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Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior Sindromes psicóticas: Características que definem os T. psicóticos (sintomas positivos): Delírios: Crenças fixas, não passíveis de mudança. Conteúdo variado dos temas. São considerados bizarros se implausível e incompreensíveis por terceiros; Alucinações: Experiência semelhante à percepção, porém sem estímulos externos. São experiências vívidas, claras com toda força e impacto que uma percepção normal, porém sem controle do indivíduo. Pode ser: sensorial (audição, visão, olfato, paladar, tato); Desorganização marcante do pensamento: O discurso pode mudar de um tópico para outro (arborização, frouxidão dos nexos associativos). Pode ser desorganizado a ponto de ser incompreensível; Desorganização comportamento ou comportamento catatônico: Pode se manifestar de várias formas, desde pueril à agitação psicomotora; Arborização do pensamento: as ideias se encadeiam, porém o pensamento tendem a se distanciar do foco original Desagregação do pensamento ou frouxidão dos nexos associativos: as ideias tendem a não se encadear umas nas outras, sendo um discurso feito por frases ou palavras desconexas Comportamento catatônico: é uma redução acentuada na reatividade ao ambiente, variando de negativismo a postura rígida ou bizarra, até falta total de interação (verbal e motora – mutismo e estupor); Sintomas negativos (associado à esquizofrenia): Embotamento afetivo (expressão emocional diminuída): rosto, contato visual, fala e movimentos. Avolia: redução em atividades autoiniciadas e com uma finalidade. Anedonia: é a dificuldade ou incapacidade de uma pessoa sentir prazer ou se motivar a realizar atividades que antes eram prazerosas. Falta de sociabilidade: ausência de interesse em interação social; Transtorno delirante (CID-10: F22): caracteriza-se pela existência de uma ou mais falsas crenças nas quais a pessoa crê firmemente e que persistem durante no mínimo um mês. Tipos de transtorno delirante Erotomania: A pessoa acredita que outra pessoa está apaixonada por ela. Ela geralmente tenta entrar em contato com o objeto do delírio, por meio de chamadas telefônicas, cartas ou mensagens digitais. Algumas pessoas tentam realizar vigilância e perseguição ocorre com frequência. O comportamento em relação ao delírio pode ser contra a lei. Grandiosidade: A pessoa está convencida de que ela tem algum grande talento ou fez alguma descoberta importante. Ciúme: A pessoa está convencida de que o cônjuge ou amante não é fiel. Essa convicção é baseada em interpretações incorretas apoiadas em evidências duvidosas. Nessas circunstâncias, a agressão física pode representar um perigo real. Perseguição: A pessoa acredita que há um plano contra ela, que ela está sendo espionada, prejudicada ou assediada. É possível que a pessoa esteja constantemente dando entrada a processos judiciais ou fazendo denúncias para a polícia ou outras agências do governo. Em ocasiões raras, a pessoa recorre à violência como vingança pela perseguição imaginária. Somatização: No subtipo somático, a pessoa está preocupada com as funções ou atributos corporais, como uma deformação física ou um odor imaginários. O delírio pode também assumir a forma de um quadro clínico imaginário, como estar com parasitas. Diagnóstico: Depois de ter descartado outros quadros clínicos específicos que podem causar delírios (como o transtorno por uso de substâncias), se baseia principalmente no histórico e nos sintomas da pessoa para fazer o diagnóstico. Também avalia-se quão perigosa a pessoa pode ser, especialmente qual a sua propensão de colocar em prática os delírios. Tratamento: Criar um bom relacionamento entre o médico/psicólogo e o paciente; Às vezes, medicamentos antipsicóticos; O tratamento pode ser difícil, porque algumas pessoas têm plena convicção de que seus delírios são verdadeiros e se recusam a procurar ajuda. Um bom relacionamento médico/psicólogo-paciente ajuda. Assim que esse relacionamento estiver criado, pode-se incentivar aquelas Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior pessoas que estão resistindo ao tratamento a iniciá-lo. Pode ser necessária a hospitalização, se o médico considerar que o paciente é perigoso. Geralmente, não são utilizados medicamentos antipsicóticos, ainda que eles às vezes tenham eficácia na redução dos sintomas. Um objetivo do tratamento de longo prazo é desviar o foco de atenção do delírio para uma área mais construtiva e gratificante, embora essa seja uma meta difícil de ser alcançada. Transtorno Psicótico Breve (CID-10: F23): Consiste em delírios, alucinações ou outros sintomas psicóticos por, no mínimo, 1 dia, mas < 1 mês, com retorno, ao final, para o funcionamento pré-mórbido. O transtorno psicótico breve é incomum. Transtornos de personalidade preexistentes (p. ex., paranoide, histriônico, narcisista, esquizotípico ou limítrofe), bem como certas doenças clínicas (p. ex., lúpus sistêmico, ingestão de esteroide), predispõem ao seu desenvolvimento. Um estressor importante (tal como a perda de um ente querido) pode precipitar o distúrbio. Pacientes com o transtorno manifestam pelo menos um sintoma psicótico: Delírios; Alucinações; Fala desorganizada; Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico; Transtorno psicótico breve não é diagnosticado se um transtorno de humor psicótico, transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, distúrbio físico ou efeito adverso de um fármaco (prescrita ou ilícita) explicar melhor os sintomas. A diferenciação entre transtorno psicótico breve e esquizofrenia em paciente sem quaisquer sintomas psicóticos prévios se baseia na duração dos sintomas; se a duração exceder 1 mês, o paciente não preencherá mais os critérios diagnósticos necessários para transtorno psicótico breve. Tratamento: é semelhante ao tratamento de agudização da esquizofrenia; supervisão e tratamento de curto prazo com antipsicóticos podem ser necessários. Recaída é comum, mas os pacientes geralmente funcionam bem entre os episódios e têm poucos ou nenhum sintoma. Transtorno Esquizofreniforme (CID-10: F20.8): Caracteriza-se por sintomas idênticos aos da esquizofrenia, mas dura ≥ 1 mês, porém < 6 meses. A diferenciação entre transtorno esquizofreniforme e esquizofrenia em paciente sem sintomas psicóticos prévios se baseia na duração dos sintomas. Se a duração dos sintomas ou da incapacitação exceder 6 meses, o paciente não preencherá mais critérios para transtorno esquizofreniforme e o diagnóstico provavelmente será de esquizofrenia, embora a psicose aguda também possa evoluir para transtorno de humor psicótico, como transtorno bipolar ou transtorno esquizoafetivo. A observação longitudinal é muitas vezes necessária para estabelecer diagnóstico e tratamento apropriados. Tratamento: antipsicóticos e cuidados psicossociais de apoio. Após a resolução dos sintomas, o tratamento medicamentoso é mantido por 12 meses e, então, deve ser descontinuado gradualmente, com acompanhamento próximo para monitorar o retorno dos sintomas psicóticos. Esquizofrenia (CID-10: F20): A esquizofrenia é um transtorno mental caracterizado pela perda de contato com a realidade (psicose), alucinações (é comum ouvir vozes), falsas convicções (delírios), pensamento e comportamento anômalo, redução das demonstrações de emoções, diminuição da motivação, uma piora da função mental (cognição) e problemas no desempenho diário, incluindo no âmbito profissional, social, relacionamentos e autocuidado. Diagnóstico: A esquizofrenia será diagnosticada quando ambos os critérios a seguir estão presentes: Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior Doisou mais sintomas característicos (delírios, alucinações, fala desorganizada, comportamento desorganizado, sintomas negativos) persistem por, no mínimo, seis meses. Esses sintomas causam deterioração significativa no desempenho profissional, escolar ou social. Informações fornecidas pela família, pelos amigos ou pelos professores são importantes para definir o início do transtorno. Exames laboratoriais costumam ser realizados para descartar a presença de um transtorno por uso de substâncias ou de um quadro clínico, neurológico ou hormonal de base que possa ter as características de uma psicose. São feitos exames de diagnóstico por imagem do cérebro, como a tomografia computadorizada (TC) ou a ressonância magnética (RM), para descartar um tumor cerebral. Embora as pessoas com esquizofrenia apresentem anormalidades cerebrais que podem ser visualizadas na TC ou RM, as anormalidades não são específicas o suficiente para ajudar a diagnosticar a esquizofrenia. Além disso, o médico tenta descartar uma série de outros transtornos mentais que têm as mesmas características da esquizofrenia, como o transtorno psicótico breve, o transtorno esquizofreniforme, o transtorno esquizoafetivo e o transtorno de personalidade esquizotípica. Tratamento Medicamentos antipsicóticos; Psicoterapia; Cuidados especializados coordenados; De modo geral, o objetivo do tratamento da esquizofrenia é: Reduzir a gravidade dos sintomas psicóticos Evitar a recorrência dos episódios sintomáticos e a deterioração das funções a eles associada Fornecer apoio e, assim, possibilitar a pessoa a atuar da melhor forma possível Os medicamentos antipsicóticos, a reabilitação e as atividades de apoio comunitário e a psicoterapia são os três componentes principais do tratamento. Psicoeducação familiar; Cuidados especializados coordenados, que incluem treinar a resiliência, terapia pessoal familiar, lidar com disfunção cognitiva e emprego assistido, são um aspecto importante da recuperação psicossocial. Medicamentos antipsicóticos: Os medicamentos antipsicóticos podem ser eficazes para reduzir ou eliminar sintomas, como delírios, alucinações e pensamento desorganizado. Logo que os sintomas imediatos tenham desaparecido, a utilização contínua dos medicamentos antipsicóticos reduz substancialmente a probabilidade de episódios futuros. Transtorno Obsessivo-Compulsivo (CID 10 - F42): é caracterizado por obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões são ideias, imagens ou impulsos recorrentes, persistentes, indesejados, que provocam ansiedade e são intrusivos. As compulsões (também conhecidas como rituais) são determinadas ações ou atos mentais que a pessoa se sente impelida a praticar para tentar diminuir ou evitar a ansiedade causada pelas obsessões. Sintomas: A pessoa com TOC tem obsessões – pensamentos, imagens ou impulsos que ocorrem frequentemente, mesmo que ela não queira. Essas obsessões surgem mesmo quando a pessoa está pensando e fazendo outras coisas. Além disso, as obsessões normalmente causam grande angústia e ansiedade. As obsessões normalmente envolvem pensamentos de dano, risco ou perigo para sua saúde física ou mental. As obsessões comuns incluem: Preocupação com contaminação (por exemplo, supor que tocar em maçanetas provocará alguma doença) Dúvidas (por exemplo, supor que a porta da frente não foi trancada) Preocupação com objetos que não estão perfeitamente alinhados ou uniformes Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior Uma vez que as obsessões não causam prazer à pessoa, frequentemente ela tenta ignorá-las e/ou controlá-las. Compulsões (também chamadas de rituais) são uma forma que a pessoa tem de responder às suas obsessões. As compulsões comuns incluem: Lavar ou limpar algo para evitar contaminação Verificar algo para eliminar dúvidas (por exemplo, verificar muitas vezes que uma porta está trancada) Contar (por exemplo, repetir uma ação um determinado número de vezes). Ordenar (por exemplo, arrumar talheres ou objetos da mesa de trabalho em um padrão específico) A maioria dos rituais, como lavar as mãos com muita frequência ou verificar repetidamente se a porta está trancada, pode ser observada. Outros rituais não podem ser observados, como o cálculo repetitivo ou afirmações em voz baixa com a intenção de diminuir algum perigo.Os rituais podem ser realizados de forma precisa de acordo com regras rígidas. Os rituais podem ou não estar logicamente conectados com a obsessão. Quando as compulsões estão logicamente conectadas à obsessão (por exemplo, tomar banho para evitar ficar sujo ou verificar o fogão para evitar incêndios), elas são claramente excessivas. Por exemplo, é possível que a pessoa tome banho durante muitas horas todo dia ou verifique o fogão trinta vezes antes de sair de casa. Todos os rituais e obsessões exigem tempo. É possível que a pessoa gaste horas todos os dias dedicada a eles. Eles podem causar tanta angústia ou interferir tanto com a capacidade funcional da pessoa que algumas chegam a ficar incapacitadas. A maioria das pessoas com TOC possui tanto obsessões como compulsões. Essas também sabem que seus pensamentos obsessivos não refletem riscos reais e que seus comportamentos compulsivos são excessivos. No entanto, algumas pessoas estão convencidas que suas obsessões são bem fundamentadas e que suas compulsões são plausíveis. Algumas pessoas com TOC estão cientes de que seus comportamentos compulsivos são excessivos. Por isso, elas geralmente realizam os rituais de maneira secreta, mesmo quando esses rituais consomem muitas horas do dia. Dessa forma, os sintomas do TOC podem causar um desgaste nos relacionamentos e a pessoa com TOC pode ter um pior desempenho escolar ou no trabalho. Diagnóstico: O médico diagnostica o transtorno obsessivo-compulsivo tomando por base os sintomas: a presença de obsessões, compulsões ou ambas. As obsessões ou compulsões precisam atender, no mínimo, um dos quesitos a seguir: Tomar muito tempo; Causar angústia significativa ou interferir com a capacidade funcional da pessoa; Tratamento: Terapia de exposição e de prevenção de rituais; Determinados antidepressivos; Transtornos por uso de substâncias (CID 10 F19): Transtornos por uso de substâncias são um tipo de transtorno relacionado com substância que envolvem um padrão patológico de comportamentos em que os pacientes continuam a usar uma substância apesar de experimentarem problemas significativos relacionados ao uso. Também pode haver manifestações fisiológicas, incluindo alterações no circuito cerebral. As substâncias envolvidas são tipicamente membros das 10 classes de fármacos que normalmente causam transtornos relacionados a substâncias. Todas essas substâncias ativam diretamente o sistema de recompensa do cérebro e produzem sensações de prazer. A ativação pode ser tão intensa que os pacientes cada vez mais anseiam pela substância e negligenciam as atividades normais para obtê-la e usá-la. Diagnóstico: O diagnóstico do transtorno por uso de substâncias baseia-se na identificação de um padrão patológico dos comportamentos em que os pacientes Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior continuam a usar uma substância apesar de experimentarem problemas significativos relacionados ao uso. Tolerância: a pessoa precisa aumentar progressivamente a dose da droga para produzir intoxicação ou o efeito desejado, ou o efeito de uma dada dose diminui ao longo do tempo. Abstinência: efeitos físicos inconvenientes ocorrem quando o fármaco é interrompido ou quando seus efeitos são contrapostos por um antagonista específico. Os sintomas de abstinência que se desenvolvem após esse uso médicoadequado não contam como critérios para o diagnóstico de um transtorno por uso de substâncias. Tratamento: O tratamento do transtorno por dependência química é um desafio com um ou mais dos seguintes: desintoxicação aguda, prevenção e tratamento da abstinência, cessação (ou raramente, redução) do uso, manutenção da abstinência. Diferentes fases de tratamento podem ser tratadas com fármacos e/ou aconselhamento e suporte. Questões e medidas específicas são discutidas em outras partes sobre substâncias específicas deste Manual, incluindo Transtornos por uso de álcool e Transtornos por uso de opioides. Assim, essas doenças são passíveis a várias formas de tratamento, incluindo grupos de apoio (Alcoólicos Anônimos e outros programas de Doze Passos); psicoterapia (p. ex., terapia de reforço motivacional, terapia cognitivo-comportamental, prevenção de recaídas); e fármacos, que variam de terapia agonista (p. ex., terapia de reposição de nicotina para o transtorno por uso de tabaco, metadona e buprenorfina para transtorno por uso de opioides). Benzodiazepínicos: são uma classe de fármacos psicotrópicos cuja estrutura química é a fusão de um anel de benzeno com um anel de diazepina (diazepam, alprazolam, midazolam, etc). Efeitos: Os principais efeitos farmacológicos dos benzodiazepínicos são: redução da ansiedade e da agressão, sedação e indução do sono, redução do tônus muscular e coordenação e ação anticonvulsivante. Funcionamento: No sistema nervoso central (SNC) existe um neurotransmissor e um receptor chamado GABA, este quando estimulado tem ações inibitórias no SNC, que está diretamente relacionado ao uso de benzodiazepínico. Usuários de Benzodiazepínicos: Médicos e demais profissionais da saúde; Poli usuários de substâncias psicoativas (SPAs); Transtornos de Personalidade; Síndromes Depressivas; Síndromes Ansiosas; Síndromes Maniformes; Tratamento: Desmame do benzodiazepínico; Manejo da síndrome de abstinência; Troca de medicação, o profissional deve fazer escolhas que tratem a causa da queixa, como insônia, alteração do humor, entre outras; Transtorno de personalidade borderline (F60. 3): caracterizado por um padrão generalizado de instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade. Diagnóstico: Instabilidade persistente nos relacionamentos, na autoimagem e nas emoções (desequilíbrio emocional), bem como acentuada impulsividade. Esse padrão é caracterizado por ≥ 5 dos seguintes: Esforços desesperados para evitar o abandono (real ou imaginado) Relacionamentos intensos e instáveis que se alternam entre idealização e desvalorização da outra pessoa Autoimagem ou senso do eu instável Impulsividade em ≥ 2 áreas que pode prejudicá-los (p. ex., sexo inseguro, Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior compulsão alimentar, dirigir de forma imprudente) Comportamentos, gestos ou ameaças repetidos de suicídio ou automutilação Mudanças rápidas no humor, normalmente durando apenas algumas horas e raramente mais do que alguns dias Sentimentos persistentes de vazio Raiva inadequadamente intensa ou problemas para controlar a raiva Pensamentos paranoicos temporários ou sintomas dissociativos graves desencadeados por estresse Tratamento: Psicoterapia; Fármacos; O tratamento geral do transtorno de personalidade borderline é o mesmo que para todos os transtornos de personalidade. Identificar e tratar os transtornos coexistentes é importante para o tratamento eficaz do transtorno de personalidade borderline. Psicoterapia: O principal tratamento para o transtorno de personalidade borderline é psicoterapia. Muitas intervenções psicoterapêuticas são eficazes para reduzir comportamentos suicidas, melhorar a depressão e a função em pacientes com esse transtorno. Fármacos: Fármacos funcionam melhor quando usados com moderação e sistematicamente para sintomas específicos. Os ISRSs geralmente são bem tolerados; a probabilidade de uma overdose letal é mínima. Mas ISRSs só são marginalmente eficazes para depressão e ansiedade em pacientes com transtorno de personalidade borderline. Os seguintes fármacos são eficazes para atenuar os sintomas do transtorno de personalidade borderline: Estabilizadores de humor como a lamotrigina: para depressão, ansiedade, labilidade de humor e impulsividade Antipsicóticos atípicos (de 2ª geração): para ansiedade, raiva e sintomas cognitivos, incluindo distorções cognitivas transitórias relacionadas a estresse (p. ex., pensamentos paranoicos, pensamento maniqueísta, desorganização cognitiva grave) Benzodiazepínicos e estimulantes também podem ajudar a aliviar os sintomas, mas não são recomendados por causa dos riscos de dependência, overdose, desinibição e uso inadequado. Transtorno de personalidade paranoide (CID 10 - F60.0): é caracterizado por um padrão generalizado de desconfiança e suspeita injustificadas dos outros que envolve interpretar seus motivos como maliciosos. Diagnóstico: Desconfiança e suspeita persistentes sobre os outros Essa desconfiança e suspeita são demonstradas pela presença de ≥ 4 dos seguintes: Suspeita injustificada de que outras pessoas estão explorando, prejudicando ou enganando-os Preocupação com dúvidas injustificadas sobre a confiabilidade de seus amigos e colegas de trabalho Relutância em confiar nos outros, temendo que as informações sejam usadas contra eles Interpretação errônea das observações ou eventos benignos como tendo um significado oculto depreciador, hostil ou ameaçador Reter rancores por insultos, injúrias ou ofensas Propensão a achar que seu caráter ou reputação foi atacado e rapidez para reagir com raiva ou para contra-atacar Suspeitas injustificadas e recorrentes de que o cônjuge ou parceiro é infiel Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta. Tratamento: Terapia cognitivo-comportamental Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior Expressar o reconhecimento de alguma validade em pacientes desconfiados pode facilitar uma aliança entre o paciente e o médico. Essa aliança pode então permitir que os pacientes participem da terapia cognitivo-comportamental ou estejam dispostos a tomar quaisquer fármacos (p. ex., antidepressivos, antipsicóticos atípicos) prescritos para tratar sintomas específicos. Antipsicóticos atípicos (de 2ª geração) podem ajudar a diminuir a ansiedade. Transtorno de personalidade histriônica (CID 10 - F60.4): é caracterizado por um padrão generalizado de excessiva emocionalidade e busca de atenção; Diagnóstico: Padrão generalizado de excessiva emocionalidade e busca de atenção. Esse padrão se caracteriza por ≥ 5 dos seguintes: Desconforto quando eles não são o centro das atenções Interação com os outros que é inadequadamente sedutora ou provocativa sexualmente Mudança rápida e expressão superficial das emoções Uso consistente da aparência física para chamar a atenção para eles mesmos Discruso que é extremamente impressionista e vago Autodramatização, teatralidade e expressão extravagante das emoções Sugestionabilidade (facilmente influenciados por outras pessoas ou situações) Interpretação dos relacionamentos como mais íntimos do que são Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta. Tratamento: Psicoterapia psicodinâmica; A psicoterapia psicodinâmica, que focaliza os conflitos subjacentes, pode ser tentada. O terapeuta pode começar incentivando os pacientes a substituir o discurso pelo comportamento e, portanto, os pacientes podem compreender-se e se comunicar com os outros de uma forma menos dramática. Então, o terapeutapode ajudar os pacientes a perceber como seus comportamentos histriônicos são uma forma mal-adaptativa de atrair atenção dos outros e de gerenciar sua auto-estima. A medicação pode por vezes ser usada como tratamento de outras condições que também podem estar presentes com esta desordem, como depressão e ansiedade . Transtorno de personalidade narcisista (F60.8): é caracterizado por um padrão generalizado de grandiosidade, necessidade de adulação e falta de empatia. Diagnóstico: Padrão persistente de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia. Esse padrão se caracteriza por ≥ 5 dos seguintes: Uma sensação exagerada e infundada da sua própria importância e talentos (grandiosidade) Preocupação com fantasias de realizações ilimitadas, influência, poder, inteligência, beleza ou amor perfeito Convicção de que eles são especiais e únicos e devem associar-se apenas com pessoas do mais alto calibre Necessidade de ser incondicionalmente admirado Uma sensação de merecimento Exploração dos outros para alcançar objetivos próprios Falta de empatia Inveja dos outros e convicção de que outros os invejam Arrogância e altivez Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta. Tratamento: Psicoterapia; Grupo de apoio; Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior Terapia familar e de grupo; Transtorno de personalidade dependente (CID 10 - F60.7):caracterizado por uma necessidade generalizada e excessiva de ser cuidado, levando à submissão e comportamentos viscosos. Diagnóstico: Necessidade persistente e excessiva de serem cuidados, resultando em submissão e apego Essa necessidade persistente manifesta-se pela presença de ≥ 5 dos seguintes: Dificuldade em tomar decisões diárias sem uma quantidade excessiva de conselhos e asseguramento por outras pessoas Necessidade de fazer com que outros sejam responsáveis por muitos aspectos importantes das suas vidas Dificuldade para expressar discordância com os outros porque eles temem perder suporte ou aprovação Dificuldade para iniciar projetos por conta própria porque eles não estão confiantes em seu julgamento e/ou habilidades (não porque não têm motivação ou energia) Disposição de fazer tudo (p. ex., realizar tarefas desagradáveis) para obter o apoio de outros Sentimentos de desconforto ou desamparo quando estão sozinhos porque temem não poderem cuidar de si mesmos Necessidade urgente de estabelecer um novo relacionamento com alguém que fornecerá cuidados e suporte quando um relacionamento íntimo termina Preocupação irrealista com medo de serem abandonados para cuidar de si mesmos Além disso, os sintomas devem ter ocorrido no início da idade adulta. Tratamento: Terapia cognitivo-comportamental Psicoterapia psicodinâmica Possivelmente, antidepressivos Transtorno de Personalidade Esquizoide (F60.1): é caracterizado por um padrão generalizado de distanciamento e desinteresse geral nos relacionamentos sociais e expressão limitada de emoções nos relacionamentos. Diagnóstico: Para que o médico diagnostique a pessoa com transtorno de personalidade esquizoide, ela precisa ter um distanciamento persistente e desinteresse geral nos relacionamentos sociais e expressão limitada de emoções nas interações interpessoais, indicado por no mínimo quatro dos itens a seguir: Nenhum desejo ou prazer com relacionamentos íntimos, incluindo aqueles com membros da família. Forte preferência por atividades solitárias. Pouco, se algum, interesse em atividade sexual com outra pessoa. Desfrutar de poucas, se alguma, atividades. Não ter amigos íntimos ou confidentes, exceto possivelmente parentes de primeiro grau. Aparente indiferença quanto a elogios ou críticas dos outros. Frieza emocional e distanciamento e não expressar emoção em resposta a eventos ou interações com outras pessoas. Além disso, o início dos sintomas precisa ter ocorrido no começo da idade adulta. Tratamento Terapia cognitivo-comportamental que dá enfoque a habilidades sociais Transtorno de Personalidade Esquizotípica (F21): é caracterizado por um padrão generalizado de desconforto intenso com relacionamentos íntimos e com capacidade reduzida para tal, por cognição e percepções distorcidas e por comportamento excêntrico. Diagnóstico: Padrão difuso de déficits sociais e interpessoais, marcado por desconforto agudo e capacidade reduzida de relacionamentos íntimos, além de Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior comportamento excêntricos, em vários contextos. Ideias de referências (situações casuais tem sentido particular, especificamente para a pessoa). Supersticiosos ou preocupados com fenômenos paranormais (podem achar que tem poderes especiais para sentir os eventos antes que ocorram). Acreditam que exerce poder mágico sobre outros Discurso desconexo, vago, fraseado Desconfiados e com ideias paranoides Incapazes de lidar com afeto Considerados esquisitos, excêntricos (vestimenta que não ―combina‖) Ansiosos em situações sociais Padrão difuso de desconsideração e violação dos direitos das outras pessoas que ocorre desde 15 anos de idade, conforme indicado por 3 ou + dos seguintes: Fracasso em ajustar-se nas normas sociais relativas a comportamentos legais (repetição de atos que constituem motivos de detenção); Tendência à falsidade (mentiras repetidas, uso de nomes falsos ou trapaça para ganho ou prazer pessoal); Impulsividade ou fracasso em fazer planos para futuro; Irritabilidade e agressividade (repetidas lutas corporais ou agressões físicas); Descaso pela segurança de si ou de outros; Irresponsabilidade reiterada (manter conduta no trabalho ou honrar obrigações fianceiras); Ausência de remorso (indiferença em relação a ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa). O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade. Há evidências de transtorno de conduta anterior aos 15 anos. Os comportamentos antissociais não ocorrem exclusivamente no curso de esquizofrenia e TAB. Surge na infância ou adolescência e continua na vida adulta; Falsidade e manipulação são aspectos centrais do transtorno; Padrão repetitivo no qual o comportamento em relação as normas ou regras sociais são violadas; Comportamentos específicos do T de conduta: agressão à pessoas ou animais, destruição de propriedades, roubo ou fraude ou grave violação de regras. Tratamento: Antipsicóticos atípicos (de 2ª geração) e antidepressivos; Terapia cognitivo-comportamental; Transtorno de Personalidade Antissocial (F60. 2.): caracterizado pelo desprezo por outras pessoas. Diagnóstico: Falsidade e manipulação são aspectos centrais do transtorno; Padrão repetitivo no qual o comportamento em relação as normas ou regras sociais são violadas; Comportamentos específicos do T de conduta: Agressão à pessoas ou animais, destruição de propriedades, roubo ou fraude ou grave violação de regras. Não se ajustam as normas sociais, realiza diversos atos (delitos) como: destruir propriedades, assediar pessoas, roubar, ocupações ilegais,... Desrespeitam direitos, desejos e sentimentos de terceiros; e com frequência enganam e manipulam para obter ganho pessoal; Tendem a ser irritáveis e agressivos; Demostram pouco remorso pelas consequências de seus atos, muitas vezes minimizam as consequências de seus atos. Carecem de empatia, tendem a ser insensíveis, cínicos e desdenham os sentimentos dos outros; Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior São autoconfiantes, arrogantes, convencidos; Irresponsáveis e exploradores em seus relacionamentos sexuais; Podem apresentar associados: transtorno de ansiedade, TUS, transtorno de jogo, T. person. Narcisista. Tratamento:Psicoterapia; Terapia familiar; Transtorno factício (F68. 1):fingir ter ou produzir sintomas físicos ou psicológicos sem razão externa aparente. A pessoa com transtorno factício imposto a si próprio finge repetidamente ter um distúrbio. Caso tenha de fato um distúrbio, ela exagera ou mente sobre os sintomas, finge que está mais doente ou mais debilitada do que realmente está. No entanto, esse transtorno é mais complexo do que a simples desonestidade. É um problema da saúde mental que está associado com graves dificuldades emocionais. Diagnóstico: Em primeiro lugar, o médico verifica a presença de transtornos de saúde mental e física obtendo um histórico clínico completo, realizando um exame físico completo e outros exames. Quase sempre, a descrição dos sintomas da pessoa é convincente, o que, às vezes, engana os médicos. No entanto, o médico pode suspeitar da presença do transtorno com base nos seguintes fatos: O histórico clínico é dramático, porém inconsistente. O tratamento piora os sintomas, em vez de melhorá-los. Depois que os resultados dos exames demonstram ser negativos ou depois que um grupo de sintomas é tratado, a pessoa apresenta sintomas diferentes ou vai a outro hospital em busca de tratamento. A pessoa tem um amplo conhecimento sobre a prática médica. A pessoa quer ou fica ansiosa para realizar exames de diagnóstico e procedimentos cirúrgicos. Ela tem um histórico de visitas frequentes a vários médicos e hospitais. Ela resiste em permitir que o médico converse com familiares e com outros médicos que a trataram no passado. A pessoa é diagnosticada com transtorno factício imposto a si próprio quando os quesitos a seguir são confirmados: Outras doenças são descartadas. O médico observa ou descobre evidência de exagero, fingimento, falsificação, produção autoinduzida de sintomas ou alterações do histórico clínico. A pessoa não tem nenhum motivo externo óbvio que a incentive a fingir ou exagerar os sintomas. O médico pode encaminhar a pessoa a um psiquiatra ou a outro profissional de saúde mental. Se o transtorno for diagnosticado precocemente, é possível evitar a realização de exames invasivos perigosos, procedimentos cirúrgicos e tratamentos desnecessários. Tratamento: Nenhum tratamento claramente eficaz A psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, pode ajudar. Ela dá enfoque à mudança do pensamento e do comportamento da pessoa. Ela também ajuda a pessoa a identificar e trabalhar com os problemas primários que estão causando o transtorno. Transtorno dissociativo de identidade (F44.81): anteriormente chamado transtorno de personalidades múltiplas, é um tipo de transtorno dissociativo caracterizado por ≥ 2 estados de personalidade (também chamados alter egos ou estados do eu ou identidades) que se alternam. O transtorno apresenta incapacidade de recordar eventos diários, informações pessoais importantes e/ou eventos traumáticos ou estressantes, todo os quais tipicamente não seriam normalmente perdidos com o esquecimento Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior normal. A causa é quase invariavelmente trauma opressivo na infância. Diagnóstico Critérios clínicos Entrevistas detalhadas, algumas vezes com hipnose ou facilitada por fármacos Pacientes têm ≥ 2 estados de personalidade ou identidades (perturbação da identidade), com descontinuidade substancial no sentido que têm sobre o self e sensação de controle das ações. Os pacientes têm lacunas na memória para eventos diários, informações pessoais importantes e eventos traumáticos— informações que tipicamente não se perderiam com o esquecimento normal. Os sintomas causam sofrimento significativo ou prejudicam muito o funcionamento social ou ocupacional. Além disso, os sintomas podem não ser mais bem explicados por um outro transtorno (p. ex., crises parciais complexas, transtorno bipolar, transtorno de estresse pós- traumático, outro transtorno dissociativo), pelos efeitos da intoxicação alcoólica, por práticas culturais ou religiosas amplamente aceitas ou, em crianças, por fantasias (p. ex., um amigo imaginário). O diagnóstico requer conhecimento sobre os fenômenos dissociativos e questões específicas sobre eles. Algumas vezes, utilizam-se entrevistas prolongadas, hipnose ou entrevistas facilitadas por fármacos (barbitúricos ou benzodiazepínicos); e pode- se solicitar ao paciente que mantenha um diário entre as visitas. Todas essas medidas envolvem uma tentativa de revelar uma alternância das identidades durante a avaliação. O médico pode tentar, ao longo do tempo, mapear as diferentes identidades e seus inter-relacionamentos. Questionários e entrevistas especialmente desenvolvidos podem ser muito úteis, sobretudo para médicos que tenham menos experiência com esse transtorno. Simulação (a dissimulação intencional de sintomas físicos ou mentais motivada por incentivo externo) deve ser considerada se houver benefícios (p. ex., fugir de responsabilidades por ações ou obrigações). Mas simuladores tendem a sobrerreportar sintomas bem conhecidos do transtorno (p. ex., amnésia dissociativa) e subrreportar outros. Eles também tendem a criar identidades estereotípicas alternativas. Em comparação com pacientes que têm o transtorno, os simuladores geralmente parecem gostar da ideia de ter a doença; por outro lado, pacientes com transtorno dissociativo de identidade muitas vezes tentam a esconder isso. Quando os médicos suspeitam de que um transtorno é falso, dupla verificação das informações de múltiplas fontes pode detectar inconsistências que impossibilitam o diagnóstico. Tratamento: Cuidados de suporte, incluindo tratamento medicamentoso conforme necessário para sintomas associados Psicoterapia direcionada para a integração a longo prazo dos estados de identidade quando possível. Transtorno de deficit de atenção/hiperatividade (F90.0): é uma síndrome de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Há 3 tipos de TDAH, os que são predominantemente desatentos, hiperativo/impulsivos e combinados. Diagnóstico: Os critérios diagnósticos do DSM-5 incluem 9 sinais e sintomas de desatenção e 9 de hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico que usa esses critérios requer que ≥ 6 sinais e sintomas de pelo menos um grupo. Além disso, é necessário que os sintomas Estejam presentes muitas vezes por ≥ 6 meses Sejam mais pronunciados do que o esperado para o nível de desenvolvimento da criança Ocorram em pelo menos 2 situações (p. ex., casa e escola) Estejam presentes antes dos 12 anos de idade (pelo menos alguns sintomas) Interfiram em sua capacidade funcional em casa, na escola ou no trabalho Sintomas de desatenção: Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior Não presta atenção a detalhes ou comete erros descuidados em trabalhos escolares ou outras atividades Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas na escola ou durante jogos Não parece prestar atenção quando abordado diretamente Não acompanha instruções e não completa tarefas Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades Evita, não gosta ou é relutante no envolvimento em tarefas que requerem manutenção do esforço mental durante longo período de tempo Frequentemente perde objetos necessários para tarefas ou atividades escolares Distrai-se facilmente É esquecido nas atividades diárias Sintomas de hiperatividade e impulsividade: Movimenta ou torce mãos e pés com frequência Frequentemente movimenta-se pela sala de aula ou outros locais Corre e faz escaladas com frequência excessiva quando esse tipo de atividade é inapropriado Tem dificuldades de brincar tranquilamente Frequentemente movimenta-se e age como se estivesse "ligadana tomada" Costuma falar demais Frequentemente responde às perguntas de modo abrupto, antes mesmo que elas sejam completadas Frequentemente tem dificuldade de aguardar sua vez Frequentemente interrompe os outros ou se intromete O diagnóstico do tipo desatenção predominante exige ≥ de 6 sinais e sintomas de desatenção. O diagnóstico do tipo hiperativo/impulsivo exige ≥ 6 sinais e sintomas de hiperatividade e impulsividade. O diagnóstico do tipo combinado requer ≥ 6 sinais e sintomas de cada critério de desatenção e hiperatividade/impulsividade. Tratamento Terapia comportamental Terapia medicamentosa com estimulantes como metilfenidato ou dextroanfetamina (em preparações de curta e longa ação) Disforia de gênero e transsexualidade (F64.2): envolve um sentimento forte e persistente de que o sexo anatômico da pessoa não corresponde ao sentimento interno da pessoa de ser do sexo masculino, feminino, misto, neutro ou algo diferente (identidade de gênero). Essa sensação de incompatibilidade faz com que a pessoa sinta angústia significativa ou compromete em muito a capacidade de funcionamento da pessoa. A transexualidade é a forma mais extrema da disforia de gênero. Diagnóstico: A maioria das crianças com disforia de gênero não é avaliada até que atinja uma idade de seis a nove anos. Os médicos diagnosticam a disforia de gênero quando as pessoas (crianças ou adultos) fazem o seguinte: Sentem que seu sexo anatômico não é compatível com a identidade de gênero e sentem-se dessa maneira há seis meses ou mais Sentem muita angústia ou não desempenham funções normalmente devido a esse sentimento Apresentam determinados outros sintomas, que podem variar por faixa etária Os demais sintomas necessários para que um médico diagnostique disforia de gênero são levemente diferentes em crianças e em adolescentes e adultos. Crianças também precisam apresentar, no mínimo, seis dos seguintes sintomas: Um forte e persistente desejo de serem ou a insistência de que são do sexo oposto (ou algum outro gênero) Uma forte preferência por vestirem-se com roupas do gênero oposto e, em garotas, Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior resistência em vestir roupas tipicamente femininas Uma forte preferência por fingirem ser do gênero oposto quando estão brincando Uma forte preferência por brinquedos, jogos e atividades típicas do outro gênero Uma forte preferência por companheiros de brincadeiras do outro gênero Uma forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades típicas do gênero correspondente ao seu sexo anatômico (por exemplo, meninos se recusam a brincar com carrinhos ou jogar futebol) Uma forte aversão à sua anatomia Um forte desejo por características sexuais que correspondem à sua identidade de gênero Adolescentes e adultos também precisam apresentar um ou mais dos seguintes sintomas: Um forte desejo de se livrar de suas características sexuais e, no caso de adolescentes jovens, evitar o desenvolvimento de características sexuais secundárias (as que ocorrem durante a puberdade) Um forte desejo por características sexuais que correspondem à sua identidade de gênero Um forte desejo de ser do gênero oposto (ou algum outro gênero) Um forte desejo de viver ou ser tratado como o gênero oposto Uma forte crença de que se sentem e reagem como o gênero oposto Tratamento Psicoterapia Algumas vezes terapia hormonal; Transtorno voyeurístico: obtenção de excitação sexual pela observação de pessoas nuas, despindo-se ou engajadas em atividade sexual. Quando se observam pessoas desavisadas, esse comportamento sexual frequentemente ocasiona problemas com a lei e nos relacionamentos. Transtorno voyeurista envolve agir sobre os impulsos ou fantasias voyeuristas com uma pessoa que não consente ou experimentar sofrimento significativo ou prejuízo funcional por causa desses desejos e impulsos. Diagnóstico: O diagnóstico do transtorno voyeurístico requer: Os pacientes se sentiram excitados repetida e intensamente ao observar uma pessoa desatenta que está nua, está se despindo ou se envolvendo em atividade sexual; a excitação é expressa em fantasias, desejos intensos ou comportamentos. Os pacientes agiram motivados pelos seus desejos com uma pessoa não conivente, ou essas fantasias, desejos intensos ou comportamentos causam sofrimento significativo ou prejudicam o funcionamento no trabalho, em situações sociais ou em outras áreas importantes. O quadro esteve presente por ≥ 6 meses. O transtorno voyeurístico não é diagnosticado em pacientes < 18 anos. Tratamento: Psicoterapia, grupos de suporte e inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) Às vezes, fármacos antiandrogênicos Quando as leis são quebradas e o status de molestador sexual é conferido, o tratamento quase sempre se inicia com terapia, grupos de apoio e ISRSs. Se esses fármacos são ineficazes e, se o transtorno é grave, fármacos que reduzem os níveis de testosterona e, portanto, reduzem a libido devem ser considerados. Esses fármacos são chamadas antiandrogênicas, embora os fármacos mais comummente usadas na verdade não bloqueiem os efeitos da testosterona. Os fármacos incluem Agonistas do hormônio liberador de gonadotropina (GnRH; p. ex., leuprolida) Acetato de medroxiprogesterona de depósito Ambos diminuem a produção hipofisária do hormônio luteinizante (LH) e do hormônio folículo-estimulante (FSH) e, portanto, Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior reduzem a produção da testosterona. Consentimento totalmente informado e monitoramento apropriado da função hepática e níveis séricos de testosterona são necessários. Transtorno exibicionista: caracteriza-se pela obtenção de excitação sexual por exposição genital, quase sempre para um desconhecido desavisado. Também pode se referir a um forte desejo de ser observado por outros durante atividade sexual. Transtorno exibicionista envolve agir sobre esses impulsos com uma pessoa que não consente ou experimentar sofrimento significativo ou prejuízo funcional por causa desses desejos e impulsos. Diagnóstico: O diagnóstico do transtorno exibicionista requer: Os pacientes se sentiram excitados repetida e intensamente ao expor os órgãos genitais a uma pessoa desatenta ou ao serem observados por outras pessoas durante atividade sexual; a excitação é expressa em fantasias, desejos intensos ou comportamentos. Os pacientes agiram motivados pelos seus desejos com uma pessoa não conivente, ou essas fantasias, desejos intensos ou comportamentos causam sofrimento significativo ou prejudicam o funcionamento no trabalho, em situações sociais ou em outras áreas importantes. O quadro esteve presente por ≥ 6 meses. Tratamento: Psicoterapia, grupos de suporte e inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs) Às vezes, fármacos antiandrogênicos Quando as leis são quebradas e o status de molestador sexual é confirmado, o tratamento do transtorno exibicionista costuma começar com psicoterapia, grupos de apoio e ISRSs. Se os ISRSs forem ineficazes e se o transtorno for grave, deve-se considerar fármacos que reduzem os níveis de testosterona e, portanto, reduzem a libido. Esses fármacos são chamadas antiandrogênicas, embora os fármacos mais comummente usadas na verdade não bloqueiem os efeitos da testosterona. Esses fármacos incluem agonistas do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) (p. ex., leuprolida) e acetato de medroxiprogesterona de depósito; ambas diminuem a produção pituitária do hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH). Consentimento totalmente informado e monitoramento apropriado da função hepática e níveis séricos de testosterona sãonecessários. As taxas de reincidência são altas. A eficácia do tratamento é monitorada com base em autorrelato, pletismografia peniana e registros de detenções. Transtorno transvéstico: envolve excitação sexual intensa e recorrente com o uso de roupas do sexo oposto, que pode se manifestar como fantasias, impulsos ou comportamentos. Transtorno transvéstico é travestismo que causa sofrimento significativo ou prejuízo funcional significativo. Diagnóstico: O diagnóstico do transtorno transvestista requer: Os pacientes se sentiram repetida e intensamente excitados ao usar roupas do sexo oposto; a excitação é expressa em fantasias, desejos intensos ou comportamentos. Essas fantasias, desejos intensos ou comportamentos causam sofrimento significativo ou prejudicam o funcionamento no trabalho, em situações sociais ou em outras áreas importantes. O quadro esteve presente por ≥ 6 meses. Tratamento: Grupos sociais e de suporte Às vezes, psicoterapia A maior parte das pessoas que se travestem não procura tratamento. Aqueles que o fazem são trazidos por esposas infelizes, são indicados por juízes ou se apresentam com a preocupação de sofrer consequências sociais e de trabalho negativas. Algumas pessoas que se travestem procuram para Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior tratamento por causa de disforia de gênero, abuso de substâncias ou depressão comórbidos. Grupos sociais e de suporte para homens que se travestem são geralmente úteis. Nenhum fármaco é confiavelmente eficaz. Psicoterapia, quando indicada, visa a autoaceitação e a modulação dos comportamentos de risco. Mais tarde na vida, às vezes aos 50 ou 60 anos, os homens que se travestem podem procurar tratamento médico por causa dos sintomas da disforia de gênero e podem então atender os critérios de diagnóstico para disforia de gênero. Transtorno fetichista: o uso de um objetivo inanimado (o fetiche) como método preferido para produzir excitação sexual. Entretanto, no linguajar comum, a palavra é utilizada muitas vezes para descrever interesses sexuais particulares, como fantasias sexuais, preferência por certas características físicas e atividades ou objetos sexuais preferenciais. Transtorno fetichista refere-se à excitação sexual intensa e recorrente a partir do uso de um objeto inanimado ou de um foco muito específico em uma parte (ou partes) não genital do corpo que causa sofrimento significativo ou prejuízo funcional. Transtorno masoquista sexual: a participação intencional em atividade em que se é humilhado, espancado, amarrado ou abusado de outra maneira para experimentar excitação sexual. Transtorno masoquista sexual é masoquismo sexual que causa sofrimento significativo ou prejudica muito o funcionamento. Transtorno Frotteurista: Critérios Diagnósticos (CID-10: F65.81) Por um período de pelo menos seis meses, excitação sexual recorrente e intensa resultante de tocar ou esfregar-se em pessoa que não consentiu, conforme manifestado por fantasias, impulsos ou comportamentos O indivíduo colocou em prática esses impulsos sexuais com pessoa que não consentiu, ou os impulsos ou as fantasias sexuais causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. Especificar se: Em ambiente protegido: Esse especificador é aplicável principalmente a indivíduos institucionalizados ou moradores de outros locais onde as oportunidades de tocar outra pessoa ou esfregar-se nela são limitadas. Em remissão completa: O indivíduo colocou em prática seus impulsos com pessoa que não consentiu, e não houve sofrimento ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas da vida do indivíduo durante pelo menos cinco anos enquanto em um ambiente não protegido Características Diagnósticas Toque ou atrito recorrente de um ou mais indivíduos que não consentiram em pelo menos três ocasiões e sofrimento clinicamente significativo. Pode ocorrer sem a continuação de comportamentos de toque, desde que seja observada angústia suficiente em relação aos impulsos. Podem ser diagnosticado tanto em indivíduos que revelam livremente suas fantasias e comportamentos frotteurísticos, quanto naqueles que negam seus desejos, os comportamentos resultantes ou ambos, apesar das evidências convincentes em contrário Tratamento: Se concentra na redução dos impulsos e comportamentos sexuais por meio da terapia comportamental, usada para identificar os gatilhos e redirecionar o comportamento; Intervenção psicofarmacêutica; Transtorno Pedofilico: é caracterizado por fantasias, impulsos ou comportamentos intensos ou recorrentes sexualmente excitantes envolvendo adolescentes pré- púberes ou jovens (geralmente ≤ 13 anos); ele só é diagnosticado quando as pessoas têm ≥ 16 anos e são ≥ 5 anos mais velhas do que a criança que é o alvo das fantasias ou comportamentos. Diagnóstico: Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior Avaliação clínica O uso extensivo de pornografia infantil é um marcador confiável da atração sexual por crianças e pode ser o único indicador do transtorno. Mas o uso de pornografia infantil por si só não atende os critérios para transtorno pedofílico, embora normalmente seja ilegal. Se um paciente nega a atração sexual por crianças, mas as circunstâncias sugerem o contrário, certas ferramentas de diagnóstico podem ajudar a confirmar essa atração. As ferramentas incluem pletismografia peniana (homens), fotopletismografia vaginal (mulheres) e tempo de visualização dos materiais eróticos padronizados; mas a posse desse material, mesmo para fins de diagnóstico, pode ser ilegal em certas jurisdições. Fantasias, impulsos ou comportamentos sexualmente excitantes intensos e recorrentes envolvendo uma criança pré- púbere ou crianças (geralmente ≤ 13 anos) presentes por ≥ 6 meses. A pessoa agiu sobre os impulsos, sofre ou sente-se significativamente prejudicada pelos impulsos e fantasias. A experiência de angústia em relação a esses impulsos ou comportamentos não é um requisito para o diagnóstico. A pessoa tem ≥ 16 anos e é ≥ 5 anos mais velha que a criança que é o alvo das fantasias ou dos comportamentos (mas excluindo um adolescente mais velho que está em um relacionamento contínuo com alguém com 12 ou 13 anos de idade). A identificação de um paciente com potencial pedófilo às vezes representa una crise ética para os profissionais de saúde. Entretanto, profissionais de saúde têm a responsabilidade de proteger as crianças na comunidade. Os médicos devem conhecer as exigências de relato dos seus estados. Se os médicos têm suspeitas razoáveis de abuso sexual ou físico infantil, a lei exige que isso seja comunicado para as autoridades. Os requisitos dessas denúncias variam em cada estado (ver Child Welfare Information Gateway). Tratamento: Psicoterapia Tratamento dos transtornos comorbidos Tratamento medicamentoso [p. ex., antiandrógenos, inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRSs)] Terapia de longa duração individual ou em grupo é quase sempre necessária e pode ser especialmente útil quando fizer parte de tratamento multimodal que inclua treinamento de habilidades sociais, tratamento de comorbidades com distúrbios físicos e mentais e tratamento medicamentoso. O tratamento da pedofilia é menos eficaz quando imposto judicialmente, embora muitos abusadores sexuais condenados se beneficiem dos tratamentos, como psicoterapia em grupo mais antiandrógenos. Alguns pedófilos que se comprometem com o tratamento e o monitoramento podem evitar a atividade pedófila e podem serreintegrados à sociedade. Esses resultados são mais prováveis quando nenhum outro transtorno psiquiátrico, especialmente transtornos de personalidade, está presente. Fármacos: Nos EUA, o tratamento de escolha para pedofilia é Acetato de medroxiprogesterona IM Bloqueando a produção pituitária do hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH), a medroxiprogesterona reduz a produção de testosterona e, portanto, reduz a libido. As doses típicas são medroxiprogesterona 200 mg IM 2 ou 3 vezes por semana, por 2 semanas, seguida de 200 mg 1 ou 2 vezes por semana por 4 semanas e, então, 200 mg a cada 2 a 4 semanas. O agonista do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), leuprolida, que reduz a produção de pituitária de LH e FSH e, assim, reduz a produção de testosterona, também é uma opção e requer injeções IM menos frequentes (em intervalos de 1 a 6 meses) do que medroxiprogesterona. Mas geralmente o custo é consideravelmente mais alto. Acetato de ciproterona, que bloqueia os receptores de testosterona, é utilizado na Europa. Níveis séricos de Resumo AI II Psicopatologia Fabrício de Souza Pinto Júnior testosterona devem ser monitorados e mantidos no intervalo normal feminino (< 62 ng/dL [2,15 nmol/L]) em pacientes do sexo masculino. O tratamento é geralmente de longa duração, pois fantasias desviantes costumam recorrer semanas a meses após a descontinuação do tratamento. Testes de função hepática devem ser feitos, e pressão arterial, densidade mineral e hemograma completo devem ser monitorados conforme necessário. A utilidade de antiandrógenos em mulheres pedófilas é menos bem estabelecida. Adicionalmente aos antiandrógenos, os ISRS (p. ex., doses altas de fluoxetina, 60 a 80 mg, 1 vez/dia, ou de fluvoxamina, 200 a 300 mg, 1 vez/dia) podem ser úteis. Os fármacos são mais eficazes quando utilizados como parte de um programa de tratamento multimodal. Transtorno de sadismo sexual: é o ato de infligir sofrimento físico ou psicológico (humilhação, terror) a outra pessoa para estimular excitação sexual e orgasmo. Transtorno de sadismo sexual é sadismo sexual que causa sofrimento significativo ou prejuízo funcional significativo ou que é realizado com uma pessoa que não consente. Pessoas com transtorno de sadismo sexual atuaram seus desejos intensos ou têm fantasias debilitantes ou angustiantes com temas sexualmente sádicos. A condição também deve estar presente por ≥ 6 meses. Sadismo sexual é uma forma de parafilia, mas o comportamento sexual sádico leve é uma prática sexual comum entre adultos coniventes, geralmente com escopo limitado, não é prejudicial e não atende os critérios clínicos de transtorno parafílico, que exigem que comportamento, fantasias ou impulsos intensos de uma pessoa resultem em sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo funcional ou causem danos a outros. Mas em algumas pessoas, o comportamento se intensifica até o ponto de produzir danos. Quando o sadismo torna-se patológico é uma questão de grau. A maioria dos sadistas sexuais tem fantasias persistentes, nas quais a excitação sexual resulta de sofrimento infligido ao parceiro, consentido ou não. Quando praticado com parceiros não coniventes, constitui atividade criminosa e, provavelmente, continuará até que o sádico seja preso. Mas o sadismo sexual não é sinônimo de estupro, mas um amálgama complexo de sexo e poder sobre a vítima. O sadismo sexual é diagnosticado em < 10% dos estupradores, mas está presente em 37 a 75% das pessoas que cometeram homicídios sexualmente motivados. O sadismo sexual torna-se particularmente perigoso quando se associa a transtorno de personalidade antissocial. Essa combinação de transtornos é, em especial, resistente a qualquer forma de tratamento psiquiátrico. O diagnóstico do transtorno de sadismo sexual baseia-se nos critérios clínicos específicos do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5): Os pacientes se sentiram excitados repetida e intensamente pelo sofrimento físico ou psicológico de outra pessoa; a excitação é expressa em fantasias, desejos intensos ou comportamentos. Os pacientes agiram motivados pelos seus impulsos com uma pessoa não conivente, ou essas fantasias ou desejos causam sofrimento significativo ou prejudicam o funcionamento no trabalho, em situações sociais ou em outras áreas importantes. O quadro esteve presente por ≥ 6 meses. Pode-se diagnosticar o transtorno de sadismo sexual em pacientes que negam ter fantasias ou desejos relacionados à excitação sexual desencadeada por dor ou sofrimento a outras pessoas se esses pacientes relatarem múltiplos episódios sexuais que infligem dor ou sofrimento a uma pessoa não conivente. O tratamento do transtorno de sadismo sexual é frequentemente ineficaz.
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