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Semiologia da dor

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Semiologia da dor 
PAPM 
• Por toda a extensão da pele há fibras nervosas 
sensíveis ao tato, TE e a dor; as sensíveis a dor são 
nociceptoras; a dor neuropática está relacionada a 
lesão de um nervo ou estrutura nervosa do sistema 
periférico ou central 
• Dor nociceptiva – dor causada por estimulação de 
receptores específicos para a dor (nociceptivos), 
localizados nos tecidos, por inflamação, trauma, 
invasão neoplásica, infecção; nociceptores ficam no 
final da terminação nervosa dos nervos aferentes 
que levam a estimulação ao cérebro; lesão de um 
tecido com estimulação das terminações nervosas 
que contenham nociceptores; quando a informação 
chega na medula, há um reflexo de retirada da mão 
(reflexo medular) (o reflexo ocorre antes da 
informação chegar ao cérebro), há uma contração 
muscular súbita 
• Dor neuropática - lesão direita nos tecidos nervosos; 
envolvimento específico do tecido nervoso periférico 
ou central; agressão direta ao nervo que inerva 
determinada região; dor em queimação/ em choque 
(ex: neuralgia herpética); compressão da raiz de um 
nervo (ex: hérnia de disco); dor de caráter mais 
crônico; o cérebro entende como se estivesse 
estímulo o tempo inteiro (constante e doloroso); e 
há uma percepção de dor continua; ex: hanseníase 
(inflamação de nervo periférico); ex: membro 
fantasma – dor crônica que o paciente sente após 
amputação de um membro; essa dor é difícil de ser 
tratada 
 
História da dor: 
• Quando começou (anos, meses, dias, horas) 
• O que desencadeou a dor? 
• Como começou? Aborrecimento, esforço, 
alimentação, evacuação, determinados movimentos 
ou posição do corpo; 
• A adrenalina faz vasoconstrição, logo, o fluxo 
sanguíneo para o coração diminui, podendo causar; 
angina ou infarto pelo excesso de cotacolaminas 
(susto, aborrecimento, nervosismo), causando dor 
muscular, dor de cabeça, articular; o paciente com 
infarto geralmente morre por arritmia cardíaca; a 
área isquêmica fica mais propensa a fazer parada 
cardíaca por arritmias cardíacas 
• A dor pode se relacionar com a alimentação; 
paciente com úlcera peptica ao comer alimentos 
ácidos pode sentir dor; 
• Qual a localização? anatomicamente mais fidedigno 
possível; determinar o segmento do corpo em que 
a dor se encontra; obs.: dores viscerais são mal 
localizadas 
• Qual a intensidade da dor? Varia de intensidade com 
o passar do tempo; ou a dor inicia subitamente até 
ficar muito intensa; dor aguda emergente surge de 
maneira abrupta e intensa; dor aguda recorrente 
ocorreu uns dias atrás e retornou; dor crônica pode 
ser progressiva ou não progressiva (diminuindo ou 
mantendo a intensidade) 
• Qual o tipo da dor? Pulsátil (cefaleia comum, como 
se a cabeça estivesse pulsando); cólica (como se 
tivesse torcendo. Clássica de órgãos ocos, com 
parede muscular lisa, é uma dor intermitente, que 
aumenta e diminui, é típica de doenças abdominais); 
progressiva (que vai piorando); ondas (dói e para de 
maneira contínua); contínua; intermitente (dor que 
vai e vem); intervalos de dor; dor lancinante – como 
se fosse uma faca cortando; a dor como se fosse 
uma pedrada no calcanhar pode estar relacionada 
com a ruptura do tendão de aquiles 
• A dor em pontada = dor picante; dor em queimação 
ou ardência = dor urente; dor em cólicas ou pulsátil; 
dor em aperto/em opressão – sinal de Levigne (sinal 
de doença coronariana, como IAM) 
• Qual a periodicidade/frequência da dor? 
• Qual a duração da dor? Crônica ou aguda; 4/5 
meses de dor crônica = pode ser câncer 
• Existem fatores atenuantes agravantes? Posições, 
remédios, movimentos que aliviam/pioram a dor; 
fatores atenuantes - IAM (repouso, uso de nitrato); 
pericardite (paciente tiver na posição genopeitoral, 
onde o tórax é jogado pra frente e braços são 
apoiados no solo); fatores agravantes - atividade física 
no paciente com IAM, angina e hérnia de disco piora 
a dor; posição fetal alivia cólica menstrual e 
apendicite; enxaqueca – luz e sons altos agravam a 
dor 
• Tratamentos anteriores da dor – cirurgias, 
medicações, sucessos e insucessos no tratamento 
• Como evoluiu? Se a dor piora/melhora/se mantém 
com o tempo; se ficou mais intensa/fraca; se 
reduziu/aumentou o número de locais 
• Como está agora? 
 
Definições: 
• Dor localizada – dor bem definida e que tem relação 
direita com o processo patológico. Ex: pele, mucosas; 
ela tem relação direta com nociceptores 
• Dor irradiada – proveniente do tecido nervoso que 
obedece ao dermátomo específico, acompanhando 
o trajeto de um tecido nervoso; há um erro de 
comunicação entre as vias nervosas; ex: hérnia de 
disco (irradia para a raiz nervosa, o trajeto do nervo 
vai doer) (radioculopatia compressiva), meralgia 
parestésica (compressão do nervo cutâneo lateral da 
coxa; dor em dormência); (dermátomo é uma 
região específica inervada por um nervo; lesões no 
dermátomo irradiam a dor para aquele local) 
• Dor reflexa –ex: síndrome da dor regional complexa; 
não há alteração do segmento neural; acompanhada 
de hiperalgesia (dor intensa), hiperestesia (aumento 
das sensações), alterações vasomotoras-tróficas; 
• Dor psicogênica – ausência de relação 
neuroanatômica e fisiopatológica. Geralmente não 
são simulações ou associadas a mentiras (dispneia 
intensa, dor torácica intensa). É dor psiquiátrica que 
tem relação real com dor. É preciso investigar que 
não tenha nenhuma causa orgânica envolvida; 
• Dor referida – originada de estruturas viscerais e 
somáticas profundas. Referida a distância, em 
segmentos diferentes aos da lesão. Ex: angina do 
peito (dor precordial no coração + dor referida na 
parede torácica + dor referida na região lateral do 
braço); dor no estômago – referência na região 
epigástrica; dor no rim – dor referida no abdômen;. 
dor na bexiga – dor referida no hipogástrio; os 
nervos viscerais penetram na medula no mesmo 
local que os nervos que levam informações cutâneas 
de alguns dermátomos, e a medula entende que o 
dermátomo afetado é uma outra região, pois as 
terminações nervosas se “misturam”; ex: apendicite 
na fase inicial (dor referida difusa), e quando começa 
a se localizar, se localiza no epigástrio, depois no 
mesogastrio e depois na fossa ilíaca esquerda; ex: 
colica biliar - dor começa na região escapular; nervo 
que leva sensação de dor na vesícula passa próximo, 
na medula, ao nervo que inerva o dermátomo 
escapular; paciente com cólica renal pode ter dor 
referida nos testiculos, grandes lábios, podendo ser 
caracterizado por cálculo renal 
• Dor visceral: mal localizada, surda, são profundas, 
constritivas, referidas; fígado e vesícula – dor 
referida na região escapular 
• Dor superficial ou somática: aguda, em queimação, 
pontadas, agulhadas, são localizadas 
 
Terminologia da dor: 
• Alodinia – sensação de dor ao receber um estímulo 
que não provoca dor; ex: hiperestesia intensa, AVC, 
herpes zóster 
• Anestesia dolorosa – dor espontânea no local 
anestesiado 
• Dor central – dor causada por lesão, tumor ou 
disfunção das vias no SNC, na medula espinal 
• Dor regional complexa - síndrome pós-lesão tissular, 
não limitada ao nervo; acompanhada de edema, 
alterações tróficas e vasculares 
• Disestesia – sem nenhum estímulo, alteração mal 
definida da sensibilidade; sensação anormal e 
desconfortável espontânea 
• Hiperalgesia – resposta aumentada ao estímulo 
doloroso; ex: processo inflamatório 
• Hiperestesia – sensibilidade (tátil, térmica por ex) 
aumentada aos estímulos (exceto visão, audição e 
paladar) 
• Hipoalgesia – resposta dolorosa diminuída; neuropatia 
periférica, por ex 
• Neuralgia – dor em território do nervo; ex: neuralgia 
dos trigêmeos 
• Dor neuropática – dor por lesão ou disfunção das 
vias periféricas ou centrais do sistema nervoso; a 
neuralgia é uma dor neuropática; obs.: neuralgia do 
nervo trigêmeo - dor mais intensa de todas; pessoas 
chegam a se suicidar 
• Hiperpatia - limiar de resposta variável com o 
mesmoestímulo

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