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ESTRATÉGIAS INOVADORAS DE MARKETING Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Rogério Adilson Lana CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Janes Fidélis Tomelin Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Profa. Elisabeth Penzlien Tafner Prof. Norberto Siegel Revisão de Conteúdo: Prof. Alexandre Luz Inkotte Revisão Gramatical: Profa. Soraya Maria dos Santos Azevedo Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2009 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 658.8 L243e Lana, Rogério Adilson. Estratégias Inovadoras de Marketing / Rogério Adilson Lana. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial : Grupo UNIASSELVI, 2009. x ; 77 p. : il. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7830-780-6 1. Administração - Marketing I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título Rogério Adilson Lana Possui graduação (2004) em Administração pela Fundação Educacional de Brusque (UNIFEBE). MBA (2005) em Gestão Estratégica de Organizações pelo Centro de Educação Superior Blumenau (CESBLU). Mestre (2006) em Administração pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB). Doutorando em Gestão do Conhecimento como aluno externo da UFSC. Doutorando em Administração pela Facultad de Ciências Econômicas - Universidad Nacional de Misiones (UNAM) Argentina. Atualmente é coordenador do curso de Administração e professor titular da Associação Educacional Vale Itajaí Mirim (ASSEVIM), professor da Sociedade Educacional Estado Santa Catarina (SOCIESC - FGV), Curso de Administração, professor do Instituto Catarinense de Pós-Graduação (ICPG). Experiência na área de Administração, atuando principalmente nas seguintes disciplinas: Gestão de Vendas, Marketing, Mercadológica I e II, Planejamento Estratégico, Administração, TGA, Simulação Industrial. Membro do Conselho Regional de Administração, como representante da Assevim, com o número de registro CRA/SC 11.051, membro do Conselho Regional de Contabilidade sob número de registro CRC 018131/0-0. Atuação profissional como Consultor Empresarial. Possui experiência profissional de 28 anos na área de Gestão de Vendas e Marketing. Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 Inovação: Proposta de Marketing para o Sucesso das Organizações ................................................9 CAPÍTULO 2 Estratégias Inovadoras para novos Produtos ................19 CAPÍTULO 3 Estratégias Inovadoras no Atacado e no Varejo .............29 CAPÍTULO 4 Inovação das Estratégias em Serviço ................................37 CAPÍTULO 5 O Papel Tecnológico nas Estratégias Inovadoras de Marketing ...............................45 CAPÍTULO 6 Criatividade e Inovação ........................................................53 CAPÍTULO 7 O Conhecimento como Fundamento Estratégico Inovador ..................................................................................63 CAPÍTULO 8 Alianças Estratégicas e Valor: uma Inovação para um Novo Marketing ..............................69 APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo ao curso de pós-graduação a distância da UNIASSELVI. Neste material, iremos explorar os temas relacionados às Estratégias Inovadoras de Marketing. Sabemos o quanto é importante para você que os conhecimentos estejam bem claros e objetivos, mas entendemos também que sua curiosidade e vontade de aprender mais farão com que você amplie seus horizontes estudando e pesquisando além deste material, o qual estamos disponibilizando. Nesta jornada de trocas e aprendizagem, esperamos que você possa ampliar sua compreensão acerca da importância das Estratégias Inovadoras de Marketing e que possa contribuir com suas ideias, afinal boas estratégias de marketing surgem da criatividade e das ideias. Você verá, no decorrer deste material, o quão importantes são as práticas inovadoras. Ao longo da disciplina, você entenderá um pouco mais o quanto é importante conhecermos as estratégias inovadoras de marketing. No capítulo, 1 abordaremos, numa visão ampla, os conceitos de Marketing, Estratégia e Inovação. No capítulo 2, apresentaremos novos produtos e o sucesso e fracasso dos mesmos. Nos capítulos 3 e 4, conceituaremos as estratégias inovadoras no atacado e varejo e em serviços, respectivamente. No capítulo 5, veremos o papel da tecnologia nas estratégias inovadoras de marketing. Nos capítulos 6 e 7, conheceremos um pouco mais sobre criatividade e inovação e, por conseguinte, o conhecimento como fundamento estratégico inovador. Por fim, encerraremos nossos estudos com uma abordagem acerca das alianças estratégicas e valor. Finalmente, esperamos que você, ao término deste material, tenha ampliado seus conhecimentos e, acima de tudo, perceba quantos horizontes podem se abrir a sua frente. Busque sempre mais e bom trabalho! O autor CAPÍTULO 1 Inovação: Proposta de Marketing para o Sucesso das Organizações A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Conceituar e fundamentar estratégias de Marketing. 3 Reconhecer o processo estratégico de Marketing. 3 Estabelecer conceito de inovação no processo de Marketing. 10 Estratégias Inovadoras de Marketing 11 Inovação: Proposta de Marketing para o Sucesso das Organizações Capítulo 1 Contextualização Atualmente as empresas estão, cada vez mais, em busca de sucesso, no entanto não é possível falar em sucesso sem falar em marketing. O marketing é o que faz as empresas venderem produtos ou serviços. As estratégias de marketing são fundamentais para bons negócios, por isso buscam-se estratégias inovadoras para atingir o sucesso. Por exemplo, para que uma empresa atinja seus objetivos de venda é preciso divulgar, isto é, apresentar o que tem de melhor de uma forma diferenciada. Um panfleto, um outdoor, um site e até mesmo um cafezinho são estratégias de marketing. Essas estratégias estão presentes em nosso cotidiano. Neste capítulo, vamos entender o que é marketing, o conceito de estratégia, e como a inovação pode ser uma proposta de marketing de sucesso para as organizações. Conceituando Marketing Para falarmos de inovação é necessário que, primeiro, compreendamos o que é marketing. Sabe-se que hoje o conceito de marketing tem mudado muito. As organizações interagem mais com seus clientes, concorrentes e com os canais de distribuição, isso é o que podemos chamar de nova proposta mercadológica. Da mesma forma, as estratégias de marketing são criadas a longo prazo, a fim de aumentar lucros. O novo marketing visa, ainda, desenvolver cadeias produtivas agregando valor ao produto. Atingir metas organizacionais depende de determinarem-se as necessidades e desejos do público-alvo e oferecer as satisfações desejadas mais eficiente e eficazmente que os competidores (KOTLER, 2000). Isto é MARKETING. Numa linguagem mais simples, entende-se que o bom marketing em mercados competitivos e dinâmicos faz com que organizações alcancem o sucesso – caso sejam sensíveis às expectativas, desejos e necessidades e se engrenem para satisfazerem mais seus clientes do que fariam seus competidores. 12 Estratégias Inovadoras de Marketing Marketing é o processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtosde valor. Através da figura a seguir, podemos entender quais são os conceitos centrais de marketing. Figura 1 - Conceitos centrais de marketing Fonte: Disponível em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Marketing_ Conceitos_Tipos_Objetivos_e_analise_de_desempenho.htm>. Acesso em: 03 mar. 2009. Você pode estar se perguntando: “Mas para que é necessário saber o que é marketing?” Há vários e bons motivos. O primeiro é ajudá-lo a compreender que a razão da empresa em que trabalha é criar e entregar valor ao mercado. O segundo é perceber que marketing não é uma atividade realizada dentro de um departamento. Marketing é parte do trabalho de todos. Afinal, qualquer atividade do negócio só faz sentido se estiver criando ou entregando algum valor. Essa compreensão oferece um direcionamento para nossas atividades diárias. Valor é definido não pelo que a organização faz, mas pelos clientes que adquirem seus bens e serviços. O valor, então, não apenas assume diversas formas, mas se materializa por meio de diversas fontes: utilidade do produto, da sua qualidade, da imagem resultante da publicidade e promoção, da sua disponibilidade (distribuição), dos serviços fornecidos com ele. 13 Inovação: Proposta de Marketing para o Sucesso das Organizações Capítulo 1 Por exemplo, um profissional que trabalha no depósito de qualquer organização deve compreender que seu papel não é simplesmente movimentar mercadorias, mas assegurar aos clientes o melhor atendimento possível, por meio da separação correta das mercadorias, em conformidade com o especificado no pedido. Mesmo o profissional que é responsável pela limpeza do local de trabalho deve ampliar a visão de suas atividades, percebendo que sua função é assegurar satisfação ao cliente, cuidando para que o ambiente esteja limpo, a fim de torná-lo agradável para a realização de negócios. Quando conceituamos marketing, devemos lembrar que é preciso implementar o conceito de marketing, e esse se dá através das estratégias. Segundo Johnson e Scholes (1988), estratégia é a compatibilização das atividades de uma organização com o ambiente em que ela opera e com as capacidades de seus próprios recursos. Atividade de Estudo: 1) Responda o exercício a seguir e, na próxima seção, você poderá aprofundar melhor seu conhecimento acerca do que são estratégias de marketing. Marque um X a afirmativa que melhor explica o significado de marketing: a) ( ) Uma propaganda bem feita. b) ( ) Uma força de vendas bem treinada e competente para persuadir clientes. c) ( ) Material de propaganda usado para exposição de uma marca. d) ( ) Esforço de uma organização para se tornar conhecida em um determinado mercado. e) ( ) O processo gerencial e social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação, oferta e troca de produtos de valor. 14 Estratégias Inovadoras de Marketing Estratégias de Marketing As estratégias de marketing têm por objetivo obter vantagens competitivas. Vantagem competitiva ou diferencial competitivo é um conjunto de características que permite a uma empresa ser diferente por entregar mais valor sob o ponto de vista dos clientes, diferenciando-se da concorrência e, por isso, obtendo vantagens no mercado. Uma boa estratégia é aquela que realmente gera essas vantagens. As estratégias de marketing, as quais devem ser inovadoras, visam apresentar novos enfoques para o marketing. A essência do desenvolvimento de uma estratégia de marketing para uma organização é dar garantias de que as capacidades da organização sejam compatíveis com o mercado no qual opera. De acordo com Kotler (2000), o processo de desenvolvimento de uma estratégia de marketing tem características muito importantes no contexto mercadológico, e podemos classificá-las da seguinte forma: a) Estabelecimento de uma estratégia central – que consiste numa avaliação detalhada e criativa das capacidades da organização, as oportunidades e ameaças e os pontos fracos e fortes em relação à concorrência. b) Criação do posicionamento competitivo da organização – que consiste em identificar os mercados-alvo e definir a vantagem diferencial da organização. c) Implementação da estratégia – que visa criar uma organização de marketing capaz de colocar a estratégia em prática. Atividade de Estudo: 1) Analisando o que foi lido, você considera importantes as estratégias de marketing para as organizações? Justifique sua resposta. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ 2) Baseando-se em sua resposta anterior, imagine-se responsável A essência do desenvolvimento de uma estratégia de marketing para uma organização é dar garantias de que as capacidades da organização sejam compatíveis com o mercado no qual opera. 15 Inovação: Proposta de Marketing para o Sucesso das Organizações Capítulo 1 pela elaboração de uma estratégia de marketing para uma determinada organização. Descreva essa estratégia. Vamos ver se você assimilou a ideia do que são estratégias de marketing. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Inovação Agora que você já sabe o que é marketing e como funciona uma estratégia de marketing, é importante conhecer o que faz diferença no mercado competitivo atual – inovação. Cada vez mais as organizações procuram compreender mais profundamente o consumidor. Hoje é necessário criar elos entre os objetivos do consumidor e o produto ou serviço que a organização oferece. O marketing aproxima-se da inovação quando as organizações buscam ser as primeiras no ramo em que atuam ou querem diferenciar- se. Inovar implica procurar estabelecer um processo que permita à organização ser competitiva e ter diferencial em seus produtos ou serviços. Inovação é a prática de ideias e, além de avanços amplos, traz também melhorias graduais. Com base nesse conceito, Tidd, Bessant e Pavitt (2008) desenvolveram conhecimento sobre o processo de gestão de inovação nas organizações, cujas características estão delineadas em quatro situações básicas, as quais podemos definir abaixo: a) Enfoque estratégico. b) Mecanismos efetivos de implantação. c) Clima organizacional favorável. d) Vínculos externos efetivos. O marketing aproxima-se da inovação quando as organizações buscam ser as primeiras no ramo em que atuam ou querem diferenciar-se. 16 Estratégias Inovadoras de Marketing Também para Tidd, Bessant e Pavitt (2008), uma inovação é sempre uma quebra de paradigma na organização que a introduz, é um processo de tentativas e buscas. Ao introduzirem inovações no mercado, as organizações não alteram apenas as suas posições relativas nele, mas alteram o próprio mercado. A inovação faz com que se criem expectativas de obter vantagens competitivas em relação às demais organizações. Aqui, ainda podemos definir os perfis para organizações inovadoras. São eles: a) Pequenas empresas inovadoras dispostas a fazer apostas radicais. b) Grandes empresas inovadoras com flexibilidade organizacional para tomar decisões relativas aos seus projetos. c) Grandes empresas inovadoras que mantêm um enfoque de carteira na gestão, combinando projetos rotineiros com outros incertos. d) Empresas inovadoras patrocinadas pelo Estado, com maiores garantias de êxito. Por fim, alcançar resultados positivos em uma inovação requer um contexto organizacional de apoio, do qual, de forma efetiva, possam emergir ideias e serem desenvolvidas. Atividade de Estudo: 1) A partir das ideias estudadas, conceitue estratégia de marketing e estabeleça uma relação entremarketing e inovação. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ 17 Inovação: Proposta de Marketing para o Sucesso das Organizações Capítulo 1 Algumas Considerações Nesse primeiro momento, você pôde conhecer o marketing e suas implicações e pôde perceber como a inovação vem contribuindo para o sucesso das organizações. De modo geral, o marketing mostra-se como uma ferramenta indispensável para as organizações. No capítulo a seguir, abordaremos as estratégias inovadoras de novos produtos, para que você possa aprofundar mais seus conhecimentos. Referências JOHNSON, G.; SCHOLES, K. Exploring corporate strategy. 2. ed. Hemel Hempstead: Prentice Hall International, 1988. KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da inovação. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008. 18 Estratégias Inovadoras de Marketing CAPÍTULO 2 Estratégias Inovadoras para novos Produtos A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Conceituar produto e novos produtos. 3 Apresentar o processo de desenvolvimento de novos produtos. 3 Demonstrar o sucesso e o fracasso dos novos produtos. 20 Estratégias Inovadoras de Marketing 21 Estratégias Inovadoras para novos Produtos Capítulo 2 Contextualização Quando falamos em produto, o que lhe vem à mente? Produto na matemática é o resultado de uma multiplicação, usada em diferentes contextos. Na economia é uma união de atributos, tangíveis ou intangíveis, formado por um processo de produção. Mas o produto que veremos aqui é o produto inserido numa estratégia inovadora de marketing. Neste capítulo, caro aluno, discutiremos o conceito de produto e de novos produtos e também como alcançar o sucesso ou fracasso deles. Veremos também quais estratégias usadas para um bom desenvolvimento do produto. Convido você agora a estudarmos juntos. Vamos lá? Conceituando Produto Neste momento, vamos definir o que é produto. Em marketing, é algo que podemos oferecer em um mercado para satisfazer a necessidade ou desejo de um determinado público. Porém, observe que não é só um objeto físico, pode ser muito mais que isso, é um pacote completo de satisfações e benefícios que os consumidores terão, se adquirirem o produto almejado. Produto é o conjunto, a união, de todos os segmentos físicos, simbólicos, psicológicos e de serviços. Atividade de Estudo: 1) A partir dessa breve definição e de acordo com seu entendimento, conceitue produto. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Produto é o conjunto, a união, de todos os segmentos físicos, simbólicos, psicológicos e de serviços. 22 Estratégias Inovadoras de Marketing Analise o que Kotler e Armstrong (1999) dizem a respeito de produto: produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para a atenção, aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer um desejo ou necessidade. Veja só, grande parte de tudo que nos rodeia é produto. E a cada dia novos produtos aparecem no mercado. Os desejos vão se adequando às necessidades e isso impulsiona os fabricantes a lançarem novos produtos constantemente. Entendemos assim que tudo o que compramos, trocamos, desejamos, ofertamos é produto. Mas será que existe uma divisão de produtos? É claro que sim. Veja o que, segundo Kotler e Armstrong (1999), é considerado como produto: a) Produtos de bens físicos: algo concreto, que existe, por exemplo: uma batedeira, uma revista, uma estante. b) Produtos de serviços: aquele que alguém lhe oferece, presta-lhe, por exemplo: um corte de cabelo, uma geometria no seu carro. c) Produto de eventos: o que lhe é ofertado, por exemplo: uma peça de teatro, um desfile, um concerto. d) Produto de pessoas: aquele que se vende pela imagem de alguém, por exemplo: a fama de Pelé, Barack Obama. e) Produtos locais: através do nome de um local, o que vem a ser oferecido, por exemplo: no Hawai, em Londres. f) Produtos organizacionais: aquele que vê por intermédio de uma organização, por exemplo: Greenpeace, Exército da Salvação. g) Produtos de ideias: o que se vende a partir de ideias surgidas, por exemplo: planejamento econômico e familiar, direção defensiva e até mesmo o próprio marketing. Atividade de Estudo: Vamos exercitar a mente? A partir dos conceitos de tipos de produtos, pesquise mais sobre esses tipos de produto e dê outros exemplos. ______________________________________________________ ______________________________________________________ 23 Estratégias Inovadoras para novos Produtos Capítulo 2 ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Observe que conceituamos produto e os tipos de produto. Mas como os produtos se desenvolvem? E como conceituar novos produtos? Veremos isso a seguir. Conceito e Desenvolvimento de novos Produtos O que é um novo produto? O termo novo é difícil de definir. O Play Station 2 da Sony será novo, desde que já exista o Play Station 1. O Xbox da Microsoft era novo, quando a Microsoft não era uma grande participante no mercado de videogames. O que significa novo para o marketing de novos produtos? Novidade vista a partir de diferentes pontos de vista. Como já foi visto, o conceito de novos produtos pode ser observado de pontos de vista diferentes. Pode ser novo para a empresa ou pode ser novo para as pessoas. As empresas buscam desenvolver novos produtos com o intuito de gerar lucros. Os mercados e as ideias são fronteiras a romper e a tecnologia tornou-se a grande diferenciadora no desenvolvimento de novos produtos. Diante da globalização dos mercados, é fundamental que a criatividade e a inovação no desenvolvimento de novos produtos sejam estimuladas nas organizações. Para as empresas, novos produtos são ideias e inovações que têm a finalidade de gerar lucratividade e produtividade, visando à vantagem sobre a concorrência. Para as pessoas, novos produtos são bens que podem ou não satisfazer as suas necessidades, de acordo com aquilo que o produto oferece. De acordo com Hooley, Saunders, Piercy (2001), quando desenvolvemos algo, precisamos primeiramente conhecer a ideia de produto a ser desenvolvido. Após isso ser feito, passamos por algumas etapas, vejamos: a) A geração de ideias: esse é o processo no qual a empresa tem de encontrar novas ideias. Seja para serem aplicadas num novo produto ou num produto já existente. A partir das ideias já existentes, obtêm-se novas ideias. Essa é a Para as empresas, novos produtos são ideias e inovações que têm a finalidade de gerar lucratividade e produtividade, visando à vantagem sobre a concorrência. 24 Estratégias Inovadoras de Marketing essência do novo produto: ideias novas disparam o processo de inovação e, consequentemente, o desenvolvimento de novos produtos. b) O campo da busca: ideias já existem. Possibilidades de dar certo dependem deste campo, o da busca. Buscar a ideia melhor e certa faz com que filtremos asideias que temos. Mas como buscar a melhor ideia? Uma busca detalhada deve ser feita. Caso contrário, a pressa de colocar um produto no mercado pode fazer com que aquela ideia não dê certo. É preciso entender que, quaisquer que sejam os problemas, é preciso prestar muita atenção à busca. Há boas razões para se fazer isso! Com certeza, ela ajuda a evitar perdas pesadas, ao reduzir a possibilidade de as péssimas ideias serem aceitas, e aumenta as chances de as boas serem desenvolvidas. Vale lembrar que a busca é acumulativa, portanto a experiência dos gerentes vai aumentando e as chances de darem certo também. c) Análise de negócio: nesta etapa, a análise de negócio considera o atrativo que existe no mercado para a ideia do produto novo. Isso se dá analisando a concorrência e buscando um diferencial sobre ela. Analisam-se também as projeções de venda, custos e lucro. Após isso ser feito, pode-se avançar para o próximo estágio, o desenvolvimento de produto. d) Desenvolvimento de produto: até este momento, o produto mantém um custo baixo. Daqui em diante o desenvolvimento do produto necessita de um avanço significativo. Aqui é que vai se mostrar se a ideia pode ser transformada em um produto de trabalho. Criam-se protótipos que consequentemente passam por testes. Quando os testes de laboratório forem concluídos, faz-se, portanto, as provas de mercado. e) Tentativa de venda: o produto passou por testes e esses sugerem que o produto possa ser colocado à venda. Para testes de vendas, afirmam Hooley, Saunders e Piercy (2001, p. 337): É perigoso confiar totalmente em qualquer julgamento de consumidor até que ele seja feito em condições típicas de mercado. É aí que o teste de mercado desempenha um papel, auxiliando a empresa a avaliar se seu plano de marketing para o produto novo vai funcionar e para confirmar que o produto, com seus atributos, de fato, motivará os consumidores a comprá-lo e que eles continuem a fazer isso, já que a compra repetida é um fator importante. O teste de mercado poderia ser considerado uma forma de “ensaio figurino”, o qual capacita a administração a juntar informações para prever uma venda de 25 Estratégias Inovadoras para novos Produtos Capítulo 2 produto novo e testar a eficiência do plano de marketing (isto é, preço, propaganda e promoção, distribuição). Ele checa se todas as operações-chave se encaixam uma na outra e se estão adequadamente aparelhadas para o lançamento e provê um diagnóstico com informações para ajudar os gerentes a revisarem/refinarem seu plano de marketing. Os testes completos de mercado podem testar a resposta da concorrência e avaliar se seus esforços afetam os julgamentos dos consumidores. Reflita: Das etapas estudadas sobre desenvolvimento de um novo produto – e baseando-se nas informações expostas na citação – qual você considera primordial para o sucesso de um novo produto? Explane sobre sua ideia. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Após os testes feitos e as tentativas de vendas bem ajustadas, o produto novo pode passar para a tão sonhada hora, a comercialização. Nesse campo os administradores poderão ter sucesso ou fracasso. É isso, leitor, que veremos a seguir. Sucesso e Fracasso de Novos Produtos O Sucesso Os estudos sobre sucessos e fracassos de novos produtos fazem as seguintes distinções entre o sucesso e o fracasso, segundo Cooper e Kleinschmidt (1993): 26 Estratégias Inovadoras de Marketing a) Singularidade do produto (caráter inovador) ou superioridade. b) Posse de conhecimento de mercado. c) Presença de sinergias e proficiência técnicas e de produção. As chances de sucesso não são somente resultados de tecnologia sofisticada. Os novos produtos precisam ter uma vantagem significativa sobre os produtos de marcas existentes. Prudência, cautela, pesquisa, conhecimento e investimento garantem um diferencial para o sucesso de novos produtos. O Fracasso O fracasso de um produto novo se dá pela soma de etapas de desenvolvimento mal administradas. Cooper e Kleinschmidt (1993) citam alguns tipos de fracassos: a) Os consumidores não percebem que têm uma real necessidade pela tecnologia e, consequentemente, não estão preparados para comprar a inovação. b) Quando os concorrentes conseguem surpreender e vir com um produto melhor que seja a preferência do público. c) Falha em relação a estudos de mercado ou exigência do consumidor. d) Problemas técnicos no produto ou uso do consumidor. e) Estabelecimento de um preço muito alto para um produto o qual o consumidor não percebe como melhor ou com maior qualidade que dos produtos existentes. Atividade de Estudo: Exercitando a memória Reflita acerca do tema produto e faça uma análise descritiva sobre como se dá o sucesso e o fracasso de um novo produto, de acordo com sua opinião: ______________________________________________________ Os novos produtos precisam ter uma vantagem significativa sobre os produtos de marcas existentes. 27 Estratégias Inovadoras para novos Produtos Capítulo 2 ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Algumas Considerações Conforme você pôde perceber, estudamos o conceito de produto e novos produtos, vimos como se dividem os tipos de produto. Dentro deste tema, observamos como se desenvolve um produto novo e como se dá o sucesso ou fracasso do mesmo. Esperamos que você tenha despertado sua curiosidade e aprofundado um pouco mais seus conhecimentos acerca do tema. Agora você já está mais preparado para entender as estratégias inovadoras no atacado e no varejo, discutidas no próximo capítulo. Referências COOPER, R.; KLEINSCHMIDT, E. New product success in the chemical industry. Industrial Marketing Management, 22(1), p. 85-99, 1993. HOOLEY, G.J.; SAUNDERS, J. A.; PIERCY. N. F. Estratégia de marketing e posicionamento competitivo. 2.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2001. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios do marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos, 1999. 28 Estratégias Inovadoras de Marketing CAPÍTULO 3 Estratégias Inovadoras no Atacado e no Varejo A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Conceituar atacado e varejo e conhecer seus diversos segmentos. 3 Identificar as estratégias inovadoras relacionadas aos canais de distribuição das empresas. 3 Relacionar as estratégias de marketing para o atacado. 30 Estratégias Inovadoras de Marketing 31 Estratégias Inovadoras no Atacado e no Varejo Capítulo 3 Contextualização Caro aluno, neste capítulo, vamos conhecer e apreciar as diversas facetas do atacado e do varejo. Para começo de conversa, vamos conceituar cada um deles. Um comércio que está presente em nosso meio e faz parte do cotidiano de toda a população. Você pode perceber os vários segmentos de varejo a todo o momento, afinal todos somos consumidores varejistas, quando vamos ao supermercado, quando compramos uma roupa. Assim, com o seu conhecimento prévio e o aprofundamento que você terá aqui, sua aprendizagem será mais intensa. Também vamos conhecer as estratégias de marketing desenvolvidas por estes setoriais e tirarmos as conclusões e definições sobre esse assunto. Bom trabalho! Conceituando Atacado e Varejo Atacado: todo produto que é comercializado para revenda ou para uso organizacional. A pessoa ou organização que compra produtos dentro deste contexto - chamamos de atacadista. Ele é o comerciante queestá envolvido em comprar, adquirir direitos e, muitas vezes, armazenar e manipular bens em grande quantidade para, posteriormente, revendê- los – geralmente em quantidades menores do que as que foram compradas. O atacadista revende ao varejista e a usuários de indústrias e empresas. E, sendo assim, o atacadista obtém, obviamente, preços que lhe são favoráveis e revende em menores quantidades. Nesse contexto, que importância você percebe no papel do atacadista, caro aluno? É claro, podemos entender que o atacadista exerce um papel de suma importância para os consumidores, na medida em que consegue bons preços ao negociar em grandes quantidades. Em suma, os atacadistas desenvolvem valores tanto para fornecedores, como para os compradores. Quando os atacadistas realizam funções de distribuição, A pessoa ou organização que compra produtos dentro deste contexto - chamamos de atacadista. 32 Estratégias Inovadoras de Marketing transporte, armazenamento e venda de seus produtos aos pequenos varejistas a vantagem é muito grande, pois para os grandes fabricantes essa é uma das formas mais adequadas de ver seus produtos no varejo. Veja no quadro a seguir as várias razões pelas quais um produtor vende direto ao atacadista e não a um varejista. Observe neste quadro o desempenho de um atacadista num canal comercial. Quadro 1 - Razões que levam o produto a vender no atacado FUNÇÃO DO CANAL DESCRIÇÃO Venda e promoção A força de venda dos atacadistas ajuda os fabricantes a alcançarem pequenos consumidores a um custo mais baixo. Compra e organização de sortimento Os atacadistas podem selecionar os itens e organizar os sortimentos necessários aos clientes, de modo a poupar muito trabalho aos consumidores. Divisão de lotes Os atacadistas economizam para seus clientes ao comprar grandes lotes e os dividirem em lotes menores. Armazenamento Os atacadistas mantêm estoques, de modo a reduzir os custos e os riscos de estoques dos fornecedores e clientes (varejistas). Transporte Os atacadistas podem fazer entregas mais rápidas porque estão mais próximos dos compradores do que os fabricantes. Financiamento Os atacadistas financiam seus clientes aos conceder- Ihes crédito e financiam seus fornecedores ao fazer pedidos antecipados e pagamento pontual. Riscos Os atacadistas absorvem riscos ao assumir a responsabilidade com os custos de roubos, de danos, de avarias e de obsolescência. Informações de mercado Os atacadistas informam os fornecedores e os clientes sobre concorrentes, novos produtos e desenvolvimento de preços. Serviços de administração e de consultoria Em geral, os atacadistas ajudam os varejistas a treinar seus vendedores, a melhorar os layouts e displays das lojas e a criar sistema de contabilidade e de controle de estoque. Fonte: Adaptado de KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos (LTC) , 1999. p. 308. 33 Estratégias Inovadoras no Atacado e no Varejo Capítulo 3 Atividade de Estudo: 1) Você conhece algumas empresas atacadistas? Em que ramo trabalham? Escreva sobre elas e, em seguida, veja os tipos de atacadistas que seguem abaixo e defina que tipo de atacadista se enquadra às empresas que você citou. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Tipos de Atacadistas Os atacadistas dividem-se em três grupos principais: atacadistas puros; corretores e agentes; e filiais e escritórios de vendas de fabricantes e varejistas. (KOTLER; ARMSTRONG, 1999). Observaremos a seguir esses tipos de atacadistas e suas principais características: a) Atacadistas puros: são empresas independentes que vendem para outros revendedores. São divididos nos que prestam serviços (atacadistas comerciais e distribuidores industriais) e atacadistas de serviços limitados (atacadistas pegue-pague, volantes, prateleiras etc.). b) Corretores e agentes: são diferentes dos atacadistas puros. Não possuem propriedades de bens. A principal função é auxiliar o processo de compra e venda, para os que recebem comissão. São divididos em corretores (reúnem compradores e vendedores para o auxílio durante as negociações, não mantêm estoque) e agentes (representam vendedores e compradores em uma base mais permanente). c) Filiais e escritórios de vendas de fabricantes e varejistas: são formados pelos escritórios de vendas dos fabricantes e dos varejistas e por filiais. Seu objetivo é melhorar o controle de estoque, vendas e promoções. As “filiais e vendas” são empresas separadas das instituições e mantêm estoque para Os atacadistas dividem-se em três grupos princi- pais: atacadistas puros; corretores e agentes; e filiais e escritórios de ven- das de fabricantes e varejistas. 34 Estratégias Inovadoras de Marketing isso. Os “escritórios de vendas” não possuem estoque de mercadoria e são considerados escritórios, tanto dos varejistas quanto dos fabricantes. Estratégias de Marketing na Linha do Atacado Precisando sobreviver em um mercado altamente competitivo, disputado não só pelos atacadistas, mas também por grandes varejistas, os atacadistas precisam de estratégias de marketing bem formuladas para alcançarem êxito. Os atacadistas, por intermediarem a relação entre produtores e varejistas, precisam desenvolver dois tipos diferentes de estratégia de marketing, a saber (CHURCHIL JÚNIOR; PETER, 2000): • Atrair produtores/fabricantes para usar seus serviços e construir relações duradouras com eles; • Atrair varejistas e outros compradores e também construir relações duradouras. Essas são macroestratégias de marketing para o atacado e, se bem aplicadas e desenvolvidas, serão o ponto principal para o sucesso atacadista. Conceituando Varejo Varejo é a venda ou comercialização de produtos em pequenas quantidades. O varejo contrapõe o que é o atacado. O varejo também é conhecido como retalho no qual a venda é fragmentada em partes de um todo, direto ao consumidor final sem o uso de intermediários. A origem da palavra varejo vem do português antigo, dos tempos em que a “vara” era medida para se fracionar peças de tecidos, cordas, linhas, madeiras etc. Segundo Kotler (2000), todas as atividades de vendas de bens ou serviços 35 Estratégias Inovadoras no Atacado e no Varejo Capítulo 3 diretamente aos consumidores finais são definidas como varejo. As formas como os produtos são vendidos (correio, telefone, pessoal etc.) e os locais onde esses produtos são vendidos (lojas, internet, ruas etc.) pouco importam. Todas as maneiras pelas quais os bens ou serviços são oferecidos estão no conceito de varejo. Perceba, leitor, que esse segmento da economia é relevante em nosso cotidiano, pois é através dele que realizamos muitas aquisições. O Sucesso de um Varejista O sucesso de um varejista pode ser pequeno ou grande. Esse sucesso vai depender do quanto ele incorpora o conceito de varejo. Se o varejista foca as necessidades de seu público alvo, agradando a clientela com um leque de opções, unindo preço e satisfação, ele terá condições de realizar um bom trabalho. O sucesso é a soma das forças de planejamento, pesquisa, ação, definição da ideia e execução responsável do que vai ser oferecido. O varejo possui um marketing totalmente diferente do marketing tradicional. Suas principais características são as pesquisas junto ao consumidor, a comunicação e o tempo utilizado para o plano de ação. Atividade de Estudo: 1) Compare atacado e varejo e faça considerações acerca das diferenças apresentadas. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________ A origem da palavra varejo vem do português antigo, dos tempos em que a “vara” era medida para se fracionar peças de tecidos, cordas, linhas, madeiras etc. 36 Estratégias Inovadoras de Marketing Algumas Considerações Caro aluno, neste capítulo, conseguimos obter o conceito de atacado e varejo. Vimos que as estratégias de marketing são diferentes, mas um não sobrevive sem o outro. Observamos os diferentes tipos de atacadistas e os setores que eles compõem. Desejamos que neste estudo seus conhecimentos sejam ampliados. Com certeza, agora você se sentirá mais seguro ao tratar esse assunto. No próximo capítulo, veremos a inovação das estratégias em serviço. Referências CHURCHIL JÚNIOR, G. A.; PETER, J. P. Marketing – criando valor para os clientes. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2000. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios do marketing. 7. ed. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos (LTC), 1999. KOTLER, P. Administração de marketing: a edição do novo milênio. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. CAPÍTULO 4 Estratégias Inovadoras no Atacado e no Varejo A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Estabelecer a importância e a atuação da prestação de serviços. 3 Definir o conceito e limites no setor de serviços. 3 Entender os processos internos de geração de valor por parte dos clientes. 38 Estratégias Inovadoras de Marketing 39 Inovação das Estratégias em Serviço Capítulo 4 Contextualização Prezado leitor, o que veremos a seguir define o conceito de serviço. Esse conceito foi se modificando ao longo do tempo, passando por diversos estágios e conceitos até chegar ao segmento atual de uma era informatizada. Estabeleceremos sua importância no mercado e a atuação da prestação dos serviços no mercado. Convido você agora a mais um passo no enriquecimento de seus conhecimentos. Vamos lá? Na sequência, você verá a importância e a atuação da prestação de serviços, conhecerá o conceito e os limites de serviço. Definição de Serviço Assim como toda teoria, o conceito de serviços sofreu alterações no decorrer dos anos. Há 50 anos, aproximadamente, Paul Nystron, estudioso americano na área de gestão, atribuiu ao conceito de serviços duas conotações distintas: • Serviços eram atividades manuais que envolviam um produto até chegar ao consumidor final; • Era também a mão-de-obra empregada em relação ao produto em si. Baseando-se nesses dois pensamentos concluiríamos que, segundo Paul Nystron, todas as atividades manuais desenvolvidas para causar satisfação ao consumidor final são serviço. Mas, num mundo robótico e informatizado, esse conceito não se torna um pouco restrito? O que você pensa sobre isso? Para o mundo contemporâneo, saberíamos que a visão de Nystron seria um tanto quanto limitada, porque serviços de assistência técnica, por exemplo, não se enquadrariam em tal conceito, já que se referem apenas a atividades manuais de “produção” de bens. Com o passar do tempo, essa definição de serviços sofreu algumas alterações. Teóricos alemães afirmavam que o termo serviços pode ser usado em sentido amplo, englobando todas as atividades que um vendedor execute para lhe assegurar maior conveniência e satisfação na aquisição de um produto pelo consumidor. São os chamados serviços não-técnicos. 40 Estratégias Inovadoras de Marketing Já William Stanton redefine serviços como aquelas atividades não-palpáveis, mas que são identificáveis satisfazendo as necessidades ou desejos de consumidores, não se encontrando, necessariamente, alterados e relacionados com a venda de um produto ou de outro serviço. Desse modo, observamos que o serviço sempre está relacionado com a venda. Serviços são atividades intangíveis ou benefícios que uma organização fornece aos consumidores e têm se tornado um componente significativo da economia global. O crescimento neste setor é decorrente do aumento da demanda de serviços disponíveis no passado e do interesse crescente em novos serviços. Após todas essas definições, podemos concluir que serviço é aquela atividade, benefício ou indenização acompanhados, em maior ou menor escala, de aspectos tangíveis que podem ser vendidos ou cedidos gratuitamente a um dado mercado. Esse conceito perpassa por todos os demais. Concluímos que, na atualidade, serviço não se restringe só ao manual, mas englobamos nele tanto a seguridade de um produto quanto os serviços sociais ou assistenciais sem custo para o cliente. A Importância e Atuação da Prestação de Serviço Os principais economistas são unânimes ao afirmar que a economia moderna está vivenciando o período da prestação de serviço. Se, entre as décadas de 1960 e 1980, a atividade industrial foi de suma importância para o desenvolvimento econômico, justamente em função da sua capacidade de produção em massa, atualmente, o setor de serviços é o destaque da economia mundial. A justificativa para essa mudança no cenário econômico reside na própria oferta de oportunidades pelo mercado, em função das novas exigências e necessidades. Numa economia em que meios de produção deixam de ser uma prioridade, surgem novas oportunidades de negócios, entre as quais a prestação de serviço, já o serviço diferenciado é apenas a evolução e o aprimoramento desse setor, decorrente de um mercado altamente competitivo e exigente. Hoffman e Bateson (2003) descrevem essa economia como uma emergência Serviços são ativi- dades intangíveis ou benefícios que uma organização fornece aos con- sumidores. O setor de servi- ços é o destaque da economia mundial. 41 Inovação das Estratégias em Serviço Capítulo 4 de serviços, com ou sem lucros, que exige uma nova abordagem. Sendo assim, perceba você que cada vez mais esse setor precisa de especialistas, bem como da adoção de uma estratégia. Veja o que dizem: Os serviços estão por toda parte – uma visita ao médico, um serviço religioso na igreja, um passeio ao nosso restaurante favorito ou um dia na escola [...] cada vez mais os, assim chamados, países industrializados descobrem que seus produtos internos brutos estão sendo gerados pelo setor de serviços. Entretanto o crescimento deste setor não está apenas nas empresas tradicionais, como de saúde, financeiros e de seguros. Produtores de bens tradicionais – indústria automobilística, de computadores e tantas outras – estão atualmente se voltando para o aspecto de serviços das suas operações para estabelecer a vantagem diferencial no mercado e também para gerar fontes de receitas adicionais para suas empresas. Em essência, essas empresas, que costumavam concorrer por pacotes de serviços (bens tangíveis), trocaram seu foco competitivo para a provisão de serviços a clientes inigualáveis e sem paralelo. (HOFFMAN; BATESON, 2003, p.3). Segundo os economistas, o setor de serviços foi impulsionado pela ocorrência de fenômenos concomitantes, como a necessidade de buscar novas oportunidades no mercado e o surgimento de novas condições socioeconômicas do consumidor moderno. Assim, diante deste novo cenário, surgem oportunidades para a criação de prestação de serviço nos mais variados segmentos, com o intuito de suprir aspectos como: melhor qualidade de vida; mais oferta de lazer, uma vez que há mais tempo disponível; oportunidades, abertas pela urbanização, para uma linha de serviços que se tornou imprescindível, como segurança, infraestrutura etc.; mudanças demográficas, que refletem um aumento na quantidade de crianças e/ou idosos, os quais consomem serviços mais variados; mudanças socioeconômicas, com o aumento da participação da mulher no mercado de trabalho; aumento da sofisticação dos consumidores, o que gera necessidades mais amplas de serviços; mudanças tecnológicas – como o aumentono desenvolvimento dos computadores e das telecomunicações – as quais têm aumentado a qualidade dos serviços, ou ainda criado serviços completamente novos. Sendo assim, a prestação de serviços deve ser considerada uma atividade presente em todos os setores da economia e, inclusive, na própria indústria, como uma atividade intrínseca à operação de produção. 42 Estratégias Inovadoras de Marketing Limites do Setor de Serviços Segundo Hoffmann e Bateson (2003), em várias ocasiões, estruturadas para um produto, o setor de serviços apresenta algumas características importantes, são elas: a) Intangibilidade – serviços são intangíveis, ou seja, não podem ser segurados, tocados ou vistos antes da decisão de compra. b) Inseparabilidade – é quando o consumidor não pode separar o prestador de serviço do serviço em si. A quantidade de interação entre consumidor e prestador de serviços depende do grau em que o consumidor deve estar fisicamente presente para receber o serviço. Alguns serviços – como corte de cabelo, diagnóstico médico, entre outros – exigem que o cliente seja um participante ativo. Outros serviços – como conserto do carro, coleta de lixo – são considerados objetos tangíveis com menos envolvimento do cliente. c) Variabilidade – desenvolver, estabelecer preço, promover e entregar serviços é desafiador porque a qualidade de um serviço é frequentemente variável. Como os serviços dependem das pessoas que os prestam, sua qualidade varia de acordo com as habilidades de cada indivíduo e o desempenho do trabalho diário. d) Perecibilidade - os serviços não podem ser estocados como os produtos. Os prestadores de serviços precisam utilizar estratégias para lidar com essa característica dos serviços. Alguns médicos cobram ‘multa’ de pacientes que não comparecem à consulta no horário marcado, uma vez que o serviço só tem valor naquele determinado momento. Atividade de Estudo: 1) Agora é sua vez! Observando o que você aprendeu até agora sobre serviços, o que você destacaria como sendo o mais importante, isto é, a base para o setor de serviços funcionar adequadamente? ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ 43 Inovação das Estratégias em Serviço Capítulo 4 Os Serviços Quanto à Classificação Os serviços podem classificar-se em quatro categorias. São elas: a) Bem tangível – aquele que pode ser percebido pelos sentidos, tocado, materializado. Exemplos: açúcar, sabão. b) Bem tangível acompanhado de serviços – pode ser percebido pelos sentidos, porém é acompanhado de um serviço (bem intangível). Exemplos: automóvel, microcomputador. c) Serviço principal acompanhado de bens e serviços secundários – um serviço intangível (não pode ser tocado), acompanhado de bens (tangíveis ou não) e de serviços secundários. Exemplo: uma viagem aérea. d) Serviço – o próprio serviço em si. Exemplos: massagem, psicoterapia. Algumas indústrias de transformação que intensificaram a oferta de serviços, seja como forma de se diferenciar, seja para ampliar sua receita, acabaram por ter seu negócio redefinido, visto que hoje são empresas de serviços. É o caso da IBM, que não fabrica mais equipamentos. A IBM oferta ao mercado soluções em sistemas de informação, que podem ou não vir acompanhadas de produtos tangíveis. Há dez anos, 13% das receitas da IBM eram provenientes de serviços e, atualmente, esse índice passou a 65% das receitas da empresa. Algumas Considerações De acordo com os objetivos propostos no início do capítulo, estendemos a você os conceitos de serviço que perpassaram no decorrer dos anos. Entendemos a importância que ele tem na sociedade moderna, conhecemos algumas de suas características e classificamos basicamente a sua estrutura. Esperamos ter chegado um pouco mais perto de você nos estudos e desejamos que seu conhecimento se multiplique a cada assunto estudado. Até o próximo capítulo! 44 Estratégias Inovadoras de Marketing Referências HOFFMANN, K. D.; BATESON, J. E. G. Princípios de marketing de serviços. Conceitos, estratégias e casos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. NYSTROM, Paul C.; STARBUCK, William H. (Eds.). Handbook of Organizational Design. Oxford: Oxford University Press, 1981. STANTON, William J. Gerência de vendas eficaz. Rio de Janeiro: Zahar, 1991. CAPÍTULO 5 O Papel Tecnológico nas Estratégias Inovadoras de Marketing A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Definir o uso das novas tecnologias no processo inovador de marketing. 3 Entender as inovações tecnológicas como ferramenta de marketing. 3 Fomentar nas organizações estratégias para que estas sejam catalisadoras de mudanças constantes. 46 Estratégias Inovadoras de Marketing 47 O Papel Tecnológico nas Estratégias Inovadoras de Marketing Capítulo 5 Contextualização Até agora você pôde observar como é amplo o conceito das estratégias inovadoras de marketing. Verá também que as inovações caminham com a tecnologia. Usamos as tecnologias de informação a todo momento, no desenvolvimento de um novo produto, na prestação de serviços, num plano de marketing. As organizações estão cada vez mais em busca de novas tecnologias que favoreçam seus negócios. A partir dessas ideias, veremos neste capítulo o conceito das novas tecnologias de informação e comunicação e quais as possibilidades de uso no processo inovador de marketing. As NTICs Para começarmos a entender as NTICs, precisamos conhecer sua definição. As NTICs são as tecnologias e métodos usados para a comunicação, surgidas no contexto da revolução informacional e desenvolvidas, gradativamente, desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 1990. NTICs – Novas Tecnologias de Informação e Comunicação Considera-se que o advento destas novas tecnologias (e a forma como foram utilizadas por governos, empresas, indivíduos e setores sociais) possibilitou o surgimento da “sociedade da informação”. Segundo Rezende (2002), sociedade da informação é um termo - também chamado de Sociedade do Conhecimento ou Nova Economia - que surgiu no fim do Século XX, com origem no termo globalização. Esse tipo de sociedade encontra-se em processo de formação e expansão. O Uso das Ntics no Processo Inovador de Marketing Agora que você já sabe o que são as NTICs, vamos ver quais são as suas possibilidades de uso no processo inovador de marketing e entender as inovações tecnológicas como ferramenta de marketing. 48 Estratégias Inovadoras de Marketing A definição da capacidade estratégica de uma organização pode ser explicada pelo seu grau de domínio e de experiência no processo de inovação tecnológica. A diferenciação pode acontecer por níveis de progresso que se dão de forma cumulativa. São estes: a) Primeiro nível: empresas que são capazes apenas de identificar, selecionar e comprar tecnologia materializada. b) Segundo nível: empresas que podem adaptar ou modificar tecnologias. c) Terceiro nível: grupo de empresas que conseguem introduzir novos produtos, processos e/ou serviços com um forte componente de tecnologia imaterial. Tecnologia imaterial está relacionada ao conjunto de conhecimentos teóricos e práticos para idealizar ou produzir bens e serviços. Para construir o processo de capacidades tecnológicas, é necessário que se comecem as etapas de processo produtivo, em que as tecnologias imateriais são menores e caminham para as etapas em que os componentes baseados em conhecimento intangível são maiores. Quando se fala em capacidades tecnológicas, é fundamental citar que os recursos humanos das organizações exercem papel fundamental, poisos conhecimentos adquiridos pelos recursos humanos acerca das áreas tecnológicas tornam-se a base de inovação e competitividade das organizações. Vale também lembrar que o conhecimento científico se configura como uma fonte importante de inovação. Atividade de Estudo: Vamos trabalhar? Saiba mais sobre conhecimento no capítulo sete. 1) Cite exemplos de empresas que se encontram em cada um dos três níveis de capacidade tecnológica. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ 49 O Papel Tecnológico nas Estratégias Inovadoras de Marketing Capítulo 5 Inovar é preciso. O modelo de desenvolvimento de produtos que é determinado pela tecnologia e engenharia poderia ser chamado de teoria da inovação empurrada. Um conceito para um novo produto nasce no laboratório, a partir de um descobrimento científico que se torna uma solução à procura de um problema. A experiência da 3M com as notas adesivas Post-it é um exemplo desse processo de inovação. A descoberta do laboratório foi um adesivo pobre que encontrou um uso criativo como cola para notas fixadas temporariamente a objetos, sem deixar marcas quando removidas. A tecnologia de informação fornece vários exemplos da teoria da inovação empurrada. O crescimento da Rede Mundial de Computadores como local de comércio está mudando a forma de atendimento em serviços. As pessoas podem procurar, via Internet, qualquer produto ou serviço imaginável, no mundo todo. Num conceito mais amplo, podemos observar que a tecnologia está presente em quase tudo. Mas, como as organizações podem fazer uso das tecnologias num processo inovador de marketing? A inovação pode eliminar a tradição. Por isso, exige um planejamento cuidadoso para assegurar o sucesso. Necessariamente os benefícios de produtividade das novas tecnologias irão mudar a natureza do trabalho. Qualquer introdução de uma nova tecnologia deve incluir a familiarização dos empregados a fim de prepará-los para as novas tarefas e proporcionar subsídios sobre o projeto da interface da tecnologia. Por exemplo: o trabalhador precisará de habilidades de digitação, ou simplesmente precisará selecionar ou apertar botões? Para os serviços, o impacto das novas tecnologias pode não se limitar às atividades de retaguarda, exigindo, por exemplo, uma mudança nas funções que os clientes exercem no processo de prestação do serviço. De acordo com Prahalad e Hamel (2005), os fatores críticos ao sucesso tornam-se ortodoxos quando um concorrente muda com sucesso as regras de engajamento competitivo. Essa inovação competitiva é uma forma importante de proteger seus recursos no cenário mercadológico. Estratégias Tecnológicas Segundo Reis (2008), as estratégias tecnológicas são fundamentais para que se dê o sucesso dos negócios. A tecnologia é a principal impulsionadora das Qualquer introdução de uma nova tecno- logia deve incluir a familiarização dos empregados a fim de prepará-los para as novas tarefas e proporcionar subsídios sobre o projeto da interface da tecnologia. 50 Estratégias Inovadoras de Marketing variáveis de produtividade, qualidade, preço e flexibilidade e torna-se cada vez mais importante para o marketing. Segundo diversos autores da área, as estratégias podem se definir em: a) Estratégias ofensivas: são adotadas para que se mantenha a liderança no mercado, introduzindo constantemente inovações radicais ou incrementais em seus produtos. Essas estratégias exigem um alto investimento, sendo apenas possíveis em empresas com uma forte orientação à inovação e equipes dedicadas à pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e produtos. b) Estratégias defensivas: são adotadas por empresas que não pretendem ser as líderes do mercado, evitando assim os riscos inerentes à inovação. Essas empresas costumam seguir as líderes e precisam de agilidade para absorver e implementar as inovações por elas lançadas. c) Estratégias imitadoras: as empresas enquadradas nessa categoria não disputam posições com os líderes, limitando-se a acompanhá-los a distância. Em alguns casos, aspiram a converterem-se em inovadoras defensivas. d) Estratégias dependentes: são adotadas por empresas que dependem de matrizes ou clientes para o lançamento de produtos, como, por exemplo, os fornecedores de peças e componentes. Nesse caso, a inovação limita-se à implementação de melhorias no processo de produção. e) Estratégias tradicionais: limitam-se a mudanças mínimas nos produtos, em geral, para reduzir custos ou aperfeiçoar um mesmo produto. Essa estratégia é adotada quando o mercado ou a linha de produtos são estáticos. Caso existam pressões competitivas, é possível que a empresa seja impelida a mudar de estratégia para não perder seu posicionamento. f) Estratégias oportunistas: enquadram-se nesse tipo as empresas que sobrevivem em espaços de mercado muito específicos e particulares, aos quais aderem completamente. Aprofunde mais seus conhecimentos mais sobre essas estratégias! Leia Gestão da Inovação Tecnológica, de Dálcio Roberto dos Reis, 2ª edição, editora Manole, 2008. As estratégias tecnológicas das organizações definem as ações para o 51 O Papel Tecnológico nas Estratégias Inovadoras de Marketing Capítulo 5 desenvolvimento das tecnologias que serão necessárias para aplicação em novos produtos e processos, buscando alcançar a visão de futuro. Veja um exemplo de fluxo do processo de planejamento estratégico da inovação: Figura 2 - Fluxograma do processo de planejamento estratégico da inovação Fonte: O autor (2008). A partir da visão da inovação, desenvolve-se uma estratégia tecnológica, traçando objetivos e metas. Através de iniciativas se dá o plano de investimento, concluindo-se no plano de ação. Atividades de estudo: 1) A partir do conteúdo contemplado neste capítulo, reflita acerca das seguintes questões e anote suas reflexões. • Quais tecnologias dominamos? • Quais tecnologias deveríamos dominar para competir no mercado Plano de investimentos Visão da inovação Estratégia tecnológica Objetivos e metas Iniciativas estratégicas Plano de ação 52 Estratégias Inovadoras de Marketing atual? • Quais tecnologias emergentes podem modificar ou afetar o mercado atual? • Que ações devemos fazer para adquirir as tecnologias de que vamos precisar no futuro? ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Algumas Considerações Caro leitor, neste capítulo abordamos o conceito das novas tecnologias e como estas podem ser utilizadas nas organizações como processo inovador de marketing. É claro que, se formos aprofundar o tema, você verá que existe muito mais a saber. Por isso, chegou sua vez! Pesquise na internet, em livros e saiba mais a respeito do tema. Agora, você já está apto a conhecer um fator essencial às estratégias inovadoras de marketing: a criatividade. No capítulo a seguir, veremos como a criatividade pode desempenhar esse papel chave. Então, vamos lá? Referências PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. Competindo pelo futuro. 21. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. REIS, D. R. dos. Gestão da inovação tecnológica. 2. ed. São Paulo: Manole, 2008. REZENDE, Denis Alcides. Tecnologia da informação integrada à inteligência empresarial: alinhamento estratégico e análise da prática nas organizações. São Paulo: Atlas, 2002. CAPÍTULO 6 Criatividade e Inovação A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Definir criatividade. 3 Compreender a cultura da criatividade na organização. 3 Diagnosticar as ferramentas de marketingatravés de seu composto mercadológico. 54 Estratégias Inovadoras de Marketing 55 Criatividade e Inovação Capítulo 6 Contextualização A criatividade sempre esteve presente no processo de vida do ser humano. A necessidade nos torna criativos e, por conseguinte, leva-nos a aperfeiçoar aquilo que já está feito. No mundo globalizado e informatizado, temos que ser criativos. A criatividade está intimamente ligada à inovação. Perceberemos que elas caminham juntas e que ter criatividade pode se tornar um diferencial imprescindível num mundo competitivo. Portanto, neste capítulo, inicialmente, vamos analisar o conceito de criatividade, compreender a cultura da criatividade na organização e, por fim, diagnosticar as ferramentas de marketing através de seu composto mercadológico. Definindo Criatividade “Criatividade é apenas o primeiro passo para que se possa inovar. Além de boas ideias, devemos reconhecer oportunidades para poder aplicá-las, solucionar problemas e obter demanda no mercado.” (SANTOS, 2008). Embora ela sempre estivesse presente, mas não ocupasse a importância devida dentro de uma empresa, a “criatividade” torna- se um segmento empresarial diferente. Definida como a capacidade de criar algo novo e apropriado, a criatividade é essencial para o empreendedorismo que faz surgirem novos negócios e que sustenta as melhores empresas depois de atingir uma escala global. Sabemos que, até o momento, a maioria dos gestores não deu a devida importância a esse departamento. Porém, uma dose maior de criatividade fará muito bem a uma organização. Veja agora algumas dicas de como a criatividade pode dar certo e impulsionar uma empresa. a) Atraia os cérebros certos A primeira prioridade da liderança é envolver no trabalho criativo as pessoas certas, na hora certa e na medida certa. Esse envolvimento inicia quando o líder revê o papel de seus subordinados. Ao invés de arregaçar as mangas e trabalhar, cada indivíduo deve construir com sua imaginação. A “criatividade” torna-se um seg- mento empresarial diferente. 56 Estratégias Inovadoras de Marketing b) Alimente a chama da motivação Dar motivação para que o indivíduo atinja seu rendimento máximo e tenha satisfação no que faz. Isso é imprescindível no trabalho criativo. Um trabalhador sem inspiração para mergulhar a fundo num problema dificilmente chegará a uma solução original. Atividade de Estudo: 1) Reflita: criatividade e inovação são a mesma coisa? Disserte acerca dessa questão. Para ajudá-lo a responder, leia o texto a seguir. Criatividade e inovação O que vem à sua mente quando você pensa sobre a criatividade? Alguns pensam em pessoas muito especiais e que a criatividade envolve talentos extraordinários. Associam criatividade com as artes, com a ciência e grandes invenções. Pensam em Leonardo da Vinci, Mozart, Einstein, Picasso, Santos Dumont, Henry Ford e Steve Jobs. Estas pessoas certamente realizaram coisas notáveis, com impactos profundos e duradouros sobre nossas vidas. Mas há outras valiosas expressões de criatividade que se incorporaram ao nosso cotidiano, mas que não são lembradas quando se fala em criatividade. Muito do que você hoje olha como trivial e corriqueiro, já foi considerado uma notável invenção na ocasião de sua introdução. Refiro-me a invenções simples, mas que se tornaram indispensáveis, como a escada, a tesoura, a chave de fenda, o lápis, o carrinho de supermercado, etc. Da mesma forma, presenciamos diariamente valiosas expressões de criatividade em todos os setores de atividade como artesanato, indústria, comércio, diversão, etc. Esta diversidade de manifestações criativas explica as dezenas de definições para o termo criatividade. A criatividade tem significados distintos para diferentes pessoas e pode ser definida segundo a perspectiva limitada de diferentes disciplinas como negócios, ciências, música, artes plásticas, teatro, dança e arquitetura. Numa perspectiva bastante abrangente, a criatividade pode ser definida como o processo mental de geração de novas ideias 57 Criatividade e Inovação Capítulo 6 por indivíduos ou grupos. Uma nova ideia pode ser um novo produto, uma nova peça de arte, um novo método ou a solução de um problema. Esta definição tem uma implicação importante, pois, como processo, a criatividade pode ser estudada, compreendida e aperfeiçoada. Ela tira da criatividade aquela áurea de um evento mágico, místico e transcendental; um beijo de Deus na sua testa. Ser criativo é ter a habilidade de gerar ideias originais e úteis e solucionar os problemas do dia-a-dia. É olhar para as mesmas coisas como todo mundo, mas ver e pensar algo diferente. O balão de ar quente foi inventado pelos irmãos Joseph e Etienne Montgolfier em 1783. A ideia teria ocorrido a Joseph ao ver a camisola de sua mulher levitar, depois que ela a colocara perto do forno para secar. Daí teria vindo a ideia de construir um grande invólucro em forma de pera, de papel e seda, com uma abertura na base para ser inflado com a fumaça de palha queimada. Milhões de pessoas já tinham visto este fenômeno, mas somente os irmãos Montgolfier tiraram proveito prático desta observação. Eles viram muito mais do que uma camisola flutuando – isto é criatividade. Inovação e criatividade são a mesma coisa? A resposta é não. Criatividade é pensar coisas novas, inovação é fazer coisas novas e valiosas. Inovação é a implementação de um novo ou significativamente melhorado produto (bem ou serviço), processo de trabalho, ou prática de relacionamento entre pessoas, grupos ou organizações. Os conceitos de produto, processo e prática são totalmente genéricos, se aplicando a todos os campos da atividade humana, como indústria, comércio, governo, medicina, engenharia, artes, entretenimento etc. O termo implementação implica ação: só há inovação quando a nova ideia é julgada valiosa e colocada em prática. Os irmãos Montgolfier transformaram a observação de uma camisola flutuando num balão – isto é inovação. Nem sempre a inovação é o resultado da criação de algo totalmente novo, mas, com muita frequência, é o resultado da combinação original de coisas já existentes. A invenção do radar é uma combinação de elementos conhecidos: ondas de rádio, amplificadores e osciloscópios. Algumas importantes inovações consistem de novos usos para objetos e tecnologias existentes. Um bom exemplo é o uso da Internet pelos bancos, permitindo aos clientes o acesso direto aos serviços bancários. Outro exemplo: o uso do telefone celular para monitoramento de portadores de doenças cardíacas. Fonte: CRIATIVIDADE e inovação, jan. 2007. Disponível em: <http://criatividadeaplicada.com/2007/01/24/criatividade- e-inovao>. Acesso em: 15 jan.2009. 58 Estratégias Inovadoras de Marketing Metas para Promover a Cultura da Inovação A imagem a seguir apresenta sugestões de como promover a cultura da inovação através da criatividade. Figura 3 - Um guia para promover a inovação. Fonte: Revista Harvard Business Review (out. 2008, p.64). ... acentue a diversidade. Sua meta é aumentar a criatividade... Reconheça o esforço do outro. Faça perguntas inspiradoras. Permita o surgimento de ideias entre o pessoal. ...lembre- se de que você não é a única fonte de ideias. Combata o mito do inventor solitário. Considere “astro” quem contribui para o sucesso dos outros. Use “totens de coordenação”. ...viabilize a colaboração. Ponha para trabalhar juntos, gente com conhecimentos distintos. Incentive todos a diversificarem suas experiências. Abra a organização à gente criativa de fora. Evite a gestão de processos no início, no que é nebuloso. Dê tempo e recursos suficientes para a exploração. Administre a transição para a comercialização. ...aceite a inevitabilidade e a utilidade do erro. ...trace os estágios da criatividade. Crie segurança psicológicapara que se aprenda o máximo com o erro. Reconheça cada tipo de erro e saiba qual pode ser sua utilidade. Crie bons mecanismos para filtrar ideias. 59 Criatividade e Inovação Capítulo 6 Através da figura acima, pôde-se perceber que ser criativo é promover o sucesso do outro, estar aberto às novas ideias, buscar colaboradores e colaborar. Sozinhos não conseguimos alcançar o sucesso. Na seção a seguir, você conhecerá o que é composto mercadológico, podemos dizer antecipadamente que criatividade e inovação são fundamentais para que o composto mercadológico esteja bem definido em uma organização. Composto Mercadológico Conforme Amabile (2000), composto mercadológico trata do conjunto de pontos de interesse para os quais as organizações devem estar atentas se desejam perseguir seus objetivos de marketing. O composto mercadológico apresenta algumas ferramentas inovadoras de marketing. São elas: a) Estratégias de produtos – as decisões do composto mercadológico começam pelo produto. As decisões relacionadas ao produto são: • Mix de produtos: isto é, quais linhas de produtos serão fabricadas ou comercializadas. • Embalagem: as embalagens servem para proteger, promover e diferenciar. Uma embalagem pode ajudar a comunicar os benefícios dos produtos por meio das cores, do formato e tipo de letra. Facilita também o manuseio do produto, a estocagem e o uso, os quais podem ampliar sua conveniência. • Garantia e serviços pós-venda: os serviços são relevantes para diferenciar os produtos das ofertas concorrentes. Uma empresa pode decidir comercializar um produto e oferecer o treinamento, a assistência técnica, o tratamento especial e personalizado ao cliente e outras formas de serviço, como estratégia para entregar mais benefícios. • Marca e imagem: a diferenciação entre produtos é feita por meio de sua imagem e marca, tanto organizacional quanto de seus produtos e serviços. A marca é parte do produto! b) Estratégias de distribuição – a estratégia de distribuição tem como Conforme Amabile (2000), composto mercadológico trata do conjunto de pontos de interesse para os quais as organizações devem estar atentas se desejam perseguir seus objetivos de marketing. 60 Estratégias Inovadoras de Marketing objetivo permitir que os produtos e serviços estejam disponíveis quando e onde os clientes desejam. O desafio da estratégia de distribuição é garantir que o mercado seja atendido e que os produtos cheguem em condições de uso. As estratégias de distribuição se dão através de: • Estrutura de canal: os produtos podem chegar ao cliente vindos diretamente do fabricante, ou passando por agentes de vendas, atacadistas ou varejistas. A empresa deve decidir se haverá ou não intermediários para alcançar seus clientes finais. • Intensidade da distribuição: esta é outra decisão relevante. Que tipo de canal será utilizado para distribuir os produtos? Se a empresa quer uma ampla cobertura de mercado, promoverá uma distribuição intensiva, permitindo que qualquer cliente em potencial encontre com facilidade o produto. Sendo assim, utilizará um canal mais longo com a ajuda de distribuidores e varejistas. Existem situações em que é relevante selecionar os canais. A empresa decide que somente alguns intermediários podem distribuir seus produtos em função da qualidade dos serviços que prestam e de sua imagem diante dos clientes, promovendo a distribuição seletiva. A distribuição também pode ser exclusiva, a empresa divide a região em áreas e define um distribuidor para cada área. O distribuidor é proibido de distribuir outras marcas da mesma categoria. Assim se tornam distribuidoras exclusivas de uma determinada marca. c) Estratégias de promoção: poucos produtos ou serviços permanecem no mercado sem uma comunicação adequada, e não importa se foram bem desenvolvidos, precificados ou distribuídos. A promoção é uma atividade de comunicação que tem o objetivo de informar, persuadir e gerar lembranças dos produtos e serviços nos clientes atuais e potenciais, visando influenciar suas opiniões ou incitar uma ação. A estratégia promocional é um plano para otimizar o uso das ferramentas promocionais que são: • Propaganda: é uma maneira de se comunicar com o mercado de forma impessoal, utilizando os meios de comunicação de 61 Criatividade e Inovação Capítulo 6 massa ou eletrônicos, tais como jornais, revistas, panfletos ou internet. Visa cumprir objetivos de longo prazo, como formar imagem e construir a percepção desejada na mente do público-alvo. Nesse tipo de ação, sabe-se diretamente quem é o anunciante da mensagem veiculada. • Promoção de vendas: são todas as atividades de marketing que estimulam uma ação imediata, visando ao aumento de vendas no curto prazo. São ações de promoção de vendas: a distribuição de amostras-gratuitas, brindes, bônus, degustação de produtos em pontos de venda e feiras de negócios. • Relações públicas: preocupadas em como são percebidas em seus mercados, as organizações sempre investem na construção de uma imagem pública positiva. As atividades de relações públicas ajudam a organização a promover sua imagem com os clientes, fornecedores, acionistas, governo e na comunidade onde operam. d) Estratégias de preço: a precificação dos produtos envolve uma análise de quatro fatores: • Custo do produto: o processo de precificação deve iniciar com o cálculo dos custos de produção do produto ou serviço. Essa análise é a base para todo o processo de precificação. • Valor para o cliente: o preço deve também considerar o valor percebido por parte do cliente, devendo ser ajustado aos benefícios que a empresa consegue tangibilizar. • Ofertas concorrentes: em quase todas as situações de negociação, a empresa, seus produtos e serviços são comparados às ofertas dos concorrentes. Por isso, é importante, antes de precificar os produtos e serviços, avaliar os preços praticados pelos concorrentes. • Referências internas: outro ponto relevante a ser ponderado é a coerência do valor que está sendo proposto, observando sua consistência com o preço de outros produtos da empresa e com produtos conhecidos pelo cliente. 62 Estratégias Inovadoras de Marketing Atividade de Estudo: 1) De acordo com o que você leu, defina composto mercadológico. ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Algumas Considerações Observamos neste capítulo a importância da criatividade num mercado competitivo. Vimos que empresas que investem neste setor criam um diferencial. Percebemos que o sucesso não se restringe, dentro de uma empresa, a um pequeno grupo, mas sim a todos os setores e a todos os funcionários envolvidos. Também constamos a importância do composto mercadológico para as estratégias inovadoras de marketing. Mas para tudo isso acontecer, é necessário muito esforço e conhecimento do que se está falando. É isso! No próximo capítulo, estudaremos o conhecimento como fundamento estratégico inovador. Bons estudos! Referências AMABILE, T. M. Harvard Business Review. Estratégias para o crescimento. 3.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. CRIATIVIDADE. Criatividade aplicada, 2007. Disponível em: <http:// criatividadeaplicada.com/2007/01/24/criatividade-e-inovao/>. Acesso em: jan. 2009. SANTOS, Eduardo. A inovação vem bem depois da criatividade. Webinsider, 30 jan. 2008. Disponível em: <http://webinsider.uol.com.br/index.php/2008/01/31/a- inovacao-vem-bem-depois-da-criatividade/>. Acesso: 10 jan. 2009. CAPÍTULO 7 O Conhecimento como Fundamento Estratégico Inovador A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: 3 Conceituar conhecimento.
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