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Luís Fernando Lipka Insfran | Medicina UFMS/CPTL ANEMIAS HIPOPROLIFERATIVAS CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS INTRODUÇÃO ❖ Podemos classificar clinicamente as Anemias em: ➢ Hipoproliferativas ➢ Hiperproliferativas FLUXOGRAMA PRÁTICO DA CLASSIFICAÇÃO DAS ANEMIAS METABOLISMO DO FERRO INTRODUÇÃO ❖ Localização do Ferro (Fe) no organismo ➢ Maior parte do Fe → proteínas funcionais → hemoglobina e mioglobina ➢ +/- 30% do Fe → Armazenado em tecidos (Fígado, baço, medula óssea, músc. esquelético) → Ferritina ➢ Pequena parte do Fe → Proteínas de transporte → Transferrina ❖ Origem do Ferro ➢ Maior parte provem do Sistema de Reciclagem do Ferro ➢ Pequena parte vem da dieta (1 mg de Fe elementar por dia durante a infância) ▪ O Fe da dieta é absorvido no Duodeno e Jejuno Proximal ❖ Tipos de Fe ➢ Ferro Ferroso ou Ferro heme (Fe²+) → presente em Carnes e Vísceras (origem animal) ▪ Maior Biodisponibilidade → torna-se biodisponível pela ação do Pepsinogênio sobre as proteínas de origem animal ▪ Absorvido direto no duodeno ➢ Ferro Férrico ou Ferro não heme (Fe³+) → presente em alimentos de Origem Vegetal ▪ Menor biodisponibilidade → torna-se biodisponível pela redução do pH (acidez) para sua absorção ▪ Necessita conversão de Fe³+ para Fe²+ para então ser absorvido Fatores Facilitadores de conversão → Ácido Ascórbico (Vit. C) Fatores Inibidores de conversão → Fitatos, taninos, cálcio e fosfato B IOCINÉTICA DO FERRO ❖ Absorção do Ferro na Dieta ➢ O ferro da dieta é absorvido no duodeno e jejuno proximal ▪ Após sua absorção, ele fica armazenado na mucosa intestinal na forma de Ferritina Em condições normais de estoque de Ferro, um mecanismo de feedback negativo, sob controle da Hepcidina (produzida pelo fígado), impede a absorção de fato desse ferro para o plasma, fazendo com que a maior parte seja excretada nas fezes, junto à descamação da mucosa intestinal Isso ocorre, pois, a Hepcidina inibe a ação Ferroportina, responsável pela absorção do Fe do interior dos eritrócitos para a circulação sanguínea Ao passo que em condições de baixo estoque de Fe, a Hepcidina não inibe a ação da Ferroportina, permitindo a absorção do Fe no interior dos eritrócitos para o plasma Na circulação, o Fe não fica livre, sendo transportado pela Transferrina até suas células de destino, onde será novamente armazenado na forma de Ferritina ❖ Reciclagem do Ferro → Maior parte do Fe é mantido por esse ciclo ➢ Um dos destinos mais importes do Fe é a Medula Óssea, sendo essencial para a produção dos Eritrócitos, onde o Fe passa a compor a Hemoglobina ▪ Os eritrócitos ficam na circulação até a sua senescência, que ocorre por volta de 120 dias, quando são fagocitados e destruídos no Baço O Fe que estava presente nas hemoglobinas passa a ficar armazenados no Baço novamente sob a forma de Ferritina, que pode ser mais uma vez transportado pela Transferrina, em um ciclo ❖ Vale lembrar que não existe mecanismos para eliminar o Fe em excesso no organismo ➢ Paciente que recebe uma carga de Fe muito grande (medicação ou transfusão) não tem como se livrar disso e acaba sofrendo os efeitos deletérios do excesso de Fe ➢ Uma forma do organismo perder Fe é o Sangramento, que funciona como uma quebra na reciclagem do Fe ANEMIA FERROPRIVA (MICRO/HIPO) INTRODUÇÃO ❖ É uma Anemia causada pela Deficiência de Ferro ➢ O Ferro é componente essencial para a síntese da hemoglobina ▪ Em casos de deficiência de Fe, há uma queda na síntese de hemoglobina, consequentemente queda na produção de eritrócitos, resultando na Anemia EPIDEMIOLOGIA ❖ É a principal causa de anemia → até 60% dos casos ❖ Decorre da deficiência de Ferro → marcada pela Ingesta menor que a Demanda ou pela Deficiência de Absorção ❖ Pode ocorrer em todos os níveis socioeconômicos e regiões do mundo e do Brasil ❖ São Grupos de Risco: Perda de Ferro ➢ Sangramentos Crônicos ▪ Homens e Mulheres que não menstruam TGI (úlcera, neoplasia) ▪ Mulheres que menstruam Utero Ingesta < Demanda ➢ Crianças e Adolescentes (maior demanda metabólica) ➢ Gestantes (maior demanda metabólica) ➢ Lactentes (maior demanda metabólica) ➢ Dieta pobre (é considerada uma causa rara, mais restrita a populações muito carentes) ▪ Menor nível socioeconômico (menor oferta) Presença de Anemia Ferropriva em 40-50% das crianças entre 6-18 meses que moram nas regiões NO e NE (sobreposição da alta demanda com a baixa ingesta) Deficiência na Absorção ➢ Alteração no trânsito do duodeno / jejuno proximal ➢ Alterações no meio ácido (gastrite atrófica, cirurgia bariátrica, enteropatia por glúten) QUADRO CLÍNICO ❖ Além dos sintomas gerais da Anemia (Astenia, Palidez, Cefaleia, Taquicardia, entre outros) ❖ Podem surgir sinais e sintomas que nos indiquem se tratar de uma Anemia Ferropriva, como: ➢ Quelite Angular (presente em anemias carenciais, tal qual Anemia por Deficiência de B12) → Lesão em comissura labial ➢ Coiloniquia → Unha “em Colher” ➢ Pica (ou Pagofagia) → Desejo de ingerir objetos não comestíveis, como tijolo, barro, cabelo, gelo, terra. ➢ Glossite → Inflamação da língua (edema, dor, mudança da cor e perda de função) LABORATÓRIO ❖ Padrão-ouro → Mielograma com pesquisa de Ferro medular por coloração Azul de Prússia (Método de Perls) → Raramente Utilizado (raras dúvidas diagnósticas) Rotina de Laboratório → Hemograma + Perfil de Ferro ❖ Hemograma ➢ Hb ↓ ➢ Ht ↓ ➢ VCM ↓ → Microcítica ➢ HCM ↓ → Hipocrômica → baixa quantidade de hemoglobina ➢ Reticulócitos ↓ → Anemia Hipoproliferativa ➢ RDW ↑ ➢ Trombocitose Reativa → Plaquetas podem estar aumentadas em até 75% dos casos (as vezes até 1.000.000 plaquetas/µL) → devido à hiperestimulação da Medula Óssea ➢ Em poucos casos pode haver presença de pequena quantidade de Hemácias em “alvo/lápis” ❖ Perfil do Ferro Ferro Sérico ↓ Ferritina ↓ Sat de Transferrina ↓ TIBC ↑ ➢ Entendendo o Perfil do Ferro: ▪ Ferritina → Baixo ↓ é o primeiro exame a se alterar (devido à baixa absorção do Fe as reservas de Fe sob a forma de Ferritina diminuem. Entretanto, inicialmente ainda conseguem manter a Sat de Transferrina temporariamente dentro da normalidade, tal qual manter os níveis de Fe sérico) ▪ Sat de Transferrina → Baixo ↓ (quando os níveis de Ferritina ficam cronicamente baixos, tornam-se insuficientes para manter a Saturação da Transferrina dentro da normalidade → Sat da Transferrina ↓) ▪ Capacidade Total de Ligação do Ferro (TIBC) → Aumentada ↑ (Esse exame é referente a quantidade de Transferrina circulante → o aumento do TIBC indica uma maior quantidade de Transferrina Circulante como uma forma de compensar a baixa Sat de Transferrina) ▪ Ferro sérico → Baixo ↓ (quando os níveis de Ferritina e da Sat da Transferrina ficam cronicamente baixos, tornam-se insuficientes para manter a concentração sérica de ferro dentro da normalidade → Fe sérico ↓) TRATAMENTO ❖ A base do tratamento é a Reposição de Ferro ➢ A dieta sozinha, em geral, não é suficiente ❖ O objetivo do tratamento é a reposição dos estoques → atingir níveis normais de Ferritina ❖ O tratamento dura normalmente 6 meses (ou mais → até atingir o objetivo) ❖ Reposição de Ferro (VO ou Parenteral) ➢ Via Oral ▪ Dose: 150-200mg de Fe elementar/dia (dose média de 2-5 mg/kg/dia), dividia em 2 ou 3 tomadas ao dia ▪ Ingerir em jejum (1h antes das refeições), de preferência junto com alguma substância ácida (Sucos cítricos) Algumas substâncias dificultam (quelantes) a absorção do Ferro → Cálcio (leite e derivados), fitatos (feijão e outras leguminosas), taninos e fosfatos ▪ Efeitos Colaterais → gosto metálico e alterações do TGI (náuseas, dispepsia, constipação ou diarreia) É fator de abandono do tratamento ▪ Apresentações Sais de Ferro (Sulfato Ferroso) → mais comuns, baixo custo, menor biodisponibilidade, sofrem influencias de fatores alimentares (jejum 1h antes das refeições), mais efeitos colaterais (náuseas, dispepsia, gosto metálico, constipação, diarreia) Sais Férricos → maior custo, maior biodisponibilidade, não sofrem interferências nutricionais, melhor perfil de tolerância Aminoquelatos → maior custo, maior biodisponibilidade, não sofrem interferências nutricionais, melhor perfil de tolerância ➢ Via Parenteral ▪ Indicações Falho no tratamento VO Má absorção (p.ex.: cirurgia bariátrica) Necessidades de repor estoques rapidamente D IAGNÓSTICO D IFERENCIAL ❖ Os diagnósticos diferenciais para a Anemia Ferropriva serão outras doenças que podem cursar com um quadro de Anemia Hipoproliferativa Micro/Hipo (microcíticas e hipocrômicas) ➢ Dentre elas, temos: Talassemias, Anemia de Doença Crônica, Anemia Sideroblástica, Intoxicação por Chumbo e Hemoglobinopatias (HbC e Hb-Lepore) ▪ Os diagnósticos diferenciais mais usuais são a Anemia de Doença Crônica e a Anemia Megaloblástica ANEMIA DE DOENÇA CRÔNICA (NORMO/NORMO OU MICRO/HIPO) INTRODUÇÃO ❖ A anemia de Doença Crônica também é classificada como uma Anemia Hipoproliferativa Normo/Normo (60-70%) e Micro/Hipo (30-40%) ❖ É considera a 2ª causa mais comum de anemia ❖ Geralmente, comporta-se como uma anemia normo/normo no início do quadro e com o passar do tempo se torna uma anemia micro/hipro ❖ Sua Etiologia é diversa → Várias doenças Crônicas podem cursar com Anemia de Doença Crônica ➢ As causas mais frequentes são: Infecções Crônicas, Doenças Autoimunes (em especial artrite reumatoide), Doença Renal e Neoplasias ❖ Em geral, os sintomas da Anemia são leves ➢ Porém, os sintomas que o paciente irá apresentar estarão relacionados à doença de base. F ISIOPATOLOGIA ❖ Existem 3 mecanismos fisiopatológicos que podem estar envolvidos na Anemia de Doença Crônica: ➢ 1- Ocorre uma discreta redução da sobrevida dos eritrócitos, (supostamente pela liberação de citocinas inflamatórias) nos pacientes com câncer ou infecção granulomatosa crônica ➢ 2- A eritropoese é insuficiente tanto pela diminuição da produção da EPO quanto pela da falta de resposta da medula à EPO ➢ 3- O metabolismo do ferro se encontra alterado pelo aumento da hepcidina (devido à inflamação crônica – hepcidina é um marcador de inflamação), que inibe a absorção do Ferro da dieta pela Ferroportina. Além disso, o aumento da Hepcidina inibe a produção de eritrócitos na medula óssea e, ainda, “prende” a Ferritina às células, impedindo que o Baço (principal órgão na reciclagem do Fe) libere o Ferro para outros tecidos, atrapalhando assim a reciclagem do ferro → Sequestro de Ferro LABORATÓRIO Hb↓ Fe sérico ↓ Ht, VCM e RDW normais Reticulócitos↓ Ferritina↑ TIBC↓ PCR e VHS↑ Ferro Medular↑ ❖ Hemograma ➢ Hb levemente baixo ➢ Ht e VCM normais (baixo em 30-40% dos casos) ➢ RDW normal → Ausência de Anisocitose ➢ Reticulócitos diminuídos → Hipoproliferativo ➢ Aumento de Marcadores Inflamatórios → PCR e VHS ❖ Perfil de Ferro ➢ Ferritina Normal ou Elevada → Aumento dos estoques de Fe devido a Ação da Hepcidina ➢ Ferro sérico Baixo → Apesar da concentração de Ferro no organismo estar adequada, a quantidade de ferro sérico/circulante/disponível é baixa ➢ TIBC Baixa → A Capacidade Total de Ligação do Ferro (TIBC) vai estar baixa pois ela se baseia no estoque de Fe, ou seja, na quantidade de Ferritina, que está normal ou aumentada, fazendo com que a TIBC fique baixa ➢ Ferro Medular Aumentado → Hepcidina prende o Fe na medula sobre a forma de Ferritina. Lembrar que além disso, a Hepcidina age sobre a Medula Óssea inibindo a eritropoese → Tem Fe, mas não o utiliza TRATAMENTO ❖ O principal tratamento para a Anemia de Doença Crônica é a correção da Doença de Base → Diminuição da inflamação → Diminuição dos níveis de Hepcidina → Melhora da disponibilização do Fe → Aumenta Fe sérico → Melhora Anemia ➢ A suplementação de Fe isoladamente não resulta em melhora da Anemia → Lembrar, em geral, os níveis de Ferro no organismo estão normais → Há muita Ferritina (muito Fe armazenado) → o que é necessário é melhorar a disponibilização desse Fe ❖ Em alguns casos selecionados, a EPO (eritropoetina) pode ser utilizada para melhora a Anemia ➢ Principalmente em doenças de base de difícil controle ANEMIAS S IDEROBLÁSTICAS (MICRO/HIPO) INTRODUÇÃO ❖ São um grupo diverso de Anemias ditas Refratárias e reconhecidas pela presença de 15% ou mais de Sideroblastos em anel (acúmulo de ferro nas mitocôndrias perinucleares dos eritroblastos) na medula óssea ➢ São caracterizadas pela utilização inapropriada do ferro pela medula na síntese do heme (um defeito na sua produção), apesar da existência de quantidades adequadas ou aumentadas de ferro ❖ Podem ser Hereditárias ou Adquiridas ➢ As Adquiridas ainda podem ser Primárias ou Secundárias (abuso de álcool, intoxicação por chumbo, medicamentos – isoniazida) LABORATÓRIO ❖ Classicamente é uma Anemia Micro/Hipo, RDW aumentado com Ferro Sérico Aumentado, Ferritina Aumentada e Sat. De Transferrina Aumentada ❖ Além disso, podem estar haver um leve aumento dos Marcadores de Hemólise ➢ LDH ↑ (até 3x o VR) ➢ Bilirrubina Indireta ↑ ➢ PORÉM → RETICULÓCITOS NORMAIS → É UMA ANEMIA HIPOPROLIFERATIVA TRATAMENTO ❖ Depende da Causa da Anemia Sideroblástica ➢ Causas Hereditárias → Piridoxina ➢ Causas que cursam com Sd. Mielodisplásica → Quimioterapia ou Transplante de Medula Óssea ➢ Causas por Intoxicação Exógena (Álcool, Chumbo, medicações) → Retirada do agente causador ANEMIA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA (NORMO/NORMO) F ISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO ❖ Para entender a Fisiopatologia da Anemida de Doença Renal Crônica, devemos lembrar que a EPO (eritropoetina) é produzida nos Rins e é ela quem estimula Medula Óssea para a produção de eritrócitos (Eritropoese) ➢ Círculo Vicioso DRC ↔ Anemia ▪ Na Doenças Renais Crônicas (DRC) temos uma menor produção da EPO e consequentemente menos eritrócitos serão produzidos pela Medula Óssea → Assim, instala-se uma Anemia, que resulta em menor oxigenação dos Rins, piorando a DRC → Diminui ainda mais a produção de EPO → Piora Anemia → Hipóxia renal... ❖ Laboratorialmente apresenta-se como uma Anemia Normo/Normo com Reticulopenia (Hipoproliferativa), em um contexto de Insuficiência Renal. ❖ Tendo em vista sua fisiopatologia, o Tratamento consiste no uso de Eritropoetina Recombinante, na tentativa de aumentar o estímulo para a Eritropoese e melhorar o quadro de anemia desses pacientes ANEMIAS MEGALOBLÁSTICAS (MACROCÍTICA) INTRODUÇÃO ❖ As Anemias Megaloblásticas resultam, na maioria das vezes, de deficiências de vitamina B12 e folato. ➢ Devido a essas deficiências, a hematopoese ineficaz afeta todas as linhagens, sendo a eritrocitária a mais afetada com essa condição ❖ As Anemias Megaloblásticas são caracterizadas por uma Anemia Macrocítica (VCM ↑), em que há aumento no tamanho dos Eritrócitos F ISIOPATOLOGIA ❖ O aumento no tamanho das hemácias se deve a um atraso na maturação dessas células, devido a um defeito na síntese do DNA → levando a um VCM ↑ ➢ Uma consequência da deficiência de duas vitaminas: ▪ Vit. B12 → Tem 2 funções na síntese do DNA dos eritroblastos → Converter: 1) Homocisteina em Metionina; e 2) CoA em Succinil-CoA Essa vitamina está presente em proteínas de origem animal → Veganos precisam suplementar Sua Absorção ocorre no Íleo Distal e é dependente do Fator Intrínseco (produzido no Estômago pelas células parietais do fundo gástrico e da cárdia) ▪ Ácido Fólico → Tem 2 funções na síntese do DNA dos eritroblastos → Converter: 1) Homocisteina em Metionina;e 2) Síntese de precursores purínicos de DNA Obtido em proteínas animais, vegetais e frtuas Sua absorção ocorre no Duodeno e Jejuno Proximal ETIOLOGIA ❖ Causas de Deficiência de B12 ➢ Anemia Perniciosa → Principal Causa → É uma Atrofia Autoimune da Mucosa Gástrica que cursa com Acloridria e queda/ausência do Fator Intrínseco ▪ Dica → Ela pode estar associada a outras doenças autoimunes (vitiligo, hipotireoidismo) ➢ Veganismo → Necessitam suplementação ➢ Gastrectomia/Gastrite Atrófica → Perda das células parietais gástricas → ausência de Fator Intrínseco → não absorção de B12 ➢ Má absorção intestinal (uso crônico de IBPs; Doença de Crohn; uso crônico de Metformina) ➢ Tênia do Peixe (Diphilobatrium latus) ❖ Causas de Deficiência de Ácido Fólico ➢ Baixa Ingesta → Principal Causa → dietas sem acompanhamento profissional ➢ Gestação/Lactação/Prematuridade ➢ Neoplasias → Aumento do Turnover Celular → Consumo de Ác. Fólico ➢ Anemias Hemolíticas → Aumento do Turnover Celular ➢ Doenças Inflamatórias ➢ Drogas → Anticonvulsivantes; Sulfassalazina; Álcool; Metotrexato QUADRO CLÍNICO ❖ Normalmente ➢ Sintomas gerais de Anemia ➢ Glossite ➢ Icterícia leve → aumento da Hemólise devido aos eritrócitos macrocíticos ➢ Perda de peso ➢ Púrpuras → podem apresentar plaquetopenia (ou mesmo Pancitopenia) → sangramentos subcutâneos ❖ Quadros mais específicos ➢ Deficiência de Vit. B12 → Sua deficiência demora meses para se instalar, pois temos estoques no organismo ▪ Neuropatia Simétrica por Degeneração Aguda Combinada da Medula Espinal Geralmente cursa com paresia e parestesia de MMII Normalmente os sintomas cessam após o tratamento a depender do tempo do quadro – podem ser irreversíveis se muito tempo de deficiência ▪ Defeitos do Tubo Neural → também é descrito na literatura ➢ Deficiência de Ácido Fólico → Sua deficiência se instala rapidamente, pois não temos estoques no organismo ▪ Defeitos do Tubo Neural → Classicamente atribuído à deficiência de Ácido Fólica → Anencefalia; Espinha Bífida LABORATÓRIO ❖ VCM ↑ ❖ Reticulopenia → Hipoproliferativa ❖ Aumento de marcadores de hemólise → LDH, Bil. ind. ❖ Pode-se encontrar Pancitopenia ❖ Vit. B12 e/ou Ácido Fólico ↓ ❖ Homocisteína ↑ → aminoácido pró-aterogênico e pró- trombótico ❖ Ácido metilmalônico ↑ na deficiência de Vit. B12 → pois o a Vit. B12 liga-se ao ác. Metilmalônico em condições normais ❖ Presença de Neutrófilos Hiperseguimentados INVESTIGAÇÃO CLÍNICA ❖ Deficiência de B12 ➢ História dietética ➢ Avaliação gástrica ➢ Anticorpo contra F. intrínseco e Céls. Parietais ➢ Gastrina sérica ➢ EDA ❖ Deficiência de Ác. Fólico ➢ História Dietética ➢ Testes de Má Absorção TRATAMENTO ❖ Reposição de Vitaminas ➢ Vit. B12 ▪ Preferência pela Reposição via SC ou IM, mesmo antes de definir a causa, pois geralmente sua deficiência se deve a fatores de má absorção → logo, reposição VO não terá eficácia ➢ Ácido Fólico ▪ Reposição VO ANEMIA APLÁSICA (NORMO/NORMO) INTRODUÇÃO ❖ Anemia aplásica é uma doença das células-tronco hematopoiéticas ➢ Resulta na: ▪ Perda dos precursores dos eritrócitos, hipoplasia ou aplasia da medula óssea; e ▪ Citopenia de duas ou mais linhagens celulares (eritrócitos, leucócitos e/ou plaquetas) ❖ Em geral, há uma substituição das células-tronco hematopoiéticas por Células Lipídicas ❖ Tem etiologia diversa ➢ Pode ser Primária (congênita ou adquirida) ➢ Ou Secundária (radiação, fármacos, infecções, benzeno, inseticidas) Obs.: O benzeno e os inseticidas estão envolvidos em diversas doenças hematológicas causadas por intoxicação QUADRO CLÍNICO ❖ Sintomas Gerais de Anemias ❖ Infecções → devido a Leucopenia ❖ Sangramentos → devido a Trombocitopenia LABORATÓRIO ❖ Hemograma geralmente com pancitopenia ❖ Anemia normocítica e normocrômica ❖ Reticulócitos baixos ❖ Medula Óssea Hipoplásica TRATAMENTO ❖ Transfusões sanguíneas → Plaquetas e Concentrado de hemácias ❖ Suspender fatores desencadeantes ❖ Transplante de medula óssea ❖ Tratamentos específicos de doenças de base que cursam com anemia aplásica MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE QUESTÕES SOBRE ANEMIA ETAPAS ❖ São 3 Etapas para a resolução de questões sobre Anemia ➢ 1. Identificar o Quadro Clínico do Paciente → buscar pistas, hotspots, dicas que te levem a pensar mais em um ou outro tipo de anemia ➢ 2. Exames Laboratoriais → Identificar a gravidade da Anemia (leve, moderada, grave), classificar quanto ao VCM (micro, normo ou macrocítica), quanto ao HCM (hipo ou normocrômica), nº de reticulócitos (hipo ou hiperproliferativa), RDW (com ou sem Anisocitose), Marcadores de Hemólise (↓haptoglobina, ↑LDH, ↑Bil. Ind.) e outros achados laboratoriais. ▪ Importante treinar a diferenciação das Anemias apenas pelo Hemogramas ➢ 3. Epidemiologia → algumas questões serão conduzidas de acordo com dados epidemiológicos → por isso, deve- se atentar aos principais dados epidemiológicos das Anemias
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