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70
Aplicação de protocolo de avaliação 
do desenvolvimento infantil 
realizada por pedagogos em creche: 
um estudo a partir do teste Denver II
Leticia Massa Thomé de Souza
Maria Aparecida Ribeiro Chagas 
Marcia Regina Moscato Amoroso
Graduanda em Pedagogia no Centro Universitário Teresa D'Ávila
lemts@hotmail.com
Graduanda em Pedagogia no Centro Universitário Teresa D'Ávila
machagas30@gmail.com
Mestre em Fonoaudiologia – Docente do Centro Universitário Teresa 
D'Ávila
marciarmoscato@gmail.com
Resumo
A atuação do pedagogo não está mais restrita ao simples ato de conduzir 
uma sala de aula, pois o conhecimento deste profissional permite um leque 
de atividades a serem praticadas. Dentre elas, a aplicação de protocolos de 
avaliação do desenvolvimento é algo a ser tomado como instrumento de 
trabalho pelos pedagogos, com o intuito de identificar possíveis atrasos 
em diversos aspectos do desenvolvimento infantil, de modo que os 
resultados obtidos poderão contribuir tanto para a criança, quanto para 
o pedagogo, o qual será capaz de desenvolver atividades mais coerentes 
com a necessidade e o nível de desenvolvimento em que cada criança se 
encontra. Dessa forma, buscamos responder as seguintes questões: A 
aplicação de protocolo de avaliação do desenvolvimento infantil, realizada 
por pedagogos, possibilita a compreensão da fase evolutiva que a criança se 
encontra, ampliando desta forma a atuação pedagógica dentro da creche? 
Quais as dificuldades que o pedagogo pode encontrar na aplicação do 
teste? O objetivo geral deste estudo é avaliar o nível de desenvolvimento 
neuropsicomotor de crianças em idade pré-escolar, matriculadas em 
uma creche pública situada no município de Lorena, São Paulo, Brasil, 
por meio da aplicação do teste Denver II. O objetivo específico, por sua 
vez, é identificar os principais fatores que podem auxiliar na melhoria do 
71
processo pedagógico, a partir dos resultados obtidos com a aplicação do 
teste. A pesquisa atua de modo a auxiliar os educadores na avaliação do 
desenvolvimento dos alunos e, consequentemente, no planejamento das 
atividades a serem aplicadas, de modo que estas sejam mais específicas, 
de acordo com a necessidade de cada criança e o nível do desenvolvimento 
infantil apresentado para cada uma delas. Trata-se de uma pesquisa 
de campo, cujos dados foram analisados de forma qualitativa. Como 
instrumento de pesquisa, utilizou-se o teste Denver II, o qual foi aplicado 
por duas graduandas do curso de Pedagogia, com o auxílio da professora 
responsável pelas crianças matriculadas na creche. A partir dos resultados 
obtidos com a aplicação do referido teste, pôde-se constatar que as 
quatro crianças avaliadas apresentaram resultados não normais em três 
dos quatro aspectos analisados: pessoal-social, motor fino-adaptativo e 
linguagem; no aspecto motor-grosseiro, por sua vez, o resultado foi normal 
em todos os casos. Conclui-se que a aplicação do teste Denver II garante 
resultados concretos no que diz respeito ao desenvolvimento infantil e, 
uma vez adotado, é capaz de ampliar a concepção que os educadores têm 
de seus alunos, garantindo assim instrumentos capazes de engrandecer 
seu trabalho como profissional da educação e ampliando as possibilidades 
dentro de sua atuação como corresponsável pelo desenvolvimento da 
criança.
Palavras-chave: 
Teste Denver II; Desenvolvimento Infantil; Pré-Escolar; Creche; 
Educadores.
72EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
INTRODUÇÃO
A partir da publicação da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional, nº. 9.394/96, 
as creches passaram, oficialmente, a integrar 
o sistema de ensino. Estabeleceu-se então 
que a Educação Infantil tem como objetivo 
supervisionar e promover o desenvolvimento 
global da criança do nascimento até os seis anos 
de idade, complementando ações da família e da 
comunidade.
Sendo a infância uma fase da vida que requer 
maior atenção nos aspectos físico, emocional, 
cognitivo, pedagógico e de saúde, faz-se 
necessário que instrumentos eficazes para a 
avaliação do desenvolvimento infantil sejam 
empregados desde a vivência na creche, uma 
vez que tais resultados serão tidos como base 
durante todo o período escolar da criança. Vale 
ressaltar que ao apresentar um desenvolvimento 
adequado e saudável nos primeiros anos de vida, 
a criança terá maiores chances de progressão no 
futuro.
Ao atuar em uma creche, o pedagogo se 
depara com crianças em idade pré-escolar, 
período do desenvolvimento compreendido entre 
o terceiro e o final do quinto ano de vida, fase que 
a criança conquista importantes habilidades, 
principalmente em relação à linguagem e à 
socialização, o que contribui para que se torne 
mais independente e com capacidade de afirmar 
sua personalidade de forma única e peculiar. 
O desenvolvimento infantil engloba aspectos 
físicos, emocionais, sociais e cognitivos, e 
refere-se ao período compreendido entre zero 
a seis anos de idade. Os fatores biológicos 
de uma criança podem influenciar no seu 
desenvolvimento a curto e longo prazo, uma vez 
que interferem na formação e maturação dos 
diversos sistemas desde a fase pré-natal. Por 
outro lado, intervenções realizadas no ambiente 
familiar e escolar em cada fase do ciclo de vida da 
criança poderão influenciar na qualidade de seu 
desenvolvimento durante toda sua vida. Desse 
modo, é fundamental que uma atenção especial 
seja dada no que diz respeito ao desenvolvimento 
de cada criança, mas será que a aplicação de 
protocolo de avaliação do desenvolvimento 
infantil, realizada por pedagogos, possibilita a 
compreensão da fase evolutiva que a criança 
se encontra, ampliando desta forma a atuação 
pedagógica dentro da creche? E quais as 
dificuldades que o pedagogo pode encontrar 
durante a aplicação do teste?
Inúmeros são os métodos empregados para 
avaliação do desenvolvimento infantil; escalas e 
testes são utilizados mundialmente, na tentativa 
de quantificar e qualificar o desenvolvimento da 
criança. O Denver II é o teste de rastreamento de 
risco de desenvolvimento infantil mais utilizado 
no Brasil, sendo empregado também em diversos 
países. Este instrumento inclui avaliação de 
comportamento social e pessoal, linguagem 
e habilidades motoras preconizadas como 
típicas do desenvolvimento. O desenvolvimento 
cognitivo da criança é avaliado pela capacidade 
de compreensão de instruções, conceituação 
de palavras, nomeação de figuras e habilidades 
pessoal-social. 
A padronização do teste de Denver na 
população brasileira foi realizada por Drachler, 
Marshall e Carvalho-Leite (2007) em um estudo 
realizado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. 
Os autores avaliaram 3.389 crianças com idades 
abaixo dos cinco anos, permitindo, então, o 
ajuste do teste de desenvolvimento de Denver 
II ao contexto cultural brasileiro. Segundo Brito 
et al. (2011) vale ressaltar que o desenvolvimento 
infantil é acompanhado por organizações 
nacionais e internacionais e indica o índice de 
73 EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
desenvolvimento de um país, bem como o nível 
de atenção à saúde, a educação e as condições 
sanitárias. 
A creche foi o local escolhido pelos 
pesquisadores para desenvolver o presente 
estudo, por se tratar de um ambiente que agrega 
crianças em fase inicial de seu desenvolvimento, e 
envolve o pedagogo de modo que seja necessário 
um conhecimento básico mediante o nível de 
desenvolvimento de cada criança, de acordo com 
a faixa etária em que a mesma se encontra.
O objetivo geral deste estudo é avaliar o 
nível de desenvolvimento neuropsicomotor das 
crianças em idade pré-escolar, matriculadas em 
uma creche pertencente à rede pública de ensino, 
situada no município de Lorena, São Paulo, 
Brasil, através da aplicação do teste Denver II. 
O objetivo específico, por sua vez, é identificar 
os principais fatores que podem auxiliar na 
melhoria do processo pedagógico, a partir dos 
resultados obtidos com a aplicaçãodo teste. 
Nota-se a importância deste trabalho para a 
atuação dos pedagogos, no que diz respeito em 
obter resultados mais precisos referentes ao 
desenvolvimento neuropsicomotor dos alunos. 
Desta forma, poderão ser pré-estabelecidas 
atividades mais coerentes com a necessidade 
de cada criança, de acordo com o nível do 
desenvolvimento infantil em que a mesma se 
encontra. Além disso, os resultados obtidos após 
a aplicação do teste Denver II, irão beneficiar a 
própria criança em seu desenvolvimento motor/
intelectual/social, pois caso seja diagnosticado 
algum tipo de déficit em alguma destas áreas, 
com o auxílio dos pais ou responsáveis e dos 
educadores, ela poderá desenvolver atividades 
que influenciem positivamente no seu 
desenvolvimento.
REFERENCIAIS TEÓRICOS
Erikson (1998) afirma que durante a fase do 
desenvolvimento infantil compreendida entre 
zero e seis anos de idade, a criança parece 
dotada de uma energia interminável, que é 
extravasada principalmente através do brincar 
e de atividades motoras (correr, pular, subir, 
descer, entre outras). A criança está aprendendo 
também como funciona o mundo social e como 
ela funciona dentro dele.
Em seu trabalho, Barbosa (2004) diz que 
os primeiros anos de vida da criança são 
fundamentais para seu desenvolvimento, pois 
envolvem de forma significativa os aspectos 
físico, emocional, cognitivo e espiritual, os quais 
servirão como alicerces para sua aprendizagem 
e interação com o mundo físico e social. Porém, 
deve ser considerado não apenas a possibilidade 
de a criança se tornar bem sucedida no futuro, 
mas, principalmente, o fato de proporcionar à 
criança espaços onde ela possa se desenvolver de 
maneira plena e viver sua vida hoje.
Segundo Souza (2008), as concepções 
de educadoras de creche, referentes ao 
desenvolvimento de crianças em fase pré-escolar, 
têm ênfase no ambiente e na prática profissional, 
isto é, as educadoras acompanham e avaliam o 
desenvolvimento infantil através da observação 
diária, estabelecendo comparações entre as 
próprias crianças e destas com parâmetros pré-
estabelecidos referentes ao comportamento 
esperado para crianças de faixa etária equivalente. 
Diante das dificuldades infantis, inclusive 
relacionadas a bebês com necessidades especiais, 
as educadoras tomam iniciativas próprias e em 
sua rotina de trabalho não há tempo nem espaço 
dedicados exclusivamente para realização de 
um planejamento; dessa forma suas ações são 
baseadas na resolução imediata dos problemas, 
74EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
o que provoca nestas profissionais uma sensação 
de sobrecarga e exaustão no final de cada 
expediente.
Em um estudo realizado por Silva (2003), as 
educadoras entrevistadas afirmaram que a creche 
é vista pela sociedade como um ambiente criado 
com uma única finalidade: a permanência de 
crianças que se encontram na ausência dos pais 
enquanto estes trabalham. Nesta circunstância, 
vale-se destacar a grande influência que o 
educador tem sobre o desenvolvimento infantil, 
uma vez que este profissional interage durante 
horas com as crianças, acompanhando-as em 
diferentes aspectos de seu desenvolvimento. 
Tais ideias se relacionam com o estudo de Eltink 
(1999), no qual o educador é apontado como peça 
fundamental para o bom atendimento dentro 
da creche, sendo este o principal responsável 
pela observação constante, pela pesquisa, pelo 
diálogo e pelo planejamento, de modo que esta 
interação com as crianças e com a comunidade 
lhe propicie certa autonomia na hora de analisar 
a realidade em que está inserido e na busca por 
soluções viáveis. Dessa forma, é possível afirmar 
que muito além do cuidado diário, o educador 
pode e deve desenvolver atividades voltadas 
para a promoção do desenvolvimento infantil, 
organizadas mediante um planejamento, no 
qual se faz necessário uma reflexão prévia das 
atitudes a serem tomadas, ao invés das decisões 
imediatistas que permeiam a realidade das 
creches.
Por outro lado, será que os próprios educadores 
reconhecem tamanha responsabilidade e 
influência que possuem sobre o desenvolvimento 
dos alunos? Ou ainda, utilizam métodos e 
instrumentos adequados para acompanhar 
o desenvolvimento das crianças? A falta de 
recursos que proporcionem ao educador maior 
credibilidade e segurança no desenvolver de seu 
trabalho faz com que este profissional, muitas 
vezes, não seja capaz de realizar uma análise 
mais precisa e detalhada, no que diz respeito ao 
desenvolvimento infantil. 
Tal problema é abordado por Melchiori e 
Alves (2001) em uma pesquisa realizada com 
educadoras de creches, na qual elas subestimam 
sua influência perante o desenvolvimento dos 
bebês que ficam sob seus cuidados, sendo esta 
considerada menor do que as mães exercem. Isso 
ocorre apesar de as mesmas estarem cientes do 
tempo que passam com as crianças, o qual varia 
entre quatro e dez horas por dia.
Souza (2008) afirma que o educador deveria 
estar ciente quanto à importância de sua função 
educativa junto à criança pequena e quanto à 
importância da creche como espaço de promoção 
do desenvolvimento e de prevenção de seus 
distúrbios. Se além do educador, a comunidade na 
qual a creche está inserida também fosse capaz 
de compreender este fator, talvez se verificasse 
maior empenho em tornar o atendimento à 
criança pequena algo mais elaborado e, portanto, 
mais adequado.
Dessa forma, verifica-se a necessidade 
real para solução deste problema, ou seja, por 
meio da aplicação de protocolos de avaliação 
do desenvolvimento infantil, no caso, do teste 
Denver II. O Teste de Denver é uma escala 
de triagem utilizada para verificar o atraso 
no desenvolvimento infantil; o mesmo foi 
desenvolvido por Willian K. Frankenburg em 
1967, na universidade de Colorado, Denver. Sua 
aplicação se dá em crianças desde os quinze dias 
até os seis anos de idade. Segundo o próprio 
nome indica, este é um teste para triagem 
e não para diagnóstico de anormalidades 
de desenvolvimento, e tem como objetivo a 
75 EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
identificação precoce de algum possível desvio 
e acompanha o desenvolvimento de todas as 
crianças, sejam elas de risco ou não. 
De acordo com os critérios de avaliação 
previstos no manual do teste, sua interpretação 
global é feita como — normal, não normal, 
questionável e não testável. É importante 
ressaltar que por se tratar de um teste de triagem, 
um resultado não normal alerta para um risco 
potencial que deve ser confirmado mediante 
testes diagnósticos. Além disso, a avaliação do 
desenvolvimento em um único momento não 
permite que se determine de forma definitiva 
um atraso no desenvolvimento da criança. 
Através desta identificação precoce pode ser 
possível o estabelecimento de programas de 
intervenção que visem à prevenção de distúrbios 
no desenvolvimento (HALPERN et al., 1996).
MATERIAL E MÉTODO
Trata-se de uma pesquisa de campo, cujos 
dados foram analisados de forma qualitativa. 
Como instrumento de pesquisa utilizou-se o 
teste Denver II, o qual foi aplicado por duas 
graduandas do curso de Pedagogia, com o 
auxílio da professora responsável pelas crianças 
matriculadas no Maternal I, em uma creche 
pública situada no município de Lorena, São 
Paulo, Brasil.
O teste Denver II consiste em 125 itens que 
são divididos em quatro grupos: a) Pessoal-
Social: aspectos da socialização da criança 
dentro e fora do ambiente familiar; b) Motor 
adaptativo: coordenação olho-mão, manipulação 
de pequenos objetos; c) Linguagem: produção de 
som, capacidade de reconhecer, entender e usar 
linguagem e d) Motor Grosso: controle motor 
corporal, sentar, caminhar, pular e todos os 
demais movimentos realizados pela musculatura 
ampla. Estes itens são administrados diretamente 
à criança e em alguns deles é solicitado que a mãe 
informe se a criança realiza ou não determinada 
tarefa (HALPERNet al, 1996). 
Os itens avaliados são apresentados em forma 
de gráfico, e em cada marco do desenvolvimento, 
é possível observar os respectivos limites mínimo 
e máximo da idade de aparecimento. Os itens são 
codificados individualmente em passa, falha, ou 
recusa (não testável), de acordo com a habilidade 
da criança em realizar determinado item. 
A amostra de crianças avaliadas pertence a 
faixa etária que varia entre 2 anos e 3 anos e 1 
mês de idade. Trinta é a totalidade de crianças 
desta turma. Estabeleceu-se que quatro 
crianças seriam os sujeitos da pesquisa: duas 
crianças deveriam apresentar, aparentemente, 
desenvolvimento típico e as outras duas 
deveriam apresentar, aparentemente, algum 
tipo de alteração em seu desenvolvimento. A 
professora da sala selecionou, a partir desse 
critério, as quatro crianças. As duas crianças 
com desenvolvimento aparentemente típico 
pertencem ao sexo masculino e ao sexo feminino 
respectivamente, o mesmo equivale para as 
crianças que aparentemente apresentam alguma 
alteração em seu desenvolvimento. As crianças 
foram observadas individualmente, seguindo a 
tabela de aplicação do teste Denver II segundo 
Beteli (2006), de modo que, para cada criança 
houve uma tabela equivalente.
Após a assinatura do TCLE e autorização da 
instituição com parecer substanciado pelo CEP, 
CAAE nº. 50387915.5.0000.5431, as crianças 
foram avaliadas por meio do instrumento teste 
de triagem Denver II (Figura 1). As respostas 
foram anotadas e avaliadas, seguindo os 
procedimentos pré-estabelecidos para aplicação 
do referido teste.
76EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
DISCUSSÕES E RESULTADOS
Os resultados encontrados na aplicação do teste foram avaliados 
individualmente. As crianças foram nomeadas, para efeito de análise, como 
A, B, C e D. Vale ressaltar que A e B eram consideradas pela professora, 
aparentemente, com alguma alteração em seu desenvolvimento e, C e D 
eram consideradas com desenvolvimento aparentemente típico.
Figura 1 - Teste de 
Triagem Denver II
Fonte: BETELI, V. C. 
Acompanhamento 
do desenvolvimento 
infantil em creches. 
Dissertação de 
Mestrado em 
Enfermagem – 
Universidade de 
São Paulo, 2006.
77 EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
Criança A: Com 2 anos e 11 meses, pertencente ao sexo feminino, A 
mostrou-se, no momento da aplicação do teste, alegre, sociável com as 
outras crianças, e discretamente retraída com os adultos. Apresentou-se 
calma e um pouco desatenta, mas logo se interessou e, aparentemente, 
gostou de realizar o teste. Seu histórico familiar é aparentemente adequado: 
os pais são casados e pareceram ser atenciosos e carinhosos. A apresentou 
resultados não normais em três dos quatro aspectos analisados: pessoal-
social, motor fino-adaptativo e linguagem. No aspecto motor-grosseiro o 
resultado foi normal.
78EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
Criança B: Com 2 anos e 10 meses, pertencente ao sexo masculino, 
B mostrou ser uma criança alegre, que se socializa bem com as outras 
crianças e com os adultos; segundo a professora, B. é bagunceiro e meio 
desatento, um pouco agitado e prestativo. Quanto ao histórico familiar, 
os pais são separados; B. mora com sua mãe, e com irmãos adolescentes 
de outro casamento. No momento da aplicação do teste mostrou-se 
desatento e com pouco interesse nas atividades propostas. B. apresentou 
resultados não normais em três dos quatro aspectos analisados: pessoal-
social, motor fino-adaptativo e linguagem. No aspecto motor-grosseiro o 
resultado foi normal.
79 EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
Criança C: Com 2 anos e 6 meses, pertencente ao sexo feminino, C mostrou 
ser uma criança muito alegre, e sociável com crianças e adultos. Segundo a 
professora, C. é uma criança calma, esperta e não aprecia dividir os brinquedos. 
Seu histórico familiar é de uma família aparentemente adequada: os pais são 
casados e parecem ser atenciosos e carinhosos. No momento da aplicação do teste 
se comportou bem, se distraiu muito pouco na hora de responder as perguntas e 
demonstrou interesse constantemente; fez perguntas sobre os objetos utilizados 
durante o teste e, aparentemente, gostou de realizá-lo. C. apresentou resultados 
não normais em três dos quatro aspectos analisados: pessoal-social, motor fino-
adaptativo e linguagem. No aspecto motor-grosseiro o resultado foi normal.
80EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
Criança D: Com 2 anos e 6 meses, pertencente ao sexo masculino, D mostrou 
ser uma criança muito alegre, que se socializa bem com as outras crianças e com 
os adultos. Segundo a professora, é uma criança calma e muito esperta, com todos 
os comportamentos típicos de sua idade. Seu histórico familiar revela mãe usuária 
de drogas ilícitas e ausência de registro de quem seja seu pai. D é criado por sua tia 
sendo que ambos moram na mesma casa de sua mãe. No momento da aplicação do 
teste se comportou muito bem, mantendo-se concentrado na hora de responder as 
perguntas e realizar os testes; demonstrou interesse e gostou de fazê-los. D apresentou 
resultados não normais em três dos quatro aspectos analisados: pessoal-social, motor 
fino-adaptativo e linguagem. No aspecto motor-grosseiro o resultado foi normal.
81 EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
Diante de tais resultados, evidencia-se a 
semelhança nas respostas das quatro crianças 
analisadas. Por estarem todos os dias, durante 
muitas horas numa mesma classe, dentro 
da creche, as crianças apresentam níveis de 
dificuldades semelhantes na realização das 
atividades. Isso mostra que as atividades que 
promovem o desenvolvimento da coordenação 
motora grossa das crianças estão sendo 
aplicadas constantemente, entretanto, 
atividades responsáveis por desenvolver a 
linguagem das crianças devem ser exercitadas 
com maior frequência, como por exemplo, 
contar histórias oralmente ou através de teatro 
de fantoches, dentre outras.
Também foi possível perceber que todas 
as crianças apresentaram resultados abaixo 
do esperado no fator pessoal-social, mais 
especificamente em atividades relacionadas 
à autonomia. Dessa forma, os resultados 
comprovam a necessidade das educadoras 
permitirem que as crianças desenvolvam suas 
autonomias por meio de atividades simples 
como escovar os dentes ou se vestir, mas de 
forma individual, isto é, sem o auxílio de um 
adulto.
Por fim, no aspecto motor fino-adaptativo 
as crianças também apresentaram algumas 
dificuldades na realização das atividades, 
porém, em níveis diferentes. Dessa forma, 
nota-se a necessidade de explorar de forma 
constante atividades que auxiliem neste 
aspecto, como por exemplo, desenhar, pintar 
utilizando os dedos ou pincéis, montar 
blocos, manusear peças pequenas ou realizar 
atividades utilizando massinha de modelar.
Sugere-se que os aspectos que apresentaram 
resultados abaixo do esperado devem ser 
repensados no momento do planejamento das 
atividades, de modo a serem trabalhados com 
mais frequência em prol do desenvolvimento 
integral das crianças.
No que diz respeito à aplicação do 
protocolo de avaliação, por se tratar de um 
teste desenvolvido para população americana 
e caracterizado pela cultura deles, apenas 
traduzido para o português, foram encontradas 
dificuldades na compreensão de algumas 
questões, como por exemplo, “Coloca bloco na 
caneta”, devido ao fato de não apresentar uma 
explicação pertinente nas Instruções do Teste 
de Desenvolvimento Denver II. Apesar disso, 
o teste tido como instrumento de pesquisa se 
mostrou bem simples e objetivo na hora de 
sua aplicação, depois de recebidas as devidas 
orientações. 
Klausing et al (2004) em seu estudo, discute 
as principais dificuldades encontradas durante 
a aplicação do teste Denver II, agrupando-as 
em três categorias, a saber: as relacionadas 
ao Teste de Denver II em si, a habilidade em 
lidar com as crianças e as dificuldades em 
relação à estrutura da creche. Quanto às 
“dificuldades relacionadasao teste em si”, está 
a clareza dos itens da tabela, que se dá devido 
ao fato de a tabela ser uma tradução do inglês, 
podendo apresentar possíveis dificuldades no 
entendimento de alguns de seus itens. Porém, 
tal dificuldade poderia ser amenizada através 
da leitura sistemática do manual que explica 
detalhadamente todos os itens assim como o 
acesso a ele durante a aplicação. 
 Na questão “habilidade em lidar com as 
crianças”, a dispersão das mesmas se mostrou 
frequente, também observado em um dos casos 
apresentado no presente trabalho. Tal fator 
pode estar relacionado com a inexperiência 
do aplicador com o teste, já que a condução 
deste protocolo requer certa habilidade do 
82EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
aplicador para direcionar a atenção da criança 
ao item testado; porém, é algo que pode 
ser aperfeiçoado caso o teste seja aplicado 
constantemente pelos pedagogos nas creches.
A categoria “dificuldades em relação à 
estrutura da creche” está relacionada ao fato de 
as creches, em alguns casos, não disporem de 
um local apropriado para a realização do teste 
e devido à falta de tempo, o que pode ocorrer 
pela dinâmica de horários destinados ao sono, 
alimentação, chegada e saída de cada creche, 
o que acaba reduzindo o tempo de contato 
do aplicador com as crianças. Percebemos 
também esta dificuldade na aplicação do teste, 
o que caracteriza a falta de um planejamento 
que priorize a aplicação de protocolos de 
avaliação do desenvolvimento infantil. Tais 
fatores vão de acordo com o estudo realizado 
por Souza (2008), o qual destaca a atuação 
do pedagogo dada por meio de alternativas 
e decisões imediatas, isto é, uma rotina de 
trabalho caracterizada pela realização das 
atividades cotidianas de modo automático.
CONCLUSÃO
Foram avaliados os níveis de 
desenvolvimento neuropsicomotor das 
crianças em idade pré-escolar, matriculadas 
no maternal I em uma creche pública no 
município de Lorena, São Paulo, Brasil.
A aplicação do teste utilizado como 
instrumento de pesquisa possibilitou a 
identificação de alguns fatores que podem 
auxiliar na melhoria do processo pedagógico, 
dentre eles cabe citar os resultados obtidos 
com precisão em relação às quatro áreas do 
desenvolvimento infantil, sendo elas: pessoal-
social, motor adaptativo, linguagem e motor 
grosso, o que possibilitou a equipe escolar uma 
representação visual de aspectos relacionados 
ao desenvolvimento infantil, notados 
anteriormente, devido ao convívio com as 
crianças. Dessa forma, vale ressaltar que o teste 
auxilia toda equipe pedagógica na elaboração 
do planejamento das aulas, de modo a promover 
uma reflexão mediante as atividades a serem 
aplicadas em prol do desenvolvimento integral 
das crianças, considerando as áreas onde elas 
apresentam maior dificuldade.
Mediante tais fatores, a concepção que as 
educadoras da creche têm sobre as crianças se 
torna mais ampla e precisa, de modo que seja 
possível detectar as áreas onde os alunos se 
apresentam abaixo do esperado de acordo com 
a idade em que se encontram. 
No que diz respeito à questão do pedagogo 
se apropriar de instrumentos de avaliação 
mais eficazes e devidamente validados, e 
estar ciente de sua responsabilidade sobre o 
desenvolvimento das crianças pequenas, vale 
destacar que, de fato, a aplicação de protocolos 
beneficia o seu trabalho, de modo a garantir 
a concretização daquilo que se observa 
diariamente, em relação ao desenvolvimento 
das crianças, em seus diferentes âmbitos. 
O teste Denver II, apesar de apresentar 
algumas dificuldades no momento de sua 
aplicação, pode ser definido como um protocolo 
simples e completo, capaz de garantir uma 
visão global de cada aluno, possibilitando a 
rápida visualização das áreas onde a criança se 
encontra abaixo do esperado, as quais devem 
ser mais bem trabalhadas a fim de promover a 
evolução constante da criança. 
Vale ressaltar que a reaplicação do teste 
é fundamental para o acompanhamento 
contínuo, possibilitando, assim, melhores 
resultados no desenvolvimento das crianças. 
Portanto, todos educadores são capazes de se 
83 EIE - nº 02 | vol 01 | 2018
apropriarem de protocolos de avaliação como 
este, o que carece apenas é a conscientização 
do profissional da educação responsável 
pelos anos iniciais sobre sua influência neste 
processo e, consequentemente, a busca 
constante por novos conhecimentos, o que lhe 
possibilitaria maior sucesso em seu trabalho. 
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Silvia Néli Falcão. Nas tramas do 
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	ARTIGO 05 - Aplicação de protocolo

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