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1 Contos novos Mário de AndrAde OBRA LiteráriA Mário de AndrAde (1893-1945) Mário de Andrade é uma das vozes mais importantes do cenário literário e político brasileiro. Ativo participante dos eventos que marcam o Modernismo nacional, é um grande nome quando se pensa a literatura nacional. Tendo empre- gado um projeto de valorização e construção de um Brasil desvinculado do projeto colonial, o escritor foi pessoa sig- nificativa não apenas na área dos estudos literários, mas também na área da cultura. Recentemente, descobertas em arquivos pessoais, bem como a oficialização da sua obra como domínio público, o alçaram outra vez à luz de uma série de estudos. Esses estudos passaram a revisitá-lo não somente pelo caráter impressionante de sua obra, mas por uma homossexuali- dade/bissexualidade que nunca havia sido revelada publi- camente em vida. Importante pauta da contemporaneida- de, não se trata de modificar as pretensões e a genialidade da obra, mas de, àquele que se dedica a estudar o autor, perceber que questões de apurado senso crítico contempo- râneo podem permear, pois sempre permearam, a história do nosso tempo. Contos novos Contos novos é uma antologia de contos publicada dois anos após a morte de Mário de Andrade. Trata-se de uma produção em que se reúne uma espécie de síntese das principais características do autor. Ao mesmo tempo, por- tanto, que a obra se mostra recheada por um frescor mo- dernista típico da primeira geração, podemos já perceber um tom de maturidade, no que tange a própria crítica a esse projeto que ali será encontrada. Mário de Andrade foi autor de diversos gêneros textuais (crônicas, romances, ensaios, cartas, contos). Os resultados alcançados, dessa forma, na elaboração dos Contos novos, a que muitos atribuem um período de crise pessoal, são AN N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 2 dignos de serem comparados a contistas de renome, como Machado de Assis. A revisitação, dessa forma, que Mário empreende à sua própria trajetória e, consequentemente, à trajetória moder- nista, pode ser dada como um ponto-chave para o início da leitura. O leitor que adentrar os Contos novos, dessa forma, precisa saber situá-lo não apenas em meio ao percurso de um movimento literário-artístico que marcou o País, mas também no que tange o movimento de um homem de grande importância histórica para a nação brasileira. Estrutura e temáticas Os nove textos que compõem os Contos novos podem ser divididos a partir do seu foco narrativo. De tal modo, temos quatro contos narrados em primeira pessoa, que trazem um narrador comum: Juca é personagem, portanto, a que vale debruçar-se para uma maior análise. Afinal, ele é o fio condutor de metade das histórias lidas, carregando con- sigo uma personalidade marcada por uma opressão, na figura da rejeição, e pela luta contra a repressão. Nos contos narrados por Juca, a temática da libertação em oposição à opressão não é sempre marcada por um final feliz. Pelo contrário, muitas vezes o que fica implícito é a força das amarras sociais e psicológicas agindo sobre o narrador-personagem. Em outra instância, contudo, temos cinco contos narrados em terceira pessoa. Neles, uma dimensão coletiva aparece com um pouco mais de evidência, expondo para os leitores dois outros temas: solidão e solidariedade. É possível res- gatar nesses contos, ainda, relações com o clima de ditadu- ra que havia se instaurado no País. Contos em 1ª pessoa Contos em 3ª pessoa Vestida de preto O ladrão O peru de Natal Primeiro de Maio Frederico Paciência Atrás da catedral de Ruão Tempo de camisolinha O poço Nelson Resumo dos contos Vestida de preto Juca, o narrador, relembra no conto Vestida de preto uma aventura de amor que tivera com a prima, Maria, durante a infância. Porém, no período da adolescência, ocorre um afastamento entre os dois. Juca se torna um mau aluno e isso afasta a menina. A história se desenvolve até o pon- to de um reencontro, que devolve aos dois personagens antigas sensações, no entanto, o conto finaliza em uma limitada conversa rápida e uma despedida seca. O ladrão Narra a história da perseguição de um ladrão. O conto exi- be uma sequência de episódio envolvendo a situação. O final termina com a dispersão dos grupos envolvidos nos episódios, restando apenas algumas pessoas reunidas no ponto do bonde. Primeiro de Maio O cenário é São Paulo. No conto, uma personagem intitu- lada carregador de malas 35, que trabalha na Estação da Luz, decide que vai faltar ao trabalho no Dia do Trabalho. Arruma-se, veste uma roupa bonita, faz a barba e sai de casa. Sem se dar conta, acaba indo no caminho do traba- lho. A cidade está cheia de policiais. Depois de passar o dia observando as comemorações de Primeiro de Maio (Dia do Trabalhador), o 35 retorna à Estação da Luz e ajuda um companheiro a trabalhar. Atrás da catedral de Ruão Quarentona e virgem, Mademoiselle serve como dama de companhia para algumas mocinhas ricas, cujos pais se se- pararam. Um dia, ouve de uma das meninas de que cuida uma história sobre um homem suspeito atrás da catedral de Ruão. A partir daí, todos os dias, entre medo e desejo, passa a fazer esse caminho. Em uma breve jornada epifâ- nica, um dia, vê dois homens indo na direção dela, perto da catedral, e começa a imaginar que eles a atacam e a abusam. Sente medo. Sente prazer. No fundo, nada acon- tece, os dois homens apenas faziam o mesmo caminho, ainda sim, ela entrega uma moeda de agradecimento aos homens. O poço Em uma fazenda pertencente a um fazendeiro chamado Joaquim Prestes, alguns homens trabalham na chuva. En- quanto examina o trabalho, Joaquim deixa cair uma caneta no poço e ordena que os funcionários a busquem. É arris- cada a missão, pois a terra é mole e o frio é forte. O homem chamado Albino decide obedecer. Seu irmão José, porém, fica preocupado com um possível desmoronamento de ter- ra na boca do poço e o impede até que o tempo melhore. O dono da fazenda fica revoltado e vai embora. Dois dias depois, a caneta reaparece. Ela é limpa e entre- gue ao fazendeiro. Porém, Joaquim Prestes repara em al- guns riscos, de modo que solta um palavrão, joga no lixo e retira outra caneta de uma coleção, onde é possível ver algumas canetas de ouro. AN N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 3 O peru de Natal Juca, o narrador, mora com a mãe viúva, uma irmã e a tia. O cenário é o primeiro Natal que afamília passará sem o pai, que sempre fora contrário às festas e, pela primeira vez, Juca conseguiria fazer uma celebração. Na hora do jantar, Juca prepara o prato das mulheres antes do seu, contrariando a tradição. O gesto faz com que elas chorem e todos se recordam do ausente. Há um embate entre o peru de Natal e a memória do pai. No final, ele mente para confortá-las, dizendo que, com certeza, o pai preferiria a alegria. Por fim, ele vai embora, dizendo que irá a uma fes- ta de amigos, mas pisca para a mãe, que sabe que ele irá encontrar a namorada Rose. Frederico Paciência Nesse conto narrado por Juca, ele relata um episódio de sua adolescência, envolvendo o melhor amigo, Frederico Paciência. Ambos eram muito próximos e faziam tudo jun- tos. Frederico tem origem em família rica e Juca sente certa vergonha diante da pobreza de sua família. A amizade es- treita, no entanto, desperta comentários homofóbicos en- tre os colegas. Passam, então, a deixar certos gestos, como beijo no rosto, para momentos discretos. Como a história perpassa o desenvolvimento de Juca, che- gam juntos à adolescência, quando ambos descobrem o sexo e o interesse pelas mulheres. Juca passa a namorar Rose. O pai de Frederico morre e a mãe resolve mudar- -se para o Rio de Janeiro. Assim, os amigos se separam, continuam a trocar cartas que, pouco a pouco, tornam-se raras. No fim, Juca fica um pouco feliz de não poder ir vi- sitar o amigo no Rio, pois conclui que não sabia lidar com aquela amizade. Nelson É uma história dentro de outra história. No bar, alguns amigos estão conversando quando, de repente, um sujeito estranho adentra o estabelecimento. Um dos amigos, Al- fredo, diz que conhece a história do homem, passando a narrá-la. Cada um dos amigos começa a compor a história do homem. Assim, ao perceber que estão falando dele, o homem vira seu último copo e vai embora. Tempo da camisolinha Aqui, Juca, o narrador, rememora um episódio da infância. Quando foi cortar os cabelos e perdeu os cachos. Em uma foto antiga, ele aparece vestindo uma camisolinha, roupa infantil com a qual a mãe o vestia até os quatro anos de idade. Trata da relação da criança com um operário, uma relação de solidariedade, referente ao tempo em que famí- lia passava as férias na praia. AplicAndo pArA Aprender 1. (PUC-RJ) Texto 1: O peru de Natal O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos fa- miliarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido prin- cipalmente à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, de uma exemplaridade incapaz, acolchoado no me- díocre, sempre nos faltara aquele aproveita- mento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dra- mático, o puro-sangue dos desmancha pra- zeres. Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obri- gação de uma lembrança dolorosa em cada al- moço, em cada gesto mínimo da família. Uma vez que eu sugerira à mamãe a ideia dela ir ver uma fita no cinema, o que resultou foram lágrimas. Onde se viu ir ao cinema, de luto pesado! A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre gostara apenas regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade de amor, me via a ponto de aborrecer o bom do morto. Foi decerto por isto que me nasceu, esta sim, espontaneamente, a ideia de fazer uma das minhas chamadas “loucuras”. Essa fora ali- ás, e desde muito cedo, a minha esplêndida conquista contra o ambiente familiar. Des- de cedinho, desde os tempos de ginásio, em que arranjava regularmente uma reprovação todos os anos; desde o beijo às escondidas, numa prima, aos dez anos, descoberto por Tia Velha, uma detestável de tia; e princi- palmente desde as lições que dei ou recebi, não sei, de uma criada de parentes: eu con- segui, no reformatório do lar e na vasta pa- rentagem, a fama conciliatória de “louco”. “É doido, coitado!” falavam. Meus pais falavam com certa tristeza condescendente, o resto da parentagem buscando exemplo para os filhos e provavelmente com aquele prazer dos que se convencem de alguma superioridade. Não tinham doidos entre os filhos. Pois foi o que me salvou, essa fama. Fiz tudo o que a vida AN N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 4 me apresentou e o meu ser exigia para se re- alizar com integridade. E me deixaram fazer tudo, porque eu era doido, coitado. Resultou disso uma existência sem complexos, de que não posso me queixar um nada. ANDRADE, Mário de. Contos novos. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993, p. 75-76. Texto 2: Família Três meninos e duas meninas, sendo uma ainda de colo. A cozinheira preta, a copeira mulata, o papagaio, o gato, o cachorro, as ga- linhas gordas no palmo de horta e a mulher que trata de tudo. A espreguiçadeira, a cama, a gangorra, o cigarro, o trabalho, a reza, a goiabada na sobremesa de domingo, o pali- to nos dentes contentes, o gramofone rouco toda noite e a mulher que trata de tudo. O agiota, o leiteiro, o turco, o médico uma vez por mês, o bilhete todas as semanas branco! mas a esperança sempre verde. A mulher que trata de tudo e a felicidade. ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo. Rio de Janeiro: Record, 1999, p. 58. a) O poema de Carlos Drummond de Andrade, publicado em seu livro de estreia, em 1930, apresenta aspectos que ainda mantêm uma relação direta com a primeira fase do Moder- nismo. Cite duas características do texto que reafirmam valores e procedimentos do projeto modernista brasileiro. b) A vida familiar, tema dos Textos 3 e 4, é tra- tada pelos autores, apesar de alguns pontos em comum, de maneira diversa, principal- mente em relação aos papéis masculino e feminino. Determine as diferenças entre am- bos, tomando como referência as figuras do pai e da mãe. 2 (Espcex (Aman)) Leia o trecho do conto O peru de Natal e responda. O nosso primeiro Natal em família, depois da morte de meu pai, acontecida cinco me- ses antes, foi de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido princi- palmente à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, duma exem- plaridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades mate- riais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres. Morreu meu pai sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aque- la memóriaobstruente do morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de uma lembrança dolorosa em cada almoço, em cada gesto da família... A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre gostara apenas regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por esponta- neidade de amor, me via a ponto de aborrecer o bom do morto. Foi decerto por isso que me nasceu, esta sim, espontaneamente, a ideia de fazer uma das minhas chamadas “loucuras”. Essa fora, ali- ás, e desde muito cedo, a minha esplêndida conquista contra o ambiente familiar. Des- de cedinho, desde os tempos de ginásio, em que arranjava regularmente uma reprovação todos os anos; desde o beijo às escondidas, numa prima, aos dez anos…eu consegui no reformatório do lar e vasta parentagem, a fama conciliatória de “louco”. “É doido coi- tado!” (…) Foi lembrando isso que arrebentei com uma das minhas “loucuras”: — Bom, no Natal, quero comer peru. Houve um desses espantos que ninguém não imagina. Nesse fragmento, o universo ficcional cons- titui a) o ponto de vista externo do narrador, que va- loriza a célula dramática das novelas român- ticas. b) característica da primeira geração modernis- ta, que repudiava o conservadorismo. c) a temática da prosa de costumes, enaltecen- do a primeira geração romântica. d) uma temática nacionalista ao exaltar o con- servadorismo. e) a valorização do sistema patriarcal. 3. (Unicamp) O trecho a seguir foi extraído do conto FREDERICO PACIÊNCIA, do livro Contos novos, de Mário de Andrade. (...) a mãe de Frederico Paciência morrera. (...) É indizível o alvoroço em que estourei, foi um deslumbramento, explodiu em mim uma esperança fantástica, fiquei tão atordoa- do que saí andando solto pela rua. (...) A mãe de Rico, que me importava a mãe de Frederico Paciência! E o que é mais terrível de imagi- nar: mas nem a ele o sofrimento inegável lhe importava: a morte lhe impusera o desejo de mim. Nós nos amávamos sobre cadáveres. a) A que passagem do conto refere-se Juca quando afirma: “Nós nos amávamos sobre ca- dáveres”? AN N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 5 b) Qual a importância da passagem citada, e da- quela que você identificou ao responder ao item a, acima, para compreender o desenvol- vimento da amizade entre Juca e Frederico Paciência? 4. (Fuvest) Tinha piedade, tinha amor, tinha fraternidade, e era só. Era uma sarça ardente mas era sentimento só. Um sentimento pro- fundíssimo, queimando, maravilhoso, mas desamparado, mas desamparado. (Mário de Andrade, CONTOS NOVOS) No fragmento acima, do conto “Primeiro de Maio”, o narrador refere-se à personagem principal, o “35” e aos sentimentos deste. a) Identifique e explique sucintamente o recur- so de estilo que predomina na composição do fragmento. b) Contextualize esse fragmento, explicando brevemente a relação que existe entre os sen- timentos da personagem, aí referidos, e a ex- periência que ela vive no conto. 5. (UFPR) Sobre “Contos novos”, de Mário de Andrade, é correto afirmar: [01] O personagem Juca, narrando em mais de um conto diferentes acontecimentos e fa- ses de sua vida, permite que o leitor testemu- nhe a construção de uma personalidade, dos devaneios infantis às amizades e amores. [02] A presença de um mesmo personagem em mais de um conto do livro de Mário de Andra- de tem a mesma função que tem a recorrência de personagens nos contos de “Em busca de Curitiba perdida”, de Dalton Trevisan. [04] Um traço comum entre os textos de “Con- tos novos” é a revelação de aspectos mais de- licados da vida, sentimentos normalmente solapados pela rotina ou por certa hostilidade ou formalidade presentes nas relações sociais. [08] Em alguns dos contos do livro, como “O poço” e “Primeiro de Maio”, as relações de trabalho são representadas de forma a colocar em evidência as desigualdades e as injustiças impostas pelo poder. [16] A linguagem convencional na qual são escritos estes contos da maturidade de Mário de Andrade indica que ele se afastara bastan- te das propostas do Modernismo e assumira a preferência por uma literatura clássica, a mesma que anos antes ele havia combatido com tanto entusiasmo. [32] Em “Tempo da camisolinha”, o narra- dor adulto lembra-se de si mesmo quando criança, criando uma convivência das vo- zes do menino e do adulto que amplifica a compreensão das diferenças sociais e indivi- duais e mostra que a sensibilidade infantil também pode perceber “o infinito dos sofri- mentos humanos”. 6. (Unemat) Sobre Contos novos, de Mário de Andrade, assinale a alternativa incorreta. a) São narrativas de linguagem complexa, pri- mando pela norma culta da língua: sintaxe e estrutura formal rígidas. b) Os procedimentos narrativos concentram a experimentação linguística, bem ao gosto dos modernistas. c) Os contos de 1ª pessoa estão centrados na personagem Juca e exploram a temática so- cial e familiar. d) As personagens das nove narrativas expres- sam a relação conflituosa entre o homem e o seu mundo. e) A denúncia das crises sociais alia-se à análise da problemática existencial das personagens. 7. (Unemat) Os contos de Mário de Andrade li- gam-se ao tom coloquial da primeira fase do Modernismo brasileiro. Nesse aspecto, assi- nale a alternativa correta quanto à composi- ção narrativa. a) A ausência dos nomes das personagens em Primeiro de Maio e Atrás da catedral indica a alienação do homem na sociedade. b) A linguagem coloquial, próxima da oralidade, caracteriza a necessidade de manter o estilo parnasiano. c) A exploração das novas técnicas de lingua- gem garante a densidade da composição e o apagamento da emoção. d) A narrativa linear não permite a digressão e o flash back. e) A manutenção do espírito conservador e con- formista estabiliza os conflitos das persona- gens. AN N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 6 Gabarito 1. a) Algumas características do poema de Drummond que reafirmam valores e pro- cedimentos típicos da primeira fase do Modernismo são: o uso da linguagem co- loquial; a opção pelo tom prosaico na po- esia; a liberdade formal, utilizando versos livres e brancos; a ironia e a crítica aos valores tradicionais burgueses. b) Em ambos os textos percebe-se um tom de crítica aos valores e à constituição da família tradicional. No conto de Mário de Andrade, a preponderância da figura do pai como causa de dor e infelicidade é visível (“Mas, devidoprincipalmente à natureza cinzenta de meu pai, ser despro- vido de qualquer lirismo, de uma exempla- ridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamen- to da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas as- sim”). No poema de Drummond, o papel feminino, representado pela figura sem- pre presente da mãe, aparece explicitada no final de todas as estrofes (“e a mulher que trata de tudo”). 2. B 3. a) À passagem da morte do pai de Frederico. b) A amizade entre os dois surge e se fortale- ce diante da necessidade de consolo gera- da pelas mortes. 4. a) Há repetições que inicia três orações pelo verbo TER, conhecidas por ANÁFORA. Ou elementos finais como SÓ, que marca a EPÍSTROFE. b) O personagem “35” tem a esperança de que no Dia do Trabalho haja uma confra- ternização proletária; por outro lado, há o Estado Novo oprimindo qualquer movi- mento, menos a que acontecia no Palácio das Indústrias. 5. 01 + 04 + 08 + 32 = 45 6. A 7. A AN N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76 A N N A C AR O LI N A FE R R ET TI W IS EN FA D 1 33 10 75 29 76