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Músculos do membro superior Anatomia Músculos Toracoapendiculares: • Anteriores (peitorais): • Movem o cíngulo do membro superior (clavícula + escápula). São 4: peitoral maior; peitoral menor; serrátil anterior; subclávio • O peitoral maior é grande cobre a parte superior do tórax e compreende as partes clavicular e esternocostal (fixação proximal); a fixação distal é no sulco intertubercular do úmero • Ele junto com o músculo deltoide adjacente formam o estreito sulco deltopeitoral, no qual segue a veia cefálica. E esses dois junto com a clavícula formam o trígono clavipeitoral • As suas 2 partes realizam adução e rotação medial do braço juntas, mas podem agir separados: a parte clavicular flete (dobra) o úmero, e a parte esternocostal estende-o a partir da posição fletida • O peitoral menor fica na parede anterior da axila. Ele tem formato triangular: a base é formada por alças carnosas fixadas às extremidades anteriores das costelas (fixação proximal); o ápice está situado no processo coracoide da escápula (fixação distal) • Ele estabiliza a escápula e é usado ao estender o membro superior para frente para tocar objetos fora de alcance. Ajuda a elevar costelas para inspiração profunda • O subclávio é pequeno e redondo, e se localiza inferiormente à clavícula, garantindo alguma proteção aos vasos subclávios e para o tronco superior do plexo braquial se houver fratura da clavícula • Ele fixa e deprime a clavícula (fixação distal) estabilizando-a durante movimentos do membro superior. Também ajuda a resistir a tendência de luxação da clavícula na articulação esternoclavicular • Sua fixação proximal é na junção da 1ª costela e sua cartilagem costal • O serrátil anterior fica sobre a parte lateral do tórax e forma a parede medial da axila. É usado ao socar ou estender o braço anteriormente • Fixação proximal: partes laterais das 1ª-8ª costelas/ Fixação distal: face anterior da margem medial da escápula • Ele é um dos mais poderosos músculos do cíngulo do membro superior, “músculo do boxeador” • A parte inferior roda a escápula, elevando a cavidade glenoidal, permitindo que o braço levante acima do ombro • Fixa a escápula na parede torácica, permitindo que outros músculos usem-na como osso fixo para movimentos do úmero • Posteriores: • Fixam o esqueleto apendicular superior (do membro superior) ao esqueleto axial (no tronco) 1. Posteriores superficiais (extrínsecos do ombro): • Trapézio: Cobre a face posterior do pescoço e a metade superior do tronco. Ele fixa os ombros, puxando escápulas posteriormente e superiormente • Ele fixa o cíngulo do membro superior ao crânio e à coluna vertebral e ajuda a suspender o membro superior • Suas fibras são divididas em 3 partes, e tem ações diferentes na articulação escapulotorácica fisiológica: fibras descendentes (superiores) elevam a escápula (ex: aprumar ombros); fibras médias retraem escápula (puxam-na posteriormente); fibras ascendentes (inferiores) deprimem escápula e abaixam o ombro • As fibras descendentes e ascendentes atuam na rotação da escápula sobre a parede torácica • Latíssimo do dorso: segue do tronco até o úmero • Ele estende, retrai e roda o úmero medialmente (ex: coçar pele sobre escápula oposta ou fletir braços atrás das costas) • Junto com o peitoral maior é um adutor do úmero, e atua na rotação da escápula para baixo em associação com tal movimento; além disso esses 2 músculos elevam o tronco até o braço (o que ocorre em exercícios de barra) • Ele reconduz o membro superior à posição normal após abdução superior ao ombro (escalada) • Esses movimentos são usados para nadar, remar em uma canoa, cortar lenha por ex. 2. Posteriores profundos (extrínsecos do ombro) • Levantador da escápula: As fibras seguem desde os processos transversos das vértebras cervicais superiores (C1-C4) até margem medial da escápula (superior a raiz da espinha) • Situa-se profundamente aos músculos trapézio e esternocleidomastóideo • Atua elevando ou fixando a escápula (resiste a forças que a deprimiram, como carregar peso) • Roda a escápula em conjunto com os músculos romboides e peitoral menor, deprimindo cavidade glenoidal (inclinando-a inferiormente) • A ação bilateral dos levantadores com músculo trapézio estende o pescoço; ação unilateral flexiona pescoço lateralmente • Romboides: Seguem das vértebras até margem medial da escápula; se situam profundamente ao músculo trapézio • O romboide maior é fino e plano e mais largo que o menor, mais espesso e superior • Eles retraem e giram a escápula, deprimindo sua cavidade glenoidal • Ajudam serrátil anterior a manter escápula contra parede torácica e fixá-la durante movimentos do membro superior • São usados ao forçar o abaixamento de membros superiores elevados Músculos escapuloumerais (intrínsecos ao ombro) • São 6 que vão da escápula até o úmero e atuam sobre a articulação do ombro • Deltoide: Cobre o ombro e forma seu contorno arredondado, e é dividido em 3 partes: semipeniformes anterior e posterior e parte média multipeniforme • A contração das 3 partes abduz o braço, e as partes posterior e anterior estabilizam o braço durante esse movimento • Ao levantar e carregar malas, por exemplo, o deltoide atua como músculo direcional, impedindo que a cabeça do úmero seja deslocada para baixo e saia da cavidade glenoidal, pois a linha de tração desse músculo coincide com o eixo do úmero, tornando a abdução inviável pois o osso é puxado para cima • Partes anterior (ajuda peitoral maior a fletir o braço) e posterior (ajuda latíssimo do dorso a estender o braço) dos deltoides são usadas para balançar membros na marcha • O deltoide ajuda a estabilizar a articulação do ombro • Redondo maior: Segue lateralmente a partir do terço inferolateral da escápula • Ele efetua a adução e rotação medial do braço. Também estabiliza cabeça do úmero na cavidade glenoidal • Os 4 restantes fazem parte do manguito rotator (SIRS), pois formam músculo rotador músculotendíneo ao redor da articulação do ombro • O manguito rotator protege e estabiliza articulação do ombro a partir da fusão dos tendões de seus músculos, que reforçam lâmina fibrosa da cápsula articular • Todos com exceção do supraespinal são rotadores do úmero; o supraespinal inicia e auxilia deltoide no início da abdução do braço • Ocupa fossa supraespinal da escápula • Infraespinal: ocupa fossa infraespinal da escápula; é parcialmente coberto pelos deltoide e trapézio; é um poderoso rotador lateral do úmero • Redondo menor: oculto pelo músculo deltoide; atua com infraespinal para efetuar rotação lateral do braço e ajudar em sua adução; é suprido pelo nervo axilar e o infraespinal é suprido pelo nervo supraescapular • Subescapular: situado na face costal da escápula e forma parte da parede posterior da axila • É o principal rotador do braço e também o aduz • Cruza face anterior da articulação escapuloumeral em seu trajeto até o úmero Casos Clínicos nas regiões peitoral, escapular e deltoidea: • Ausência de músculos peitorais: Na síndrome de Poland tanto o músculo peitoral maior quanto o menor estão ausentes, também se observa hipoplasia da mama e ausência de 2-4 segmentos costais • Paralisia do músculo serrátil anterior: Quando há paralisia do músculo serrátil anterior por conta de lesão do nervo torácico longo, a margem medial e o ângulo inferior da escápula afastam- se da parede torácica (quando o braço é levantado) = escápula alada.. Além disso, o membro superior não abduz acima da posição horizontal, pois o serrátil é incapaz de girar a cavidade glenoidal superiormente • O nervo torácico longo inerva o serrátil seguindo sobre a face superficial desse músculo. Logo, quando os membros estão elevados, o nervo fica vulnerável • Trígono de ausculta: A margem horizontal superiordo latíssimo do dorso, margem medial da escápula e a margem inferolateral do trapézio formam um trígono de ausculta. Essa abertura na musculatura espessa do dorso é um bom lugar para examinar segmentos posteriores do pulmão com um estetoscópio. Quando escápulas são deslocadas anteriormente, cruzando braços sobre tórax, o trígono aumenta • Lesão do nervo acessório (NC XI): A paralisia no nervo acessório causa acentuada fraqueza ipsolateral quando os ombros são elevados contra resistência • Lesão do nervo toracodorsal: A cirurgia na parte inferior da axila coloca em risco o nervo toracodorsal, que supre o m. latíssimo do dorso. Ele segue inferiormente ao longo da parede posterior da axila e entra na superfície medial do latíssimo do dorso • Esse nervo também é vulnerável a lesão em mastectomias quando o processo axilar da mama é removido; e durante cirurgia nos linfonodos escapulares pois sua parte terminal situa-se anteriormente a eles e à artéria subescapular • O latíssimo do dorso e a parte inferior do peitoral maior formam uma alça muscular anteroposterior entre o tronco e o braço. Na paralisia do latíssimo do dorso, a pessoa é incapaz de levantar tronco com membros superiores, como na escalada. E a pessoa não pode usar muleta axilar pois empurra ombro para cima (atividades que requerem depressão ativa da escápula) • Lesão do nervo dorsal da escápula: a lesão deles, o nervo para os romboides, afeta as ações desses músculos. Quando ocorre paralisia unilateral do romboide, a escápula fica mais distante da linha mediana do que no lado normal • Lesão do nervo axilar: Quando há lesão grave do nervo axilar o deltoide atrofia (contorno arredondado do ombro fica achatado) O nervo passa inferiormente à cabeça do úmero e espirala-se ao redor do colo cirúrgico, logo, geralmente se lesa quando há fratura nessa região. • Também pode ser lesado por compressão pelo uso errado de muletas e; durante luxação da articulação do ombro • Pode haver perda da sensibilidade na face lateral da parte proximal do braço, área suprida pelo nervo cutâneo lateral superior do braço, ramo cutâneo do nervo axilar • O músculo deltoide é um local comum de injeção intramuscular de medicamentos • Fratura-luxação da epífise proximal do úmero: Um golpe direto ou lesão indireta do ombro de uma criança ou adolescente pode causar isso, pois a cápsula articular do ombro, reforçada pelo manguito rotador, é mais forte do que a lâmina epifisial. Em fraturas graves há deslocamento acentuado do corpo do úmero, mas a cabeça continua ligada a cavidade glenoidal • Lesões do manguito rotador: Danos nesse manguito provocam instabilidade das articulações do ombro. O trauma pode lacerar ou romper 1 ou mais tendões dos músculos SIRS (o do supraespinal rompe-se com mais frequência) • A tendinite degenerativa do manguito rotador é comum em pessoas idosas Axila • Fica inferior à articulação do ombro e superior à fáscia axilar na junção entre o braço e o tórax. É a passagem ou “centro de distribuição” das estruturas neurovasculares que servem ao membro superior. A partir desse centro, as estruturas seguem: • Superiormente, através do canal cervicoaxilar até/partindo a/da raiz do pescoço; anteriormente, através do trígono clavipeitoral até a região peitoral; inferior e lateralmente, até o próprio membro; posteriormente, através do espaço quadrangular, até região escapular; inferior e medialmente, ao longo da parede torácica, até o latíssimo do dorso e serrátil anterior • O ápice da axila é o canal cervicoaxilar, passagem entre pescoço e axila, limitada pela 1ª costela, clavícula e margem superior da escápula. Artérias, veias, nervos e vasos linfáticos passam por essa abertura para entrar/sair do braço • A base da axila consiste em pele côncava, tecido subcutâneo e fáscia da axila (muscular) e se estende do braço até a parede torácica (aprox.. nível da 4ª costela) e forma a fossa axilar. Ela é limitada pelas pregas axilares anterior e posterior, parede torácica e face média do braço • A parede anterior da axila tem 2 camadas, formadas pelos músculos peitoral maior e menor, e pela fáscia peitoral e clavipeitoral associada a eles. A prega axilar anterior é a parte inferior da parede anterior; é formada pelo m. peitoral maior e o tegumento sobrejacente • A parede posterior da axila é formada pela escápula e pelo músculo subescapular em sua face anterior e inferiormente pelos m. redondo maior e latíssimo do dorso. A prega axilar posterior é a parte inferior da parede posterior, estende-se inferiormente à parede anterior e é formada pelo m. redondo maior e latíssimo do dorso e tegumento sobrejacente • A parede medial da axila é formada pela parede torácica (1ª-4ª costelas e m. intercostais) e m. serrátil anterior sobrejacente • A parede lateral da axila é óssea, estreita, formada pelo sulco intertubercular no úmero • A axila contém vasos sanguíneos axilares, vasos linfáticos e linfonodos axilares envolvidos por uma matriz de gordura axilar; também contém nervos que formam fascículos e ramos do plexo braquial. Na região proximal essas estruturas neurovasculares são envolvidas por uma extensão da fáscia cervical, a bainha axilar ❖ Anastomoses arteriais ao redor da escápula: Vasos se unem para formar redes nas superfícies da escápula: artérias dorsal da escápula, supraescapular e subescalpular A circulação colateral propiciada por essas anastomoses torna-se aparente quando é necessário ligar uma artéria subclávia ou axilar lacerada. Ex: pode ser necessário ligar a artéria axilar a subescapular ou estenose vascular (estreitamento vascular) da artéria axilar pode resultar de uma lesão aterosclerótica que reduz o fluxo sanguíneo. Nos 2 casos a direção do fluxo sanguíneo na artéria subescapular é invertida, permitindo que o sangue chegue a artéria axilar • A artéria subescapular recebe sangue de várias anastomoses com a art. supraescapular, dorsal da escápula e intercostais • A lenta oclusão da artéria permite desenvolvimento de circulação colateral, evitando isquemia; a oclusão súbita não da tempo; sendo assim, a vascularização para o braço, antebraço e mão é inadequada ❖ Compressão da artéria axilar: Pode ser necessário comprimir a terceira parte dessa artéria em caso de hemorragia (ex: punhal na axila). Caso seja necessário, comprimir em um lugar mais proximal, pode-se comprimir em sua origem (quando artéria subclávia cruza 1ª costela) ❖ Aneurisma da artéria axilar: A primeira parte da artéria axilar pode dilatar-se (aneurisma) e comprimir os troncos do plexo braquial, causando dor e perda de sensibilidade nas áreas de pele supridas pelos nervos afetados. Ex: pode ocorrer em jogadores de beisebol por conta dos movimentos rápidos e forçados com o braço ❖ Lesões da veia axilar: Feridas na axila podem afetar essa veia por ela ser grande e vulnerável.. Durante abdução completa do braço essa veia superpõe-se à artéria axilar anteriormente. A ferida na parte proximal dessa veia é muito perigosa, pois além de causar grande hemorragia há o risco de entrada de ar e surgimento de êmbolos gasosos (bolhas de ar) no sangue ❖ Papel da veia axilar na punção da veia subclávia: A veia axilar passa a ser chamada de veia subclávia quando cruza a 1ª costela.. O ponto de entrada da agulha em uma “punção de veia subclávia” é a parte terminal da veia axilar; a extremidade da agulha, porém, prossegue quase imediatamente até a luz da veia subclávia. Assim, no pov clínico, é importante que a veia axilar situe-se anterior e inferiormente à artéria axilar e às partes do plexo braquial que circundam a artéria nesse ponto ❖ Aumento dos linfonodos axilares: Linfangite é um distúrbio caracterizado pela inflamação dos vasos linfáticos do membro superior podendo causar o aumento dos linfonodos axilares (se tornam dolorosos e inflamados).O grupo umeral de linfonodos é o 1º a ser acometido. Estrias quentes, vermelhas e dolorosas surgem na pele do membro. Infecções na região peitoral e mama também podem causar aumento dos linfonodos axilares. • No câncer metástico do grupo apical, muitas vezes linfonodos aderem à veia axilar, o que pode requerer excisão de parte desse vaso • O aumento dos linfonodos apicais pode obstruir a veia cefálica superiormente ao músculo peitoral menor ❖ Dissecção dos linfonodos axilares: Muitas vezes tal ação é necessária para estadiamento e determinação do tratamento apropriado de um câncer. Os linfonodos estão organizados e recebem linfa (e, portanto, células metásticas) é preciso retirá- los e examiná-los na ordem em que se encontram para determinar o grau de desenvolvimento do câncer e a probabilidade de metástase. Após a retirada, a drenagem linfática pode ser impedida, resultando em linfedema, secundário ao acúmulo de linfa, sobretudo no tecido subcutâneo. • Durante essa dissecação há o risco de lesão de 2 nervos: torácico longo e toracodorsal (se linfonodos estiverem acometidos por tumor maligno é preciso sacrificá-lo ao ressecar os linfonodos para aumentar probabilidade de retirada completa de células malignas) Plexo Braquial • A maioria dos nervos no membro superior se origina no plexo braquial, uma rede nervosa que supre o membro superior; começa no pescoço e estende-se até a axila • Ele é formado pela união dos ramos anteriores dos 4 últimos nervos cervicais (C5-C8) e o primeiro nervo torácico (T1) que constituem as raízes do plexo braquial • As raízes atravessam a abertura entre os m. escalenos anterior e médio com a artéria subclávia • As raízes se unem, na parte inferior do pescoço, para formar 3 troncos: tronco superior (C5 + C6); tronco médio (continuação da raíz C7); tronco inferior (C8 + T1) • Cada tronco ramifica-se em divisões anteriores e posteriores quando o plexo atravessa o canal cervicoaxilar posteriormente à clavícula. As divisões anteriores suprem os compartimentos anteriores (flexores) do membro superior e as divisões posteriores suprem os compartimentos posteriores (extensores) • Essas divisões formam 3 fascículos: fascículo lateral (FL) (div. anteriores dos troncos superior e médio); fascículo medial (FM) (div. anterior do tronco inferior); fascículo posterior (FP) (div. posteriores dos 3 troncos) • O fascículo lateral situa-se lateralmente à artéria axilar • O plexo é dividido em partes supraclavicular e infraclavicular pela clavícula • 4 ramos da parte supraclavicular originam-se das raízes e troncos do plexo (nervo dorsal da escápula, nervo torácico longo, nervo para o músculo subclávio e nervo supraescapular) e pode-se ter acesso a eles através do pescoço • Os ramos musculares originam-se das raízes do plexo e suprem os m. escaleno e longo do pescoço • Os ramos da parte infraclavicular originam-se dos fascículos e pode-se ter acesso a eles através da axila: nervo musculocutâneo (ramo terminal do FL, recebendo fibras de C5-C7); nervo mediano (raiz lateral do nervo mediano é um ramo terminal do FL; raiz mediana do nervo mediano é um ramo terminal do FM; nervo ulnar (maior ramo terminal do FM, recebendo fibras de C7, C8, T1); nervo axilar (ramo terminal do FP, recebendo fibras de C5, C6); nervo radial (maior ramo terminal do FP, recebendo fibras de C5-T1; maior ramo do plexo) ❖ Variações do plexo braquial: Quando a raiz superior é C4 e a inferior C8, há um plexo braquial prefixado; quando a raiz superior é C6 e a inferior é T2, há um plexo braquial pós-fixado • No último tipo, o tronco inferior do plexo pode ser comprimido pela 1ª costela, produzindo sintomas neurovasculares no membro superior • Também pode haver variações na formação dos troncos, divisões e fascículos; na origem e/ou associação de ramos; e na relação com a artéria axilar e músculos escalenos. Em certas pessoas, divisões do tronco ou formações de fascículos podem estar ausentes, porém a constituição de ramos terminais fica inalterada. Ex: o nervo mediano pode ter 2 raízes mediais em vez de 1 ❖ Lesões do plexo braquial: Doença, estiramento e feridas na região lateral do pescoço ou na axila podem lesionar o plexo braquial, que ocasionam paralisia e anestesia • Na paralisia completa não há movimento detectável; na incompleta nem todos os músculos estão paralisados, movimentos são fracos em comparação com lado normal • Lesões das partes superiores do plexo (C5 e C6) geralmente resultam de um aumento excessivo no ângulo entre o pescoço e ombro • Quando a pessoa é arremessada o ombro pode bater em algo, e para, mas a cabeça e o tronco continuam a se mover. Isso causa distensão ou ruptura das partes superiores do plexo ou avulsiona (arranca) raízes do plexo da medula espinal • A lesão do tronco superior do plexo é notada pela “posição da mão de gorjeta do garçom”, na qual o membro fica em rotação medial ao lado do corpo. Essas lesões superiores também podem ocorrer em recém-nascidos quando há estiramento excessivo do pescoço durante o parto • Como resultado das lesões das partes superiores do plexo (paralisia de Erb-Duchenne), há paralisia dos músculos supridos pelos nervos espinais C5/C6: deltoide, bíceps braquial e braquial.. Há perda da capacidade de adução do ombro, rotação medial do braço e extensão do cotovelo, e perda parcial da sensibilidade do antebraço; essa lesão também pode causar espasmos musculares e incapacidade grave em trilheiros (paralisia por mochila) que carregam mochilas pesadas por longos períodos • A neurite aguda do plexo é um distúrbio neurológico de causa desconhecida, caracterizado pelo início súbito de dor intensa, geralmente na região do ombro. Quase sempre a dor surge a noite junto com fraqueza muscular e às vezes atrofia muscular (amiotrofia neurológica) • A inflamação do plexo braquial (neurite braquial) é precedida por algum evento (infecção respiratória alta, vacinação ou trauma) • A compressão dos fascículos do plexo pode ser causada pela hiperabdução prolongada do braço durante a realização de tarefas manuais acima da cabeça; eles são invadidos/comprimidos entre o tendão do peitoral menor e o processo coracóide da escápula; sintomas neurológicos comuns são dor que se irradia pelo braço, formigamento (parestesia), dormência, eritema (vermelhidão da pele causada por dilatação capilar) e fraqueza das mãos. • Compressão da artéria e veia axilar causa isquemia do membro superior e dilatação das veias superficiais • Lesões das partes inferiores do plexo (C8 e T1) (paralisia de Klumpke) são menos comuns; podem ocorrer quando o membro superior é subitamente puxado para cima ou quando o membro superior de um bebê é tracionado excessivamente durante o parto; esses eventos podem arrancar raízes dos nervos espinais; músculos curtos das mãos são afetados, resultando em mão de garra ❖ Bloqueio do plexo braquial: A injeção de solução anestésica na bainha axilar ou ao seu redor, interrompe condução de impulsos dos nervos periféricos e provoca anestesia de estruturas supridas pelos ramos dos fascículos do plexo. • A sensibilidade é bloqueada nas estruturas profundas do membro superior e pele distal ao braço. • Esse procedimento permite que cirurgiões operem nos membros superiores sem anestesia geral. Bloqueios interescalênico, supraclavicular e axilar são técnicas de anestesia do plexo Braço: • Estende-se do ombro até o cotovelo; a articulação do cotovelo, entre o braço e o antebraço, faz flexão-extensão e pronação-supinação. Os músculos responsáveis por esses movimentos são divididos em posterior e anterior • Compartimento anterior (flexor): bíceps braquial, braquial e coracobraquial, supridos pelo nervo musculocutâneo; são mais fortes que m. extensores • Compartimento posterior (extensor): tríceps braquial, supridopelo nervo radial; músculo ancôneo, auxiliar do tríceps braquial ➢ Bíceps braquial: As suas duas cabeças originam- se na região proximal por fixações tendíneas aos processos da escápula., e seus ventres carnosos unem-se distais à parte média do antebraço; o músculo não se fixa ao úmero • É um “músculo triarticular”, que cruza e é capaz de realizar movimentos nas articulações do ombro, cotovelo e radiulnar • Quando o antebraço está em supinação, o bíceps é mais eficiente na flexão; quando o antebraço está em pronação, o bíceps é o mais forte supinador do antebraço. Ex: retirar rolha de vinho; a cabeça curta resiste à luxação do ombro • O tendão arredondado da cabeça longa do bíceps, que se origina do tubérculo supraglenoidal da escápula e cruza a cabeça do úmero dentro da cavidade da articulação do ombro, é circundado pela membrana sinovial enquanto desce no sulco intertubercular do úmero. O ligamento transverso do úmero (segue do tubérculo menor até o maior do úmero) converte o sulco intertubercular em um canal, mantendo o tendão mencionado no sulco • Na parte distal, a principal fixação do m. bíceps b. é a tuberosidade do rádio, através do tendão desse músculo • A aponeurose do m. bíceps b., parte do tendão do m. bíceps b., atravessa a fossa cubital e funde-se à fáscia do antebraço (muscular), cobrindo músculos flexores na parte medial do antebraço • A aponeurose protege essa e outras estruturas na fossa cubital; ajuda a reduzir a pressão do tendão do m. bíceps b. sobre a tuberosidade do rádio durante pronação e supinação do antebraço ➢ Braquial: É achatado e está localizado posterior ao m. bíceps b. A fixação distal cobre a parte anterior da articulação do cotovelo • É o principal flexor do antebraço; flete o antebraço em todas as posições, não sendo afetado pela pronação/supinação, durante movimentos lentos e rápidos, e na presença ou ausência de resistência • Quando o antebraço é estendido lentamente, o músculo braquial estabiliza o movimento por meio de relaxamento lento (contração excêntrica) (pegar/deixar xícara com cuidado) • O m. braquial se contrai quando o cotovelo é fletido e é o principal responsável pela manutenção da posição fletida ➢ Coracobraquial: Músculo alongado na parte superomedial do braço; é perfurado pelo nervo musculocutâneo; sua fixação distal é o forame nutrício do úmero • Ajuda a fletir e aduzir o braço e a estabilizar a articulação do ombro • Com o m. deltoide e a cabeça longa do m. tríceps b., atua como músculo direcional, resistindo à luxação da cabeça do úmero para baixo (ao carregar mala pesada) • O nervo mediano e/ou a artéria braquial podem seguir profundamente ao m. coracobraquial e serem comprimidos por ele ➢ Tríceps braquial: fica no compartimento posterior do braço; tem 3 cabeças: longa, lateral e medial; é o principal extensor do antebraço • A cabeça longa cruza a articulação do ombro, que é estabilizada pelo m. tríceps b., que serve como músculo direcional e resiste ao deslocamento inferior da cabeça do úmero • A cabeça medial é o carro-chefe da extensão do braço • A cabeça lateral atua na atividade contra resistência. • Próximo a fixação distal do m. tríceps b. há uma bolsa subtendínea do m. tríceps b., redutora de atrito, entre o tendão do m. tríceps b. e o olecrano ➢ Ancôneo: É um músculo pequeno localizado na face posterolateral do cotovelo; está parcialmente fundido ao m. tríceps b. • Ajuda o m. tríceps b. a estender o antebraço e tensiona a cápsula da articulação do cotovelo, evitando que seja pinçada durante a extensão; também abduz a ulna durante pronação do antebraço ➢ Artéria braquial: É a continuação da artéria axilar e é responsável pelo suprimento arterial principal do braço.; começa na margem inferior do m. redondo maior e termina na fossa cubital, onde, sob o revestimento da aponeurose no m. bíceps b. divide-se nas artérias radial e ulnar • Situa-se anteriormente aos m. tríceps b. e braquial. Pulsações são palpáveis no sulco bicipital medial • A artéria braquial dá origem a muitos ramos musculares e à artéria nutrícia do úmero • Ramos originados de sua face medial: artéria braquial profunda e artérias colaterais ulnares superior e inferior; essas colaterais ajudam a formar as anastomoses arteriais periarticulares da região do cotovelo ➢ Veias do braço: As veias superficiais ficam na tela subcutânea e as profundas acompanham as artérias; vávulas são mais numerosas nas profundas • Veias superficiais: 2 principais – veias cefálica e basílica • Veias profundas: Veias profundas pareadas, que juntas formam a veia braquial, formam uma rede anastomótica em uma bainha vascular. As pulsações da artéria braquial ajudam a deslocar o sangue através dessa rede venosa • A veia braquial começa no cotovelo pela união das veias acompanhantes das artérias ulnar e radial e termina se fundindo com veia basílica, formando a veia axilar ➢ Nervos do braço: • Nervo musculocutâneo • Nervo radial • Nervo mediano • Nervo ulnar Fossa do cotovelo (cubital): • É uma depressão na face anterior do cotovelo. Os 3 limites são: • Superiormente: linha imaginária que une epicôndilos medial e lateral • Medialmente: massa de músculos flexores do antebraço, mais especificamente, o m. pronador redondo • Lateralmente: massa de músculos extensores do antebraço, mais especificamente, o m. braquiorradial • O assoalho da fossa cubital é formado pelos m. braquial e supinador, do braço e antebraço, respectivamente • O teto da fossa cubital é formado pela continuidade das fáscias do braço e do antebraço (muscular) reforçadas pela aponeurose do m. bíceps b., tela subcutânea e pele • O conteúdo da fossa consiste em: parte terminal da artéria braquial (entre nervo mediano e tendão do m bíceps braquial) e seus ramos (artérias radial e ulnar); veias acompanhantes das artérias; tendão do m. bíceps b.; nervo mediano; nervo radial (situado profundamente entre braquiorradial e braquial) • Na tela subcutânea sobre a fossa estão a veia intermédia do cotovelo, anterior à artéria braquial, e os nervos cutâneos medial e lateral do antebraço, relacionados às veias basílica e cefálica Casos clínicos de braço e fossa cubital: ❖ Reflexo miotático bicipital: O membro relaxado é avaliado em pronação e extensão parcial do cotovelo. O examinador posiciona o polegar no tendão do m. bíceps b. e com o martelo de reflexo, golpeia o polegar. A resposta normal (positiva) é a contração involuntária do m. bíceps b.; respostas excessivas, diminuídas ou prolongadas podem indicar doença do SNC ou SNP, ou distúrbios metabólicos ❖ Tendinite do músculo bíceps braquial: O tendão da cabeça longa do m. bíceps braquial é revestido por uma bainha sinovial e movimenta-se no sulco intertubercular do úmero. A inflamação do tendão (tendinite bicipital), geralmente causada por microtraumas repetidos (esportes com raquete ou arremesso). Um sulco estreito e/ou áspero pode causar inflamação do tendão, provocando dor à palpação e crepitação (ruído) ❖ Luxação do tendão da cabeça longa do m. bíceps b.: O tendão da cabeça longa do m. bíceps b. pode sofrer deslocamento parcial/total do sulco intertubercular no úmero; pode ocorrer em jovens durante separação traumática da epífise proximal do úmero e/ou em idosos com história de tendinite bicipital ❖ Ruptura do tendão da cabeça longa do m. bíceps b.: Resulta do desgaste de um tendão inflamado que se movimenta no sulco intertubercular do úmero; o tendão é arrancado de sua fixação ao tubérculo supraglenoidal da escápula. O ventre do músculo separado forma uma bola na parte distal anterior do braço (deformidade de Popeye). Tal ruptura pode resultar da flexão forçada do braço (ex: levantadores de peso) ou de tendinite prolongada ou de movimentos repetidos acima da cabeça (ex: nadadores)❖ Interrupção do fluxo sanguíneo na artéria braquial: A interrupção do sangramento sob controle cirúrgico ou manual é denominada hemostasia. O melhor lugar para se comprimir é medialmente ao úmero, perto da porção média do braço. Como as anastomoses arteriais ao redor do cotovelo propiciam uma circulação colateral, a artéria braquial pode ser separada de sua origem sem causar danos teciduais (casos de oclusão gradual temporária e parcial); em casos de oclusão completa súbita ou a laceração da artéria braquial, é uma emergência cirúrgica pois a isquemia do cotovelo e antebraço acarreta em paralisia dos músculos em poucas horas. • Nervos e músculos toleram até 6 horas de isquemia; após isso, o tecido necrótico é substituído por tecido cicatricial fibroso e causa encurtamento permanente dos músculos acometidos = deformidade em flexão, a síndrome de compartimento isquêmica (contratura de Volkmann). Contração do dedo e punho causa perda da força na mão por conta de necrose irreversível de músculos flexores do antebraço ❖ Fratura do corpo do úmero: Quando ocorre na região média pode lesar o nervo radial; o tríceps não deve ficar paralisado por conta da origem alta dos nervos para 2 de suas 3 cabeças. A fratura da parte distal do úmero, perto das cristas supraepicondilares = fratura supraepicondilar. Os músculos bíceps e tríceps tendem a tracionar o fragmento distal sobre o proximal, encurtando o membro. Nervos ou ramos dos vasos braquiais relacionados ao úmero podem ser lesados por um fragmento ósseo deslocado ❖ Lesão do nervo musculocutâneo: Resulta em paralisia dos músculos coracobraquial, bíceps braquial e braquial. A flexão na articulação no ombro pode ser fraca. Há enfraquecimento acentuado da flexão da articulação do cotovelo e da supinação do antebraço, mas ainda é possível realizar esses movimentos a partir dos m. braquiorradial e supinador, respectivamente, ambos supridos pelo nervo radial. Pode haver perda da sensibilidade na face lateral do antebraço suprida pelo nervo cutâneo lateral do antebraço (continuação do n. musculucutâneo) ❖ Lesão do nervo radial no braço: Tal lesão acima da origem de seus ramos para o m. tríceps b. causa paralisia dos m. tríceps, braquiorradial, supinador e m. extensores do punho e dos dedos; quando é lesado no sulco radial, há apenas enfraquecimento do tríceps pois apenas a cabeça medial é afetada. O sinal clínico característico de tal lesão é a queda de punho (incapacidade de estender punho e dedos nas articulações metacarpofalângicas) ❖ Punção venosa na fossa cubital: A fossa cubital é o local comum de coleta de amostra e transfusão de sangue e de injeções intravenosas por conta da acessibilidade das veias. Coloca-se um torniquete na região média do braço para distende-las. Quando a veia for puncionada, o torniquete é removido para que quando a agulha for retirada não haja sangramento excessivo. A veia intermédia do cotovelo geralmente é a selecionada. Ela também é um local de introdução de cateteres cardíacos para obter amostras de sangue dos grandes vasos e das câmaras do coração. Elas também podem ser usadas na angiografia coronariana. ❖ Variação das veias na fossa cubital: Em cerca de 20% das pessoas, a veia intermédia do antebraço divide-se em veia intermédia basílica (une-se à veia basílica) e veia intermédia cefálica (une-se à veia cefálica). Nesses casos, as veias cubitais produzem formação em M • A veia intermédia do cotovelo ou veia intermédia basílica, qualquer que seja o padrão, cruza superficialmente à artéria braquial, da qual é separada pela aponeurose do m. bíceps b Essas veias são boas para colher sangue, porém não para injetar drogas, pois há o risco de injetar na artéria braquial. Antebraço: • Segmento do membro superior distal ao braço • Entre o braço e o punho (mão) • Composto por 2 ossos: rádio (lateral) e ulna (medial) • Supinação- rádio e ulna paralelos • Pronação- rádio cruza sobre a ulna • O papel do movimento do antebraço, que ocorre nas articulações do cotovelo e radiulnar, é ajudar o ombro a aplicar força e a controlar a posição da mão no espaço • Os compartimentos fasciais dos membros geralmente terminam nas articulações; portanto, líquidos e infecções nos compartimentos são contidos e não podem se disseminar facilmente para outros compartimentos Músculos: • Compartimento flexor-pronador: está localizado anteriormente ao rádio, a ulna e a membrana interóssea • A origem dos músculos flexores-pronadores é no epicôndilo medial do úmero e na crista supraepicondilar (anteromedialmente) • Compartimento extensor-supinador: está localizado posteriormente aos ossos e a membrana interóssea (posterolateralmente) Compartimento anterior: • Camada superficial: pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo, flexor ulnar do carpo • Camada intermediária: flexor superficial dos dedos • Camada profunda: flexor profundo dos dedos, flexor longo do polegar, pronador quadrado • Estrutura que segura tendões na transição do antebraço para a mão: ligamento carpal transverso ou retináculo dos músculos flexores- espessamento da fáscia (tecido conjuntivo que envolve músculos do antebraço) • Quase todos os músculos do são inervados pelo nervo mediano ➢ Camada superficial: • Pronador redondo: realiza a pronação do antebraço; tem como inervação o nervo mediano; é o limite medial da fossa do cotovelo • Flexor radial do carpo: origem próxima ao epicôndilo medial; tem sua direção em sentido mais lateral; faz flexão da mão e realiza abdução da mão; inervado pelo nervo mediano • Palmar longo: ventre pequeno; quando contrai tensiona aponeurose palmar pata evitar que pele da mão se enrugue; é inervado pelo nervo mediano • Flexor ulnar do carpo: mais medial do compartimento anterior da camada superficial; vai em direção ao carpo (punho) em sentindo mais medial; realiza flexão da mão e adução da mão; é inervado pelo nervo ulnar ➢ Camada intermediária: • Flexor superficial dos dedos: se origina próximo ao epicôndilo medial do úmero; se fixa nas falanges médias dos 4 dedos mediais, realizando flexão das falanges médias dos 4 dedos; é inervado pelo nervo mediano ➢ Camada profunda: • Flexor profundo dos dedos: origem próximo a membrana interóssea, a ulna; se fixa na falange distal; faz flexão das falanges distais; consegue cerrar a mão; dupla inervação: metade lateral inervada pelo nervo interósseo anterior (ramo do nervo mediano) (passa anteriormente a membrana interóssea) e sua metade medial é inervada pelo nervo ulnar • Flexor longo do polegar: realiza a flexão do polegar (as duas falanges); origem próximo a membrana interóssea, próximo ao rádio e se insere no polegar; inervado pelo nervo interósseo anterior (ramo do nervo mediano) • Pronador quadrado: é o mais profundo dos músculos; ajuda a fixar o rádio na ulna, a membrana interóssea é fortalecida por esse músculo; realiza a pronação; tem fixação proximal na ulna e no rádio e puxa o rádio pra cruzar sobre a ulna; inversão pelo nervo interósseo anterior (ramo do nervo mediano) Compartimento Posterior: • Alguns músculos realizam extensão e outros supinação • Músculos tem origem próximo ao epicôndilo lateral do úmero, próximo a crista supracondilar • Espessamento posterior da fáscia do antebraço = retináculo dos músculos extensores - tem a função de evitar o efeito de “corda em arco”, ou seja, de aproximar tendões do antebraço • Todos são inervados pelo nervo radial • Camada superficial: braquiorradial, extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, extensor dos dedos, extensor do dedo mínimo, extensor ulnar do carpo • Camada profunda: supinador, extensor do indicador, abdutor longo do polegar (@), extensor longo do polegar (@), extensor curto do polegar (@) • (@) - são músculossalientes da camada profunda, seus tendões se salientam e formam limite da região denominada tabaqueira anatômica ➢ Camada superficial: • Braquiorradial: se volta anteriormente; realiza flexão do antebraço, principalmente quando o antebraço está em pronação media; exceção à regra; inervado pelo nervo radial; forma o limite lateral da fossa do cotovelo • Extensor radial longo do carpo: se fixa lateralmente no punho; faz extensão e abdução da mão; inervado pelo nervo radial • Extensor radial curto do carpo: tem como função extensão e abdução da mão; inervado pelo ramo profundo do nervo radial • Extensor dos dedos: faz extensão dos dedos na articulação entre o metacarpo e a falange (articulação metacarpo-falangiana) e realiza extensão nas articulações interfalângicas; se fixa na falange proximal (4 dedos mediais); ele possui expansões extensoras e acaba se fixando nas falanges distais também; inervado pelo ramo profundo do nervo radial • Extensor do dedo mínimo: vai fazer extensão do dedo mínimo; inervado pelo ramo profundo do nervo radial • Extensor ulnar do carpo: realiza extensão da mão; quando se fixa mais medialmente faz adução da mão; inervado pelo ramo profundo do nervo radial • Flexor radial do carpo + extensor radial longo do carpo + extensor radical curto do carpo = abdução da mão • Extensor ulnar do carpo + flexor ulnar do carpo = ação conjunta: adução da mão ➢ Camada Profunda: • Supinador: realiza supinação do antebraço que envolve parte proximal do rádio; invernado pelo ramo profundo do nervo radial • Extensor do dedo indicador: extensão do dedo indicador; inervado pelo nervo interósseo posterior (ramo do ramo profundo do nervo radial) • Abdutor longo do polegar: abdução do polegar (@) • Extensor longo do polegar: extensão do polegar (2 falanges) (@) • Extensor curto do polegar: extensão da falange proximal do polegar (@) • (@) - inervados pelo nervo interósseo posterior (ramo do nervo radial) • O tendão do músculo extensor longo do polegar, o tendão do músculo extensor curto do polegar e o tendão do músculo abdutor longo do polegar delimitam a tabaqueira anatômica; o tendão do extensor longo delimita posteriormente, e os outros 2 delimitam anteriormente (o abdutor longo é o mais anterior) • Assoalho da tabaqueira: (interior da tabaqueira anatômica) há a artéria radial; há o osso escafóide e o osso trapézio Feixes neurovasculares do antebraço: • Há 3 feixes grandes (radial, mediano e ulnar) e 2 pequenos (interósseos anterior e posterior) profundamente à fáscia do antebraço • O feixe neurovascular radial (artéria radial + nervos acompanhantes + nervo radial superficial) definem a margem entre os compartimentos anterior e posterior e segue ao longo dela, profundamente ao m. braquiorradial • Os feixes médio (nervo mediano + artéria e veias intermediárias) e ulnar (nervo ulnar + artéria ulnar + veias acompanhantes) seguem em um plano fascial entre m. flexores intermediários e profundos • Os m. flexores do compartimento anterior tem mais força e volume que os extensores do compartimento posterior; isso, aliada ao fato de que a face flexora do membro é a mais protegida, explica porque as principais estruturas neurovasculares situam-se no compartimento anterior, estando no posterior apenas o nervo e vasos interósseos posteriores, que são relativamente pequenos Correlações clínicas: ❖ Dedo em martelo ou dedo do jogador de beisebol: A tensão súbita e forte de um tendão do m. extensor longo pode provocar a avulsão de parte de sua fixação à falange; tal deformidade resulta da hiperflexão da articulação interfalângica distal quando, por exemplo, se pega erroneamente uma bola de beisebol. Essas ações causam a avulsão da fixação do tendão à base da falange distal; a pessoa não consegue estender a articulação interfalângica distal ❖ Fratura do olecrano: Queda sobre o cotovelo associada à forte contração súbita do m. tríceps braquial causam a lesão; o olecrano fraturado é arrancado pela contração do m. tríceps b., e em face dessa tração costuma ser necessário o uso de pinos; a cicatrização é lenta ❖ Cisto sinovial do punho: Às vezes surge uma tumefação cística indolor na mão, na maioria das vezes no dorso. O cisto contém líquido mucoso transparente; a causa é desconhecida, mas pode resultar de degeneração mucoide; a flexão do punho faz o cisto aumentar e pode ser dolorosa; esses cistos estão próximos e muitas vezes se comunicam com as bainhas sinoviais no dorso do punho; uma tumefação cística da bainha sinovial comum dos m. flexores na face anterior do punho pode causar compressão do nervo mediano mediante estreitamento do túnel do carpo (síndrome do túnel do carpo) ❖ Divisão alta da artéria braquial: Às vezes a artéria braquial divide-se em um nível mais proximal que o habitual. As artérias ulnar e radial começam na parte superior/média do braço e o nervo mediano passa entre elas. Os nervos mediano e musculocutâneo se comunicam ❖ Artéria ulnar superficial: Em 3% das pessoas, a artéria ulnar desce superficialmente aos músculos flexores. Essa variação deve ser lembrada ao realizar dissecções venosas para coleta de sangue ou injeção intravenosa. A tomada da artéria ulnar berrante por uma veia pode provocar sua lesão e hemorragia. A injeção de determinados medicamentos nela pode ser fatal ❖ Medida de frequência do pulso: O local comum é aquele em que a artéria radial está na face anterior da extremidade distal do rádio. Nessa área, ela é coberta apenas por fáscia e pele; não se deve usar o polegar para palpar o pulso, pois ele tem seu próprio pulso; o pulso radial também pode ser palpado por meio de leve compressão da tabaqueira anatômica ❖ Variações na origem da artéria radial: Sua origem pode ser mais proximal do que o habitual; pode ser um ramo da artéria braquial ou axilar; às vezes situa- se superficialmente à fáscia muscular, e não profundamente a ela. O vaso aberrante é vulnerável a laceração ❖ Lesão do nervo mediano: Quando tal nervo é seccionado na região do cotovelo, há perda da flexão das articulações interfalângicas proximais do 1º- 3º dedos e das art. inter. distais do 2º-3º dedos, e enfraquecimento da flexão do 4º-5º dedos. A flexão nesses últimos não é afetada pois a parte medial do FPD, que produz esses movimentos, é suprida pelo nervo ulnar; a capacidade de fletir as art. metacarpofalângicas do 2º-3º dedo é afetada. Quando a pessoa tenta cerrar o punho o 2º-3º dedo permanecem parcialmente estendidos (mão de benção); também há perda da função do m. tenar (função dos m. na base do polegar) • Quando há lesão do nervo interósseo anterior, músculos tênares não são afetados mas há paresia dos m. FPD e FLP. Quando a pessoa tenta opor o polegar e o indicador para formar um círculo, é formado uma pinça, por conta da ausência de flexão da art. interfalângica distal do indicador (síndrome do nervo interósseo anterior) ❖ Síndrome do pronador: É causada por compressão do nervo mediano perto do cotovelo Ele pode ser comprimido entre as cabeças do m. pronador redondo em razão de traumatismo, hipertrofia muscular ou faixas fibrosas; portadores apresentam dor e dor à palpação na parte proximal e anterior do antebraço e hipoestesia da palma. Os sintomas sucedem atividades associadas a pronação repetitiva ❖ Comunicações entre os nervos mediano e ulnar: Às vezes esses ramos se comunicam, e são importantes clinicamente, pois mesmo com a lesão completa do nervo mediano, alguns m. podem não ser paralisados, o que leva a conclusão errônea de que não foi lesado ❖ Lesão do nervo ulnar no cotovelo e no antebraço: Essas lesões costumam ocorrer: posteriormente ao epicôndilo medial do úmero, no túnel cubital formado pelo arco tendíneo que une as cabeças umeral e ulnar do FUC, no punho, na mão; na primeira região (úmero)a lesão decorre do trauma da parte medial do cotovelo contra uma superfície dura, com fratura do epicôndilo medial; a lesão do nervo ulnar causa parestesia na parte medial da palma, no dedo mínimo e na metade medial do dedo anular; compressão grave também pode causar dor no cotovelo com irradiação distal; a lesão desse nervo pode resultar em perda motora e sensitiva da mão, sua lesão na parte distal do antebraço desnerva maioria dos m. intrínsecos da mão. A força de adução do punho é comprometida; após lesão dele a pessoa tem dificuldade de cerrar o punho pois art. metacarpofalângicas são hiperestendidas e não conseguem fletir 4º-5º dedos nas articulações interfalângicas distais. Além disso, a pessoa não consegue estender as art. interfalângicas quando tenta retificar os dedos (mão em garra). A deformidade resulta da atrofia dos m. interósseos da mão supridos pelo nervo ulnar. A garra é produzida pela ação sem oposição dos extensores e FPD ❖ Síndrome do túnel cubital: O nervo ulnar pode ser comprimido no túnel cubital. Os sinais e sintomas são iguais de uma lesão do nervo ulnar no sulco do nervo ulnar na face posterior do epicôndilo medial do úmero ❖ Lesão do nervo radial no antebraço (ramos superficiais ou profundos): A lesão no braço por fratura no corpo do úmero é proximal aos ramos motores do nervo radial para os m. extensores longos e curtos do punho e, portanto, provoca a “queda do punho”; a lesão do ramo profundo pode ocorrer quando lesões da face posterior do antebraço são profundas. Tal secção ocasiona incapacidade de estender polegar e art. metacarpofalângicas dos outros dedos. Não há perda de sensibilidade porque esse ramo tem distribuição muscular e articular somente. O m. extensor dos dedos é paralisado; a secção do ramo superficial, um nervo cutâneo, causa perda sensitiva mínima. Na maioria das vezes há uma área de anestesia distal às bases do 1º-2º metacarpais. A área de perda da sensibilidade é menor que o esperado por conta da superposição de ramos cutâneos dos nervos mediano e ulnar ❖ Tendinite do cotovelo ou Epicondilite lateral: é um distúrbio musculoesquelético doloroso causado pelo uso repetitivo dos m. extensores superficiais do antebraço. Gera dor sobre o epicôndilo lateral, que se irradia para baixo no antebraço; tenistas podem desenvolver essa doença; as pessoas costumam sentir dor quando abrem uma porta/janela; a flexão e extensão forçadas repetidas do punho sobrecarregam a fixação do tendão comum dos m. extensores, causando inflamação do periósteo do epicôndilo lateral ❖ Síndrome do túnel do carpo: algumas estruturas do compartimento anterior do antebraço passam por um túnel = túnel do carpo; o acometimento de uma estrutura desse túnel que leva a dor/dormência da mão; o túnel do carpo é segurado pelo retináculo dos musculos flexores; 9 tendões passam nesse túnel: 4 tendões do flexor superficial dos dedos, 4 tendões do flexor profundo dos dedos, 1 tendão do flexor longo do polegar; o nervo mediano passa junto com esses 9 tendões; se o paciente faz muito esforço repetido com esses tendões pode ocorrer uma inflamação deles (telosclovite); tendões inflamados aumentam de tamanho, logo, comprimem o nervo mediano = dormência (parestesia) no início na região mais lateral da mão, e se compressão persistir o paciente pode ter déficit motor (ex: não conseguir movimentar polegar direito, tipo não conseguir abotoar camisa); anti-inflamatório resolve caso seja tratado no momento inicial; pode ser necessário fazer incisão cirúrgica no retináculo dos extensores para aliviar a pressão e melhorar a sintomatologia do paciente ❖ Tendinite de Quervain: inflamação dos tendões que delimitam a tabaqueira anatômica anteriormente; acomete muito pessoas que fazem muitos movimentos manuais; tratamento inicial com anti- inflamatórios, repouso, mas se persistir e incomodar pode haver necessidade de fazer cirurgia no retináculo dos músculos extensores para aliviar pressão 1- Quais são os músculos e sua respectiva inervação da camada profunda do compartimento anterior do antebraço?? 2- Qual é o único músculo do compartimento posterior do antebraço que realiza flexão do antebraço?? 3- Quais os tendões e sua posição nos limites da tabaqueira anatômica??
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