Prévia do material em texto
Ana Lorena – 2º P Para o exame coloca-se a mulher em posição de litotomia pedindo a ela que deslize para a ponta da mesa até as nádegas ultrapassarem um pouco a margem da mesa. As coxas devem manter-se em flexão, abdução e rotação externa na altura dos quadris. Cobre-se a paciente da metade do abdome até os joelhos e a cabeça apoiada em uma almofada. » O examinador inicia a inspeção pela distribuição dos pelos pubianos (monte de vênus), que podem ser sede de pediculose ou outras alterações e a seguir observa o clitóris, o meato uretral, os grandes e os pequenos lábios e o períneo. » O clitóris deve ser analisado em seu formato e tamanho, que pode estar alterado em estados intersexuais, e o meato uretral pode apresentar ectrópio e carúncula. » Afastando-se os pequenos lábios, observa- se o hímen, que pode apresentar-se íntegro ou roto ou ainda excepcionalmente imperfurado. Pode-se observar alterações nas glândulas de Bartholin (glândulas maiores) as quais podem ser sede de abscessos, e nas glândulas parauretrais ou de Skene (glândulas menores). » Nos casos de abscessos da glândula de Bartholin, os grandes lábios tornam-se assimétricos devido ao processo inflamatório instalado na região. Ana Lorena – 2º P » As paredes vaginais podem apresentar-se fora da posição correta, tanto anterior como posteriormente. O examinador pode observar procedência da parede vaginal anterior que pode resultar da descida da bexiga de sua posição correta (cistocele), geralmente resultado de múltiplos partos ocorridos por via vaginal. Da mesma forma, pode ocorrer procedência da parede vaginal posterior, resultante da saída da posição correta do reto (retocele), também em pacientes multíparas. » Toda a pele e a mucosa d a genitália externa devem ser cuidadosamente analisadas, pois essa região pode ser sede de diversos tipos de doenças sexualmente transmissíveis como sífilis, herpes genital e lesões causadas pelo papilomavírus humano (HPV), incluindo o condiloma acuminado, além de distrofias vulvares e processos neoplásicos malignos. » Solicita-se a paciente que faça uma manobra de esforço, como a manobra de Valsalva, no sentido de ressaltar possíveis quadros de perda urinária por meio do meato uretral e acentuar as procedências das paredes vaginais. » Durante a palpação dos genitais externos, o examinador pode perceber pequenos cistos das glândulas de Bartholin ou de Skene, além de avaliar de modo objetivo a integridade da musculatura do assoalho pélvico. » Pode utilizar espéculos de plástico descartável ou espéculos permanentes. » Entreabre-se o introito vaginal com dois dedos e introduz-se o espéculo fechado lentamente a 45 graus ou, se a apresentação for adequada, a 90 graus, exercendo-se leve pressão contra a parede posterior da vagina até atingir o fundo vaginal. » Direciona-se o aparelho até atingir o ponto correto para, a seguir, abri-lo até observarem-se o colo uterino, as paredes vaginais e o conteúdo vaginal. » Nesse momento, o examinador pode realizar exame complementar simples: a coleta de esfregaço cervicovaginal para análise da citologia oncótica pelo método de Papanicolaou, que se mantém como bom teste de rastreamento para o carcinoma de colo uterino. » Ao final do exame, o espéculo é retirado lentamente, permitindo ao examinador reobservar as paredes vaginais de forma detalhada. Ana Lorena – 2º P » O exame deve ser feito em pacientes que já tiveram relações sexuais. » O toque vaginal é realizado com a mão envolvida em luva lubrificada, introduzindo- se os dedos indicador e médio gradualmente até atingir o colo uterino. » Avaliam-se as paredes vaginais e a posição, formato, permeabilidade, mobilidade e consistência do colo uterino, que deve ser semelhante à da cartilagem nasal em pacientes não-grávidas e semelhante à do lábio nas gestantes. » Colo uterino irregular e friável pode significar presença de carcinoma. » O examinador deve atingir os fórnices vaginais (encontro do canal vaginal com o colo do útero) no intuito de notar abaulamentos ou hipersensibilidade que podem ocorrer devido à presença de coleções purulentas ou sangue, assim como avaliar os ligamentos uterossacros, posteriores ao útero, que podem apresentar espessamentos ou nódulos sugestivos de endometriose. » Realiza-se por meio do toque bimanual a avaliação do corpo uterino, observando-se seu tamanho, consistência e regularidade, e das regiões anexiais. » Inicialmente, o examinador eleva o colo uterino e palpa o fundo uterino com sua outra mão colocada acima da sínfise púbica, detalhando tamanho, forma, posição e mobilidade do órgão que pode revelar alterações como tumores sugestivos de miomas, aumento do volume sugestivo de gestação e dor à mobilização que pode significar doença inflamatória pélvica. » Envolve a avaliação das regiões anexiais, pelas quais o examinador toca o fundo de saco lateral de ambos os lados, concomitante à pressão da mão abdominal lateralmente ao útero, tentando palpar os ovários. » Os ovários podem ser palpados em pacientes magras, revelando-se dolorosos, mas as trompas somente são sentidas em condições adversas. » É realizado em pacientes virgens para permitir a avaliação dos órgãos genitais internos, assim como em casos nos quais o toque vaginal não é possível de ser realizado, como o de paciente com estenoses vaginais congênitas ou pós-radioterapia. » É etapa obrigatória a ser realizada nos casos de câncer de colo uterino para avaliação de comprometimento dos paramétrios, definindo-se o estadiamento do tumor, além Ana Lorena – 2º P dos casos de câncer do ovário, quando se observam, por meio desse toque, possíveis comprometimentos nodulares do fundo de saco posterior. Toque unidigital: por ser bem tolerado, deve ser o inicial, pois propicia a indispensável colaboração da paciente. A seguir executam-se as seguintes manobras: expressão da uretra, palpação das glândulas vestibulares e palpação das paredes vaginais, observando-se elasticidade, capacidade, extensão, superfície, irregularidades, sensibilidade e temperatura. Ainda no toque unidigital, obtém-se uma primeira impressão sobre os fundos de saco e o colo do útero. Toque bidigital: analisam-se o colo do útero e os fundos de saco vaginais. No colo do útero analisam--se orientação, forma, volume, superfície, consistência, comprimento, sensibilidade, mobilidade, orifício externo (puntiforme, entreaberto, permeável à polpa digital) e lacerações. Nos fundos de saco, ou fórnices, verificam-se distensibilidade, profundidade, sensibilidade, se estão livres ou ocupados, rasos ou bombeados. Quando ocupados, definir se trata-se de tumoração sólida ou cística, dolorosa ou indolor, fixa ou não. Toque combinado: é realizado da seguinte maneira: enquanto uma das mãos palpa o hipogástrio e as fossas ilíacas, a outra realiza o toque vaginal, retal ou o combinado (retovaginal). É a melhor maneira de obter uma ideia tridimensional da pelve da mulher.