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Alguns autores descrevem a gastrite crônica como um infiltrado inflamatório, são vários processos inflamatórios que vão ocorrendo na mucosa do estomago e estes ferimentos geram o quadro de gastrite crônica. Além da inflamação, poderá ter alterações na estrutura desta mucosa, muitas vezes uma úlcera gástrica pode provocar tanto a inflamação desta mucosa que se trata primeiro a úlcera para depois tratar a gastrite crônica. Cerca de 40% da causa de vômito crônico nos pequenos animais acaba sendo em decorrência da gastrite crônica. Em torno de 50% dos cães que apresentam vômito crônico o problema é pela gastrite crônica, por alguma alteração que aconteceu lá na mucosa do estomago e desencadeou alteração da sua estrutura, ou tem as inflamações ocorrendo e se faz necessário resolver todas as questões. A etiologia da gastrite crônica pode ter origem na dieta, qual a ração que ele consome, qual é a frequência de ingestão, se tem hábito de mexer no lixo e ingerir algum alimento que já esteja estragado e as toxinas deste alimento estragado podem provocar estas alterações na mucosa gástrica desencadeado o processo de gastrite. Pode ser um paciente que tenha intolerância alimentar, ele pode estar consumindo algum produto/alimento que está gerando está inflamação de mucosa, suspendendo o uso deste produto/alimento o paciente passa a não vomitar mais, retornando o uso ele volta a vomitar. Este paciente pode ter alguma alergia alimentar, onde ele irá vomitar todas as vezes em que ingerir o alimento. Pode ter alguma alteração bacteriana, a Helicobacter felis e a Helicobacter eimani são as principais causas bacterianas de gastrite crônica em animais. Pacientes felinos acometidos pela Helicobacter pillori desenvolvem gastrite crônica assim como os humanos. Quando são acometidos pela Helicobacter os pacientes podem ser assintomáticos apresentando apenas vômito crônico, mas isso não é do dia para a noite. Até lá, o paciente é um animal que interage com o tutor, que brinca, vive bem. A infestação parasitária pode ser uma outra causa, pode ser a Physaloptera como uma das causas principais, ou em gatos pode ser o Ollulanus tricuspis. O vômito bilioso (pode ser chamada também de síndrome do vômito bilioso ou refluxo biliar enterogastrico), neste caso do vômito bilioso tanto o estomago quanto o intestino não estão conseguindo fazer a condução do alimento digerido para fora do organismo e por algum motivo este alimento retorna, pois há um refluxo tanto do estomago quanto do intestino. Este vômito bilioso acontece principalmente em cães, em cães que permanecem muito tempo em jejum, que se alimentam uma única vez ao dia são estes animais que normalmente desenvolvem a síndrome do vômito bilioso. Eles comem muito em uma única vez ao dia e isso gera uma sobrecarga tanto no estomago quanto no intestino, estes dois órgãos não conseguem fazer a digestão e a eliminação de todo este alimento que ele está digerindo e ele acaba retornando em forma de vômito. O tratamento consiste em basicamente alimentar o paciente mais de uma vez ao longo do dia, pois nesta condição o paciente irá conseguir ter uma digestão adequada e ainda passar este alimento que já está parcialmente digerido para o intestino delgado para que este animal não tenha a recorrência do vômito. Se pode ter a condição idiopática, não se sabe o porquê este vômito está acontecendo, ele não tem uma causa conhecida, não se consegue determinar o que desencadeia, se faz entre a causa sistema e a obstrutiva para investigar, porém de fato não encontra nada. As manifestações clínicas que este paciente irá apresentar serão anorexia, vômito, apatia e perda de peso. Sempre que se tem vômito se tem um paciente apático, todo paciente que tem vômito não quer comer (anorexia), e todo paciente que não quer comer consequentemente terá perda de peso. Entretanto estas manifestações clínicas não indicam nada, não querem dizer nada, o que irá chamar a atenção ser o que o tutor deverá falar, como por exemplo o vômito, que ocorre uma vez na semana, uma vez ao dia ou até mesmo várias vezes ao dia e sempre logo após a ingestão de alimento. Pode ser alimento ou bile presente neste vômito. E essa questão de se ter um episódio de vômito ocorrendo sempre logo após o animal se alimentar, já está dizendo que alguma coisa está acontecendo na mucosa do estomago dele. Para o diagnóstico os achados clinicopatológicos não ajudam em nada. A endoscopia é o que vai ajudar bastante, muitas vezes é necessário fazer uma biopsia da mucosa gástrica do estomago para então conseguir diagnosticar se tem ou não um quadro de gastrite crônica ocorrendo. Em um primeiro momento se descarta todas as doenças sistêmicas e todas as alterações obstrutivas como corpo estranho, intussuscepção, nefratopatias, hepatopatias, piometras e todas as demais situações que possam estar causando o quadro de gastrite crônica. Tratamento sintomático É um paciente que precisa de tratamento de suporte, que precisa de fluido terapia pois está perdendo líquido por meio do vômito que está crônico. A dieta precisa ser modificada, se ele apresenta alguma alteração de temperatura, essa precisa ser reestabelecida, precisa ser hidratado pois é um paciente que normalmente está desidratado. Após reestabelecer os parâmetros, este paciente precisa primeiro receber antieméticos, depois protetores de mucosa gástrica (sulcralfato) e depois inibidores de secreção ácida(omeprazol) pois muitas vezes a secreção do ácido clorídrico ainda está lesionando a mucosa gástrica e isso precisa ser sessado. No caso do tratamento da gastrite crônica que envolve exclusivamente a dieta como fonte causadora, precisa ser excluído da alimentação do animal todos os alimentos que estão causando este vômito crônico, se investiga um por um dos alimentos que ele recebe diariamente e que possam estar desencadeando o vômito. O tutor precisa fornecer uma lista com basicamente tudo que o animal consome ao longo do dia, fazendo isso consegue observar o que o animal consumiu no dia em que apresentou o quadro de vômito, como se fosse um diário alimentar para se determinar o que comeu e que provocou o vômito. Em caso de uma gastrite parasitária provocada pelo Physaloptera (cães), já que se trata de um parasito o tratamento será por conto de vermífugos (Pamoato de pirantel: 5-20mg/kg/VO, dose única, repetidas em 14 dias), entretanto o tutor precisa verificar se em sua residência não está ocorrendo uma infestação de barata, grilos e de besouros, pois o Physaloptera tem como hospedeiro intermediário esses insetos. Este paciente que está sendo acometido pelo Physaloptera, não responde aos antieméticos pelo fato que de se precisa eliminar a causa que é o parasito. É um paciente que apenas vomita, não tem anemia, não tem perda de peso, continua se alimentando muito bem, não apresenta nada além do vômito crônico. Outra causa de vômito crônico é o Ollulanus tricuspis (gatos) que será tratado também com vermífugo (Fembendazol: 10mg/kg/VO, por três dias e repetidos em 14 dias). As secreções do animal como o vômito, pode conter o Ollulanus tricuspis, sendo assim, se outro animal entrar em contato com estas secreções será acometido também. Para as gastrites bacterianas causadas pela Helicobacter pillori (humanos e gatos), Helicobacter felis e a Helicobacter helmannii (ambas em qualquer espécie). O tratamento deverá começar diminuindo as secreções gástricas (omeprazol em jejum) por ser uma bactéria se deve fazer a associação de antibióticos (amoxicilina + metronidazol, ou pode ser com azitromicina isolada e 30 minutos antes administrar o omeprazol, ou com a eritromicina mais omeprazol, porém se deve cuidar com seu uso pois ela pode causar insuficiência renal aguda, investigar antes de usar ureia e creatinina do paciente, se o paciente já teve algum quadro renal anteriormente não usar eritromicina nele jamais) por duas semanas. No refluxo biliar enterogástrico(síndrome do vômito bilioso) a alimentação deste animal precisa ser em mais vezes ao dia e em menor quantidade e deve ser administrado antiemético. Na gastrite alimentar, é necessário que o animal passe por uma alteração em sua alimentação, geralmente está gastrite pode estar relacionada a alguma proteína que o animal consome, então se deve trocar a alimentação dele por outra proteína que nos últimos seis meses ele não teve contato, se testa por quatro semanas para verificar se está gastrite que está ocorrendo é de fato alimentar. Estenoso pilórica – hipertrofia muscular benigna do piloro O piloro que é a região de saída do estomago, tem sua luz reduzida. E com isso o alimento que deveria ser direcionado para o exterior do organismo retorna na forma de vômito. Existem algumas raças que tem mais chances de a estenose pilórica ocorrer, como os braquicefálicos (é uma situação adquirida e pode acontecer em qualquer idade), boxer e siamês a estenose é congênita (em algum momento da vida o animal pode vir a manifestar este quadro). A etiologia é desconhecida, não se sabe o porquê ela ocorre. Porém se acredita que os animais adquirem a estenose pilórica, principalmente nas raças pequenas tanto de cães e gatos braquicefálicos pode haver um excesso de gastrina e isso isto promove a redução da luz do piloro e o animal acaba desenvolvendo o quadro de estenose. As manifestações clínicas são vômito, perda de peso e esofagite. O animal se alimenta e cerca de cinco a dez minutos após ele vomita e este vômito é em jato, justamente pelo fato do estômago dele não ter mais condições de armazenar este alimento e ele acaba expulsando assim que ele chega ao estômago. O diagnóstico acaba sendo pelo histórico (anamnese e exame clínico) e principalmente pelos exames de imagem (auxílio da ultrassonografia que permite visualizar o piloro reduzido). Para o tratamento da estenose além do tratamento de suporte (antiemético, tratamento para dor, fluido terapia, transfusão sanguínea em caso de paciente anêmico, de houver contaminação bacteriana então fornecer antibiótico – amoxicilina com clavulanato, sulfa com trimetropim). Mas a estenose pilórica só se resolve com tratamento cirúrgico;
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