteve presente por ≥ 6 meses. 
Tratamento: 
Grupos sociais e de suporte 
Às vezes, psicoterapia 
A maior parte das pessoas que se travestem 
não procura tratamento. Aqueles que o 
fazem são trazidos por esposas infelizes, são 
indicados por juízes ou se apresentam com a 
preocupação de sofrer consequências 
sociais e de trabalho negativas. Algumas 
pessoas que se travestem procuram para 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
tratamento por causa de disforia de gênero, 
abuso de substâncias ou depressão 
comórbidos. 
Grupos sociais e de suporte para homens 
que se travestem são geralmente úteis. 
Nenhum fármaco é confiavelmente eficaz. 
Psicoterapia, quando indicada, visa a 
autoaceitação e a modulação dos 
comportamentos de risco. 
Mais tarde na vida, às vezes aos 50 ou 60 
anos, os homens que se travestem podem 
procurar tratamento médico por causa dos 
sintomas da disforia de gênero e podem 
então atender os critérios de diagnóstico 
para disforia de gênero. 
Transtorno fetichista: o uso de um objetivo 
inanimado (o fetiche) como método preferido 
para produzir excitação sexual. Entretanto, 
no linguajar comum, a palavra é utilizada 
muitas vezes para descrever interesses 
sexuais particulares, como fantasias sexuais, 
preferência por certas características físicas 
e atividades ou objetos sexuais preferenciais. 
Transtorno fetichista refere-se à excitação 
sexual intensa e recorrente a partir do uso de 
um objeto inanimado ou de um foco muito 
específico em uma parte (ou partes) não 
genital do corpo que causa sofrimento 
significativo ou prejuízo funcional. 
Transtorno masoquista sexual: a 
participação intencional em atividade em que 
se é humilhado, espancado, amarrado ou 
abusado de outra maneira para experimentar 
excitação sexual. Transtorno masoquista 
sexual é masoquismo sexual que causa 
sofrimento significativo ou prejudica muito o 
funcionamento. 
Transtorno Frotteurista: 
Critérios Diagnósticos (CID-10: F65.81) 
Por um período de pelo menos seis meses, 
excitação sexual recorrente e intensa 
resultante de tocar ou esfregar-se em pessoa 
que não consentiu, conforme manifestado 
por fantasias, impulsos ou comportamentos 
O indivíduo colocou em prática esses 
impulsos sexuais com pessoa que não 
consentiu, ou os impulsos ou as fantasias 
sexuais causam sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas 
importantes da vida do indivíduo. 
Especificar se: 
Em ambiente protegido: Esse especificador 
é aplicável principalmente a indivíduos 
institucionalizados ou moradores de outros 
locais onde as oportunidades de tocar outra 
pessoa ou esfregar-se nela são limitadas. 
Em remissão completa: O indivíduo 
colocou em prática seus impulsos com 
pessoa que não consentiu, e não houve 
sofrimento ou prejuízo no funcionamento 
social, profissional ou em outras áreas da 
vida do indivíduo durante pelo menos cinco 
anos enquanto em um ambiente não 
protegido 
Características Diagnósticas 
Toque ou atrito recorrente de um ou mais 
indivíduos que não consentiram em pelo 
menos três ocasiões e sofrimento 
clinicamente significativo. 
Pode ocorrer sem a continuação de 
comportamentos de toque, desde que seja 
observada angústia suficiente em relação 
aos impulsos. 
Podem ser diagnosticado tanto em 
indivíduos que revelam livremente suas 
fantasias e comportamentos frotteurísticos, 
quanto naqueles que negam seus desejos, 
os comportamentos resultantes ou ambos, 
apesar das evidências convincentes em 
contrário 
Tratamento: 
Se concentra na redução dos impulsos e 
comportamentos sexuais por meio da terapia 
comportamental, usada para identificar os 
gatilhos e redirecionar o comportamento; 
Intervenção psicofarmacêutica; 
Transtorno Pedofilico: é caracterizado por 
fantasias, impulsos ou comportamentos 
intensos ou recorrentes sexualmente 
excitantes envolvendo adolescentes pré-
púberes ou jovens (geralmente ≤ 13 anos); 
ele só é diagnosticado quando as pessoas 
têm ≥ 16 anos e são ≥ 5 anos mais velhas do 
que a criança que é o alvo das fantasias ou 
comportamentos. 
Diagnóstico: 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
Avaliação clínica 
O uso extensivo de pornografia infantil é um 
marcador confiável da atração sexual por 
crianças e pode ser o único indicador do 
transtorno. Mas o uso de pornografia infantil 
por si só não atende os critérios para 
transtorno pedofílico, embora normalmente 
seja ilegal. 
Se um paciente nega a atração sexual por 
crianças, mas as circunstâncias sugerem o 
contrário, certas ferramentas de diagnóstico 
podem ajudar a confirmar essa atração. As 
ferramentas incluem pletismografia peniana 
(homens), fotopletismografia vaginal 
(mulheres) e tempo de visualização dos 
materiais eróticos padronizados; mas a 
posse desse material, mesmo para fins de 
diagnóstico, pode ser ilegal em certas 
jurisdições. 
Fantasias, impulsos ou comportamentos 
sexualmente excitantes intensos e 
recorrentes envolvendo uma criança pré-
púbere ou crianças (geralmente ≤ 13 anos) 
presentes por ≥ 6 meses. 
A pessoa agiu sobre os impulsos, sofre ou 
sente-se significativamente prejudicada pelos 
impulsos e fantasias. A experiência de 
angústia em relação a esses impulsos ou 
comportamentos não é um requisito para o 
diagnóstico. 
A pessoa tem ≥ 16 anos e é ≥ 5 anos mais 
velha que a criança que é o alvo das 
fantasias ou dos comportamentos (mas 
excluindo um adolescente mais velho que 
está em um relacionamento contínuo com 
alguém com 12 ou 13 anos de idade). 
A identificação de um paciente com potencial 
pedófilo às vezes representa una crise ética 
para os profissionais de saúde. Entretanto, 
profissionais de saúde têm a 
responsabilidade de proteger as crianças na 
comunidade. Os médicos devem conhecer 
as exigências de relato dos seus estados. Se 
os médicos têm suspeitas razoáveis de 
abuso sexual ou físico infantil, a lei exige que 
isso seja comunicado para as autoridades. 
Os requisitos dessas denúncias variam em 
cada estado (ver Child Welfare Information 
Gateway). 
Tratamento: 
Psicoterapia 
Tratamento dos transtornos comorbidos 
Tratamento medicamentoso [p. ex., 
antiandrógenos, inibidores seletivos de 
recaptação de serotonina (ISRSs)] 
Terapia de longa duração individual ou em 
grupo é quase sempre necessária e pode ser 
especialmente útil quando fizer parte de 
tratamento multimodal que inclua 
treinamento de habilidades sociais, 
tratamento de comorbidades com distúrbios 
físicos e mentais e tratamento 
medicamentoso. 
O tratamento da pedofilia é menos eficaz 
quando imposto judicialmente, embora 
muitos abusadores sexuais condenados se 
beneficiem dos tratamentos, como 
psicoterapia em grupo mais antiandrógenos. 
 
Alguns pedófilos que se comprometem com 
o tratamento e o monitoramento podem 
evitar a atividade pedófila e podem serreintegrados à sociedade. Esses resultados 
são mais prováveis quando nenhum outro 
transtorno psiquiátrico, especialmente 
transtornos de personalidade, está presente. 
Fármacos: 
Nos EUA, o tratamento de escolha para 
pedofilia é 
Acetato de medroxiprogesterona IM 
Bloqueando a produção pituitária do 
hormônio luteinizante (LH) e hormônio 
folículo-estimulante (FSH), a 
medroxiprogesterona reduz a produção de 
testosterona e, portanto, reduz a libido. As 
doses típicas são medroxiprogesterona 200 
mg IM 2 ou 3 vezes por semana, por 2 
semanas, seguida de 200 mg 1 ou 2 vezes 
por semana por 4 semanas e, então, 200 mg 
a cada 2 a 4 semanas. 
O agonista do hormônio liberador de 
gonadotrofinas (GnRH), leuprolida, que 
reduz a produção de pituitária de LH e FSH 
e, assim, reduz a produção de testosterona, 
também é uma opção e requer injeções IM 
menos frequentes (em intervalos de 1 a 6 
meses) do que medroxiprogesterona. Mas 
geralmente o custo é consideravelmente 
mais alto. Acetato de ciproterona, que 
bloqueia os receptores de testosterona, é 
utilizado na Europa. Níveis séricos de 
Resumo AI II Psicopatologia 
Fabrício de Souza Pinto Júnior 
testosterona devem ser monitorados e 
mantidos no intervalo normal feminino (< 62 
ng/dL [2,15 nmol/L]) em pacientes do sexo 
masculino. O tratamento é geralmente de 
longa duração, pois fantasias desviantes 
costumam recorrer semanas a meses após a 
descontinuação do tratamento. Testes de 
função hepática devem ser feitos, e pressão 
arterial, densidade mineral e hemograma 
completo devem ser monitorados conforme 
necessário. 
A utilidade de antiandrógenos em mulheres 
pedófilas é menos bem estabelecida. 
Adicionalmente aos antiandrógenos, os ISRS 
(p. ex., doses altas de fluoxetina, 60 a 80 mg, 
1 vez/dia, ou de fluvoxamina, 200 a 300 mg, 
1 vez/dia) podem ser úteis. 
Os fármacos são mais eficazes quando 
utilizados como parte de um programa de 
tratamento multimodal. 
Transtorno de sadismo sexual: é o ato de 
infligir sofrimento físico ou psicológico 
(humilhação, terror) a outra pessoa para 
estimular excitação sexual e orgasmo. 
Transtorno de sadismo sexual é sadismo 
sexual que causa sofrimento significativo ou 
prejuízo funcional significativo ou que é 
realizado com uma pessoa que não 
consente. 
Pessoas com transtorno de sadismo sexual 
atuaram seus desejos intensos ou têm 
fantasias debilitantes ou angustiantes com 
temas sexualmente sádicos. A condição 
também deve estar presente por ≥ 6 meses. 
Sadismo sexual é uma forma de parafilia, 
mas o comportamento sexual sádico leve é 
uma prática sexual comum entre adultos 
coniventes, geralmente com escopo limitado, 
não é prejudicial e não atende os critérios 
clínicos de transtorno parafílico, que exigem 
que comportamento, fantasias ou impulsos 
intensos de uma pessoa resultem em 
sofrimento clinicamente significativo ou 
prejuízo funcional ou causem danos a outros. 
Mas em algumas pessoas, o comportamento 
se intensifica até o ponto de produzir danos. 
Quando o sadismo torna-se patológico é 
uma questão de grau. 
A maioria dos sadistas sexuais tem fantasias 
persistentes, nas quais a excitação sexual 
resulta de sofrimento infligido ao parceiro, 
consentido ou não. Quando praticado com 
parceiros não coniventes, constitui atividade 
criminosa e, provavelmente, continuará até 
que o sádico seja preso. Mas o sadismo 
sexual não é sinônimo de estupro, mas um 
amálgama complexo de sexo e poder sobre 
a vítima. O sadismo sexual é diagnosticado 
em < 10% dos estupradores, mas está 
presente em 37 a 75% das pessoas que 
cometeram homicídios sexualmente 
motivados. 
O sadismo sexual torna-se particularmente 
perigoso quando se associa a transtorno de 
personalidade antissocial. Essa combinação 
de transtornos é, em especial, resistente a 
qualquer forma de tratamento psiquiátrico. 
O diagnóstico do transtorno de sadismo 
sexual baseia-se nos critérios clínicos 
específicos do Diagnostic and Statistical 
Manual of Mental Disorders, Fifth Edition 
(DSM-5): 
Os pacientes se sentiram excitados repetida 
e intensamente pelo sofrimento físico ou 
psicológico de outra pessoa; a excitação é 
expressa em fantasias, desejos intensos ou 
comportamentos. 
Os pacientes agiram motivados pelos seus 
impulsos com uma pessoa não conivente, ou 
essas fantasias ou desejos causam 
sofrimento significativo ou prejudicam o 
funcionamento no trabalho, em situações 
sociais ou em outras áreas importantes. 
O quadro esteve presente por ≥ 6 meses. 
Pode-se diagnosticar o transtorno de 
sadismo sexual em pacientes que negam ter 
fantasias ou desejos relacionados à 
excitação sexual desencadeada por dor ou 
sofrimento a outras pessoas se esses 
pacientes relatarem múltiplos episódios 
sexuais que infligem dor ou sofrimento a uma 
pessoa não conivente. 
O tratamento do transtorno de sadismo 
sexual é frequentemente ineficaz.

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