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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA VIDA CURSO DE MEDICINA MECANISMOS GENÉTICOS BÁSICOS Efraim Solidade Pacheco Salvador-BA A análise das estruturas DNA – Ácido Desoxirribonucleico e RNA – Ácido Ribonucleico é de fundamental importância, uma vez que desempenham papeis importantes na determinação da estrutura e funcionalidade das células. Nesse sentido, assim como as estruturas dos carboidratos o DNA e RNA são macromoléculas poliméricas e possuem monômeros, ou seja, subunidades que se repetem e formam uma estrutura mais complexa, no caso, os nucleotídeos que por sua vez aparecem na constituição das coenzimas, estrutura do ATP, ADP, AMP e demais moléculas energéticas. Vale ressaltar que a forma precisa de uma estrutura polimérica é conferida pela natureza das ligações covalentes e das ligações não-covalentes. As três ligações não- covalentes fundamentais são: pontes de hidrogênio, interações eletrostáticas e forças de van der Waal. Além disso, tais ligações são grandemente afetadas pela presença da água, em caso de adição de água a cadeia poliméricas são degradadas por hidrólise pela ação catalizadora das enzimas. Indo um pouco mais adiante na estrutura do DNA e RNA, mais especificamente o nucleotídeo sendo ele composto por três unidades químicas importantes: o grupo fosfato - monofosfato, uma pentose – açúcar ribose ou desoxirribose e uma base nitrogenada do grupo Purinas: Adenina e Guanina que possuem dois anéis cíclicos e as Pirimidinas: Citosina, Timina no DNA e Uracila quando se trata em estrutura do RNA, estas possuem um anel cíclico e um heteroátomo de Nitrogênio, esse aparece na constituição dos aminoácidos para a formação de proteínas e nas bases nitrogenadas. A diferença principal entre DNA e RNA é a presença do elemento oxigênio no carbono anomérico das riboses, sendo que essa está ligada a base nitrogenada através da ligação n-glicosídica. O DNA celular contém genes e regiões intergênicas, e as duas regiões podem servir para desempenhar funções vitais às células. O gene tem como definição moderna e bioquímica todo o DNA que codifica a sequência primaria de algum produto gênico, que pode ser tanto um polipeptídio quanto um RNA com funções catalíticas ou estruturais. O DNA também contém outros segmentos ou sequencias com funções puramente regulatórias. As sequências regulatórias fornecem sinais que podem indicar o início ou o fim de um gene, ou influenciar a transcrição de genes, ou funcionar como ponto de início da replicação ou da recombinação. Alguns genes podem ser expressos de formas diferentes que geram vários produtos gênicos diferentes a partir de um único segmento de DNA no mecanismo denomina de transcrição e tradução. Seguindo o dogma central da biologia, há inicialmente a replicação do DNA onde tem caráter semiconservativo, uma vez que cada uma das suas moléculas recém-formadas conserva uma das cadeias da molécula que a originou e forma uma cadeia nova, complementar ao seu molde, possue origem especifica e é bidirecional além de ocorrer na direção 5’- 3’. Já na fase de transcrição é catalisada por RNA-polimerases dependentes de DNA, que usam ribonucleosídeo 59-trifosfatos para sintetizar RNA complementar à fita-molde do DNA duplex. A transcrição ocorre em várias fases: ligação da RNA- polimerase a um sítio de DNA chamado promotor, iniciação da síntese do transcrito, alongamento e terminação. As células eucarióticas têm três tipos de RNA- polimerases. A ligação da RNA polimerase II aos seus promotores precisa de um conjunto de proteínas chamadas de fatores de transcrição. Os fatores de alongamento participam na fase de alongamento da transcrição. A maior subunidade de Pol II tem um longo domínio carboxil-terminal, que é fosforilado durante as fases de iniciação e alongamento. A tradução inicia-se com o transporte de RNAm para o citoplasma e é realizado pelos ribossomos. A tradução requer moléculas adaptadoras, os tRNAs, que reconhecem os códons e inserem os aminoácidos de maneira sequencial apropriada no polipeptídio. O códon AUG sinaliza o início da tradução. Os tripletos UAA, UAG e UGA sinalizam a terminação O código genético padrão e universal em todas as espécies, apresentando pequenas alterações nas mitocôndrias e em alguns organismos unicelulares. As variações ocorrem em padrões que reforçam o conceito de um código universal. Sobre a divisão celular, é preciso ressaltar que sua ocorrência não é aleatória e sofre estímulo, pode ser interrompido e controlado por fatores genéticos e pela sinalização químicas de diversas substâncias. Nesse sentido, faz-se necessário relatar o processo de divisão celular, desde seu momento de “preparação” p divisão – interfase - até de fato a divisão – mitose e meiose e suas fases. Sobre o que é o cromossomo, segundo Lehninger é o repositório da informação genética, ou seja, é uma longa sequência de DNA, que contém vários genes, e outras sequências de nucleotídeos. INTERFASE Nesse período a célula cresce, executa suas funções metabólicas normais e duplica seu DNA. Além disso, nesse período ela se prepara para a divisão. A interfase é dividida em três subfases: G1 (Intervalo 1): antecede a duplicação do DNA. Ocorrem o crescimento em volume e a síntese de RNA e proteínas diversas, requeridas para a subfase seguinte, como as enzimas responsáveis pelo processo de replicação do DNA. (NC: 2; NMD: 2) S (Síntese): Ocorre a duplicação do DNA e dos centrossomos. Os centrossomos são organelas não membranosas, constituídas de uma matriz de fibras de proteínas de onde partem microtúbulos. Estão envolvidos no processo de divisão celular, pois formam uma rede de microtúbulos que movimentam os cromossomos. Geralmente há um por célula, localizado perto do núcleo, e nas células animais os centrossomos possuem um par de centríolos. (NC: 2; NMD: 4) G2 (Intervalo 2): Antecede a divisão. Ocorrem crescimento e síntese de macromoléculas. Os centrossomos começam a migrar e se distanciam um do outro. (NC: 2; NMD: 4) G0: Caso não precise se dividir no momento, ou seja, um dos tipos celulares que consideramos que praticamente não se dividem mais, como os neurônios e células musculares esqueléticas, a célula entra em um estágio chamado G0 antes de finalizar G1. Se houver a necessidade de a célula se multiplicar, ela pode, do estágio G0 retornar ao G1. Já a fase posterior, a mitose, é o processo de divisão nuclear completo no qual normalmente uma célula mãe cresce, duplica seu material genético e gera duas células filhas com o mesmo número de cromossomos e constituição dela. São etapas da mitose: Prófase, Metáfase, Anáfase e Telófase. O processo de meiose ocorre quando uma célula mãe diplóide dá origem a quatro haploides, em um processo equacional ocorrendo em duas etapas com as seguintes subdivisões: Prófase I, Metáfase I, Anáfase I e Telófase I ocorrendo nesta última uma Divisão do citoplasma, originando duas células haploides que irá entrar nas fases posteriores a Prófase II, Metáfase II, Anáfase II e Telófase II. No entanto, a informação passada de uma geração a outra – para as células- filhas na divisão celular ou dos pais para sua prole – não codificada em sequências de DNA, é denominada informação epigenética. A maior parte dessa informação está na forma de modificações covalentes das histonas e/ou no posicionamento de variantes de histonas nos cromossomos. O termo epigenética significa “em adição à informação genética codificada no DNA” (FEINBERG; TYCKO, 2004) A epigenética compreende um conjunto de mecanismos que promovem a regulação da expressão gênica a nível transcricional através de modificações químicas no DNA e na cromatina, como metilação, acetilação e fosforilação, que resultam na consequente mudança fenotípica do indivíduo sem,no entanto, ocorrer nenhuma alteração na sequência do DNA. Essas modificações químicas no DNA são constantemente feitas e desfeitas durante toda a vida do indivíduo, exceto para marcações químicas constitutivas que são herdadas geneticamente, visto que frequentemente os indivíduos entram em contato com agentes promotores desses fenômenos durante a vida. Alterações nos padrões epigenéticos promovendo a expressão aberrante ou o silenciamento de determinados genes podem aparecer em organismos com idade avançada, e em uma ampla variedade de eventos e patologias como no câncer, na inativação do cromossomo X, no imprinting genômico, e em diversas síndromes de ordem neurológica e de prejuízo no desenvolvimento motor. A metilação do DNA é uma das modificações químicas que mais frequentemente ocorrem em eucariotos como plantas, fungos, vertebrados. É uma modificação química na qual normalmente ocorre a adição de um grupamento metil à posição C5 do anel da citosina, catalizada por enzimas DNA metiltransferases, levando à formação de 5-metilcitidina e exerce importantes funções no desenvolvimento embrionário normal, inativação do cromossomo X, regulação gênica, imprinting genômico e modificações da cromatina, imprinting são regiões efetivamente haplóides, o que as torna vulneráveis a mutações recessivas e mudanças epigenéticas. Desse modo, busca-se atualmente o desenvolvimento de drogas que possuem a capacidade de reverter as marcações químicas alteradas em regiões específicas do genoma relacionadas a determinadas doenças. REFERÊNCIA http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/viewFile/5142/13877 Princípios de bioquímica de Lehninger, 6ª edição, David L. Nelson / Michael M. Cox http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/seminabio/article/viewFile/5142/13877
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